Argumentação 2

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Aula 05 –
Argumentação II
Evidências
FAMEMA
2021
Fernando Andrade
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Aula 05: FAMEMA 2021
Sumário
Apresentação........................................................................................................... 3
1. Raciocínio ............................................................................................................ 3
1.1 Reconhecendo erro de raciocínio ..................................................................................... 5
2. Ligações válidas: o silogismo .............................................................................. 14
2.1 Silogismo ........................................................................................................................ 15
2.1.2 Aplicação da estrutura silogística ............................................................................... 16
2.2. Modelo Silogístico ......................................................................................................... 21
2.2.1 Exercitando a escrita ................................................................................................... 24
3. Os quatro tipos de raciocínio.............................................................................. 27
3.1 Dedução ......................................................................................................................... 27
3.2 Indução........................................................................................................................... 28
3.3 Causa e Analogia............................................................................................................ 29
4. Falhas na argumentação .................................................................................... 31
4.1 Tipos de falácias ............................................................................................................. 32
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4.2 Como refutar argumentos ............................................................................................ 35

4.3 Carta contra-argumentativa .......................................................................................... 36
5. Modelo Dissertativo .......................................................................................... 39
5.1 Modelo concessivo ......................................................................................................... 41
Propostas de redação ............................................................................................ 43
6.1 Possibilidades de Encaminhamento das Propostas ...................................................... 48
7. Considerações Finais .......................................................................................... 51
8. Referências ........................................................................................................ 53
Aula 05– Argumentação II 2

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APRESENTAÇÃO
Querido aluno,
Saudações. Quinta aula! No pdf passado, consideramos os argumentos baseados em
evidências, os relacionados a fatos, estatísticas, citações exemplos e estatísticas. Agora, vamos dar
continuidade a esse estudo da argumentação.
Vamos considerar os argumentos baseados em raciocínios. Na verdade, a parte teórica não
importa muito. Ser linear em um raciocínio depende de prática. Já disseram que os pensamentos
parecem crianças irrequietas e organizá-los é como tentar colocar uma roupa numa criança que não
para de se mexer. Essa é a nossa tarefa.
Não deixe se fazer os exercícios propostos. Eles são importantes para desenvolver essa
habilidade.
“Bora” e boa escrita.

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1. RACIOCÍNIO
A palavra raciocínio vem da palavra latina ratio que significa calcular. O que isso significa?
Tente essa...
2+ 3= 5
Fácil, diria qualquer corujinha, mesmo a das humanas, nem vale a pena, né? O que você
realmente fez nesse processo?
Tente outra.
Celular distrai O aprendizado O celular não

a atenção + necessita de
atenção = deve ser usado
no aprendizado
As duas são iguais? De certa forma sim. Você fez a síntese de dois elementos e chegou a um
resultado diferente, mas que em alguma medida inclui os dois anteriores.

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Há ainda uma outra característica. Essa operação pode ser averiguada por qualquer outro
indivíduo que chegará à mesma conclusão que você. Há nesse processo algo de necessário. Se o
resultado for outro, será considerado um erro.
Considere agora um outro tipo de relação.
Celular Minha Ela Dormir Atchim...

distrai a mãe dorme só faz bem Saúde.
atenção não quando à saúde
larga o eu chego
celular à noite
Qual a relação entre esses comentários? Parecem bem brisantes. Eles não podem ser
averiguados por outra pessoa. As relações entres as frases são de cunho pessoal e dependem
somente da perspectiva de quem as formula. Não são necessários, nem universais.
Responda rápido, qual dos dois tipos de relação é mais natural para nós?
Obviamente, o último. Ele é subjetivo, marcado por relações metonímicas. Uma palavra puxa
a outra de acordo com a experiência pessoal e intransferível. O matemático exige concentração e
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reavaliação constante para que não nos percamos no meio do caminho. Temos a habilidade
matemática, mas ela exige esforço, enquanto o pensamento cotidiano é espontâneo e fragmentado.
Essas formas de pensamento estão relacionadas com a produção de textos diferentes. Uma
poesia permite que o poeta faça relações não necessárias e analisamos esse tipo de texto pelo
impacto imagético que as associações feitas pelo poeta deixam em nossa sensibilidade.
Observe essas duas maneiras de expor uma opinião sobre a bomba atômica que foi lançada
sobre Hiroshima e Nagasaki.
Texto I
A ROSA DE HIROXIMA
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
(Tradução: “Em 2024, atletas nadarão para vencer,
mas todos os dias refugiados nadam para sobreviver.”)
Texto II
Os ataques americanos a Hiroshima e Nagasaki foram crimes de guerra? Por quê?

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FAUSTO POCAR “Sim. Foi um crime de guerra, sem dúvida nenhuma, pois violou o princípio básico
do Direito Internacional dos Conflitos Armados segundo o qual se deve obedecer ao princípio de
distinção. Um ataque deve ser dirigido diretamente contra objetivos militares e não pode atingir
civis ou bens civis, assim como não pode ser indiscriminado. Embora houvesse objetivos militares
nessas cidades, o ataque nuclear foi claramente indiscriminado, e fez uso de uma arma, a bomba
atômica, que, por si só, não respeita o princípio de distinção.
(Disponível em https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/05/27/Por-que-as-bombas-sobre-
o-Jap%C3%A3o-foram-criminosas-segundo-especialistas-em-Direito-da-Guerra, acessado em
20.11.2019).
O primeiro texto, poético, faz o leitor imaginar um rosa. A estranheza de um ícone da beleza
associado a algo tão terrível como à bomba e seus efeitos faz com que o leitor fique procurando
uma relação entre os dois elementos. O sentido deve ser atribuído pelo leitor, já que a relação entre
as figuras é subjetiva.
O segundo texto é argumentativo. Para provar sua opinião, o autor se vale do Direito
Internacional dos Conflitos que deve servir como parâmetro de julgamento para qualquer pessoa.
Ao leitor não cabe ficar pensando em qual a relação que se estabelece entre o Direito Internacional
e a ação americana, já que o escritor faz essa relação e a deixa exposta de tal forma que, se o leitor
acompanhar a leitura, vai ser constrangido a aceitar a demonstração.
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1.1 RECONHECENDO ERRO DE RACIOCÍNIO

Como ficou claro no texto acima, é possível verificar se um argumento foi montado segundo
regras que são compartilhadas pelas pessoas no que diz respeito a passar de uma ideia para outra.
O erro ocorre quando não nos preocupamos com o leitor e fazemos passagens subjetivas que
fazem sentido para nós e para nosso sistema de crenças, mas que não necessariamente fazem
sentido para o interlocutor. É preciso um pouco de empatia e imaginar que você é um leitor que
desconhece o assunto. Deve imaginar as dúvidas do outro e pensar em quais são suas objeções, isso
o ajudará a fazer um texto mais cuidadoso. Você deverá deixar as passagens extremamente claras
para quem vai ler seu texto.
Mas o leitor da banca não é burro...
Aliás, corujinha escritora, nenhum leitor é “burro”, mas o critério de avaliação é outro. Pense
no professor de matemática novamente. Quando ele propõe um exercício, ele sabe qual é o
resultado. Ora, se você colocar um número qualquer, mesmo que você acerte, ele não vai considerar
sua resposta, certo? O que ele quer ver? Como você construiu a resolução do exercício.
Ocorre algo similar com redação. O corretor não quer saber aonde você quer chegar, mas
como você fez as passagens de uma ideia para outra para chegar à opinião que você chegou.
Antes de considerarmos a parte teórica sobre relações lógicas, vamos primeiro exercitar a
capacidade de perceber argumentos mal elaborados. Primeiramente use sua intuição, perceba se

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algo ficou estranho nos argumentos apresentados. Depois, tente descrever qual foi o erro cometido
pelo escritor.
Q (autoral)
Considerando o tema “ciência no mundo da pós-verdade”, assinale a alternativa na qual o
argumento está bem formulado.
a) a descrença na ciência tem impacto na saúde pública. A falta de informação e de divulgação de
informações científicas tem contribuído para reemergência de algumas doenças em diversos países
do mundo.
b) Nada é recebido pela massa como verdade absoluta. O tempo em que autoridades impunham
seus pontos de vista está ultrapassado. Por conta disso, as pessoas têm suas próprias opiniões.
c) O avanço tecnológico permite que cada pessoa crie sua teoria e acabe por difundi-la nas redes
sociais. As pessoas ficam à mercê de informações duvidosas.
d) A descrença na ciência traz consequências negativas, como podemos observar no caso da
vacinação. O movimento antivacina, carente de base científica, teve importante contribuição na
diminuição proporcional do número de vacinados e aumento de casos de sarampo, por exemplo.
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Alternativa "A" está incorreta. A “descrença” na ciência não é a mesma coisa que “falta de
informação”; alguém pode crer na ciência, mas por falta de informação acreditar em algo que a
ciência não corrobora.
Alternativa "B" está incorreta. Há três frases com três ideias, todas elas são aceitas facilmente pelo
leitor, pois trata-se de senso comum, mas não há relação lógica entre elas. O “por conta disso”
estabelece uma falsa relação. As pessoas sempre têm opiniões que consideram próprias, o que é
dito antes não é condição necessária para o que se afirma depois de fragmento conectivo.
Alternativa "C" está incorreta. Há até uma relação entre causa e consequência, mas não há
sequência do mesmo tema. Observe que teoria não é informação.
Alternativa "D" está correta. A afirmação inicial é geral, mas é preenchida pelo caso particular do
movimento antivacina.
Gabarito: D

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Q.1 Considerando o tema “preservação da Amazônia”, assinale a alternativa na qual o

a) O Fundo Amazônico, criado para combater queimadas na região amazônica,

financiado por alguns países europeus, mostra que os recursos internacionais são
importantes. Para perceber isso, basta considerar que a suspensão desses recursos
resultou no aumento das queimadas.
b) O problema é que os europeus querem tirar proveito da Amazônia, há muitos
recursos valiosos na região, e eles pretendem fazer o que fizeram durante séculos:
explorar!
c) Há aqueles que acusam a agricultura e pecuária como responsáveis pelo
desmatamento, mas, na verdade, os ruralistas são os que mais preservam as matas
nativas, até porque nossas leis ambientais são as mais rígidas do planeta.
d) A ideia de uma certa internacionalização da Amazônia pode parecer interessante,
contudo, vale a pena considerar algumas questões. Como seria o controle de uma
área sob supervisão internacional? Como garantir que os interesses de países
estrangeiros não seriam sobrepostos aos nacionais? Essa solução não criaria mais
problema do que solução?
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Q.2 Considerando o tema “uso de agrotóxicos”, assinale a alternativa na qual o

a) Aqueles que defendem o uso de agrotóxicos argumentam que, sem o uso de tais
recursos, não seria possível atender às demandas mundiais por alimentos.
b) Cada grupo defende os seus interesses. Os ruralistas defendem o uso do
agrotóxico dizendo que sem esse recurso, a agricultura se torna inviável do ponto de
vista financeiro. Por outro lado, os ambientalistas acreditam que tais recursos causam
danos irreversíveis no meio ambiente.
c) São conhecidas as consequências dos agrotóxicos à saúde pública. O veneno
provoca um estrago imenso no organismo de pessoas mais velhas. Podem ser
observados os seguintes sintomas: dores de cabeça, náuseas, tontura e vômitos.
d) A toxidade dos chamados “defensivos agrícolas” pode ser observada claramente
no efeito deles sobre quem trabalha diretamente manipulando tais substâncias.
Dados do Programa de Vigilância da Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos,
da UNICAMP, apontam que 1,5 milhão de trabalhadores estão intoxicados.

