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)NTRODU¥ÎO MICROFONES

/SMICROFONESSEENCONTRAMNOINÓCIODACADEIAFORMADAPELOSEQUIPAMENTOSQUECONSTITUE
Introdução
OSISTEMADESONORIZA¥ÎO.OOUTROEXTREMODESTACADEIASEENCONTRAMOSAUTOFALANTES3ÎOEL
OSMICROFONESEOSAUTOFALANTES OSRESPONSÉVEISPORTRANSFORMARAENERGIAACÞSTICAEMELÏTRICA
Os microfones se encontram no início da cadeia formada pelos equipamentos que
PRIMEIRO EAENERGIAELÏTRICAEMACÞSTICA OSEGUNDO3ÎO PORTANTO OSTRANSDUTORESNOSISTEMA
constituem os sistemas de sonorização e gravação. No outro extremo desta cadeia se
&AZERATRANSDU¥ÎOCOMlDELIDADE EMUMSENTIDOOUEMOUTRO NÎOÏTAREFAFÉCIL EOSPROJETIST
encontram os auto falantes. São eles, os microfones e os auto falantes, os responsáveis
DEMICROFONESEDEAUTOFALANTES TEMUMADESAlOMUITOGRANDENAIMPLEMENTA¥ÎODETÏCNIC
por transformar a energia acústica em elétrica, o primeiro, e a energia elétrica em acústica,
o QUEVENHAMAMELHORARODESEMPENHODEAMBOS
segundo. São, portanto, os transdutores nos sistemas.
Fazer   a   transdução   com   fidelidade,   em   um   sentido   ou   em   outro,   não   é   tarefa   fácil,  
3ÎOVÉRIOSOSTIPOSDECONSTRU¥ÎODOSMICROFONES!QUIVAMOSANALISARAQUELESDEUSOMA
e   os   projetistas,   de   microfones   e   de   auto   falantes,   tem   uma   desafio   muito   grande   na  
COMUMEMSONORIZA¥ÎOPROlSSIONAL
implementação de técnicas que venham a melhorar o desempenho de ambos.
São vários os tipos de construção dos microfones. Aqui vamos analisar aqueles de uso
3ÎODUASASPRINCIPAISCLASSIlCA¥ÜESDOSMICROFONES DENOSSOINTERESSEQUANTOAMANEIRACOM
mais comum em sonorização e gravação.
FAZEMACONVERSÎODAENERGIAACÞSTICAEMELÏTRICA EQUANTOAMANEIRACOMOPERCEBEMOSSO
São   duas   as   principais   classificações   dos   microfones,   de   nosso   interesse:   quanto   a  
VINDODETODASASDIRE¥ÜES
maneira como fazem a conversão da energia acústica em elétrica, e quanto a maneira
como  percebem  os  sons  vindo  de  todas  as  direções.

As duas principais classificações dos microfones:


!SDUASPRINCIPAISCLASSIlCA¥ÜESDOSMICROFONES
- Quanto a maneira como fazem a transdução

1UANTOAMANEIRACOMOFAZEMATRANSDU¥ÎO
• Dinâmico

Sua  construção  é  mostrada  na  figura  1,  e  seu  funcionamento  se  baseia  no  fato  de  que  
$INÊMICO
quando   um   fio   de   material   condutor   corta   as   linhas   de   fluxo   de   um   campo   magnético,  
3UACONSTRU¥ÎOÏMOSTRADANAlGURA ESEUFUNCIONAMENTOSEBASEIANOFATODEQUEQUAND
aparece  uma  diferença  de  potencial  elétrico  nos  extremos  deste  fio.
UMlODEMATERIALCONDUTORCORTAASLINHASDEmUXODEUMCAMPOMAGNÏTICO APARECEUMADIFEREN
DEPOTENCIALELÏTRICONOSEXTREMOSDESTElO Fig. 1 - A membrana se move para dentro e para
fora da posição de repouso, a medida que incidem
sobre   ela   compressões   e   rarefações   do   ar.   Estas,  
&IG !MEMBRANASEMOVEPARADENTROEPARAFORADAPOSI¥
por sua vez, são produzidas pela nossa fala, pelo
DE REPOUSO
movimento de umaA MEDIDA QUEmovimento
corda, pelo INCIDEM SOBRE ELA COMPRESSÜE
da pele
de um tambor, ou pelo movimento de uma coluna de
RAREFA¥ÜESDOAR%STAS PORSUAVEZ SÎOPRODUZIDASPELANO
ar. Preso por trás da membrana há um cilindro sobre
FALA PELOMOVIMENTODEUMACORDA PELOMOVIMENTODAPELE
o   qual   é   enrolada   uma   bobina   de   fio   de   material  
UMTAMBOR OUPELOMOVIMENTODEUMACOLUNADEAR0RESOP
condutor. Esse cilindro se desloca, com o movimento
TRÉSDAMEMBRANAHÉUMCILINDROSOBREOQUALÏENROLADAUM
da membrana, dentro de um campo magnético
formado por polos magnéticos em que um deles
BOBINADElODEMATERIALCONDUTOR%SSECILINDROSEDESLOCA CO
tem a forma de um cilindro sólido e o outro a forma
OMOVIMENTODAMEMBRANA DENTRODEUMCAMPOMAGNÏT
de um anel, estando o primeiro dentro do segundo.
FORMADOPORPOLOSMAGNÏTICOSEMQUEUMDELESTEMAFORM
A bobina se movimenta, portanto, no espaço entre
DEUMCILINDROSØLIDOEOOUTROAFORMADEUMANEL ESTANDO
os dois polos, o gap, alternadamente, ora em uma
direção ora em outra. Isto faz surgir uma diferença
PRIMEIRODENTRODOSEGUNDO!BOBINASEMOVIMENTA PORTAN
de potencial nos extremos da bobina que também se
NOESPA¥OENTREOSDOISPOLOS OGAP ALTERNADAMENTE ORAE
alterna. Assim, quando ligamos o microfone a um pré
UMADIRE¥ÎOORAEMOUTRA)STOFAZSURGIRUMADIFEREN¥ADEP
amplificador,  temos  uma  corrente  elétrica  alternada  
TENCIALNOSEXTREMOSDABOBINAQUETAMBÏMSEALTERNA!SS
circulando neste pré que é análoga ao movimento
(acústico) alternado das partículas de ar à frente da
QUANDOLIGAMOSOMICROFONEAUMPRÏAMPLIlCADOR TEMOSUM
membrana.
CORRENTEELÏTRICAALTERNADACIRCULANDONESTEPRÏQUEÏANÉLOGAAOMOVIMENTOACÞSTICO ALTERNADODASPARTÓCU
DEARÌFRENTEDAMEMBRANA

1
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• Condensador / eletreto

Sua  construção  é  mostrada  na  figura  2,  e  seu  


funcionamento se baseia no fato de que alterando-
se a distância entre as placas de um capacitor,
altera-se a capacitância do mesmo.

Observamos vantagens e desvantagens


nestes dois tipos de construção que encontramos
em  aplicações  ao  vivo:

O dinâmico
- é mais robusto;
- suporta níveis de pressão sonora mais altos;
- não apresenta ruído de fundo considerável;
- não sofre com a umidade;
- não precisa de alimentação externa para fun-
Fig. 2 – O diafragma é montado sobre
uma   placa   condutora   fixa,   e   é   espaçado   cionar.
desta   por   uma   fina   camada   de   ar.  Assim  
é formado um capacitor. Esse capacitor é O condensador
polarizado por uma diferença de potencial - tem resposta de freqüências mais extensa;
elétrico de até 48V. Com o movimento do - tem melhor resposta à transientes;
diafragma, a distância entre este e a placa
fixa   é   alterada,   ou   seja,   a   distância   entre   -­   tem   incorporado,   normalmente,   filtros   passa  
as placas do capacitor muda, mudando altas.
assim a carga acumulada por ele, e,
conseqüentemente, a tensão elétrica na Outros tipos também comuns, e facilmente
saída do circuito, do qual o capacitor faz encontrados,   são  o  de  fita  (ribbon),   o  de  carvão  
parte.
ou carbono, e o de cristal ou piezoelétrico. Mas
não veremos aqui esses tipos, pois raramente
são  encontrados  em  nossas  aplicações.

- Quanto a maneira como percebem os sons vindo de todas as direções

• Omnidirecional

Se movimentarmos uma fonte sonora, produzindo um sinal constante, por toda a volta de
um microfone omni, e mantivermos, neste
movimento, a mesma distância entre a
fonte e a membrana do microfone, teremos
nos terminais do microfone uma diferença
de potencial constante.
Outra maneira de descrevermos esta
captação é pensando no conjunto de pontos
do espaço em que poderíamos posicionar
nossa fonte, para que tivéssemos a mesma
diferença de potencial nos terminais do mic,
estando nossa fonte produzindo um sinal
Fig. 3 – Se for mantida a distância da fonte sonora
à membrana do microfone, e se for mantida também constante. A maneira de expressar isto
a intensidade produzida pela fonte, o nível do sinal gráficamente  é  mostrada  na  figura  3.
elétrico nos terminais do microfone se manterá A construção do microfone omnidirecional
constante. é tal que apenas a parte frontal de sua

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membrana  fica  em  contato  com  o  ar.  Assim,  sons  vindos  de  todas  as  direções  incidindo  
sobre a membrana fazem com que ela se mova. Uma compressão no ar, vindo da frente
ou de trás, fará com que a membrana se mova para dentro, e fará com que tenhamos uma
mesma orientação na tensão elétrica nos terminais do mic. Uma rarefação no ar, também
vindo da frente ou de trás, fará com que a membrana se mova para fora, e fará com que
tenhamos uma mesma orientação na tensão elétrica nos terminais do mic, contrária à
primeira.
À medida que a freqüência do som incidente aumenta, o microfone se torna um anteparo
eficiente  para  a  energia  vindo  por  de  trás,  comprometendo  sua  omnidirecionalidade.

• Bidirecional

Nesta construção a membrana está exposta ao


ar pelos seus dois lados. Aqui também, todo som
vindo pela frente ou por trás vai fazer a membrana
vibrar. A diferença é que uma compressão vindo
pela frente fará a membrana se mover para um
lado, e a mesma compressão vindo por trás fará
a membrana se mover para o lado oposto. E, à
medida que nos aproximarmos das laterias do
Fig.  4  –  Essa  figura  mostra  o  local  no  espaço   microfone, a compressão incidente pela frente
onde a fonte deve estar, produzindo o mesmo tenderá a cancelar a compressão incidente por
nível de sinal, para que tenhamos um valor de de trás. Esta captação, também conhecida como
potencial elétrico constante nos terminais do “figura  de  8”,  é  mostrada  na  figura  4.
microfone.

• Unidirecional

A construção descrita acima é a base para a construção dos microfones direcionais.


Ranhuras são feitas no corpo do microfone, logo abaixo da membrana, permitindo que a
energia vindo por de trás incida sobre ela. Essa incidência por de trás interfere com a da
frente, e é controlada de forma a promover a direcionalidade na captação.
Os   microfones   unidirecionais   se   subclassificam   em   cardióides   ou   direcionais,  
supercardióides ou superdirecionais, e hipercardióides ou hiperdirecionais, à medida que
sua captação vai se tornando mais fechada.

○  Cardióide

Sua  captação  é  mostrada  na  figura  5  .

Fig.  5  -­  Essa  figura  mostra  o  local  no  espaço  onde  a  fonte  deve  
estar, produzindo o mesmo nível de sinal, para que tenhamos um
valor de potencial elétrico constante nos terminais do microfone.
Observe a incapacidade deste microfone em perceber sons
vindos diretamente de trás. Posicionando monitores aí (o
que nem sempre é possível) teremos a maior margem até a
realimentação.

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○  Supercardióide ○  Hipercardióide

Sua  captação  é  mostrada  na  figura  6  . Sua  captação  é  mostrada  na  figura  7  .

Fig.  6  -­  Essa  figura  mostra  o  local  no  espaço  onde   Fig.   7   -­   Essa   figura   mostra   o   local   no   espaço  
a fonte deve estar, produzindo o mesmo nível de sinal, onde a fonte deve estar, produzindo o mesmo nível
para que tenhamos um valor de potencial elétrico de sinal, para que tenhamos um valor de potencial
constante nos terminais do microfone. Observe que elétrico constante nos terminais do microfone.
este microfone possui alguma captação em seu eixo Observe que este microfone também possui
traseiro. O posicionamento dos monitores deve ser captação em seu eixo traseiro, e maior do que o
de forma a apontar para a região de nulo na captação supercardióide. O posicionamento dos monitores
do microfone. deve ser de forma a apontar para a região de nulo
na captação do microfone.

 A  figura  8  mostra  diagramas  polares  das  construções  apresentadas  aqui.


!lGURAMOSTRADIAGRAMASPOLARESDASCONSTRU¥ÜESAPRESENTADASAQUI

A B

C D E

&IG $IAGRAMASDECAPTA¥ÎODEMICROFONESOMNIDIRECIONALA BIDIRECIONALB CARDIØIDEC SUPERCARDIØIDED


Fig. 8 - Diagramas de captação de microfones omnidirecional (a), bidirecional (b), cardióide
EHIPERCARDIØIDEE 
(c), supercardióide (d) e hipercardióide (e).

!LGUMASCARACTERÓSTICASDOSMICROFONES
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EHIPERCARDIØIDEE 

Algumas características dos microfones


!LGUMASCARACTERÓSTICASDOSMICROFONES

A !RESPOSTADEAMPLITUDEEMFUN¥ÎODAFREQàÐNCIAÏUMACARACTERÓSTICAIMPORTANTE%LANOS
resposta de amplitude em função da freqüência é uma característica importante. Ela
nos dá uma indicação de como o microfone responde às diversas freqüências do espectro.
DÉUMAINDICA¥ÎODECOMOOMICROFONEÏSENSIBILIZADOPELASDIVERSASFREQàÐNCIASDOESPECTRO
Procuramos ter sempre a maior uniformidade possível na amplitude das freqüências, ou
0ROCURAMOSTERSEMPREAMAIORUNIFORMIDADEPOSSÓVELNAAMPLITUDEDASFREQàÐNCIASCAPTADAS OU
seja,  uma  resposta  flat.
SEJA UMARESPOSTAmAT
Os microfones condensador/eletreto possuem resposta mais extensa do que os dinâmicos.
/SMICROFONESCONDENSADORELETRETOPOSSUEMRESPOSTAMAISEXTENSADOQUEOSDINÊMICOS
Por terem massa móvel menor que os dinâmicos, conseguem se mover à freqüências mais
0ORTEREMMASSAMØVELMENORQUEOSDINÊMICOS CONSEGUEMSEMOVERÌFREQàÐNCIASMAISALTAS
altas que aqueles.
QUEAQUELES
Alguns microfones, notadamente os feitos
!LGUNSMICROFONES NOTADAMENTEOSFEITOS para captação
PARA CAPTA¥ÎO de SUA
DEVOZ TEM voz, tem sua
RESPOSTA resposta
ALTERADA
PROPOSITADAMENTE0OSSUEMUM hROLLOFFvNASBAIXASFREQàÐNCIAS EUMACENTONAREGIÎODEMÏDIAS
alterada  propositadamente.  Possuem  um  “roll  off”  nas  baixas  freqüências,  e  um  acento  na  
ALTASFREQàÐNCIAS
região de médias altas freqüências.
A  figura  9  mostra  exemplos  de  resposta  de  freqüências,  medidas  no  eixo  principal,  de  
!lGURAMOSTRAEXEMPLOSDERESPOSTADEFREQàÐNCIAS MEDIDASNOEIXOPRINCIPAL DEMICROFONES
microfones dinâmico (à esquerda) e condensador (à direita) típicos.
DINÊMICOÌESQUERDA ECONDENSADORÌDIREITA TÓPICOS

&IG

Fig. 9 - Resposta de amplitude com a freqüência de microfones dinâmico e condesador.



!V¡RICO6ERÓSSIMO  #OBERTURA "ARRADA4IJUCA 2* 4EL    WWWIATECCOMBR

¡IMPORTANTENOTARQUEARESPOSTADEFREQàÐNCIASDEUMMICROFONENÎOSEMANTEMAMESMA
É importante notar que a resposta de freqüências de um microfone não se mantem a
PARATODOSOSÊNGULOSDEINCIDÐNCIADOSOMEMSUAMEMBRANA!lGURANOSMOSTRADIAGRAMAS
mesma  para  todos  os  ângulos  de  incidência  do  som  em  sua  membrana.  A  figura  10  nos  
DECAPTA¥ÎODEMICROFONESPARADIVERSASFREQàÐNCIAS
mostra diagramas de captação de microfones para diversas freqüências.
"USCAMOSSEMPREAMAIORUNIFORMIDADENARESPOSTADEFREQàÐNCIASEMTODOSOSEIXOSAVOLTA
DOMICROFONE

&IGn/BSERVEQUEÌMEDIDAQUEAFREQàÐNCIAAUMENTAACAPTA¥ÎOVAISEESTREITANDO
Fig. 10 – Observe que à medida que a freqüência aumenta a captação vai se estreitando.

!RESPOSTAATRANSIENTESDIZRESPEITOARAPIDEZCOMQUEOMICROFONEREAGEÌSSÞBITASVARIA¥ÜES
Buscamos sempre a maior uniformidade na resposta de freqüências em todos os eixos
DEINTENSIDADESONORASOBRESUAMEMBRANA
a volta do microfone.
!QUIOSCONDENSADORESSUPERAMOSDINÊMICOS0ORTEREMMENORMASSAMØVELCONSEGUEMSAIR
A resposta a transientes diz respeito a rapidez com que o microfone reage às súbitas
DAINÏRCIACOMMAISFACILIDADE0ELAMESMARAZÎOCONSEGUEMPARAROMOVIMENTOMAISPRONTAMENTE
variações  de  intensidade  sonora  sobre  sua  membrana.
MAIORAMORTECIMENTO 
Aqui os condensadores superam os dinâmicos. Por terem menor massa móvel conseguem
!lGURAMOSTRAUMACOMPARA¥ÎOENTREARESPOSTAATRANSIENTESDASDUASCONSTRU¥ÜES
sair da inércia com mais facilidade. Pela mesma razão conseguem parar o movimento mais
prontamente (maior amortecimento).
&IG !CIMA O CONDENSADOR E
ABAIXOODINÊMICO
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DEINTENSIDADESONORASOBRESUAMEMBRANA
!QUIOSCONDENSADORESSUPERAMOSDINÊMICOS0ORTEREMMENORMASSAMØVELCONSEGUEMSAIR
DAINÏRCIACOMMAISFACILIDADE0ELAMESMARAZÎOCONSEGUEMPARAROMOVIMENTOMAISPRONTAMENTE
A   figura   11   mostra   uma   comparação   entre   a   resposta   a   transientes  
MAIORAMORTECIMENTO  das   duas  
construções.
!lGURAMOSTRAUMACOMPARA¥ÎOENTREARESPOSTAATRANSIENTESDASDUASCONSTRU¥ÜES
A sensibilidade nos fala da
intensidade do sinal elétrico na
&IG !CIMA O CONDENSADOR E
saída do microfone, dado um sinal
ABAIXOODINÊMICO
acústico de intensidade conhecida
na sua membrana.
Se temos dois microfones, e
produzimos a mesma pressão
acústica sobre a membrana de
ambos, dizemos que o microfone
de maior sensibilidade é aquele
que apresentará sinal elétrico de
maior nível em sua saída.
Os condensadores são mais
sensíveis que os dinâmicos.
O nível máximo admissível
antes da distorção é preocupante.
Fig.11 - Acima o condensador e abaixo o dinâmico Um cantor, por exemplo, pode
!SENSIBILIDADENOSFALADAINTENSIDADEDOSINALELÏTRICONASAÓDADOMICROFONE DADOUMSINAL produzir níveis da ordem de
130dBSPL no microfone, quando cantando colado a ele. Um bumbo pode chegar a produzir
ACÞSTICODEINTENSIDADECONHECIDANASUAMEMBRANA
140dBSPL
3E TEMOSno microfone.
DOIS MICROFONES E PRODUZIMOS A MESMA PRESSÎO ACÞSTICA SOBRE A MEMBRANA DE
Os dinâmicos suportam níveis mais altos que os condensadores. Portanto, ao usar
AMBOS DIZEMOSQUEOMICROFONEDEMAIORSENSIBILIDADEÏAQUELEQUEAPRESENTARÉSINALELÏTRICO
/NÓVELMÉXIMOADMISSÓVELANTESDADISTOR¥ÎOÏPREOCUPANTE5MCANTOR POREXEMPLO PODE
DEMAIORNÓVELEMSUASAÓDA
condensadores para captar fontes que produzem altos níveis de pressão, tome o cuidado
PRODUZIRNÓVEISDAORDEMDED"30,NOMICROFONE QUANDOCANTANDOCOLADOAELE5MBUMBO
/SCONDENSADORESSÎOMAISSENSÓVEISQUEOSDINÊMICOS
de usar um PODECHEGARAPRODUZIRD"30,NOMICROFONE
microfone que possua atenuador, ou terá o sinal saturando seu circuito
eletrônico. /SDINÊMICOSSUPORTAMNÓVEISMAISALTOSQUEOSCONDENSADORES0ORTANTO AOUSARCONDENSADORES 
O ruído de fundo, ou piso de ruído, é característico de circuitos eletrônicos. Portanto,
PARACAPTARFONTESQUEPRODUZEMALTOSNÓVEISDEPRESSÎO TOMEOCUIDADODEUSARUMMICROFONE
!V¡RICO6ERÓSSIMO  #OBERTURA "ARRADA4IJUCA 2* 4EL    WWWIATECCOMBR

aqui, os dinâmicos levam vantagem sobre os condensadores.


