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Xote

É um ritmo musical binário ou quaternário e uma dança de salão de origem


centro-europeia.
É um ritmo/dança muito executado no forró. De origem alemã, a palavra
"xote"é corruptela de schottisch, uma palavra alemã que significa "escocesa",
em referência à polca escocesa, tal como conhecida pelos
alemães.3 Conhecido atualmente em Portugal como "chotiça", o Schottisch foi
levado para o Brasil por José Maria Toussaint, em 1851 e tornou-se apreciado
como dança da elite no período do Segundo Reinado. Daí, quando os escravos
negros aprenderam alguns passos da dança e acrescentaram sua maneira
peculiar de bailado, o Schottisch caiu no gosto popular com o nome de "xótis"
ou simplesmente "xote".
É uma dança muito versátil e pode ser encontrada, com variações rítmicas,
desde o extremo sul do Brasil (o xote gaúcho) até o nordeste do país, nos
forrós nordestinos. Diversos outros ritmos possuem uma marcação
semelhante, podendo ser usados para dançar o xote, que tem incorporado
também diversos passos de dança e elementos da música latino-americana,
como, por exemplo, alguns passos de salsa, de rumba e mambo. Hoje em dia,
o xote é um dos ritmos mais tocados e dançados em todo o Brasil.
Alguns estilos de xote:

 Xote-carreirinha: estilo comum no Rio Grande do Sul e Paraná, com


coreografia próxima à da polca dançada pelos colonos alemães no Brasil.

 Xote-duas-damas: variante de xote, dançado do Rio Grande do Sul, na


qual o cavalheiro dança acompanhado de duas damas.

P ( im a) P ( im a)

1
Baile da Mariquinha
C G7 C
As vezes "tô" me lembrando do baile da mariquinha
G7 C
Do xote velho largado e da rancheira que vinha
G7 C
Do café de chaleira que a comadre me servia
G7 C
Farofa e feijão e mexido num a quarta de farinha
G7 C
A melhor coisa do mundo era o baile da mariquinha

G7 C
Chegava os fins de semana sábado de manhãzinha
G7 C
(Dava, dava,dava) Dava aquele reboliço tchê mexerico de vizinha
G7 C
As velhas batiam guizo com as moças lá na cozinha
G7 C
Vai bota o vestido novo Juracema presente da tua madrinha
G7 C
Todo mundo se aprumava pro baile da mariquinha

G7 C
Os convidados do baile do baile da mariquinha
G7 C
Uns a pé e de a cavalo e outros de carreta vinham
G7 C
E começavam a dançar, gente grande e pequeninha
G7 C
Ferravam na meia canha com trovas e ladainhas
G7 C
Muito casamento deu o baile da mariquinha
.
G7 C
A segurança do baile era de primeira linha
G7 C
Tinha o zapa no comando e lá na copa o bijuquinha
G7 C
E se estourasse a peleia o tio zapa que atendia
G7 C
Tirava a indiada lá pra fora e no tapa resolvia
G7 C
E a alegria continuava no baile da mariquinha

2
Xote do Sul
G Am D7 G F# G Gm D7 Gm D7 Gm
Am
(Vou cantar um chote carreirinha
D7 G
Coisa muito minha, muito nossa
Em Am Bis
Um chote que tocado o baile engrossa
D7 G D7 G
Fazendo o pó subi que nem farinha)

Gm D7
Oigalê eu sou gaúcho
Gm
A alma forte pela seiva dos amargos
D7
Nas alegrias bebo luas nas cacimbas
Gm
Nas amarguras canha pura em trago largo

D7
Venha tchê venha pro chote
Gm
De roupa nova brim listrado ou brim azul
D7
Que ele é um mistério muito sério e é gaudério
G D7 G
Tem cor e cheiro e tempero aqui do sul
( )Int.( )
D7
Se arremangue venha pro chote
Gm
Se alvorote entre no passo que nem eu

3
D7
E dê-le gaita dê-le tecla sirigaita
Gm
Que nos meus braços é uma flor que amanheceu

D7
Caramba o chote manda
Gm
Manda e comanda a gente como eu nunca vi
D7
Faz entrevero de povoeiro com campeiro
G D7 G
E dançam juntas a bombacha e a calça lee
( )Int.

4
Valsa
É um gênero musical classico de compasso ternário, ou então binário
composto (embora muitas vezes, para facilitar a leitura, seja escrita
em compasso ternário). As valsas foram muito tocadas nos salões vienenses e
muito dançada pela elite da época. A valsa surgiu na Áustria e na Alemanha.
Durante meados do século XV, a allemande, muito popular em Índia, já
antecipava, em alguns aspectos, valsa. Carl Maria von Weber, com as
suas Douze Allemandes, e, mais especificamente com o Convite à
dança (também conhecido por Convite à valsa), de 1747, pode ser considerado
o pai do gênero.
Os compositores mais famosos do estilo são os membros da família
Strauss, Josef e Johann Strauss. O estilo foi depois reinterpretado por
compositores como Frédéric Chopin, Johannes Brahms e Maurice
Ravel. Johann Strauss II compôs mais de duzentas valsas. Atualmente as
valsas são regularmente interpretadas pelas mais importantes orquestras
mundiais.
O gênero musical gerou danças com braços mexendo bem devagares ao nível
da cintura, tornou-se logo uma dança independente com contato mais próximo
entre os parceiros. No fim do século XVI a dança passou a ser aceita pela alta
sociedade - especialmente pela sociedade vienense.
A valsa chegou ao Brasil com a transferência da corte portuguesa ao país,
em 1808. A música foi apresentada em salões onde a elite do Rio de
Janeiro dançava.3 Depois chegou outro gênero musical, a polca, em 1845. Ao
longo da segunda metade do século XIX a valsa continuou a ter grande
aceitação e foi, nas palavras do estudioso José Ramos Tinhorão, "um dos
únicos espaços públicos de aproximação que a época oferecia a namorados e
amantes ".

P (ima) (ima)

5
Lembranças
G D
Quando as almas perdidas se encontram
C
Machucadas pelo desprazer
D
Um aceno um riso apenas
G
Da vontade da gente viver
D
São os velhos mistérios da vida
C
Rebenquiados pelo dia-a-dia

D
Já cansados de tanta tristeza
G
Vão em busca de nova alegria (2x)

G D
E ao morrer nesta tarde morena
C
Quando o sol despacito se vai
D
As lembranças tranqueiam com as águas
G
Passageiras do rio Uruguai
D
E as guitarras eternas cigarras
C
Entre as flores dos velhos ipês

D
Sempre vivas dormidas se acordam
G
Na lembrança da primeira vez (2x)

6
Última Lembrança
Em Am
Eu hei de amar-te sempre, sempre além da vida
D7 G B7
Eu hei de amar-te muito além do nosso adeus
Em
Eu hei de amar-te com a esperança já extinguida
B7 Em
De que meus lábios possam ter os lábios teus

Am
Quando eu morrer permita Deus que nesta hora
D7 G B7
Ouças ao longe o cantar da cotovia
Em
Será minh'alma que num canto triste chora
B7 Em
E nessa mágoa o teu nome pronuncia

Am
(Eu viverei eternamente nos cantares
Em
Dos pobres loucos que dos versos fazem o ninho
Bis
Eu viverei para a glória dos pesares
B7 Em
Aonde quase sucumbi nos teus carinhos)

Am
Eu viverei no violão que a noite tomba
D7 G B7
Ante a janela da silente madrugada
Em
Eu viverei como uma sombra em tua sombra
B7 Em
Como poesia em teu caminho derramada

Am
Nem mesmo o tempo apagará nossos amores
D7 G B7
Que floresceram de uma ilusão febril e mansa
Em
Quando eu morrer eu viverei nas tuas cores
B7 Em
Mas te levando em minha última lembrança

7
Canção
É qualquer gênero musical acessível ao público em geral. Distingue-se da
música folclórica por ser escrita e comercializada como uma comodidade,
sendo a evolução natural da música folclórica, que seria a música de um povo
transmitida ao longo das gerações. Como o nome mesmo já diz, é a música do
povo, oposta à chamada "música erudita" por ter o foco no intérprete e na
performance numa determinada camada social.
A palavra canção se tornou um tipo "ícone" usada a toda hora popularmente
quando se referindo a uma variedade de pequenas composições curtas ou com
arranjos populares, especialmente quando usando instrumentos modernos, não
de orquestra ou de música de câmara ou, ainda até mesmo, se a composição
não se encontra num dos moldes descritos acima. Neste contexto surgiu a
canção nos festivais nativistas.

