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Contencioso Tributário

Contencioso Tributário (Universidade Catolica Portuguesa)

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Baixado por Afonso Pedro (afonsopedro2010@live.com.pt)
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Vilhena
Loio

Contencioso Tributário
Mestrado em Direito Fiscal
Prof. Rui Morais
2º Semestre
2018/2019

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1. Procedimento Tributário
 Direito Fiscal é um sub-ramo do direito administrativo
 Quando existe uma solução diferente no direito administrativo, os
tribunais tendem a adotá-la e, portanto, podemos ter situações que apesar
de serem reguladas pelo direito tributário, na pratica acabam por
importar normas do CPA
 Legislação usada no procedimento tributário:
 LGT (lei ordinária, apesar de conter os princípios fundamentais) - 2001
 Código de Procedimento e Processo Tributário (desenvolvem-se os
princípios) – Código de 63 com revisões
 O Processo é um conjunto de atos para atingir um resultado e, há um conjunto
de atos que são essenciais e, outros que não são essenciais/decisivos
 Juridicamente visa-se obter uma decisão
 Estas regras existem por uma questão de racionalidade e, a lei pressupõe
que, se não se observarem, pelo menos, os passos essenciais pela sua
determinada ordem, o resultado é mau  esta é a razão de ser das
normas objetivas
 O cumprimento destas formalidades porque são pressuposto de
uma boa decisão são obrigatórias
 Se o vicio for essencial, o ato é anulado
 Procedimento e processo é a mesma coisa
 Procedimento: conjunto de atos dirigido a prolação de uma ação
administrativa
 Processo: quando visa uma decisão judicial
 Hoje em dia, grande parte dos procedimentos que tradicionalmente eram levados
a cabo pela administração, hoje são levados a cabo pelos particulares 
privatização
 O procedimento administrativo do ato tributário era a liquidação e, hoje,
nos principais impostos (IRC e IVA) é o próprio sujeito passivo que o
faz (liquida)
 Grande parte do contencioso tributário, mesmo aquele que é regulado
pelo CPPT são atos de liquidação

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 O procedimento de liquidação é o mais importante  a lei equipara a


uma atividade administrativa a liquidação dos particulares
 Uma das principais preocupações é a de comparar o erro do
particular na liquidação com o erro da administração
 No entanto, mantém-se o principio da equiparação, mas excluiu-
se as principais consequências
1.1. Princípios do Procedimento – Concretizações constitucionais (têm dignidade
constitucional)
 Artigos 55º e ss LGT
 Princípio da Justiça
 É um principio inerente à ideia de Estado de direito que não está
consagrado em lado nenhum (é tão obvio que não precisa de consagração
expressa)
 Princípio da Legalidade
 Estamos a falar de um principio da legalidade num sentido de legalidade
administrativa, ou seja, é uma tradução da evidencia do Estado de direito
de que a administração está sujeita à lei no sentido de que, tem de atuar
em conformidade com os objetivos que a lei aponta, nomeadamente,
quando tem um poder discricionário
 E, ainda, no sentido de que, quando não está previsto na lei, a
administração não pode atuar
 Há uma antítese entre os particulares e a administração e, portanto, a
atuação administrativa tem de ser ponderada com a liberdade dos
cidadãos
 Princípio da tipicidade // discricionariedade
 É necessária e, muitas vezes, não se pode tipificar porque seria
prejudicial
 Ex. rondas e patrulhas da policia, se houvesse uma tipicidade, os ladroes
saberiam sempre onde estavam e a que horas passavam
 O problema novo é saber se a administração pode não cumprir com a lei
porque cumprir com a lei, no caso concreto conduz a um resultado
injusto? (porque viola o principio de justiça ou o principio da boa fé) 
questão da tipicidade