QUEPOSSUAATENUADOR OUTERÉOSINALSATURANDOSEUCIRCUITOELETRÙNICO
Uma característica importante dos microfones direcionais é a aquela conhecida como
“efeito de proximidade”, que é o aumento no nível dos graves, comparado ao dos médios
/RUÓDODEFUNDO OUPISODERUÓDO ÏCARACTERÓSTICODECIRCUITOSELETRÙNICOS0ORTANTO AQUI OS
e agudos, à medida que nos aproximamos da cápsula, quando falamos.
DINÊMICOSLEVAMVANTAGEMSOBREOSCONDENSADORES
Este   efeito   é   encontrado   nas   construções   direcionais   e   bidirecionais.   Nunca   nos  
omnidirecionais.5MACARACTERÓSTICAIMPORTANTEDOSMICROFONESDIRECIONAISÏAAQUELACONHECIDACOMOhEFEITO
É uma conseqüência da própria forma como são construídos, visando a
direcionalidade. DE PROXIMIDADEv QUE Ï O AUMENTO NO NÓVEL DOS GRAVES COMPARADO AO DOS MÏDIOS E AGUDOS
ÌMEDIDAQUENOSAPROXIMAMOSDACÉPSULA QUANDOFALAMOS
A   figura   12,   apresenta   um   gráfico   em   que   podemos   ver   o   resultado   do   efeito   de  
%STEEFEITOÏENCONTRADONASCONSTRU¥ÜESDIRECIONAISEBIDIRECIONAIS.UNCANOSOMNIDIRECIONAIS
proximidade.
¡UMACONSEQàÐNCIADAPRØPRIAFORMACOMOSÎOCONSTRUÓDOS VISANDOADIRECIONALIDADE
Alguns microfones unidirecionais são construídos de forma a minimizar o efeito de
! FIGURA  ABAIXO APRESENTA UM GRÉFICO EM QUE PODEMOS VER O RESULTADO DO EFEITO
proximidade.DEPROXIMIDADE

&IG

Fig. 12 - Efeito de proximidade.


!LGUNSMICROFONESUNIDIRECIONAISSÎOCONSTRUÓDOSDEFORMAAMINIMIZAROEFEITODEPROXIMIDADE

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O microfone PZM

PZM  são  as  iniciais  de  “Pressure  Zone  Microphone”,  que  siginifica  microfone  de  zona  de  
pressão.
Nesta construção a membrana do microfone é colocada muito próximo a uma superfície.
Nessas  condições  ela  percebe  as  variações  de  pressão  das  partículas  de  ar,  daí  o  nome.  
Estando  a  membrana  tão  próxima  da  superfície,  os  sinais  direto  e  refletidos  nela  incidentes,  
possuem um espaçamento de tempo entre si tão curto que cancelamentos vão ocorrer em
freqüências  muito  altas.  A  figura  13  mostra  esta  situação.

&IG 3O
M
D
IRE
TO

3O
M
RE
mE
TID
O

Fig. 13 - O microfone PZM.

Microfones sem fio


-ICROFONESSEMlO
A maneira tradicional, e ainda mais comum, de levar o sinal do microfone até a console,
é!MANEIRATRADICIONAL EAINDAMAISCOMUM DELEVAROSINALDOMICROFONEATÏACONSOLE Ï
através de cabo. O condutor transporta a corrente elétrica proveniente da diferença de
ATRAVÏSDECABO/CONDUTORTRANSPORTAACORRENTEELÏTRICAPROVENIENTEDADIFEREN¥ADEPOTENCIAL
potencial elétrico nos terminais do microfone, quando ligado à console.
ELÏTRICONOSTERMINAISDOMICROFONE QUANDOLIGADOÌCONSOLE
Desde que os circuitos de rádio transmissão se tornaram reduzidos de maneira a caber
$ESDEQUEOSCIRCUITOSDERÉDIOTRANSMISSÎOSETORNARAMREDUZIDOSDEMANEIRAACABERDENTRO
dentro  do  corpo  do  microfone,  e  confiáveis  o  suficiente  para  termos  a  voz  do  cantor  “no  ar”  
DOCORPODOMICROFONE ECONlÉVEISOSUlCIENTEPARATERMOSAVOZDOCANTORhNOARvDURANTETODO
durante todo o show (ou quase...), eles foram incorporados à nossa atividade. A ausência
OSHOWOUQUASE ELESFORAMINCORPORADOSÌNOSSAATIVIDADE!AUSÐNCIADOCABOTRÉSMUITOMAIS
do cabo trás muito mais mobilidade ao cantor, ao músico, ao ator e, principalmente, ao
MOBILIDADEAOCANTOR AOMÞSICO AOATORE PRINCIPALMENTE AODAN¥ARINO%STAÏAPRINCIPALRAZÎO
dançarino. Esta é a principal razão da enorme aceitação dos rádios como meio de ligação
DAENORMEACEITA¥ÎODOSRÉDIOSCOMOMEIODELIGA¥ÎOENTREOMICROFONEEACONSOLE
entre o microfone e a console.
!TRANSMISSÎOÏFEITAEMFAIXASLIMITADASDASBANDASDE6(&6ERY(IGH&REQUENCY QUEVAIDE
A transmissão é feita em faixas limitadas das bandas de VHF (Very High Frequency),
-(ZATÏ-(ZEDE5(&5LTRA(IGH&REQUENCY QUEVAIDE-(ZATÏ'(Z
que vai de 30MHz até 300MHz e de UHF (Ultra High Frequency), que vai de 300MHz até
/SSISTEMASCOMUMÞNICORECEPTORUMAÞNICAANTENA DEVEMSERUSADOSEMSITUA¥ÜESONDE
3GHz.
SEESTEJACOMPLETAMENTESEGURODEQUENÎOACONTECERÎOhDROP OUTSv OUSEJA AANTENATRANSMISSORA
Os  sistemas  com  um  único  receptor  (uma  única  antena),  devem  ser  usados  em  situações  
NÎOSEDESLOCAMUITOEMRELA¥ÎOARECEPTORA3EATRANSMISSORASEDESLOCAMUITO APOSSIBILIDADE
onde   se   esteja   completamente   seguro   de   que   não   acontecerão   “drop-­outs”,   ou   seja,   a  
DEHAVERINTERFERÐNCIASDESTRUTIVASENTREOSINALDIRETOEALGUMREmETIDO PODESERGRANDE!ÓOIDEAL
antena transmissora não se desloca muito em relação a receptora. Se a transmissora se
ÏSETERUMSISTEMADEDIVERSIDADENARECEP¥ÎO DOISRECEPTORESDUASANTENAS 
desloca muito, a possibilidade de haver interferências destrutivas entre o sinal direto e
/SSISTEMASCOMUMAÞNICAFREQàÐNCIAPORTADORA ESTABELECIDADEFÉBRICA DEVEMSERUSADOS
algum  refletido,  pode  ser  grande.  Aí  o  ideal  é  se  ter  um  sistema  de  diversidade  na  recepção,  
ONDESEESTEJACOMPLETAMENTESEGURODEQUENÎOACONTECERÎOINTERFERÐNCIAS OUSEJA ONDENÎO
dois receptores (duas antenas).
EXISTEOUTROENLACEDERÉDIOTRANSMITINDONAMESMAFREQàÐNCIA OUEMFREQàÐNCIAMÞLTIPLADELA
Os sistemas com uma única freqüência portadora, estabelecida de fábrica, devem ser
OUATÏPRØXIMAAELA DEPENDENDODAPOTÐNCIA COMPOTÐNCIASUlCIENTEPARAINTERFERIR OUMAS
usados onde se esteja completamente seguro de que não acontecerão interferências, ou
CARARATRANSMISSÎODOMICROFONE!ÓOIDEALÏSETERUMSISTEMAQUEPERMITAATROCADAFREQàÐNCIA
seja, onde não existe outro enlace de rádio transmitindo na mesma freqüência, ou em
PORTADORA
freqüência múltipla dela (ou até próxima a ela, dependendo da potência), com potência
0ARAASLOCADORASDESISTEMASDESONORIZA¥ÎO QUEVIAJAMMUITOEMONTAMSEUSEQUIPAMENTOS
suficiente  para  interferir,  ou  mascarar  a  transmissão  do  microfone.  Aí  o  ideal  é  se  ter  um  
EMDIFERENTESREGIÜESDOPAÓS ÏUMANECESSIDADEOUSODESISTEMASEMDIVERSIDADEECOMSELE¥ÎO
sistema que permita a troca da freqüência portadora.
DEFREQàÐNCIAS
Para as locadoras de sistemas de sonorização, que viajam muito e montam seus
equipamentos  em  diferentes  regiões  do  país,  é  uma  necessidade  o  uso  de  sistemas  em  
diversidade e com seleção de freqüências.
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DIRECT INJECTION BOXES (DIS)

Temos algumas maneiras de captar o som dos instrumentos.


Uma delas, como já vimos, é através dos microfones. Eles captam a energia acústica,
que se propaga pelo ar, produzida pelos instrumentos.
Outra  é  através  de  dispositivos  de  contato,  normalmente  piezoelétricos,  que  são  fixados  
em   algum   lugar   estratégico   de   suas   superfícies,   e   percebem   as   vibrações   mecânicas  
dessas  superfícies,  transformando-­as  em  vibrações  elétricas  correspondentes.  São  usados  
em  situações  em  que  o  microfone  deixa  o  sistema  mais  sujeito  à  realimentação,  como  um  
violão acústico ou piano acústico.
Uma  terceira  é  através  da  geração  de  tensão  elétrica  por  variação  do  fluxo  magnético.  
Esta última é usada porque o instrumento não gera energia sonora a níveis que sensibilizem
o  microfone,  e  nem  possui  caixa  que  ressoe  amplificando  o  som  de  suas  cordas,  como  as  
guitarras e contrabaixos elétricos.
As  consoles  profissionais  são  fabricadas  com  características  de  impedância  e  nível  em  
suas  entradas  compatíveis  com  as  das  saídas  dos  microfones  também  profissionais:  baixa  
impedância e baixo nível (no bom sentido). Essas características, nos captadores, são
totalmente diferentes, alta impedância e níveis altos. Um captador magnético de guitarra
ou contrabaixo possui uma impedância que sobe com a freqüência (indutiva). Ligar este
instrumento em uma entrada de impedância mais baixa produz perda de nível, principalmente
nas  altas  freqüências:  o  som  resulta  fraco  e  “abafado”.  Daí  a  necessidade  de  utilizarmos  um  
equipamento que proporcione a interface entre os captadores e as entradas das consoles.
Esse equipamento é chamado de Direct Injection Box (caixa de injeção direta), a
conhecida  DI.  Ela  baixa  a  impedância  de  saída  dos  captadores,  que  é  da  ordem  de  50kΩ  
a   100kΩ,   para   150Ω   ou   200Ω,   que   é   a   impedância   de   saída   dos   microfones   de   baixa  
impedância. E baixam também o nível, que é da ordem de décimos de volt na saída dos
captadores, para alguns milivolts, que é o nível na saída dos mesmos microfones. Além
disso, fazem um balanceamento na linha, permitindo que o cabo que transporta seu sinal
possa  ter  comprimentos  longos,  como  nas  ligações  dos  microfones  balanceados.
As DIs podem ser construídas de duas maneiras: com circuito passivo, ou com circuito
ativo.
Uma DI passiva consiste em um transformador de áudio de alta para baixa impedância,
que, como único componente desse circuito (no mais, são os resistores opcionais para a
função  “pad”),  vai  determinar  a  qualidade  da  DI.
Uma DI ativa consiste em um circuito eletrônico que desempenha a função do transforma-
dor de áudio. Logo sua qualidade vai depender da qualidade dos componentes do circuito,
bem como da qualidade do projeto desse circuito. Como todo circuito eletrônico este
também precisa de alimentação elétrica para funcionar, e essa alimentação é geralmente
fornecida pela console onde está ligado (neste caso, a alimentação é chamada de “phantom
power”).
O que se encontra normalmente em ambos os tipos são dois plugues fono mono na
entrada,  em  paralelo,  um  para  ligar  o  instrumento  e  outro  para  ligar  ao  amplificador;;  uma  
chave  que  suspende  o  fio  terra  (ground  lift);;  um  plugue  XLR  que  fornece  o  sinal  já  balanceado;;  
e  a  chave  “pad”  que  introduz  uma  redução  de  20  ou  30  dB  no  nível  do  sinal.  Podem  ser  
encontrados  outras  chaves  e  sinalizações,  que  variam  de  fabricante  para  fabricante,  sempre  
explicadas por eles.

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CONSOLES DE MIXAGEM

Introdução

Entende-­se  por  mixer,  ou  console  de  mixagem,  ou  “mesa  de  áudio”,  qualquer  aparelho  
capaz de receber vários sinais e mixá-los (somar os sinais), entregando o sinal mixado
resultante a uma ou mais saídas.
   É  claro  que  essa  definição  é  muito  abrangente,  podendo  ir  desde  um  simples  somador  
de dois canais, até complexas consoles com dezenas de entradas e saídas. Portanto, elas
variam em tamanho e complexidade, desde um mixer pequeno e simples até uma console
grande  e  repleta  de  funções.
A mesa é o item dos equipamentos, em um sistema de áudio, com o qual exercemos
o maior número de controles sobre os sinais, em diversos níveis. Merece, portanto, muito
cuidado no trato.
   As  mesas  podem  ser  “reais”  ou  “virtuais”.  Uma  mesa  real  é  formada  por  componentes  
físicos, e o sinal de áudio passa realmente por dentro dela, seja em forma analógica ou
digital. Uma mesa virtual é uma superfície de controle, no mesmo sentido que um teclado +
mouse de computador, controlando parâmetros de sinais que, de fato, não existem dentro
dela, e que na realidade estão sendo tratados em um Processador Digital de Sinais (DSP),
ou pelo menos em processadores analógicos controlados por computador.
Existem, ainda, mesas em forma de software, que só aparecem na tela do computador
quando é carregado o programa, o qual controla circuitos com DSP.
Nas mesas virtuais a superfície de controle, ou mesmo a tela do programa, ainda
guarda enorme semelhança com a coisa real, para facilitar a vida de quem as opera.
Em qualquer desses casos, os princípios aqui mostrados se aplicam. Muito embora as
referências sejam a mixers e circuitos reais, ao se migrar para o virtual todo o conhecimento
é aproveitado.
   Os  elementos  que  compõe  um  mixer  são:
Somador – um circuito onde entram vários sinais, e sai um sinal que é a soma das
entradas;
Atenuador – um elemento no qual o sinal de saída é igual ou menor que o sinal na
entrada;
Amplificador  –  tem  função  oposta  a  do  atenuador,  ou  seja,  em  sua  saída  o  sinal  é  igual  
ou maior que em sua entrada;
Chaves – servem para interromper ou mudar o caminho percorrido por um sinal;
Outros circuitos – são representados por blocos, isto é, retângulos com indicação da
função do circuito.

Operacional

Podemos dividir a console em três partes: os canais de entrada, a seção master, e o


painel   traseiro.   Vamos   ver   as   funções   básicas   que   constituem   cada   uma   dessas   partes,  
num exemplo de console que vamos imaginar.

- Canais de entrada

Os   chamados   canais   de   entrada,   em   que   são   ligados   os   diversos   sinais   que   compõe  
o programa a ser mixado, podem ser mono ou estéreo. Nos canais mono, que são em
maioria numa console, ligamos os diversos instrumentos. Nos canais estéreo ligamos CD
players, voltas de efeitos, e também instrumentos estéreo, como teclados.
A   figura   1   mostra   um   exemplo   de   canal   mono,   e   a   figura   2   um   exemplo   de   canal  
estéreo.

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• Seção de entrada do canal

(1) O controle de ganho de entrada serve, como o


nome diz, para ajustar o ganho a ser dado ao sinal
que entra no canal. Ou, em outras palavras, ajusta a
sensibilidade do canal em função do nível do sinal que
nele chega.
(2) A chave pad trabalha junto ao controle de ganho,
e serve para reduzir o nível do sinal de entrada no
montante marcado nela (20 ou 30 dB).
(3) A chave mic/line permite a seleção de uma
entre as duas entradas que cada canal possui. Uma
de microfone, baixa impedância e balanceada, e outra
de linha, alta impedância e desbalanceada.
(4) A chave +48V, phanton power, uma vez acionada,
permite que a tensão necessária a alimentação de
microfones a condensador e DIs ativas, seja a eles
fornecida pela fonte da console.
(5)  A  chave  marcada  com  a  letra  grega  φ  (leia-­se  
“fi”),   faz   inversão   na   polaridade   do   sinal   de   entrada.  
Inverte  as  ligações  dos  fios  entre  os  pinos  2  e  3.
(6)  A  chave  hi-­pass  liga  no  circuito  um  filtro  passa-­
altas, cortando as baixas freqüências do sinal de
entrada.  A  freqüência  de  corte  do  filtro  é,  na  maioria  
das vezes, marcada no painel ao lado da chave (nesse
caso 100Hz), e sua atenuação, na maioria das vezes,
é à razão de 12 dB / oitava. Em consoles com mais
recursos,  encontramos,  além  da  chave  que  liga  o  filtro,  
um potenciômetro rotativo que nos permite selecionar
a  freqüência  de  corte  do  filtro.

• Seção de equalização do canal

(7)  A  seção  Hi,  no  equalizador  do  canal,  é  um  filtro  


shelving que acentua ou atenua as freqüências acima
da  de  corte,  que  neste  caso  é  fixa  e  igual  a  12kHz.
(8)  A   seção   MidHi   é   variável,   de   600Hz   a   14kHz,  
do   tipo   peaking,   ou   bell,   apresentando   controles   de  
seleção   da   freqüência   central   de   atuação   do   filtro,   e  
de ganho ou atenuação.
(9) A seção MidLow é como a anterior. A variação
da  fc  do  filtro  é  de  80Hz  a  2kHz.
(10) A seção Low é como a primeira. Apenas, aqui,
o  filtro  atua  sobre  as  freqüências  abaixo  da  de  corte:  
70Hz.
(11) A chave EQ, uma vez acionada, liga o
equalizador do canal.

Fig. 1 - Canal de entrada


mono

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• Seção de endereçamento do
canal

(12) Os controles AUX1 a AUX8


servem para endereçar níveis
diferentes do sinal de entrada para
oito saídas diferentes. Essas saídas
se prestam para envio de sinal para os
monitores dos músicos no palco, ou
para envio de sinal para multiefeitos,
ou para envio de sinal para um front
fill,  etc...
(13) As chaves PRE que
acompanham cada dois dos
potenciômetros, fazem com que o
sinal saia deles direto para seus
masters, quando acionadas, ou
passem pelo fader no caminho até
lá, quando não acionadas.
(14)  As   chaves   MIX,   1/2,   3/4,   5/6  
e   7/8,   endereçam   o   sinal   do   canal,  
respectivamente, para o estéreo e/ou
para  os  grupos  1  e  2,  3  e  4,  5  e  6,  e  
7  e  8.
(15)   O   potenciômetro   PAN   faz   a  
divisão do sinal entre o L e o R, o 1 e
o  2,  o  3  e  o  4,  o  5  e  o  6,  e  o  7  e  o  8.
(16) A chave ON liga o canal, e o
led associado a ela faz essa indicação
quando aceso.
(17)  Os  dois  leds,  um  verde  e  outro  
vermelho, indicam, respectivamente,
a presença de sinal e a proximidade
(normalmente 6dB abaixo) do nível
de clipping.
(18) A chave CUE (ou PFL)
endereça o sinal para um VU
dedicado, para aferição do seu nível
antes do fader do canal. Na ausência
deste VU dedicado, a chave faz solar
o sinal em um dos VUs Masters, ou
em ambos (ele deixa de ler o nível
do sinal de saída da console para ler
o selecionado). Essa chave também
sola o sinal na saída de fones,
Fig. 1 - Canal de entrada mono (continuação). inibindo, quando acionada, o sinal
L e R que normalmente está lá para
escuta.
A chave SOLO, quando houver, além de solar o sinal selecionado em um VU e na saída
de fones, também o faz nas saídas L e R da console. Cuidado para não pressioná-la durante
a mixagem!!
(19) O fader controla a intensidade do sinal que será enviado para os Masters L e R, e/ou
para qualquer Grupo ou conjunto de Grupos.

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No   canal   estéreo   as   funções   do   canal   mono   se   repetem,   com   algumas   poucas  
modificações.
Em  algumas  consoles  as  seções  de  entrada  e  de  equalização  podem  ser  mais  simples  
que no canal mono.
O potenciômetro de panorâmica, PAN, é normalmente substituído por um de balanço,
BAL, que ajusta os níveis dos sinais de entrada no estéreo.

Fig. 2 - Canal de entrada


estéreo.

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-­  Seção  Master

A seção master reúne os controles


masters dos Grupos, dos Auxiliares, e
das saídas principais Estéreo. Para esta
seção são endereçados os sinais vindos
dos canais.
Olhando   para   a   figura   3   podemos  
observar uma parte da seção Master da
nossa console, onde vemos um dos oito
módulos com os controles típicos do
grupo, do auxiliar, e o VU para ambos.