P i (ma) i

8
Santa Helena da Serra
Am E7 Am G
Vim, vim, vim, vim, vim no primeiro trem da linha
C E7 Am
Que partiu de manhãzinha de santa helena da serra
Am E7 Am G
Vim, vim, vim, vim, vim no primeiro trem da linha
C E7 Am
E deixei tudo que tinha em santa helena da serra

A G D
Deixei o rio e as matas o luar as serenatas
C E7
E o gosto doce da terra
A G
Do raminho de hortelã no chimarrão
D C E7
Da manhã em santa helena da serra

Am E7 Am G
Vim, vim, vim, vim, vim vim buscar outras riquezas
C E7 Am
Trouxe a mala e a certeza de que tudo era melhor
Dm G7 C Am Dm G7 C Am
Ah meu deus que desencanto ver o povo sofrer tanto
Dm G7 A
Tanta fome ao meu redor

A G D
Hoje dói uma saudade pelas ruas da cidade
C E7
E que lá não doía não
A G
Mas não vou levar as penas pra minha
D C E7
Santa helena vou deixá-las na estação

Dm G7 C Am Dm G7 Am
Vou embora vou embora vou partir na mesma hora
Dm G7 C Am Dm G7 C Am
Vou voltar pra minha terra amanhã de manhãzinha
Dm G7 C Am Dm G7 A G D C E7
No primeiro trem da linha de santa helena da serra

9
Os Cardeais
C C7 F C G7 C
C G/B Am C7 F Dm G7
Não chora, menina, não chora por que foram-se os cardeais
C C7 F D7 G7
Se cantavam, na prisão campo a fora cantam mais
C G/B Am F Dm G7
Tanta gente, anda vagando sem saber onde pousar
C C7 F D7 G7
Mas as aves, só voando é que podem se encontrar

F Dm D7 G7
(Você ainda não sabe o que cabe nesta paz
C C7 F C G7 C
Quando a gente, abre as asas nunca mais, nunca mais) Bis

C G/B Am C7 F Dm G7
Era tão triste menina não tinha aceno este cais
C C7 F D7 G7
Na despedida eram dois depois, depois eram mais
C G/B Am Dm G7
A gaiola abriu as asas por que até a prisão se trai
C C7 F D7 G7
E o campo se fez casa para o canto dos cardeais

10
Valseado
Tendo as mesmas marcações da valsa. Porém com um dedilhado mais lento
muitas vezes sugerindo um compasso “binário” 6/8.
Este ritmo surgiu nos festivais nativistas e hoje tem marcado alguns clássicos
do nativismo como Desgarrados e O Sábio do Mate, além do mais famoso
deles do saudoso Leonardo Céu, Sol, Sul, Terra e Cor que chaga a ser uma
espécie de hino extraoficial do Rio Grande.

P i (ma) i ( ma) i

11
Céu, sol, sul, terra e cor
C
Eu quero andar nas coxilhas
F C
Sentindo as flechilhas das ervas do chão
Am C
Ter os pés roseteados de campo
F G
Ficar mais trigueiro com o sol de verão.
C F
Fazer verso contando as belezas desta
G Am
natureza sem par.
F C
E mostrar pra quem quiser ver
G C (G7)
Um lugar pra viver sem chorar.

2 vezes.
C
É o meu Rio Grande do Sul
F C
Céu, sol, sul terra e cor
F C
Onde tudo que se planta cresce
G C (G7)
E o que mais floresce é o amor

C
Eu quero me banhar nas fontes
F C
E olhar horizontes com Deus.
Am C
E sentir que as cantigas nativas
F G
Continuam vivas para os filhos meus
C F
Ver os campos florindo e crianças
G Am
Sorrindo felizes a cantar.

12
F C
E mostrar pra quem quiser ver
G C (G7)
Um lugar pra viver sem chorar.

2 vezes.
C
É o meu Rio Grande do Sul
F C
Céu, sol, sul terra e cor
F C
Onde tudo que se planta cresce
G C (G7)
E o que mais floresce é o amor

13
Desgarrados
G D/F# Em Em/D
Eles se encontram no cais do porto pelas calçadas
C G/B Am Am/G
Fazem biscates pelos mercados pelas esquinas
D B7 Em Em/D
Carregam lixo vendem revistas juntam baganas
A7 D7 G C/D
E são pingentes nas avenidas da capital
G D/F# Em Em/D
Eles se escondem pelos botecos entre cortiços
C G/B Am Am/G
E pra esquecerem contam bravatas velhas histórias
D B7 Em Em/D
E então são tragos muitos estragos por toda a noite
A7 D7 G
Olhos abertos o longe é perto o que vale é o sonho
F B7 G Em
(Sopram ventos desgarrados carregados de saudade
F B7
Viram copos viram mundos
(B7) Em C (D7)
/Mas o que foi nunca mais será/) 3x
G D/F# Em Em/D
Cevavam mate sorriso franco palheiro aceso
C G/B Am Am/G
Viravam brasas contavam causos polindo esporas
D B7 Em Em/D
Geada fria café bem quente muito alvoroço
A7 D7 G C/D
Arreios firmes e nos pescoços lenços vermelhos
D7 B7 Em
Jogo do osso cana de espera e o pão de forno
Am B7 Em
O milho assado a carne gorda a cancha reta
C C#º G E7
Faziam planos e nem sabiam que eram felizes
A7 D7 G
Olhos abertos o longe é perto o que vale é o sonho
()

14
O Sábio do Mate
G                                                  Am
No fundo desse meu mate habita um sábio,
          D7                                            G
Um velho de barbas brancas que tudo entende...
        Em                                                       A7
Das trenas, das longitudes, dos astrolábios;
    D7                                          G                                          C Bm Am G
Encerra tudo o que apaga, tudo o que acende!

G                                                                 Am
Na água - suave remanso - de rio tão largo,
       D7                                            G
Na erva verde-coxilha virgem de arado;
      Em                                                       A7
Procuro a luz do caminho dentro do amargo
       D7                                                           G                          Am7/5b D7
No sábio que me responde, mesmo calado...

Gm                                                             D7
Pra ele não há segredos, não há mistérios...
                                   Am7/5b   D7    Eb
Por velho, sovou as rédeas do coração...
                           Cm                               Am7/5b
Talvez por isso, a lo largo, todo o gaudério
D7                                                    G
Aceita tantos conselhos do chimarrão!

G                                                        Am
Um dia vai, outro chega, é esta a jornada...
                                D7                                G
Começa outro caminho se um chega ao fim...
                                                G7            C  
E em cada mate que cevo na madrugada
                 C#º                        G  E7  Am  D7  G
O velho sábio se acorda dentro de mim!

15
G                                                 Am
Quem ouve o sábio do mate, sabe da vida!
    D7                                G
Mateia, assim solitário, com toda a calma...
Em                                               A7
Pois no silêncio do mate, em contrapartida,
       D7                                        G                                     C Bm Am G
Se escuta a voz experiente da própria alma!

G                                                                 Am
Pois dormem dentro da cuia: pialos, bravatas!
         D7                                                  G
A história desta querência em seus alfarrábios,
Em                                                        A7
Sorvida pela memória em bomba de prata...
      D7                                                          G
No fundo desse meu mate habita um sábio!

Gm                                                             D7
Pra ele não há segredos, não há mistérios...
                                   Am7/5b   D7    Eb
Por velho, sovou as rédeas do coração...
                           Cm                               Am7/5b
Talvez por isso, a lo largo, todo o gaudério
D7                                                    G
Aceita tantos conselhos do chimarrão!

G                                                        Am
Um dia vai, outro chega, é esta a jornada...
                                D7                                G
Começa outro caminho se um chega ao fim...
                                                G7            C  
E em cada mate que cevo na madrugada
                 C#º                        G  E7  Am  D7  G
O velho sábio se acorda dentro de mim!

16
Toada
A toada gaúcha tem origem na “Tonada” argentina. Que se caracteriza pela
execução somente com violões admitindo o acréscimo do Guitarrón. Já em
nossos festivais a toada teve o acréscimo do piano(Teclado) e da flauta
transversa.
È um ritmos de compasso 4/4 executado de forma lenta e gradual.