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Q.3 Considerando o tema “até que ponto a fé é essencial para a felicidade?”, assinale a
alternativa na qual o argumento está bem formulado.
a) Para ter uma vida satisfatória é preciso que os meios materiais mínimos sejam
atendidos: acesso à saúde e educação; colocação no mercado de trabalho e
possibilidade de lazer. O estudo, mais do que a fé, tornou-se uma forma de conquistar
essa condição primordial.
b) Na verdade, a união familiar e fé são duas coisas que se complementam, trazem
crescimento e felicidade pessoal. O dinheiro não é principal para vencer na vida.
c) Pesquisas indicam que 28% da população diz que a “fé é um meio de vencer e
melhorar as condições de vida”. Abaixo desse tópico, estão os grupos de pessoas que
acreditam que educação e trabalho são muito importantes. A fé, portanto, leva à
felicidade.
d) O conhecimento é a forma mais eficaz para a realização da maioridade e da
autonomia segundo Kant. Assim, a fé como forma de libertação contraria a visão
iluminista. Isso significa que o conhecimento tem maior potencial de trazer a
felicidade para as pessoas.
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Q.4 Considerando o tema “descaso em relação ao patrimônio histórico”, assinale a

a) O que esperar de um país que gasta mais com juízes do que com o seu patrimônio
histórico? Nos últimos anos, mais de sete construções sofreram perdas em incêndios.
O desprezo por parte do governo com esse tipo de bem cultural parece ser a causa
principal.
b) A perda de nosso patrimônio causa danos materiais e culturais irreparáveis. Por
conta disso, a ignorância resultante do desconhecimento do passado torna-se causa
de novas tragédias.
c) O patrimônio histórico se relaciona com a formação cultural de um modo de viver
que une um povo ou uma nação, dando-lhe uma base afetiva de vivência. Sem esse
tipo de bem cultural, o mundo prático se sobrepõe às necessidades afetivas, as
pessoas deixam de se reconhecer como tendo o mesmo destino comum e passam a
se comportar segundo o preceito de todos contra todos.
d) Não se deve viver no passado. A modernidade se faz necessária para o
desenvolvimento da sociedade. O futuro toma o lugar do passado que nos diz de
onde viemos e para onde vamos. As pessoas deixam de considerar o patrimônio
histórico e deixam de aprender com os erros.

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Q.5 Considerando o tema “importância da universidade pública no Brasil”, assinale a

a) a) Joaquim Barbosa, um ex-ministro do STF, conseguiu chegar aonde chegou
porque teve acesso à educação gratuita e de qualidade. Se tivermos essa
oportunidade aberta para os brasileiros, imagine quantos Joaquins Barbosas
podermos ter.
b) Segundo a Constituição Federal o cidadão tem o direito de uma educação de
qualidade, inclusive, educação superior. Ora, uma Universidade privada não poderia
fazer o investimento que uma universidade pública tem condições de fazer. Ou seja,
se fossemos deixados ao setor privado no que diz respeito à educação não só os
cursos seriam sucateados, como também aqueles não-rentáveis.
c) Sabemos o quão importante é a educação, ela deve ser valorizada, já que se trata
de um investimento insubstituível. A percepção que existe é a de que a privatização
não é a melhor opção para a educação.
d) É importante destacar que muito jovens moram em bairros periféricos e não têm
condições de pagar uma boa faculdade particular. Isso daria uma chance de os jovens
mudarem sua realidade.
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Resolução dos exercícios
Q.1 Considerando o tema “preservação da Amazônia”, assinale a alternativa na qual

o argumento está bem formulado.
a) O Fundo Amazônico, criado para combater queimadas na região amazônica,
financiado por alguns países europeus, mostra que os recursos internacionais são
importantes. Para perceber isso, basta considerar que a suspensão desses
recursos resultou no aumento das queimadas.
b) O problema é que os europeus querem tirar proveito da Amazônia, há muitos
recursos valiosos na região, e eles pretendem fazer o que fizeram durante séculos:
explorar!
c) Há aqueles que acusam a agricultura e pecuária como responsáveis pelo
desmatamento, mas, na verdade, os ruralistas são os que mais preservam as
matas nativas, até porque nossas leis ambientais são as mais rígidas do planeta.
d) A ideia de uma certa internacionalização da Amazônia pode parecer
interessante, contudo, vale a pena considerar algumas questões. Como seria o
controle de uma área sob supervisão internacional? Como garantir que os
interesses de países estrangeiros não seriam sobrepostos aos nacionais? Essa
solução não criaria mais problema do que solução?

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Comentário.
Alternativa "a" está correta. No parágrafo percebe-se a relação entre causa e
consequência e para provar que essa relação é apropriada, apresenta-se um fato
que dá força argumentativa ao raciocínio.
Alternativa "b" está incorreta. O autor do texto não provou que os europeus têm
essa intenção. Além disso, ele pretende impor sua opinião através do discurso
inflamado e não pela razão, isso se observa pela frase final enfática e pelo uso do
ponto de exclamação.
Alternativa "c" está incorreta. Os dados carecem de provas. Pode haver uma lei
ambiental bastante rígida, se não houver fiscalização, os efeitos serão pífios,
portanto, não se prova que os ruralistas preservam o meio ambiente pela lei.
Alternativa "d" está incorreta. Em uma dissertação, uma pergunta argumentativa
deve ser respondida. Um conjunto de perguntas não configura desenvolvimento
por raciocínio.
Gabarito: A
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Q.2 Considerando o tema “uso de agrotóxicos”, assinale a alternativa na qual o

a) Aqueles que defendem o uso de agrotóxicos, argumentam que, sem o uso de

tais recursos, não seria possível atender às demandas mundiais por alimentos.
b) Cada grupo defende os seus interesses. Os ruralistas defendem o uso do
agrotóxico dizendo que sem esse recurso, a agricultura se torna inviável do
ponto de vista financeiro. Por outro lado, os ambientalistas acreditam que tais
recursos causam danos irreversíveis no meio ambiente.
c) São conhecidas as consequências dos agrotóxicos à saúde pública. O veneno
provoca um estrago imenso no organismo de pessoas mais velhas. Podem ser
observados os seguintes sintomas: dores de cabeça, náuseas, tontura e vômitos.
d) A toxidade dos chamados “defensivos agrícolas” pode ser observada
claramente no efeito deles sobre quem trabalha diretamente manipulando tais
substâncias. Dados do Programa de Vigilância da Saúde das Populações
Expostas a Agrotóxicos, da UNICAMP, apontam que 1,5 milhão de trabalhadores
estão intoxicados.
Comentário.
Alternativa "a" está incorreta. Há relação de causa e consequência, mas não é
desenvolvida; além disso, se o autor diz “aqueles que defendem” obviamente
essa não é sua opinião.

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Alternativa "b" está incorreta. Nesse parágrafo, o autor apresentou os dois lados
da polêmica. Há núcleos argumentativos não desenvolvidos.
Alternativa "c" está incorreta. “Agrotóxico” não deveria ser retomado como
“veneno”, a não ser que isso tivesse sido provado ao longo do texto. Além disso,
essa ideia aplicada somente às pessoas mais velhas parece reduzir o peso do
argumento.
Alternativa "d" está correta. A frase inicial na qual se estabelece a relação entre
toxidade e seus efeitos é depois provada com o caso particular dos trabalhadores
rurais.
Gabarito: D
Q.3 Considerando o tema “até que ponto a fé é essencial para a felicidade?”, assinale
a alternativa na qual o argumento está bem formulado.
a) Para ter uma vida satisfatória é preciso que os meios materiais mínimos sejam
atendidos: acesso à saúde e educação; colocação no mercado de trabalho; e
possibilidade de lazer. O estudo, mais do que a fé, tornou-se uma forma de
conquistar essa condição primordial.
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b) Na verdade, a união familiar e fé são duas coisas que se complementam trazem

crescimento e felicidade pessoal. O dinheiro não é principal para vencer na vida.
c) Pesquisas indicam que 28% da população diz que a “fé é um meio de vencer e
melhorar as condições de vida”. Abaixo desse tópico, estão os grupos de pessoas
que acreditam que educação e trabalho são muito importantes. A fé, portanto,
leva a felicidade.
d) O conhecimento é a forma mais eficaz para a realização da maioridade e da
autonomia segundo Kant. Assim, a fé como forma de libertação contraria a visão
iluminista. Isso significa que o conhecimento tem maior potencial de trazer a
felicidade para as pessoas.
Comentário.
Alternativa "a" está incorreta. Não há relação entre o primeiro período e o
segundo. Não se fez a ligação entre estudo e as formas de ter acesso às condições
primordiais de vida.
Alternativa "b" está incorreta. Nesse parágrafo são feitas duas afirmações que
manifestam a crença de quem escreve. Ele não se preocupou em provar o que
está dizendo.
Alternativa "c" está incorreta. Nesse texto, o autor apresenta dados, mas não os
explica. Trata-se de um texto expositivo. A frase final, ligada pelo conectivo

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“portanto”, não manifesta a relação de causa e consequência esperada pelo

leitor.
Alternativa "d" está correta. O autor parte da premissa de Kant e tira uma
consequência dela contrapondo fé e conhecimento.
Gabarito: D
Q.4 Considerando o tema “descaso em relação ao patrimônio histórico”, assinale a

a) O que esperar de um país que gasta mais com juízes do que com o seu
patrimônio histórico? Nos últimos anos, mais de sete construções sofreram
perdas em incêndios. O desprezo por parte do governo com esse tipo de bem
cultural parece ser a causa principal.
b) A perda de nosso patrimônio causa danos materiais e culturais irreparáveis.
Por conta disso, a ignorância resultante do desconhecimento do passado torna-
se causa de novas tragédias.
c) O patrimônio histórico se relaciona com a formação cultural de um povo ou
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uma nação, dando-lhe uma base afetiva de vivência. Sem esse tipo de bem
cultural, o mundo prático se sobrepõe às necessidades afetivas, as pessoas
deixam de se reconhecer como tendo o mesmo destino comum e passam a se
comportar segundo o preceito de todos contra todos.
d) Não se deve viver no passado. A modernidade se faz necessária para o
desenvolvimento da sociedade. O futuro toma o lugar do passado que nos diz de
onde viemos e para onde vamos. As pessoas deixam de considerar o patrimônio
histórico e deixam de aprender com os erros.
Comentário.
Alternativa "a" está incorreta. Nesse fragmento, o autor supõe que há uma
causa, mas não se valeu de nenhum recurso que possa ser convincente de que
essa relação existe.
Alternativa "b" está incorreta. A expressão conectiva “por conta disso” não
estabelece uma relação válida, pois a segunda frase não é causa da primeira.
Alternativa "c" está correta. O autor apresenta uma explicação sobre a
importância do patrimônio histórico e a partir dela tira deduções plausíveis.
Alternativa "d" está incorreta. A primeira oração “não se deve viver no passado”
contradiz a última “As pessoas deixam de considerar o patrimônio histórico e
deixam de aprender com os erros”.
Gabarito: C

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Q.5 Considerando o tema “importância da universidade pública no Brasil”, assinale

a alternativa na qual o argumento está bem formulado.
a) a) Joaquim Barbosa, um ex ministro do STF, era filho de pedreiro e conseguiu
chegar aonde chegou porque teve acesso à educação gratuita e de qualidade.
Se tivermos essa oportunidade aberta para os brasileiros, imagine quantos
Joaquins Barbosas podermos ter.
b) Segundo a Constituição Federal o cidadão tem o direito a uma educação de
qualidade, inclusive, educação superior. Ora, uma Universidade privada não
poderia fazer o investimento que uma universidade pública tem condições de
fazer. Ou seja, se fossemos deixados ao setor privado no que diz respeito à
educação não só os cursos seriam sucateados, como também aqueles não-
rentáveis seriam descartados dos currículos.
c) Sabemos o quão importante é a educação, ela deve ser valorizada, já que se
trata de um investimento insubstituível. A percepção que existe é a de que a
privatização não é a melhor opção para a educação.
d) É importante destacar que muito jovens moram em bairros periféricos e não
têm condições de pagar uma boa faculdade particular. Isso daria uma chance de
os jovens mudarem sua realidade.
Comentário.
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Alternativa "a" está incorreta. Há uma generalização de um caso particular.