• Módulo de Auxiliar/ Grupo

Auxiliar

(1) O VU indica o nível do GRUPO ou


do AUX correspondente.
(2) Esta seleção de leitura é feita
através da chave GR/AUX.
(3) O potenciômetro LEVEL determina
o nível da mixagem auxiliar na saída
correspondente.
(4) A chave de AFL permite a
monitoração do sinal (no meter PFL/
AFL e nas saídas de headfone) depois
do potenciômetro level.
(5)  A  chave  ON  liga  o  master  auxiliar  
correspondente.
(6) A seção de equalização é,
normalmente, simples, como a do canal
estéreo.
(7)  A   chave   EQ,   uma   vez   acionada,  
liga o equalizador.

Grupo

(8) O potenciômetro de PAN posiciona


o sinal do grupo no estéreo L e R.
(9)   O   sinal   mixado   no   grupo   fica  
disponível na sua saída através
do acionamento da chave ON
correspondente.
(10) A chave ST endereça o sinal do
grupo para os masters L e R.
Fig. 3 -Módulo de Auxiliar / Grupo. (11) O fader controla a intensidade do
sinal, mixado no grupo, que será enviado
para esses masters e para sua saída.
(12) A chave de AFL permite a monitoração do sinal (no meter PFL/AFL e nas saídas de
head-fone) depois do fader do grupo.

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• Módulo Master

Na  figura  4  vemos  o  módulo  dos  


masters principais, que também
possui a parte de geração de
ruídos, comunicação, saída de
fones,  e  outras  funções.  

(13) Os VUs principais, L e R,


apresentam a leitura dos níveis
do sinal nas saídas principais
da console. Toda vez que uma
chave PFL ou AFL for acionada,
esses VUs deixam de ler o
estéreo e passam a ler o sinal
selecionado.
(14)  Um  sinal  de  1kHz,  ou  ruído  
rosa, pode ser gerado nas saídas
principais através do aciona-
mento das respectivas chaves
onde se lê GEN. O potenciômetro
associado regula o nível do sinal
selecionado.
(15)  A  parte  TALKBACK  possui  
uma entrada para o microfone
de comunicação, um poten-
ciômetro que regula seu volume,
e as chaves que determinam
para onde se quer endereçar a
comunicação.
(16) A parte PHONES possui
uma saída para os fones de
ouvido e um potenciômetro que
ajusta o nível do sinal estéreo, ou
selecionado em PFL/AFL, nesta
saída.
(17)  Faders  L  e  R  controlam  a  
intensidade do sinal nas saídas
principais da console.

Fig. 4 - Módulo Master.

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- Painel traseiro

Olhando  para  a  figura  5,  encontraremos  na  console  as  seguintes  


conexões  em  cada  canal  de  entrada:
(1)  MIC  IN,  que  é  onde  devem  ser  feitas  as  ligações  de  sinais  
balanceados e de baixa impedância.
(2)  LINE  IN,  que  é  onde  devem  ser  feitas  as  ligações  de  sinais  
desbalanceados e de alta impedância.
(3) INSERT, que é onde devem ser ligados equipamentos, como
compressores e noise gates, para processamento do sinal no
canal.
(4) DIRECT OUT, que é onde se tem disponível o sinal do canal
depois de ter passado por todos os seus controles, até mesmo o
fader.

 Fig.  5  -­  Painel  traseiro,  


Olhando  para  a  figura  6,  encontraremos  as  seguintes  conexões conexões  de  entrada.
de saída:

5)  SAÍDAS  DE  GRUPOS,  onde  se  tem  o  sinal  mixado  em  cada  grupo,  quando  acionada  
a  chave  “on”  correspondente.
(6)INSERT DE GRUPO, que é onde devem ser ligados equipamentos, como compressores
e noise gates, para processamento do sinal no grupo.
(7)SAÍDAS  AUXILIARES,  onde  se  tem  o  sinal  mixado  em  cada  auxiliar.
(8)SAÍDAS  L  e  R,  onde  se  tem  o  sinal  total  mixado  estéreo.
(9)INSERT L/R, que é onde devem ser ligados equipamentos, como compressores e
noise gates, para processamento do sinal no estéreo.
(10)  ALIMENTAÇÃO  ELÉTRICA,  onde  é  conectado  o  cabo  que  traz  as  diversas  tensões  
de alimentação, em DC, da fonte da console. Encontramos consoles menores, ou mixers,
em que a fonte já se encontra dentro dela própria.

 Fig.  6  -­  Painel  traseiro,  conexões  de  saída.

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%QUALIZADORES
EQUALIZADORES

)NTRODU¥ÎO
Introdução
1UANDO ESTAMOS SONORIZANDO UMA BANDA OS SONS DE SEUS INSTRUMENTOS SÎO CAPTADOS POR
Quando estamos sonorizando ou gravando uma banda, os sons de seus instrumentos são
MICROFONES
captados por MIXADOS EM UMA
microfones, CONSOLE
mixados em umaCOMPRIMIDOS GATEADOS REVERBERADOS
console, comprimidos, PROCESSADOS
gateados, reverberados,
AMPLIlCADOS EREPRODUZIDOSPORFALANTES!OLONGODETODOESTECAMINHOÏRAZOÉVELIMAGINARMOS
processados,   amplificados,   e   reproduzidos   por   falantes,   ou   gravados.  Ao   longo   de   todo  
QUEOSEQUIPAMENTOSPRODUZAMALTERA¥ÜESNOSSONSORIGINAIS!LÏMDASALTERA¥ÜESIMPOSTASPELO
este  caminho  é  razoável  imaginarmos  que  os  equipamentos  produzam  alterações  nos  sons  
AMBIENTEEMQUESÎOREPRODUZIDOSESSESSONS
originais.  Além   das   alterações   impostas   pelo   ambiente   em   que   são   reproduzidos   esses  
sons.
/EQUALIZADOR COMOONOMESUGERE ÏOEQUIPAMENTOQUEUTILIZAMOSPARAFAZERCOMQUEA
O equalizador, como o nome sugere, é o equipamento que utilizamos para fazer com que
SONORIDADEDABANDA QUESOFRETANTASMODIlCA¥ÜES SETORNEIGUAL OUOMAISPARECIDOPOSSÓVEL
a  sonoridade  da  banda,  que  sofre  tantas  modificações,  se  torne  igual,  ou  o  mais  parecido  
COMAORIGINAL
possível, com a original.
/SEQUALIZADORES USADOSPARAESSEPROPØSITO SÎOENCONTRADOSCOMOEQUIPAMENTOSDISCRETOS
Os equalizadores,
ACONDICIONADOSEM usados
hRACKSv para esse propósito, são encontrados como equipamentos
%LESPODEMSERDOTIPOGRÉlCO OMAISCOMUM OUDOTIPOPARAMÏTRICO
discretos,  acondicionados  em  “racks”.  Eles  podem  ser  do  tipo  gráfico,  o  mais  comum,  ou  do  
%NCONTRAM SELIGADOSEMVÉRIOSLUGARESNACADEIAQUECOMPÜEOSISTEMADESONORIZA¥ÎO6AMOS
tipo  paramétrico.  Encontram-­se  ligados  em  vários  lugares  na  cadeia  que  compõe  o  sistema  
VERALGUMASCARACTERÓSTICAS EALGUNSEXEMPLOSDEAPLICA¥ÎO DECADAUMDELES
de áudio. Vamos ver algumas características, e alguns exemplos de aplicação, de cada um
deles.

O equalizador paramétrico
/EQUALIZADORPARAMÏTRICO
Quando  fazemos  uso  de  um  filtro  elétrico,  categoria  em  que  se  encontram  os  equalizadores,  
atuamos sempre em uma freqüência e em outras tantas a sua volta.
1UANDOFAZEMOSUSODEUMlLTROELÏTRICO CATEGORIAEMQUESEENCONTRAMOSEQUALIZADORES
Se  o  filtro  é  do  tipo  “hi-­pass”,  atenuamos  todas  as  freqüências,  de  maneira  gradativa,  
ATUAMOSSEMPREEMUMAFREQàÐNCIAEEMOUTRASTANTASASUAVOLTA
abaixo  de  uma  determinada  que  chamamos  “freqüência  de  corte”.  Se  o  filtro  é  do  tipo  “low-­
3EOlLTROÏDOTIPOhHI PASSv ATENUAMOSTODASASFREQàÐNCIAS DEMANEIRAGRADATIVA ABAIXODE
pass”,   atenuamos   todas   as   freqüências,  
UMADETERMINADAQUECHAMAMOS de   maneira  
hFREQàÐNCIADECORTEv gradativa,   acima  
3EOlLTROÏDOTIPO da   “freqüência  
hLOW PASSv de  
ATENUAMOS
corte”.  A  figura  1  nos  mostra  esse  tipo  de  filtro.
TODASASFREQàÐNCIAS DEMANEIRAGRADATIVA ACIMADAhFREQàÐNCIADECORTEv!lGURAANOSMOSTRA
Se  o  filtro  é  do  tipo  “shelving”,  atenuamos  ou  reforçamos  num  certo  grau,  6dB/oitava,  
ESSETIPODElLTRO
acima ou abaixo da freqüência de corte, até uma outra determinada freqüência que vai
3EOlLTROÏDOTIPOhSHELVINGv
depender ATENUAMOSOUREFOR¥AMOSNUMCERTOGRAU D"OITAVA ACIMAOU
da quantidade de atenuação ou ganho, quando então o nível volta a se manter.
ABAIXODAFREQàÐNCIADECORTE ATÏUMAOUTRADETERMINADAFREQàÐNCIAQUEVAIDEPENDERDAQUAN
Ver  figura  2.
TIDADEDEATENUA¥ÎOOUGANHO QUANDOENTÎOONÓVELVOLTAASEMANTER6ERlGURAB
Se   o   filtro   é   do   tipo   “peaking”   ou   “bell”,   atenuamos   ou   reforçamos   uma   banda   de  
3EOlLTROÏDOTIPOhPEAKINGvOUhBELLv ATENUAMOSOUREFOR¥AMOSUMABANDADEFREQàÐNCIAS
freqüências  que  é  centrada  em  uma  freqüência  específica.  Ver  figura  3.
QUEÏCENTRADAEMUMAFREQàÐNCIAESPECÓlCA&IGURAC

&IGURAA
Fig.  1  -­    Filtros  do  tipo  “hi-­pass”,  o  da  esquerda,  e  “low-­pass,  o  da  direita”.


!V¡RICO6ERÓSSIMO  #OBERTURA "ARRADA4IJUCA 2* 4EL    WWWIATECCOMBR

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Fig. 2 - Filtros  do  tipo  “shelving”.
&IGURAB

Fig. 3 - Filtro  do  tipo  “peaking”  ou  “bell”.


&IGURAC

5M lLTRO DE QUALQUER UM DOS TIPOS MENCIONADOS ACIMA PODE TER A FREQàÐNCIA DE CORTE
OUAFREQàÐNCIACENTRALDEATUA¥ÎO lXAOUVARIÉVEL$AÓLEVARONOMEDElLTROlXOOUlLTROVARIÉVEL
Um  filtro,  de  qualquer  um  dos  tipos  mencionados  acima,  pode  ter  a  freqüência  de  corte,  
3ENUMlLTROPEAKINGCOMFREQàÐNCIADECORTEVARIÉVEL TAMBÏMFORPOSSÓVELVARIARAQUANTI
ou  a  freqüência  central  de  atuação,  fixa  ou  variável.  Daí  levar  o  nome  de  filtro  fixo  ou  filtro  
DADEDEFREQàÐNCIASASUAVOLTA OUSEJA VARIARASUAhLARGURADEBANDAv ENTÎOTEREMOSUMlLTRO
variável.
PARAMÏTRICO
Se   num   filtro   peaking   com   freqüência   de   corte   variável,   também   for   possível   variar   a  
5M lLTRO de  
quantidade   PARAMÏTRICO Ï PORTANTO
freqüências   AQUELE
a   sua   volta,  EM QUE
ou   PODEMOS
seja,   variar  ESCOLHER
a   sua   A FREQàÐNCIA
“largura   de  CENTRAL DE então  
banda”,  
ATUA¥ÎO FC PODEMOSESCOLHERALARGURADEBANDAÌVOLTADESTAFREQàÐNCIA "7 EPODEMOSESCO
teremos  um  filtro  paramétrico.
LHERAQUANTIDADEDEATENUA¥ÎOOUREFOR¥OQUEDAREMOSAESTECONJUNTODEFREQàÐNCIAS 'GAIN 
Um  filtro  paramétrico  é,  portanto,  aquele  em  que  podemos  escolher  a  freqüência  central  
%SSESSÎOSEUSCONTROLES!lGURANOSMOSTRAOASPECTODASSE¥ÜES()E() -)$DEUMEQUALIZADOR
de atuação, fc, podemos escolher a largura de banda à volta desta freqüência, BW, e
PARAMÏTRICO
podemos escolher a quantidade de atenuação ou reforço que daremos a este conjunto
de  freqüências,  G  (gain).  Esses  são  seus  controles.  A  figura  4  nos  mostra  o  aspecto  das  
seções  HI  e  HI-­MID  de  um  equalizador  paramétrico. 
!V¡RICO6ERÓSSIMO  #OBERTURA "ARRADA4IJUCA 2* 4EL    WWWIATECCOMBR

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Fig.  4  -­  Seções  HI-­MID  e  HI  de  um  equalizador  paramétrico.
&IGURA

A  largura  de  banda  (BW  –  Band  Width)  do  filtro  é  definida  como  a  extensão  de  freqüências  
limitada por aquelas duas, f1 e f2, uma abaixo e outra acima da fc, cujos níveis estão 3dB
!LARGURADEBANDA"7n"AND7IDTH DOlLTROÏDElNIDACOMOAEXTENSÎODEFREQàÐNCIAS
abaixo  do  nível  da  fc  (ver  figura  3).  É  dada  em  oitavas,  ou  fração  de  oitavas.
LIMITADAPORAQUELASDUAS FEF UMAABAIXOEOUTRAACIMADAFC CUJOSNÓVEISESTÎOD"ABAIXO
A   seletividade   do   filtro,   Q,   diz   respeito   à   quantidade   de   freqüências,   à   volta   de   fc,  
DONÓVELDAFCVERlGURAC 
sobre as quais ele atua. Se ele selecionar mais, for mais seletivo, ele atuará sobre umas
!SELETIVIDADEDOlLTRO 1 DIZRESPEITOÌQUANTIDADEDEFREQàÐNCIAS ÌVOLTADEFC SOBREASQUAIS
poucas freqüências. Se ele não for muito seletivo, atuará sobre uma quantidade maior de
ELEATUA3EELESELECIONARMAIS FORMAISSELETIVO ELEATUARÉSOBREUMASPOUCASFREQàÐNCIAS3EELE
freqüências.  Vemos  claramente  que  quanto  maior  a  seletividade  do  filtro,  menor  sua  largura  
NÎOFORMUITOSELETIVO ATUARÉSOBREUMAQUANTIDADEMAIORDEFREQàÐNCIAS6EMOSCLARAMENTEQUE
de banda, e quanto menor sua seletividade maior sua largura de banda. A seletividade é
QUANTOMAIORASELETIVIDADEDOlLTRO MENORSUALARGURADEBANDA EQUANTOMENORSUASELETIVIDADE
definida  por:
MAIORSUALARGURADEBANDA!SELETIVIDADEÏDElNIDAPOR fc
Q  =
f2 - f1
FC FC
1OU1
Se  temos  um  filtro  com  fc  =  1000  Hz,  f1  =  500  Hz  e  f2  =  2000  Hz,  podemos  dizer  que  sua  
F F "7
largura  de  banda  (  BW  )  é  de  2  oitavas,  e  sua  seletivivade  (  Q  )  é  igual  a  0,67.
As  expressões  que  relacionam  a  BW,  em  oitavas,  e  o  Q  de  um  filtro  são:
/ EQUALIZADOR PARAMÏTRICO Ï UM EQUIPAMENTO QUE NOS PERMITE O MÉXIMO DE PRECISÎO NA
EQUALIZA¥ÎODEUMSINALQUALQUER

BW  =  
(
log 2xQ +2 1 +
2xQ
2


[(2xQ2 +1) /Q2] 2
4
-1 )
log 2
/EQUALIZADORGRÉlCO

√  2BW
Q  = BW
/ NOME Ï MUITO APROPRIADO PARA ESTE EQUIPAMENTO JÉ QUE COMO EM UM GRÉlCO ELE NOS
2 -1
MOSTRAOSNÓVEISNOEIXOVERTICAL EMFUN¥ÎODASFREQàÐNCIASNOEIXOHORIZONTAL %ESTAÏSUA
GRANDEVANTAGEMEMRELA¥ÎOAOPARAMÏTRICOAFACILIDADEDEVISUALIZA¥ÎODOQUESEESTÉFAZENDO
O equalizador paramétrico é um equipamento que nos permite o máximo de precisão na
0ORESSARAZÎO EAPESARDAMAIORPOSSIBILIDADEDEPRECISÎONOSAJUSTESQUEOPARAMÏTRICONOSDÉ
equalização de um sinal qualquer.
OEQUALIZADORGRÉlCOÏPREFERENCIALMENTEUTILIZADOEMBOAPARTEDASAPLICA¥ÜES
/ EQUALIZADOR
O equalizador GRÉlCOgráfico
Ï UM CONJUNTO DElLTROSPEAKING EMQUEASFREQàÐNCIASCENTRAISSÎO
PRE ESTABELECIDASE PORTANTO lXAS!LARGURADEBANDAPODESERVARIÉVELOUCONSTANTE COMOVEREMOS
MAISADIANTE MASNUNCASOBOCONTROLEDOOPERADOR!PENASOGANHOÏAJUSTADOPELOOPERADOR
O  nome  é  muito  apropriado  para  este  equipamento,  já  que,  como  em  um  gráfico,  ele  nos  
/S
mostra EQUALIZADORES GRÉlCOS
os níveis (no eixo PODEM
vertical)SER
emENCONTRADOS
função das COM DIFERENTES
freqüências (noESPA¥AMENTOS ENTRE
eixo horizontal). E AS
esta
FREQàÐNCIASCENTRAISDEATUA¥ÎO/SESPA¥AMENTOSMAISCOMUNSSÎODEOITAVA DEDEOITAVA
é sua grande vantagem em relação ao paramétrico: a facilidade de visualização do que se
está fazendo. Por essa razão, e apesar da maior possibilidade de precisão nos ajustes que
EDEDEOITAVA!SFREQàÐNCIASCENTRAISATENDEMANORMA)3/)NTERNATIONAL3TANDARDIZATION
o  paramétrico  nos  dá,  o  equalizador  gráfico  é  preferencialmente  utilizado  em  boa  parte  das  
/RGANIZATION ESÎOASSEGUINTES EM(Z
aplicações.
O  equalizador  gráfico  é  um  conjunto  de  filtros  peaking,  em  que  as  freqüências  centrais  
OITAVA nnnnnnnnn
são  pre-­estabelecidas  e,  portanto,  fixas.  A  largura  de  banda  pode  ser  variável  ou  constante,  
como veremos mais adiante, mas nunca sob o controle do operador. Apenas o ganho é
OITAVA nnnnnnnnnnnn
ajustado pelo operador.
nn
Os  equalizadores  gráficos  podem  ser  encontrados  com  diferentes  espaçamentos  entre  
as freqüências centrais de atuação. Os espaçamentos mais comuns são de 1 oitava, de 2/3
OITAVA   nnnnnnnnnnnnn
de oitava e de 1/3 de oitava. As freqüências centrais atendem a norma ISO (International
nnnnnnnnnnn
nnnn
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Standardization Organization) e são as seguintes, em Hz:

1  oitava:  31,5  –  63  –  125  –  250  –  500  –  1000  –  2000  –  4000  –  8000  –  16000

2/3  oitava:  31,5  –  50  –  80  –  125  –  200  –  315  –  500  –  800  –  1250  –  2000  –  3150  –  5000                    
–  8000  –  12500  –  20000
%SSESEQUALIZADORESTAMBÏMSÎOCONHECIDOSPELONÞMERODEBANDASDEFREQàÐNCIASQUEPOSSUEM
1/3  oitava:  20  -­  25  -­  31,5  –  40  –  50  –  63  –  80  –  100  –  125  –  160  –  200  –  250  –  315  –  400  
$EBANDAS ODEOITAVADEBANDAS ODEDEOITAVAEDEBANDAS ODEDEOITAVA
–  500  –  630  –  800  –  1000  –  1250  –  1600  –  2000  –  2500  –  3150  –  4000  –  5000  –  6300  –  8000  
0ODEMOSENCONTRAREQUALIZADORESDEDEOITAVACOMOUBANDAS DEPENDENDODOFABRI
–  10000  –  12500  –  16000  –  20000
CANTE
!lGURANOSMOSTRA EMPARTE UMEQUALIZADORGRÉlCO DUAL DEDEOITAVA
Esses equalizadores também são conhecidos pelo número de bandas de freqüências
%SSESEQUALIZADORESTAMBÏMSÎOCONHECIDOSPELONÞMERODEBANDASDEFREQàÐNCIASQUEPOSSUEM
que   possuem.   De   10   bandas,   o   de   1   oitava;;   de   15   bandas,   o   de   2/3   de   oitava;;   e   de   30  
$EBANDAS ODEOITAVADEBANDAS ODEDEOITAVAEDEBANDAS ODEDEOITAVA
bandas, o de 1/3 de oitava. Podemos encontrar equalizadores de 1/3 de oitava com 29 ou
0ODEMOSENCONTRAREQUALIZADORESDEDEOITAVACOMOUBANDAS DEPENDENDODOFABRI
31 bandas,
CANTE
dependendo do fabricante.
A  figura  5  nos  mostra,  em  parte,  um  equalizador  gráfico,  dual,  de  1/3  de  oitava.
!lGURANOSMOSTRA EMPARTE UMEQUALIZADORGRÉlCO DUAL DEDEOITAVA

&IGURA

/SPROJETOSMAISMODERNOSDEEQUALIZADORESGRÉlCOSUTILIZAMlLTROSDE1CONSTANTEEINTER
Fig.  5  -­  Parte  de  um  equalizador  gráfico,  dual,  de  1/3  de  oitava.
&IGURA
POLADOS
!lGURAANOSMOSTRAAATUA¥ÎODEUMlLTROQUEMANTÏMSUASELETIVIDADEINDEPENDENTEDO
Os  projetos  mais  modernos  de  equalizadores  gráficos  utilizam  filtros  de  Q  constante  e  
/SPROJETOSMAISMODERNOSDEEQUALIZADORESGRÉlCOSUTILIZAMlLTROSDE1CONSTANTEEINTER
GANHO!lGURABNOSMOSTRAUMPROJETOMAISANTIGO EMQUE AMEDIDAQUEALTERAMOSOGANHO
interpolados.
POLADOS
ALARGURADEBANDADOlLTROTAMBÏMÏALTERADA
!lGURAANOSMOSTRAAATUA¥ÎODEUMlLTROQUEMANTÏMSUASELETIVIDADEINDEPENDENTEDO
A  figura  6  nos  mostra  a  atuação  de  um  filtro  que  mantém  sua  seletividade  independente  
GANHO!lGURABNOSMOSTRAUMPROJETOMAISANTIGO EMQUE AMEDIDAQUEALTERAMOSOGANHO
do ganho.
ALARGURADEBANDADOlLTROTAMBÏMÏALTERADA

&IGURAA
Fig. 6 - Filtro de Q constante.
&IGURAA

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 A  figura  7  nos  mostra  um  projeto  mais  antigo,  em  que,  a  medida  que  alteramos  o  ganho,  
a  largura  de  banda  do  filtro  também  é  alterada  .

