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Apostila Adm. Eclesistica 1
Apostila Adm. Eclesistica 1
ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA 1
1. Programa da Disciplina
1.1 Ementa
Definição de igreja e suas áreas administrativas Princípios gerais da administração aplicados à igreja.
Compreensão de métodos da administração geral e sua aplicabilidade eclesiástica. Requisitos para a
formação do rol de membros de uma igreja. Formas de governo da igreja e suas funções. A igreja e suas
doutrinas. Delineamento das Regras e condutas e suas aplicações. Método para organizar uma igreja.
1.3 Objetivos
- Desenvolver aspectos-chave que levem os participantes ao conhecimento e distinção clássica do
que é igreja.
- Proporcionar o conhecimento das técnicas de administração e sua aplicação no ambiente
eclesiástico;
- Fornecer conhecimento dos conceitos e ideias que fomentem a distinção entre institucionalização e
institucionalismo; organismo e organização e o objetivo de cada uma;
- Dominar e aplicar o conhecimento na busca de melhor gerir uma igreja com base na administração.
O discente deverá criar sua própria agenda de estudo para melhor usufruir das técnicas e métodos
aqui apresentados. Aconselha-se estudar pela apostila na ordem em que os pontos são apresentados, não
impedindo ao mesmo de buscar em outras fontes maior panorama dos conteúdos que essa disciplina
propõe.
1.5 Metodologia
Aulas em formato EaD (Educação a Distância) com base no conteúdo da apostila da disciplina.
A Igreja vem sofrendo muitas críticas. Aliás, ela sempre foi atacada. Quando olhamos para a
sua instituição e origem vemos que Cristo, seu fundador, veio organizar um povo, uma comunidade
de adoradores e que com o passar dos tempos a igreja virou uma instituição. Ela tem CNPJ; tem
prédios (templos, edifícios de educação teológica, departamentos, entre eles, o de administração,
etc.); tem recolhimento de ofertas, rol de membros; tem contas a pagar, enfim virou uma pessoa
jurídica. Então há uma reclamação de que a igreja como instituição não é aquilo que Deus tinha
planejado. Nesta visão, a instituição acaba prejudicando aquilo que Deus quer que a igreja seja. Para
Dr. Nicodemus: “isto fossiliza a igreja, engessa, formaliza, e acaba virando religião, quando na
verdade deveria ser cristianismo”.
INSTITUCIONALIZAÇÃO OU INSTITUCIONALISMO?
Não é errado que a igreja tenha virado uma instituição, cedo ou tarde qualquer organismo tem
que se institucionalizar. Quem critica a igreja não percebe que sua institucionalização se fez
necessária, visto que, a sociedade evoluiu e com ela aqueles que haviam de salvar “e todos os dias
acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (At. 2:47b). A igreja cresceu e
automaticamente gerou uma necessidade de maior e melhor organização. O problema não reside na
institucionalização da igreja, e sim, no institucionalismo, quando a máquina administrativa passa ser
prioridade e detrimento da missão da igreja. Nosso alvo não é negar as imperfeições da igreja
instituição, mas conhecer, em profundidade sua razão e motivação de existência. No que passamos a
conhecer, nos tornamos um defensor, e sobre tudo, passamos amá-la profundamente e a servi-la
melhor no mundo.
INVISÍVEL– Ela é o corpo de Cristo, Sua noiva, Sua plenitude, etc.. A Bíblia, no Novo Testamento, se
refere a ela de várias maneiras:
Corpo: “Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular”. 1 Co 12:27.
Noiva: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos e demos-lhe glória porque vindas são as
bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se aprontou”. Ap. 19:7
Plenitude: “E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o
constituiu cabeça da Igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre
tudo em todos”. Ef. 1:22-23
Esta Igreja é composta de todos verdadeiros crentes, vivos ou mortos, e que ainda vão nascer.
