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Harmonia

Essencial

Clássico
"Conselho"
Análise pela
Silvio Ribeiro
Harmonia e
Teoria Musical
+ PDF
Partitura
com Cifras Quem foi
+ Backing "Lalau de
Tracks Ouro?

Editora
Harmonia Essencial
Hilário Jovino Ferreira
Lalau de Ouro
Falando de samba, não podíamos deixar de
comentar sobre Hilário Jovino Ferreira, o LALAU DE
OURO.

Conhece esta figura? Sabe de sua importância na


música brasileira?

Vamos conhecê-lo um pouco mais.

Fundador do Reis de Ouro,


considerado o primeiro rancho
carnavalesco (espécie de bloco)
do Rio.

Samba era caso de polícia. E é


graças a esse fato que é
possível ter uma ideia mais
concreta de como foram suas
origens.
Arquivos da Justiça ajudam a
reconstruir a trajetória de
Hilário Jovino.

Filho de escravos libertos, Hilário Jovino Ferreira


nasceu em Pernambuco no ano de 1873.

Ainda criança foi para Salvador, e chegou já adulto


ao Rio de Janeiro, onde trabalhou no Arsenal da
Marinha e também adquiriu a patente honorífica de
tenente da Guarda Nacional.

Já no Rio, logo se juntou a um


rancho, o Dois de Ouros, que
saía no dia 6 de janeiro, Dia de
Reis.

Tornou-se logo o principal


organizador dos ranchos no
bairro da Saúde, reduto da
região da Praça XI, onde se
concentravam os baianos que
fixavam moradia na cidade.
Falando do
bairro
Saúde do
Rio De
Janeiro, o
bairro é
conhecido
como o
berço do
que é celebrado em animadas rodas de samba na
Pedra do Sal, com barracas de bebidas e alimentos
locais.

Foi próximo a PEDRA DO SAL onde Hilário morava


no Rio.
Antes da abolição o local era um mercado de
escravos por ser uma zona portuária.

Assim, logo após Hilário participar do rancho "Dois de


ouro", fundou o seu, o chamado "Rei de Ouro", que foi
o primeiro a sair no Carnaval.

Este fato mudou o carnaval carioca, dando origem a


uma "febre" de ranchos carnavalescos.
No quesito musical,
Lalau de Ouro
aproximou a música
da sonoridade
africana, incluindo
pandeiros, tantãs e
ganzás na formação
da banda.
Em 1894, o "Reis
de Ouro"
chegou a
desfilar diante
do presidente
da República, o
marechal
Deodoro da
Fonseca.
Hilário foi fundador de outros ranchos, como "Rosa
Branca", "Botão de Rosa", "As Jardineiras", "Filhas da
Jardineira", "Ameno Resedá", "Reino das Magnólias",
"Riso Leal", e também blocos, como "Paredes têm
ouvidos" e "Macaco é outro".
mestre-sala e porta-bandeira.

Hilário Jovino também foi o responsável por


apresentar novidades como o enredo, o uso de
instrumentos de cordas e de sopro e principalmente
por criar personagens como o casal de mestre-sala e
porta-bandeira.
Mestre-sala e porta-
bandeira são um
casal de dançarinos
que exercem a
função de conduzir e

apresentar a bandeira de uma escola de samba


durante o seu desfile no carnaval.

Hilário Valentão

Em 1902, foram lhe cobrar o aluguel atrasado. Como


resposta, só escutou: "Eu vou lhe pagar é com bala!".

Numa cena em que foge, briga com um policial, se


esconde na casa de um babalorixá, dá golpes de
capoeira — e acaba preso.
Além disso, andava armado ilegalmente.
Mas malandro é malandro, mané é
mané e, com seus contatos, saiu da
prisão no dia seguinte.