&IGURAB
&IGURAB
Fig.  7  -­  Antigo  filtro  em  que  o  Q  é  proporcional  ao  ganho.

A  !lGURAANOSMOSTRAOFUNCIONAMENTODElLTROSINTERPOLADOS EMQUECONSEGUIMOSATUAR
figura  8  nos  mostra  o  funcionamento  de  filtros  interpolados,  em  que  conseguimos  atuar  
EMFREQàÐNCIASENTREDUASPADRONIZADAS ATRAVÏSDAATUA¥ÎONESTASÞLTIMAS%MBVEMOSCOMO
em freqüências entre duas padronizadas, através da atuação nestas últimas. Em 9 vemos
!lGURAANOSMOSTRAOFUNCIONAMENTODElLTROSINTERPOLADOS EMQUECONSEGUIMOSATUAR
FUNCIONAMlLTROSNÎOINTERPOLADOS
como  funcionam  filtros  não  interpolados.
EMFREQàÐNCIASENTREDUASPADRONIZADAS ATRAVÏSDAATUA¥ÎONESTASÞLTIMAS%MBVEMOSCOMO
FUNCIONAMlLTROSNÎOINTERPOLADOS

&IGURAA &IGURAB
Fig.  7  -­  Filtros  interpolados.                                                                                                      Fig.  8  -­  Filtros  não  interpolados.  

/LHANDO PARA&IGURAA &IGURAB


A lGURA  NOVAMENTE VEMOS OUTROS CONTROLES QUE PODEMOS ENCONTRAR EM
Olhando  para  a  figura  5  novamente,  vemos  outros  controles  que  podemos  encontrar  em  
EQUALIZADORESGRÉlCOS
equalizadores  gráficos.
&ILTROPASSA ALTASHI PASSlLTER NOSAJUDAAEVITARVAZAMENTOSDEBAIXAFREQàÐNCIAEMUMA
Filtro  passa-­altas  (hi-­pass  filter):  nos  ajuda  a  evitar  vazamentos  de  baixa  freqüência  em  
DETERMINADAMIXAGEM TORNANDO AMAISLIMPASEESTIVERINSERTADOEMUMINSTRUMENTO NOSAJUDA
/LHANDO PARA A lGURA  NOVAMENTE VEMOS OUTROS CONTROLES QUE PODEMOS ENCONTRAR EM
uma determinada mixagem, tornando-a mais limpa; se estiver insertado em um instrumento,
ALIMPAROSOMDESTEINSTRUMENTO
EQUALIZADORESGRÉlCOS
nos )N/UTCOLOCAERETIRAOEQUALIZADORDOCIRCUITO NOSPERMITINDOCOMPARARTIMBRESENÓVEISDE
ajuda a limpar o som deste instrumento.
&ILTROPASSA ALTASHI PASSlLTER NOSAJUDAAEVITARVAZAMENTOSDEBAIXAFREQàÐNCIAEMUMA
SINAISNÎOEQUALIZADOSEEQUALIZADOS
In/Out: coloca e retira o equalizador do circuito, nos permitindo comparar timbres e níveis
DETERMINADAMIXAGEM TORNANDO AMAISLIMPASEESTIVERINSERTADOEMUMINSTRUMENTO NOSAJUDA
'ANHOGAIN SEMPREQUEEQUALIZAMOSALTERAMOSONÓVELDOSINALQUEESTÉSENDOEQUALIZADO
de sinais não equalizados e equalizados.
ALIMPAROSOMDESTEINSTRUMENTO
%STECONTROLENOSPERMITEBUSCARONÓVELADEQUADO
Ganho (gain): sempre que equalizamos alteramos o nível do sinal que está sendo
)N/UTCOLOCAERETIRAOEQUALIZADORDOCIRCUITO NOSPERMITINDOCOMPARARTIMBRESENÓVEISDE
equalizado. Este controle nos permite buscar o nível adequado.
SINAISNÎOEQUALIZADOSEEQUALIZADOS
'ANHOGAIN SEMPREQUEEQUALIZAMOSALTERAMOSONÓVELDOSINALQUEESTÉSENDOEQUALIZADO
%STECONTROLENOSPERMITEBUSCARONÓVELADEQUADO

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GERENCIADORES DE SISTEMAS DE FALANTES

Introdução

Os chamados gerenciadores, em sistemas de falantes, são aparelhos que agrupam


algumas   funções,   anteriormente   desempenhadas   por   equipamentos   discretos,   com   a  
finalidade   de   otimizar   o   desempenho   do   sistema   de   falantes   visando   a   reprodução   dos  
programas  com  fidelidade.
Essas   funções   são,   tipicamente,   a   divisão   do   espectro   de   freqüências   em   bandas  
(crossover), a limitação da tensão de saída em cada uma dessas bandas (compressores/
limitadores),   a   equalização   de   cada   banda   (equalizadores   paramétricos   e/ou   gráficos   de  
1/3 de oitava), e o ajuste dos atrasos nos sinais dessas bandas (delays).
Há um tempo atrás, o tratamento dado ao sinal de áudio vindo da console de mixagem
para  os  amplificadores  de  potência  e,  na  seqüência,  para  os  falantes,  em  um  sistema  de  
falantes, se resumia a equalização e a divisão da banda total de freqüências em partes.
Para tanto eram necessários os equalizadores, ligados à saída da console, e os divisores
de   freqüências,   ligados   entre   os   equalizadores   e   os   amplificadores   das   diversas   vias.  A  
figura  1  nos  mostra  um  esquema  dessa  montagem,  com  divisor  ativo.  

Fig. 1 - Equalizador e Divisor de Freqüências como tratamento do sinal de áudio


para  os  amplificadores

21
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 Com  o  passar  do  tempo  foram  sendo  incorporadas  a  este  tratamento  outras  funções,  
com   a   finalidade   de   se   ter   maior   controle   sobre   o   sinal.   Por   exemplo,   foi   percebida   a  
vantagem de uma compressão radical, uma limitação, no sinal em cada via, para proteção
dos respectivos falantes. Isto foi conseguido através do uso de limitadores com diferentes
thresholds nas vias do crossover. Ficou também muito clara a vantagem de se fazer uma
equalização, em cada banda de freqüências, que fosse mais precisa, ou seja, retirar a
quantidade realmente necessária da banda de freqüências realmente necessária. Isto
foi conseguido com a utilização de equalizadores paramétricos dedicados à cada banda
do crossover. Além disso, com a cada vez mais popular caixa compacta nos sistemas de
sonorização, em que os transdutores das diferentes vias estão em um mesmo gabinete,
ficou  óbvia  a  necessidade  de  se  ajustar  eletronicamente  os  tempos  de  atraso  entre  estes  
transdutores, de maneira a produzir o alinhamento dos mesmos. O alinhamento eletrônico
foi conseguido com a utilização de linhas de retardo dedicadas insertadas nas bandas do
crossover.
Estabelecemos com esses cuidados as bandas de freqüências, e seus níveis, que
os falantes de cada via tinham que reproduzir; os níveis ideais de algumas freqüências
específicas  ou  grupamentos  estreitos  de  freqüências;;  a  dinâmica  do  programa  através  das  
bandas estabelecidas, ou a proteção dos falantes dessas vias; e a coerência no tempo
dos sons vindos dos falantes das diversas vias. Tudo isso para que o sistema fosse o mais
transparente possível, do ponto de vista musical.
Houve  época  em  que,  em  shows,  era  levado  um  rack  inteiro,  com  esses  tantos  aparelhos,  
com  a  exclusiva  finalidade  de  processar  o  PA.  Em  um  four-­way  estéreo,  por  exemplo,  eram  
dois os crossovers, oito os canais de compressores/limitadores, dois os equalizadores
paramétricos (tipicamente de 4 bandas) e, pelo menos, seis os delays.
A eletrônica digital possibilitou a junção desses circuitos em um único aparelho de
dimensões  reduzidas,  uma  ou  duas  unidades  de  rack,  com  possibilidade  de  programação  
e armazenamento.
Existem também os processadores que são parte integrante dos sistemas vendidos por
algumas Empresas, chamados processadores dedicados. Possuem pre-sets, propostos
pelo   fabricante,   em   que   os   parâmetros   das   diversas   funções   são   otimizados   para   seus  
vários tipos de caixas. Encontram-se ainda os processadores dedicados instalados nas
próprias caixas.
Também processam o sinal, dessas e de outras maneiras, no seu caminho da console
até  os  falantes,  alguns  circuitos  colocados  em  amplificadores  de  potência.    

As funções

Vamos  ver  mais  de  perto  as  funções  “crossover”  e  “delay”  em  um  processador.  As  outras  
duas,  a  do  “limitador”  e  a  do  “equalizador”,  já  foram  bem  discutidas  quando  falamos  sobre  
Compressores e Equalizadores.

- Crossover

O   “crossover”   é   o   dispositivo   que   divide   a   banda   de   freqüências   de   áudio   em   partes.  


Suas  saídas  são  ligadas  a  amplificadores  que,  por  sua  vez,  são  ligados  aos  alto-­falantes  
de graves, médios-graves, médios-agudos e agudos, se o sistema for de quatro vias, por
exemplo.
Há muito tempo se percebeu que com um!único alto falante não se conseguia reproduzir
um programa musical da maneira desejada, ou seja, com altos níveis de pressão e com
extensa  banda  de  freqüências.  Foram  então  introduzidos  os  filtros  elétricos  para  dividir  a  
banda, e encaminhar as partes para diferentes falantes, cada um hábil em reproduzir uma
faixa do todo.
Inicialmente  esses  filtros  eram  construídos  com  componentes  passivos,  e  esse  divisor  era  

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)NTRODU¥ÎO
colocado  entre  o  amplificador  e  os  falantes.  Posteriormente  circuitos  eletrônicos  praticamente  
tomaram o lugar dos componentes elétricos e o divisor passou a ser eletrônico, então
colocado  entre  a  console  e  os  amplificadores.  
1UANDO ESTAMOS SONORIZANDO UMA BANDA OSA s  figuras  2    e  3  mostram,  em  diagrama,  as  
SONS DE SEUS INSTRUMENTOS SÎO CAPTADOS POR
duas montagens.
MICROFONES MIXADOS EM UMA CONSOLE COMPRIMIDOS GATEADOS REVERBERADOS PROCESSADOS
AMPLIlCADOS EREPRODUZIDOSPORFALANTES!OLONGODETODOESTECAMINHOÏRAZOÉVELIMAGINARMOS
QUEOSEQUIPAMENTOSPRODUZAMALTERA¥ÜESNOSSONSORIGINAIS!LÏMDASALTERA¥ÜESIMPOSTASPELO
AMBIENTEEMQUESÎOREPRODUZIDOSESSESSONS
/EQUALIZADOR COMOONOMESUGERE ÏOEQUIPAMENTOQUEUTILIZAMOSPARAFAZERCOMQUEA
SONORIDADEDABANDA QUESOFRETANTASMODIlCA¥ÜES SETORNEIGUAL OUOMAISPARECIDOPOSSÓVEL
COMAORIGINAL
/SEQUALIZADORES USADOSPARAESSEPROPØSITO SÎOENCONTRADOSCOMOEQUIPAMENTOSDISCRETOS
ACONDICIONADOSEMhRACKSv%LESPODEMSERDOTIPOGRÉlCO OMAISCOMUM OUDOTIPOPARAMÏTRICO
%NCONTRAM SELIGADOSEMVÉRIOSLUGARESNACADEIAQUECOMPÜEOSISTEMADESONORIZA¥ÎO6AMOS
VERALGUMASCARACTERÓSTICAS EALGUNSEXEMPLOSDEAPLICA¥ÎO DECADAUMDELES

/EQUALIZADORPARAMÏTRICO

Fig. 2 - Divisor passivo. Fig. 3 - Divisor ativo.


1UANDOFAZEMOSUSODEUMlLTROELÏTRICO CATEGORIAEMQUESEENCONTRAMOSEQUALIZADORES
ATUAMOSSEMPREEMUMAFREQàÐNCIAEEMOUTRASTANTASASUAVOLTA
O divisor passivo é mais barato que o ativo e não tem controles para serem ajustados,
3EOlLTROÏDOTIPOhHI PASSv
tornando-o uma opção atraente ATENUAMOSTODASASFREQàÐNCIAS DEMANEIRAGRADATIVA ABAIXODE
de investimento, e segura para os que não tem muito
UMADETERMINADAQUECHAMAMOS hFREQàÐNCIADECORTEv
conhecimento sobre o assunto. No entanto ele 3EOlLTROÏDOTIPO
desperdiça sobre hLOW PASSv ATENUAMOS
os capacitores,
indutores   e   resistores,   boa   parte   da   potência   proveniente   do   amplificador  
TODASASFREQàÐNCIAS DEMANEIRAGRADATIVA ACIMADAhFREQàÐNCIADECORTEv e   que   deveria  
!lGURAANOSMOSTRA
ser  dissipada  nos  falantes,  diminuindo  a  eficiência  do  sistema.  Também  compromete  em  
ESSETIPODElLTRO
muito o amortecimento dos falantes.
3EOlLTROÏDOTIPOhSHELVINGv O divisor passivo ainda é muito utilizado em caixas de
ATENUAMOSOUREFOR¥AMOSNUMCERTOGRAU D"OITAVA ACIMAOU
monitor e em pequenos sistemas de PA, mas nunca em Side Fills e sistemas maiores de
ABAIXODAFREQàÐNCIADECORTE ATÏUMAOUTRADETERMINADAFREQàÐNCIAQUEVAIDEPENDERDAQUAN
Sonorização.
TIDADEDEATENUA¥ÎOOUGANHO QUANDOENTÎOONÓVELVOLTAASEMANTER6ERlGURAB
Os  divisores  são  construídos  com  filtros  do  tipo  “passa-­altas”,  “passa-­baixas”,  e  “passa-­
3EOlLTROÏDOTIPOhPEAKINGvOUhBELLv ATENUAMOSOUREFOR¥AMOSUMABANDADEFREQàÐNCIAS
banda”.   São   características   desse   tipo   de   filtro   a   freqüência   de   corte,   fc,   e   o   grau   de  
QUEÏCENTRADAEMUMAFREQàÐNCIAESPECÓlCA&IGURAC
atenuação, dado em db/oitava, como já vimos em Equalizadores. Os dois primeiros podem
ser  vistos  na  figura  4.  

&IGURAA
Fig.  4  -­Filtros  do  tipo  “hi-­pass”,  o  da  esquerda,  e  “low-­pass,  o  da  direita”.
Na  década  de  70  dois  americanos,  Linkwitz  e  Rilley,  construiram  o  filtro  que  passou  a  ser  
utilizado em todos os divisores. Com atenuação de 24dB/oitava, e sem rotação de fase, ele

virou preferência em lugar dos então muito usados Butterworth de 18dB/oitava.
!V¡RICO6ERÓSSIMO  #OBERTURA "ARRADA4IJUCA 2* 4EL    WWWIATECCOMBR
Hoje   temos   nos   gerenciadores   opções   de   filtros   que   vão   desde   os   Bessel   com   6dB/
oitava  de  atenuação,  até  os  Linkwitz-­Rilley  com  48dB/oitava  de  atenuação.  As  diferenças  
entre  as  diversas  topologias  de  filtros  estão  na  variação  da  amplitude  e  na  rotação  de  fase,  

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na região de freqüências no entorno da freqüência de corte.
A escolha das freqüências de corte e dos graus de atenuação, depende dos falantes/
drivers  e  dos  tipos  de  caixas/cornetas  que  compõe  o  sistema.

- Delay

Até um certo tempo atrás, o falante de cada via era acondicionado em sua respectiva
caixa. Ou seja, havia a caixa de graves, a caixa de médios-graves, a caixa com a corneta
de médios-agudos e a bateria com tweeters. Para alguns tipos de PA era possível arrumar-
se as caixas das diversas vias de forma a manter os magnetos dos seus falantes num
mesmo  plano  vertical,  ou  seja,  a  uma  mesma  distância  do  ouvinte.  Ver  figura  5.            
Ainda  na  década  de  70,  passou-­se  a  colocar  os  componentes  de  todas  as  vias  em  uma  
única  caixa.  Algumas  razões  levaram  à  esta  construção  compactada  das  caixas.  Algumas  
delas são: a agilidade na carga, descarga, montagem e desmontagem, a facilidade na
arrumação no caminhão e no local de trabalho, e a menor chance de erro quando da
plugueação. Com este tipo de montagem dos componentes na caixa, seus magnetos
forçosamente   não   se   alinhavam,   figura   6,   produzindo   diferentes   tempos   de   chegada   ao  
ouvinte, dos sons provenientes desses componentes. A solução para esse problema veio
com a inserção de delays nas vias do crossover, de forma a acertar o tempo de partida de
todo o espectro de freqüências sendo reproduzido pela caixa.

AGUDO

MÉDIO-AGUDO

MÉDIO-GRAVE

GRAVE

Fig.  5  -­  Caixas  separadas  para   Fig. 6 - Uma única caixa, compacta,
as diversas vias. para as diversas vias.

A   figura   7   nos   mostra   um   diagrama   em   blocos   das   funções   de   um   gerenciador   como  


os encontrados atualmente nos sistemas de falantes, em sonorização, e em monitores de
estúdio  mais  modernos,  processados  e  amplificados.  Nele  se  pode  observar  as  atuações  
sobre  o  sinal  desde  quando  entra  no  gerenciador,  vindo  do  equalizador  gráfico,  até  quando  
sai  do  mesmo,  seguindo  para  os  amplificadores  de  potência  dos  falantes.
Em   sistemas   de   sonorização   os   parâmetros   dessas   funções   estão   à   disposição   do  
usuário, já que ele vai querer alterar seus valores em função do sistema de caixas que
estiver usando, a quantidade dessas caixas, ou até mesmo a distribuição das mesmas
entre si e no ambiente. Já nos monitores de estúdio, como essas variáveis não são tantas,
os ajustes desses parâmetros estão predeterminados de fábrica.

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outras entradas

outras saídas
matrix de roteamento
medidor
de entrada
eq.
balanceador de entrada
Ch A delay
entrada ADC de
entrada

medidor
de saída
eq. seções  do  1o seções  do  2o
de saída crossover nível limitador crossover balanceador
delay
de DAC Saída 1
saída

Fig.  7  -­  Diagrama


Diagrama em blocos de um gerenciador, onde são mostradas apenas uma entrada e uma saída

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AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA

Introdução

A  finalidade  do  amplificador  de  potência,  ou  simplesmente  amplificador  é,  como  seu  nome  
sugere, elevar os níveis de potência do sinal que vem da console, ou do crossover, para
valores capazes de excitar o alto-falante. Este, por sua vez, movendo maior massa de ar do
que  move  o  sinal  natural  sem  amplificação  –  a  voz  de  um  orador,  por  exemplo  -­  permite  que  
um  número  maior  de  pessoas  possa  ouvir  o  tal  sinal.  O  amplificador  é  sempre  composto  
de  fonte  de  alimentação,  estágio  de  pré-­amplificação  e  estágio  de  saída,  ou  de  potência.  
As  variações  no  projeto  do  amplificador  visam  diferentes  aplicações  e  buscam  sempre  a  
maior qualidade. Os projetos atuais são equipados com alguns circuitos de proteção que
atuam para preservar não só ele próprio mas também a carga que ele alimenta. Quanto à
carga,  o  amplificador  pode  ter  os  falantes  ligados  a  ele  de  algumas  maneiras.  E  deve-­se  
estar  atento  no  dimensionamento  da  potência  do  amplificador  em  função  da  potência  dos  
falantes.  A   escolha   de   um   amplificador   para   uma   determinada   aplicação   é   baseada   em  
algumas  considerações,  como  veremos  adiante  na  apresentação  de  seus  parâmetros.  

