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Adaptada e Primeiros
Socorros
Prof. Igor de Oliveira Insaurriaga Silva
Profª. Paula Dittrich Corrêa
2016
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof. Igor de Oliveira Insaurriaga Silva
Profª. Paula Dittrich Corrêa
SI586e
CDD 371.904486
Apresentação
Prezado(a) acadêmico(a)!
Bem-vindo(a) à disciplina de Educação Física Adaptada e Primeiros
Socorros. Este Caderno de Estudos foi elaborado com o objetivo de contribuir
para a realização de seus estudos e para a ampliação de seus conhecimentos
sobre a inclusão de pessoas com deficiência na prática de atividades físicas.
Serão abordadas, também, as emergências mais frequentes na prática de
atividades físicas, suas causas, sintomatologia, prevenção, tratamento e
condições de discernimento de ação nessas situações.
Na Unidade 1, você estudará as características da Educação Física
Adaptada, enfatizando as diferentes deficiências, suas causas, graus de
comprometimento (sensorial, motor e cognitivo) e o processo de inclusão
na Educação Física escolar. Verá que ninguém é deficiente, ou portador de
deficiência, mas há sim pessoas com deficiência. Conhecerá a história dos
Jogos Paraolímpicos e suas modalidades e entenderá a sua importância para
as pessoas com deficiência, além de aprender o que é Classificação Funcional
e a sua aplicabilidade em cada modalidade paraolímpica.
Na Unidade 2, você descobrirá como surgiram os primeiros
socorros, compreenderá que o professor de educação física exerce um papel
importantíssimo no desempenho e recuperação da saúde de um indivíduo.
Também estudará sobre sinais vitais, atendimento pré-hospitalar e ética
profissional, com foco no atendimento à vítima.
Na Unidade 3, você aprenderá como atuar diante de determinados
acidentes relacionados às atividades esportivas, bem como frente a alguns
acidentes corriqueiros durante sua atuação profissional, objetivando
agilidade, segurança e consciência, a fim de evitar agravamento da saúde
da vítima. Nesse contexto, delineamos os assuntos importantes a serem
conhecidos e dessa forma, convidamos você a iniciar as atividades, como
multiplicador da boa ideia de trabalharmos juntos a educação física.
Atenciosamente,
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO.......................................................................... 1
VII
5 ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM PRIMEIROS SOCORROS......99
5.1 ATENDIMENTO INICIAL E CONDUTA..................................................................................... 102
5.2 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA................................................................................................................ 103
5.3 AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA......................................................................................................... 106
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 108
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 109
VIII
3 HEMORRAGIA...................................................................................................................................... 159
3.1 IMPORTÂNCIA DO SANGUE...................................................................................................... 159
3.2 CONCEITO DE HEMORRAGIA.................................................................................................... 160
3.3 CLASSIFICAÇÃO............................................................................................................................. 161
3.4 COMO PROCEDER.......................................................................................................................... 162
3.5 TORNIQUETE................................................................................................................................... 164
4 FERIMENTOS........................................................................................................................................ 166
4.1 CONCEITO........................................................................................................................................ 166
4.2 CLASSIFICAÇÃO............................................................................................................................. 166
4.2.1 Ferida fechada.......................................................................................................................... 166
4.2.2 Ferida aberta............................................................................................................................. 168
4.3 COMO PROCEDER . ....................................................................................................................... 169
4.4 FATORES QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO................................... 171
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 172
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 173
IX
5.1 CONCEITO........................................................................................................................................ 207
5.2 SINAIS E SINTOMAS...................................................................................................................... 208
5.3 O QUE FAZER................................................................................................................................... 210
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 212
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 214
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 215
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 217
X
UNIDADE 1
EDUCAÇÃO FÍSICA E
INCLUSÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles, você
encontrará atividades que o(a) auxiliará a fixar os conhecimentos estudados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
As pessoas com deficiências possuem algumas características que as
impedem (de acordo com a especificidade da deficiência) de movimentar-se com
desenvoltura, organizar ou abstrair rapidamente seu pensamento, ou seja, são
aquelas que por alguma condição motora, sensorial ou intelectual, são limitadas
de viver plenamente, mas é importante que fique bem claro que elas merecem
respeito e têm todo o direito de participar de qualquer atividade proposta, desde
que sempre respeitando as limitações de cada um.
3
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
Para que haja a plena inclusão dos alunos com deficiência nas aulas
de Educação Física concordamos com SOLER (2006, p. 14) quando afirma que
o professor precisa entender “a diferença entre adestramento e educação”, ou
seja, independentemente de ser ou não deficiente, a criança deverá construir seu
próprio saber e nunca realizar uma atividade de forma mecânica, com fim em si
mesma.
2 AS DEFICIÊNCIAS
4
TÓPICO 1 | TIPOS DE DEFICIÊNCIAS, CARACTERÍSTICAS E CAUSAS
5
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
6
TÓPICO 1 | TIPOS DE DEFICIÊNCIAS, CARACTERÍSTICAS E CAUSAS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
7
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
A paralisia cerebral (PC) é uma lesão que afeta o Sistema Nervoso Central
(SNC) antes que seu desenvolvimento tenha se completado, causando uma
desordem motora e sensitiva na movimentação ampla e fina do corpo. Segundo
Adams (1985, p. 80): "Essa alteração frequentemente é complicada pela ocorrência
de convulsões, alterações do comportamento ou retardo mental". As PCs mais
comuns são subdivididas em três tipos: espástica, atetoica e atáxica.
8
TÓPICO 1 | TIPOS DE DEFICIÊNCIAS, CARACTERÍSTICAS E CAUSAS
9
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
NOTA
A tendência atual é de não classificar por QI, por serem esses testes muito
específicos e, por isso, limitados. Devemos sempre levar em conta o histórico
de cada aluno, o meio onde vive, a maneira como é tratado e os estímulos que
recebe. Podemos encontrar crianças ou adolescentes com o mesmo QI e respostas
comportamentais muito diferentes. Ou seja, alguns conseguem articular e
organizar o pensamento conforme as tarefas propostas e outros, com o mesmo
QI, não apresentam iniciativa de respostas comportamentais.
11
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
como encefalites, febres altas que podem destruir as células cerebrais, e meningite,
resultante do ataque de bactérias que causam danos ao sistema nervoso central;
intoxicações exógenas (envenenamento) por remédios, inseticidas, produtos
químicos (chumbo, mercúrio); acidentes, tais como de trânsito, afogamento,
choque elétrico, quedas etc. Ou infestações como a neurocisticercose.
UNI
12
TÓPICO 1 | TIPOS DE DEFICIÊNCIAS, CARACTERÍSTICAS E CAUSAS
- Glaucoma.
- Retinose pigmentar.
- Retinoblastoma.
- Retinopatia da prematuridade.
- Retinopatia diabética.
- Degeneração macular senil.
- Rubéola (até os três meses de gestação).
- Outras infecções neonatais: sarampo, quando ocorre lesão da retina e a
prematuridade.
3 OUTROS ACOMETIMENTOS
Além das deficiências supracitadas, existem diversos acometimentos
que poderão dificultar o pleno desenvolvimento dos indivíduos, como as
deficiências múltiplas (surdocegueira), síndromes (Down, Rett), transtornos do
desenvolvimento (TDAH, autismo, Asperger) e transtornos psíquicos (pânico,
esquizofrenia, desordem obsessiva compulsiva (DOC), depressão e distúrbio
bipolar).
13
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
3.1.1 Surdocegueira
Pessoa surdocega é "aquela que tem uma perda substancial da visão e
da audição, de tal forma que a combinação das duas deficiências cause extrema
dificuldade na conquista de metas educacionais, vocacionais, de lazer e sociais",
como consta nos documentos da I Conferência Mundial Helen Keller sobre
serviços para os surdocegos jovens e adultos.
3.2 SÍNDROMES
Síndrome é o nome que se dá a uma série de sinais e sintomas que,
juntos, evidenciam uma condição particular. A síndrome de Down, por exemplo,
engloba deficiência intelectual, baixo tônus muscular (hipotonia) e dificuldades
na comunicação, além de outras características, que variam entre os atingidos por
ela.
14
TÓPICO 1 | TIPOS DE DEFICIÊNCIAS, CARACTERÍSTICAS E CAUSAS
E
IMPORTANT
15
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você estudou que:
16
AUTOATIVIDADE
a) Auditiva:
b) Física:
c) Intelectual:
d) Visual:
17
18
UNIDADE 1
TÓPICO 2
MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
1 INTRODUÇÃO
O esporte é um bem cultural e um direito de todos. Os deficientes como
todos os outros, podem e devem praticar esportes.
UNI
Paralímpicos ou Paraolímpicos?
Novembro de 2009, época em que foi divulgado o evento Rio 2016 – “Jogos
Paralímpicos” que ocorrerão em 2016. Constatamos, disso não resta nenhuma dúvida,
embora não tenhamos nos atentado para o fato de que a vogal “o” foi suprimida da palavra
“Paraolímpicos”. Daí, usuários desse precioso idioma que somos, sentimo-nos questionados:
mais uma vez a língua estaria sendo maltratada? Há rumores de que o VOLP tão logo passará
a registrar a nova forma, pois somente assim teríamos ciência de que o termo, em questões
formais, estaria sendo registrado. Prosseguindo com o impasse, as discussões parecem
ganhar ainda mais vivacidade, restando saber as reais intenções de tal fato.