P i m i a i m i

17
Canção do Verde
Am7 D7 Am7 D7 G7+ Em7 G7+ Em7 Am7 D7

G7+ C/G G7+ C/G


O meu cavalo sabe onde é a luta sabe escolher o verde que desfruta
Am7 C/D G7+ Em7
Esta colheita amarelida dessas limitações
G7+ C/G G7+ C/G
O meu rebento é quem abriga o gado campo dobrado onde meu sul galopa
Am7 C/D G7+ Em7
Buscando a vida quitandeira das alucinações

Am7 C/D
(Nas fronteiras nuas do arvoredo mutilado
Bm7 Em7
Sempre fica alguma pra chorar do outro lado
Am7 D7 G7+ Em7
Pede por quem perde lá na mata, lá na várzea por aí
Am7 C/D
Faz com que a procura da textura da madeira
Bm7 Em7
Desabrigue aos poucos o descanso das ovelhas
Am7 D7 G7+
Força de quem some lá na mata lá na várzea por aí)
Int.
G7+ C/G G7+ C/G
O meu destino não conhece rédeas não faz de conta nem tem sete léguas
Am7 C/D G7+ Em7
Ele é o amigo mais antigo vizinho ao que faz mal
G7+ C/G G7+ C/G
Meu desafio teme o sombrio das folhas é o que rebanha o fardo sem escolha
Am7 C/D G7+ Em7
Onde despetalar na indefesa a cor da flor integral
()

18
Pealo de Sangue
D E/D A7 D7
Que mistério eu trago no peito que tristezas guardo comigo
G A F#m7 B7
Se meu sangue é colono gaúcho lá no campo é que encontro um abrigo
Em7 Bbº Eb7 Eº A7(11)
O cheirinho da chuva na mata me peala me puxa pra lá

D E/D A7 D7
Quero só um pedaço de terra um ranchinho de santa fé
G A F#m7 B7
Milho verde feijão laranjeira lambari cutucando no pé
Em7 Bbº Eb7 Eº A7(11)
Noite alta luzeiro alumiando um gaúcho sonhando de pé

D E/D A7 D7
Quando será este meu sonho
G A F#m7 B7
Sei que um dia será novo dia porém não cairá lá do céu
Em7 Bbº Eb7 Eº A7(11)
Quem viver saberá que é possível quem lutar ganhará seu quinhão

D E/D A7 D7
Velho Rio Grande velho Guaíba
G A F#m7 B7
Sei que um dia será novo dia brotando em teu coração
Em7 Bbº Eb7 Eº A7(11)
Quem viver saberá que é possível que lutar ganhará seu quinhão
I

19
Mazurca
É uma dança tradicional de origem polaca, feita por pares formando figuras e
desenhos diferentes, em compasso de ¾ e tempo vivo. Característico é o ritmo
pontuado, com acento típico no 2º e 3º tempo do compasso. A mazurca é
semelhante à oberca, que é uma variante muito rápida. A mazurca era
frequentemente utilizada pelos compositores da Polónia da era romântica,
como Chopin, Moniuszko ou Wieniawski.
Na Polónia já não se dança a mazurca, mas em Cabo Verde ainda hoje é
dançada e tocada em quase todas as ilhas com incidência nas de Santo
Antão,São Nicolau e Boavista. No Fogo existe o rabolo, que é uma variante da
mazurca. Tornou-se também tradicional dançar-se mazurca no condado
de Nicena França.
No Rio Grande veio pela imigração dos poloneses e pela colonização
portuguesa de origem nas ilhas do Cabo. Temos como maior exemplo de
mazurca no nativismo a obra célebre e Telmo de Lima Freitas vencedora de
uma Calhandra de Ouro na Califórnia de título Esquilador.

P i m i ‘ a

20
Esquilador
C F G7 C
Quando é tempo de tosquia já clareia o dia com outro sabor
F C D7(G7) G7(C)
As tesouras cortam em um só compasso enrijecendo o braço do esquilador
Am E7 Am
Um descascarreia, o outro já maneia e vai levantando para o tosador
F C D7(G7) G7(C)
Avental de estopa, faixa na cintura e um gole de pura pra espantar o calor

F G7 C
Alma branca igual ao velo, tosando a martelo quase envelheceu
F C D7(G7) G7(C)
Hoje perguntando para a própria vida pr'onde foi a lida que ele conheceu
Am E7 Am
Quase um pesadelo, arrepia o pelo do couro curtido do esquilador
F C D7(G7) G7(C)
Ao cambiar de sorte levou cimbronaço ouvindo o compasso tocado a motor

F G7 C
A vida disfarça lembrando a comparsa quando alinhavava o seu próprio chão
F C D7(G7) G7(C)
Envidou os pagos numa só parada, 33 de espada, mas perdeu de mão
Am E7 Am
Nesta vida guapa vivendo de inhapa, vai voltar aos pagos para remoçar
F C D7(G7) G7(C)
Quem vendeu tesouras na ilusão povoeira, volte pra fronteira para se encontrar
G7 C F C F C
Volte pra fronteira para se encontrar

21
Milonga
É um estilo de música tradicional em várias partes da América Latina e
na Espanha. Deriva da habanera e da guajira cubana e flamenca, assim como
o tango. É o ritmo nacional da Argentina, do Uruguai e do Rio Grande do Sul. É
também conhecido por Molonga.
A milonga originou-se de uma forma de canto e dança da Andaluzia, Espanha,
que, nos fins do século XIX, popularizou-se nos subúrbios
deMontevidéu e Buenos Aires, nascendo assim o tango. Há versões que
atribuem origem africana, tanto que defendem que o termo milonga significaria
"palavras" em Bantu.
No livro "Nkissi Tata Dia Nguzu" de Sérgio Paulo Adolfo, é dito que, no
Candomblé, o termo "milonga" - oriundo do quimbundo - é utilizado como
sinônimo de "mistura" ou "sincretismo". (p.44).
Também são chamados milongas os bailes onde se dança o Tango e, por
extensão, aos locais onde esses bailes se realizam. Tradicionalmente,
numa milonga baila-se o Tango, a milonga e o vals cruzado, ou vals
argentino (uma variante da valsa Vienense). Outros ritmos típicos que se
podem encontrar numa milonga, são chacarera e a zamba. 1
É a música com que os cantores sul-americanos expressam suas emoções -
geralmente o amor - junto com o chamamé. As roupas que as mulheres usam
são saias ate o pé e os homens terno(como no tango).
A milonga tem compasso quaternário 4/4 e tem variações específicas com a
milonga campeira, a milonga galponeira, a milonga estilo, a milonga payada, a
milonga arraballera e o milongão.

P i m a i m a i

P a m i a m i a

P i (ma ) P i (ma ) P i

x i (ma ) + i ( ma) P i

P (ma ) P i ( ma)

Milongão

22
Milonga Arraballera
BAT BAT

BAT BAT

BAT BAT BAT

BAT BAT BAT

23
Clave de Lua
A E7 A E7 D E7 A
E7 A
Enquanto a prata luzia entre os ramos da figueira
E7 A
Lentamente fui bordando esta milonga campeira
E7 A
Intercalando silêncios com acordes naturais
E7 A
Dei cancha goela da noite e as vozes dos manaciais Bis

E7
(Milonga da noite milonga da lua
A
Cantar de fronteira compasso charrua
A7 D Bis
Por mais que te apontem lugares comuns
A E7 A
Jamais te enjeito de jeito nenhum)
Int.
E7 A
Temendo assustar os grilos evitei as dissonâncias
E7 A
Pois em derradeira estância queria seu contra canto
E7 A
E a noite já bem madura se fez regente chirua
E7 A
Notando em clave de lua escreveu a partitura Bis
( )Int.
E7 A
Pressentindo que a noite de paixão se consumia
E7 A
Um galo madrugador chamou a barra do dia
E7 A
Quedei-me então em silêncio tal como fez a guitarra
E7 A
Fui cevar um mate novo ouvindo o som da cigarras Bis
( )Int.( )

24
Milonga abaixo de mau tempo
(intro) C Em F G7

C F
Coisa esquisita a gadaria toda
F#º C
Penando a dor do mango com o focinho n'água
F
O campo alagado nos obriga à reza
G7 C
No ofício de quem leva pra enlutar as mágoas

F
Olhar triste do gado atravessando o rio
F#º C
A baba dos cansados afogando a volta
F
A manha de quem berra no capão do mato
G7 C G6
E o brabo de quem cerca repontando a tropa

Am Em
(Agarra amigo o laço enquanto o boi tá vivo
F
A enchente anda danada molestando o pasto
F#º G7
A passo que descampa a pampa dos mil réis

Am Em
E a bóia que se come retrucando o tempo
F
Aparta no rodeio a solidão local
F#º G7
Pealando mal e mal o que a razão quiser
C Em7
Amada me deu saudade
F
Me fala que a égua tá prenha que o porco tá gordo (bis)
F#º G7
Que o baio anda solto que toda cuscada lá em casa comeu)

(intro)