Os cuidados

Quando  acondicionados  em  racks,  estes  devem  ter  sempre  suspensão  de  espuma,  de  
densidade  apropriada,  para  amortecer  os  choques  e  não  transmiti-­los  aos  amplificadores.
Os  amplificadores,  em  racks,  devem  ser  presos  não  somente  pelo  painel  dianteiro  mas  
pelas  laterais  na  parte  traseira  também.  Assim  evitam-­se  torções  no  painel  dianteiro.
É  fundamental  que  seja  garantido  o  fluxo  de  ar  na  ventilação.  A  renovação  constante  do  
ar é necessária para a refrigeração do aparelho. Cuidados devem ser tomados para não
obstruir  esse  fluxo  com  tampas,  cortinas,  etc...  Se  houver  filtro  junto  à  ventoinha,  este  deve  
ser  limpo  regularmente,  para  a  dita  garantia  do  fluxo  de  ar.
Cuidado  na  estrutura  de  alimentação  elétrica  para  o  amplificador.  Observe  os  dados  do  
fabricante  sobre  consumo  de  energia,  e  respeite-­os.  Plugues,  tomadas  e  proteções  devem  
ser  adequadas,  e  dimensionadas  por  eletricista  habilitado.  Se  forem  vários  amplificadores  
em  um  rack,  o  mesmo  cuidado  de  dimensionamento  vai  se  aplicar  ao  rack  inteiro.
Não  trabalhe  com  o  amplificador  sem  headroom.  Como  qualquer  outro  aparelho  do  sistema  
ele estará processando o sinal de áudio, que tem na dinâmica uma de suas características
principais.  O  amplificador  precisa  ser  capaz  de  processar  essa  dinâmica.
Cuidado   com   a   carga   ligada   ao   amplificador,   ou   seja,   o   valor   da   impedância   final   na  
associação dos falantes. Freqüentemente cargas de valor muito baixo levam a proteção
contra  sobrecarga  dos  amplificadores  a  atuar.  Isso  se  deve  ao  fato  de  que  a  impedância  
nominal do falante (aquela que levamos em conta quando fazemos as contas na associação)
não necessariamente é igual a sua impedância mínima. Devemos buscar sempre esse
dado do fabricante, impedância mínima, e usá-lo nas nossas contas.

Parâmetros dos Amplificadores

-­  Potência  de  Saída  RMS

Medida   em   watts   (W),   é   definida   como   a   potência   que   o   amplificador   pode   fornecer  
continuamente sem que a distorção harmônica total (THD) seja maior que 1%. Alguns
fabricantes   e   projetistas   preferem   o   limite   de   0,1%.   Como   nos   amplificadores   de   estado  
sólido a THD se mantém baixa até logo abaixo da potência máxima, subindo então muito
rapidamente, as potências correspondentes à THD de 0,1% e à THD de 1% são muito
próximas, de modo que o critério não muda radicalmente o resultado.

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Nos  amplificadores  a  válvula,  preferidos  por  muitos  músicos  e  “audiófilos”,  a  distorção  
sobe de maneira mais gradual.
Em  projetos  e  especificações,  deve-­se  sempre  usar  a  potência  RMS.
Especificar  um  amplificador  com  potência  inferior  à  admitida  pelo  falante,  ou  conjunto  de  
falantes, que estará ligado a ele, é sempre perigoso. Não haverá problema se usarmos sempre
o   amplificador   trabalhando   dentro   do   regime   que   respeite   suas   características   nominais.  
Mas aí estaremos usando apenas parte da potência admitida pelo falante. Se aumentamos
o  nível  no  amplificador,  para  termos  mais  potência  dissipada  no  falante,  corremos  o  risco  
de  fazer  o  amplificador  trabalhar  com  distorções,  tipicamente  a  de  “clipping”.  Esse  tipo  de  
distorção gera elevados níveis de freqüências harmônicas daquelas que foram distorcidas,
resultando em maiores quantidades de potência para serem dissipadas pelo falante, o que
nem sempre ele vai suportar.
Atualmente os limitadores dos gerenciadores protegem os falantes contra níveis
excessivos   de   potência   dos   amplificadores.   É   comum   procurarmos   por   um   amplificador  
cuja potência disponível seja aproximadamente igual a soma das potências admitidas pelos
falantes  que  vamos  ligar  a  ele.  Limitamos  o  nível  do  sinal  para  o  amplificador  àquele  que  
o   fará   trabalhar   sem   distorções   (0   VU)   e,   dessa   forma,   preservamos   a   integridade   dos  
falantes.
Sem  os  limitadores,  é  uma  boa  prática  dimensionar  o  amplificador  com  potência  cerca  de  
uma vez e meia a capacidade de potência dos falantes ligados a ele. Os falantes suportam
transientes   com   potência   bem   acima   daquela   especificada   como   RMS.   Se   fizermos   o  
amplificador   trabalhar   numa   região   de   potência   igual   àquela   admitida   pelos   falantes   e,  
eventualmente, chegarmos à sua potência máxima, pelo exposto acima os falantes não
sofrerão.  Encontrar  essa  relação,  potência  do  amplificador  x  potência  dos  falantes,  para  se  
ter headroom sem queimar os falantes não é nada fácil. Podemos perder algumas bobinas
até acertar. No entanto, uma vez acertado, o desempenho do sistema é muito melhor.

-­  Potência  de  Saída  Musical

A  potência  de  saída  é  definida  pela  fonte  de  alimentação  do  amplificador.  Quando  ele  é  
muito  solicitado,  a  tensão  da  fonte  cai  um  pouco  (tipicamente  5%)  estabelecendo  a  potência  
máxima  RMS.  No  entanto,  se  o  amplificador  é  usado  a  potências  médias  mais  baixas,  a  
tensão  da  fonte  não  sofre  queda  e,  por  períodos  curtos,  o  amplificador  consegue  fornecer  
potência mais alta que a máxima RMS. Esta potência maior (cerca de 10%) é chamada
Potência Musical.
A  “potência  PMPO”  é  uma  criação  puramente  desonesta,  sem  qualquer  base  científica,  
devendo ser ignorada em qualquer hipótese devido a sua total inutilidade.

-­  Distorção  Harmônica  Total  (THD)

É   a   soma   RMS   das   tensões   de   todos   os   harmônicos   do   sinal   senoidal   original,   após  
passar  pelo  amplificador,  dividida  pela  tensão  total  de  saída.  É  geralmente  expressa  em  
porcentagem.

Onde Vn  são  as  tensões  correspondentes  aos  harmônicos  de  ordem  n.

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Uma  “baixa  THD”  é  qualquer  valor  abaixo  de  0,1%  (praticamente  inaudível).  Os  valores  
típicos de mercado são:

Amplificadores  de  potência  para  sonorização:   abaixo  de  0,2%


Amplificadores  para  uso  doméstico  comum:   abaixo  de  0,1%
Amplificadores  de  referência  para  estúdio:   abaixo  de  0,05%
Amplificadores  “high  end”  para  audiófilos:                        abaixo  de  0,02%

Os  amplificadores  de  estado  sólido  produzem  quase  apenas  harmônicos  ímpares  (3º,  5º,  
7º,  9º  etc.),  enquanto  os  valvulados  são  ricos  em  harmônicos  pares  (2º,  4º,  6º  etc.),  o  que  
lhes  dá  uma  característica  mais  “musical”.

-­  Distorção  por  Intermodulação  (IMD)

Ocorre  quando  sinais  de  duas  ou  mais  freqüências  são  aplicados  ao  amplificador.  Os  
sinais se modulam mutuamente (suas amplitudes se multiplicam, além de se somarem),
gerando produtos de intermodulação que são sinais com a soma e a diferença entre as
freqüências aplicadas.
No método SMPTE de medida de IMD, aplicam-se ao equipamento sob teste as
freqüências  de  60Hz  e  7kHz,  mixadas  na  proporção  de  respectivamente  4:1.  Os  produtos  
de  intermodulação  serão  7000  –  60  =  6940Hz  e  7000  +  60  =  7060Hz.  Como  sempre  há  THD  
também, que são os múltiplos de 60Hz, temos produtos desses harmônicos pelo sinal de
7kHz.  Assim,  observam-­se  vários  produtos  aos  dois  lados  de  7kHz,  isto  é:  6940Hz,  6880Hz,  
6820Hz,  6760Hz,  etc.,  e  7060Hz,  7120Hz,  7180Hz,  7240Hz,  etc..
Esses produtos são somados em RMS (raiz quadrada da soma dos quadrados) e o
resultado é a IMD, em geral expressa também em porcentagem.
Os critérios para avaliação da IMD são os mesmos que para a THD.

-­  Slew  Rate

A  Slew  Rate  (taxa  de  variação  de  tensão)  é  a  máxima  velocidade  com  que  o  amplificador  
consegue fazer variar sua tensão de saída no tempo.
É medida em V/µs e se calcula pela seguinte fórmula:

SR = 2πf ⋅ 2 ⋅ V ghgjgfjfhjflhgjfhjfhjfhfohjfpohjfgohjf´gghjfh
S
R

-­  Distorção  Induzida  pela  Slew  Rate  (SID)

Quando a slew rate é muito baixa, sinais de saída com alta amplitude e alta freqüência
não conseguem ser reproduzidos, porque sua variação de tensão no tempo é maior do que
o  amplificador  é  capaz  de  fornecer.  Ocorre  então  a  distorção  induzida  pela  slew  rate  (Slew  
Induced  Distortion  ou  SID),  que  produz  agudos  “ásperos”  ou  “raspando”.  
Os critérios para avaliação da SID são os mesmos que para a THD e para a IMD.
Para   que   um   amplificador   reproduza   de   forma   limpa   sinais   de   qualquer   amplitude   e  
freqüência, recomenda-se que sua slew rate seja quatro vezes maior que a slew rate do
sinal  de  maior  freqüência  e  amplitude  a  ser  reproduzido.  Para  amplificadores  de  agudos  ou  
full range, deve-se calcular a tensão produzida à potência máxima, e tomar-se a freqüência
de  20kHz  para  o  cálculo.  O  valor  calculado  é  multiplicado  por  4.

Exemplo:

Qual  a  slew  rate  mínima  para  um  amplificador  de  400W  em  4  ohms  que  deva  operar  até  
20kHz?

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A potência de 400W em 4 ohms corresponde a uma tensão de saída igual a 40V.

Resposta: V/s  ou  7,1  V/µs.

Multiplicando o valor acima por 4, determina-se que a slew rate deve ser de pelo menos
28,4 V/µs.

 -­  Relação  Sinal/Ruído

A relação sinal/ruído é a razão, expressa em dB, entre a potência máxima de saída RMS
e  a  potência  do  ruído  de  fundo  do  amplificador.  Para  medir  a  potência  do  ruído,  coloca-­se  
a  entrada  do  amplificador  em  curto  e  mede-­se  então  a  tensão  na  saída,  fazendo  o  cálculo  
para  obter  a  potência.  É  mais  fácil,  em  geral,  medir  as  tensões  de  saída  e  fazer  o  cálculo  
usando o quadrado da razão entre elas.

Exemplo:

Um  amplificador  fornece,  a  1%  THD,  uma  potência  de  saída  de  1024W  sobre  4  ohms.  
Colocando-se sua entrada em curto, a tensão RMS correspondente ao ruído é de 640µV.
Qual  é  a  relação  sinal/ruído?

V  máxima  de  saída  =    

Relação  sinal/ruído  =    

Relações  sinal/ruído  acima  de  80dB  são  satisfatórias  para  amplificadores  de  potência,  e  
relações  sinal/ruído  acima  de  90dB  são  julgadas  excelentes.

 -­  Fator  de  Amortecimento  (FA)

Quando  um  alto-­falante  é  colocado  em  curto-­circuito,  seu  cone  fica  “travado”,  tornando-­
se difícil para ele vibrar livremente em sua freqüência natural de ressonância. Para que um
alto-­falante  “obedeça”  fielmente  a  um  amplificador,  este  deve  ter  uma  impedância  de  saída  
o   mais   baixa   possível;;   assim,   o   alto-­falante   “enxergará”   um   curto-­circuito   e   não   poderá  
vibrar à sua própria vontade.
A  razão  entre  a  impedância  nominal  do  alto-­falante  e  a  impedância  de  saída  do  amplificador  
é chamada Fator de Amortecimento (damping factor). Note que a impedância de saída do
amplificador  não  é  a  impedância  nominal  de  carga  (4  ohms,  8  ohms  etc.),  e  sim  valores  
muito mais baixos, da ordem de 0,04 ohms ou menos.
Para medir o FA, aplica-se uma tensão senoidal, na freqüência desejada, à entrada do
amplificador,  e  mede-­se  a  tensão  de  saída  com  a  carga  conectada  (V1)  e  sem  carga  (V0),  
e aplica-se a fórmula abaixo:

Exemplo:

Um   amplificador,   sem   carga,   fornece   10,00V   na   saída.   Com   a   carga   conectada,   essa  

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tensão  cai  para  9,92V.  Qual  o  fator  de  amortecimento?

Resposta:

Note que o FA depende da impedância de carga (quanto mais baixa a impedância de


carga,  mais  baixo  o  FA).  O  FA,  em  geral,  varia  significativamente  com  a  freqüência,  e  é  
comum  baixar  nas  freqüências  altas.  Ao  se  medir  o  FA,  deve-­se  especificar  a  impedância  
de carga, e fazer a medição para várias freqüências de interesse.
Os  amplificadores  de  estado  sólido  costumam  ter  altos  fatores  de  amortecimento.  Valores  
abaixo  de  100  são  considerados  ruins,  e  acima  de  500  são  excelentes.
Os  amplificadores  valvulados  costumam  ter  fatores  de  amortecimento  bem  mais  baixos  
que  os  transistorizados,  sendo  comuns  valores  em  torno  de  50  ou  até  menos.  Isto  faz  parte  
do  chamado  “som  de  válvula”,  com  graves  “quentes”.  Atenção:  um  amplificador  valvulado  
não pode ser ligado sem carga. Para medir seu amortecimento, usam-se duas resistências
de carga diferentes, R1 e R2, aplicando a fórmula:

R 2 − R1
FA =
F
A
⎛ V ⎞
R 2 ⋅ ⎜⎜1 − 1 ⎟⎟
⎝ V2 ⎠

Onde V1 é a tensão de saída com carga igual a R1, e V2 é a tensão de saída com carga
igual a R2.

Exemplo:

Mediu-­se  a  tensão  de  saída  de  um  amplificador  valvulado.  Com  carga  de  8  ohms,  obtiveram-­
se  10V.  Com  carga  de  16  ohms,  obtiveram-­se  10,25V.  Qual  o  fator  de  amortecimento?

Solução:

20,5

Nota:  este  método  pode  também  ser  usado  para  amplificadores  de  estado  sólido.

- Ligação em Ponte

A  ligação  em  ponte  consiste  em  usar  dois  amplificadores  iguais,  alimentados  pelo  mesmo  
sinal com a polaridade invertida. Então, a diferença de tensão entre as saídas das duas
seções  é  o  dobro  da  tensão  de  cada  uma,  o  que  resulta  em  que,  com  a  mesma  tensão  de  
alimentação, se obtém o quádruplo da potência de saída para a mesma impedância de
carga.  A  carga  é  ligada  entre  as  duas  saídas.  Por  exemplo,  com  um  amplificador  de  dois  
canais de 1000 watts por canal em 4 ohms, obtém-se uma potência de 2000 watts em 8
ohms em ponte.

-­  Classes  de  Amplificação  mais  Usadas

Existem  várias  classes  de  amplificadores.  Estas  “classes”  não  são  “qualidades”  e  sim  

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“tipos”  de  amplificadores.

• Classe A

Em  amplificadores  classe  A,  os  dispositivos  (transistores  ou  válvulas)  de  saída  conduzem  
corrente  durante  todo  o  ciclo  do  sinal.  O  rendimento  é  baixo  (teoricamente  25%,  tipicamente  
menos ainda), mas a qualidade de reprodução é máxima, pois não existe transição entre
dispositivos, sendo assim o sinal absolutamente ininterrupto. Pelo alto consumo e peso,
esta  classe  é  usada  quase  exclusivamente  por  audiófilos  e  em  amplificadores  de  referência,  
ou então em valvulados de baixa a média potência (até 30W) para guitarra.

• Classe B

Na classe B, os dispositivos de saída conduzem corrente durante exatamente meio ciclo


de sinal cada um. Um dispositivo é responsável pelo semiciclo positivo, e o outro pelo
negativo. Na passagem de um dispositivo para o outro, aparece uma descontinuidade no
sinal, chamada distorção de transição (crossover distortion - isto não tem a ver com o
crossover sa caixa acústica). Esta distorção afeta fortemente sinais de alta freqüência e
baixa  amplitude.  Por  esta  razão,  não  se  usam  amplificadores  classe  B  “pura”.  O  rendimento  
teórico é de 64% aproximadamente.

• Classe AB

Para sanar o problema da distorção de transição, na classe AB cada dispositivo de


saída conduz corrente durante um pouco mais do que meio ciclo, de modo que quando um
dispositivo assume o sinal, o outro ainda está ativo e portanto não existe a descontinuidade
citada na classe B. A qualidade sonora se aproxima da classe A, mas o rendimento energético
é bem maior, chegando na prática a 60%.

• Classe C

Nesta classe, é usado apenas um dispositivo de saída, o qual opera apenas durante
meio ciclo; o restante do sinal é completado pela ressonância de um circuito sintonizado.
Esta   classe   não   é   usada,   evidentemente,   em   amplificadores   de   áudio.   É   utilizada   em  
transmissores  de  rádio,  onde  apenas  uma  freqüência  é  amplificada.

• Classe D

Nesta  classe,  os  dispositivos  de  saída  não  operam  diretamente  amplificando  o  sinal  de  
áudio. O sinal de entrada é aplicado a um conversor PWM (modulador de largura de pulso),
que  produz  uma  onda  retangular  de  alta  freqüência  (muito  acima  de  20kHz),  perfeitamente  
quadrada quando não há sinal de áudio na entrada. Quando existe sinal, a parte positiva
da onda retangular se torna tão mais larga quanto mais alta é a tensão do sinal de áudio,
estreitando-se a parte negativa de modo que a freqüência da portadora (a onda retangular)
se mantém constante, mas o valor médio da tensão se torna tão mais positivo quanto o
sinal de entrada. No semiciclo negativo, naturalmente a parte negativa da portadora é que
se alarga, tornando negativo seu valor médio.
Na   saída,   fazendo-­se   a   portadora   modulada   passar   por   um   filtro   sintonizado   em   sua  
freqüência, ela é removida, restando o sinal de áudio.
Em um projeto bem feito, pode-se obter alta qualidade de áudio com um rendimento
energético   teórico   de   100%.   Como   isso   é   possível?   Os   dispositivos   de   saída,   operando  
com uma onda retangular de amplitude constante e máxima (de um extremo a outro da
tensão da fonte), estão – o tempo todo – um deles com tensão zero e corrente máxima, e
o outro com tensão máxima e corrente zero. Sendo a potência igual ao produto da tensão

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pela  corrente,  fica  claro  que  a  potência  dissipada  nos  dispositivos  de  saída  é  sempre  zero,  
portanto toda a energia da fonte de alimentação é transferida para o alto-falante.
Na prática, os dispositivos de saída não chegam (por motivos que não cabe aqui discutir)
a trabalhar com ondas perfeitamente retangulares, nem chegam à tensão zero, o que causa
um certo desperdício de potência; mas mesmo assim, o rendimento é sempre mais de
90%.

•  Classe  H

Nos   amplificadores   classe   H,   a   tensão   da   fonte   de   alimentação   varia   conforme   o  


sinal de entrada, de forma a só fornecer ao estágio de saída a tensão necessária a seu
funcionamento. A tensão da fonte pode variar entre dois ou mais valores, acompanhando
assim de forma aproximada o sinal de saída. Dessa maneira, a tensão sobre os dispositivos
de  saída  se  mantém,  em  média,  muito  menor  do  que  em  um  amplificador  classe  AB.  Reduz-­
se então a potência dissipada nestes dispositivos, consumindo então muito menos energia
para a mesma potência de saída.
O  estágio  de  saída  é,  na  realidade,  um  classe  AB  cuja  fonte  varia  “aos  pulos”  conforme  a  
potência  requerida.  Em  potências  baixas,  quando  a  fonte  não  chega  a  comutar,  o  amplificador  
classe H se comporta exatamente como se fosse um classe AB de baixa potência.
As  vantagens  do  amplificador  classe  H  são  evidentes:  menor  consumo,  menor  tamanho  e  
menor peso que o classe AB. A desvantagem é a qualidade inferior de áudio, principalmente
nas freqüências mais altas, causada pela comutação da fonte, que transparece para a saída
em  forma  de  distorção  de  transição.  Quanto  maior  o  número  de  comutações  de  tensão  de  
fonte, maior é o rendimento energético e pior é a qualidade sonora.
Os  amplificadores  classe  H  são  os  mais  usados,  em  sistemas  de  sonorização,  para  a  
reprodução de subgraves e graves, onde se requerem as maiores potências e também
onde os defeitos da classe H não afetam a qualidade sonora. É preciso deixar claro que
os  amplificadores  classe  H  não  são  melhores  para  os  graves  –  mas  são,  realmente,  mais  
econômicos e atendem perfeitamente à necessidade.