A resposta parece emergir quase que de forma imediata, uma vez que para o CPB
(Comitê Paralímpico Brasileiro), fundado desde 1995, a nova mudança operou-se no intuito
de o Brasil se igualar mundialmente aos demais países. Assim, diante de tais intenções, estaria
o Comitê seguindo adiante e deixando para trás o esquecido “o” de épocas e épocas de
permanência, vindo a se transformar em Comitê Paralímpico Brasileiro? Ao contextualizarmos
essa questão, tudo parece estar perfeitamente nítido, haja vista que não há nada que
contradiga: o fato é que tudo isso nada mais é do que o reflexo da globalização sobre a
nossa língua, de cujas origens não podemos discordar. Nesse sentido, é bom que se diga que
a palavra “paraolímpico” resultou da junção do prefixo de origem grega para (de paraplegia)
com o adjetivo olímpico, semelhantemente a tantas outras palavras que compartilham nosso
cotidiano linguístico.
19
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
2 PARAOLIMPÍADAS
Há notícia da existência de clubes esportivos para pessoas surdas em
Berlim, Alemanha, ainda em 1888.
Em 1922, foi fundada a Organização Mundial de Esportes para Surdos
(CISS). Assim, as pessoas com este tipo de deficiência chegaram a organizar uma
própria competição internacional – os Jogos Silenciosos. Hoje, os atletas surdos
costumam praticar esportes junto de pessoas sem deficiência e não possuem
modalidades no programa paraolímpico.
20
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
3 ESPORTES PARAOLÍMPICOS
Entre os mais diversos esportes destinados aos deficientes, falaremos a
seguir sobre os que compõem o programa paraolímpico, de acordo com o Comitê
Paralímpico Brasileiro, até RIO 2016:
ATLETISMO
FIGURA 1 - ATLETISMO
FONTE: CPB/divulgação
21
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
Como é disputado
Nas corridas, os atletas com deficiência visual mais alta podem ser
acompanhados por guias, ligados a eles por uma corda. Já entre os deficientes
físicos, há corridas com o uso de próteses ou em cadeiras de rodas.
O atletismo brasileiro passou a brilhar com mais força a partir de 2004, nos
Jogos Paraolímpicos de Atenas, quando o país conquistou 16 medalhas. Os Jogos
Parapan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, foram outro marco. Em casa, a
delegação verde e amarela somou 73 medalhas apenas neste esporte, sendo 25 de
ouro, 27 de prata e 21 de bronze, terminando em primeiro lugar geral. No total, o
país já faturou 112 medalhas na modalidade em Jogos Paraolímpicos: 32 de ouro,
50 de prata e 30 de bronze.
FONTE: CPB/divulgação
22
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
Como é disputado
BOCHA
Praticada por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências
severas, a bocha estreou nos Jogos Paraolímpicos em 1984, no masculino e
no feminino. A modalidade passou a contar com a disputa em duplas em
Atlanta-1996. A origem do esporte, no entanto, é incerta. Os indícios dizem que
tudo começou na Grécia e no Egito antigos como um passatempo, tornando-se
um esporte apenas mais tarde, na Itália. No Brasil, a bocha desembarcou junto
com os imigrantes italianos.
FIGURA 3 - BOCHA
FONTE: CPB/divulgação
23
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
Como é disputado
TUROS
ESTUDOS FU
CICLISMO
24
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
FIGURA 4 - CICLISMO
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado
Velódromo
Estrada
Contrarrelógio
25
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado
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TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
decisão, superou a disputa acirrada com Chik Sum Tam, de Hong Kong, por 15
a 14. O gaúcho perdeu o movimento das pernas após levar um tiro nas costas
durante um assalto.
FUTEBOL DE 5
FIGURA 6 - FUTEBOL DE 5
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado
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UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
campo e pode ser substituído por outro jogador. Há ainda um guia, o chamador,
que fica atrás do gol, para orientar os jogadores, e que diz onde devem se
posicionar em campo e para onde devem chutar. O jogo tem dois tempos de 25
minutos e intervalo de 10 minutos. No Brasil, a modalidade é administrada pela
Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).
FUTEBOL DE 7
FIGURA 7 - FUTEBOL DE 7
FONTE: CPB/divulgação
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TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
GOALBALL
FIGURA 8 - GOALBALL
FONTE: CPB/divulgação
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UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
Como é disputado
A bola possui um guizo em seu interior que emite sons – existem furos
que permitem a passagem do som – para que os jogadores saibam sua direção. O
Goalball é um esporte baseado nas percepções tátil e auditiva, por isso não pode
haver barulho no ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o
reinício do jogo e nas paradas oficiais. A bola tem 76 cm de diâmetro e pesa 1,25
kg. Sua cor é azul. Hoje, o Goalball é praticado em 112 países dos cinco continentes.
No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Deporto
de Deficientes Visuais (CBDV).
HALTEROFILISMO
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TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
FIGURA 9 - HALTEROFILISMO
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado
HIPISMO
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UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
FIGURA 10 - HIPISMO
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado
32
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
JUDÔ
FIGURA 11 - JUDÔ
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado
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UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
NATAÇÃO
FIGURA 12 - NATAÇÃO
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado
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TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
PARACANOAGEM
FIGURA 13 - PARACANOAGEM
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado
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UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
REMO
FIGURA 14 - REMO
FONTE: CPB/divulgação
No Brasil, o remo adaptado teve o início nos anos 80, no Rio de Janeiro. A
Superintendência de Desportos do Rio de Janeiro (SUDERJ) iniciou um programa
de reabilitação para pessoas com deficiência física, mental e auditiva utilizando
o remo como ferramenta. Porém, somente em 2005, depois dos dois mundiais, a
Confederação Brasileira de Remo reativou o Departamento de Remo Adaptável.
Como é disputado
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TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado:
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UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
TÊNIS DE MESA
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado
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TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado
O tiro com arco é uma das mais tradicionais modalidades dos Jogos
Paraolímpicos e está presente no programa desde 1960, nos jogos de Roma
(ITA). A história do esporte é ainda mais antiga. No meio da década de 1940, na
Inglaterra, por ideia do neurologista alemão Ludwig Guttmann, a modalidade
começou a ser praticada como atividade de recreação e recuperação de feridos da
Segunda Guerra Mundial. Em 1948, a primeira competição de tiro com arco para
paraplégicos foi disputada em Stoke, Mandeville (ING).
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado
O Tiro com Arco paraolímpico pode ser disputado por pessoas com
amputações, paraplégicos e tetraplégicos, paralisia cerebral, doenças disfuncionais
e progressivas, como a atrofia muscular e escleroses, com disfunções nas
articulações, problemas na coluna e múltiplas-deficiências.
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TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
TIRO ESPORTIVO
FONTE: CPB/divulgação
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UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
Como é disputado
Rifles e pistolas de ar, com cartuchos de 4.5 mm, são utilizados nas provas
de 10 m de distância. Já nos 25 m, uma pistola de perfuração é utilizada com
projéteis de 5.6 mm. Rifles de perfuração e pistolas são as armas das provas de 50
m, também com as balas de 5.6 mm de diâmetro.
TRIATLO
FIGURA 20 - TRIATLO
FONTE: CPB/divulgação
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TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
Como é disputado
VELA
A vela adaptada apareceu pela primeira vez em uma edição dos Jogos
Paraolímpicos em 1996, em Atlanta (EUA), porém, apenas como exibição. Quatro
anos depois, em Sydney (AUS), a modalidade seguiu nos jogos, e passou a valer
medalhas para os competidores.
FIGURA 21 - VELA
FONTE: CPB/divulgação
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UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
Como é disputado
VOLEIBOL SENTADO
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TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
FONTE: CPB/divulgação
Como é disputado
45
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
4 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
Objetivo da classificação funcional no esporte paraolímpico é garantir a
igualdade geral entre os competidores.
46
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
47
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
UNI
Bocha
BC1 – Atletas CP1 ou CP2 com paralisia cerebral que podem competir
com auxílio de ajudantes.
BC2 – Atletas CP2 com paralisia cerebral que não podem receber
assistência.
48
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
BC4 – Atletas com outras deficiências severas, mas que não recebem
assistência.
Tandem – Para ciclistas com deficiência visual (B1, B2 e B3). A bicicleta tem
dois assentos e ambos ocupantes pedalam em sintonia. Na frente, vai um ciclista
não deficiente visual e, no banco de trás, o atleta com deficiência visual.
Classe 2 – Atletas com total equilíbrio sentado, com braço armado normal.
Paraplegia do tipo T1/T9 ou tetraplegia incompleta com sequelas mínimas no
braço armado e bom equilíbrio sentado;
49
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
Futebol de 5
Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra
B (blind, cego em inglês).
Futebol de 7
50
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
Goalball
Halterofilismo
É a única modalidade em que os atletas são categorizados por peso
corporal, como no halterofilismo convencional. São elegíveis para competir atletas
amputados, les autres com limitações mínimas, atletas das classes de paralisia
cerebral e atletas das classes de lesões na medula espinhal. Os competidores
precisam ter a habilidade de estender completamente os braços com não mais do
que 20 graus de perda em ambos cotovelos para realizar um movimento válido,
de acordo com as regras.
51
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
Hipismo
Judô
Além das categorias por peso, os judocas são divididos em três classes,
de acordo com o grau da deficiência visual. Todas começam com a letra B (Blind,
cego em inglês): B1, B2 e B3. Homens e mulheres têm o mesmo parâmetro de
classificação. Em algumas competições, atletas de diferentes classes podem
competir juntos.
52
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
Natação
S11, SB11, SM11 S12, SB12, SM12 S13, SB13, SM13 – nadadores com
deficiência visual (a classificação, neste caso, é a mesma do judô e do futebol de
cinco)
Paracanoagem
53
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
Remo
A1+ (somente braços) utiliza banco fixo e com encosto. O barco é o single
skiff com tripulação masculina ou feminina.