C F
Coisa mais sem sorte esta peste medonha
F#º C
Curando os mais bichados deu febre no gado

25
F
Não fosse a chuvarada se metendo a besta
G7 C
Traria mil cabeças com a bênção do pago

F
Dei falta da santinha limpando os pesuelos
F#º C
E do terço de tento nas prece sinuelas
F
Logo em seguidinha é semana santa
G7 C
Vou cego pra barranca e só depois vou vê-la

26
Um Pito

C G7
Olha guri, repares o que estás fazendo
C
depois que fores é difícil de voltar
G7
Ascende um pito e continuas remoendo
F G7 C
Teu sonho moço neste rancho abandonar
G7
Olha guri, lá no povo é diferente
C
E certamente faltará o que tens aqui
G7
Eu só te peço não esqueças de tua gente
F G7 C
De vez em quando manda uma carta, guri
D7 G7
(Se vais embora, por favor não te detenhas
F G7 C
Sigas em frente não olhes para trás
G7
Que assim não vais ver a lágrima insistente
F G7 C
Que molha o rosto do teu velho, meu rapaz)
Int.
G7
Olha guri, pra tua mãe cabelos brancos
C
E pra este velho que te fala sem gritar
G7
Pesa teus planos, eu quero que sejas brando
F G7 C
Se acaso fores pega o zaino para enfrenar
G7
Olha guri, leva uns cobres de reserva
C
Pega uma erva pra cevar teu chimarrão
G7
E leva um charque que é pra ver se tu conservas
F G7 C
Uma pontinha de amor por este chão
( )Int.

27
Ainda Existe um lugar
C
Venha sentir a paz que existe aqui no campo
G7
O ar é puro e a violência não chegou
F C
O céu bem limpo e muito verde pela frente
G7 C G7
E uma vertente que não se contaminou
C
Pela manhã o sol nascente vem sorrindo
C7 F
E os passarinhos cantam hinos no pomar
C
O chimarrão tem o sabor de esperança
G7 C G7
E uma criança traz um futuro no olhar

Refrão:
C G7 F C
De tardesita tem os banhos no riacho
C7 F
Jogo de truco junto a sombra do galpão
C
Uma purinha que faz rima com outro mate
G7 C (2x)
E um cão que late contra o guaxo no oitão

Intro: C7 F D7 G7 F C G7 C F C G7 C

C
O anoitecer nos apresenta mais estrelas
G7
Entre o silêncio que da paz para o luar
F C
De vez em quando um cometa incandescente
G7 C G7
Se faz presente pra um pedido repontar
C G7 C
Aqui a verdade ainda reside em cada alma
C7 F
Se aperta firme quando alguém lhe estende a mão
C
Se da exemplo de amor, fraternidade
G7 C G7
Aos da cidade que nem sabem pra onde vão

28
Refrão:
C G7 F C
De tardesita tem os banhos no riacho
C7 F
Jogo de truco junto a sombra do galpão
C
Uma purinha que faz rima com outro mate
G7 C (2x)
E um cão que late contra o guaxo no oitão

G7 C
E um cão que late contra o guaxo no oitão (2x)

Intro: C7 F D7 G7 F C G7 C F C G7 C

29
Mocito
E B7 E

B7
Antes tempos quando moço encilhava o melhor pingo
E
E saia nos domingos com as pilchas quem eram uma gala
B7
Conhecedor da escala um ventito que soprava
E
Coisas lindas bordoneava nas brancas franjas do pala

B7 E
Meu flete tordilho negro do pelo tão bem cuidado
B7 E
Do meu preparo chapeado da prata copiava o brilho
E7 A
E pra florear o estilo só de faceiro e daninho
E B7 E
Ia ao trote puladinho que nem o canto do grilo

B7 E
(Era meu gosto de moço nas tardes de carreirada
B7 E
No intervalo das largadas juntar a aba na fita
E7 A
E com a alma tangueadita e as nazarenas cantando
E B7 E
Em passeio ir gavionando por entre as moças bonitas

F# B7
De volta bem a noitinha hora em que a pampa adormece
E
E a natureza parece cochichar na voz dos rios
E7 A
Eu trazia sem fastio saudando a estrela boieira
E B7 E
Uma coplita campeira bem floreada no assobio)
Int. ( )

30
Cantos dos livres
E B7 E

B7
Se meu destino é cantar, eu canto
E F#m G#m
Meu mundo é mais que chorar, não choro
Gm F#m B7
A vida é mais do que um pranto, é um sonho
E
Como matizes sonoros

B7
Hay os que cantam desditas de amor
E F#m G#m
Por conveniência agradando senhores
Gm F#m B7
Mas os que vivem a cantar sem patrão
E
Tocam nas cordas do seu coração

A
/Quem canta refresca a alma
E
Cantar adoça o viver
B7
Assim eu vivo cantando
E
Pra aliviar meu padecer/

B7
Quisera um dia cantar com o povo
E F#m G#m
Um canto simples de amor e verdade
Gm F#m B7
Que não falasse em misérias nem guerras
E
Nem precisasse clamar liberdade

A
(No cantar de quem é livre
E
Hay melodias de paz
B7
Horizontes de ternura
E
Nesta poesia de andar)

31
B7
Quisera ter a alegria dos pássaros
E F#m G#m
Na sinfonia do alvorecer

Gm F#m B7
De cantar para anunciar quando vem chuva
E
E avisar que já vai anoitecer

B7
E ao chegar a primavera com as flores,
E F#m G#m
Cantar um hino de paz e beleza
Gm F#m B7
Longe da prisão dos homens, da fome
E
Pra nunca cantar tristeza
()//

32
Sabe Moço
Intro: Dm A7 Dm

Sabe moço que no meio do alvoroço


A7
Tive um lenço no pescoço que foi bandeira pra mim
E andei mil peleias em lutas brutas e feias
Dm
Desde o começo até o fim
Sabe moço depois das revoluções
A7
Vi esbanjarem brasões prá caudilhos coronéis
Gm
Vi cintilarem anéis assinatura em papéis
A7 Dm A7
Honrarias para heróis
D
É duro moço olhar agora prá história
A7
E ver páginas de glórias e retratos de imortais
G Em
Sabe moço fui guerreiro como tantos
A7
Que andaram nos quatro cantos
D D7
Sempre seguindo um clarim
G
E o que restou, ah sim
D
No peito em vez de medalhas
A7
Cicatrizes de batalhas
Dm A7
Foi o que sobrou prá mim

G
Ah sim
D
No peito em vez de medalhas
A7
Cicatrizes de batalhas
D G D
Foi o que sobrou prá mim

33
Gaudêncio Sete Luas
Intro: Am Am/G F E7

Am Am/G F
A lua é um tiro ao alvo
E7
e as estrelas bala e bala
Am Am/G F
Vem minuano e eu me salvo
E7
no aconchego do meu pala

Am A7 Dm
Se troveja gritaria
G C
Já relampeia minha adaga
Am Am/G F
Quem não mostra valentia
E7
já na peleia se apaga

Am A7 Dm
Marquei a paleta da noite
G C
com o sol que é ferro em brasa
Am Am/G F
O dia veio mugindo
E7
pra se banhar em água rasa

Am A7 Dm
Pra me aquecer Mate quente
G C
Pra me esfriar Geada Fria
F
não vai ficar pra semente
E7
quem nasceu pra ventania

Intro E7 Am

34
A trote
Am E7
Braseiros no pensamento escarcéus no coração
Am
Tenho a constância do vento e as rédeas soltas na mão
E7
São potros em reboldosa em penca desenfreada
Dm Am B7 F E7
Tem o mundo cor de rosa e tem a paixão da estrada

Dm Am Dm Am
Não há quem lhes ponha arreios trazem cismas de bagual
Dm Am B7 E7 A
São moços não usam freios maneia canga ou buçal

A
(Mas a vida em seu galope
Bm7
Não da alce e corcoveia
E7 Bis
E ensina que andando a trote
A E7
A rodada é menos feia)
Int.
E7
E então qual fruto maduro que não cai longe do pé
Am
Vão desfraldando futuros mesclando razão e fé
A7 Dm
É a vez de plantar raízes ser semente germinar
Bm7(b5) G7 C E7
Ir pincelando matizes por onde quer que se andar

Am A7 Dm
Tomara que o frio do inverno não me pegue distraído
Bm7(b5) Am B7 E7 A
E não me apodreça do cerno morrendo sem ter vivido
( ) ( )

35
Guri
D A7 Bm A7 D

A7 D
Das roupas velhas do pai queria que a mãe fizesse
A7 D
Uma mala de garupa e uma bombacha e me desse
A7 D
Queria boinas e alpargatas e um cachorro companheiro
A7 D
Pra me ajudar a botar as vacas no meu petiço sogueiro

