Você está na página 1de 4

07/12/2020 1. Relações Internacionais: 1.

2 - atores

Este site foi desenvolvido com o construtor de sites .com. Crie seu site hoje. Comece já

Blog Sobre o Eu, Diplomata

Search Site
Eu, Diplomata
Todos posts Dicas Resumos Direito Interno Geografia História Mundial Economia Mais

Fev 17

1. Relações Internacionais:
1.2 - atores
Atualizado: Fev 22

Mas afinal, quem interage nesse sistema internacional? Os principais atores são os
Estados. Os Estados são unidades políticas que surgem com a Paz de Westphalia em
1648 e podem ser definidos como aqueles que possuem (1) território com fronteiras
definidas, (2) soberania política sobre o seu território, (3) um governo organizado e (4)
uma população que habita esse espaço organizado (atualmente existem cerca de 200
Estados independentes - 193 de acordo com a ONU). Os Estados reconhecem-se
mutuamente, respeitam os princípios de não intervenção e não ingerência e
estabelecem relações diplomáticas entre si. No entanto, isso não significa que não
busquem seus próprios interesses através de ações políticas internacionais, como a
própria guerra (o bicefalismo originário e secular das relações internacionais: a
capacidade de fazer guerra e os esforços para manutenção da paz), que segundo
Clausewitz, seria a política por outros meios, ou ainda, como afirma Raymond Aron, “na
legitimidade e na legalidade do recurso à força armada por parte dos atores” para
demonstrar a especificidade das relações internacionais. Mas os Estados não fazem uso
apenas da violência. Na verdade, eles visam um sistema internacional estável, mas não
a paz, que é vista como utópica. Para Hans Kelsen, por exemplo, a paz seria garantida
através do Direito. No entanto, conseguimos observar que a política se sobrepõe ao
Direito, já que a politização da paz se expressa pela duplicidade do Estado em defender
os interesses nacionais e o que supõe ser as aspirações da humanidade (existe uma
ligação estreita entre política interna e externa). Assim, a estabilidade pode ser
conseguida através da contenção e da dissuasão (intimidar) e é importante ressaltar
que essa estabilidade, nos dias atuais, também pode ser encontrada nas armas
nucleares, onde o equilíbrio acaba sendo mais sensível. Assim, a principal razão para o
estudo das relações internacionais está no fato de a população mundial estar dividida
em comunidades políticas distintas com Estados independentes que influenciam o
modo de vida de todas as pessoas.
Os Estados possuem um poder potencial ou seja a sua condição bruta de poder; e um
https://idiplomacia.wixsite.com/eudiplomata/post/1-relações-internacionais-1-2-atores 1/4
07/12/2020 1. Relações Internacionais: 1.2 - atores
Os Estados possuem um poder potencial, ou seja, a sua condição bruta de poder; e um
poderEste site foi desenvolvido com o construtor de sites
real, ou seja, a sua capacidade de converter .com. Crie seu site hoje.
esse poder bruto. Comece já
Os recursos de
caráter tradicional - dimensão territorial, natural (elementos geográficos, climáticos e
matéria-prima), demográfica (impacto populacional; crescimento populacional e
migrações), etc - também conhecido como hard power, juntamente com o soft and
cooptive power - fontes de poder econômico (influência nas esferas sociais, ideológicas
e culturais), ideologia (conjunto de valores e percepções para explicar e compreender a
realidade da sociedade humana; instrumento de construção política), tecnologia
(inovação tecnológica) e cultura - formam o smart power, a junção equilibrada dessas
duas fontes de poder. Dentro dessa lógica, conseguimos identificar as características
dos Estados no sistema internacional. Existe um estreito vínculo entre a percepção
ideológica de um governo e a sua atuação internacional. Superpotências ou potências
globais detém recursos nesses dois níveis, projetam poder de forma multidimensional
em nível mundial, possuem capacidade de exercício da hegemonia, além de uma
autonomia elevada e podemos citar, como exemplo, os Estados Unidos. Já as potências
regionais agem a nível regional. Possuem uma menor disponibilidade de recursos que
as nações de projeção global, mas são capazes de equilibrar ou desequilibrar um
espaço geográfico. Os Estados que detém uma quantidade razoável de hard e soft
power são os grandes Estados periféricos, as potências médias e países emergentes,
como é o caso do Brasil. E, por fim, existem os países que possuem um papel local
restrito, com baixa projeção global e regional e exercem um papel limitado, como a
Libéria.
O papel do Estado é garantir a segurança territorial e da sua população contra as
ameaças externas, promover a prosperidade econômica e o seu bem-estar social,
cobrar impostos, etc. As pessoas são moldadas de modo significativo pela realidade
existente na interação entre Estado e povo. Os Estados são independentes de outros
Estados porque possuem soberania, mas possuem a capacidade de unirem-se e
influenciarem-se na busca por meios de coexistirem e lidar uns com os outros,
formando, assim, o sistema de Estados. Estados isolados por ações do próprio governo
ou ações externas acabam gerando efeitos negativos sobre a própria população. As
relações internacionais focam na natureza e nas consequências dessas interações, já
que o relacionamento entre Estados é necessário.
O sistema de Estados é uma forma distinta de organizar a vida política mundial. As
relações internacionais surgem no início da Era Moderna (séculos XVI e XVII) na Europa