LTA (pernas, tronco e braços) usa assento deslizante no barco four skiff,
com timoneiro e tripulação mista: dois homens e duas mulheres.
54
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
Tênis de mesa
Os atletas são divididos em onze classes distintas. Mais uma vez, segue
a lógica de que quanto maior o número da classe, menor é o comprometimento
físico-motor do atleta. A classificação é realizada a partir da mensuração do
alcance de movimentos de cada atleta, sua força muscular, restrições locomotoras,
equilíbrio na cadeira de rodas e a habilidade de segurar a raquete.
55
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
ARST – engloba aqueles que não possuem deficiência nos braços, mas
possuem grau de perda de força muscular nas pernas, de coordenação ou
mobilidade articular.
ARW1 – o atleta pode atirar sentado em uma cadeira normal, com os pés
no chão ou em pé. A ARW1 é para atletas com deficiência nos braços e nas pernas,
com alcance limitado de movimentos, de força, de controle dos braços e pouco ou
nenhum controle do tronco.
Tiro esportivo
SH1: atiradores de pistola e rifle que não requerem suporte para a arma.
SH2: atiradores de rifle que não possuem habilidade para suportar o peso
da arma com seus braços e precisam de um suporte para a arma.
56
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
Triatlo
Atletas totalmente cegos, desde os que não têm percepção de luz até os
que têm percepção da luz, mas que são incapazes de reconhecer o formato de
uma mão a qualquer distância (B1), além de atletas com deficiências visuais, cuja
acuidade visual seja menor que 6/60 de visão ou cujo campo visual seja inferior
a 20 graus na condição de melhor visão corretiva (B2-B3). Um guia de mesma
nacionalidade e sexo é obrigatório durante toda a prova. Nesta categoria, os
atletas e seus guias devem montar uma bicicleta Tandem (de dois lugares) durante
a etapa de ciclismo.
57
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
Vela
• TPB quando têm ao menos uma deficiência mínima que os torna eligíveis
para velejar. Pelo menos um dos velejadores precisa ser mulher.
Vôlei sentado
58
TÓPICO 2 | MOVIMENTO PARAOLÍMPICO
59
RESUMO DO TÓPICO 2
60
AUTOATIVIDADE
61
62
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
“O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência. Nem uma culpa
como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa.”
(Eduardo Galeno)
63
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
64
TÓPICO 3 | ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS
2 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
As orientações relacionadas a seguir, podem, comumente, serem utilizadas
nas escolas regulares em aulas de Educação Física, destinadas tanto para grupos
específicos como em situação de inclusão, lembrando que o professor deverá
sempre avaliar a turma com a qual trabalha.
2.1 SURDOS
Ao utilizarmos atividades de inclusão para crianças e jovens surdos,
devemos sempre utilizar a língua de sinais (LIBRAS) e muita informação visual
nas explicações dos jogos.
65
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
Por outro lado, alguns jovens podem ter adquirido sua deficiência motora
após desenvolver os padrões motores básicos. Dessa forma, terão de reaprender as
habilidades de locomoção, estabilização e/ou manipulação de objetos, utilizando
talvez alguns instrumentos como auxílio.
66
TÓPICO 3 | ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS
O professor deverá ter calma e explicar quantas vezes for necessário para
que o aluno entenda o jogo, podendo ser auxiliado pelos colegas do grupo que já
compreenderam a sequência da atividade.
3 AVALIAÇÃO MOTORA
A avaliação serve a um objetivo muito importante na área do
desenvolvimento motor. A avaliação de vários aspectos do comportamento
motor de um indivíduo torna possível ao especialista em Educação Física
Adaptada monitorar alterações desenvolvimentistas, identificar atrasos e obter
esclarecimentos sobre estratégias instrutivas (GORLA, 2008).
67
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
68
TÓPICO 3 | ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS
4 ATIVIDADES ADAPTADAS
Para que o aluno com deficiência tenha um autoconceito positivo,
deverá sentir-se pertencente ao grupo, não apenas "fazendo parte" dele.
Ele terá que ser valorizado e reconhecido pelos colegas, professores e
por si próprio como sendo um sujeito integrante do grupo. Entretanto,
deverá aceitar as regras, assim como o grupo precisa aceitar as
limitações de cada colega e do conjunto, sem, contudo, deixar de tentar
vencer as dificuldades. (DIEHL, 2006, p. 111).
69
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
70
TÓPICO 3 | ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS
Jogo do siri
Número de Participantes: 16.
Material Necessário: 1 bola de handebol, 2 goleiras pequenas (ou cones demarcando as goleiras),
1 bandeira amarela e 1 bandeira vermelha, coletes coloridos.
Local: quadra de vôlei ou quadra reduzida.
Formação dos Alunos: 1 goleiro, 2 zagueiros, 1 meio de campo, 2 atacantes e 2 reservas.
Descrição do Jogo: As equipes se colocam sentadas. Para a locomoção será utilizada a posição
de siri (4 apoios, de costas), com o quadril erguido do chão com o auxílio das mãos. A bola
será transportada no colo, sendo arremessada com uma das mãos para efetuar o passe ou
para a finalização do gol, podendo ser "roubada” do adversário. Vence a equipe que fizer
mais gols. Caso a bola caia do colo de quem a está transportando, o juiz interrompe o jogo
para recomeçá-lo com uma nova jogada, com a posse de bola da equipe adversária. O mesmo
ocorre nas jogadas irregulares, que são as batidas, os pontapés e os empurrões propositais nos
adversários. A bandeira vermelha será utilizada para iniciar e finalizar o jogo, assim como para
marcar e autorizar a cobrança de pênaltis; a bandeira amarela sinalizará as marcações de faltas,
tiros de meta, escanteios e jogadas irregulares. É recomendado que participem dois árbitros,
um em cada lateral da quadra, cada um responsável por uma cor de bandeira.
71
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
Nó no lenço
Número de Participantes: livre.
Material Necessário: apitos e vários lenços ou fitas.
Local: quadra ou sala.
Formação dos Alunos: colunas ou fileiras.
Descrição do Jogo: sentados em seus lugares, em colunas ou fileiras com igual número de
integrantes, representando as equipes. O último de cada coluna ou fileira estará segurando
um lenço, e o primeiro, um apito. Ao sinal dado, aqueles que têm o lenço na mão atam-no no
braço direito do colega da frente, fazendo um nó entre o cotovelo e o ombro; o aluno desata o
nó do seu braço com a mão esquerda, ata-o no colega da frente e, assim, sucessivamente, até
que o primeiro dê o sinal de que sua equipe terminou. Vence a equipe que apitar primeiro.
Em situação de inclusão: o aluno vidente não poderá olhar quando for amarrar o lenço ou a
fita, nem quando for desamarrá-las, mantendo o rosto voltado para o outro lado.
72
TÓPICO 3 | ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS
Passa repassa
Número de Participantes: livre.
Material Necessário: 1 bola de vôlei.
Local: quadra.
Formação dos Alunos: sentados.
Descrição do Jogo: os alunos estarão dispersos sentados pela quadra de voleibol, ou similar,
dois deles sentados nas pontas. Os alunos das pontas iniciarão a troca de passes de bola,
enquanto os alunos do centro da quadra tentarão pegá-la sem tirar o quadril do chão. O aluno
que conseguir pegar a bola troca de lugar com aquele que a jogou.
Pegue o rabo
Número de Participantes: 15.
Material Necessário: nenhum.
Local: quadra.
Formação dos Alunos: coluna.
Descrição do Jogo: Os alunos em coluna, segurando com as mãos a cadeira de roda do colega
da frente. Um aluno, escolhido para ficar de frente para a coluna, será o "pegador" e tentará
pegar o último da coluna, o "rabo", enquanto os demais alunos devem movimentar-se de modo
a impedir que isso aconteça. Quando o "rabo" for pego, este passa a ser o pegador e quem
pegou entra na frente e passa a ser a "cabeça". O primeiro da fila ficará com as mãos livres e,
por isso, poderá atrapalhar o pegador movimentando os braços, porém sem encostar-se nele.
Em situação de inclusão: Será realizado o mesmo jogo, sendo que o aluno cadeirante poderá
ser o primeiro da coluna ou em outra posição, preso ao colega da frente por uma corda.
Corrida dos arcos
Número de Participantes: livre.
Material Necessário: arcos.
Local: quadra.
Formação dos Alunos: fileira.
Descrição do Jogo: Os alunos, na cadeira de rodas ou sentados no chão, estarão posicionados
na linha de fundo da quadra, cada um com dois arcos. Cada aluno estará segurando um dos
arcos na mão, e outro estará no chão à sua frente. Ao sinal dado pelo professor, o aluno deverá
entrar no arco colocado no chão e colocar o outro arco no chão à sua frente; em seguida ele
deverá entrar no arco que está no chão e pegar o arco que ficou para trás. Sucessivamente,
posicionará e entrará nos arcos até chegar ao outro lado da quadra. Vence o primeiro que chegar.
Em situação de inclusão: Todos os alunos deverão estar sentados no chão.
73
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
PRINCIPAIS REGRAS
FILOSOFIA DO JOGO
74
TÓPICO 3 | ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS
A QUADRA
FIGURA 23 - A QUADRA
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
75
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
FIGURA 25 - ÁRBITRO/SINALIZADOR
FIGURA 26 - TRENA
Para atletas que não conseguem dar à bola uma boa propulsão, pode ser
utilizada uma calha, rampa ou canaleta, sem freio ou qualquer outro dispositivo
mecânico. O jogador deve ter um contato físico direto com a bola imediatamente
antes de fazer um lançamento. O contato físico inclui também o ponteiro ou
agulha fixado na cabeça por uma faixa ou capacete.