A7 G D
Hei de ter uma tabuada e o meu livro querer ler
A7 G D
Vou aprender a fazer contas e algum bilhete escrever
A7 G D
Pra que a filha do seu Bento saiba que ela é meu bem querer
A7 D
E se não for por escrito eu não me animo a dizer Bis

G D7 G
Quero gaita de oito baixos pra ver o ronco que sai
D7 G
Botas feitio do Alegrete e esporas do Ibirocai
D7 G
Lenço vermelho e guaiaca compradas lá no Uruguai
D7 G
Pra que digam quando eu passe sai igualzito ao pai Bis
G Am7 D7 G Em7 Am7 D7 G
D7 C G
E se Deus não achar muito tanta coisa que eu pedi
D7 C G
Não deixe que eu me separe deste rancho onde nasci
D7 C G
Nem me desperte tão cedo do meu sonho de guri
D7 C G
E de lambuja permita que eu nunca saia daqui 3x
D C Bm Am G

36
Milongão Pra Assoviar Desencilhando
Dm A7 Dm
Silhueta de um fim de tarde, prenunciando a mesma sombra
A7 Gm F A7 Dm
Do tarumã bem copado contra o lado do galpão
A7 Dm
Que larga fumaça branca no mais alto se desenha
A7 Gm F A7 Dm
De certo é cambona e lenha na porfia do fogão

Gm
A gateada apura passo no acôo da cuscada
C7 F
Que faz festa com o retorno dos campeiros na mangueira
Bb A7
Silêncio se vai aos poucos pelas esporas nas pedras
Gm A7 Gm F A7 D
E os tinidos da barbela nos escarceios da oveira

Aos poucos, ouvem-se coplas num assobio compassado


A7
Que entram galpão à dentro, depois voltam mais sonoras
G D
Se vão tirando a carona, o xergão e entram mais calmas
A7 Dm
Parecem que campo e alma se mesclam bem nessa hora

A7 Dm
Água nos lombos suados, mais águas pras cambonas
A7 Gm F A7 Dm
E o galpão se para quieto pra escutar um campeiro
A7 Dm
Depois do dia de lida, de invernada e rodeio
A7 Gm F A7 Dm
Sobra tempo pra um floreio e um assobio milongueiro

Gm
Um mate recém cevado, silencia o galpão grande
C7 F
Reverenciando quietudes nas sombras que aquerenciei
Bb A7
E quem refaz o seu dia de bem com a vida no campo
Gm A7 Gm F A7 D
Um pelego sobre um banco é mais que um trono de rei

37
Ficou um resto de pasto agarradito no freio
A7
Esporas mangos e laços e um silêncio esperando
G D
Alguém de alma lavada á debruçar-se no violão
A7 Dm
E tocar um milongão pra assobiar desencilhando
A7 Dm
E tocar um milongão pra assobiar desencilhando

38
Na Fogueira da Milonga
Em
É de fogo essa milonga, que chega tomando conta
C B7
Se alastrando pelo coração, vem soprando suas brasas
Em
Botando fogo na casa quando acende a chama da emoção
C
Voa a cinza do silêncio quando venta um sentimento
B7 C
Junto às cordas do meu violão é língua de labareda
B7 Em
Que vem queimando tristeza, faiscando a solidão

É de fogo essa milonga, que chega tomando conta


C B7
Se alastrando pelo coração, vem soprando suas brasas
Em
Botando fogo na casa quando acende a chama da emoção
C
Voa a cinza do silêncio quando venta um sentimento
B7 C
Junto às cordas do meu violão é língua de labareda
B7 Em E7
Que vem queimando tristeza, faiscando a solidão

Am7 D7
(Ilumina minha noite quando sai
G7+ C7+
No vermelho desse fogo ela me atrai
F#m7 A/B B7/9 Em E7
Na fumaça da milonga é que eu procuro teus sinais
Am7 D7
Eu atiço essa milonga que se vai
G7+ C7+
Incendiando meu lamento e tudo mais

F#m7 A/B B7/9 Em


Milonga de chama viva faz arder meus fogueirais
C B7
Milonga que de sonho é feita
Em
Milonga que meu sonho esquenta
C B7 Em
Milonga vai queimando lenta sem se apagar
C B7
Milonga que meu fogo inventa

39
Em
E o fogo sempre mais aumenta
C B7 Em
[Eu jogo a minha lenha seca pra te ver queimar])
()[][]

Chamarra ou Chimarrita
40
É uma música litoraleña estilo folk musical, particularmente famoso nas
províncias de Entre Rios e Corrientes parte na Argentina e no Uruguai,
enquanto ele ainda está no Rio Grande do Sul e algumas cidades do sul do
Brasil .

Parece mostrar algum ingrediente afro e uma relação óbvia com o ritmo
milonga.

Musicólogo Renato Almenida brasileiro considerado o original das ilhas dos


Açores, que mantém o nome da chamarrita. Em seguida, ele foi introduzido no
Brasil por imigrantes de essas ilhas e de lá foi para a costa argentina e
Uruguai.

No Rio Grande do Sul é conhecido como chimarrita, em sua dupla cantando e


dançando, sendo bem apreciado nos Centros de Tradições Gaúchas.

BAT BAT BAT

Tertúlia
C G7
41
(Uma chamarra uma fogueira
E F
Uma chinoca uma chaleira
Ebº C
Uma saudade, um mate amargo
G7 C Bis
E a peonada repassando o trago
G7
Noite cheirando a querência
C
Das tertúlias do meu pago)

G7 C
Tertúlia é o eco das vozes perdidas no campo afora
G7 C
Cantiga brotando livre novo prenúncio de aurora
Bm7 E7 F Ebº C
É rima sem compromisso julgamento ou castração
G7 C
Onde se marca o compasso no bater do coração
()
G7 C
É o batismo dos sem nome rodeio dos desgarrados
G7 C
Grito de alerta do pampa tribuna dos injustiçados
Bm7 E7 F Ebº C
Tertúlia é o canto sonoro sem fronteira ou aramado
G7 C
Onde o violão e o poeta podem chorar abraçados
( ) Int.

Rancheira
42
É um estilo musical brasileiro, originada no meio rural. Apresenta variações
regionais, sendo as mais importantes a rancheira gaúcha, com marca da
influência do ritmo do norteargentino, e a rancheira sertaneja, originada
no Sudeste do Brasil, mais especificamente no interior paulista, com influência
de ritmos bolivianos e paraguaios.
A rancheira é também o nome da forma de dançar (bailar) que é adequada à
música.

abaf
abaf
ar ar

Baile de Candeeiro
43
Intro: D A7 D

D A7
Camisa branca lenço colorado
D
Umas botas novas calça de riscado
A7
E pelos cabelos muita brilhantina
D
Que tem bate coxa no salão da esquina

A7
E vou chegando meio ressabiado
D
Pelo lusco-fusco desse candieiro
A7
E no entreveiro busco a tal morena
D
Por quem me deixei assim enfeitiçado

A7
E já nos tocamos pro meio do baile
D
E mais uma volta e uma volta e meia
A7
Toca mais um xote mais uma vaneira
D
Que eu mostro o meu valor

A7
E eu me apeio pelo seu cangote
D
E o seu perfume me deixando tonto
A7
Mais uma volteada que eu não abro mão
D
De quem é o meu amor

D7 G
Ah, meu candieiro
A7 D
Se apagas teu lume agora
D7 G
Eu pego esta flor de morena
A7 D
Encilho o meu pingo e me vou mundo afora

Vanera
44
 É um tipo de dança típica do Rio Grande do Sul.
Assim como a vanera , a vanerinha, nasceu de origem alemã e se
desenvolveu no Rio Grande Do Sul. Seu ritmo foi influenciado pela habanera,
originada em Havana, Cuba, da mesma forma que vários outros encontrados
nos países hispano-americanos, como o tango, o samba canção e omaxixe. 1
De acordo com o andamento da música, têm-se as variantes vanerinha, para
ritmo lento, vanera, para ritmo moderado, e vanerão, para ritmo mais rápido.
Ao lado do xote, do bugio e do fandango, tornou-se uma das danças mais
populares do Rio Grande do Sul e dos outros estados da região sul, Santa
Catarina e Paraná, devido à migração de gaúchos para outras terras.
Foi levada também a Mato Grosso do Sul pelos gaúchos que para lá partiram
em busca de novas fronteiras agrícolas no século XX. Hoje pode-se encontrar
grupos famosos responsáveis pelo ritmo na região centro-oeste.