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 Neste caso, os tribunais começam a mostrar alguma abertura,


porque, de certo modo a aplicação da norma num caso concreto
resulta num resultado que viola a constituição  deste modo
integramos a tipicidade
 Ex. caso da violação do principio de violação dos
exercícios  alguém contabilizou no exercício n + 1 um
gasto que devia ter sido registado no exercício n – o
Estado perdeu ou ganhou?
 Princípio da celeridade
 Os procedimentos e os processos devem ser céleres
 Dever de esclarecimento e informação
 Estamos a falar de um dever que não depende de qualquer
pedido/requerimento dos sujeitos passivos
 É um poder-dever da administração dirigido à generalidade dos sujeitos
passivos  é um impulso da administração
 Os deveres dos contribuintes cresceram totalmente e, portanto, estes
esclarecimentos são necessários, pelo que, temos a figura das orientações
genéricas
 Orientações genéricas = quando há situações duvidosas que,
muitas vezes conduzem a que, quer os contribuintes quer os
serviços tenham interpretações diferentes e, portanto, o chefe diz
aos seus hierárquicos como atuar  não são fonte de direito, mas
sim regulamentos internos
 Se seguir o que está na orientação, se cumprir de acordo
com uma orientação em vigor, a administração não pode
atuar de forma diferente, isto é, de forma mais lesiva  a
boa fé leva expressamente a que se o contribuinte seguir
as orientações o contribuinte não paga multas nem fica
lesado
 Para os tribunais uma orientação genérica vale como um
parecer

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 Uma boa parte das orientações genéricas da AT são


chumbadas pelos tribunais, não aceitam a sua
interpretação
 Dever de colaboração
 Muitas vezes, o ónus de colaboração é mais um ónus do que um dever
 Princípio da confiança
 Ex. pessoa faz uma operação vinte vezes e é sempre aprovada e um ano a
AT diz que não é assim quando durante estes anos todos a administração
aceitou e agora diz que há uma irregularidade  tem de haver um
princípio de confiança
 Dever de participação
 Há uma ideia filosófica: estado de direito democrático
 E uma ideia democrática
 As decisões têm de ser participadas, a administração tem de concretizar
discricionariedade de aprovar as coisas
 A ideia de participação é uma ideia de estado-consenso de uma
administração democrática
 Este principio tem pouca expressão em direito fiscal devido ao principio
da tipicidade, se não há discricionariedade então não pode haver a ideia
de participação
 Para que serve então este principio? Isto tem a ver com o instituto da
audição prévia
 Regra: sempre que a AT quer tomar uma decisão desfavorável ao
contribuinte deve previamente ouvi-lo. Mas, temos casos em que
a lei expressamente obriga
 A audição previa é um direito (o que significa que, se quiser
exerço se não quiser não exerço) e não uma obrigação ou um
ónus e, nos casos em que está na lei é uma formalidade essencial
 Ex. caso das inspeções
 A lei obriga a que, tendo sido exercido o direito de audição prévia
a Administração expressamente responda aquilo que de relevante
conste dessa audição – 60º/7 LGT (os elementos novos
suscitados pelo contribuinte são obrigatoriamente tidos em conta

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na fundamentação da decisão)  portanto, temos factos novos


que, objetivamente possam alterar o sentido da decisão da causa
 Saber se a resposta que a AT deu aos factos novos
apresentados pelo contribuinte em audição prévia, saber
se houve uma resposta suficiente
 Estando em causa um vicio de forma, a AT tem a
possibilidade de voltar a praticar o ato
 No direito administrativo vigora o principio do
aproveitamento dos AA, ou seja, apesar do vicio
aproveita-se em vez de anular o ato
 Quando se verifica a posteriori que, a audição previa era
irrelevante porque a decisão da AT tinha de ser aquela e
não outra, será que a omissão da audição previa se
degenera de formalidade essencial em formalidade
acessória  a formalidade essencial quando se demonstra
que, no caso concreto, não foi essencial, então não é
necessário repetir o ato
o No direito fiscal, o principio da tipicidade diz-nos
qual é a consequência fiscal, uma vez que, a regra
é a do principio da tipicidade
 Principio da confidencialidade
 Há uma dimensão de coincidência, ou seja, por exemplo: a CGD, temos
um banco público onde existiu corrupção e esse banco empresta centenas
de milhões a meia dúzia de pessoas, em circunstâncias a que ninguém
pode aspirar (caso das pessoas que pedem empréstimo para comprar uma
casa). O conhecimento pelo publico dos nomes destas pessoas, viola ou
não o sigilo bancário? O conhecimento do nome destas pessoas pelo
parlamento viola ou não, o segredo bancário? Este é o mesmo problema
da publicação das listas dos devedores às finanças
 Existe uma exceção prevista na lei, que tem a ver exatamente
com a publicidade dessas listas  Na prática, não funciona 
estamos perante um conflito entre o interesse daqueles que pagam