76
TÓPICO 3 | ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS
MARCADOR
Recipiente para colocar as bolas que forem lançadas fora da área de jogo.
Atletas BC3
77
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
Deve ser paciente e sensível, conviver com o atleta o maior tempo possível,
ajudá-lo nas dificuldades da vida diária, assim como na hora da alimentação e
higiene, fortalecendo a interação entre eles.
Atletas BC1
Para os atletas BC2 e BC4, não é permitido nenhum tipo de ajuda externa.
O que ocorre com frequência é a adaptação de um suporte ou cesto para as
bolas, fixo ou não na cadeira de rodas, de modo que facilite ao atleta de pegar as
bolas para arremessar. Isso é muito utilizado em atletas da classe BC4 com lesão
medular e com grande comprometimento nos quatro membros.
O JOGO
Individual BC1.
Individual BC2.
Individual BC3.
Individual BC4.
Pares BC3 – Somente jogadores pertencentes à classe BC3.
Pares BC4 – Somente jogadores pertencentes à classe BC4.
Equipe – Somente jogadores pertencentes às classes BC1 e BC2.
79
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
Nenhuma bola poderá ser lançada sem que o árbitro autorize, indicando
com placa ou raquete quem jogará.
Após o sorteio, quem está de posse da bola vermelha lança primeiramente
a bola branca e, em seguida, a bola vermelha; depois é autorizado o lançamento
de uma bola azul para verificação da bola que está mais próxima da branca.
Continuará lançando a bola, quem estiver com a bola mais afastada da bola do
adversário em relação à bola branca.
Se a bola cair acidentalmente da mão do jogador, antes do lançamento,
o árbitro pode permitir que o atleta volte à jogada desde que o imprevisto seja
entendido como ato acidental e não voluntário (intenção de lançar a bola).
A bola é considerada fora quando ultrapassa as linhas laterais ou de
fundo, não sendo considerada para pontuação.
Caso a bola arremessada para fora seja a bola branca, será lançada
novamente pelo jogador adversário, além da sua vez de direito, até que a bola
mestra seja colocada no campo permitido para jogo.
Se a bola branca for empurrada para fora, será colocada na marcação do
X central.
Quando a bola branca é colocada no X central, jogará quem estiver mais
longe dela.
PONTUAÇÃO
80
TÓPICO 3 | ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS
Caso uma bola vermelha e uma bola azul estejam na mesma distância da
bola branca, ao final da parcial, será creditado um ponto para cada jogador.
Caso duas bolas azuis e uma vermelha estejam na mesma distância da
bola branca, serão creditados dois pontos para a azul e um ponto para a vermelha.
Em caso de dúvida na medição de distância da bola, o árbitro poderá
autorizar o jogador (individual) e capitão (pares e equipes) a entrar no local da
jogada para acompanhar a medição.
Caso haja empate em número de pontos ao final das parciais, será jogada
uma parcial de desempate, chamada de tie-break.
Será declarado vencedor o lado que tenha o maior número de pontos em
sua somatória ao final de todas as parciais, incluindo tie-break, caso necessário.
PENALIDADE
Lançar uma bola, exceto a bola mestra, enquanto alguma parte do corpo,
cadeira de rodas ou dispositivo auxiliar (Exemplo: calha) estiver tocando a linha
ou parte do campo que não seja o box.
Caso a falta seja cometida na hora do lançamento da bola mestra, esta será
repassada ao jogador adversário.
O jogador poderá manobrar a cadeira ou outro dispositivo, ultrapassando
a área de lançamento, antes do lançamento da bola, desde que seja sua vez de
jogar e devidamente autorizado pelo árbitro.
Não será aplicada penalização por invasão da cadeira ou do jogador que
efetua o lançamento com os pés.
Caso o jogador atrapalhe de forma deliberada de maneira a interferir na
jogada do adversário.
Se o jogador não estiver com, pelo menos, uma parte dos quadris em
contato com o assento da cadeira de rodas, no momento do lançamento.
81
UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO
PARCIAL INTERROMPIDA
Quando as bolas que estão no jogo são movidas, advindas de uma situação
irregular como acidentalmente movida pelo árbitro, pode-se recolocar as bolas
movidas em seu lugar; caso não sendo possível, voltar à parcial.
Se devido ao erro do árbitro o jogador lança a bola fora da sua vez, o
procedimento será o mesmo do item anterior.
Se o jogador, que entra em campo, mover alguma bola, segue-se o mesmo
critério dos itens anteriores.
COMUNICAÇÃO
TEMPO
Cada parcial terá um tempo limite para serem lançadas as bolas ao campo
de jogo.
Esse tempo começa a contar no momento em que o árbitro indica qual
a cor que inicia a jogada que se conclui no momento em que a bola termina seu
trajeto.
O tempo é descrito de forma decrescente.
Caso se esgote o tempo e o jogador ainda não tenha lançado alguma bola,
não será permitido novo lançamento.
82
TÓPICO 3 | ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS
83
RESUMO DO TÓPICO 3
• O professor deverá ter calma e explicar quantas vezes for necessário para que
o aluno com deficiência intelectual entenda a atividade, podendo ser auxiliado
pelos colegas do grupo que já compreenderam a sequência da atividade.
84
AUTOATIVIDADE
1 Qual é o termo correto para definir uma pessoa com déficit cognitivo?
85
86
UNIDADE 2
PRIMEIROS SOCORROS NA
EDUCAÇÃO FÍSICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Você encontrará atividades que
o(a) ajudarão na compreensão dos conteúdos apresentados e, ao final de
cada um deles, terá atividades que o(a) ajudarão a assimilar os conhecimen-
tos teóricos adquiridos.
87
88
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
O tema que será abordado nesta unidade diz respeito aos primeiros
socorros na prática de Educação Física. Perceberemos que a relação desempenhada
por um professor de educação física e a área da saúde, é de extrema importância,
pois a saúde sempre foi o foco do ser humano.
Os professores de educação física têm um papel importante na promoção da
saúde e na prevenção de doenças e acidentes, ainda mais se falarmos em situações
em que a atividade física está presente, seja em academias, escolas, faculdades,
universidades, clínicas, asilos entre outras instituições, pois dependendo do
público-alvo, o risco de acidentes aumenta ainda mais.
2 HISTÓRIA E CONTEXTUALIZAÇÃO
Em 1859, na região de Solferino (norte da Itália), o jovem suíço Jean Henry
Dunant, foi em busca de Napoleão III, imperador da França, com o propósito de
conseguir autorização para instalar uma Companhia na Argélia que pertencia ao
domínio da França (NAYARA, 2011).
90
TÓPICO 1 | ASPECTOS GERAIS DOS PRIMEIROS SOCORROS
Literalmente, Dunant deu tudo o que tinha pela Cruz Vermelha, além do
seu empenho, deu também todos os seus bens, recaindo-lhe a falência, chegando
até a miséria, vivendo de esmolas em Paris (BORGES, 2006).
91
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
3 CONCEITO
Há várias definições para primeiros socorros, uma delas refere-se aos
cuidados imediatos que o socorrista deve ter, mediante algum acidente ou
enfermidade, proporcionando à vítima segurança, confiança e agilidade para
atuar diante de um acidente.
92
TÓPICO 1 | ASPECTOS GERAIS DOS PRIMEIROS SOCORROS
93
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
UNI
Lembre-se que a vida da vítima está nas mãos da primeira pessoa que presencia
o acidente.
94
TÓPICO 1 | ASPECTOS GERAIS DOS PRIMEIROS SOCORROS
“um pouco”, mas logo irá ao hospital para obter os cuidados devidos (talvez a
vítima esteja com uma hemorragia que a leve a óbito, mas você socorrista, não
deve emitir seu parecer “mortal”).
• Em solidariedade à vítima, deve-se permanecer junto a ela, em um
ângulo que ela o visualize.
95
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
4 ASPECTOS LEGAIS
A pessoa atuante nos primeiros cuidados emergenciais, deve conhecer
princípios éticos legais, a fim de guiar suas ações de forma juridicamente legal, a
fim de evitar ações judiciais.
A ética e a confiança devem caminhar juntas na função de socorrista,
entretanto, não é possível exigir qualidade técnica do atendimento por um
socorrista se comparado a um enfermeiro ou médico.
96
TÓPICO 1 | ASPECTOS GERAIS DOS PRIMEIROS SOCORROS
Segundo Santos (2014), a vida e a saúde são bens jurídicos que não se
podem dispor, não é possível emprestar ou vender esses bens a ninguém, dessa
forma, o dever de agir significa que existe a obrigatoriedade legal de prestar
ajuda, sendo que os profissionais que possuem essa obrigação de garantia da
integridade física, devem atuar com determinação e empenho, a fim de impedir
um resultado danoso.
97
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
98
TÓPICO 1 | ASPECTOS GERAIS DOS PRIMEIROS SOCORROS
Você já parou para refletir qual é o seu papel no futuro como professor
de Educação Física? Então, você já pode começar a pensar que contribuirá
tremendamente para o bom desempenho ou recuperação da saúde de um
indivíduo. Assim, é importante que o profissional tenha propriedade técnica,
como também embasamento teórico para desempenhar adequadamente sua
função, definindo a execução de ações que englobe o planejamento, orientação e
avaliação para a prática da atividade física.