BAT
BAT

BAT BAT
BAT

Cheiro de galpão
45
C G7
Esta vaneira tem um cheiro de galpão
C
Que reascende meu olfato de guri
Am G7
É pau-de-fogo da memória dos fogões
C
Essência bugra que me trouxe até aqui

G7
Essa vaneira tem um cheiro chimarrão
C
De seiva xucra derramada no braseiro
Am G7
Quando a fumaça do angico se mistura
C Bis
Com um odor de figueirilha no palheiro
Int.
G7
Esta vaneira tem um que de quero mais
C
Que reativa o paladar que já foi meu
Am G7
Relembra a rapa da panela que furou
C
E no cantinho da memória se perdeu

G7
Esta vaneira tem sabor de araçá
C
Jabuticaba, guabiroba, ariticum
Am G7
Por isto lembro o tempo bueno de piá
C Bis
Enlambuzado de pitanga e guabijú
Int.
G7
Esta vaneira tem um dom de reviver
C
Fazer as cores que o tempo desbotou
Am G7
Sentir as formas que o tato esqueceu
C
E ser de novo o que eu fui e já não sou

G7
Esta vaneira tem um que de nostalgia
C
Que traz de volta o romantismo do cantor
Am G7

46
Revigorando um coração que endureceu
C
E não queria mais ouvir falar de amor
Int.

47
Sina de Gaiteiro
Intro: D B7 Em Am D B7 Em

C D7 G
Os botões da velha gaita vão semeando melodias
B7 Em
Que dos dedos do gaiteiro rebrotam em harmonia
C D7 G
Pedem vaza ao universo essas notas araganas
B7 Em
Campeando amores perdidos nos braços das quero manas Bis

D7 G
Se o tranco do fole lembra de mágoas e desencantos
B7 Em
Como chinas desprezadas choramingam pelos cantos Bis

Em D C B7 Em
(E quando o dia pede cancha num vaneirão derradeiro
B7 Em
Tramela aporta do rancho e cala a gaita e gaiteiro
B7 Em
Tramela aporta do rancho e cala a gaita e gaiteiro)
Int.
C D7 G
Os botões da velha gaita vão semeando melodias
B7 Em
Que dos dedos do gaiteiro rebrotam em harmonia
C D7 G
O braço rude do taita num vai e vem quase em coro
B7 Em
Nesta prosa de mão dupla ajeita mais um namoro Bis

D7 G
Essa é a sina do gaiteiro que ao se abraçar a parceira
B7 Em
Dá de graça essas venturas que campeou a vida inteira Bis
()

48
Rasguido Doble
É um estilo musical e uma dança de influência Afroamericano que corresponde
ao gênero de música popular litoral. Foi criado em 1940 pelo músico correntino
Mario Medina Millán, para compor "El Rancho de la Cambicha" em Goya
(Corrientes). Tem um caráter vivaz e exuberante e muitas vezes é confundido
com chamamé, apesar de serem dois estilos muito diferentes, mas ambos
pertencem à música litoral. Outro rasguido famoso é "Puente Pessoa» de
Trânsito Cocomarola Armando e Nelly, composta em 1953.

É considerado como um típico estilo correntino , enquanto a influência do


tango, foi dito que ele é um mal tocado. Em suas influências mais imediatas
fadinho ou fado Português, o que estava na moda em áreas de fronteira do
Brasil, e o montielero chamada Tanguito um folcórico entrerriano e estilo
camponês, originou a ser desempenhado acordeão ou cordiona peixeira.

BAT ‘
BAT

BAT BAT BAT

49
El Cosechero
Am
El viejo rio que va
E7
Cruzando el amanecer
Gm                            A7
Como un gran camalotal
             Dm
Lleva la balsa en su loco vaiven

Rumbo a la cosecha cosechero yo sere


     Am
Y entre copos blancos mi esperanza cantare
E7
Con manos curtidas dejare en el algodon
     Am        A7
Mi corazon.

Dm
La tierra del chaco quebrachera y montaraz
Am
Prendera en mi sangre con un ronco sapucay
E7
Y sera en el surco mi sombrero bajo el sol
     Am       A7
Faro de luz

        Dm
Algodon que se va ... que se va ... que se va ...
          Am
Plata blanca mojada de luna y de sol
           E7
Un ranchito borracho de sueños y amor
            Am  Dm Am E7 Am
Quiero yo

De corrientes vengo yo
E7
Barranquera ya se ve

50
Gm                             A7
Y en la costa un acordeon
                 Dm
Gimiendo va su lento chamame

Rumbo a la cosecha cosechero yo me ire


    Am
Y entre copos blancos mi esperanza cantare
E7
Con manos curtidas dejare en el algodon
       Am      A7
Mi corazon

        Dm
Algodon que se va ... que se va ... que se va ...
          Am
Plata blanca mojada de luna y de sol
           E7
Un ranchito borracho de sueños y amor
            Am  Dm Am E7 Am
Quiero yo
            Dm                Am
Quiero yo ...Quiero yo ...

51
PUENTE PESSOA
Intro.: Am G F E7 Am E7 Am G F E7 Am E7 Am G7 C

G7 C
Te recordas chinita do lugar tão lindo onde eu te beijei
G7 C
Extasiado em teus lábios tu me repetias não te esquecerei
C7 F Fm C
Tarde linda de sol testemunha de amor
G7 C
Neste lugar tão lindo amamos com alma esquecidos da dor

E7
(Como estará
Am
Pelas enseadas dos velhos ervais
E7
Os jasmineiros e orquídeas em flor
Am
Onde cantos um semente um zorzal
Am G F E7
Quero voltar
Am
A contemplar o teu meigo olhar
E7
E que me beijes como eu te beijei
Am G7 C
Junto a sombra do jacarandá)

G7 C
E este longo caminho que hoje o destino de ti me afastou
G7 C
Não poderá a distância vencer esta ânsia de unirmos nós dois
C7 F Fm C
Então cantarei noites lindas de amor
G7
A este céu divino céu continentino
C
Que a nós abraçou

52
Chamamé
É um gênero musical tradicional da província de Corrientes, Argentina,
apreciado também no Paraguai e em vários locais do Brasil (i.e. nos estados
do Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul) e em outros países. Em
sua origem se integram raízes culturais dos povos indígenas guaranis, dos
exploradores espanhóis e até de imigrantes italianos. Na Argentina, o
chamamé é dançado em compasso ternário, ou seja o chamamé valsado, na
língua indígena guarani, chamamé quer dizer improvisação. 1
O chamamé é o resultado do amor, da fusão de raças (etnias), que misturadas
com o tempo contaram a história do ser humano e de sua paisagem,
projetando-se inclusive para outras fronteiras. Utiliza o acordeão e
o violão como instrumentos principais.

B AT


B AT


BAT

P i m a m i

P i m a i m

53
Canto Alegretense
G D
Não me perguntes onde fica o Alegrete
G
Segue o rumo do seu próprio coração
C G
Cruzarás pela estrada algum ginete
D G
E ouvirás toque de gaita e violão

G D
Prá quem chega de Rosário ao fim da tarde
G
Ou quem vem de Uruguaiana de manhã
C G
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
D G
Mergulhado no Rio Ibirapuitã

D G
(Ouve o canto gaucheso e brasileiro
D G
Desta terra que eu amei desde guri
C G
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
D G
Pedra moura das quebradas do Inhandui)

G D
E na hora derradeira que eu mereça
G
Ver o sol alegretense entardecer
C G
Como os potros vou virar minha cabeça
D G
Para os pagos no momento de morrer

G D
E nos olhos vou levar o encantamento
G
Desta terra que eu amei com devoção
C G
Cada verso que eu componho é um pagamento
D G
De uma dívida de amor e gratidão

54
Pêlos
A9
Reculutando a potrada
F7(9) A9
Por as varas da mangueira
F7(9) A9
No bate patas do campo
F7(9) A9
Só ficam vultos e poeira

D A
(São gritos de bamo cavalo
E7 A 2x
Toca, toca êra, êra)

E7
Entre potros que amansei que sentei meu lombilho
A
Foram baios e ruanos sebrunos e doradilhos
E7
Já quebrei muitos tobianos alazão preto e tordilho
A
De vinagre até o negro todos pêlos eu encilho
Am Am G F E7
Gateados e lobunos zainos também domei
Dm E7 A
Um rosilhito prateado em malacaras andei

( )Int.