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os impostos em contraposição com aqueles que não pagaram os


seus impostos
 A publicação da lista dos devedores, especialmente das
empresas era muito importante, porque o 1º sinal de
alarme é exatamente o facto de deixarem de pagar
impostos  se não houvesse contramedidas,
naturalmente, que a primeira coisa que se deixa de pagar
são os impostos. Deste modo, as listas seriam uteis para
que, os outros parceiros e os clientes soubessem se há
sinais de alarme  Estas listas, na prática, não funcionam
porque os nomes que lá vão parar, não vai funcionar como
um alerta, uma vez que, já estão completamente falidos,
passando a lista a ser inútil
 O principio da confidencialidade tem a ver com todo o sigilo e não só o
bancário
 A tendência é a do esbatimento progressivo da oponibilidade, ou seja,
não é o segredo que diminui, os casos em que a informação da AT pode
ser partilhada é que são maiores
 Uma das áreas em que isto se internacionalizou foi na troca internacional
de informações entre os Estados
 Tudo isto torna altamente ineficaz a atividade da AT

2. Os sujeitos
 Tal como nas obrigações existem sujeitos ativos e sujeitos passivos
 A obrigação fiscal é complexa e gera uma infinidade de relações jurídicas,
nomeadamente declarativas, com uma multiplicidade de sujeitos
 Há a relação jurídica que, tem como objeto, a prestação de imposto/de tribute
 Questão de saber quem são as partes desta relação:
 Numa primeira perspetiva temos o sujeito ativo e o sujeito passivo
 Sujeito ativo
 Saber quem é o sujeito ativo não é uma coisa simples, tudo depende do
entendimento da expressão  depende da perspetiva

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 Ex. qual é o sujeito ativo do IMI? É o Estado, mas depois


a receita é a favor dos municípios
 A lei fala do sujeito ativo como aquele que tem o dever de exigir o
cumprimento da prestação  é quem o liquida e cobra
 Formalmente, o sujeito ativo é a administração fiscal  alguém que atua
em nome do Estado  numa perspetiva processual
 Note-se que, temos duas grandes administrações fiscais:
 AT
 Segurança social (existe um grande volume de tributo
cobrado pela SS)
 Administrações fiscais autárquicas
 Estamos a falar de uma relação procedimental e não de direito
substantivo
 Nota: a maior parte das contribuições financeiras não são administradas
pela AT
 Sujeito passivo:
 Tem legitimidade quem tiver um interesse legitimo e direto
 Os sujeitos passivos, por definição, não são apenas os contribuintes, mas
também os seus substitutos e os responsáveis tributários
 Também existem determinadas pessoas que são sujeitos passivos porque
têm um interesse direto
 Ex. Quando se pede empréstimo ao banco tem de se pagar IS,
quem determina qual é o imposto a pagar? Estamos perante um
caso de substituição tributaria total. Quem liquida o imposto? É o
substituto. Mas, e se eu não estiver de acordo com o montante de
imposto que o substituto liquidou? Isto é um problema comercial
ou fiscal?
 Estamos perante um problema de direito fiscal. Os litígios
entre o substituto e o substituído são bastante frequentes
porque o substituto não quer saber se o substituído está
isento ou não e, portanto, por questões de prudência, o
banco vai cobrar o valor mais alto  o cliente pensão ao
contrario e quer ter direito à isenção  o contribuinte não
é sujeito passivo porque formalmente não entra na