Alternativa "b" está correta. Há uma afirmação, a de que a Universidade privada
não poderia fazer o investimento necessário para uma boa educação, e logo em
seguida prova-se o que diz mostrando o que aconteceria se a universidade fosse
privada.
Alternativa "c" está incorreta. Nas duas frases, o autor do texto parte de ideias
compartilhadas como se fossem verdades. Não há ligação necessária entre elas
e elas não foram provadas.
Alternativa "d" está incorreta. A retomada da informação anterior pelo
pronome “isso” é incoerente. Uma das frases diz que os jovens moram em
bairros periféricos, ora isso não pode ser configurado como “chance”; o outro
diz que eles não têm condições de pagar uma boa faculdade, novamente isso
não pode ser nomeado como “chance”.
Gabarito: B

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2. LIGAÇÕES VÁLIDAS: O SILOGISMO

No exercício anterior, você seguiu o seu bom senso para assinalar a alternativa que lhe
parecia mais coerente. Mas há uma forma um pouco mais objetiva de se determinar o que vem a
ser um raciocínio lógico.
Para que você entenda melhor do que estamos falando, observe esses quatro raciocínios
abaixo, transcritos de sites de internet.
• 1. Deus é amor. O Steve Wonder é cego. O amor é
cego. Logo, o Steve Wonder é Deus.
• 2.Nada é melhor que a felicidade eterna. Um
tomate já é melhor que nada. Logo, um tomate é
melhor que a felicidade eterna.
• 3.Imagine um pedaço de queijo suíço, daqueles
cheios de buracos. Quanto mais queijo, mais
buracos. Cada buraco ocupa o lugar em que
haveria queijo. Assim, quanto mais buraco, menos
queijo. Quanto mais queijo, mais buraco e quanto
mais buraco, menos queijo. Logo, quanto mais queijo, menos queijo.
• 4. Disseram-me uma vez que eu sou ninguém. Ninguém é perfeito. Logo, eu sou perfeito. Mas
só Deus e perfeito. Portanto, eu sou Deus. Mas se o Steve Wonder é Deus, eu sou o Steve
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Wonder! Porra, eu sou cego!

Essas frases realmente “bugam” o pensamento. Quando você lê o texto, você tem a
impressão de que as ideias expressas são verdadeiras, mas as conclusões são incompatíveis com a
realidade. Imediatamente, você se pergunta onde estaria o erro, pois parece a você que o texto foi
bem construído e a argumentação, bem feita. Por que isso ocorre?
Vamos começar pelo primeiro raciocínio. Há nele quatro orações e, portanto, quatro
afirmações. Se considerarmos as duas primeiras afirmações, entenderemos que não há raciocínio
entre elas, pois elas não estão ligadas, encontram-se justapostas. A terceira frase, “o amor é cego”,
liga as ideias anteriores de tal maneira que torna a conclusão possível.
Deus é amor. O Steve Wonder é cego.
O amor é cego
O Steve Wonder é Deus.

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O que faz desse amontoado de frases um texto lógico e coerente é a existência de um trecho
de ligação que pode ser acompanhado pelo leitor. Se você reler cada um dos textos de raciocínio
tirados da internet, perceberá que, em todos, o escritor fez as ligações valendo-se até mesmo da
repetição de palavra. Esse recurso é tão forte, que mesmo que a informação for falsa, parece que
há algo de verdadeiro.
Em sentido inverso, toda vez que pularmos essa a passagem de uma ideia para outra haverá
falha de raciocínio.
Considere as duas informações abaixo:
Afirmação 1 Afirmação 2
Revolução tecnológica alterou a percepção da realidade, hoje as pessoas parecem menos
solidárias.
Colocadas assim, elas não têm sentido, são simples frase justapostas. É preciso que uma outra
oração seja intercalada para que seja feita a ligação lógica entre os termos. Observe agora:
Termo mediador
Revolução tecnológica alterou a percepção da realidade, proporcionou o convívio virtual, relação

marcada pelo distanciamento e por contato intersubjetivo intermitente, hoje as pessoas parecem
menos solidárias.]
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Normalmente, você pula as mediações, pois acha que o leitor pode deduzir o que está
faltando, ou acredita que o termo mediador é muito óbvio. Pode ser até que seja, mas lembre-se de
que seu texto não deve ter como garantia sua subjetividade. A passagem de uma ideia para outra
deve ser feita de forma cuidadosa para que o leitor perceba que se trata de uma argumentação com
valor universal.
2.1 SILOGISMO
Seria bom se houvesse um método para poder fazer essa verificação. Se é isso que você
pensa, seus problemas acabaram, pois o grande Aristóteles fez o favor de estudar os argumentos
para poder sistematizar o que seria um modo perfeito de argumentação.
Acho que exagerei um pouco. O método aristotélico é geral, e, como se trata de um modelo,
ele, infelizmente, não vai resolver todos os seus problemas, mas pode ajudá-lo a melhorar sua
capacidade argumentativa. O modelo é artificial e redutor, mas é um começo para entender a
construção argumentativa. Ele denominou essa forma de pensar de silogismo. Etimologicamente a
palavra significa se expressar com (si) cálculo (logismo).
Considere a fórmula.
Todo homem é mortal
Sócrates é homem
Logo, Sócrates é mortal.

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O problema resolvido por essa expressão relaciona-se com a seguinte questão: Como partir
de uma ideia e chegar a outra diferente? Se você observar bem essa formulação aristotélica,
perceberá que a conclusão deve juntar duas informações, uma está na primeira linha (“mortal”) e
outra está na segunda linha (“Sócrates”).
Aristóteles percebeu que há uma regra norteando a construção de um raciocínio tão perfeito,
do qual o leitor não pode discordar. A primeira afirmação deve ser geral, por isso, Aristóteles deu o
nome de premissa maior para o primeiro termo. Para se fazer um bom raciocínio deve-se partir de
uma definição geral de algo. Quer falar sobre democracia? Comece seu raciocínio definindo o que é
democracia. Quer argumentar sobre a diferença entre homens e mulheres no mercado de trabalho?
Defina o que é justiça.
Mas não são só as definições que se prestam a tornar-se premissas maiores. Suponha que
você encare um tema como o do ENEM 2018, “Manipulação do comportamento do usuário pelo
controle de dados na Internet”. Somente a definição de “manipulação” não bastaria, seria melhor
que você apresentasse ou uma característica ou uma consequência da manipulação. Por exemplo,
você poderia afirmar: “toda manipulação restringe toda a liberdade do indivíduo, mesmo que ele
não perceba”.
A segunda afirmação foi chamada de premissa menor, pois trata-se de uma oração cujo
sujeito é particular. Se no primeiro termo o sujeito é o homem, no segundo, é Sócrates, um homem
em particular. Se você fez a definição de democracia, agora deve descrever uma democracia em
particular; se definiu o que é “justiça” apresente casos ou de justiça ou de injustiça.
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Contudo, só isso não basta. É preciso uma informação intermediária para unir algo da
premissa maior a algo da premissa menor. Aristóteles percebeu que era preciso um termo médio
para fazer a união entre ideias.
Todo homem é mortal
Sócrates é homem
Sócrates é mortal
Essa forma de estruturar uma ideia é tão perfeita que se as premissas forem verdadeiras e
forem montadas segundo as regras do silogismo, não há como se chegar à conclusões falsas. No
caso dos raciocínios acima, ocorreu alguma falsidade nos enunciados ou erro de construção do
argumento.
2.1.2 APLICAÇÃO DA ESTRUTURA SILOGÍSTICA

Essa discussão é muito formal, estruturalista. No cotidiano, os argumentos são apresentados
sem essa formalização até porque um texto esquemático desse tipo não agradaria o leitor. Mas
vamos considerar um parágrafo de uma redação nota 1000 no Enem sob o tema da manipulação
digital.

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“Segundo as ideias do sociólogo Habermas, os meios de comunicação são fundamentais para a razão
comunicativa. Visto isso, é possível mencionar que a internet é essencial para o desenvolvimento da
sociedade. Entretanto, o meio virtual tem sido utilizado, muitas vezes, para a manipulação do
comportamento do usuário, pelo controle de dados, podendo induzir o indivíduo a compartilhar
determinados assuntos ou a consumir certos produtos. “
Observe que o candidato começa com uma premissa maior, “os meios de comunicação são
fundamentais para a razão comunicativa”. A seguir ele passa a considerar um caso um pouco mais
particular, a internet que compõe o conjunto maior de “meios de comunicação”. Na verdade, essa
premissa menor é de negação. Se a internet é usada para manipulação ela não está fomentando a
razão comunicativa. Essa forma de apresentar a informação é poderosa e vale a pena perder (ou
ganhar) algum tempo se exercitando nesse tipo de estrutura. Bora lá...
Construa um argumento silogístico, seguindo as instruções abaixo. Considere o parágrafo da

redação nota 1000 como exemplo.
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Q.1 Considere o conceito de República e raciocine porquê tal conceito exclui a

corrupção.
Premissa: República significa res publica, ou coisa pública, significa que o governante
deve estar ciente de que ele está gerindo um patrimônio que pertence a todos e não
utilizá-lo de forma privativa.
Premissa menor: considere o que é corrupção, se quiser cite um exemplo.
Q.2 Considere o conceito de ética e diga porquê tal conceito exclui a corrupção.
Definição
O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é
um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na
sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social,
possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não
possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social.

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Q.3 Considere as premissas necessárias para o bom funcionamento da democracia e

comente algum tipo de ação particular que seja antirrepublicana.
Premissas para o bom funcionamento do sistema democrático

Eleições periódicas livres e transparentes, rotatividade do poder, imprensa livre,
sistema partidário.
Q.4 Considere o conceito de sociedade do espetáculo e discuta alguma produção

artística hoje.
Definição
A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da sociedade

capitalista, quando há uma interdependência entre o processo de acúmulo de capital
e o processo de acúmulo de imagens. O papel desempenhado pelo marketing, sua
onipresença se estende às relações interpessoais à política, passando pelas
manifestações religiosas, tudo está mercantilizado e envolvido por imagens. Mas, se
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a sociedade do espetáculo só pode ser compreendida dentro do contexto da

sociedade capitalista, isso não quer dizer que só nessa forma de vida social ocorre a
produção de espetáculos.
(adaptado de https://revistacult.uol.com.br/home/midia-e-poder-na-sociedade-do-
espetaculo/)
Q.5 Considere a diferença entre solidão e solitude e explique qual o tipo de

comportamento que predomina hoje.
Definição
Solidão é sentir-se sozinho considerando essa situação como desagradável ou como
sinal de não reconhecimento social. Solitude significa sentir-se bem em estar sozinho,
ter uma certa autossuficiência que permite desvincular-se da necessidade de
reconhecimento do outro.