É a Igreja vista do ponto de vista de Deus. Temos uma visão um tanto turva dessa Igreja. Ela de fato
só pode ser visualizada na integra por Deus.
UNA – Só existe uma. Deus não tem duas Igrejas. Assim como Cristo só tem uma noiva.
Só tem um corpo de Cristo. Embora essa Igreja se expresse através de uma pluralidade
de igrejas locais no mundo inteiro, na verdade ela constitui uma única Igreja;
INDIVISÍVEL – As divisões só existem na esfera das igrejas locais, as múltiplas
denominações.
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UNIVERSAL – Ela está presente no mundo inteiro. Não está restrita a uma raça, país ou
etnia.
TRIUNFANTE – Ela é vitoriosa, uma vez que Cristo triunfou sobre a morte e o
pecado e tornou possível a todos que nEle crerem triunfarem sobre o mal,
sobre o pecado, sobre o inferno e sobre Satanás
PERFEITA – Ela não tem mancha, não tem mácula tampouco ruga. Ela é glorificada.
VISÍVEL – A Igreja visível é a expressão no presente da Igreja invisível. É composta de todos aqueles,
que em todo lugar professam a verdadeira religião, que é a fé em Jesus Cristo; é a casa e a família de
Deus neste mundo. Nem todos que fazem parte dessa igreja fazem parte da outra primeira. O fato de
estarem congregando numa determinada comunidade cristã, de terem os seus nomes arrolados no
rol de membros de uma determinada igreja local não faz destes tais membros da Igreja Invisível de
Deus. Necessário é nascer de novo: “Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo
que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Jo.3:3
IMPORTANTE: Todo crente verdadeiro que faz parte da Igreja Invisível vai querer fazer parte da
igreja Visível. Você poderá ser questionado: Não seria possível alguém fazer parte da Igreja Invisível e
não fazer parte da Visível. Olha o exemplo do ladrão da cruz, ele não fez parte de nenhuma igreja?
(as exceções justificam as regras).
Ela se organiza através de igrejas locais. Estas igrejas geralmente se ligam entre si pelos laços
da mesma religião verdadeira. Ainda que existam algumas divergências, há uma unidade
fundamental entre elas.
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ATENDER AOS POBRES (BENEFICÊNCIA)
A Igreja tem uma missão de ação social. Primeiro os da fé, ainda que não lhe seja
impossibilitado atender a todos. Não praticamos boas obras para a salvação mas sim porque
somos salvos devemos praticá-las para a honra e glória de Deus e para o bem de nosso
próximo.
Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pastor no que
tange a sua função de líder ou administrador principal da igreja á que serve.
Lembremo-nos de que a igreja é, simultaneamente, ORGANISMO e ORGANIZAÇÃO. É o povo de Deus
organizado num tríplice aspecto: espiritual, social e econômico, para atender à missão para a qual
Deus a constituiu.
Em muitos casos, a Bíblia tem sido citada por sua demonstração de princípios administrativos. Um
dos exemplos mais notórios é a linha de autoridade estabelecida por Moisés em atenção ao conselho
de Jetro, seu sogro, cerca de mil e quinhentos anos antes do nascimento de Jesus Cristo.
Outros exemplos são vistos como no sacerdócio araônico, que foi instituído como um sumo
sacerdote e ordens de sacerdotes sob sua direção, numa variação de categorias. Davi divide os
sacerdotes em vinte e quatro turnos – maiorais do santuário e maiorais da casa de Deus – 1 Cr. 24.
Segundo o plano de Deus, a autoridade vem dos níveis mais altos para os inferiores. Ela traz consigo
grande responsabilidade, e as pessoas investidas de autoridade são divinamente ordenadas a usá-la
responsavelmente, para os propósitos celestiais.
Assim, a organização é bíblica, é universal; é tão antiga quanto a própria humanidade. A Arqueologia
o tem comprovado. Desde o princípio, os homens sentiram necessidade de se organizarem em
sociedades ou grupos, a fim de proverem os meios de subsistência e sobrevivência.