99
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
100
TÓPICO 1 | ASPECTOS GERAIS DOS PRIMEIROS SOCORROS
101
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
102
TÓPICO 1 | ASPECTOS GERAIS DOS PRIMEIROS SOCORROS
103
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
UNI
104
TÓPICO 1 | ASPECTOS GERAIS DOS PRIMEIROS SOCORROS
UNI
105
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
106
TÓPICO 1 | ASPECTOS GERAIS DOS PRIMEIROS SOCORROS
UNI
107
RESUMO DO TÓPICO 1
Chegamos ao final do tópico de estudos que aborda o assunto de
Primeiros Socorros na prática de Educação Física, agora você já é capaz de:
108
AUTOATIVIDADE
109
110
UNIDADE 2 TÓPICO 2
FUNÇÕES VITAIS E PLANEJAMENTO
1 INTRODUÇÃO
Você sabia que Hipócrates já defendia a ideia da verificação de sinais
vitais no exame físico?
Não é possível dizer qual dos sinais é mais importante, pois imagine uma
pessoa sem a frequência cardíaca ou pense em outra situação, em um indivíduo
com a frequência cardíaca, mas sem respiração. Não é possível mensurar o grau
de importância, pois os sinais vitais caminham juntos e indicam a vitalidade do
organismo.
111
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
2 SINAIS VITAIS
Toda lesão ou doença tem formas peculiares de se manifestar e isso pode
ajudar o profissional no diagnóstico da vítima. Estes indícios são divididos em
dois grupos: os sinais e os sintomas. Alguns são bastante óbvios, mas outros
indícios importantes podem passar despercebidos, a menos que você examine a
vítima através da avaliação primária e secundária.
Sintomas são uma percepção que a vítima sente, sendo capaz de informar
detalhes do que está acontecendo. Muitas vezes é importante que o socorrista
faça perguntas para definir a presença ou ausência de sintomas, estabelecendo
contato verbal e visual com quem está acometido por alguma enfermidade
(JUNIOR; KLINGER, 2004).
Os sinais vitais são controlados pelo sistema nervoso central, que oferecem
informações do corpo, auxiliando a conduzir na causa patológica do problema e
posteriormente possibilitar o acompanhamento da evolução do quadro clínico
de uma pessoa, sua verificação é essencial na avaliação da vítima, devendo ser
efetuada simultaneamente com a história e o exame físico (JUNIOR; KLINGER,
2004).
UNI
Você sabe por que os sinais vitais recebem esse nome? Porque eles estão
relacionados com a própria existência da vida, dessa forma, se não há sinais vitais não há vida!
112
TÓPICO 2 | FUNÇÕES VITAIS E PLANEJAMENTO
Dessa forma, os sinais vitais são sinais que podem ser facilmente
percebidos, deduzindo-se assim, que na ausência deles, existem alterações nas
funções vitais do corpo. Há equipamentos específicos para a verificação de cada
sinal vital, que devem ser realizados com cuidado e de preferência sem comentar
com o paciente, para não criar expectativas tanto positivas quanto negativas.
2.1 PULSO
O pulso é a propulsão de sangue, ou seja, é força que o sangue exerce
ao passar pelas artérias, resultante da distensão das mesmas, sendo facilmente
percebido pela palpação e que se repete com regularidade, conforme as batidas
do coração (BERGERON et al., 2007).
113
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
Pulso temporal
Pulso da carótida
Pulso braquial
Pulso popliteo
(atrás do joelho)
Pulso da artéria
Pulso da artéria
libial posterior
pediosa dorsal
Para Presto (2009), a forma mais comum para aferir o pulso do indivíduo é
com a polpa do dedo indicador ou médio, através da localização do pulso radial.
Quando se faz o registro dos valores encontrados, faz-se em batimentos por
minuto (bpm) e para verificar a frequência cardíaca, se conta durante um minuto
completo. Neste período deve-se procurar observar a regularidade, a tensão, o
volume e a frequência do pulso.
114
TÓPICO 2 | FUNÇÕES VITAIS E PLANEJAMENTO
DICAS
2.2 RESPIRAÇÃO
Não é possível deduzir qual é o sinal vital mais importante, pois sem um
deles, o organismo entraria em colapso, portanto, podemos dizer que a respiração
também é fundamental para a continuidade da vida, pois é através da respiração
que conseguimos oxigenar nossos pulmões.
115
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
UNI
116
TÓPICO 2 | FUNÇÕES VITAIS E PLANEJAMENTO
Santos (2012) diz que, além desses fatores, outros podem alterar os valores
normais da respiração como: tabagismo, sedentarismo, remédios, estresse, fadiga,
entre outros. Quando temos alterações na frequência respiratória, empregamos
alguns termos para essa descompensação, como:
Oliveira et al. (2007), define a pressão arterial como aquela gerada pela
contração do coração, para manter adequada e constante a circulação do sangue
através dos vasos. A fim de superar a resistência oferecida por quilômetros de
estreitos vasos sanguíneos e para que o sangue chegue aos tecidos com pressão
residual suficiente, para efetuar a troca de substâncias químicas, o coração deve
manter um nível mínimo de pressão dentro do sistema circulatório.
A PA pode variar conforme alguns fatores como: idade, atividade física,
estresse, medo, entre outros. A pressão considerada normal é aquela que mantém
valores normais estabelecidos pela literatura, entretanto, pode variar entre alta ou
baixa e causar alguns transtornos.
117
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
• 4 anos – 85/60mmHg
• 6 anos – 95/62mmHg
• 12 anos – 108/67 mmHg
• Adulto – 120/80mmHg
• Reúna os materiais.
118
TÓPICO 2 | FUNÇÕES VITAIS E PLANEJAMENTO
• Uma vez iniciada a liberação do ar, não pode sofrer interrupção, caso
você esqueça os números, deve esvaziar o manguito até o zero e recomeçar.
119
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
2.4 TEMPERATURA
A temperatura corporal reflete o grau de calor mantido pelo corpo e seu
controle é realizado pelo sistema nervoso central através do hipotálamo, ela é um
indicador importante para o corpo, já que a temperatura é provocada por reações
metabólicas do organismo.
• Boca: temperatura varia entre 36°C a 37°C e o tempo de espera deve ser
de no mínimo três minutos, embaixo da língua.
• Retal: temperatura varia entre 36,4°C a 37°C o tempo de espera deve ser
de três minutos e antes de verificar a temperatura é necessário passar vaselina.
Esse local é o mais apropriado, pois sofre menos interferência de fatores externos.
120
TÓPICO 2 | FUNÇÕES VITAIS E PLANEJAMENTO
1- Mercúrio
2- Digital
3- Chupeta
4- Ouvido
5- Testa sem contato
121
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
Nesse interim pode surgir a febre, que para Oliveira et al. (2007), significa
o aumento da temperatura corporal acima do normal. São causas de aumento
de temperatura: infecção, trauma, ansiedade etc. Deve-se ter cuidado com
temperaturas altas pois podem causar convulsões, principalmente em crianças.
122
TÓPICO 2 | FUNÇÕES VITAIS E PLANEJAMENTO
123
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
UNI
3.2 INSTALAÇÕES
Para Silva (1998), as quadras de esportes não podem ter piso liso, a fim de
evitar escorregões e possíveis quedas, em função do maior coeficiente de atrito
entre a pele e o solo, com consequências danosas ao organismo.
Flegel (2010) relata que embora haja manutenção das áreas esportivas,
a responsabilidade se reporta ao professor de educação física, a fim de que ele
permaneça em vigília com relação à segurança, como: traves quebradas, quadras
esportivas desgastadas, pisos escorregadios e vários outros problemas podem
causar lesões nos alunos.
Silva (1998) aduz que as construções em que as paredes, os alambrados,
as colunas ou outros obstáculos estejam muito próximos às linhas limites das
áreas esportivas ou em locais de movimentação, podem predispor a acidentes
desnecessários.
Outro ponto importante que sempre deve ser lembrado, é com relação
aos ambientes fechados, pois devem sempre ser providos de ventilação, quer
seja artificial ou natural, especialmente para que haja prevenção referente aos
distúrbios relacionados como o equilíbrio térmico dos participantes.
124
TÓPICO 2 | FUNÇÕES VITAIS E PLANEJAMENTO
Flegel (2010) coloca alguns itens que o profissional deve seguir a fim de
evitar acidentes:
3.3 EQUIPAMENTOS
Conforme Silva (1998), deve-se evitar o uso de calçados inadequados à
prática de esportes, os quais, ainda que rotulados de “esportivos”, possuam salto
muito alto, solado pouco aderente ou cadarços muito longos com possibilidade de
se soltarem durante a atividade. Estes aspectos, embora simples, são importantes
na prevenção de acidentes.
125
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
• Pisada Supinada: é a pisada para fora, o tênis ideal seria com maior
amortecimento.
126
TÓPICO 2 | FUNÇÕES VITAIS E PLANEJAMENTO
127
RESUMO DO TÓPICO 2
Após o término de estudo deste tópico, o acadêmico será capaz de:
128
AUTOATIVIDADE
1 Você verificou a diversidade de conceitos para sinais vitais, agora, faça a sua
definição para este assunto.
129
130
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Você pensa que a ética é um conceito dos tempos modernos? Se você acha
que sim, está enganado, pois ela existe desde o início da vida em sociedade e está
diretamente relacionada ao modo com que o ser humano se comporta.
O que acontece é que a ética ganhou espaço importante no nosso dia a dia,
exigindo valores morais mais aperfeiçoados e encontrando espaço na sociedade
de uma maneira marcante.
Todas as profissões estão embasadas na ética, através de códigos,
deontologias, condutas, fazendo redescobertas de respeitos e considerações. É
importante destacar que muitas vezes, quando o profissional fere a ética, há uma
punibilidade, ou seja, uma sansão imposta ao indivíduo. Entretanto, a ética não
está presente apenas na sociedade, mas também em organizações.