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Resolução dos exercícios
Q.1 Considere o conceito de República e raciocine porquê tal conceito exclui a

corrupção.
Premissa: República significa res publica, ou coisa pública, significa que o governante
deve estar ciente de que ele está gerindo um patrimônio que pertence a todos e não
utilizá-lo de forma privativa.
Premissa menor: considere o que é corrupção, se quiser cite um exemplo.

Comentário.
O texto abaixo é ilustrativo.
A palavra república vem do latim “res” “publica”, cuja tradução literal é “coisa
pública”. Na política, isso significa que o governante deve ter consciência de seu
papel como administrador de um patrimônio que pertence a todos. A corrupção
implica o contrário dessa definição. O corrupto é aquele que se aproveita do
patrimônio e da burocracia estatal para proveito próprio ou de um grupo, basta
considerar o prática comum de sobrevalorização de serviços prestados pela
inciativa pública. Funciona assim: um Ministério qualquer, por exemplo, o
Ministério dos Transportes abre licitação para uma obra viárias; empresas fazem
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um cartel com a cumplicidade de servidores públicos e combinam o vencedor e o

valor artificialmente inflacionado. Terminada a licitação, a empresa vencedora
paga parte do valor cobrado a mais para funcionários do Ministério. Ou seja, os
servidores
Q.2 Considere o conceito de ética e diga porquê tal conceito exclui a corrupção.
Definição
O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética
é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na
sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social,
possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não
possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça
social.
Comentário ilustrativo.
Ética é uma palavra que se refere ao modo de comportar que leva em conta o
outro, para que haja justiça nas relações intersubjetivas. Em caso de corrupção, o
dinheiro público que deveria garantir um certo equilíbrio social é desviado,
poucos enriquecem injustamente enquanto uma parcela maior de pessoas é
prejudicada. Podemos citar, como exemplo, o desvio do dinheiro destinado à
saúde em algumas prefeituras do país. A falta de infraestrutura decorrente disso

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pode custar a vida de pessoas que dependem do sistema público de saúde. As

pessoas que desviam dinheiro dessa forma não demonstram nenhuma
preocupação ética, nenhum senso de justiça social.
Q.3 Considere as premissas necessárias para o bom funcionamento da democracia

e comente algum tipo de ação particular que seja antirrepublicana.
Premissas para o bom funcionamento do sistema democrático

Eleições periódicas livres e transparentes, rotatividade do poder, imprensa livre,
sistema partidário.
Comentário ilustrativo.
Considera-se que o sistema democrático tenha como pressuposto imprensa livre
e plural. Qualquer tipo de ataque à imprensa é também um ataque à própria
democracia. Há hoje, no Brasil, uma tentativa de desqualificar o jornalismo como
sendo tendencioso. Claro que não existe jornalismo isento, mas a posição
extremada de quem acha que o jornalismo contraditório deveria ser calado é uma
atitude antidemocrática.
Q.4 Considere o conceito de sociedade do espetáculo e discuta alguma produção

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artística hoje.
Definição
A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da sociedade

capitalista, quando há uma interdependência entre o processo de acúmulo de
capital e o processo de acúmulo de imagens. O papel desempenhado pelo
marketing, sua onipresença se estende às relações interpessoais à política,
passando pelas manifestações religiosas, tudo está mercantilizado e envolvido
por imagens .Mas, se a sociedade do espetáculo só pode ser compreendida
dentro do contexto da sociedade capitalista, isso não quer dizer que só nessa
forma de vida social ocorre a produção de espetáculos.
(adaptado de https://revistacult.uol.com.br/home/midia-e-poder-na-sociedade-do-
espetaculo/)
Comentário ilustrativo
Vivemos na era da sociedade do espetáculo. Isso significa que a arte que circula
sobretudo nos meios de entretenimento são ou submetidas a marketing ou um
produto direto da área comercial. Podemos considerar um evento marcante
como o Rock in Rio. A finalidade comercial do evento era clara. Tratava-se de
um empreendimento que deveria gerar lucros, sendo assim, não importava que
tipo de música seria tocada contanto que houvesse público pagante para ouvi-la.

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Em cada canto do evento havia uma propaganda ou um patrocinador com o

direito de exclusividade na exploração da atividade. Nesse sentido, o acúmulo
de atividades artísticas fotografadas, gravadas ou mesmo televisionadas só
serviu para produzir um acúmulo que se reduz ao acúmulo de capital.
Q.5 Considere a diferença entre solidão e solitude e explique qual o tipo de

comportamento que predomina hoje.
Definição
Solidão é sentir-se sozinho considerando essa situação como desagradável ou
como sinal de não reconhecimento social. Solitude significa sentir-se bem em
estar sozinho, ter uma certa autossuficiência que permite desvincular-se da
necessidade de reconhecimento do outro.
Comentário ilustrativo
Solidão no sentido mais negativo da palavra não tem a ver somente como uma
condição, mas também com a forma como o indivíduo encara a circunstância de
estar sozinho. Nesse mundo marcado por relações mediadas pelo computador, o
indivíduo acredita que, se tiver um número grande de seguidores, poderá ser
invejado, apreciado e reconhecido. Há uma necessidade de estar junto de alguém
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mesmo que estando sozinho no seu quarto. Quando surge a real necessidade de
ajuda do outro, essa ilusão virtual cai por terra e o indivíduo percebe o que ele
sempre quis negar: ser só a nossa condição. Isso é frustrante. Esse é o tipo mais
comum de solidão que existe nos dias de hoje: a virtualização de uma
solidariedade ilusória.
2.2. MODELO SILOGÍSTICO
O que é a redação dedutiva? É uma redação que começa com a premissa geral, logicamente válida,
para extrair uma lei particular que sua tese expõe. Um dos modelos possíveis de dissertação é o silogístico.
Nesse modelo, parte-se de uma introdução-premissa e passa-se, nos outros parágrafos, a aplicar a premissa
a casos particulares. Salvo raras exceções, o resultado não é muito interessante, porque o texto fica simples.
Mas se você souber manejar bem esse tipo de redação, você pode ir acrescentando dados ou outras relações
lógicas
Então, mãos à obra. Observe o modelo abaixo e faça algo parecido.
Exemplo de texto silogístico
Muitas vezes, não nos damos conta de como a

violência está presente na nossa vida e não somente da Nesse parágrafo de
forma que vemos no noticiário criminal. Um ato introdução, observa-se a
premissa maior em negrito.
Trata-se de uma definição.
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qualquer que não leva em consideração o outro é

também uma forma de violência, é como se tratássemos
a outra pessoa como um objeto.
Recentemente, observamos no Rio de Janeiro um
caso que ilustra muito bem esse tipo de violência.
Algumas pessoas de classe alta e média estavam se Agora, basta aplicar o caso
divertindo de uma maneira especial. Da janela de um particular. A situação
apartamento de luxo em Ipanema, jogavam ovos em apresentada é paralela à
carros e pedestres que passavam na rua. Ao fazer isso, definição
tais pessoas desconsideravam o direito de ir e vir de cada
um, considerando os outros como se fossem
simplesmente objetos para o prazer deles.
Esse caso provocou indignação em vários
brasileiros e não é por menos. Tal brincadeira, embora
não tenha provocado qualquer prejuízo físico, é violenta Conclusão
na medida em que nega o direito de quem passa e afirma
um direito maior daquele que pode se divertir às custas
dos outros.
A estrutura desse texto é mais ou menos a seguinte:

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Todo ato que não leva em consideração o outro é também violência
Jogar ovos em quem

passa na rua expressa Isso também é
desconsideração pelo violência
outro

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A forma de se construir um texto desse tipo de texto pode variar. Você pode partir da
generalização ou da particularização.
Do particular para o geral
O tema é...questão ambiental.

Vamos supor que você lembre-se do seguinte fato:
O que se sabe sobre o 'Dia do Fogo', momento-chave das queimadas na Amazônia

BBC NEWS Brasil (27.08.2019)
“O dia 10 de agosto poderá ser classificado como um momento-chave na história recente
da Amazônia. Hoje, ele já é conhecido como o "Dia do Fogo", quando produtores rurais da região
Norte do país teriam iniciado um movimento conjunto para incendiar áreas da maior floresta
tropical do mundo.
Mas o que se sabe sobre o "Dia do Fogo"?

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A primeira notícia sobre ele foi publicada no dia 5 de agosto pelo jornal Folha do Progresso, da cidade
paraense de Novo Progresso, a 1.194 quilômetros da capital do Estado, Belém.
A reportagem relatava uma conversa com uma liderança dos produtores rurais da cidade, sem
identificá-lo. Ele prometia promover incêndios florestais no dia 10.
"(Os produtores) querem o dia 10 de agosto para chamar atenção das autoridades. (...) Na região, o
avanço da produção acontece sem apoio do governo. 'Precisamos mostrar para o presidente (Jair
Bolsonaro) que queremos trabalhar e o único jeito é derrubando. Para formar e limpar nossas
pastagens é com fogo'", dizia o texto.
(disponível em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-49453037 , acessado em 27.11.2019.)
Qual seria a premissa maior para esse fenômeno? Há várias possibilidades, depende do seu
tema e da sua tese. Poderíamos destacar o descaso do governo seja em relação à preservação
ambiental, seja em relação às demandas dos ruralistas; a briga de interesses entre produtores e
ambientalistas; a fragilidade da proteção ambiental etc. Vamos considerar essa última.
A proteção ambiental é difícil, pois choca-se com interesses particulares e descaso institucional

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No Pará, ruralistas
promoveram As autoridades Aumentaram as
queimadas para não agiram queimadas na
ampliar sua prontamente região
produção
2.2.1 EXERCITANDO A ESCRITA

O ideal é que agora você exercite aquilo que consideramos até agora. Faça uma dissertação
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silogística. Ela pode ser curta, de 3 parágrafos, mas deve ter no mínimo 15 linhas. Você deve começar
pelo tema e tese. A tese deve ser uma premissa maior, uma definição ou caracterização da cidadania
que permite no parágrafo seguinte a consideração de um fato particular. Faça o último parágrafo
concluindo como se fosse um silogismo aristotélico.
Se você for enviar essa redação para a correção, incremente seu argumento, faça um outro
parágrafo de desenvolvimento. Esse é um ótimo treino.
Oba... tema da Redação
(ITA-SP) Redija uma dissertação – 20 a 30 linhas, com título – sobre o tema: Nós,
brasileiros, cidadãos.
O conjunto dos excertos deverá servir de subsídio para a elaboração de sua redação. Espero
que você se posicione criticamente frente aos argumentos expostos nos excertos. Não os copie.
(Dê um título ao seu texto. A redação final deve ser feita com caneta azul ou preta.)
1. "(...) [Cidadania] é uma palavra usada todos os dias e tem vários sentidos. Mas hoje significa, em
essência, o direito de viver decentemente. Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-