No A.T., há ainda muitos outros exemplos de organização e técnica administrativa, como a gestão de
José no Egito, a reconstrução de Jerusalém por Esdras e Neemias, etc. Salomão recebeu do Senhor
todos os dados necessários para a construção do primeiro templo e para a organização do seu
reinado, conforme se observa em 2 Cr. 3.
No período neotestamentário, encontramos Jesus ao iniciar o seu Ministério terreno, convocando os
seus discípulos e auxiliares. Após instruí-los cuidadosamente, outorgou-lhes autoridade e poder, e os
enviou ao campo. Primeiramente, os doze, "às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mt 10.1). Depois,
mais setenta, "de dois em dois", a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir"(Lc 10.1). Antes de
multiplicar os cinco pães, ordenou a seus discípulos que mandassem a multidão assentar-se em
grupos de cem e de cinqüenta, naturalmente para lhes facilitar o trabalho.
Na igreja apostólica, os líderes propuseram à "multidão dos discípulos" a instituição dos diáconos,
para "servirem às mesas", a fim de que os apóstolos tivessem tempo para se dedicarem "à oração e
ao ministério da Palavra" (At 6.1-4).
Em certa ocasião, Jesus censurou um homem que iniciou a construção de uma torre sem verificar se
possuía recursos para concluí-la (Lc. 14:30). Isso aponta falta de planejamento. Outro fez grandes
planos para encher os seus celeiros (entende-se por obras seculares)e esqueceu-se da salvação de
sua alma (entende-se por trabalho espiritual). É importante planejar e realizar a primeira, mas não
podemos nos esquecer da principal, a segunda.
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O apóstolo Paulo, por onde passava, em suas viagens missionárias, organizava novas igrejas e a cada
uma enviava um obreiro capaz e cheio do Espírito Santo. Escrevendo aos Coríntios disse que "o nosso
Deus não é Deus de confusão", ou de desorganização (1 Co 14.33), e recomendou: "Faça-se tudo
decentemente e com ordem" (1 Co 14.40).
Objetivos da Organização
a. Simplificar o trabalho – Há muitas maneiras de se fazer uma coisa, porém devemos procurar
aquela que seja mais prática e eficiente, que melhor corresponda à realidade.
b. Facilitar a produção – Através da simplificação do trabalho conseguimos facilitar a sua
produção e, consequentemente, produzir mais e melhor.
A administração Secular
A administração secular possui três grandes ramos: Pessoal, Financeiro e Organização & Método
(O&M). Em geral, a empresa é organizada formalmente com estes departamentos com suas
especificidades:
O Que é Administrar?
Administrar não é fazer "mil coisas". É a "ciência de gerar um organismo retirando-o da inércia,
levando-o a melhor funcionalização dos recursos que justificaram sua criação, com o menor
dispêndio (gasto) e sem lhe comprometer o futuro".
É distribuir as responsabilidades e não "executar todas as tarefas". É fazer com que todos participem
do trabalho. O bom administrador leva as pessoas a realizar suas tarefas cada vez melhor e a se
realizarem no trabalho.
Muitos pretendem tratar pessoalmente dos detalhes mínimos da organização da igreja, e, diante do
total insucesso, passam a expressar sua frustração dizendo: “esta não é a minha missão, meu
trabalho é ganhar almas, abandonarei tudo e me dedicarei inteiramente às coisas espirituais”.
Jesus sempre procurou obter a ajuda de outras pessoas. Quando as talhas estavam vazias, Ele disse:
“Enchei as talhas” (Jo. 2:7). Quando a pedra cobria o túmulo de Lázaro, disse: “Tirai a pedra” (Lc.
11:39). Quando alimentou cinco mil pessoas, pediu aos discípulos: “Recolhei os pedaços que
sobejaram” (Jo. 6:12).
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Administrar é a um só tempo: Prever, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar.