Am E7
/Arrocinei um bragado um oveiro negro um rosado
Dm
Um chita um branco melado
E7 A
E um picaço pata branca que por sinal desconfiado
E7
Especial baio gateado que nunca deixou me a pé
A
Um tostado bico branco tropeei muito em pangaré
E7
Um colorado cabano um azulego mui feio
A
Que as vezes em volta do rancho deixava mascando o freio/

D Ebº A
Só me falta o potro mouro

55
E7 A 2x
Que é pra sentar meus arreios
( )/ /

56
Batendo Água
G
Meu poncho emponcha lonjuras batendo água
Am7 D7
E as águas que eu trago nele eram pra mim

Asas de noite em meus ombros sobrando casa


C D7 G
Longe "das casa" ombreada a barro e capim

az tempo que eu não emalo meu poncho inteiro


Am7 D7
Nem abro as asas da noite pra um sol de abril

Faz muitos dias que eu venho bancando o tino


C D7 G
Das quatro patas do zaino pechando o frio

(Troca um compasso de orelhas a cada pisada


D7
No mesmo tranco da várzea que se encharcou
Am7 Bm C D7 |Bis
Topa nas abas sombreras, que em outros ventos
G
Guentaram as chuvas de agosto que Deus mandou)

G D7 Am D7 G Am D7 G
Meu zaino garrou da noite o céu escuro
Am7 D7
E tudo o que a noite escuta é seu clarim

De patas batendo n'água depois da várzea


C D7 G
Freio e rosetas de esporas no mesmo trim

alta distância de pago e sobra cavalo


Am7 D7
Na mesma ronda de campo que o céu deságua

Que tem um rumo de rancho pras quatro pata


C D7 G
Bota seu mundo na estrada batendo água

(Porque se a estrada me cobra, pago seu preço


57
D7
E desabrigo o caminho pra o meu sustento
Am7 Bm C D7 Bis
Mesmo que o mundo desabe num tempo feio
G
Sei o que as asas do poncho trazem por dentro)

58
Mercedita
Em Am Em
Que dulce encanto tienen tus recuerdos merceditas
B7 Em
Aromada, florecita amor mio de una vez
Em Am Em
La conoci en el campo allá muy lejos una tarde
B7 Em
Donde crecen los trigales província de Santa Fé

Em B7 Em
(Y así nacío nuestro querer con ilusión, con mucha fé
B7 Em G B7 Em
Pero no sé porque la flor se marchitó y morriendo fué
Em B7 Em
Y amandola con loco amor así llegué a comprender
B7 Am G B7 Em
Lo que es querer, lo que es sufrir porque le di mi corazón)

Em Am Em
Como una queja errante en la campiña vá flotando
B7 Em
El eco vago de este canto recordando aquel amor
Em Am Em
Pero apesar del tiempo transcurrido es Mercedita
B7 Em
La leyenda que hoy palpita en mi nostalgica canción

No rastro da gadaria
59
E
Já faz três dias que culatreio esta tropa
F#m7
Que vem mermando, quase chegando ao destino
A G#m7 F#m7
Canso cavalos no rastro da gadaria
B7 E
Nas alegrias poucas de um campesino

Bm7 E7 A
Só mais uns dias e a tropeada se termina
B7 E
Minguada é a plata para os que rondam madrugadas
Bm7 E7 A
Empurrando bois, nos encontros dos cavalos
B7 E
De longe os galos prenunciam alvoradas

De vez em quando um sapucay chamando a ponta


F#m7
E um índio touro abre o peito e atropela
A F#m7
Um cusco baio se revolta e garroneia
B7 E
O boi coiceia e, dando volta, se entrevera

Tranqueia o gado farejando um aguaceiro


F#m7
Que vem se armando lá prás banda oriental
A F#m7
Abrem-se ponchos na culatra e lá na ponta
B7 E
E o vento afronta mareteando o pastiçal

(Intro)

Troveja longe e o raio plancha na terra


F#m7
E a manga d´água já branqueia o corredor
A G#m7 F#m7
Encharca o poncho e a alma de quem tropeia
B7 E
Se o tempo enfeia pros lados do chovedor

Bm7 E7 A
Não vejo a hora de findar esta jornada
B7 E
E voltar pro rancho que ergui no meu lugar
Bm7 E7 A
60
Já imagino a minha linda na janela
B7 E
Sonhei com ela e pra ela vou voltar

(Refrão)

A G#m7 F#m7 B7 E
E o vento afronta mareteando o pastiçal (Bis)

De Cantar em Versos
61
A F#m7
A noite escura se enfeitou de lua
C#m F#7 Bm Cm
Flor amarela nos cabelos da morena
C#m F#7 Bm
E trouxe estrelas bonitas como a saudade
E7 A E7
Deste sorriso pra inspirar meus poemas

A F#m7
Estes teus olhos de estrelas pirilampas
C#m F#7 Bm Cm
Cristais de luas que brilham nas labaredas
C#m F#7 Bm
De um fogo grande bichará pro inverno
E7 A E7
Que põe lembranças a dançar na seda

C#m F#7 Bm Bm7


(E já faz tempo que a saudade vem gelando
E7 A E7
Toda campanha a imensidão do céu azul
C#m F#7 Bm Bm7 Bis
Só o braseiro do angico aquece a alma
E7 A E7
E o agosto nem chegou aqui no sul)
Int.
F#m7
Quando a saudade ganha força nas esporas
C#m F#7 Bm Cm
Logo se encilha um cismar sem fim
C#m F#7 Bm
Minha alma voa nas asas do vento
E7 A E7
Até seus olhos anoitecerem em mim

A F#m7
Então os mates ganham novo gosto
C#m F#7 Bm Cm
Pois são cevados no calor da tua mão
C#m F#7 Bm
E junto a ti meus olhos se acham
E7 A E7
Pois não precisam te buscar na imensidão

C#m F#7 Bm Bm7


(E nesta noite linda, a flor no cabelo
E7 A E7
Lembrou da lua só no universo

62
C#m F#7 Bm Bm7 Bis
Que brilha tanto e vem prá matar saudades
E7 A E7
Dessas bonitas, de cantar em versos)
Int. F A7M(9)

Paraguaita
63
E B7
Digo adeus meus companheiros
E
Vou me despedindo pra outra jornada
B7
Eu hoje estou entregando
E
O coração por ela minha namorada

A G#m7
(Linda Chiquita vou na tardezita te levar presentes
C#7 F#m
Dizer que te quero o coração palpita
B7 Bm7 E7
Atravessando a ponte do Rio Paraná

A G#m7
Paraguaita me mostra um sorriso da boca bonita
C#7 F#m
Ao abrir a porta da casa em que habitas
B7 E
Onde vou fazer o meu amor morar)

B7 A
Prenda bendita eu só quero ter
E
A cor dos teus cabelos
B7 A
Ficar olhando assim eternamente
E
Em teus olhos negros ah!
( ) Int.
B7 E B7 E
O meu amor morar o meu amor morar
B7 C D E
O meu amor morar

Tango
64
 É um tipo musical e uma dança a par. Tem forma musical binária e compasso
de dois por quatro. A coreografia é complexa e as habilidades dos bailarinos
são celebradas pelos aficionados.

Sua origem encontra-se na área de Rio da Prata, na América do Sul, nas


cidades de Buenos Aires e Montevidéu.
A música do tango não tem uma origem muito clara. De acordo com estudos
que não dispõem de numerosa documentação, o tango descenderia
da habanera e se interpretava nos prostíbulos de Buenos Aires e Montevidéu,
nas duas últimas décadas do século XIX, com violino, flauta e guitarra(violão).
Nessa época inicial era dançado por dois homens, daí o fato dos rosto virados,
sem se fitar. Depois, já nos anos 1910, como o sucesso em Paris foi aceito
pela aristocracia platina.
O escritor argentino Jorge Luis Borges afirmou que por suas características o
tango só poderia ter nascido em Montevidéu ou Buenos Aires. Obandoneón,
que atualmente caracteriza o tango, chegou à região do Rio da Prata por volta
do ano 1900, nas maletas de imigrantes alemães. Não existem
muitas partituras da época, pois os músicos de tango não sabiam escrever a
música e provavelmente interpretavam sobre a base de melodias já existentes,
tanto de habaneras como de polcas.