• Classe D em Ponte

É  uma  variante  da  classe  D.  Para  eliminar  o  filtro  passivo  na  saída  do  amplificador,  que  
é  volumoso,  pesado  e  ainda  reduz  o  fator  de  amortecimento,  usam-­se  dois  amplificadores  
classe D ligados em ponte. Com isso, a portadora é cancelada (pois ela existe nas duas
seções  em  classe  D  com  a  mesma  amplitude  e  fase),  restando  o  sinal  puro  de  áudio  sem  a  
necessidade  do  inconveniente  filtro  passivo.
O   amplificador   classe   D   em   ponte   é   chamado   por   alguns   fabricantes   de   amplificador  
classe    K.

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ALTOFALANTES E CAIXAS

Introdução

O falante, do tipo que utilizamos hoje, é uma criação centenária. Desde a invenção
do   telefone   no   final   do   século   retrasado,   do   qual   era   uma   das   partes   mais   importantes,  
passando    pelas  primeiras  versões  comerciais  para  reprodução  de  música  que  chegaram  ao  
mercado nos anos 20, até os modelos atuais com a qualidade dos que encontramos como
referência nos estúdios de gravação e mixagem, ele não mudou muito a sua cara. Mas, se
por  um  lado  as  mudanças  foram  poucas,  por  outro  foram  significativas.  Desenvolvimentos  
na tecnologia dos materiais e nas técnicas de construção fazem do falante de hoje uma
versão bastante evoluída daquele seu antepassado.
O falante é um dos transdutores nos sistemas de áudio, transformando energia elétrica
em   energia   acústica.   Sua   eficiência   é   bastante   baixa   nessa   transdução.   Os   melhores  
falantes,   nesse   aspecto,   não   possuem   nem   10%   de   eficiência.   Ou   seja,   de   cada   100W  
elétricos entregues a ele, obtemos menos de 10W acústicos.
Seu funcionamento é como o do microfone dinâmico de bobina móvel, às avessas. Aliás,
este   é   o   nome   e   sobrenome   do   falante   que   encontramos   nas   aplicações   profissionais:  
altofalante dinâmico de bobina móvel. Não usamos chamá-lo dessa forma provavelmente
por  ser,  como  já  dissemos,  a  única  construção  utilizada  profissionalmente.  E  sobre  essa  
construção que vamos falar.

O funcionamento do altofalante

A   corrente   de   intensidade   variável   vinda   do   amplificador   circula   pelo   fio   da   bobina   do  


falante e gera, à sua volta, um campo magnético de intensidade também variável. Esse
campo  interage  com  o  campo  fixo  do  magneto  fazendo  ora  com  que  a  bobina  e  o  magneto  
se  repulsem,  quando  as  orientações  dos  campos  são  coincidentes,  e  ora  com  que  eles  se  
atraiam,  quando  as  orientações  são  contrárias.  O  magneto  é  preso  na  estrutura  do  falante,  
logo a bobina é que se move. Como o cone está colado à bobina ele faz esse movimento
junto com ela, mexendo o ar à sua volta e reproduzindo sons. A aranha e a suspensão
prendem  o  cone  à  carcaça  e  alinham  o  seu  movimento.  Na  figura  1  podemos  ver  o  falante  
em partes.
O falante é, na essência, um sistema massa/mola. Um sistema como esse possui uma
freqüência natural de ressonância, que é dependente da massa e da elasticidade das partes
envolvidas.
O driver a compressão tem a mesma construção do falante - circuito magnético, forma,
bobiba, etc... - e funciona praticamente da mesma maneira. A diferença é que essa
construção está encerrada em uma carcaça metálica, onde o cone, ou diafragma, tem atrás
dele uma câmara pequena e fechada, e à frente um reduzido acesso ao ambiente externo
através   do   qual   flui   a   energia   sonora   que   reproduz.   Esse   acesso,   de   seção   circular,   se  
estreita à medida que se aproxima da saída, comprimindo, assim, o som em seu caminho.
O som comprimido terá sua velocidade aumentada na saída do driver. Essa construção não
é exclusiva dos drivers de média e alta freqüência. Nas caixas cornetadas encontramos os
falantes dentro de volumes pequenos e com painéis à sua frente diminuindo subitamente a
área por onde passa o som.
Na  figura  1  vemos:
1 – carcaça 2 – aranha 3 – bobina
4  –  placa  polar       5  –  núcleo                      6  –  placa  da  bobina
7  –  imã         8  –  terminal     9  –  cordoalha
10 – cone 11 – borda 12 – guarnição

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Fig. 1 - Autofalante dinâmico de bobina móvel.

O   altofalante   trabalha   juntamente   com   o   amplificador   ao   qual   é   ligado,   e   com   o   ar   a  


sua  volta,  normalmente  definido  pela  caixa  acústica.  Portanto  sofre  influência,  e  também  
influencia,  a  ambos.  Para  se  fazer  uma  análise  completa  de  seu  comportamento  é  necessário  
que se leve em conta o comportamento dos outros dois. Esse comportamento total é melhor
compreendido quando se estuda o análogo elétrico desse que é um sistema composto por
variáveis elétricas, mecânicas e acústicas.
O circuito elétrico equivalente do altofalante é mostrado a seguir, onde:
Re  =  resistência  da  bobina  à  corrente  contínua,
Levc  =  componente  indutiva,  dependente  da  freqüência,  da  reatância  da  bobina,
Revc   =   componente   resistiva,   dependente   da   freqüência,   representando   as   perdas  
originadas pelas correntes induzidas na ferragem,
Cs  =  parâmetro  mecânico  representando  a  compliância,  
Md  =  parâmetro  mecânico  representando  a  massa,
Res  =  parâmetro  mecânico  associado  ao  amortecimento,  
Zb  =  impedância  de  radiação  traseira  do  altofalante,
Zf  =    impedância  de  radiação  frontal  do  altofalante.

Re Levc Revc

Ger

Cs Md Res Zb Zf

Fig. 2 - Circuito elétrico equivalente do altofalante.

Adiante são apresentados diferentes tipos de caixas.

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Caixa Selada (Infinite Baffle)

Quando temos o altofalante suspenso no ar, sem caixa, e o fazemos reproduzir uma
música qualquer, não somos capazes de ouvir a região de graves dessa música. À medida
que trazemos o falante, assim tocando, para próximo de uma superfície, uma parede por
exemplo, passamos a ouvir aquela região de freqüências mais baixas. Vamos ver porque.
Às altas freqüências o cone do altofalante se move rapidamente, e às baixas freqüências
se move lentamente. Movimentos rápidos do cone produzem ondas no ar que se propagam
com diretividade muito grande e, ao contrário, seus movimentos lentos produzem ondas
que se espalham em todo seu redor. Essa diretividade é tanto maior quanto menor for o
comprimento  de  onda  da  freqüência  sendo  reproduzida  quando  comparado  às  dimensões  
do próprio falante.
Quando  o  falante,  solto  no  ar,  vibra  em  freqüências  altas,  as  compressões  e  rarefações  
do  ar  à  sua  frente  não  interagem  com  as  respectivas  rarefações  e  compressões  do  ar  atrás  
de  si,  já  que  essas  perturbações  se  desenrolam  por  regiões  bem  limitadas  do  espaço.  No  
entanto, quando ele vibra em freqüências baixas, devido a dispersão do som ser muito
ampla,  as  compressões  do  ar  à  sua  frente  vão  se  encontrar  com  as  respectivas  rarefações  
do  ar  atrás,  e  as  rarefações  à  frente  com  as  compressões  atrás.  Esse  movimento  leva  ao  
consumo, na forma de um curto circuito acústico, de grande parte da energia irradiada,
sobrando pouco para se propagar e, portanto, ser ouvido.
Naturalmente, para resolver esse problema, basta evitar que a energia irradiada pela
parte frontal do cone não se encontre com a energia irradiada pela sua parte traseira. Isso
se  consegue  prendendo  o  falante  num  painel.  Ver  figura  3.
Fazendo isso notaremos que o grave que conseguimos ouvir está relacionado às
dimensões  do  painel.  Quanto  maior  o  painel,  mais  grave  ouvimos.  Como  já  vimos,  o  próprio  
falante, representado pela área do seu cone, passa a funcionar como anteparo para
freqüências acima de uma determinada região.

Fig. 3 - Falante preso a um painel.

Essa relação é normalmente dada pela equação abaixo:

l  ≥  1/4λ

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Onde  l  é  a  dimensão  do  lado  do  painel  em  que  o  falante  está  fixado,  e  λ é o comprimento
de onda da freqüência mais baixa que esse painel é capaz de dirigir.

Exemplo:

Que  dimensão  deverá  ter  um  painel  para  reforçar  graves  a  partir  de  100Hz?
Considerando  v  =  350m/s,  então  λ(100Hz)  =  3,5m
1/4λ ≅ 0,90m
Logo, o painel deverá ter lado maior ou igual a 0,90m, ou 90cm.

Então, se prendermos um falante a uma parede ou, dizendo de outra forma, a um painel
de  dimensões  infinitas,  poderemos  ouvir  todo  o  grave  que  ele  é  capaz  de  reproduzir.  Daí  
o  nome  “infinite  baffle”  para  as  caixas  totalmente  seladas,  pois  são,  nesse  aspecto,  como  
painéis  de  dimensões  infinitas.

Caixa Refletora de Graves (Bass Reflex)

Aqui, como na caixa selada, o falante está encerrado em uma caixa irradiando diretamente
para o ar à sua frente. O volume de ar dessa caixa regula a excursão do falante, não
deixando que ele se mova descontroladamente em baixas
freqüências.   A   diferença   fica   por   conta   de   um   duto,   ou  
pórtico, que serve para estender a resposta de baixas
freqüências, se comparada à uma caixa selada de mesma
cubagem.
Na realidade essa construção é a de um ressonador
de Helmholtz, onde um volume de ar encerrado tem uma
comunicação com o exterior, como uma garrafa. Quando
sopramos numa garrafa ela ressoa em uma determinada
freqüência, que está relacionada ao volume de ar contido
no bojo da garrafa, à área do seu gargalo e ao comprimento
desse gargalo. Essa relação é expressa matematicamente
pela equação abaixo.

 c        .        S
fr =
2 π √ L.V

Na   figura   4   podemos   ver   uma   caixa   “Refletora   de  


Graves” Fig.  4  -­  Caixa  refletora  de  graves.

Caixa com corneta

Aqui encontramos o falante encerrado em uma câmara selada, de volume reduzido, e


com uma corneta à sua frente. O falante excursiona bem menos que na primeira construção
apresentada, devido às grandes impedâncias acústicas que encontra à frente e atrás de
si. Porém o faz com muito mais esforço. Com movimentos de menor amplitude é possível
maior   precisão,   maior   fidelidade   ao   sinal   original.   A   corneta   guia   esse   sinal   desde   sua  
garganta até sua boca e para o exterior, fazendo com que os pequenos movimentos de ar
em sua garganta se tornem grandes movimentos do ar em sua boca, além de controlar sua
dispersão.  A  corneta  também  é  conhecida  como  “transformador  de  impedância  acústica”.  A  
figura  5  mostra  um  exemplo  de  caixa  com  cornetas  nos  falantes.  
A   eficiência   de   uma   caixa   cornetada   é   superior   à   de   um   radiador   direto   em   caixa  
sintonizada.
A freqüência mais baixa que uma corneta é capaz de dirigir e consequentemente dar
ganho, chamada de sua freqüência de corte inferior, está relacionada a seu comprimento e

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a área de sua boca. Da mesma maneira sua freqüência de corte superior está relacionada
a área de sua garganta.
As cornetas, contemporâneas dos falantes no uso
profissional,   conheceram   uma   grande   evolução,   nos   anos  
70,   com   a   construção   bi-­radial.  A   construção   que   era   utilizada  
anteriormente era a radial, uma corneta cuja parede lateral
progredia na forma de uma curva descrita matematicamente
por uma equação exponencial. Uma característica marcante das
cornetas radiais era o aumento de sua taxa de diretividade com o
aumento da freqüência. Isso resultava numa cobertura irregular,
em termos de freqüência. Quem se situava no seu eixo principal
ouvia todo o programa, e quem se situava em um eixo mais
lateral não ouvia os agudos desse programa. Apesar de já nesta
época existirem os diafragmas de alumínio equipando os drivers
e estendendo suas respostas de freqüências, os tweeters ainda
não podiam ser dispensados sob pena de não se ter resposta de
alta freqüência adequada em todo o ambiente. Surgiu então a
patente de uma corneta que, com dois raios de progressão, não
alterava sua diretividade com a freqüência. Passou, assim, a ser
chamada  de  “bi-­radial”,  ou  “de  diretividade  constante”,  e  melhorou   Fig.  5  -­  Caixa  cornetada.
significativamente  a  uniformidade  na  resposta  de  freqüências  por  
toda a área a ser coberta.
As cornetas de diretividade constante não são exclusividade dos sistemas de médias e
altas freqüências, sendo também usadas para médias baixas freqüências.

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COMPRESSORES E LIMITADORES
Compressores e Limitadores
Introdução
ntrodução
Um   compressor   é   um   amplificador   de   ganho   variável,   em   que   o   nível   de   tensão   em  
Um compressor
sua saídaé umdiminui
amplificador de ganho
à medida quevariável,
o nívelem deque o nívelem
tensão de tensão em sua aumenta,
sua entrada saída acima de um
iminui à medida que o nível de tensão
determinadovalor estabelecido. em sua entrada aumenta, acima de um determinado
alor estabelecido.
Foi construído a partir da necessidade de se ter controle sobre a extensão dinâmica da
Foi construído
música.a partir da necessidade de se ter controle sobre a extensão dinâmica da música.
A capacidade dinâmica
A capacidadede algumas mídiasde
dinâmica e equipamentos
algumas mídias é muito menor que a extensão
e equipamentos é menor que a extensão
inâmica dadinâmica
maioria dos programas musicais.
da maioria dos programas musicais.
Por exemplo,Por  exemplo,  quando  aumentamos  o  nível  de  um  sinal  que  vai  para  um  gravador  de  fita,  
quando aumentamos o nível de um sinal que vai para um gravador de fita, para
ue as passagens
para  q mais
ue  afracas deste sinalmnão
s  passagens   ais  se confundam
fracas   deste  scom
inal  on“hiss” característico
ão  se  confundam  da fita,oos
com    “hiss”  característico  
íveis mais altos deste sinal provocam a saturação dela. E se abaixamos a música para
da   fita,   os   níveis   mais   altos   deste   sinal   provocam   a   saturação   dela.   que istoE   se   abaixamos   a  
ão ocorra, ouvimos nitidamente o incômodo “hiss”.
música  para  que  isto  não  ocorra,  ouvimos  nitidamente  o  incômodo  “hiss”.
Outro exemplo é, se duranteé,uma
Outro exemplo mixagemuma
se durante aumentamos
mixagema aumentamos
voz do cantor, anovoz canal do cantor, no canal
orrespondente da console, para ouvirmos as passagens suaves do seu canto,
correspondente da console, para ouvirmos as passagens suaves do seu canto, as passagensas passagens
ortes do mesmo
fortes podem
do mesmovir a distorcer
podem as saídas desta console.
vir a distorcer E se, então,
as saídas destadiminuímos
console.para queentão, diminuímos
E se,
sto não aconteça,
para queas passagens
isto nãosuaves podemas
aconteça, não ser ouvidassuaves
passagens devido aos sons dos
podem nãoinstrumentos
ser ouvidas devido aos sons
/ou ao ruído ambiente.
dos instrumentos e/ou ao ruído ambiente.
Estes exemplos,
Estes e outros
exemplos,tantos, edeixam
outros óbvia a utilidade
tantos, deixam do compressor. Porém, cuidado
óbvia a utilidade do compressor. Porém,
ara não radicalizar na compressão, ou você poderá alterar
cuidado para não radicalizar na compressão, ou você poderá de maneira destrutiva a dinâmica
alterar de damaneira destrutiva
música, que aé dinâmica
uma de suas dacaracterísticas
música, quemais é uma marcantes.
de suas características mais marcantes.
Os compressores
Os compressores podem serconsoles
podem ser insertados nas insertadosem seus
nascanais
consolesde entrada,
em seus em canais
seus de entrada, em
rupos, em seus
seus masters,
grupos, em ou ligados em suas ou
seus masters, saídas; podem
ligados ser ligados
em suas saídas;naspodem
entradasserdosligados nas entradas
ravadores; podem ser insertados nas bandas dos crossovers; e onde mais se sentir
dos gravadores; podem ser insertados nas bandas dos crossovers; e onde mais se sentir aa necessidade
e controlarnecessidade
a dinâmica do de sinal.
controlar a dinâmica do sinal.

Fig. 1 – Redução na
dinâmica de um sinal para que
este  “caiba”  entre  os  níveis  de  
ruído e de distorção.

Os   controles   mais   comuns   em   um   compressor   são   o   “threshold”,   o   “ratio”,   o   “attack”,  


o   “release”,  
Fig. 1 – Redução na dinâmicae  
deo  
um “output  
sinal paragain”,  
que estealém   dos  os“meters”.  
“caiba” entre Nos  
níveis de ruído e deaparelhos  
distorção. duais   e   quádruplos,  
encontraremos  também  a  função  “link”,  juntando  dois  a  dois  seus  canais.Esses  controles  
Os controles mais comuns em um compressor são o “threshold”, o “ratio”, o “attack”, o “release”,
estão  mostrados  na  figura  2.
o “output gain”, além dos “meters”. Nos aparelhos duais e quádruplos, encontraremos também
função “link”, juntando dois a dois seus canais.
Esses controles estão mostrados na figura 2.

1
v. Érico Veríssimo, 999 - Cobertura 02 - Barra da Tijuca - RJ - Tel:. (21) 2493-9628 / 2486-0629 - www.iatec.com.br
Fig. 2 – Controles característicos em um compressor (canal R de um compressor Dual).
Fig. 2 – Controles característicos em um compressor (canal R de um compressor Dual).

Para as ligações de sinal a um compressor temos o “input”, o “output”, e o “side chain”.


Para  as  ligações  de  sinal  a  um  compressor  temos  o  “input”,  o  “output”,  e  o  “side  chain”.

Os controles 38
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Os controles

-­  Threshold  (nível  limite)

Estabelece o nível a partir do qual o compressor começará a atuar sobre o sinal. Toda
vez que o nível de um sinal que entra no compressor ultrapassar o nível estabelecido como
threshold, o sinal sofrerá compressão. Quando seu nível voltar para valores abaixo do
threshold o compressor deixará de atuar. Os níveis mostrados neste controle são em dBu.
Se,   por   exemplo,   você   tiver   um   compressor   ligado   ao   canal   da   voz   do   cantor,   e   fixar  
como threshold o nível de -4dBu, toda vez que o cantor produzir níveis que ultrapassem
-­4dBu  (=0,5V)  o  compressor  atuará,  comprimindo  sua  voz.

-­  Ratio  (razão  ou  taxa  de  compressão)

Aqui controlamos o quanto é comprimido um sinal cujo nível ultrapassa o estabelecido


como  threshold.  Também  podemos  dizer  que  este  controle  nos  permite  fixar  uma  variação  
na amplitude do sinal na saída do compressor, para uma dada variação na amplitude deste
mesmo sinal na entrada do compressor. Por exemplo, uma razão de compressão de 6:1
quer dizer que um acréscimo de 6dB no nível do sinal na entrada do compressor, resultará
em um acréscimo de apenas 1dB no nível do sinal na saída do compressor.
No  exemplo  do  cantor,  dado  anteriormente,  se  fixarmos  a  razão  de  compressão  em  4:1  
(quatro para um), toda vez que o sinal da voz do cantor ultrapassar – 4dBu será comprimido
a 1/4. Esta razão é entre os níveis em dB dos sinais. Portanto se, em um dado instante, o
nível do sinal na entrada do compressor chegar a 8dB acima do threshold (8 dB acima de
0,5V  =  1,26V),  na  saída  teremos  apenas  2dB  acima  do  threshold  (=  0,63V).
Quando   a   razão   de   compressão   for   fixada   em   ∞ :1 dizemos estar limitando o nível
do sinal àquele estabelecido no threshold. Taxas de compressão a partir de 10:1 já são
consideradas como limitação.
O  limitador  é  mais  usado  com  a  finalidade  de  proteção.  A  proteção  do  sistema  de  falantes  
em  um  PA,  por  exemplo.  Ver  figura  3.
Nível do sinal de saída (d B)

Nível do sinal de entrada (d B)

Fig.
Fig. 3 –3O–sinal
O sinal passa
passa inalterado
inalterado enquanto
enquanto seunão
seu nível nível não ultrapassa
ultrapassa o threshold,
o threshold, a partir daíasofre
partir daí
sofre
compressão na razão compressão na razão estabelecida.
estabelecida.

ataque muito longos no compressor podem fazer com que muita energia deste sinal passe
antes dele ser comprimido. Para
IATEC - Instituto um esinal
de Artes com
Técnicas emataque muito lento, ajustes de tempo de ataque
Comunicação 39
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muito curtos podem
Fone/Fax: fazer com
(21) 2493-9628 que seu
/ 2486-0629 som sofra pumping
iatec@iatec.com.br (“bombeamento”).
- www.iatec.com.br
-­  Attack  e  Release  (tempo  de  ataque  e  tempo  de  relaxamento)

O   attack   regula   o   tempo   que   o   compressor   leva   para   atuar   totalmente,   depois   que   o  
nível do sinal em sua entrada ultrapassa aquele estabelecido no threshold. É dado em ms
(milissegundos).
O release regula o tempo que o compressor leva para deixar de atuar totalmente depois
que o nível em sua entrada cai para valores abaixo do threshold. É dado em ms, até alguns
segundos.  Ver  figura  4.