Prever
Organizar
É reunir meios e recursos materiais e humanos, distribuídos racionalmente e de tal forma
harmonizados que possam funcionar como um todo, e sem dissolução de continuidade.
Comandar
É determinar as providências a fim de que toda a organização funcione de acordo com as normas
vigentes.
Coordenar
Definições de Igreja
O Antigo Testamento emprega duas palavras para designar a Igreja: "qahal" (chamar) e "edhah"
(indicar, encontrar-se ou reunir-se num lugar indicado). Na Septuaginta a palavra "qahal" é traduzida
mais de cem vezes por "ekklêsia". Isto pode ser visto em Nm. 16.3; Dt. 9.10.
O Novo Testamento também emprega duas palavras para Igreja: "ekklêsia" (chamar, chamar
para fora, convocar) e "sunagoge" (reunir-se ou reunir). Isto pode ser comprovado em Mt. 4.23; At.
13.43; Ap. 2.9; 3.9; Ef. 2.19.
Quer nos refiramos aos termos hebraicos ou gregos, o significado essencial continua sendo o mesmo:
A Igreja consiste naqueles que foram chamados para fora do mundo, do pecado e da vida alienada
de Deus, os quais mediante a obra de Cristo na sua redenção, foram reunidos como uma
comunidade de fé que compartilha das bênçãos e responsabilidades de servir ao Senhor.
A palavra grega "kuriakos" (pertencentes ao Senhor), que aparece apenas duas vezes no Novo
Testamento (1 Co. 11.20; Ap. 1.10), deu origem a palavra church (igreja em inglês), kirche (alemão) e
kirk (escocês).
A Natureza da Igreja
A natureza da igreja é por demais extensiva para ser englobada em poucas palavras e simples
definições. A Bíblia emprega numerosas descrições metafóricas da Igreja, sendo que cada uma delas
retrata um aspecto diferente do que ela é e do que é chamada a fazer.
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Termos Bíblicos Aplicados à Igreja
Povo de Deus. Paulo aproveita a descrição de Israel como povo de Deus aplicando a Igreja (2
Co 6.16; cf. Lv 26.12; 1 Pd 2.9,10; cf. Dt 10.15; Os 1.10). Alude-se ao povo de Deus de outras
maneiras. Algumas delas merecem ser mencionadas: Santos (1 Co 1.2); Crentes, Irmãos e
Discípulos (Jo 8.31).
Corpo de Cristo. Figura bíblica da máxima relevância para representar a Igreja (1 Co 12.12,
27-33; Rm 12.4). A maior lição desta figura da Igreja é a da diversidade na unidade.
Templo do Espírito. Uma figura muito significativa da Igreja onde Cristo é a pedra de esquina
(1 Co 3.11,16,17; 6.19; Ef 2.20,21; cf. 1 Pd 2.6,7).
Outras figuras. Além das mencionadas podemos encontrar figuras da Igreja no N.T:
Sacerdócio dos crentes (1 Pd 2.5,9); Noiva de Cristo (Ef 5. 23-32); Rebanho (Jo 10.1-18) e
Videira (Jo 15.1-8).
Organismo ou Organização?
A igreja deve ser considerada um organismo, algo que possui e gera vida, ou uma organização,
caracterizada pela estrutura e pela forma? O exame da igreja do Novo Testamento revelará
certamente aspectos que favorecem o conceito de “organismo”. Por outro lado, o mesmo exame
revelará que a igreja, desde o seu início, se apresentava com certo grau de estrutura operacional. Os
dois conceitos se completam mutuamente.
Durante os séculos surgiram várias formas de governo de uma igreja, mas todas elas carecem
de base bíblica. Temos 4 mais utilizados:
O TIPO MONÁRQUICO
Entende-se que só um governa. A Igreja Romana segue esse tipo de governo. Seu chefe
supremo é o Papa. Segundo a Igreja ele é infalível. As decisões são tomadas pela hierarquia e o povo
só tem que ouvir e obedecer. É famosa a frase: “Roma locuta est, causa finita est” – “Roma falou,
está falado”.