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la. É poder votar em quem quiser sem constrangimento. É processar um médico que cometa um
erro. É devolver um produto estragado e receber o dinheiro de volta. É o direito de ser negro sem
ser discriminado, de praticar uma religião sem ser perseguido.
Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios de cidadania: respeitar o sinal
vermelho no trânsito, não jogar papel na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse
comportamento, está o respeito à coisa pública.
O direito de ter direitos é uma conquista da humanidade. (...)"
(Gilberto Dimenstein. O cidadão de papel. São Paulo: Ática, 1993.)
2. "(...) Grandes desigualdades, numa sociedade aberta, democrática e com meios de comunicação
modernos, serão inevitavelmente fonte de violência e de criminalidade. A reação dos grandes
centros urbanos brasileiros tem sido a pior possível: no lugar da reflexão e da ação pública,
multiplicam-se as iniciativas privadas de defesa e segregação. Os condomínios murados e fechados,
as casas com guaritas que são verdadeiras casamatas, as polícias privadas, as portarias que exigem
dos visitantes identificação como se fossem criminosos, o uso de canos blindados, são exemplos de
uma perigosa atitude que se dissemina. Uma atitude que combina o conformismo conservador com
um profundo descrédito pela iniciativa pública.
Não se confia mais no Estado nem mesmo para o desempenho de suas funções básicas e essenciais.
Não é assim que se desenvolve a cidadania, não é assim que se cria um mínimo de solidariedade.”
(André Lara Resende. Folha de S. Paulo, 19/11/1996.)
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3. "(...) O Brasil tem potencial para dar um salto qualitativo no seu desenvolvimento interno e na sua
inserção internacional. Para isso, teremos de responder a dois imperativos: a consolidação da
cidadania, base fundamental da soberania no mundo moderno e fonte de legitimidade e poder do
Estado; e o aproveitamento da inexorabilidade da nossa inserção internacional para dela extrair o
máximo de benefícios concretos — em geração de riqueza, empregos e desenvolvimento económico
e social — o menor custo possível. (...)"
(Luiz Felipe Lampreia. Folha de S. Paulo, 20/10/1996.)
4. "(...) A sociedade civil sabe que não dá mais para esperar o governo que tenta, mas não consegue
atender a demanda. Nesse vácuo nasceu o chamado "terceiro setor". Um conceito que nasceu na
Europa e nos Estados Unidos nos anos 80 e que chegou ao Brasil na década de 90, e hoje emprega
perto de um milhão e meio de pessoas. São instituições, associações, organizações que partem da
iniciativa privada para desempenhar um papel de caráter público. (...)" (Reportagem de um
programa televisivo produzido pela TV Cultura, levado ao ar em
1/10/1999.)
5. "(...) A longa tradição brasileira de intervenção estatal é em larga medida responsável pelo
fortalecimento da crença de que o Estado deve atender a todas as demandas sociais. A promoção
da cidadania ainda parece ser para muitos uma tarefa exclusiva dos governos, embora já se
registrem iniciativas esporádicas do chamado Terceiro Setor que procuram
romper hábitos paternalistas.(...)"
(Folha de S. Paulo, Editorial, 17/12/1996.)

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Proposta de redação: Refaça o texto “Nós Brasileiros Cidadãos seguindo um modelo de redação
silogística.
Encaminhamentos
A leitura dos textos de apoio apresentava um recorte bem definido do tema. A banca
desejava que o candidato discutisse soluções para a sociedade brasileira que não passassem pelo
poder público. O tema, “nós, brasileiros cidadãos” já indicava que a discussão deveria ser feita no
âmbito da sociedade civil.
Talvez isso não fosse claro no primeiro texto da coletânea, afinal, ele somente deu uma
definição prática do que é cidadania. Da maneira que “cidadania” aparece no texto de Dimenstein,
o leitor é levado a pensar na palavra como se fosse simplesmente a posse de direitos que devem ser
exigidos. Mas o texto 2, começa a jogar a bola para o cidadão, afinal, o cidadão comum, segundo o
texto, tem reagido da pior forma possível, “no lugar da reflexão e da ação pública, multiplicam-se as
iniciativas privadas de defesa e de segregação”.
No terceiro texto, volta-se à questão da cidadania. Nos dois últimos textos de apoio, a
discussão sobre a ação do indivíduo fica explícita. O quarto fragmento apela para o terceiro setor
(organizações privadas sem finas lucrativos, Ongs, por exemplo, que prestam serviço de caráter
público), enquanto o último critica a longa tradição de intervenção estatal.
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Fica claro que sua redação deveria partir da premissa do que seria cidadania. A partir da
definição, que de alguma forma deve incluir a responsabilidade individual, tendo feito isso, você
deve considerar casos particulares. No final do texto, você deve fazer a conclusão retomando algo
da premissa maior e algo da premissa menor. Depois dessa sugestão, mãos à obra. Abaixo você
encontra um exemplo, mas deixe para ler depois de produzir o seu texto, para não ser influenciado.
Texto ilustrativo
Nos últimos anos, o Brasil deu um salto Ideia geral tirada do texto 3.
econômico no sentido de se inserir na econômica
mundial. Houve reflexos na sociedade brasileira: a classe
média aumentou, ou número de miseráveis diminuiu e
seguiu-se um padrão de internacionalização dos
costumes. Contudo, isso não representou uma Tese
consciência maior de cidadania. Deve-se entender o
termo como o direito de viver decentemente, Definição tirada do texto 1
respeitando e promovendo os direitos individuais.
A cidadania não se exerce individualmente.
Ações individuais que promovem uma saída muito
particular de problemas sociais afirmam o direito próprio
e negam o convívio social. Basta considerar os Desenvolvimento da
condomínios fechados. Viver num local como esse ideia que está no texto 2
proporciona a segurança almejada e faz com que os
moradores desse projeto privado se retirem da discussão

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pública da melhoria das condições físicas da própria

cidade. Ora, o condomínio não é uma cidade à parte. A
solução de morar em um lugar tranquilo e encantador
cercado por todos os lados pela insegurança e
degradação é parcial e insuficiente.
Observe que nessa
Durante muito tempo, acreditou -se que a conclusão eu repeti as
garantia dos direitos individuais era papel do Estado. Está informações dos
ficando cada vez mais claro que sem a participação do parágrafos anteriores
indivíduo, o Estado sozinho não consegue realizar essa
façanha. Ações particulares como a do condomínio Premissa menor: 2º parágrafo
minam qualquer alternativa de solução coletiva e
prejudicam o exercício pleno da cidadania.
Premissa maior: 1º parágrafo
3. OS QUATRO TIPOS DE RACIOCÍNIO

Consideramos que há quatro tipos de raciocínios ou tipo de ligação entre ideias que o leitor
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reconhece como tendo validade objetiva:
Dedução
Indução
Relações causais
Analogia
3.1 DEDUÇÃO
Dedução é a aplicação de um conceito geral a uma situação em particular.
Mas não foi isso que fizemos na seção anterior?

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Exatamente, corujinha ligada. A dedução tornou-se quase sinônimo de raciocínio lógico e

não é para menos, afinal, se você perceber bem, ela opera com a maneira tradicional do pensamento
matemático. Quando você vai resolver alguma questão relacionada a um triângulo em particular,
você deve lembrar das propriedades do triângulo e aplicá-las à questão particular que você tem
diante de si.
Nesse caso, como já estudamos exaustivamente a dedução, passemos para o outro tipo de
raciocínio.
3.2 INDUÇÃO
A indução segue o sentido contrário da dedução. Enquanto a última tem como ponto de
partida a generalização para poder discutir os casos particulares, a indução parte dos casos
particulares para a generalização.
O exemplo que dei, no qual eu considerava as queimadas no Pará e depois generalizava,
configura-se como uma indução. O problema desse tipo de pensamento é que ele pode nos levar a
uma conclusão indevida.
Em 2004, um documentário ficou famoso por criticar O McDonald´s, chamava-se Super Size
Me e foi protagonizado por um cineasta americano. Por 30 dias, Morgan Spurlock se alimentou
apenas de comida oferecida da cadeia de restaurantes. Ele ganhou peso, mais de 10 quilos em um
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mês, apresentou disfunção sexual e as taxas de colesterol aumentaram. Você pode até achar
interessante o que ele fez, ainda mais se não apreciar muito o McDonald´s, mas a consequência
indutiva do que ele fez é falsa.
Isso aconteceu de forma muito restrita, não poderia ser generalizado de forma tão radical. Só
um maluco adotaria uma dieta como ele adotou. Isso não significa que esse expediente
argumentativo não seja usado e não tenha impacto. O documentário chamou a atenção do público,
o que forçou o Mcdonald´s a oferecer alimentos mais saudáveis. Mas é preciso cuidado para não
exagerar na generalização.
Como verificar se o fato particular permite a generalização? Existem algumas checagens que
podem ser feitas.
a) Número dos fatos. Quanto maior número dos fatos que nos levem a uma generalização ,
mais precisa ela será. Por exemplo, considere a ideia de que a maioria dos políticos
brasileiros são corruptos. Que tal considerar os fatos? Segundo o site congressoemfoco
do Uol, em 2018, um em cada três deputados é acusado de crimes, ou seja, dos 513
integrantes da Câmara, pelo menos 178 respondem na Justiça a inquéritos. 1
b) Qualidade dos fatos. Às vezes, a quantidade de pessoas não tem o peso da qualidade dos
argumentos. Se fosse assim, a ciência nunca avançaria, pois normalmente, o pensamento
científico é contrário ao senso comum. Imagine que você está considerando um tema
1
Disponível em https://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/um-em-cada-tres-
deputados-e-acusado-de-crimes/, acessado em 17.11.2019.

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sobre imigração no mundo moderno. Você deve entender que a imigração de brasileiros
para os EUA é diferente da imigração de sírios para a Europa.
c) Ausência de fatos negativos. É verdade que o fato negativo deve ser visto com cuidado. A
dissertação é um gênero que lida com generalizações. Quando alguém afirma, por
exemplo, que o desmatamento prejudica o país, podem-se encontrar fatos contrários sem
que isso invalide a tese. Em uma generalização, é sempre possível encontrar contraprovas.
Contudo, na maioria das vezes, a exceção não destrói o argumento como um todo, mas
às vezes sim. É preciso bom senso para avaliar o fato negativo. Considere a polêmica em
torno da pena de morte. A possibilidade de alguém ser condenado à morte injustamente
é tão grande que muitas vezes basta para encerrar a questão.
3.3 CAUSA E ANALOGIA

Para considerar essas duas técnicas de argumentação vamos considerar o fragmento abaixo
de uma redação do ENEM que tirou nota mil.
Em primeiro lugar, é importante destacar que, em
função das novas tecnologias, internautas são cada vez
mais expostos a uma gama limitada de dados e
conteúdos na internet, consequência do Causa/ consequência
desenvolvimento de mecanismos filtradores de
informação a partir do uso diário individual. De acordo
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com o filósofo Zygmund Baüman, vive-se atualmente

um período de liberdade ilusória, já que o mundo Causa/consequência
digitalizado não só possibilitou novas formas de
interação com o conhecimento, mas também abriu
portas para a manipulação e alienação vistas em
“1984”. Assim, os usuários são inconscientemente
Causa/consequência
analisados e lhes é apresentado apenas o mais atrativo
para o consumo pessoal.
Por conseguinte, presencia-se um forte poder de Causa/consequência
influência desses algoritmos no comportamento da
coletividade cibernética: ao observar somente o que lhe
interessa e o que foi escolhido para ele, o indivíduo
tende a continuar consumindo as mesmas coisas e
Analogia: o autor do
fechar os olhos para a diversidade de opções
texto compara uma
disponíveis. Em um episódio da série televisiva Black situação real a algo que
Mirror, por exemplo, um aplicativo pareava pessoas aconteceu em uma série
para relacionamentos com base em estatísticas e
restringia as possibilidades para apenas as que a
máquina indicava – tornando o usuário passivo na
escolha. Paralelamente, esse é o objetivo da indústria
cultural para os pensadores da Escola de Frankfurt:
produzir conteúdos a partir do padrão de gosto do
público, para direcioná-lo, torná-lo homogêneo e, logo,
facilmente atingível.