Fig.4  –  O  tempo  estabelecido  no  “attack”  (∆t


Fig.4 – O tempo estabelecido no “attack” ( ) se passa) se passa até que o sinal sofra totalmente a
1 até que o sinal sofra totalmente a compressão.
compressão.O  tempo  estabelecido  no  “release”  (∆t2) se passa até que o sinal deixe de sofrer
O tempo estabelecido no “release” ( ) se passa até que o sinal deixe de sofrer completamente a compressão.
completamente a compressão.Observe a alteração no envelope do sinal.
Observe a alteração no envelope do sinal.

O indicador do tipo PPM nos dá a precisão que precisamos para identificar os níveis
Estes ajustes são estabelecidos em função da dinâmica do instrumento, ou programa.
instantaneamente, evitando assim possíveis distorções.
DevemosPodemos
observar o envelope característico do instrumento em que formos efetuar
mudar a posição do medidor entre a entrada e a saída do compressor, para que ele
compressão.
nos mostre o nível do sinal respectivamente antes e depois de ser comprimido. É aí que fazemos
Alguns  equipamentos  têm  os  ajustes  de  attack  e  de  release  automáticos  e  dependentes  
as leituras visando a recuperação de níveis.
do programa. Eles observam o envelope do programa e reagem segundo suas
Existe ainda um segundo indicador que nos permite visualizar a quantidade de redução de
características.
ganho que estamos impondo ao sinal, em dB. Os dois medidores trabalham juntos e, à medida
que o primeiro nos mostra a variação no nível do sinal, o segundo nos mostra a redução que é
-­  Output  (nível  de  saída)
sofrida por ele.

Controla o ganho de saída do compressor.


Master/Slave ou Stereo Link (Mestre/Escravo ou Ligação em Estéreo)
Sempre que um sinal for comprimido ele sofrerá redução em seu nível. Esta redução
Quando colocamos compressores em programas estéreo, um no L e outro no R, é muito
será tanto maior quanto mais comprimido for o sinal, ou seja, quanto mais baixos os níveis
importante que os dois atuem simultaneamente e da mesma maneira. Se um dos compressores
de threshold e/ou mais altas as taxas de compressão aplicados.
atuar de forma diferente do outro, teremos níveis diferentes nos lados do estéreo, fazendo mudar
O controle de ganho serve para recuperarmos o nível médio do sinal que tínhamos
o centro acústico entre os canais L e R.
antes daAcompressão. Os níveis mais altos, que foram reduzidos pela compressão, são
chave “master/slave” em aparelhos duplos, uma vez acionada, faz com que os dois
recuperados. E os níveis mais baixos, que não sofreram compressão, são aumentados.
compressores atendam aos controles de apenas um deles, garantindo assim a mesma compressão
em ambos os lados do estéreo, e a conseqüente manutenção do dito centro.
-­  Meters  (medidores)
Também “linkamos” compressores em canais L/R de teclados, em dois grupos de sopros, nos
microfones da caixa e da esteira, etc.
Além dos controles, temos os medidores de nível do sinal, que podem ser do tipo VU
(Volume  Units)  ou  PPM  (Peak  Program  Meter).
Outros controles que também podem ser encontrados nos compressores são:
O   indicador   do   tipo   VU   mostra   variações   de   nível   do   sinal   de   maneira   mais   parecida  
com a que nós escutamos. Nós tendemos a ignorar os picos contidos nos sinais e ouvir
Input (nível de entrada)
Permite ajustar o nível do sinal na entrada do compressor.
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Peak Hold
Fone/Fax: (limitador
(21) 2493-9628 de picos)
/ 2486-0629 iatec@iatec.com.br - www.iatec.com.br
mais  o  que  se  parece  com  a  média  eficaz  do  mesmo.  O  medidor  VU,  dado  a  inércia  de  
seu mecanismo, não consegue medir estes picos tampouco. Picos que podem saturar
os equipamentos e não são mostrados pelo VU são indicados por leds colocados junto
àqueles,  que  chamamos  de  leds  de  “peak”.  A  velocidade  destes  leds  e  a  fidelidade  do  VU  
são uma ótima combinação para nossa leitura.
O  indicador  do  tipo  PPM  nos  dá  a  precisão  que  precisamos  para  identificar  os  níveis
instantaneamente,  evitando  assim  possíveis  distorções.
Podemos mudar a posição do medidor entre a entrada e a saída do compressor, para
que ele nos mostre o nível do sinal respectivamente antes e depois de ser comprimido. É
aí que fazemos as leituras visando a recuperação de níveis.
Existe ainda um segundo indicador que nos permite visualizar a quantidade de redução
de ganho que estamos impondo ao sinal, em dB. Os dois medidores trabalham juntos e,
à medida que o primeiro nos mostra a variação no nível do sinal, o segundo nos mostra a
redução que é sofrida por ele.

-­  Master/Slave  ou  Stereo  Link  (Mestre/Escravo  ou  Ligação  em  Estéreo)

Quando colocamos compressores em programas estéreo, um no L e outro no R, é


muito importante que os dois atuem simultaneamente e da mesma maneira. Se um dos
compressores atuar de forma diferente do outro, teremos níveis diferentes nos lados do
estéreo, fazendo mudar o centro acústico entre os canais L e R.
A  chave  “master/slave”  em  aparelhos  duplos,  uma  vez  acionada,  faz  com  que  os  dois
compressores atendam aos controles de apenas um deles, garantindo assim a mesma
compressão em ambos os lados do estéreo, e a conseqüente manutenção do dito centro.
Também  “linkamos”  compressores  em  canais  L/R  de  teclados,  em  dois  grupos  de  sopros,  
nos microfones da caixa e da esteira, etc.

Outros controles que também podem ser encontrados nos compressores são:

-­  Input  (nível  de  entrada)

Permite ajustar o nível do sinal na entrada do compressor.

-­  Peak  Hold  (limitador  de  picos)

Em um compressor o circuito que mede o nível do sinal na entrada para ser comparado
ao estabelecido como threshold mede, na maioria das vezes, o valor RMS deste sinal, o
que leva um determinado tempo para ser feito. Em programas com transientes acentuados
(notas com duração muito curta), como os gerados por instrumentos de percussão, podemos
ter alguns ciclos do sinal já na saída do compressor até que a medida de seu nível seja
feita na entrada, e o compressor venha então a atuar. Nestes casos é usado um detector
baseado  no  valor  de  pico  elétrico,  o  que  permite  o  controle  eficiente  da  dinâmica  do  sinal.

 -­  Hard  knee/Soft  knee  (transição  súbita/transição  suave)

Se usarmos taxas de compressão elevadas em um sinal com transientes menos


acentuados, como voz por exemplo, podemos ouvir nele a mudança de não comprimido
para comprimido.
Ou seja, podemos ouvir o compressor atuando.
Para  lidar  com  este  problema  fazemos  uso  da  função  chamada  “soft  knee”  que,  uma  vez  
acionada, produz uma suavização na compressão nesta região de transição do sinal de não
comprimido para comprimido, tornando esta passagem menos brusca e mais natural. Na

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Ou seja, podemos ouvir o compressor atuando.
Para lidar com este problema fazemos uso da função chamada “soft knee” que, uma vez
acionada, produz uma suavização na compressão nesta região de transição do sinal de não
realidade é feita uma
comprimido para compressão desde umesta
comprimido, tornando threshold
passagem mais baixo
menos do que
brusca o estabelecido,
e mais natural. Na
com uma taxa édefeita
realidade compressão também
uma compressão mais
desde umbaixa do que
threshold maisabaixo
estabelecida, tornando, assim,
do que o estabelecido, com
uma taxa de compressão também mais baixa do que a estabelecida, tornando,
o  começo  da  compressão  menos  notado.  A  figura  5  mostra  esta  situação. assim, o começo
da compressão menos notado.
A figura 5 ilustra esta situação.

Fig. 5 - A atuação do “Soft Knee”. A  fig.  5  -­  Atuação  do  “Soft  Knee”.

-­  Noise  Gate  (porta  para  ruído)


Noise Gate (porta para ruído)
Alguns compressores/limitadores incorporam a função “gate”, que será explicada mais adiante
Alguns  compressores/limitadores  incorporam  a  função  “gate”,  que  será  explicada  mais  
quando falarmos especificamente dela.
adiantequando  falarmos  especificamente  dela.
By Pass (contorno)
-­  By  Pass  (contorno)
Essa chave permite que você coloque ou retire o compressor do caminho do sinal, comparando,
assim, os níveis do sinal comprimido e não comprimido.
Essa chave permite que você coloque ou retire o compressor do caminho do sinal,
comparando, assim, os níveis do sinal comprimido e não comprimido.

As ligações
5
-­  Input  (entrada) Av. Érico Veríssimo, 999 - Cobertura 02 - Barra da Tijuca - RJ - Tel:. (21) 2493-9628 / 2486-0629 - www.iatec.com.br

É a entrada do sinal no compressor. Aqui é ligado o sinal que se quer comprimir.

-­  Output  (saída)

É a saída do sinal do compressor. Aqui se coleta o sinal já comprimido para ser ligado
de volta à console.

-­  Side  Chain  (entrada  alternativa)

Normalmente o detector do compressor vai medir, e comparar ao threshold estabelecido,


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o nível do sinal de áudio que está ligado ao seu input.
Se,   no   entanto   for   ligado   um   outro   sinal   na   entrada   “side   chain”,   o   nível   que   fará   o  
compressor atuar será o deste sinal, ligado aí. Quando o nível do sinal ligado a esta entrada
ultrapassar o nível estabelecido como threshold, o compressor atuará sobre o sinal ligado
ao  “input”.
Muda apenas o sinal que faz o compressor atuar. Mas o sinal que sofre a compressão é
sempre aquele ligado ao input.
É usado sempre que se quiser controlar a dinâmica de um sinal a partir do nível de um
outro. Por exemplo, se você quer abaixar o volume da música ambiente toda vez que o
locutor for falar, você deve insertar dois compressores nos canais L e R da música, fazer o
link  entre  eles,  e  ligar  ao  side  chain  do  compressor  master  uma  amostra  do  sinal  da  voz  do  
locutor (vindo de um auxiliar, por exemplo). Ajustar o threshold para que o compressor atue
mesmo nas passagens suaves da voz do locutor, e ajustar os outros controles para que
haja  a  compressão  desejada  (ratio)  da  maneira  desejada  (attack  e  release).

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.OISE'ATES
NOISE GATES

)NTRODU¥ÎO
Introdução

Lembrando do compressor, ele diminuirá o nível de um sinal, numa proporção determinada,


,EMBRANDODOCOMPRESSOR ELEDIMINUIRÉONÓVELDEUMSINAL NUMAPROPOR¥ÎODETERMINADA
toda vez que este nível for mais alto que um outro estabelecido.
TODAVEZQUEESTENÓVELFORMAISALTOQUEUMOUTROESTABELECIDO
Agora !GORAVAMOSPENSAREMUMCOMPRESSORFUNCIONANDOASAVESSAS4ODAVEZQUEOSINALTIVERSEU
vamos pensar em um compressor funcionando as avessas. Toda vez que o sinal
tiver seu nível abaixo de um estabelecido (threshold), ele será diminuído numa proporção
NÓVELABAIXODEUMESTABELECIDOTHRESHOLD ELESERÉDIMINUÓDONUMAPROPOR¥ÎODETERMINADA/
determinada. O sinal estará sendo expandido
SINALESTARÉSENDOEXPANDIDO

Fig. 1&IGn/SINALPASSAINALTERADOENQUANTOSEUNÓVELÏMAIORDOQUEOTHRESHOLD ABAIXODESTESOFRE


– O sinal passa inalterado enquanto seu nível é maior do que o threshold, abaixo deste sofre
expansão na razão estabelecida.
EXPANSÎONARAZÎOESTABELECIDA

O expansor surgiuSURGIU
/ EXPANSOR comoCOMO
o parceiro do compressor
O PARCEIRO no tratamento
DO COMPRESSOR da DA
NO TRATAMENTO dinâmica doDO
DINÊMICA sinal.
SINALO
sinal  tinha  sua  dinâmica  reduzida,  através  de  um  compressor,  para  que  “coubesse”  na  fita  
/SINALTINHASUADINÊMICAREDUZIDA ATRAVÏSDEUMCOMPRESSOR PARAQUEhCOUBESSEvNAlTAMAGNÏ
magnética durante sua gravação. E era expandido na reprodução, visando a recuperação
TICADURANTESUAGRAVA¥ÎO%ERAEXPANDIDONAREPRODU¥ÎO VISANDOARECUPERA¥ÎODESUADINÊMICA
de suaORIGINAL%STARECUPERA¥ÎONÎOSØERACONSEGUIDACOMSUCESSO COMOTAMBÏMERAREDUZIDOAINDA
dinâmica original. Esta recuperação não só era conseguida com sucesso, como
também  era  reduzido  ainda  mais  o  ruído  da  fita  (devido  à  expansão)  fazendo  com  que  a  
MAISORUÓDODAlTADEVIDOÌEXPANSÎO FAZENDOCOMQUEARELA¥ÎOSINALRUÓDODOPROGRAMAFOSSE
relação  sinal/ruído  do  programa  fosse  em  muito  melhorada.  Ver  figura  2.
EMMUITOMELHORADA6ERlGURA
/NOISEGATEÏUMEXPANDERCOMCONTROLESOBREOVALORDOTHRESHOLD
.OISE GATE NA TRADU¥ÎO LITERAL Ï UMA PORTA QUE SE FECHA IMPEDINDO A PASSAGEM DE SINAIS
INDESEJÉVEIS EQUESEABREPARAAPASSAGEMDAQUELESDENOSSOINTERESSE¡EXTENSAMENTEUTILIZADO
PARACONTROLAROSVAZAMENTOSDEUMINSTRUMENTOEMMICROFONESQUENÎOODELE ETAMBÏMPARA
SEVERLIVREDERUÓDOSDEFUNDO Fig. 2 – Expansão de um
sinal visando a recuperação
de sua dinâmica original.

!V¡RICO6ERÓSSIMO  #OBERTURA "ARRADA4IJUCA 2* 4EL    WWWIATECCOMBR

&IGn%XPANSÎODEUMSINALVISANDOARECUPERA¥ÎODESUADINÊMICAORIGINAL
44
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0OREXEMPLO EMUMABATERIAOSDOISTONSSÎOCAPTADOSCADAUMCOMSEUMICROFONE/QUESE
Fone/Fax: (21) 2493-9628 / 2486-0629 iatec@iatec.com.br - www.iatec.com.br
O noise gate diminui o nível, quando abaixo do threshold, não numa proporção, mas num
montante  específico.
Noise gate, na tradução literal, é uma porta que se fecha impedindo a passagem de sinais
indesejáveis, e que se abre para a passagem daqueles de nosso interesse. É extensamente
utilizado para controlar os vazamentos de um instrumento em microfones que não o dele, e
também para se ver livre de ruídos de fundo.
&IGn%XPANSÎODEUMSINALVISANDOARECUPERA¥ÎODESUADINÊMICAORIGINAL
Por exemplo, em uma bateria os dois tons são captados cada um com seu microfone. O
que se0OREXEMPLO EMUMABATERIAOSDOISTONSSÎOCAPTADOSCADAUMCOMSEUMICROFONE/QUESE
deseja é ter o som do tom 1 captado pelo seu microfone, o mic 1, e o som do tom
2 captado pelo seu microfone, o mic 2. Mas, é claro, o mic1 também capta o som do tom
DESEJAÏTEROSOMDOTOMCAPTADOPELOSEUMICROFONE OMIC EOSOMDOTOMCAPTADOPELO
2, eSEUMICROFONE OMIC-AS ÏCLARO OMICTAMBÏMCAPTAOSOMDOTOM EOMICTAMBÏMCAPTA
o mic 2 também capta o som do tom 1. Não que seja impossível timbrar os dois tons
levando em conta esses vazamentos, mas é mais trabalhoso e o resultado quase nunca o
OSOMDOTOM.ÎOQUESEJAIMPOSSÓVELTIMBRAROSDOISTONSLEVANDOEMCONTAESSESVAZAMENTOS
melhor. Aí entram os noise gates, um em cada canal dos tons, para evitar os vazamentos.
MASÏMAISTRABALHOSOEORESULTADOQUASENUNCAOMELHOR!ÓENTRAMOSNOISEGATES UMEMCADA
Outro exemplo, tão clássico quanto o primeiro, é a utilização do noise gate insertado no
CANALDOSTONS PARAEVITAROSVAZAMENTOS
canal /UTROEXEMPLO TÎOCLÉSSICOQUANTOOPRIMEIRO ÏAUTILIZA¥ÎODONOISEGATEINSERTADONOCANAL
da guitarra, para nos livrar do ruído do amp,que pode ser audível quando o guitarrista
nãoDAGUITARRA PARANOSLIVRARDORUÓDODOAMP AUDÓVELQUANDOOGUITARRISTANÎOESTÉTOCANDO
está tocando.
Os /SNOISEGATESSEENCONTRAMNORMALMENTELIGADOSÌSCONSOLESNOINSERTDESEUSCANAIS
noise gates se encontram normalmente ligados às consoles no insert de seus DE canais
de ENTRADAOUDESEUSGRUPOS
entrada ou de seus grupos.
Os  controles  mais  comuns  em  um  noise  gate  são  o  “threshold”,  o  “range”,  o  “attack”,  o  
/SCONTROLESMAISCOMUNSEMUMNOISEGATESÎOOhTHRESHOLDv OhRANGEv OhATTACKv OhRELEASEv E
“release”,  
OShlLTERSve ALÏMDOShMETERSv
 os  “filters”,  além  dos  “meters”.  Nos  aparelhos  duais  e  quádruplos,  encontraremos  
.OSAPARELHOSDUAISEQUÉDRUPLOS ENCONTRAREMOSTAMBÏMAFUN¥ÎO
também  a  função  “link”,  ou  “stereo  dual”,  entre  cada  dois  de  seus  canais.
hLINKv OUhSTEREODUALv ENTRECADADOISDESEUSCANAIS
Para  as  ligações  de  sinal  temos  o  “input”,  o  “output”,  e  o  “side  chain”.
0ARAASLIGA¥ÜESDESINALTEMOSOhINPUTv OhOUTPUTv EOhSIDECHAINv
Esses  controles  e  ligações  estão  mostrados  na  figura  3.
%SSESCONTROLESELIGA¥ÜESESTÎOMOSTRADOSNAlGURA

+%9
,& +%9&2%1 (& 2!.'% ,%6%,
500 2k -20 
-10 0 3 10 0.4 1.0

250 1k 1k 8k -40 -10

-20 +10 100 2k 500 15k KEY LISTEN 1 30 0.15 2.5 -6 

-60 -3 

-30 +20 25 4k 250 30k 0.3 100 0.05 6 -80 0 
KEY SOURCE
dBu Hz Hz ms s dB 
INT EXT




&IGn#ONTROLESCARACTERÓSTICOSEMUMNOISEGATE
Fig. 3 - Controles característicos em um noise gate.