Hilário e confusão de plágio

Frequentador da casa de
Tia Ciata, envolveu-se na
polêmica da autoria do
samba "Pelo Telefone",
canção de marco dos 100
anos do samba.
A música não seria de
Donga, mas uma criação
feita de forma coletiva na
casa da célebre mãe de
santo e quituteira. Hilário
seria um dos autores da
canção.

Uma paródia publicada na imprensa até dizia: "Ó,


que caradura/ De dizer nas rodas/ Que este arranjo
é teu!/ É do bom Hilário!/ E da velha Ciata/ Que o
Sinhô escreveu".
Pelo Telefone
Samba
Antes de "Pelo Telefone" (apenas a música) ser
registrado na Biblioteca Nacional, em 1916, por
Ernesto Maria dos Santos (Donga) com o gênero de
"samba", pelo menos dois outros sambas já haviam
sido gravados:

"Em casa de baiana" (Alfredo Carlos Brício, 1913) e


"A viola está magoada" (Baiano, 1914).

"Pelo Telefone", entretanto, fez mais sucesso e fixou


o nome "samba" como um dos gêneros centrais da
música popular urbana no Rio de Janeiro.

Ouça a canção
Análise da canção
Nesta etapa do material vamos analisar a bela
canção "CONSELHO" pelo estudo da Harmonia
Funcional e Teoria Musical.

Além de ser uma música bela, podemos tirar muito


aprendizado musical como irá perceber.

Dessa maneira, juntamos a ARTE e a RAZÃO onde


tudo se complementa.

Logo abaixo disponibilizo a PARTITURA com cifras


da música onde gostaria que fizesse uma análise
prévia.

Posteriormente, compare o que analisou com a


minha visão sobre a canção. Assim, você terá um
parâmetro para o estudo.

Logicamente, após analisar e entender


funcionalmente a canção "conselho", COLOQUE
EM PRÁTICA ATRAVÉS DAS BACKING TRACKS
QUE ESTÃO DISPONÍVEIS PARA BAIXAR! ♫
Partitura com Cifras
Sabemos que, para encontrar a tonalidade de uma
música, devemos analisar todo o contexto harmônico
em questão.
A princípio, a armadura de clave nos
indica 1 sustenido em sua estrutura
informando que se trata da tonalidade
de Sol Maior ou Mi menor.

A fórmula de compasso é 4/4 (quatro por quatro) ou


seja, temos 4 semínimas "cheias" por compasso.
De fato, o primeiro acorde que surgiu foi SOL
MAIOR. Nesta ocasião, realmente se trata da
tonalidade de SOL MAIOR conforme todo o
contexto harmônico indica.

Volto a repetir que nem sempre o PRIMEIRO


ACORDE de uma música é o acorde tônico, por isso
é necessária a análise do TODO.

Vejamos o campo harmônico de SOL MAIOR em


tétrades:

G7M - Am7 - Bm7 - C7M - D7 - Em7 - F#m7(b5)

Assim, G é o
primeiro grau e Bm
é o terceiro grau
nesta primeira parte. A maioria dos acordes foram
utilizados em formato de tríades, exceto os
dominantes com irá perceber.
Logo em seguida algo interessante já aconteceu
neste samba. DOIS acordes que não pertencem à
tonalidade de SOL MAIOR: Dm e G7.

Refere-se ao II CADENCIAL de DÓ MAIOR, um II


CADENCIAL SECUNDÁRIO.

É uma preparação por meio de IIm-V7 para


alcançar o acorde do IV grau. É bem interessante
pois faz uma "quebra" na harmonia pelo fato dos
acordes não diatônicos.

Dm7 - G7 >> C

Logo após o entrecho de II Cadencial do IV grau,


surgem outras ferramentas bem interessantes na
análise da HARMONIA FUNCIONAL. Veja a
sequência abaixo.
Cm - Bm - E7 - A7. Dentre estes acordes somente Bm
é diatônico, o terceiro grau de SOL MAIOR.