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relação, mas economicamente entra porque tem um


interesse direto
 Ex. Um advogado (intermediário) foi incumbido de tratar dos
papeis para fazer a escritura da casa. Para tal, tem de se pagar
IMT. Mas, a escritura correu mal (não se realizou). Relativamente
ao pagamento do IMT, o intermediário atuou como um gestor de
negócios  como não houve escritura, o homem não quer pagar
ao intermediário as despesas, nomeadamente, a do IMT 
portanto, este gestor de negócios cuja gestão não foi ratificada
tem legitimidade processual – apesar de o intermediário ter
atuado em nome do outro ele vai pedir em nome próprio a
devolução do dinheiro do IMT
 Legitimidade – art.9º CPPT
 O que é a legitimidade processual?
 A legitimidade é importante porque sem ela as decisões não são
vinculativas  existência de um interesse legitimo
 Quando existe um conflito objetivo, se os conflituantes não
tiverem todos no processo, então o processo não cumpre a sua
função  ideia da legitimidade – têm de estar todos no processo
3. Estrutura
 Há uma falta de instrumentos processuais no direito adjetivo tributário
 O processo e procedimento tributário assentam num código de 63, que era
caracterizado por uma grande simplicidade em comparação com o código civil
 Ex. A demanda B a pedir uma indemnização porque o cão de B mordeu o filho
de A. O cão tem um seguro  A intenta ação contra B, mas também é
necessário chamar a seguradora ao processo para acautelar o direito de regresso
 Problema: os municípios não administram/liquidam/cobram o IMI e o IMT
porque não tem estruturas próprias e, portanto, é mais fácil ser a AT, mas os
municípios não confiam na AT (acham que não zela devidamente pelos seus
interesses). Formalmente, a entidade competente que tem de estar em juízo é a
AT, mas quem sofre as consequências económicas é o município e, portanto,
neste caso, o município quer estar em juízo e o processo tributário não o permite
 existe um interesse paralelo ao interesse do réu, neste caso, ao da AT 

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 A competência da administração como sujeito procedimental depende de regras,


nomeadamente:
 Matéria
 A administração fiscal que tem legitimidade é aquela que tem
competência para praticar o ato /administrar um tributo
 Território
 Ao nível do procedimento existe uma ficção, uma vez que, em
principio quem pratica o ato continua a ser o chefe de finanças
local, quando na realidade são praticados pelos computadores.
 A competência em razão do território é bastante difícil, aliás, o
professor entende que nem faz sentido porque quase tudo está
centralizado devido aos computadores
 Assume-se que, quem praticou o ato foi quem está na notificação
e que, tem competência, pelo que, é uma questão interna. A
competência tem interesse, mas em saber onde é que entrego os
papeis
 Se entregar num serviço incompetente ele vai ter de
remeter para o serviço competente, pelo que, hoje em dia,
estas questões em razão do território não se colocam
 Valor
 Há umas normas (não interessa)
 Hierarquia
 Questão do recurso hierárquico
 As leis orgânicas dos serviços da Administração pública estão
sempre a mudar

Fases do Processo
 Fase de impulso: iniciativa – reclamação por escrito
 O impulso é do particular  esta iniciativa pode ser muito diversa
 Ex. construi uma casa – tenho de informar a AT (declarar)
 Ex. inicio uma atividade –tenho de declarar e liquidar
 Os procedimentos dirigidos à liquidação dos impostos são muito
diferentes, dependendo dos casos  os procedimentos mais numerosos

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não são aqueles que vamos falar (liquidação de impostos), mas sim
quando se dá cada tipo de imposto
 Como é que se pagam os impostos?
 Transferência bancaria – é o que as empresas normalmente fazem
 MB
 Hoje em dia, já não há o habito de ir às finanças
 A AT toma o impulso processual quando o contribuinte não cumpriu,
não entregou a declaração que deveria ter entregue  o impulso
procedimental da AT é supletivo
 Procedimento processual típico da AT: inspeção
 Situações em que o particular toma a iniciativa:
 Quando o contribuinte quer alguma coisa – ex. concessão de
beneficio, alteração de uma matriz, etc
 Fase de instrução:
 Ver o que é que o contribuinte quer
 Ouvir testemunhas, etc
 Nota: em nenhum procedimento/processo tem de haver esta
produção de prova testemunhal (ex. porque todos estão de acordo
com os factos)
 Por vezes, confundimos instrução com produção de prova
 No direito fiscal vale o princípio do inquisitório/ da verdade material
 O interesse público é o cumprimento da legalidade dos impostos,
de acordo com a lei
 No principio do inquisitório é necessário investigar, quem tem
que fornecer os indícios e as pistas é o particular porque ele é que
sabe o que está em causa
 Mas, há determinadas atitudes que têm de ser valoradas contra o
sujeito
 O contribuinte tem um dever/ónus de colaborar com a AT

