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Altos-Fornos

Área de Corrida • Equipamentos


ÍNDICE

VISÃO GERAL

1. Definição........................................................................07

2. Processo Siderúrgico......................................................10

3. Composição do Alto-Forno..............................................11

4. Funcionamento do Alto-Forno.........................................13

5. Produtos e subprodutos do Alto-Forno...........................15

6. História..........................................................................17

7. Altos-Fornos Usiminas....................................................19

8. Quem faz isso tudo funcionar?....................................... 20

ÁREA DE CORRIDA

1. Área de Corrida..............................................................25

2. Equipamentos de área de Corrida...................................28

2.1. Perfurador................................................................. 28

2.2. Canhão Obturador...................................................... 39

2.3. Canais...................................................................... 44

2.4. Ponte Rolante e Monovias............................................ 52

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VIsÃo GErAl
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1. definição

Alto-forno é um reator onde é fundido o minério de ferro, a fim de transformá-lo em


ferro gusa.
Ele é o responsável pela transformação da matéria-prima em gusa líquido (redução).
Ele é o coração da Siderurgia, produz o primeiro produto metálico do processo de
uma empresa integrada.
Ele produz a matéria-prima para a aciaria, a qual fabrica o aço que vai para a
laminação, onde é feito o produto final.
Sem alto-forno não haveria, em condições normais, a matéria-prima (gusa) para
produção do produto final (aço).

Alto Forno nº 1 – Usiminas Cubatão

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Na sua construção, existem 2 tipos de revestimento:
• Externo: chapas de aço

chapas de aço

• Interno: tijolos refratários com placas de cobre refrigeradas com água, inseridas
entre eles.

Tijolo refratário

Placa de cobre

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Atualmente a tendência é construir altos-fornos que têm refrigeração com stave
cooler, os quais não possuem revestimentos internos de refratários da região das
ventaneiras para cima (possuem uma fina camada de revestimento refratário nas
faces do stave cooler).

STAVE COOLER SEM REVESTMENTO AF 2 STAVE COOLE COM REVESTIMENTO


CUBATÃO AF 2 CUBATÃO

O ferro gusa é uma liga obtida no estado líquido, composta de ferro (92 a 95%),
carbono (3 a 4,5%) e outros elementos. Como matérias-primas (carga metálica),
utilizam-se o sínter, o minério granulado e a pelota. O principal combustível utilizado
é o coque metalúrgico.

coque minério granulado sínter

As matérias-primas são carregadas pelo topo do alto-forno, sendo injetado ar quente na


região inferior. O ar quente injetado gaseifica o coque, produzindo o gás redutor CO e
grande quantidade de calor, que sobem em direção ao topo em contracorrente à descida
da carga, proporcionando o aquecimento, a redução e a fusão da carga metálica. Como
combustível auxiliar, são utilizados finos de carvão mineral e/ou gás natural, injetando
nas ventaneiras através de lança, junto com o ar quente.

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2. proCesso siderÚrgiCo

O aço é um produto siderúrgico definido como liga metálica composta principalmente


de ferro e pequenas quantidades de carbono.
O processo siderúrgico pode ser dividido em 4 grandes partes:

a. Preparo das Matérias-Primas (Coqueira e Sintetização)


b. Produção de Gusa (Alto-forno)
c. Produção de Aço (Aciaria)
d. Conformação Mecânica (Laminação)

FluXo simpliFiCado de produção

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3. Composição do alto Forno

Composição da Área do alto Forno

• sistema de carregamento – onde é realizado o peneiramento, pesagem,


dosagem e transporte da matéria prima até o topo do alto-forno.

• sistema de topo – responsável pela distribuição, sequência e passagem da


carga para o interior do forno.

• limpeza de gás – realiza a limpeza do gás produzido no alto-forno.

• regeneradores – sua função é aquecer o ar injetado no alto-forno.

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• Área de corrida – local onde é feita a drenagem/distribuição do gusa e escória
produzidos pelo alto-forno.