/SCONTROLES
Os controles

4HRESHOLDNÓVELLIMITE
-­    Threshold  (nível  limite)
3INAIS COM NÓVEIS ATÏ ESTE VALOR PREESTABELECIDO NÎO ABRIRÎO O GATE PORTANTO NÎO PASSARÎO
ADIANTENOCIRCUITO!PENASSINAISCOMNÓVEISSUPERIORESAESTEPASSARÎOATRAVÏSDOGATEESERÎO
Sinais com níveis até este valor preestabelecido não abrirão o gate, portanto, não
PROCESSADOSADIANTENOCIRCUITO%STAESCALADENÓVEISÏNORMALMENTEDADAEMD"U
passarão adiante no circuito. Apenas sinais com níveis superiores a este passarão através
0OREXEMPLO SEVOCÐESTABELECECOMOnD"UOTHRESHOLDEMUMAAPLICA¥ÎOQUALQUER APENAS
do gate e serão processados adiante no circuito. Esta escala de níveis é normalmente dada
SINAISCOMNÓVEISSUPERIORESA 6D"ABAIXODE 6 FARÎOOGATESEABRIR
em dBu.
%NTREOSTONSDABATERIA COMOFALÉVAMOSANTERIORMENTE OQUEFAZEMOSÏCOME¥ARPORPASSARO
Por  exemplo,  se  você  estabelece  como  –5dBu  o  threshold  em  uma  aplicação  qualquer,  
TOMAJUSTANDO NOSEUCANAL GANHO TONALIDADE ETC COMSEUGATEBY PASSADO OUSEJATHRESHOLD
apenas  sinais  com  níveis  superiores  a  0,44V  (5dB  abaixo  de  0,775V)  farão  o  gate  se  abrir.
MUITOBAIXO RAZÎODECOMPRESSÎO TEMPOSDEATTACKEDERELEASEMUITOLONGOS lLTROSBEM
Entre os tons da bateria, como falávamos anteriormente, o que fazemos é começar por
ABERTOSERANGEMUITOBAIXO!ÓENTÎOPEDIMOSAOBATERISTAPARATOCAROTOME SEMABRIRSEU
passar o tom 1 ajustando, no seu canal, ganho, tonalidade, etc..., com seu gate by-passado,
ou  seja  threshold  muito  baixo,  razão  de  compressão  1:1,  tempos  de  attack  e  de  release  
muito  longos,  filtros  bem  abertos  e  range  muito  baixo.  Aí  então  pedimos  ao  baterista  para  
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tocar o tom 2 e, sem abrir seu canal, ouvimos seu vazamento pelo canal do tom 1. Então
aumentamos o threshold do tom 1 lentamente até que não ouçamos mais o vazamento do
tom 2 por seu microfone.
Na nossa bateria se ajustarmos o threshold com valores muito altos, ele desligará o som
dos tambores logo depois que eles forem tocados, fazendo com que o som da bateria seja
bem  “justo”  e  “seco”,  não  soando  muito.
No caso da guitarra, suponha que encontremos a situação em que o nível de ruído em

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seu  amplificador  é  muito  alto.  Se  estamos  captando  seu  som  com  um  microfone  em  frente  
ao  falante  de  seu  amplificador,  o  que  fazemos  na  maioria  das  vezes,  todo  o  ruído  aparece  
no PA, ou na gravação.
Quando o guitarrista toca, o nível do sinal que ele produz é tão mais alto que o do ruído
do  amplificador  que  nem  notamos  este  último.  Mas  quando  ele  para  de  tocar,  em  intervalos  
entre músicas, o ruído é claro e desagradável.
Insertamos um noise gate no canal da console onde está ligada a guitarra, e ajustamos
o threshold para logo acima do nível de ruído. Assim quando o guitarrista não toca, o gate
estará fechado e não deixará passar adiante o ruído. Ouviremos apenas o ruído direto
do   amplificador   da   guitarra   distante,   lá   no   palco.   E   quando   ele   toca   o   sinal   ultrapassa   o  
threshold, passa pelo gate, e é processado normalmente na console.

-­  Range  (extensão)

Dizemos que o sinal não passa adiante quando o gate está fechado.
Na realidade o sinal sempre vai passar. E vai passar atenuado no montante estabelecido
na função range.
O  range  é  dado  em  dB.  E  se  você  fixa  o  range  em  70dB,  quer  dizer  que  enquanto  o  sinal  
não  atingir  o  nível  de  threshold,  ele  estará  passando  atenuado  em  70dB.  Ou,  quando  um  
sinal passando pelo gate tem seu nível reduzido para abaixo do threshold, ele continuará
passando  porém  agora  atenuado  em  70dB.  No  caso  dos  tambores,  dizer  que  o  gate  do  tom  
1  não  abre  quando  o  tom  2  é  tocado,  significa  dizer  que  o  som  do  tom  2  ao  ser  tocado  passa  
pelo  gate  do  tom  1  atenuado  em  70dB.

-­  Attack  e  Release  (tempo  de  ataque  e  tempo  de  relaxamento)

O  controle  Attack  ajusta  o  tempo  que  o  gate  leva  para  abrir  completamente  uma  vez  que  
o threshold tenha sido ultrapassado.
E o controle Release ajusta o tempo que o gate leva para fechar completamente (atenuar
o  tanto  que  for  fixado  no  range)  depois  que  o  nível  do  sinal  tiver  caído  para  valores  abaixo  do  
threshold.  Em  alguns  gates  também  pode  ser  encontrada  a  função  “hold”,  que  vai  controlar  
o  tempo  que  o  gate  ficará  aberto  independente  do  nível  do  sinal  através  dele.  Neste  caso  
o release só começará a contar depois de decorrido o tempo estabelecido no hold. Ele é
usado  em  situações  em  que  temos  notas  muito  curtas  e  repetidas,  aumentamos  então  o  
“hold”  para  que  o  gate  não  fique  ligando  e  desligando  o  som.
São  todos  controles  de  tempo  e  suas  escalas  são  em  frações  de  segundo.
Estes ajustes devem respeitar o envelope da nota para que não haja uma mudança
significativa  em  sua  sonoridade.
Para um sinal com ataque muito rápido, ajustes de tempos de ataque muito longos no
gate podem fazer com que se perca muito da parte inicial deste sinal, até que ele seja
liberado e então ouvido. Para um sinal com ataque muito lento, ajustes de tempos de
ataque  muito  curtos  podem  nos  fazer  ouvir  como  um  “clique”  na  liberação  deste  sinal.
Ao contrário, para sinais com longos tempos de decaimento, ajustes de release rápidos
vão nos permitir ouvir o sinal sendo desligado antes de seu término. E tempos longos de
release podem manter o gate aberto desnecessariamente entre duas notas de decaimento
muito curto, permi-tindo vazamentos.

-­  Filters  (filtros)

Os  filtros  agregados  aos  noise  gates  são  uma  ferramenta  de  muita  ajuda  no  ajuste  do  
threshold.
Apresentados  como  um  par  de  filtros  “hi-­pass”  e  “low-­pass”,  ou  como  um  filtro  com  ajuste  
de   freqüência   central   e   largura   de   banda,   tem   por   finalidade   selecionar   uma   banda   de  
freqüências  que  influirá  na  abertura  do  gate.

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Agora o sinal para fazer o gate abrir, deverá ter energia na faixa de freqüências limitada
pelos  filtros  com  intensidade  acima  do  fixado  no  threshold.
Na nossa bateria, colocamos gate no microfone da caixa querendo nos livrar do sinal
do contra tempo que vaza por ele. O ajuste do threshold no gate é muito crítico, já que os
dois instrumentos produzem, ambos, níveis muito parecidos. Quando aumentamos o valor
do threshold para que não deixe passar os sons do contra tempo, ele também não deixa
passar os sons mais suaves da caixa. Quando abaixamos seu valor para deixar passar
esses sons suaves da caixa, ele também deixa passar os sons do contra tempo. Ajustamos
então  os  filtros  numa  região  de  freqüências  mais  baixas,  de  maneira  a  fazer  com  que  o  gate  
se abra apenas com níveis, acima do threshold, destas freqüências, coisa que, certamente,
o  contra  tempo  não  conseguirá  fazer.  Pressionando  a  chave  key  listen,  sempre  próxima  aos  
filtros,  podemos  ouvir  o  sinal  filtrado  da  maneira  como  ajustamos,  o  que  nos  ajuda  muito  
neste ajuste.
É  importante  notar  que  o  sinal  é  filtrado  apenas  para  disparar  o  gate  e,  assim  filtrado,  
pode   ser   ouvido   através   da   função   “key   listen”.   Porém,   uma   vez   o   gate   aberto,   o   sinal  
passará com todo seu conteúdo de freqüências, não tendo absolutamente nenhum tipo de
restrição.

-­  Meters  (medidores)

Normalmente são simples leds coloridos, vermelho, amarelo e verde, que indicam
respectiva-mente o gate fechado, o gate em hold, e o gate em release. O tempo em que os leds
amarelo  e  verde  ficam  acesos  representam  os  tempos  de  hold  e  release,  respectivamente.  
Também podemos encontrar medidores com leds do tipo VU/PPM que mostram o nível do
sinal antes de atingir o nível de threshold em uma cor, verde por exemplo (não abrindo ainda
o gate, portanto), e depois de atingir este nível e ultrapassá-lo em outra cor, vermelho por
exemplo  (abrindo  então  o  gate).  As  duas  maneiras  são  muito  eficientes  como  indicação.

-­  Link  (interligação)

Como nos compressores, esta função serve para fazer com que dois gates atuem
simultanea-mente e segundo os controles de um deles.
Usamos quando, por exemplo, temos um gate no canal da caixa e outro no canal da
esteira. Freqüentemente captamos o som da caixa não com apenas um microfone apontado
para sua pele, mas também com outro apontado para sua esteira. Se quisermos ter uma
coerência na sonoridade da pele e da esteira, quanto ao ataque e ao relaxamento dos sons,
deveremos ter os gates destes dois canais lincados.

As ligações

-­  Input  (entrada)

É a entrada do sinal no noise gate. Aqui é ligado o sinal sobre o qual se quer fazer o gate
atuar.

-­  Output  (saída)

É a saída do sinal do noise gate. Aqui estará presente o sinal que tiver passado pelo
gate, e que será ligado de volta à console.

-­  Side  Chain  (entrada  alternativa)

Normalmente o detetor do noise gate vai medir, e comparar ao threshold estabelecido, o


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nível do sinal de áudio que está ligado ao seu input.
Se,  no  entanto  for  ligado  um  outro  sinal  na  entrada  “side  chain”,  o  nível  que  fará  o  noise  
gate atuar será o deste sinal, ligado aí. Quando o nível do sinal ligado a esta entrada
ultrapassar o nível estabelecido como threshold, o gate se abrirá e deixará passar o sinal
ligado  ao  “input”.
Muda apenas o sinal que faz o gate atuar. Mas o sinal que sofre a atuação do gate é
sempre aquele ligado ao input.
É usado sempre que se quiser controlar a presença de um sinal a partir de um outro.
Por exemplo, para se ter o som de um bumbo mais grave do que realmente é, tira-se uma
amostra   do   seu   sinal,   a   partir   do   “direct   out”   do   seu   canal,   por   exemplo,   e   leva-­se   esta  
amostra  até  o  “side  chain”  de  um  noise  gate  que  está  insertado  em  um  canal  em  que  se  
liga  um  gerador  de  freqüências  ajustado  em  cerca  de  50Hz.  Feitos  os  ajustes  de  threshold,  
attack,  release  e  range  no  noise  gate,  toda  vez  que  o  bumbo  for  tocado  teremos  o  sinal  de  
50Hz  presente.
A  função  key  source  nos  permite  selecionar  o  sinal  que  vai  comandar  o  gate.  Se  vai  ser  
o próprio sinal de áudio ligado à sua entrada, IN, posicionamos esta chave em INT (de
internal). Se vai ser um sinal externo ligado ao side chain posicionamos esta chave em EXT
(de external).

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MULTIEFEITOS

Introdução

Efeitos são largamente utilizados para tornar as mixagens mais empolgantes.


Alguns  nos  remetem  a  situações  de  nosso  dia  a  dia.  Outros  são  pura  criação,  que,  de  
uma ou outra forma, foram incorporadas ao gosto popular, e passaram a fazer parte do
conjunto de efeitos encontrados nos equipamentos que utilizamos.

Os efeitos mais comuns

-­  Reverb

O  que  chamamos  de  reverberação  é  o  que  ouvimos  como  resultado  das  inúmeras  refle-
xões  da  energia  sonora  nas  superfícies  de  uma  sala.
Inicialmente  essas  reflexões  são  em  número  menor  e  pouco  afastadas  umas  das  outras.  
A  estas  chamamos  “early  reflections”  ou  “primeiras  reflexões”.  São  fruto  dos  primeiros  re-
batimentos do som nas superfícies do ambiente.
A  medida  que  o  som  rebate  e  rebate,  as  reflexões  aumentam  mais  e  mais  em  quanti-
dade, diminuindo o tempo entre elas até não mais conseguirmos percebê-lo. Aí temos a
reverberação propriamente dita.
Quanto  maior  a  sala  maior  a  quantidade  de  primeiras  reflexões  e  maior  o  tempo  entre  
elas. Quanto mais duras as superfícies da sala maior seu tempo de reverberação.
Portanto, falando ou tocando em uma sala qualquer, teremos sempre o som direto, as
primei-­ras  reflexões,  e  o  som  reverberante.  O  quanto  teremos  de  cada  um  depende  das  
características acústicas da sala. As características da reverberação de salas que são mais
comumente encontradas como parâ-metros em multiefeitos são:

•  Initial  delay  (retardo  inicial)  

 É  o  intervalo  de  tempo  entre  o  som  direto  e  o  início  das  primeiras  reflexões.  Em  um  am-
biente reverberante, se estivermos próximo ao nosso interlocutor ouviremos o som direto
da  sua  voz  e  bem  depois  as  primeiras  reflexões  de  sua  voz  na  sala  com  volume  mais  baixo,  
ou seja, teremos um initial delay longo.

•  Reverb  delay  (retardo  do  reverbe)  

 É  o  intervalo  de  tempo  entre  o  começo  das  primeiras  reflexões  e  o  começo  do  som  re-
verberante.  Um  reverb  delay  longo  também  caracteriza  uma  sala  de  grandes  dimensões.

•  Reverb  time  (tempo  de  reverberação)    

É  o  tempo  de  reverberação  da  sala.  Por  definição,  é  o  tempo  em  que  um  sinal,  contendo  
todas as freqüências, tem seu nível diminuído em 60dB, após ter interrompida sua geração.
Como sabemos, depende do volume da sala, da soma das áreas de suas superfícies, e da
absorção  dos  materiais  que  compõe  essas  superfícies.

•  Early  reflections/Reverb  (primeiras  reflexões/reverb)

É    a  dosagem  entre  as  primeiras  reflexões  e  a  reverberação,  em  um  ambiente  reverbe-
rante.  Quanto  maior  a  sala,  em  maior  número  e  mais  espaçadas  serão  as  primeiras  refle-
xões.  Quanto  mais  duras  as  superfícies  da  sala,  maior  será  a  reverberação.

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•  Diffusion  (difusão)  

Difusão  na  reverberação  significa  falta  de  padrão  no  tempo  entre  as  inú-­meras  reflexões.  
A difusão varia em função da forma da sala e do que se encontra nela. Quanto mais irre-
gular a sala, na sua forma, e quanto mais objetos houver dentro dela, mais difusa será sua
reverberação.

•  Density  (densidade)

A  densidade  diz  respeito  a  quantidade  de  reflexões  em  uma  sala.  Podemos  ter  qualquer  
combinação  de  difusão  e  densidade.  Uma  sala  com  muitas  reflexões,  provenientes  de  vá-
rias  superficies  diferentes,  possui  um  reverb  denso  e  difuso.

•  HPF  e  LPF  (filtros  passa  altas  e  passa  baixas)

Permite a equalização do reverb, o que não é uma coisa natural.

•  Damping/Low-­High  (amortecimento)  

Aqui  sim,  podemos  simular  a  sonoridade  natural  da  reverberação  de  uma  sala,  identifi-
cando qual região de freqüências reverbera mais nela.

-­  Eco  e  Delay

Se  em  um  ambiente  o  tempo  entre  o  som  direto  e  o  refletido  for  superior  a  100ms,  ou  
seja, se houver um delay superior a 100ms, seremos capazes de ouvir os dois sinais distin-
tamente, soando o segundo como uma repetição do primeiro. A esta repetição chamamos
de eco.
O  eco,  na  natureza,  ocorre  quando  a  superfície  refletora  está  longe  o  suficiente  para  que  
o som, somando ida e volta, leve mais de 80ms. Dada a velocidade do som em torno de
344m/s,  80ms  correspondem  a  27,5m.  Logo,  para  haver  eco  é  preciso  que  o  refletor  esteja  
pelo  menos  à  metade  dessa  distância,  que  são  13,75m.
Ao ar livre não se consegue desenvolver um campo reverberante, já que a atenuação no
ar  “mata”  o  som  antes  que  muitas  reflexões  aconteçam,  então  um  ou  mais  ecos  são  escu-
tados. Os parâmetros mais comuns encontrados em programas de eco e de delay são:

•  Initial  delay  (retardo  inicial)  

Estabelece o tempo entre o som direto e a primeira repetição (o eco). Nos diz o quão
distante  da  fonte  está  a  superfície  refletora.

•  Feedback  delay  (retardo  até  a  realimentação)  

Estabelece  o  tempo  entre  a  primeira  reflexão  (o  eco)  e  a  próxima.  Quer  simular  a  exis-
tência de outra superfície, separada da fonte de uma distância diferente da primeira super-
fície.

•  Feedback  gain  (ganho  da  realimentação)  

Estabelece a quantidade de sinal já processado que é levada de volta à entrada do pro-


cessador.  Quanto  maior  o  ganho  maior  será  o  número  de  repetições  produzidas.

•  HPF  e  LPF  

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Atuando  geralmente  na  realimentação.  Retrata  mais  fielmente  o  que  acontece  na  natu-
reza, normalmente um decaimento mais rápido das altas frequências.

- Flanging

Sabemos  que  a  origem  do  efeito  “flanging”,  vem  da  mixagem  dos  sinais  elétricos  prove-
nientes de dois gravadores de rolo reproduzindo o mesmo programa gravado. Durante esta
mixagem,  as  bordas  (flanges)  dos  carretéis  dos  gravadores  eram  pressionadas  alternada-
mente, fazendo a velocidade de um e de outro, alternadamente, ser variada. A soma dos
dois sinais produz uma resultante com uma quantidade de erros de fase.
Circuitos eletrônicos vieram substituir esse processo manual.
Se temos um sinal complexo (a música reproduzida por um gravador), fazemos nele um
delay (freando o carretel deste gravador), e o somamos ao mesmo sinal sem delay (a músi-
ca sen-do reproduzida pelo outro gravador), o resultado é este mesmo sinal com atenuação
na freqüência cujo período é duas vezes o tempo de delay, e em seus harmônicos ímpares.
A intensidade da atenuação depende dos níveis do sinal direto e do sinal com delay. Quan-
do estes níveis forem iguais produzirão um máximo no efeito proveniente do cancelamento
daquelas freqüências.
Se variamos continuamente este tempo de delay, as freqüências que são atenuadas, ou
cance-ladas, mudam constantemente, nos levando a ouvir o efeito que conhecemos como
flange.  Os  parâmetros  mais  comuns  encontrados  no  flanging  são:

•  Delay  (retardo)  

Estabelece  o  tempo  de  delay  entre  o  som  direto  e  o  início  do  flange.

•  Depth  (profundidade)

Estabelece a intensidade da variação no tempo de delay.

•  Modulation  frequency  (frequência  da  modulação)  

Estabelece a velocidade da variação do tempo de delay.

•  Feedback  gain  (ganho  da  realimentação)  

Estabelece a quantidade de sinal já processado que é levada de volta à entrada do pro-


cessador. Quanto maior, mais acentuado o efeito.

•  HPF  e  LPF  

O mesmo que no reverb.

-­  Phasing

O  phasing  é  um  efeito  que  soa  parecido  com  o  flanging.  É  conseguido  com  um  filtro  de-
nominado  passa-­tudo  (all  pass),  que  é  aquele  que  altera  a  fase  do  sinal  sem  modificar  sua  
amplitude.  Através  de  um  filtro  como  este,  passamos  o  sinal  no  qual  queremos  produzir  o  
efeito. Se agora somamos o sinal assim alterado em fase com o sinal original sem altera-
ção,   teremos   atenuações   e   até   cancelamentos   em   certas   freqüências.   Seus   parâmetros  
são  os  mesmos  do  flanger.

-­  Chorus

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O  chorus  é  como  o  flanger,  porém  usando  retardos  muito  maiores  e  com  variação  tam-
bém  da  amplitude  do  sinal  com  delay,  ou  com  fase  alterada.  Não  usa  feedback.  Portanto,  
seu controle a mais é:

•  Amplitude  modulation  depth  (extensão  da  modulação  de  amplitude)  

Estabelece a variação da amplitude do sinal alteradao.

-­  Pitch

O  pitch  nos  permite  alterar  a  afinação  de  uma  determinada  nota,  ou  acorde.  Aplicado  a  
voz de um cantor, por exemplo, vai fazer parecer que ele está cantando em algum outro
tom, e não o que está emitindo naturalmente. Se misturarmos ao som natural algumas
transposições  de  tom,  poderemos  ter  um  acorde.  Seus  parâmetros  são:

•  Pitch  shift  (mudança  de  afinação)  

Produz  grandes  alterações  na  frequência  da  nota  original.

•  Fine  tuning  (  ajuste  fino)

Altera a nota original em menores intervalos.

•  Delay  (retardo)  

Estabelece o tempo entre a nota natural e a nota alterada.

•  Feedback  gain  (ganho  da  realimentação)  

Estabelece a quantidade de sinal já processado que é levada de volta à entrada do pro-


cessador. Nesse caso, quanto maior a realimentação, maior o número de notas alteradas
que é produzido. E cada uma destas notas acontece com o delay e com o pitch estabeleci-
dos, em relação a nota anterior.

•  Level  (nível)

Estabelece o nível da nota alterada.

-­  Aural  Exciter

É produzido a partir da distorção por clipping de um sinal. Percebeu-se que este tipo de
distor-ção, em doses adequadas, nos soa até agradável.
A distorção de um sinal por clipping gera harmônicos deste sinal que, somados a ele,
o tornam um sinal com maior conteúdo de altas freqüências. Dependendo da quantidade
destes harmônicos e de suas intensidades, o resultado pode ser um novo sinal mais bri-
lhante  e  com  mais  “esses”.
Muito utilizado em voz, com resultados surpreendentes. Cuidado se usar no programa,
pois uma quantidade boa para a voz certamente será exagerada para o contra tempo. Seus
parâmetros são:

•  HPF  (filtro  passa  altas)  

Determina a freqüência, dentre aquelas que constituem o sinal, a partir da qual ele so-

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frerá distorção. Quanto mais baixa esta freqüência, maior a quantidade de harmônicos
gerada.

•  Enhance  (acentuar)  

Estabelece o grau de distorção que será imposta ao sinal.

•  Balance  (balanço)  

Estabelece o balanço entre o sinal original na entrada, e o sinal com efeito.

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