O TIPO EPISCOPAL
Episcopal se origina de epíscopos, de origem grega que significa bispo. Usada para designar a
pessoa que superintendia.
Nesse sistema a igreja é governada pelos bispos. Ela não é autônoma nem soberana, mas
depende dos bispos que formam o Colégio Episcopal. Várias denominações adotam esse tipo de
governo, das quais as principais são a Episcopal e a Metodista, a primeira com fortes desvios
doutrinários, como por exemplo: a união afetiva de homossexuais e a ordenação destes para o
exercício do ministério.
O TIPO OLIGÁRQUICO
O termo é derivado do composto oligos – pouco – e archê – governo. Oligarquia é o governo
exercido por poucas pessoas. Um pequeno grupo, uma elite controla toda a congregação. Temos
como exemplo os nossos irmãos presbiterianos, em que aos presbíteros é entregue o governo da
igreja.
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O TIPO CONGREGACIONAL
Todos os membros têm direitos iguais. Os oficiais eleitos pela igreja apresentam-lhe relatórios
de suas atividades quando solicitados e todos podem opinar sobre eles.
Os Batistas adotam esse tipo de governo, que é encontrado na Bíblia. A congregação cabe o
direito de gerir os seus negócios dentro da pura democracia. São os crentes que decidem, em
assembléia, respeitam decisão da maioria e aceitam a decisão da igreja como a ação final.
A igreja na sua relação para com Deus fica sob a égide do governo teocrático, mas em sua
relação para com seus membros exerce o governo democrático.
DOUTRINAS BÍBLICAS
A soberania de Cristo – Ainda que reconheçamos o valor dos credos, nos fundamentamos na
absoluta autoridade de Cristo. Nossa base é: “Jesus Cristo é o Senhor” (Fl.2:10-11). Ele é o
cabeça da Igreja. A Igreja é o seu corpo, se subordina a Cristo; a mais ninguém.
A competência de cada alma – Cada pessoa é competente para aproximar-se de Deus, não
necessitando de intermédios humanos, uma vez que a Bíblia diz: “Porque há (...) um só
Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus homem” (1 Tm. 2:5). O batismo infantil, a
crença por procuração ou transferência e outros são condenados por essa doutrina por
apontar para o que a Bíblia diz: “(...) cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm.
14:12). Cada crente é, perante a Deus, o seu próprio sacerdote, não necessitando de
intermediário.
O simbolismo das ordenanças – O batismo e a ceia não são sacramentos, mas apenas
ordenanças. Estas ordenanças não conferem graça. Não há virtude neles. Entende-se a luz da
Bíblia que o batismo simboliza o início da vida cristã, a inauguração pública, a ceia simboliza a
sua continuação.
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Nota – Os Sacramentos da Igreja Católica - Ritual destinado aos fiéis, para receberem a graça
de Deus, e destinado também a conferir sacralidade a certos momentos e situações da vida
cristã. Segundo os romancistas, eles foram instituídos por Jesus Cristo como: "sinais sensíveis e
eficazes da graça [...] mediante os quais nos é concedida a vida divina ou a salvação e foram
confiados à Igreja *...+” (Compêndio do Catecismo, Vaticano: Igreja Católica Romana, 2005, p.
229). São eles:
Batismo;
Confirmação (crisma);
Eucaristia (ceia);
Reconciliação (penitência);
Unção dos Enfermos;
Ordem (Episcopado, Presbiterado e Diaconato);
Matrimônio.
O Batismo por imersão – Sendo coerente com o que a Bíblia ensina, o batismo tem que ser
por imersão. Vários textos do NT dão exemplos: Jesus foi batizado em água “e, sendo Jesus
batizado, saiu logo da água...” (Mt. 3:16). O eunuco foi batizado em água (At. 8:38). João
Batista, apelidado “o Mergulhador”, dizia: “... vim batizando em água” (Jo. 1:31). João
também batizava “... em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas; e o povo ia e
se batizava” (Jo. 3:23). Batismo é um símbolo que aponta para a morte e ressurreição
(Rm.6:4-5; Cl 2:12).