• Granulação de Escória – responsável pela granulação da escória produzida no


alto-forno.

Sendo o alto-forno constituído por 5 partes, no sentido da altura:

• Topo: parte mais alta composta pelos sistemas de vedação de gás e de


alimentação da carga, sem deixar que os gases escapem;

• Cuba: compreende a maior parte do volume do alto-forno, sendo de formato


tronco-cônico, com o maior diâmetro na base inferior. Este formato facilita a
descida da carga e compensa seu inchamento por aquecimento. Na cuba é onde
ocorrem as principais reações de redução gás/sólido;

• Ventre: parte cilíndrica situada logo abaixo da cuba, onde se tem a maior parte
do amolecimento da carga;

• Rampa: região tronco-cônica, com o menor diâmetro na parte inferior, sendo que
este formato ajuda na sustentação da carga. Nesta região ocorre o gotejamento
do gusa e da escória pelos interstícios de coque, havendo também as principais
reações gusa/escória de dessulfuração;

• Cadinho: região cilíndrica que compõe a parte inferior do alto-forno e tem como
finalidade armazenar, por um período de tempo controlado, o gusa e a escória.
Favorece a separação destas duas fases por diferença de densidade. No cadinho
estão localizadas as ventaneiras de ar e os furos de corrida.

Nos AFs 1 e 2 Ipatinga, individualmente, possuem 16 ventaneiras e 2 furos de


corrida, e o AF-3 Ipatinga possui 30 ventaneiras e 3 furos de corrida.
Já o Alto-Forno 1 Cubatão possui 24 ventaneiras e 2 furos de corrida e o AF 2
Cubatão possui 33 ventaneiras e 3 furos de corrida.

NOTA: Na parte superior do cadinho estão localizadas as ventaneiras,


que permitem a entrada de ar quente para o interior do forno.

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Composição Vertical do Alto-Forno

Topo - vedação de gás e


alimentação de carga

Cuba - ocorrem as principais reações de


redução de gás/sólido

Ventre - maior parte do


amolecimento da carga.

Rampa - gotejamento do gusa e da escória e


principais reações gusa/escória de dessulfuração.

Ventaneiras - entrada de ar quente no


forno.

Cadinho - armazenar por um período de


tempo controlado, o gusa e a escória.

4. Funcionamento do Alto-Forno

Devido à velocidade do ar quente nas ventaneiras, o coque é empurrado no interior


do forno, formando-se uma cavidade (denominada raceway) onde o coque circula em
movimentos rápidos, ao mesmo tempo em que é queimado (gaseificado), diminuindo
gradativamente de tamanho.
O oxigênio do ar soprado, entrando em contato com o carbono (C) do coque
incandescente, reage segundo a reação:

C + O2  CO2

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O CO2 formado reage novamente com o carbono (C) do coque, formando:

CO2 + C  2C0

Em resumo, a reação que ocorre frente às ventaneiras pode ser escrita:

2C + O2  2CO

Como o ar soprado contém umidade, sua decomposição se fará segundo a seguinte


reação:

C + H2O  CO + H2,

cujo resultado é o aumento das percentagens do CO + H2 no gás.

A partir do topo do forno, os óxidos de ferro contidos na carga metálica (sinter,


minério de ferro granulado e pelota) sofrem as reduções regidas pelas seguintes
reações:

• Parte alta da cuba:

3Fe2O3 + CO  2Fe3O4 + CO2

Fe3O4 + CO  3FeO + CO2

• Parte baixa da cuba:

FeO + CO  Fe + CO2 (redução indireta)

FeO + C  Fe + CO (redução direta)

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Reações Internas

3Fe2O3 + CO  2Fe3O4 + CO2


Fe3O4 + CO  3FeO + CO2

FeO + CO  Fe + CO2 (redução indireta)


FeO + C  Fe + CO (redução direta)

C + H2O  CO + H2

2C + O2  2CO

CO2 + C  2CO

C + O2  CO2

5. Produtos e Subprodutos do Alto-Forno

Além do ferro gusa, são obtidos como subprodutos: escória, pó, lama e gás de alto-
forno.
Sua dimensão varia em função da sua capacidade produtiva.