Podemos considerar tal sequência com um clichê


harmônica, ou seja, algo que se repete ou que se
utiliza muito dentro de um estilo musical.

C - Cm - Bm - E7 - A7 - D7 - G

Analisando de uma maneira geral seria:

IV - IVm - IIIm - V7/II - V7/V - V7 - I

Vale ressaltar que este clichê harmônico é


referente à TONALIDADE MAIOR.
Mais sobre o Clichê

Ainda sobre o clichê harmônico, o acorde Cm é um


tradicional ACORDE DE EMPRÉSTIMO MODAL, o
IVm.

Este é um dos mais usuais em tom maior. Ele é


emprestado da tonalidade homônima menor, SOL
MENOR, também sendo o IV grau.

Campo Harmônico de Sol menor:

Gm7 - Am7(b5) - Bb7M - Cm7 - Dm7 - Eb7M - Fm7


D7

Bm e E7 formam um II Cadencial também, neste


caso, II Cadencial do II GRAU Am.

Porém, note que em vez de resolver em Am, houve


uma série de dominantes estendidos COM O
INTUITO DE ALCANÇAR O PRIMEIRO ACORDE,
SOL MAIOR.
Alvo

Bm - E7 - A7 - Am - D7 - G

Acorde Interpolado Acorde de


Resolução ALVO.

Perceba que entre os dominantes estendidos E7 - A7


- D7 há um Am. Este acorde ENTRE a sequência de
dominantes é denominado de ACORDE
INTERPOLADO.
No entanto, Am - G7
formam um II
CADENCIAL
PRIMÁRIO que alcança
justamente o acorde
do I GRAU.
Fim da Parte A Parte B

Pra que se lamentar; Se em...

Poderíamos ainda considerar que a partir deste


ponto iniciamos uma PARTE B da canção, sendo que
todo o trecho anterior seria a PARTE A.

Parte B

Pra que se lamentar; Se em...

A parte B é idêntica à parte A em relação a


Harmonia até o trecho em azul marcado acima.

Passamos pelos acordes diatônicos, II Cadencial do IV


grau e pelo clichê harmônico comentado
anteriormente.

Repare que o trecho Bm - E7 - A7 ocorreu o que foi


explicado anteriormente: São os dominantes
estendidos para alcançar o acorde TÔNICO SOL
MAIOR.

Aqui houve a mesma coisa, porém, ao invés do A7


resolver em D7 diretamente, surgiu um outro
encadeamento de dominantes muito comum no
samba também:

Bm - E7 - A7 - Eb7 - D7 - G

Acorde Interpolado Acorde de


Resolução ALVO.

SubV7
O Eb7, além de ser um
acorde interpolado,
também é o SubV7 do V
grau, o dominante D7.
Eb7 - resolveu semitom abaixo em D7 que resolveu no
acorde esperado SOL MAIOR, o I GRAU.

Este movimento é muito comum de ser encontrado no


samba:

Eb7 - D7 - G

Ou em termos gerais:

SubV7/V7 - V7 - I
O interessante neste trecho também é a melodia
também acompanhando o movimento dos acordes
(Eb7 e D7) semitom abaixo. Em Eb7 a melodia está
em Si bemol e em D7 está na nota lá.

su -cum bi rá a..... dor


Dessa maneira, podemos considerar que terminamos
a PARTE B neste acorde de Sol Maior.

O acorde D7 prepara a entrada da


PARTE C, o refrão da música.

Parte C

A parte C é o refrão da música. Note que é bem


similar à Parte B da canção, mantendo até mesmo a
ideia da linha melódica da música:
Refrão

Neste trecho vale considerar o acorde F7 que se


encontra na segunda linha da partitura acima.

Não faz parte da tonalidade de Sol Maior como já


sabemos. Este F7 faz uma bela passagem resolvendo
em E7. Trata-se de seu respectivo SubV7 (SubV7 do
E7).

