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Curso de Formação de Inspetores de Equipamentos

Fornos de Pirólise

Otávio Augusto Magalhães Rocha


O que são fornos?
Princípios da transmissão de calor

O intercâmbio térmico no forno deve-se produzir


mediante algum dos procedimentos estudados pela
física como transmissores de calor, empregado
isoladamente ou em combinação com outros. Do
ponto de vista termodinâmico, a condução, a
convecção e a radiação são os fenômenos pelos
quais um corpo quente cede parte de seu calor a
outro mais frio.
O que é pirólise?
“Piros” = fogo; “lisis” = quebra.

Por meio de altas temperaturas (> 800oC)


ocorre a quebra de hidrocarbonetos maiores
em moléculas menores.

Resfriamento p/ evitar sobrecraqueamento.

C-C C
C-C C
C=
C=
Pirólise da Nafta
Produtos
Carga
• Hidrogênio (H2)
Nafta(ou etano,
• Metano (CH4)
ou GLP, ou
condensado) • Eteno (C2H4), etano (C2H6)
• Propeno (C3H6), propano (C3H8)
• Butanos, butadienos
• C5 , C6 , C7 ,
• Óleo
• coque
Forno de
pirólise de
nafta

Fornos: Inspeção e Deterioração


Partes do Forno de Pirólise

Tubulão

Nafta
Água
Vapor

~600oC ~800oC ~350oC


~1200 C
o
Gás
craqueado
TLX

Gás combustível
Componentes e funções de
processo

- Tubulão: vaso de vapor superaquecido;


- TLE’s(Transfer Line exchanger):resfriador de gás craqueado;
- Radiação: região onde ocorre o craqueamento de produto;
- Convecção: região de aproveitamento de calor;
- NPH(Nafta Pré-Heater): serpentina de pré-aquecimento de carga de
hidrocarbonetos(23 correntes paralelas);
- Economizador: serpentina de pré-aquecimento de água de caldeira;
- DSH: serpentina de superaquecimento de vapor de diluição;
- HPSS: serpentina de superaquecimento de vapor de super-alta
pressão(consiste de 9 correntes paralelas);
- HTC: serpentina de superaquecimento de mistura Nafta+VD antes de
entrar na serpentina de craqueamento.
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Combustíveis normalmente utilizados em fornos


petroquímicos

Combutíveis de queima direta: Nafta(principal),


GLP de refinaria, Etano, Propano de reciclo,
Butadieno e corrente C4.
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Visão geral das regiões de um


forno sujeitas a inspeção
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Serpentinas da radiação
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Refratário

Detalhe de um painel de tijolos refratários apresentando trincas na


periferia do bloco queimador, trincas já estavam apresentando
abertura de aproximadamente 3 mm.
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Convecção

Vista da serpentina do HTC entre o 2° e 3° espelhos de leste para


oeste, mostrando empenamento com flecha de aproximadamente
30mm.
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Foto do espelho intermediário da serpentina do HTC


apresentando trincas de fadiga térmica reveladas após o
ensaio de líquidos penetrantes.
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Vista dos espelhos da convecção – os mesmos tem função de


sustentação das tubulações da convecção. Em detalhe
algumas trincas de fadiga térmica.
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Vista da janela aberta na câmara da convecção para remoção


de amostras das serpentinas do DSH e do HPSS.
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Vista da serpentina do NPH lado leste na condição de


abertura. Curvas escuras indicam passes obstruídos. Nestes
casos as curvas são perfuradas e hidro-jateadas.
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Vista dos últimos tubos dos passes 22 e 21 que


estavam obstruídos em operação e apresentavam
acentuado empenamento.
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Vaso de vapor
superaquecido
(tubulão)
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VT – ventilador de
tiragem forçada
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TLE’s
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TLE’s
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Acessórios
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Misturadores:

- Estático
- Linde
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Suportes de mola
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Mecanismos de danos mais


comuns em fornos de pirólise de
petroquímicas
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Fadiga térmica É um processo de deterioração associado às tensões térmicas que


aparecem nos processos de aquecimento e resfriamento do forno. De forma geral, quanto
maior a freqüência de ciclos de partida e parada e quanto maior a espessura do material
maior a possibilidade de ocorrer fadiga térmica. O fenômeno é muito freqüente em fittings
de fornos de pirólise que sofrem paradas freqüentes para decoqueamento de suas
serpentinas. Como o fenômeno parte da superfície interna para a externa é difícil de ser
detectado. Em estágio avançado pode ser detectado por radiografia.