Você sabia que os brasileiros são considerados os mais solidários da
América Latina? Somos dotados de um forte sentimento de solidariedade, porém,
não basta ter a boa intenção de ajudar, é necessário saber como atuar.
Você já pensou que pode vir a presenciar uma emergência ou urgência
com um de seus alunos? Ou até mesmo fora de seu ambiente profissional, então
preste atenção nesta unidade, para você saber como atuar diante de uma parada
cardiorrespiratória, considerada uma emergência corriqueira de acontecer.
Para reverter a parada cardiorrespiratória, é necessário eficácia na técnica
empregada, qualidade no atendimento, celeridade e instauração de medidas
de suporte básico e avançado, bem como o correto atendimento baseado em
protocolos.
2 EMERGÊNCIA E URGÊNCIA
Para Santos (2012) a abordagem do tema urgência e emergência é muito
complexa. Ela compreende a assistência pré-hospitalar realizada nos locais onde
a vítima se encontra, exigindo do socorrista qualificação para oferecer os cuidados
imediatos e seguros ao paciente, qualquer que seja seu estado.
131
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
DICAS
2.1 EMERGÊNCIA
Há vários conceitos para este termo, de acordo com Ghirotto, (1998), a
definição de emergência refere-se a um acontecimento inesperado que ocorre
quando a pessoa está em perigo iminente, ameaçando a vida, a saúde, a
integridade física.
132
TÓPICO 3 | ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E ÉTICA
133
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
2.2 URGÊNCIA
Santos (2012) define como procedimentos de urgência, ações iniciais
prestadas a uma vítima que sofreu algum tipo de acidente. Esses procedimentos
podem ser realizados por um indivíduo que esteja apto, desde que tenha noção
de Primeiros Socorros.
134
TÓPICO 3 | ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E ÉTICA
• Urgência
• Emergência
- parada cardiorrespiratória;
- dor torácica acompanhada de desconforto respiratório;
- politraumatismo em geral;
- hemorragias de alta intensidade;
- queimaduras extensas;
- perda do nível de consciência;
- intoxicações em geral;
- ferimento por arma de fogo;
- ferimento por arma branca;
- estados de choque;
- estado febril acima de 40°C;
- gestações em curso com complicações.
3.1 ÉTICA
Teoricamente o ser humano possui intrinsicamente a capacidade de
distinguir o que é certo e errado, o qual denominamos de consciência moral.
Acredita-se que o meio em que o indivíduo cresce e se socializa, pode influenciá-
lo a ter uma conduta digna ou não da sua vida, de qualquer modo, a moral
permite o indivíduo discernir o bem do mal.
135
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
136
TÓPICO 3 | ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E ÉTICA
137
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
• Recusar-se de tudo que for ilegal, imoral e que fuja aos bons princípios.
4 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
É uma emergência que acontece constantemente entre a população e em
qualquer lugar do mundo e significa a ausência de batimentos cardíacos e dos
movimentos respiratórios.
4.1 CONCEITO
A parada cardíaca ocorre quando a pessoa deixa de respirar e o coração
para de bater. Se a intervenção de primeiros socorros não começar em 5 minutos
a partir do início do ataque cardíaco, ocorrerá um dano permanente ao cérebro
(FLEGEL, 2010).
4.2.1 Respiratórias
As principais causas de parada respiratória, conforme Flegel (2010) são:
139
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
4.2.2 Cardíacas
As causas de parada cardíaca são variadas, podendo-se considerar
entre elas: arritmias cardíacas, tamponamento, choque elétrico, superdosagem
de drogas como digitálicos, potássio, depressores do Sistema Nervoso Central,
antiarrítmicos, choque elétrico, entre outras causas.
I. Primários
II. Secundários
140
TÓPICO 3 | ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E ÉTICA
UNI
Você não pode treinar a RCP em pessoas saudáveis, pois podem ocorrer graves
problemas cardíacos, pratique em manequins ou simuladores.
Conforme Hafen et al. (2002), deve-se ter em mente que o principal motivo
para realizar uma manobra de reanimação cardiopulmonar é de restabelecer a
oxigenação e circulação sanguínea, até a chegada do socorro especializado. Pois
quanto mais rápido for o atendimento à vítima, menores serão as sequelas.
141
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
142
TÓPICO 3 | ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E ÉTICA
DICAS
• Compressão e respiração
- Posicionar a vítima de costas sobre uma superfície dura.
- Efetuar 30 compressões torácicas, no ritmo de 100 compressões por
minuto.
- Efetuar 2 ventilações, não se esqueça de fechar o nariz da vítima enquanto
insufla o pulmão.
- Manter as compressões e ventilações na frequência 30:2.
- Verificar o pulso a cada 2 minutos e se não houver pulso, deve-se
continuar com 30 compressões torácicas e 2 ventilações, até a ajudar especializada
chegar.
143
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
144
TÓPICO 3 | ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E ÉTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
145
UNIDADE 2 | PRIMEIROS SOCORROS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
Numa pesquisa feita por Lorenz e Tibeau (2003) concluiu-se que o conteúdo
teórico preferido dos alunos, dentre outros, foram os Primeiros Socorros, pelo
fato de ser um conteúdo útil para a vida toda. Estes conhecimentos possuem
significados que o aluno leva para fora da escola, sendo muito importante saber
como lidar com situações de “perigo” e que são determinantes em momentos
específicos. Como a adolescência é uma fase da vida em que buscamos coisas
desafiadoras e inovadoras, os autores sugerem que este assunto deve ter
despertado a curiosidade desses alunos.
147
RESUMO DO TÓPICO 3
Prezado acadêmico! Chegamos no final desta unidade, sendo assim, ao
término deste tópico você estará apto a compreender:
• Conceito de ética.
148
AUTOATIVIDADE
2 Dê o conceito de ética.
149
150
UNIDADE 3
EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM
PRIMEIROS SOCORROS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Você encontrará atividades que
o(a) ajudarão na compreensão dos conteúdos apresentados e ao final de cada
um deles, você encontrará atividades que o auxiliarão a assimilar os conheci-
mentos teóricos adquiridos.
151
152
UNIDADE 3
TÓPICO 1
PRIMEIROS SOCORROS EM LESÕES ESPORTIVAS
1 INTRODUÇÃO
Você já deve ter visto na TV, ou no cinema, um esqueleto andando em
algum momento do filme ou desenho animado, mas você sabia que na realidade
isso seria impossível? Não por ser apenas ficção, mas porque para o esqueleto
andar ele necessariamente precisa dos músculos, pois sem eles, o esqueleto cairia
e não conseguiria se sustentar.
Você sabe que nosso corpo possui 206 ossos com tamanhos variados?
O menor osso fica localizado no ouvido (estribo) e o maior fica localizado na
perna (fêmur). Os ossos são resistentes, rígidos, mas podem quebrar, resultando
em sofrimento, dor, ferimentos e hemorragias.
2 FRATURAS
2.1 CONCEITO
O esqueleto humano é um esboço de sustentação do corpo, aonde estão
conexos todos os tecidos. Para que possamos nos mover, os ossos cobertos
pelos músculos se mexem nas articulações e fazem com que o corpo ande. Esses
movimentos são controlados pela nossa vontade e coordenados por nervos
específicos.
153
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
Bergeron et al. (2007) faz uma ótima comparação entre os ossos do corpo
humano e uma construção, dizendo que os ossos compõem a parte estrutural do
corpo humano, como as barras metálicas que fazem a estrutura de um edifício,
dando força e sustentação a ele, os ossos fornecem a dureza à estrutura interna
e o suporte para as atividades às quais expomos os nossos corpos todos os dias.
Também podemos dizer que fratura pode ser a perda total ou parcial
da continuidade de um osso, se ocorrer, a vítima geralmente irá se queixar de
dor no local da lesão e quem socorre poderá observar deformidades, edemas,
hematomas, exposições ósseas (quando o osso fraturado fica exposto), ocasionando
hemorragias (sangramento) e um aumento do risco de infecção.
154
TÓPICO 1 | PRIMEIROS SOCORROS EM LESÕES ESPORTIVAS
2.2 CLASSIFICAÇÃO
Certas fraturas são facilmente identificadas através de sinais como: dor,
laceração da pele onde o osso se exterioriza, porém, algumas fraturas só podem
ser reconhecidas através de um exame radiológico apropriado, como o raio-X.
O socorrista deve saber atuar em qualquer tipo de fratura, saber o que deve
ser feito é primordial, a fim de garantir um bom atendimento, evitar complicar
ainda mais a quebra óssea e assim, proporcionar qualidade no tratamento. O
socorrista deve sempre acalmar a vítima, verificar os sinais vitais, observar se há
cianose das extremidades e redução da temperatura do membro afetado.
Fratura Fratura
Simples Exposta
155
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
UNI
O corpo humano é formado por mais de 200 ossos que protegem muitos
órgãos internos. Existem, também, mais de 600 músculos que, juntamente com os ossos, são
os responsáveis pelos movimentos do corpo.
TIPOS DE FRATURAS
Existe outro tipo de fratura chamada de estresse de fratura, que causa dor
e acaba piorando com a atividade física, melhorando no repouso, além desses
sinais, normalmente aparece inchaço após o esforço (SIMÕES, 2014).
157
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
Como regra geral, utilize talas específicas que são moldáveis à fratura
ou improvise com madeiras, jornais, revistas, entre outros. É também indicado
não executar qualquer tentativa de realinhamento do osso fraturado, tão pouco
a reintrodução do osso ao seu local de origem. As talas devem ser ajustadas e
não apertadas, de maneira a não interromper a circulação sanguínea do local
(SANTOS, 2014).