A Ceia do Senhor – Base bíblia fundamenta que a ceia é um Memorial. Jesus Cristo disse:
“... fazei isto em memória de mim”. (1 Co 11:25). De modo algum ela é eucaristia ou
sacramento. As teorias da TRANSUBSTANCIAÇÃO (o pão e o vinho transformados na
substância do corpo e do sangue de Jesus), da CONSUBSTANCIAÇÃO (o corpo e o sangue se
unindo a substância do pão e do vinho) e a PRESENÇA MÍSTICA (união espiritual onde o
sacramento é recebido com fé, promovendo a graça de Deus), não encontram base bíblica.
Perseverança e preservação – Certos de que em Cristo estão guardados pelo poder de Deus
os verdadeiros crentes perseverarão. “... porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo
de que é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia”. (2Tm. 1;12).
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REQUISITOS PARA SER MEMBRO DE UMA IGREJA LOCAL
Requisito espiritual – O candidato deve dar prova de que é realmente regenerado pelo
poder de Deus. Precisa ser convertido. A mensagem do NT é: “arrependei-vos” (Mt. 3.2),
mudar de mente, de pensar (metanóia).
Requisito social – É preciso que o candidato à membresia se apresente perante esta
mostrando-se desejoso de entrar no seu rol. Esse candidato deve ter um modo de vida social
de acordo com os padrões éticos estabelecidos pela sociedade, como por exemplo: solteiro
(a) ou casado (a). Após o exame, que será feito publicamente, concernente a sua crença e fé,
a igreja decidirá sobre sua aceitação ou não.
Toda pessoa é livre para pertencer ou não à igreja, como a igreja é livre também para
aceitá-la ou não.
Precisa haver unanimidade na aceitação. Se houver um voto contrário (desde que
racional), o candidato não será aceito.
Requisito formal - Apesar dos perigos das ritualidades existem duas ordenanças que
precisam ser atendidas à luz da Bíblia: o batismo e a ceia do Senhor. O neoconverso deverá
cumpri-las.
Carta de transferência – Qualquer membro, em plena comunhão com a igreja, tem o direito
de solicitar sua transferência para outra igreja da mesma fé e ordem quando julgar
conveniente. A Igreja tem o dever de enviar à igreja a qual o membro deseja se unir a carta
de transferência. A carta de transferência não passa de uma recomendação, de um atestado
de idoneidade moral e espiritual, para que o crente seja aceito noutra igreja da mesma fé e
ordem.
Reconciliação – Uma igreja aceita por reconciliação a pessoa excluída quando se verifica que
de fato está plenamente restaurada e que nada há que a impeça de voltar à comunhão.
Declaração ou Aclamação – Essa é feita em dois momentos: crentes de uma igreja da mesma
fé e ordem (denominação) que a igreja se dissolveu ou quando, após solicitar, por mais ou
menos um ano, a carta de transferência por algum motivo não foi atendida. Crentes de uma
igreja que não faz parte da mesma denominação.
Batismo nas Águas – Não existe um tempo determinado para o novo convertido poder ser
batizado. Ao eunuco do capítulo 8 de Atos dos Apóstolos, que queria ser batizado, foi
orientado: “é lícito, se crês”. Todavia, é de bom parecer que este participe da classe de novos
crentes na E.B.D. Após a devida preparação, o mesmo é encaminhado para a Assembléia
Ordinária, onde dará profissão de fé.
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MANEIRAS DE DEIXAR DE SER MEMBRO DE UMA IGREJA LOCAL
Por exclusão – A exclusão demonstra que a igreja zela pelo seu corpo e tem uma disciplina
bíblica.
Por morte – Ao morrer, o crente deixa de pertencer à igreja visível, mas mantém-se na
Invisível.