Fluência É um fenômeno irreversível que ocorre em todos os componentes submetidos


a temperaturas elevadas durante um tempo de exposição. Em fornos este fenômeno pode
ocorrer em curto espaço de tempo, quando por algum descontrole de processo houver
incidência de chama diretamente sobre um tubo (pode ocorrer deformação do tipo laranja,
to tipo anel ou empenamento dos tubos). O fenômeno de fluência pode ser observado
após longo tempo de exposição (principalmente os mais quentes de cada passe ou os
horizontais) em suportes de tubos da radiação ou em espelhos intermediários dos feixes
de convecção. Afluência em seu estágio mais avançado pode ser detectada visualmente
ou com o auxílio de calibres e outros instrumentos de metrologia. No estágio inicial pode
ser observada através de micrografia ou réplica metalográfica.
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Carburização É o fenômeno de absorção de carbono (proveniente


dos hidrocarbonetos e coque da superfície interna do tubo pelo
material do forno. O fenômeno provoca aumento das tensões interna
ao material e fragilizam com conseqüente trincamento do mesmo. As
fraturas observadas são de aspecto frágil e geralmente ocorrem
próximo às juntas soldadas. Este tipo de deterioração pode ser
observado através de metalografia e pela utilização de imãs (maior
magnetismo maior a carburização).

Condensação de Compostos Ácidos: Este tipo de deterioração ocorre em


fornos que queimam combustíveis fósseis não gasosos.
Com a deterioração do refratário os gases resultantes da combustão, contendo
geralmente compostos de enxofre, penetram através das falhas e acabam por
condensar em partes metálicas mais frias de corpo do forno, da chaminé ou nos
suportes do próprio refratário. O produto condensado, de características fortemente
ácidas acaba por corroer e perfurar estas regiões. O fenômeno pode ser detectado
através de inspeção visual, preferencialmente em partes que tem efeito de aleta, isto
é que dissipam calor (escadas, vigas de sustentação, etc.).
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Migração de carbono Alguns fornos de processo possuem a serpentina da radiação em


aço inoxidável refratário e o coletor, ou coletores de saída construídos em aços de baixa
liga. Como o aço baixa liga tem teor de carbono muito maior que o aço inoxidável existe
uma tendência de migração por difusão de carbono do aço baixa liga para o aço
inoxidável.A migração do carbono deixa a interface do aço baixa liga pobre em carbono o
que reduz substancialmente sua resistência mecânica. O processo resulta em trincas
próximas a ZTA de solda e orientadas paralelas ao cordão de solda.
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Coqueamento interno dos tubos de serpentina: é a obstrução parcial ou


total do tubo das serpentina da radiação em função de vários fatores, sendo
o principal deles de ordem operacional. É um processo absolutamente
reversível, desde que na obstrução não seja total. O coqueamento poderá
ocorrer devido aumento de impurezas de produto combustível, ou por “trip”
(queda) não programada.

Corrosão sob tensão por ácidos politiônicos: uma forma de defeito


normalmente ocorridas em paradas(shutdows), partidas e em operação
quando existe presença de oxigênio no sistema. A trinca ocorre quando
existe presença de sulfetos, oxigênio e enxofre. O mesmo se apresenta na
forma de trincas intergranulares. Normalmente ocorre em soldas ou em
áreas que estejam submetidas a grandes tensões. Materiais mais
suscetíveis: classes 300 série SS, classe 600/600H e 800/800H(fonte API
RP 571).
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Visão geral de mecanismos de danos em


fornos
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Vista da serpentina da radiação respectiva ao passe B, observa-se que as


colunas de saída possuem empenamentos até 3x o diâmetro, cruzando-se com
até duas colunas adjacentes.
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Detalhe das colunas de entrada apresentando acentuada oxidação


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Carburização em função de temperatura de operação


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Situação da caixa dos pigtails da serpentina “D”, em novembro de 2003.


Note-se a acentuada diferença de alongamento da extremidade inferior
dos tubos da radiação.
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Aspecto da superfície interna dos tubos da serpentina, com alvéolos.


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– Vista da coluna A41, que apresentou


grande ruptura longitudinal – Detalhe da extremidade inferior
(aproximadamente 1m). das colunas A38 e A39, que
estavam obstruídas em operação
e apresentaram “laranjas” com
trincas na região de interface da
câmara da radiação e o piso.
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- Vista da parte interna da serpentina respectiva ao TLE “A”,


onde encontramos trincas na parte interna da tomada do PI e
leve metal dusting na solda entre flange de saída e o niple POS
22.
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Deformação ocorrida no trecho próximo da


curva. Detalhe da foto anterior, com fratura
no raio interno e nas laterais da curva.
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Detalhe da seção interna da curva, podendo-se observar também uma fratura


na solda. As linhas de formação do material estão bem nítidas. O resíduo
central possui diâmetro igual ao diâmetro interno nominal do tubo. Em torno
do resíduo com forma circular, há resíduos quebradiços que acompanham as
deformações no diâmetro externo da curva.
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Detalhe interno do coque na linha do misturador HC+VD, do


passe D.
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Modelo de plano de inspeção de fornos


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Contatos:

otavio.rocha@braskem.com.br
otavioamrocha@hotmail.com

Fone: (51)3457-6509

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