Assim, tais acordes formam m encadeamento de


DOMINANTES MISTOS: SubV7 e V7.

Todo este encadeamento tem como objetivo alcançar


o acorde tônico que aparece logo após D7:
O ritornelo neste
mesmo compasso
indico o retorno ao
início da Parte C, o
refrão da música.

Após o retorno ao início


da parte C, finaliza-se
este trecho com a
indicação D.S (Del
Segno), ou seja,
a partitura indicando que quando alcançar este trecho
(D.S) deve-se voltar no devido lugar sinalizado lá no
início da partitura:

Final
Assim, finalizamos o estudo da canção.

Agora acredito que esteja mais preparado para


executá-la compreendendo O QUE ESTÁ FAZENDO
EM SEU INSTRUMENTO.

Isto é de tamanha importância.

Backing Tracks
Faça o download das BACKING TRACKS logo abaixo
e coloque em prática tudo o que foi aprendido neste
material♫ Clique na imagem abaixo:
Mestre Sala e Porta
Bandeira
Como já comentado anteriormente Mestre-sala e
porta-bandeira são um casal de dançarinos que
exercem a função de conduzir e apresentar a
bandeira de uma escola de samba durante o seu
desfile no carnaval.

A dança do mestre-sala e da porta-bandeira surgiu


nos ranchos, onde ambos deveriam defender os
símbolos da associação.

A defesa, nesse caso, não era apenas simbólica:


membros de um rancho costumavam tentar roubar
a bandeira do outro.

Roubar a bandeira de outros grupos de


carnaval era uma espécie de troféu.
Assim, a porta bandeira passou a ser escoltada pelo
melhor capoeirista do grupo.

Além de vir dançando, o


"capoeirista escolta"
executava golpes de
capoeira em cima de
quem tentasse se
aproximar do pavilhão,
muitas vezes eles
vinham também
armados de navalhas,
facas e punhais,e outras armas brancas usadas por
esses grupos na época.

Com o tempo e o fim de alguns grupos arruaceiros,


isso tudo se acabou.

O que não terminou foram os passos sambados e


ágeis que são sem dúvidas herança dos capoeiras do
fim da escravidão.
Como já sabemos, Hilário Jovino
Ferreira foi o criador do casal de
mestre-sala e porta-bandeira e
também foi o primeiro mestre-sala
da história.

Você sabia que o


mestre sala e a
porta bandeira
jamais podem dar
as costas um ao
outro ao mesmo
tempo. O mestre-
sala precisa

passar a impressão de que está protegendo a sua


parceira, que por sua vez não pode jamais deixar a
bandeira se enrolar no mastro ou bater em seu
corpo.
Almir Guineto
Almir de Souza Serra, o Almir Guineto nasceu no Rio
de Janeiro.

Foi um dos fundadores do Grupo Fundo de Quintal.

O termo GUINETO é uma derivação da palavra


magnata, que evoluiu para magneto e, então,
Guineto.
Almir inovou o samba ao
introduzir o banjo
adaptado com um braço
de cavaquinho: o "banjo-
cavaquinho". Destacou-
se também pelo modo
original de executar o
instrumento, afinando
como as últimas cordas

do violão e palhetando-as velozmente, fazendo-as


tremular conforme o suingue do repique de mão e do
tantã.
A sua ideia revolucionária foi
aceita e adaptada até os dias de
hoje por sambistas.

Seu antigo companheiro do


grupo musical "Originais do
Samba", o

comediante Mussum, lhe ajudou ao pensar no


instrumento banjo-cavaquinho.
Harmonia Social

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Seja DOADOR também ♥ :)


Agradecimentos

Muito obrigado por confiar e acreditar neste


trabalho :)

Não tenho dúvidas que estes materiais serão de


grande utilidade prática por toda a SUA VIDA
MUSICAL ♫
Conte comigo neste aprendizado:)

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que importa, o restante é
supérfluo.
"Bert Hellinger"

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