158
TÓPICO 1 | PRIMEIROS SOCORROS EM LESÕES ESPORTIVAS
3 HEMORRAGIA
Para Zin (2007) o sangue contém células que destroem bactérias e células
que produzem substâncias que ajudam a combater infecções. Sem sangue
circulando pelo corpo, o indivíduo morre rapidamente, portanto, as funções do
sangue são:
159
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
UNI
Uma hemorragia pode levar a pessoa adulta à morte em até cinco minutos,
portanto, deve ser sempre considerado o tempo entre o início do sangramento
e o tempo do atendimento realizado, pois isto irá determinar as condições
hemodinâmicas do paciente.
160
TÓPICO 1 | PRIMEIROS SOCORROS EM LESÕES ESPORTIVAS
Artérias Veias
3.3 CLASSIFICAÇÃO
Já aprendemos que a hemorragia é o extravasamento de sangue para fora
das veias ou artérias, sendo importantíssimo o controle imediato desse fluxo
sanguíneo, pois a vítima pode entrar em choque e ir a óbito.
161
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
• Compressão direta
162
TÓPICO 1 | PRIMEIROS SOCORROS EM LESÕES ESPORTIVAS
• Elevação de membro
163
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
3.5 TORNIQUETE
Para Bergeron et al. (2007) o torniquete é o último recurso para controlar
hemorragias graves, usando somente quando os outros métodos de controle
falharem. Na maioria dos casos, um curativo compressivo é a melhor escolha.
Ainda para o mesmo autor, os torniquetes não devem ser aplicados sobre
áreas de articulação como cotovelos e joelhos, sendo que a localização ideal,
segura e efetiva é cerca de 5 cm acima do local da lesão.
164
TÓPICO 1 | PRIMEIROS SOCORROS EM LESÕES ESPORTIVAS
165
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
4 FERIMENTOS
4.1 CONCEITO
Qualquer rompimento anormal da pele ou superfície do corpo é chamado
de ferimento, sendo que a maioria das lesões acaba comprometendo os tecidos
moles, a pele e os músculos.
4.2 CLASSIFICAÇÃO
166
TÓPICO 1 | PRIMEIROS SOCORROS EM LESÕES ESPORTIVAS
167
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
Para Fernandes (2012) uma ferida aberta é uma lesão em que a pele sofreu
uma ruptura no tecido dérmico, em geral a pele. É difícil o indivíduo que nunca
teve uma ferida aberta, que pode ocorrer em uma extensão pequena ou grande, e
a maioria delas pode ser tratada em casa.
168
TÓPICO 1 | PRIMEIROS SOCORROS EM LESÕES ESPORTIVAS
UNI
Você sabe o que fazer para minimizar a cicatriz de um ferimento simples na sua
pele? O importante é você não pegar sol e hidratar a pele durante o processo de regeneração.
169
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
170
TÓPICO 1 | PRIMEIROS SOCORROS EM LESÕES ESPORTIVAS
Além dos fatores acima descritos, Zin (2007) cita outros destaques que
podem contribuir na demora da cicatrização, como: profundidade da ferida,
necrose do tecido, doenças crônicas associadas, uso de determinados antibióticos
e anti-inflamatório, entre outros.
171
RESUMO DO TÓPICO 1
• Conceitos de fraturas.
• A definição de hemorragia.
• Os cuidados que você deve ter quando se depara com uma vítima que está com
hemorragia.
172
AUTOATIVIDADE
1 Você estudou vários conceitos de fratura, agora dê a definição que mais lhe
chamou atenção.
3 Cite pelo menos três sinais que podem evidenciar uma fratura.
173
174
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A atividade física vem sendo cada vez mais estimulada, pois vivemos
numa época que além do perfeito corpo físico, buscamos uma perfeita saúde,
casando atividade física com qualidade de vida, formando um binômio perfeito.
2 CURATIVO E BANDAGEM
2.1 CONCEITO E MODO DE APLICAÇÃO
O curativo é considerado qualquer material (de preferência esterilizado)
colocado sobre um ferimento que ajuda a controlar o sangramento e prevenir a
contaminação. Já a bandagem é qualquer material usado para fixar o curativo no
lugar. (BERGERON, et al. 2007).
UNI
A bandagem não deve ficar frouxa nem apertada demais. Os sinais que indicam
compressão excessiva são: palidez, pele fria, formigamento, perda da sensibilidade, dor e
inchaço.
176
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS EM INCIDENTES EMERGENCIAIS
• Todas as voltas devem ser realizadas pelo caminho mais curto, a fim de
evitar que ela se desenrole.
177
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
VÉRTICE
178
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS EM INCIDENTES EMERGENCIAIS
A bandagem deve ser utilizada com cautela, ou seja, não pode ser aplicada
com pressão, pois poderá haver edema, levando à má circulação local. Caso haja,
inchaço, palidez, formigamento, dormência e pele fria, são sinais que a bandagem
está colocada incorretamente, devendo ser, tirada e colocada novamente (BRASIL,
2003).
- as bandagens não podem ser muito apertadas nem muito folgadas, a fim
de que o curativo não se mova ou deslize sobre o ferimento;
Dobre o esparadrapo e
corte suas bordas
Bandagem borboleta
179
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
Apesar de já termos falado sobre curativos, vale lembrar que são técnicas
realizadas para limpeza e colocação de uma cobertura estéril em uma ferida,
com a finalidade de promover a hemostasia, cicatrização, bem como, prevenir
contaminação e infecção.
3 QUEIMADURAS
3.1 CONCEITO
Conforme Fernandes (2012), as queimaduras representam uma forma
de trauma facilmente encontrada, envolvendo principalmente crianças, mas
também jovens, adultos e idosos. As lesões podem ser produzidas por agentes
físicos como: fogo, vapor, eletricidade, gelo, sol e também por agentes químicos
como ácidos e solução básicas (soda cáustica).
180
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS EM INCIDENTES EMERGENCIAIS
UNI
181
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
3.2 CLASSIFICAÇÃO
A queimadura pode atingir várias profundidades, dependendo da
substância que a causou e o tempo em que a vítima ficou exposta. Qualquer
queimadura pode causar grandes complicações, portanto, deve-se oferecer um
cuidado especial com esse tipo de trauma.
Para Barbiere (2002), de acordo com as camadas da pele que são afetadas,
as queimaduras são classificadas em 1º, 2º e 3º graus, sendo que as de 3º grau são
as mais profundas e graves. As lesões não são uniformes, existem em geral, vários
graus de profundidade em uma mesma área.
182
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS EM INCIDENTES EMERGENCIAIS
• Adulto
- cabeça: 9%
- tronco: 36% região anterior 18% e posterior 18%.
- membro superior: 9%, região anterior 4,5% e posterior 4,5%.
- membro inferior: 18%, região anterior 9% e posterior 9%.
183
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
• Criança
- cabeça: 18%.
- tronco: 36%, região anterior 18% e posterior 18%.
- membro superior: 9%, região anterior 4,5% e posterior 4,5%.
- membro inferior: 14%, região anterior 7% e posterior 7%.
184
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS EM INCIDENTES EMERGENCIAIS
Para Neto et al. (2002), quem presta socorro não deve furar as bolhas, não
pode retirar roupas queimadas presas à pele e nem submeter o membro na água
caso as bolhas estejam estouradas. Deve-se cobrir a área com um pano limpo e
encaminhar a vítima ao hospital, a fim de receber atendimento adequado.
• Queimadura térmica:
- apagar as chamas com um cobertor ou rolar a vítima no chão;
- resfriar a região queimada com água corrente por 15 minutos (nunca
colocar a vítima em lagoas ou águas paradas, o objetivo é de evitar infecção);
- jamais estourar as bolhas;
- cobrir a área queimada com gaze ou panos limpos, umedecendo com
soro fisiológico até o socorro médico chegar;
- não oferecer medicamentos e nem alimentos;
- não usar gelo, spray, óleo, banha, pasta de dente, pomadas ou manteiga
sobre a área queimada.
Santos (2014) também concorda com os demais autores, que para cada
tipo de queimadura, existe um cuidado diferente, conforme descrito abaixo:
• Queimadura química
- quem socorre deve utilizar equipamento de proteção individual (EPI);
- lavar a região com água corrente durante 15 minutos;
- remover roupas se não estiverem aderidas (grudadas) na pele;
- não furar as bolhas;
- tentar a identificação do agente químico;
- esperar ajuda médica.
185
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
4 CHOQUE ELÉTRICO
Canetti (2007), avisa que com eletricidade devemos ter sempre o máximo
de cuidado, pensando no perigo e nunca tentando experimentar para ver se está
dando choque ou não.
Para Canetti (2007) a energia elétrica que existe nas residências, escolas,
empresas, clínicas, academias é a de corrente alternada e existe as correntes de
110 e 220 volts, adotadas pelos Estados da Federação.
186
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS EM INCIDENTES EMERGENCIAIS
187
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
UNI
Para Junior e Sarquis (2004) deve-se ter alguns cuidados para socorrer a
vítima que sofreu choque elétrico:
Cuidar com choque elétrico vale para qualquer pessoa, as crianças são
alvo fácil em escolas, por esse motivo, adotar um sistema de segurança para
as tomadas é importante. Com relação às academias, clubes e universidades, é
necessário evitar contato com eletricidade, pois haverá um técnico responsável
para esse serviço.