quando os Estados soberanos começam a ser estabelecidos. No início, o sistema de
Estados era europeu, mas com a ascensão dos Estados Unidos no final do século XVIII,
esse sistema torna-se ocidental. Nos século XIX e XX o sistema de Estados é ampliado e
passa a abranger todo o território global. O único grande território que não é
considerado um Estado é a Antártida porque é administrada por uma associação de
Estados que têm interesse em meio ambiente e no potencial em termos de pesquisa
científica e desenvolvimento econômico, como o Brasil, que possui uma base na região.
Existem, pelo menos, cinco valores básicos que os Estados devem defender: segurança,
liberdade, ordem, justiça e bem-estar. Esses valores são muito importantes para as
pessoas e devem, portanto, ser protegidos e garantidos. Na Era Moderna, o Estado tem
sido a principal instituição a cumprir essa função. E, ao mesmo tempo que o Estado
defende a segurança do seu território, ele ameaça a segurança dos outros. Esse
paradoxo do sistema de Estados é conhecido como dilema de segurança. Para lidar com
essa questão, a maioria dos Estados possui Forças Armada, sendo o poder militar uma
https://idiplomacia.wixsite.com/eudiplomata/post/1-relações-internacionais-1-2-atores 2/4
07/12/2020 1. Relações Internacionais: 1.2 - atores
condição essencial para que os Estados possam coexistir e se relacionar uns com os
Este site foi desenvolvido com o construtor de sites .com. Crie seu site hoje. Comece já
outros sem serem intimados ou subjugados. Os Estados também podem optar em
formar alianças militares, como é o caso da OTAN. Por fim, é importante garantir que
grandes potências não alcancem uma posição hegemônica de dominação total, com
base na intimidação, da coerção ou do uso absoluto da força, mantendo, assim, uma
balança de poder militar, ideia típica da teoria realista.
A liberdade, tanto pessoal quanto nacional, é um valor básico que o Estado também
tem responsabilidade. A guerra ameaça e destrói essa liberdade. Já a paz, por outro
lado, promove a liberdade. Essa abordagem é típica da teoria liberal. Ordem e justiça
também são valores importantes no escopo da proteção estatal. Para que haja
previsibilidade e estabilidade no sistema internacional é preciso que haja interesse
comum no estabelecimento e na manutenção da ordem internacional. Por isso, a
defesa do direito internacional é fundamental nesse caso, ou seja, manter o
compromisso com tratados e cumprir regras. É necessário, ainda, que aceitem as
práticas diplomáticas e apoiem as OIGs. A proteção dos direitos humanos, por exemplo,
possui uma estrutura legal internacional desde a Segunda Guerra Mundial. O estudo da
política mundial é típica da teoria da sociedade internacional das relações
internacionais.
Por fim, espera-se, ainda, que o Estado defenda a riqueza e o bem-estar
socioeconômico da população, especialmente em um ambiente tão interdependente
como o apresentado no atual cenário internacional.
As organizações internacionais governamentais ou intergovernamentais, ou OIGs,
também atuam no sistema internacional. Essas organizações são formadas pelos
Estados e são um espaço de negociação diplomática e construção de consenso.
Algumas OIGs podem atuar em um propósito mais abrangente ou em um propósito
único, além de poderem atingir o âmbito global ou regional. Os Estados, ao aceitarem
fazer parte de determinada OIGs, abrem mão de parte da sua soberania em respeito à
Carta ou Tratado que constitui a instituição; esse fato ajuda a fortalecer a organização
internacional. Um grande exemplo de OIG é a ONU.
Estados e OIGs são os grandes atuantes do sistema internacional. No entanto, é preciso
considerar as forças transnacionais interagindo nessa realidade. As forças
transnacionais são aquelas não estatais e que possuem um fluxo privado múltiplo
ligado à sociedade. Apesar de não estarem diretamente ligadas ao Estado, são capazes
de afetar a política destes. As ONGs, por exemplo, representam a sociedade civil e não
são lucrativas. Assim como as OIGs, podem atuar em âmbito local, regional ou mundial.
Possuem um caráter privado, espontâneo e solidário e ocupam, muitas vezes, espaços
não ocupados pelos Estados. As companhias multinacionais ou transnacionais são
outro exemplo porque atuam em diversos Estados e são capazes de influenciar países
menores, geram efeito sobre a política dos seus governos e sobre a riqueza e bem-estar
dos cidadãos. Podemos considerá-las como fonte de soft power para os países mais
poderosos. Outros grupos que também fazem parte das forças transnacionais são
sindicatos, igrejas, partidos políticos, máfia e grupos terroristas (grupos da sociedade
civil e da opinião pública).

Fonte:

Manual de Relações Internacionais da FUNAG


R l õ I t i i Ri d S it f
https://idiplomacia.wixsite.com/eudiplomata/post/1-relações-internacionais-1-2-atores 3/4
07/12/2020 1. Relações Internacionais: 1.2 - atores
Relações Internacionais - Ricardo Seitenfus
Este site foi desenvolvido com o construtor de sites .com. Crie seu site hoje. Comece já

Introdução às Relações Internacionais - Robert Jackson e Georg Sorensen

Política Internacional

Posts recentes Ver tudo

Edital Esquematizado RESUMO CAPÍTULO 2 -


de POLÍTICO… VINTE ANOS DE CRISE…

Inscreva-se aqui para receber todas as atualizações do blog! :D

Seu e-mail aqui! Clique Aqui

© 2023 by Glorify. Proudly created with Wix.com

https://idiplomacia.wixsite.com/eudiplomata/post/1-relações-internacionais-1-2-atores 4/4

Você também pode gostar