• GUSA – metal líquido, dentro de uma especificação determinada, para produção


de aço.

• ESCÓRIA – subproduto do gusa.

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• ESCÓRIA GRANULADA (em forma granulada) – utilizada principalmente na
fabricação de cimento.

cimento

• ESCÓRIA BRUTA (em forma bruta) – utilizada para construção de rodovias.

estrada pavimentada

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6. História

Os alto-fornos mais antigos conhecidos foram construídos no China da dinastia Han,


no Século I a.C., embora os artefatos férreos encontrados neste país datem do Século
V a.C. - o que torna possível acreditar-se que a história dos altos-fornos na China seja
mais antigo do que atualmente se supõe. Estes fornos primitivos possuíam paredes de
barro com grande quantidade de minerais fosfóricos.
Em pesquisa mais recente realizada por Donald Wagner, o autor coloca a data dos
primeiros artefatos de fundição entre os séculos IV e V a.C., mas também cogita de
evidências de que o uso dos fornos de fundição tenha se difundido para o ocidente. Ele
sugere, também, que os alto-fornos primitivos teriam se evoluído a partir dos fornos
para derretimento do bronze.

Séc. IX – Ano 800: BAIXO FORNO

(1 Kg Fe = 2 Kg a 2,5 Kg minério + 4 Kg
carvão vegetal).

Séc. XI – Forjas Catalãs

Lareira feita de pedras. Para o sopro, eram usados foles manuais e, mais tarde,
trompas d´água. O metal obtido era aço.

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Séc. XIV

1.300 – Alemanha – Forno “Stueckofen” – Primeira produção de gusa líquido.


1340 – Vale do Rio Reno: Primeiro alto forno “Flussofen”. A inovação era que
possuía um cadinho para acúmulo de ferro gusa líquido.

Séc. XVII - Alto-Forno com Acionamento Hidráulico

Aumento na capacidade de sopro e na


produção dos fornos.
Produção: 1 Tonelada/Dia (Minério, florestas
e rios – roda d´água).

Séc. XVIII

1709 – Abraham Darby desenvolveu um alto


forno que operava como coque em
substituição ao carvão vegetal.
1784 – Henry Cort disseminou o processo
de pudlagem, que tirava o carbono
e o enxofre do ferro – gusa,
transformando-o em aço de
qualidade.

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Séc. XIX

1857 – Alfred Cowper utilizou, pela primeira


vez, regeneradores cheios de tijolos
refratários, queimando o gás do
próprio alto forno para elevar a
temperatura do sopro.

Séc. XX

1952 – Surgem os processos de produção de aço à base de sopro de oxigênio.

7. Altos-Fornos Usiminas

Em Ipatinga (Minas Gerais) são 03 altos fornos e em Cubatão (São Paulo) são 02

tos fornos.
ipatinga – Alto-Forno 1 e 2 ipatinga – Alto-Forno 3

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Cubatão - alto-Forno 1 Cubatão - alto-Forno 2

8. quem FaZ tudo isso FunCionar?

Essa equipe é responsável pelo acompanhamento


do processo de fabricação do gusa, constituído
por:

• Carregamento;

• Limpeza de gás;

• Regeneradores (sala de controle);

• Escoamento de gusa e escória (área de


corrida).

O processo deve ser executado com qualidade, obedecendo a normas, padrões e


procedimentos com segurança para não correr riscos de acidentes e evitar desvio
ou perda de produção dos Altos-Fornos.

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A comunicação assertiva não deixa espaço para a dúvida, as informações
são passadas de maneira clara e objetiva, aumentando a segurança e não
permitindo enganos e falhas, gerando um ciclo virtuoso que contribui para a
qualidade do produto, atitude segura, maior produtividade e economia.

se o alto-forno é o “coração” da usina, o operador é o “especialista”


que mantém tudo funcionando para que a usiminas obtenha
resultados.

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