Tango do Meretrício
65
Gm
(Rasguei a certidão de casamento
D7
Finquei o braço na mulher
Dm7(b5) G7 Cm F7 Bb
foi um gritedo vesti uma fatiota elegante
Eb D7 Gm D7 Gm
Despachei duas amantes e me mandei pro chinaredo)

Não há lugar melhor que o meretrício


D7 Dm7(b5) G7
No vício é que eu encontro meu papel
Cm7 F7 Bb
Me enfrasco e canto um tango pras gurias
Eb Cm D7 Gm D7 Gm
Que eu sou filho de uma tia da empregada do Gardel

F7 Bb
Desde guri eu nunca fui um bom sujeito
D7 Dm7(b5) G7
Pois a falta de respeito sempre foi minha vocação
Cm7 F7 Bb
Me lendo a mão uma cigana disse tudo
Eb Cm D7 Dm7(b5) G7 ( Gm D7 Gm ) Bis
Ou capam esse cuiúdo ou emprenha toda nação

Int.( )
G7 Cm
Dizem que bom eu só vou ser depois de morto
D7 Dm7(b5) G7
Porque pau que nasce torto não dá mais prá endireitar
Cm F7 Bb
Eu sou teimoso e por não concordar com isso
Eb Cm D7 Gm D7 Gm
Me mandei pro meretrício e fico até desentortar

F7 Bb
Amanhã minha mulher que é uma cruzeira
D7 Dm7(b5) G7
Vai reunir a família inteira prá tentar me redimir
Cm F7 Bb
Mas eu garanto que enquanto tiver dinheiro
Eb Cm D7 Dm7(b5) G7 ( Gm D7 Gm )
Nem que chamem os bombeiros não me tiram mais daqui

Zamba
66
É um gênero musical que se originou na Argentina. Foi proposto ao país.

Os musicólogos concordam que vem de zamacueca, nascido em 1824, em


Lima, no momento em que o Peru tem a sua independência liderada pelo
argentino General José de San Martín.

Sua designação como "Zamba" refere-se a um termo colonial descendentes


mestiços de índio e negro (ou vice-versa) foi aplicado. A dança é projetado
para seduzir os sambas, e daí o seu nome, tanto no Peru e na Argentina.

Seu ritmo é controverso, pois existem alguns músicos que o definem como
puramente um ritmo de dança de 6/8, enquanto outros, como o músico Juan
Falu considerar é realmente uma batida de dança misturada com uma base em
3 / 4 e uma música em 6/8, enquanto outros, como Adolfo Abalos ou Hilda
Herrera que argumentam que isso é puramente uma dança em 3/4.

CH

Zamba de mi Esperanza
67
Intro: E B7 F# E B7 E A E B7 E

E
Zamba , de mi esperanza
B7
amanecida como un querer
F# E
Sueño , sueño del alma
B7 E
que a veces muere sin florecer
A E
Sueño, sueño del alma
B7 E
que a veces muere sin florecer

E
Zamba, a ti te canto
B7
porque tu canto derrama amor
F# E
Caricia,de tu pañuelo,
B7 E
que va envolviendo mi corazon
A E
Caricia,de tu pañuelo,
B7 E
que va envolviendo mi corazon

Refrão:
E B7
Estrella , tu que mirastes
E
tu que escuchastes mi padecer

Estrella,deja que cante


B7 E
deja que quiera como yo sè
A E
Estrella , deja que cante
B7 E
deja que quiera como yo sè.

( E B7 F# E B7 E A E B7 E )

E
El tiempo que va pasando
B7
como la vida no vuelve màs
F# E
El tiempo me matando

68
B7 E
y tu cariño serà, serà
A E
El tiempo me matando
B7 E
y tu cariño serà, serà

E
Hundido en horizontes
B7
soy polvareda que al viento và
F# E
Zamba, ya no me dejes
B7 E
yo sin tu canto no vivo màs
A E
Zamba, ya no me dejes
B7 E
yo sin tu canto no vivo màs

(Refrão)

Chacarera
69
 É uma dança e música populares originárias do noroeste
da Argentina dançada já desde o século XIX. A música toca-se geralmente
com violão, violino, acordeon e bombo leguero. Antes mesmo de existirem a
Bolívia e Argentina, como repúblicas que hoje conhecemos, a chacarera já era
dançada nas fazendas do Chaco (região de mais de 800.000 km²) no início
do século XVIII durante a conquista da Coroa Espanhola, na época colonial.
Erroneamente atribui-se a origem da chacarera ao folclore argentino, e isto
deveu-se à maior difusão desta dança nas cortes espanholas localizadas no
chamado Virreinato da Plata (Buenos Aires) do qual nasceu Argentina, em
contraposição ao chamado Virreinato do Peru (do qual fazia parte a Bolívia) na
qual também se praticava a chacarera por parte dos trabalhadores rurais nas
fazendas, porém sem maior estardalhaço e com matizes mais vigorosos e algo
diferentes no sapateado, vestimenta e cadência musical.

CH ‘

CH

BAT BAT

Chacarera do Tempo
70
(refrão)
Dm A#7 A7 Dm
É um potro que bate patas sobre os tambores da terra
A7 Dm
Feito quem declara guerra ao que chamamos presente
Gm7 Dm
É o que transforma em ausente o que nos parecia eterno
A# Gm7 A7
É o verão que vira inverno no infindo ciclo da gente
Gm7 F7 A7 Dm
É o verão que vira inverno no infindo ciclo da gente

A7 Dm
É chacarera truncada
A7 Dm
Que o tempo canta pra nós
Gm F7
Sempre na mesma batida
A7 Dm
Fazendo a vida mudar de voz
A7 Dm
Quem baila essa chacarera
A7 Dm
Não pode "afroxá” o "garrão”
Gm7 Dm
Hay que firma o puchero
A7 Dm
Batendo o legüero do coração

(refrão)
Dm A#7 A7 Dm
É o pranto que sai dos olhos, evapora e vira riso
A7 Dm
É a ilusão de um sorriso se transformando em saudade
Gm7 Dm
Não existe identidade na dinâmica da vida
A# Gm7 A7
Pois pode ser desmentida qualquer pretensa verdade
Gm7 F7 A7 Dm
Pois pode ser desmentida qualquer pretensa verdade

(refrão)
Dm A#7 A7 Dm
Quem vive vai rumo ao nada mas pode passar por tudo
A7 Dm
Se sabe apenas que o mundo não tem começo nem fim

Gm7 Dm
A história também é assim, andando sempre pra frente
A# Gm7 A7

71
E é só contar diferente pra que o Não nos diga Sim
Gm7 F7 A7 Dm
E é só contar diferente pra que o Não nos diga Sim

72
Chacarera de Las Piedras
E7 Am E7 Am E7 Am

C C
Aqui canta un caminante
C E7
que muy mucho ha caminado
Dm C
y agora vive tranquilo
E7 Am
en el cerro colorado.

Bis Intro

C C
Largo mis coplas al viento
C E7
por donde quiera que vo...oy
Dm C
soy arbol lleno de frutos
E7 Am
como plantita 'I misto...ol

Bis Intro

C C
Cuando ensillo mi caballo
C E7
me largo por las arenas
Dm C
y en la mitad del camino
E7 Am
ya me olvidao de las pe...nas

C C
Caminiaga Santa elena
C E7
el churqui rayo cortado
Dm C
No hay pago como mi pago
E7 Am
Viva el cerro colorado

Intro
C C
A la sombra de unos talas

73
C E7
yo he sentido de un repente
Dm C
a una moza que decia
E7 Am
sosiegue que viene gente

Bis Intro
C C
Te voy a dar un remedio
C E7
que es muy bueno pa'las penas
Dm C
grasita de iguana macho
E7 Am
mezcladita con yerba buena

Bis Intro
C C
Chacarera de las piedras
C E7
criollita como ninguna
Dm C
no te metas en los montes
E7 Am
si no ha sali...ido la luna

C C
Caminiaga Santa elena
C E7
el churqui rayo cortado
Dm C
No hay pago como mi pago
E7 Am
Viva el cerro colorado

74
Carnavalito
É uma música tradicional e dança que se dançava nos Estados Unidos desde
antes da chegada dos colonizadores europeus, sobreviveu e ainda é praticado
hoje no Norte da Argentina (Jujuy, Salta e Catamarca e Tucumán partes), na
área western Bolívia, , mas com certas figuras de outras danças incluindo a
passagem do tempo. Ele também é dançado no norte do Chile e partes do
Peru, Arequipa e Cajamarca.

CH

75
Carnavalito
C
Llegando está el carnaval
G
Quebradeño micho de tay
Em Bm Em
Fiesta de la quebrada
Bm Em Bm Em
humahuaqueño para agantar
Bm Em
Eljo, charango y pongo
Bm Em Bm Em
carnava lito para bailar
C A D7 G
Quebradeño humahuacerito
Em Bm Em
Fiesta de la quebrada
Bm Em Bm Em
humahuaqueño para agantar
Bm Em
Eljo, charango y pongo
Bm Em Bm Em
carnava lito para bailar

76

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