Por Carta de transferência da mesma fé e ordem.
Da igreja:
Dos membros:
Lealdade – O membro da Igreja deve ser leal a Deus, à igreja a que pertence e ao seu pastor,
não deixando de cooperar com seus trabalhos (ex. dízimo e departamentos), (Gl. 6:10);
Generosidade – Deve ser um contribuinte generoso, indo além do dízimo (2 Co. 8:1-5);
Serviço – O membro de igreja deve ser laborioso e infatigável, pois, deve estar empenhado
na realização do maior e melhor serviço deste mundo: “Não servindo à vista, como para
agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus” (Ef.
6:6);
Amor – Eis a chave do sucesso da vida do crente e da igreja. Impulsionado pelo legítimo
amor, o crente ajudará a compor uma igreja poderosa;
Oração – O crente para manter-se forte na fé deverá manter uma vida de oração em favor da
igreja, dos necessitados, dos perdidos e por si mesmo.
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TIPOS DE DISCIPLINAS
Disciplina vem do latim que significa “ação de instruir, educação, ensino”. A função da igreja é
ensinar. Uma igreja que disciplina é uma igreja instruída, educada, ensinada. Três são os tipos de
disciplinas:
Disciplina Formativa / Normativa – Os crentes recebem a disciplina formativa através das
pregações, das exortações, dos estudos, através da EBD, e de outros encontros ordinários ou
extraordinários da membresia. Essa disciplina tem a finalidade de formar caráter e a
consciência dos crentes.
Disciplina Corretiva – Essa disciplina visa corrigir aquele que incide em alguma falta. O intuito
é de sempre recuperar o faltoso e não simplesmente excluí-lo. Ao aplicar a disciplina, a igreja
deve fazê-lo com mansidão e brandura. Paulo recomenda que aquele que foi surpreendido
nalguma falta seja encaminhado pelos “espirituais” com espírito de mansidão: “Irmãos, se
algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais,
encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas
também tentado”. Gl. 6:1.
Disciplina Cirúrgica – Quando os pecados trazem escândalo e ofensas públicas à moral, a
igreja não deve mostrar complacência. Excluir é o caminho. Aplicando a disciplina, a igreja
demonstra que ama o irmão e não pactua com o pecado.
Batismo:
Por que realizar? – O batismo não é visto como sacramento e sim uma ordenança. A base
bíblica está em Mt. 28:19: “Portanto ide...batizando-os...”.
Graça ou Virtude? – Nenhum dos dois. O batismo não confere graça ou virtude. Daí não
batizarmos as crianças. O mais notável texto da Bíblia que nos garante essa verdade é o que
fala do “ladrão da cruz”: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe
Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc. 23:42-43).
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Quando batizar? – A todos os que crêem que Jesus Cristo é o Senhor e o confessam como o
Seu único e eterno Salvador. Pelo batismo também se faz a inserção no rol de membros da
igreja local, depois do candidato haver passado pela classe de instruções (novos
catecúmenos), ou se preferir classe de novos.
Como realizar?
Local: Tanque batismal, piscina, rio, praia. Em qualquer lugar que tenha água em
abundância: “...em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas; e o povo ia
e se batizava” (Jo. 3:23).
Vestimenta: Beca de preferência branca. Há de se ter cuidado com a roupa íntima
que o candidato usará neste dia. Molhada a beca, agarra-se ao corpo, desenhando
sua forma, o que não deixa de trazer constrangimento para todos.
Ato:
O ministro (a) celebrante deverá orientar os candidatos (batizando) antes de
entrar nas águas, tornando claro o procedimento que deverá ser adotado;
Com uma das mãos o ministro deverá segurar as mãos do batizando que
estarão junto ao peito unidas (espalmadas);
O ministro perguntará publicamente se o batizando crê que Jesus Cristo é o
Senhor e se ele o confessa como seu único e eterno salvador. Feito isto, deverá
aguardar o batizando responder em alto e bom som (pública confissão de fé).