Meios de prova

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 Em principio, em procedimento e processo tributário são admitidos todos os


meios de prova previstos  os meios de prova tradicionais estão previstos no
Código Civil que são normas de aplicação transversal,
 Exceto, aqueles que são, em geral, proibidos e aqueles que estejam
expressamente previstos (ex. tortura)
 No entanto, alguns procedimentos levam à seguinte questão: exemplo, há varias
normas que dizem que para este procedimento só se admite a prova documental,
a AT é só se for relevante para a boa decisão da causa  estas limitações são
constitucionais ou não?
 Jurisprudência: entende que, quando a lei diz que, em determinado
procedimento só são admissíveis documentos, isto deve ser entendido
como principio, salvo se, outros meios de prova se revelarem
indispensáveis
 Ex. um casal está junto e um deles compra uma casa e o outro
também contribui. Eu quero provar a união de facto, como é que
provo sem ser documentalmente? Tem de ser através de prova
testemunhal, neste caso é necessário para que possa provar a
união de facto
 Presunções:
 Tenho um facto conhecido para tirar um facto desconhecido
 As presunções baseiam-se nas regras normais da experiência
 Nas presunções legais existe uma inversão do ónus da prova
 Mas, as presunções judiciais são presunções naturais  é o aplicador da
lei que vai decidir
 As presunções podem ser ilidíveis ou inilidíveis, em direito fiscal as
presunções são sempre ilidíveis, se assim não fosse violaria o principio
da verdade material, ou seja, sob pena de serem inconstitucionais
 Se as presunções fossem inilidíveis a tributação poderia estar a
assentar em factos que não correspondiam à verdade
 Ficção:
 A lei sabe que aquilo não existe, não é verdade, mas tem razões válidas
para tratar a situação como se existisse porque há uma entidade
económica
 Aqui, sabe-se que a realidade é outra

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 Ex. se eu comprar um prédio por um valor inferior ao valor


patrimonial tributário, para efeitos fiscais vai-se ficcionar que eu
comprei o prédio pelo valor patrimonial tributário
 Decisões
 As decisões dos procedimentos e dos processos têm de ser
fundamentadas para convencer, para saber aquilo a que se está a opor, e
se se está a opor é porque quer que o juiz altere a decisão e, para tal, o
juiz também precisa de conhecer a fundamentação
 Os atos têm de ser fundamentados para garantir a legalidade e a
transparência
 Qual é a extensão do dever de fundamentar?
 A fundamentação tem de ser suficiente para que o destinatário
normal perceba
 Quanto mais complexo for e, houver potencial de litigio, mais
argumentativa e profunda tem de ser a fundamentação
 Fundamentação é insuficiente se não permitir a compreensão
 Em que momento é que tem que ser feita a fundamentação?
 Antes da decisão  não há fundamentações nem complementos
de fundamentação à posteriori  porque depois o
contrainteressado não iria ter direito de se defender
 Se estiver mal, não se vai fazer uma notificação à
posteriori, anula-se aquele projeto e faz-se um novo
 A fundamentação destina-se ao contribuinte, logo, tem que lhe
ser notificada  só produz efeitos a partir do momento em que é
comunicada, ou seja, não se pode notificar uma decisão e não diz
qual é a fundamentação, na esperança que não haja reação 
portanto, só é eficaz a partir do momento em que é notificada ou
se presume notificada
 Mas, pode acontecer que a fundamentação seja notificada de
forma incompleta:
 Se a omissão parcial de não ter comunicado na integra os
fundamentos, é a invalidade do ato

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 Art.37º/1 CPPT: nos casos em que não há uma insuficiência de


fundamentação, mas sim  o contribuinte é que tem o ónus de
fazer o requerimento para suprir o vicio
 O que é que acontece se a AT não decidir?
 Forma-se o indeferimento tácito  se a AT não decidir no prazo
devido (4 meses), ficciona-se como se houvesse uma decisão de
indeferimento – indeferimento tácito  para efeitos processuais é
como se fosse uma decisão negativa

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