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Causa e Consequência
Você já deve ter sacado que a relação de causa/consequência é umas das técnicas mais
utilizadas por quem deseja argumentar. Você junta duas ideias diferentes que devem ter validade
pela possibilidade de concordância do leitor. Normalmente, estabelecemos a relação de causa e
consequência pelo hábito: vemos algo acontecer e sucede outro fato várias vezes de tal maneira
que, quando acontece o primeiro, esperamos o segundo.
Nesse sentido, você deve tomar cuidado, pois o leitor deve ser capaz de reconhecer que há
uma relação desse tipo entre os dois fatos que você juntou. No texto acima, o autor faz a seguinte
junção:
• Os internautas são cada vez mais expostos a uma gama limitada de dados
fato
• desenvolveram-se de mecanismos filtradores de informação a partir do uso

diário
causa
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Isso faz sentido. Mas suponha que ele junte essas outras duas informações
• Os internautas são cada vez mais expostos a uma gama limitada de dados
fato
• Hoje a internet tornou-se onipresente em nossas vidas.

causa
No último caso, semanticamente não se pode estabelecer uma relação de

causa/consequência entre as duas afirmativas e não adianta colocar um “pois” para unir os termos
(os internautas são cada vez mais expostos a uma gama limitada de dados, pois hoje a internet
tornou-se onipresente). Eles são, no máximo paralelos.
Por que causa e consequência é um bom recurso?
Você está lembrada, corujinha parceira, de que um texto deve trazer informações novas e
interessantes para o leitor? Pois, no caso da relação de causa e consequência, você consegue fazer
as duas coisas, principalmente quando você consegue acrescentar uma causa não percebida pelo
leitor.

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Analogia
Analogia ou comparação implica a aproximação de dois elementos diferentes a partir das

semelhanças ou diferenças. Trata-se de um expediente muito importante para que o leitor
compreenda melhor o objeto ou o fenômeno que você está discutindo. Por exemplo, vamos supor
que você esteja discutindo a violência no Brasil e descobre que a taxa de homicídios em São Paulo é
de 10,3 homicídios por 100.000 habitantes. Isso é muito ou é pouco? Só é possível ter uma boa
dimensão do que isso significa se compararmos esse dado com o de outro estado ou país.
Isso é baixo se considerarmos o Ceará, por exemplo, que tem uma taxa de 60, 2 homicídios
por 100.000 habitantes, mas é alto se considerarmos o índice do Reino Unido, 0,92. A comparação,
portanto nos permite perceber o problema.
Mas no texto, não é esse tipo de comparação que o escritor usa. Ele considera situação de
controle através dos algoritmos e a compara com um episódio da série Black Mirror. Nesse caso, a
função da analogia é ilustrar e ganhar o leitor ao agradá-lo, seja pela história, seja por mostrar uma
semelhança curiosa que o leitor não tinha percebido.
Nesse caso, podemos dividir esse recurso em
Analogia imagética: o escritor se vale de uma

metáfora ou de comparações com filmes, romances
ou mitologia (histórais conhecidas pelo leitor).
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Recurso que encanta o leitor
Comparações: o escritor considera situação similar

em outro país ou lugar ou em outra época . Recurso
convincente.
Observe, contudo, que não basta que você mencione o elemento da comparação, é preciso
explicá-lo. No texto de exemplo, o autor conta o episódio do Black Mirror de tal maneira que, se o
leitor não assistiu ao episódio, ele é capaz de compreender a comparação.
4. FALHAS NA ARGUMENTAÇÃO
Ao argumentar, o interlocutor tenta de todas as maneiras convencer o leitor de que ele tem
razão. Assim como naqueles textos apresentados no começo deste pdf, a organização textual
baseada num encadeamento entre ideias parece dar consistência ao que se diz, contudo, o autor
do discurso pode se valer de algumas estruturas que não têm real validade lógica, pois falhou no
conteúdo das premissas.
Esse expediente tem o nome de falácia. Lembre-se de que as premissas podem ser falsas ou
as relações entre uma premissa ou outra pode apresentar algum tipo de erro de raciocínio.

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Observe essa propaganda:
Essa propaganda parte de um raciocínio que não está explícito: toda família que bebe o
refrigerante é uma família feliz, se você beber esse refrigerante será feliz também. Esse raciocínio
é uma falácia, pois beber um refrigerante não é uma causa suficiente para fazer uma família feliz.
Para treinar a capacidade de perceber erros de argumentação em lógica informal, foram catalogados
alguns tipos de raciocínios que são falaciosos. Vamos considerar alguns que realmente prejudicam
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o seu texto.
4.1 TIPOS DE FALÁCIAS

Vamos considerar vários argumentos e suas falhas. Há catalogadas umas 20 falácias
diferentes. Aqui vamos considerar apenas as mais comuns nas dissertações, as 7 falácias capitais.
Qual é a falácia?
Os professores no Brasil fazem doutrinação de esquerda, é

reconhecida a cena de um professor de filosofia ou história que usa
parte da aula para propagar suas convicções políticas.
Qual o problema desse argumento, além de falar mal de professor? Nele há uma

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generalização indevida
ou uso de uma pequena amostra
que não permitiria dizer o que se observa na primeira oração. Essa é a falácia que mais se observa
nas redações. Tome bastante cuidado.
Qual é a falácia?
Só há dois caminhos para o Brasil: ou acabamos

com a corrupção ou a corrupção acaba com o país.
Só dois caminhos? Que tipo de falácia se observa nesse texto? Nele há um
Falso dilema
, tal afirmação exagerada pode ser
própria de uma mesa de bar, mas não de uma redação. Todos os países modernos tem algum tipo
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de corrupção e isso não acabou com país nenhum. Esse raciocínio simplista não permite perceber
que a questão da corrupção passa por elaborados sistemas de transparência para controle.
Qual é a falácia?
Ora, ele defende os direitos humanos porque

nunca teve um parente vítima de bandidos
A argumentação depende do interesse de quem fala? É verdade que muitas vezes a opinião
da pessoa se relaciona com a sua forma de vida. Uma pessoa que nunca foi vítima de violência terá
mais facilidade realmente de defender os direitos humanos. Mas, em lógica, o que se analisa são os
argumentos e não quem é a pessoa. Não desqualifique um argumento baseando-se na pessoa que
o emitiu. Talvez essa seja a falácia mais difícil de ser evitada, mas lembre-se é falácia. Nesse trecho
há uma falácia
Ad hominem

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Qual é a falácia?
Se não fizermos nada contra a cultura da

homossexualidade, não haverá mais família.
Você já deve estar percebendo que qualquer tipo de texto exagerado acaba em falácia. Além
do exagero relacionado à cultura da homossexualidade, este argumento peca por supor que todas
as pessoas serão homossexuais somente por um fator, a tal da cultura que não se sabe bem o que
seja. Trata-se da falácia
Ad absurdum
Consiste em tirar consequências exageradas de uma proposição.

Qual é a falácia?
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Em um julgamento, o advogado concorda que o crime foi desumano.

Logo, tenta convencer o júri de que o seu cliente não é humano por ter
cometido tal crime, e não deve ser julgado como um humano normal.
Esse argumento é um tanto quanto exagerado, você logo percebe que o advogado está
usando a palavra “desumano” de forma inapropriada. Muitas vezes, na redação você faz isso sem
perceber porque não se preocupa com o rigor do significado das palavras. Trata-se da falácia de
Ambiguidade
Qual é a falácia?

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Uma mulher como deputada jamais trairia os interesses

das mulheres, ou seja,votaria em pautas feministas.
Pois é, esse é um dos argumentos mais usados na política. Mas nada indica que a causa
“mulher” leva a consequência “votar em pautas femininas”. No texto dissertativo, é muito comum
o escritor fazer uma afirmação, colocar o “consequentemente” e fazer uma afirmação que não é
consequência da anterior. Trata-se da falácia
Non sequitur (não se segue)
Qual é a falácia?
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Foucault defendia o micropoder, ou seja, ele

apoiava o terrorismo como forma política de agir.
Nesse caso, o autor usa um conceito próprio do Filósofo, mas tira conclusões erradas.
Foucault analisava como em uma sociedade os poderes vão se constituindo a partir dos grupos de
interesses. Não se pode dizer que havia nessa análise da defesa do terrorismo. O autor altera o
argumento do outro para poder destruí-lo, ele faz uma imagem fake do que o outro disse. Trata-se
da falácia do
Espantalho
4.2 COMO REFUTAR ARGUMENTOS

Conhecer e reconhecer falácias permite que você evite trilhar por argumentos que serão
desqualificados pelo corretor, mas também é possível usar esse conhecimento na hora de escrever
sua redação.

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O sinônimo de “refutar” é rejeitar. No caso de um texto ou um discurso argumentativo, a

palavra significa não somente não aceitar a argumentação oposta como também mostrar as suas
falhas.
Isso é muito importante em debates nos quais você precisaria vencer seu oponente.
Geralmente, faz-se uso dessa técnica argumentativa em cartas argumentativas comuns em
vestibulares. Ao candidato é solicitado que ele escreva para alguém ou para alguma autoridade
refutando alguma medida ou ideia expressa pela pessoa.
Mas há outro uso interessante dessa técnica. Você pode fazer uma redação contra-
argumentativa. Você inicia seu texto com a argumentação contrária à da sua tese e nos parágrafos
seguintes a desconstrói mostrando que sua tese é melhor. Vale a pena, portanto, considerar alguns
passos para refutar um argumento. Nesse caso, vou transcrever as sugestões do professor J.R.
Whitaker Penteado:
“ 1º - Procure refutar o argumento que lhe parece mais forte. Comece por ele.
2º - Procure atacar os pontos fracos da argumentação contrário.
3º - Utilize a técnica da “redução à últimas consequências”, levando os argumentos contrários às
últimas consequências.
4º - Veja se o seu opositor apresentou uma evidência adequada ao seu argumento empregado.
5º - Escolha uma autoridade que tenha dito exatamente o contrário do que afirma seu opositor.
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6º - Aceite os fatos, mas demonstre que foram mal interpretados.

(...)
10º - Analise cuidadosamente os argumentos contrários, dissecando-os para revelar as falsidades
que contém. “2
4.3 CARTA CONTRA-ARGUMENTATIVA

Proponho a você um ótimo exercício de argumentação. Em 1998, a UNICAMP solicitou que
o candidato escrevesse uma carta ao colunista de um jornal discordando dele. A Banca tinha certeza
de que os candidatos perceberiam as falácias e incoerências presente no texto publicado.
Seguem as instruções da Banca e o artigo de Antônio Ermírio de Moraes. Encare o desafio.
Tente encontrar os erros argumentativos e faça o texto pedido. É um ótimo exercício.
2
Penteado, J.R. Whitaker. A Técnica da Comunicação Humana. São Paulo; Livraria Pioneira
Editora, 8ª edição, 1982.

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O texto abaixo, um artigo de Antonio Ermírio de Moraes publicado na Folha de São Paulo em
03/08/97, foi utilizado no vestibular da UNICAMP de 1998 como texto fonte para a prova de redação.
A seguir a banca dava a seguinte orientação: a partir da leitura e da sua reflexão sobre os implícitos,
e imaginando que você discorda do articulista, redija um artigo de opinião, no qual você exponha
as razões de sua discordância.
Até quando, São Paulo?
Os leitores têm todo o direito de se queixar quando volto a um mesmo assunto.
Acontece que o retorno ao tema decorre da persistência do problema. Refiro-me à imundice
que campeia na cidade de São Paulo.
Muita gente confunde pobreza com sujeira. Nada mais errado. As pessoas humildes são
exatamente as que mais valorizam o asseio, a higiene e a limpeza.
Você já notou como é generalizado o banho dos trabalhadores da construção civil depois de
uma jornada de trabalho?
Você já reparou como são bem areadas as panelas das donas-de-casa dos domicílios das
periferias?
Você já observou a brancura das camisas e blusas dos uniformes dos seus filhos?
O que se vê na capital de São Paulo é fruto de puro abandono e total falta de autoridade.
São pessoas imundas que emporcalham a cidade como prova da sua selvageria e refluxo da
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instabilidade dos governantes.