Note que duas perguntas devem ser feitas: Se crê e se confessa, visto que dizer
que crê não contribui muito, uma vez que até os demônios creem, conforme
Tg. 2:19; logo, se faz necessário também confessá-lo como único e eterno
salvador;
Uma vez confirmado que o batizando crê e confessa, o ministro fará imposição
de uma das mãos sobre a cabeça do batizando e falará: Meu irmão (ã) perante
a sua pública confissão de fé, eu ministro do evangelho te batizo em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo;
Com uma das mãos nas costas do batizando e segurando ainda com a outra as
mãos deste leva-o às águas de forma a submergi-lo completamente.
Ceia:
“Ceia” ou “Ceia do Senhor” são os nomes usados para a cerimônia instituída por Cristo quando
estava, por poucas horas, neste mundo com os seus discípulos.
Não se deve denominá-la de “Santa Ceia”, a exemplo da Igreja Romana e outras. Uma vez que
ela é uma ordenança e que também não confere graça, chamá-la assim é um tanto desnecessário.
Quando realizá-la? – Não temos determinação. A Bíblia não diz às vezes em que pode ser
realizada a não ser: “todas as vezes que beberdes, em memória de mim” (1Co 11;25b). Nós
batistas normalmente realizamos em todos os primeiros domingos do mês.
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Por que realizá-la? – A celebração da Ceia do Senhor traz alguns benefícios:
Quem pode realizá-la? – A igreja foi pelo Senhor autorizada a fazer através de seus oficiais. Ao
pastor presidente compete essa missão, mas em casos necessários pode ser realizada por qual
outro oficial (pastor assistente, diácono ou até por um irmão bem conceituado pela
congregação).
Quais são os elementos? – Pão de qualquer tipo ou formato e o suco de uva. Cuidado em
colocar vinho com teor alcoólico buscando a pretexto cumprir toda a escritura: “Um pouco de
fermento leveda toda a massa” (Gl. 5:9).
Como realizá-la? – Diversas são as maneiras adotadas pelas igrejas. Vamos aqui tentar
simplificar dando exemplo:
Uma mesa disposta no altar contendo os elementos em bandejas de inox, pão
de forma cortado em pequenos cubos e suco de uva em cálice de vidro ou de
plástico descartável;
O pastor presidente distribui as bandejas com os elementos (pão e suco de uva)
ao corpo diáconal, e a seu comando este sai para distribuir para a igreja;
O pastor serve ao corpo diáconal e aos demais pastores. O último a ser servido
tomará a bandeja em suas mãos e servirá ao pastor presidente;
Enquanto forem servidos os elementos, uma música poderá ser tocada e ou
cantada;
O pastor da igreja lerá o texto de 1 Co. 11:23-24, ao término da leitura o pastor
dirá: Em memória de Jesus comamos;
O pastor poderá fazer uma pequena reflexão ou simplesmente ficar em silêncio
para que a congregação tenha um momento com Deus. Feito isto, voltará ao
texto supra e lerá o verso 25. Ao término da leitura dirá: Em memória de Jesus
Bebamos;
Feito a reflexão ou um período curto de silêncio, o pastor poderá ler o texto de
Lucas 22:39. Com esta leitura dará encerramento ao cerimonial.
Quais os tipos de ceia? – Tem havido, através dos séculos, três posições entre os evangélicos,
no que tange à participação da ceia:
Ceia livre – Advogam algumas denominações que a Ceia deve ser dada a
membros de qualquer seita. Opinam, também, que ela pode ser dada fora da
igreja, em casos particulares, aos enfermos nos leitos, em reuniões sociais, etc.;
Ceia restrita – É o tipo em que somente os membros de uma determinada
denominação podem participar. Os batistas, por exemplo, adotam esse tipo;
Ceia ultra-restrita – Só participam os membros da igreja local.
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