189
RESUMO DO TÓPICO 2
Que ótimo você ter chegado até aqui com empenho e determinação,
dessa forma, ao final deste tópico de estudos, você é capaz de compreender:
190
AUTOATIVIDADE
191
192
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Você, futuro professor de educação física, deve saber que no seu dia a dia,
não encontrará somente acidentes voltados às fraturas, luxações e escoriações,
mas irá se deparar com outros tipos de acidentes, que são tão graves quanto
determinados incidentes que habitualmente acontecem.
193
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
A respiração é uma das funções vitais à vida, é através dela que o organismo
recebe oxigênio, suprimento essencial ao corpo, fazendo a manutenção da vida
do indivíduo.
Segundo Neto (2002), a obstrução das vias aéreas superiores, por corpos
estranhos como: insetos, grãos, sementes ou demais objetos, é uma das causas de
morte em adultos e especialmente em crianças. Afinal de contas, você já deve ter
ouvido que determinada criança foi cheirar feijão ou arroz e os grãos pararam
dentro do nariz.
Conforme Flegel (2010), assim que for identificado que a vítima está
asfixiada, deve-se prestar atendimento rapidamente, da seguinte forma:
194
TÓPICO 3 | EMERGÊNCIAS NO AMBIENTE EXTRA HOSPITALAR
• Incentive-a a tossir.
DICAS
• Colocar uma das mãos na testa da vítima e aplicar pressão firme para
trás, pendendo a cabeça contra o chão, essa manobra se chama hiperextensão.
195
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
Flegel (2010) ainda alerta que se a vítima estiver inconsciente, ela deverá
ser posicionada em decúbito dorsal, sobre uma superfície dura e firme, com as
pernas estendidas, a cabeça não pode ficar mais alta que os pés, a fim de não
prejudicar o fluxo sanguíneo cerebral.
Para Flegel (2010) a epiglote também pode ser um motivo para a obstrução
das vias aéreas, pois ela pode inchar por alguns motivos como: reação alérgica,
inalação de gases aquecidos e inflamações, ocasionando asfixia total ou parcial.
196
TÓPICO 3 | EMERGÊNCIAS NO AMBIENTE EXTRA HOSPITALAR
197
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
Santos (2014) alerta que em bebês não deve ser feito esta manobra e sim
aplicar cinco palmadas (compressões torácicas) nas costas, até que o bebê tussa ou
retorne a consciência. Abra a boca da criança, visualize e tente remover qualquer
objeto estranho se for possível.
198
TÓPICO 3 | EMERGÊNCIAS NO AMBIENTE EXTRA HOSPITALAR
3 DESMAIO
3.1 CONCEITO
Você estudante, que logo será um professor de educação física, fique
atento aos alunos que estão fazendo alguma atividade física, pois em repouso
podem se sentir bem, porém, durante ou após o exercício, podem sofrer de
síncope do exercício.
Para Ribeiro (2002), uma das causas de desmaio pode ser em função de
acidente de trânsito, pois o acidentado normalmente permanece tenso e muito
nervoso durante a situação adversa e, dessa forma, pode haver um desmaio
rápido e momentâneo.
199
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
- emoções fortes;
- susto;
- cansaço;
- mudança brusca de posição;
- excesso de sol;
- ambientes fechados e quentes;
- falta de alimentação;
- acidentes;
- infarto do miocárdio.
Para Santos (2014) o desmaio pode ser causado por vários fatores, como
subnutrição, cansaço físico e mental, exposição prolongada ao calor, estresse,
privação do sono, queda da pressão arterial e permanência por longo período em
pé.
Santos (2014) também indica que há alguns sinais que podem ser observados
atentamente, com o objetivo de auxiliar o indivíduo, que provavelmente terá uma
síncope, eles são: tontura, vertigem, sensação de mal-estar, náuseas, pele fria,
fraqueza e tremores.
200
TÓPICO 3 | EMERGÊNCIAS NO AMBIENTE EXTRA HOSPITALAR
Ainda para o mesmo autor, caso o socorrista perceba que a vítima esteja
desmaiada, as medidas de ajuda devem ser:
201
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
202
TÓPICO 3 | EMERGÊNCIAS NO AMBIENTE EXTRA HOSPITALAR
4 INSOLAÇÃO
4.1 CONCEITO
Para Gonçalves (2007), a insolação é também chamada de intermação,
considerada um acidente caracterizado por febre remitente (em que a temperatura
sobe e baixa em determinados períodos do dia) por exposição aos raios solares.
203
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
204
TÓPICO 3 | EMERGÊNCIAS NO AMBIENTE EXTRA HOSPITALAR
Santos (2014) informa que é importante saber que alguns fatores colaboram
para o surgimento da insolação, portanto, devemos de uma maneira objetiva
conhecê-los, a fim de socorrer a vítima:
205
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
Portanto, diante dessa rápida revisão referente aos motivos que fazem a
pessoa desmaiar, estudaremos como atuar para ajudar eficientemente a vítima
proporcionando restabelecimento do seu bem-estar.
UNI
A vítima com insolação deve ser hidratada para repor a falta de água, porém,
jamais se deve oferecer bebida alcoólica.
206
TÓPICO 3 | EMERGÊNCIAS NO AMBIENTE EXTRA HOSPITALAR
5 INTOXICAÇÃO
5.1 CONCEITO
Imagine que você na sua vida profissional, trabalhe com crianças,
então você consegue entender que elas são uma caixinha de surpresas, sempre
aprontando e surpreendendo com novidades, tanto positivas, quanto negativas.
207
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
UNI
“Todas as substâncias são venenos; não existe uma que não seja veneno. A
dose certa diferencia um veneno de um remédio” (SOUZA, 2016).
208
TÓPICO 3 | EMERGÊNCIAS NO AMBIENTE EXTRA HOSPITALAR
- respiração anormal;
- pulsação com frequência e características anormais;
- sudorese;
- pupilas dilatadas ou contraídas;
- produção excessiva de saliva ou presença de espuma na boca;
- dores na garganta ou na boca ou deglutição dolorosa;
- dor abdominal;
- mal-estar gástrico ou náusea, vômito, diarreia;
- convulsões;
- estado alterado da consciência, inclusive inconsciência.
Conforme Fernandes (2012), embora possa ser fatal, a maioria dos casos
de intoxicação poderá ser tratada com sucesso, os sinais e sintomas mais comuns
de envenenamentos são: alterações do hálito, dor abdominal intensa, mudança da
cor dos lábios e língua, náusea e vômitos, dores de cabeça e perda da consciência,
entre outros.
209
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
DICAS
210
TÓPICO 3 | EMERGÊNCIAS NO AMBIENTE EXTRA HOSPITALAR
Se a pele for atingida, lave muito bem com água corrente ou soro
fisiológico, a fim de retirar todos os resíduos, evitando assim que a substância
continue agindo e danificando a pele.
Alguns riscos usuais podem ocorrer para quem está socorrendo a vítima,
caso haja parada respiratória, não se deve fazer respiração boca a boca sem a
máscara facial, pois caso a vítima tenha ingerido alta dose de veneno, como
arsênico ou cianeto, os resíduos podem permanecer nos lábios da vítima, existindo
a possibilidade de o socorrista se tornar uma vítima também.
211
UNIDADE 3 | EMERGÊNCIAS CIRCUNSTANCIAIS EM PRIMEIROS SOCORROS
LEITURA COMPLEMENTAR
212
TÓPICO 3 | EMERGÊNCIAS NO AMBIENTE EXTRA HOSPITALAR
FONTE: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 Vivências. Vol. 10, N.18: p. 133-
146, Maio/2014. Disponível em: <http://www.reitoria.uri.br>. Acesso em: 21 mar. 2016.
213
RESUMO DO TÓPICO 3
• Vários fatores podem causar obstrução das vias aéreas como: substâncias
líquidas, sólidas ou pastosas, dentes, próteses, entre outros.
• Desmaio pode ser definido como uma perda momentânea da consciência, que
geralmente não dura mais que alguns minutos.
• O desmaio pode ser causado por vários fatores, como subnutrição, cansaço
físico e mental, exposição prolongada ao calor, estresse, entre outros.
214
AUTOATIVIDADE
1 Cite brevemente, como deve ser o socorro de quem está com as vias aéreas
obstruídas.
5 O que não deve ser feito para a vítima que sofreu insolação?
215
216
REFERÊNCIAS
ABRACOPEL. Jornal da Instalação. São Paulo, 2014. Disponível em: <http://
www.jornaldainstalacao.com.br/index.php>. Acesso em: 21 mar. 2016.
217
BERGERON, D. J. et al. Primeiros socorros. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
218
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de primeiros socorros. Rio de Janeiro:
Fundação Oswaldo Cruz, 2003.
219
DUARTE, E.; ARAÚJO, U. Neuropatologia. Curso de Capacitação de
Professores Multiplicadores em Educação Física Adaptada. Brasília: MEC/
Secretaria de Educação Especial, 2002. p. 23-41.
220
GONÇALVES, A. Saúde coletiva e urgência em educação física. Campinas:
Papirus, 1997.
221
MELO A. Sanguessugas. Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: <http://agencia.
fiocruz.br>. Acesso em: 28 jan. 2016.
NAYARA, G. Solferino não é aqui. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <https://
issuu.com/comunita-italiana/docs/ci-152>. Acesso em: 25 fev. 2016.
222
PORTUGAL. Secretariado Nacional de Reabilitação. Classificação internacional
das deficiências, incapacidades e desvantagens (handicaps): um manual de
classificação das consequências das doenças (CIDID). Lisboa: SNR/OMS, 1989.
223
SANTOS, N. C. M. Urgência e emergência para a enfermagem: do atendimento
pré-hospitalar à sala de urgência. 6. ed. São Paulo: Iátria, 2012.
224
SOLER, R. Brincando e aprendendo na educação física especial: planos de
aula. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.
225