Uns defecam nos jardins. Outros cozinham debaixo dos viadutos. Há ainda os que penduram
a roupa encardida nos galhos das árvores. Tudo a céu aberto e no maior acinte aos cidadãos que
aqui vivem.
Na ausência de um plano diretor para cuidar da habitação, avoluma-se o número de pessoas
que, usando tábuas, papelão e até embalagens de geladeiras, vão se mudando definitivamente para
debaixo das pontes, onde passam a residir "tranquilamente" no meio de escandalosa sujeira.
O mais espantoso é ver as autoridades municipais e estaduais consentirem com a
multiplicação desses chiqueiros que, na verdade, são uma verdadeira provocação aos que pagam
altos impostos e que têm o direito de exigir um mínimo de higiene na cidade em que habitam e
trabalham.
Já passou bastante da hora de as autoridades agirem. Eles estão atrasadas há vários anos -
mas têm de agir.
Não é justo que a população como um todo seja submetida a um ambiente tão vergonhoso
e deprimente como é o de São Paulo.
Não sou saudosista a ponto de querer voltar ao tempo do prefeito Faria Lima, quando o
símbolo da capital era uma bela rosa.
Mas também não acho correto submeter um povo trabalhador a uma cidade imunda e
abandonada.
Afinal, esse povo está seguindo as regras democráticas, comparece às eleições e escolhe
ordeiramente seus vereadores, prefeitos e governadores.

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É hora de eles realizarem mais trabalho e menos política, limpando esta cidade que já foi o
orgulho do nosso país. Mãos à obra!
Encaminhamento possível
Para fazer o texto, você deveria primeiro observar os pontos fracos da argumentação de
António Ermírio.
1º Ele é incoerente: fala que os pobres são limpos, mas ao falar daqueles que defecam no
jardim, fala de pobres (ou mendigos), condenando-os por serem sujos.
2º Generaliza: parte de alguns operários asseados para elevar esse fato ao grau de lei geral.
3º Distorce o sentido da palavra democracia: democracia não significa somente votar e os
diretos de uma democracia são garantidos a todos e não somente a quem paga imposto.
4º O que ele afirma não se segue da causa anterior (non sequitur): o compromisso com a
limpeza da cidade não significa expulsar pessoas do espaço público (algo que implicitamente,
Antônio Ermírio parece defender).
Depois de ter levantado os erros do seu oponente, procure aquele argumento que parece
estruturar a argumentação do texto. Ataque esse argumento e depois escolha algum outro deslize
do autor do texto.
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Lembre-se da estrutura do Carta Argumentativa. Local e

data, no alto
da folha sem
São Paulo, 10 de novembro de 2019 parágrafo.
Prezado Senhor Antonio Ermírio de Moraes

Pule uma linha e
faça um vocativo
semelhante a esse,
Sou estudante pré-universitário, tenho 19 anos, e li o seu
use a palavra
artigo no qual o Sr discorre sobre a situação em que a cidade de São prezado, ela serve
Paulo se encontra em relação à limpeza. Discordo do senhor em para qualquer pessoa
alguns pontos até porque seus argumentos apresentam alguns erros
que comprometem a sua tese.
Identifique-se e
Faça dois parágrafos de contra-argumentação ... diga porquê está
escrevendo
Sendo assim, espero que o Sr entenda que a saída proposta

para uma cidade mais limpa deve contemplar outra alternativas. Conclusão rápida,
pedindo que o
interlocutor
Pule uma linha, escreva reveja suas
palavras de despedida, ideias.
Saudações
novamente pule um linha
e coloque suas iniciais
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B.P.
5. MODELO DISSERTATIVO
A partir de tudo o que consideramos neste pdf, é possível propor um modelo dissertativo que
mistura uma certa concessão e contra-argumentação. Considere a proposta abaixo.
Oba... tema da
Redação
UNIFESP/2010
Leia os textos seguintes e reflita sobre as questões por eles propostas.
Texto 1
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(www.raulmarinhog.files.wordpress.com/2009/03/novela1.jpg Adaptado.)
Texto 2
Considerar a telenovela um produto cultural alienante é um tremendo preconceito da

universidade. Quem acha que novela aliena está na verdade chamando o povo de débil
mental. Bobagem imaginar que alguém é induzido a pensar que a vida é um mar de rosas só

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por causa de um enredo açucarado. A telenovela brasileira é um produto cultural de alta

qualidade técnica, e algumas delas são verdadeiras obras de arte.
Ela é educativa no sentido de levantar certas discussões para um público relativamente pouco
informado. Na década de 70, os autores faziam isso de maneira mais sutil. Nos dias atuais,
sem a censura, as discussões podem ser mais abertas.
O problema não está no que a novela transmite, mas na maneira como o assunto é debatido.
O que precisa mudar com a máxima urgência é essa situação em que os educadores ignoram
a existência da novela. As novelas estão aí, fazem um sucesso danado e mexem com a cabeça
da moçada. Eu diria até que alienam menos que os telejornais.
Como a novela é considerada um subproduto, as pessoas preferem dizer que foram a um
concerto de música clássica a dizer que ficaram em casa vendo novela, como na verdade
gostariam. A pessoa pode até ter dormido durante o concerto, mas acha que é mais chique.
Uma bobagem, porque a telenovela é o grande produto cultural brasileiro, maior que a
literatura e a música.
(Trechos adaptados da entrevista da professora Maria Aparecida Baccega, da USP, à revista

Veja, em 24.01.1996.)
Texto 3
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Não vejo novelas. A última que me prendeu ao sofá foi escrita pelo Dias Gomes, que era um
craque. Hoje, 15 segundos de novela bastam para me matar de tédio. Os mesmos
personagens, o mesmo enredo, as mesmas caretas, as mesmas frases idiotas, as mesmas
cenas toscas, a mesma história chata.
As novelas são ridículas. Há um provérbio – que dizem ser francês – que assegura que “o
ridículo mata”.
(Roberto Gomes. Gazeta do Povo, 16.08.2009.)
Texto 4
A dramatização e a representação da vida conquistaram – não por acaso – o privilégio do

melhor horário noturno, pois mexem com mecanismos mentais muito fortes e decisivos. A
telenovela não é uma imposição forçada nem um mecanismo de fuga. Não se confunde com
o sono, com o uso da droga ou do álcool nem tenta escapar das obrigações sociais; ao
contrário, o grande público busca, pela telenovela, entrar inteiramente no social, no
conhecimento e no domínio das regras da sociedade.

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J.S.R. Goodlad, autor dessa tese, afirma que o motivo de se assistir às telenovelas é que por
meio delas as pessoas podem ordenar e organizar sua vivência social segundo o que é
permitido na sociedade, ou seja, de acordo com o “comportamento social adequado”.
Se o drama, segundo ele, assumiu anteriormente a função social através dos mitos, dos
contos populares e dos rituais, é a telenovela que hoje atua como método de controle social.
Diante de uma vida problemática e sem esperanças, da necessidade de ganhar dinheiro, de
ter uma casa ou um negócio próprio, de encontrar um companheiro, diante das exigências
do trabalho, das contas a pagar e dos compromissos, a esfera emotiva das pessoas retrai-se.
A vida que a televisão mostra é então, para o homem e para a mulher, uma verdadeira troca,
com vantagens, de sua vida real. (...) Ela é o alimento espiritual desse corpo cansado, sugado
e exaurido pelo trabalho industrial na linha de montagem, pelo trabalho burocrático no banco
ou na repartição, pelo trabalho enfadonho dos escritórios e das lojas.
(Ciro Marcondes Filho, Televisão: a vida pelo vídeo.)
Com base nas informações e reflexões apresentadas nos textos de apoio e em seus próprios
conhecimentos, elabore uma dissertação argumentativa, em prosa e em norma padrão,
sobre o seguinte tema:
A telenovela brasileira: conscientização ou alienação?
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5.1 MODELO CONCESSIVO

Escolha a sua tese entre alienação ou conscientização, a partir daí, acompanhe os passos.
Primeiro parágrafo: proposição
No primeiro parágrafo, apresente o tema e a tese oposta àquela que você defenderá. Lógico
que as afirmações devem ser atribuídas a um outro, nomeado ou não.
Se sua tese for: A telenovela aliena os espectadores...
CASO 1 O começo deve ser contrário, lembra-se? Veja o exemplo.
A telenovela é um produto quase de exportação. Comentário geral para

No Brasil, algumas emissoras de TV conseguiram um alto introduzir o tema.
grau de sofisticação quer nas imagens produzidas quer nos
enredos desenvolvidos. Para alguns estudiosos, a Argumentação resumida
telenovela teria a capacidade de ajudar a organizar de quem defende a
simbolicamente representações importantes para lidar telenovela.
com o cotidiano.

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Se sua tese for: A telenovela conscientiza os espectadores...

CASO 2
O começo deve ser contrário, lembra-se?
A telenovela é um produto brasileiro de qualidade. Comentário geral para

No Brasil, algumas emissoras de Tv conseguiram alcançar introduzir o tema.
um grande público cativo. Para os críticos de tal produto
cultural, as histórias de amor recheadas por problemas Argumentação resumida
sociais que se resolvem num passe de mágica devido ao de quem critica a
amor acaba por alienar os telespectadores. telenovela.
Segundo parágrafo: concordância parcial
Nessa parte, o escritor reconhece que, em certos casos, excepcionais, é possível que os
defensores das ideias as quais você vai se opor têm razão. Só em algumas condições.
A concordância parcial torna a argumentação mais aceitável para o leitor porque passa a ideia
de um defensor da ideia bastante equilibrado, que sabe pesar prós e contras. Além disso, ao destacar
as condições particulares em que sua tese não se aplica você evita cair na generalização excessiva.
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Para tanto, pense nos casos em que sua tese falha, em questões bastante particulares. Nessa parte,
a forma de iniciar o parágrafo não se altera muito, usam-se expressões de teor concessivo:
“É verdade que em certos casos...”
“ É possível concordar até certo ponto...”
“Em parte, esses autores (críticos) têm razão...”
Vamos retomar a exemplificação de como fazer esse modelo.

Se sua tese era: A telenovela aliena os espectadores...
CASO 1 E você começou a considerar o argumento de quem defende a novela.
Agora, você deve apresentar concordância parcial.
É verdade que através das novelas os
telespectadores entram em contato com informações que Parágrafo curto
de outra forma eles não teriam. Alguns parâmetros éticos que apresenta a
são vivenciados através das telenovelas. concordância.
Vamos retomar a exemplificação de como fazer esse modelo.
Se sua tese era: A telenovela conscientiza os espectadores...
CASO 2 E você começou a considerar o argumento de quem critica a novela.
Agora, você deve apresentar concordância parcial.

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Em parte esses críticos têm razão. A novela pode Parágrafo curto

alienar se o espectador tiver uma perspectiva muito que apresenta a
infantil em relação ao enredo. concordância.
Veja que esses parágrafos são curtos e até resumidos. Você precisa dosar esses argumentos,
restringi-los. Sem esse cuidado, você corre o risco de produzir um texto incoerente.
Terceiro e quarto parágrafos: contestação
Nesse ponto, o início da contestação assume feição típica, o período inicial é adversativo:
“Mas por outro lado...”
“Entretanto, essas circunstâncias são muito específicas para dizer que os críticos têm razão...”
Seguem-se as razões pelas quais você discorda do oponente. Aqui você deve se valer dos
conectivos que expressam explicação ou causa.
É claro que nesses parágrafos seus argumentos serão mais desenvolvidos e mais consistentes,
pois não se contesta com provas frágeis e simplificadoras.
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Conclusão
No parágrafo final, você deve terminar como se fosse um silogismo. Repita algumas palavras
dos casos particulares que você usou para provas a ideia geral que você defendeu e repita a tese.
PROPOSTAS DE REDAÇÃO
Hora da diversão.
Você tem pela frente uma proposta da FGV e uma inédita. Elas serão classificadas pelo núcleo
temático.
Bom texto.
Ética/ Sociedade
Contemporânea

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Proposta 1
(FGV/Administração 2018 )
Reino Unido cria Ministério da Solidão

O Reino Unido nomeou nesta quarta-feira, 17 de janeiro de 2018, pela primeira vez na
história, uma ministra da Solidão, para enfrentar o que a primeira-ministra britânica, Theresa May,
descreveu como “ a triste realidade da vida moderna”. (...) Mais de 9 milhões de pessoas dizem viver
permanentemente ou frequentemente sozinhas, de uma população de 65,6 milhões, de acordo com
a Cruz Vermelha britânica. A instituição descreve a solidão como uma “epidemia oculta”, afetando
pessoas de todas as idades e em todos os momentos de suas vidas, como durante a aposentadoria,
na morte do parceiro ou na separação.
Deutsche Welle (DW Brasil). Consultado em 17/01/2018. Adaptado.
Reino Unido cria Ministério da Solidão para solucionar “triste realidade moderna”
A solidão é um problema crônico da sociedade moderna e pode atingir qualquer pessoa de
qualquer idade. Muitas vezes, uma mudança aparentemente comum, como uma criança que muda
de escola e não se adapta, é o bastante para abrir essa caixa. Diversos estudos indicam que mais de
uma em cada três pessoas dos países ocidentais – o que inclui o Brasil – sente-se sozinha
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habitualmente ou com frequência. Há vários fatores que culminam nessa taxa, como o
envelhecimento da população, o crescimento dos afazeres diários, o pouco tempo de lazer, a falta
de contato pessoal trazido pelas redes sociais, mas, principalmente, o isolamento social causado
pela farta porção de informações que atingem o ser humano todos os dias. (...)
Os médicos alertam que o isolamento social é uma epidemia crescente que pode ter
consequências físicas, mentais e emocionais. A solidão também foi classificada como o maior risco
de doença cardíaca, diabetes e câncer, de acordo com os pesquisadores da área da saúde.
www.hypeness.com.br. Consultado em 17/01/2018. Adaptado.
Reino Unido escolhe “Ministra da Solidão”
Um acontecimento que você pode considerar muito sinistro ou simplesmente um sinal dos
tempos: o Reino Unido apontou um “Ministro da Solidão” para lidar com uma verdadeira epidemia
de tristeza que atinge mais de 9 milhões de britânicos. A primeira-ministra britânica se pronunciou
sobre o assunto, afirmando que “para muita gente, a solidão é a realidade da vida moderna”, e é
por isso que ela tomou a decisão, apontando Tracey Crouch para o cargo (...).
No Brasil, a solidão é um medo que não esconde seus números: em 2017, uma pesquisa
realizada com homens e mulheres acima dos 55 anos pela Sociedade de Geriatria e Gerontologia de
São Paulo descobriu que 29% dos entrevistados teme a solidão. Mas pessoas jovens também
precisavam enfrentar diariamente a pressão da sociabilidade (ou medo da falta dela). Com as redes
sociais e as inovações tecnológicas, novas síndromes já surgiram – como a “fomo” (“fear of missing
out” em inglês, algo próximo de “medo de perder a oportunidade”). Sabe aquele sentimento ruim
que bate quando você passa pela timeline do Instagram e vê todo mundo se divertindo enquanto

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você está em casa? É Fomo. Estima-se que a solidão pode estar relacionada a 50% dos suicídios
cometidos anualmente – cerca de um milhão.
Lucas Barany, Superinteressante. 17/01/2018. Adaptado.
Ministério da Solidão
E que tal um ministro para a solidão? (...) Confesso que a ideia me parece absurda. (...)
Theresa May está errada quando acredita que a solidão é uma “realidade” moderna. Não é. A
solidão, tal como a tristeza e o fracasso, faz parte da condição humana, provavelmente desde o
momento em que os membros da espécie adquirem consciência de si próprios. Além disso a solidão
é, sob certos aspectos, uma condição indispensável à constituição da dimensão reflexiva do sujeito
humano. Mas ela também está errada por outro motivo: e se o grande problema da “vida moderna”
não for excesso de solidão, mas a sua escassez? A vida moderna é uma gigantesca conspiração para
abolir a solidão. Basta escutar os desejos utópicos de um qualquer Zuckerberg ensandecido: para os
novos profetas do Vale do Silício, o ideal é atingir um mundo de conversas contínuas, em que a
privacidade não passa de uma relíquia – e todos podem espiar todos.
João Pereira Coutinho, Folha de S. Paulo. 20/02/2018. Adaptado.
O que a criação de um “Ministério da Solidão”, no Reino Unido, nos revela sobre as
sociedades de nossa época? Tendo em vista as ideias sobre essa questão, presentes nos textos acima
reproduzidos, além de outras informações que você considere relevantes, redija uma dissertação
em prosa sobre o tema: As sociedades contemporâneas e a solidão.
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Questão Social
Proposta 2/ Autoral
Proposta 2
Texto I
O fato mais singular, numa massa psicológica, é o seguinte: quaisquer que

sejam os indivíduos que a compõem, sejam semelhantes ou dessemelhantes o seu
tipo de vida, suas ocupações, seu caráter ou sua inteligência, o simples fato de se
terem transformado em massa os torna possuidores de uma espécie de alma
coletiva. Esta alma os faz sentir, pensar e agir de uma forma bem diferente da que
cada um sentiria, pensaria e agiria isoladamente. Certas ideias, certos sentimentos
aparecem ou se transformam em atos apenas nos indivíduos em massa. A massa
psicológica é um ser provisório, composto de elementos heterogêneos que por um
instante se soldaram, exatamente como as células de um organismo formam, com
a sua reunião, um ser novo que manifesta características bem diferentes daquelas
possuídas por cada uma das células.

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(Le Bon, Gustave. Apud FREUD, Sigmund, A descrição de Le Bon da mente grupal
In.: Psicologia das Massas e a Análise do eu, São Paulo: Editora Schwartz, 2011, p. 12.)
Texto II
O Brasil, visto como pacífico, no qual buscam felicidade imigrantes de diversas origens,
tornou-se campo minado. Lugar perigoso para quem ousa exercer o direito à liberdade de opinião.
Há feridos e mortos por pensar diferente, não concordar com radicalismos políticos. E não fica só
nisso, a barbárie já alcança diferenças religiosas, de gênero, de cor e por aí vai a inconsciência quanto
ao direito do próximo.
Fomos divididos em dois grupos: contra e a favor. E se perguntarmos de que ou quem, os
militantes nem saberão dizer. A tecnologia, criada para aproximar pessoas pelos telefones celulares,
é utilizada para acirrar ânimos, promover discórdia, gerar conflitos. Jogar uns contra outros. Todos
os dias recebemos vídeos de pessoas sendo ofendidas, agredidas, acuadas por suas posições
ideológicas.
(Folha de São Paulo ,22/09/2019, “Cultura do ódio)
Texto III
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Como funciona o maior grupo de propagação de ódio na internet brasileira, que lucra com
misoginia, racismo e homofobia
Além de apostar em conteúdos que geram indignação,
eles costumam mirar em personalidades com fama na rede.
Além da superfície de imagens fofas e curtidas, a internet cultiva o ódio. Rede narcísica,
estimula um novo personagem: o troll. É aquele usuário que provoca e enfurece outras pessoas,
com comentários injustos, ignorantes e, muitas vezes, criminosos. O objetivo do troll é provocar a
ira dos outros internautas — e, se possível, ganhar algum dinheiro de modo fácil. Os trolls se
alimentam da atenção que atraem e se valem de qualquer coisa para tal. Talvez, por isso, esta
reportagem possa não ser uma boa ideia, exceto pelo fato de que precisamos falar sobre esse novo
Kevin.
É um monstrinho digital à moda do personagem da escritora americana Lionel Shriver. O
Kevin*, de Shriver, é aquela criança mimada que aprende que a violência é um método aceitável e
simples para obter o que quer. O Kevin digital o emula nas redes sociais e, principalmente, em fóruns
privados de discussão.
[...]
Os trolls estão transformando as mídias sociais e painéis de comentários em um gigante
recreio de adolescentes malcriados, repetindo epítetos raciais e misóginos, definiu uma reportagem

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recente da revista Time. Uma pesquisa que a publicação cita mostrou que 7 em cada 10 jovens
sofreram algum tipo de assédio por meio da internet. Um terço das mulheres já se disse perseguida
on-line. Um estudo de 2014 publicado no periódico de psicologia Personality and Individual
Differences constatou que 5% dos usuários da internet que se identificaram como trolladores
obtiveram pontuação extremamente alta em traços obscuros de personalidade: narcisismo,
psicopatia, maquiavelismo e, principalmente, sadismo. E não pense que isso não ocorre em sua
vizinhança.
* Referência ao livro “Precisamos falar sobre Kevin”, de Lionel Shriver, que conta a história
da mãe de um menino que comete um massacre em uma escola. A história é vista da perspectiva
dessa mãe.
Trecho retirado de Daniel Salgado, Igor Mello e Marcella Ramos, 02/07/2018. Disponível
em: <https://epoca.globo.com/sociedade/noticia/2018/06/como-funciona-o-maior-grupo-de-
propagacao-de-odio-na-internet-brasileira-que-lucra-com-misoginia-racismo-e-homofobia.html>
Acesso em: 18 abr.2019.
Texto IV
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Os textos acima apresentam ideias sobre ódio que divide a sociedade brasileira. Com base
nesses textos e outras informações e reflexões que você julgue adequadas redija uma dissertação
em prosa no qual você análise e discuta o sentido desse fenômeno.

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6.1 POSSIBILIDADES DE ENCAMINHAMENTO DAS PROPOSTAS
Proposta 1
Em 2018, a FGV montou uma proposta de redação com 4 textos de apoio, instruções específicas e
uma proposta explícita sobre o tema da solidão no mundo contemporâneo. Os textos poderiam
servir como subsídio para a produção textual. O significado da solidão no mundo atual deixava
espaço para reflexão pessoal.
O primeiro excerto dava uma ideia da extensão do problema. No Reino Unido, 9 milhões de um
universo de 65,6 milhões de pessoas dizem viver sozinhas. O problema se tornou tão grave que, no
país, foi criado o Ministério da Solidão. O artigo ainda afirma que tal problema se tornou a epidemia
oculta do mundo moderno. O segundo texto assinalava causas e consequências do fenômeno.
Dentre os fatores que favorecem a solidão, podem-se destacar: “envelhecimento da população, o
crescimento dos afazeres diários, o pouco tempo de lazer, a falta de contato pessoal trazido pelas
redes sociais”. Além disso, tal epidemia pode ter consequências físicas, mentais e emocionais.
O terceiro texto aponta que o problema também assola o Brasil e aprofunda a reflexão sobre a
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influência das redes sociais no sentimento de solidão. Há, inclusive, uma nova síndrome, a “fomo”
(“fear of missing out” em inglês, algo próximo de “medo de perder a oportunidade”). O último texto
era provocador. Defendia a tese de que solidão não seria uma epidemia moderna, afinal, ela sempre
existiu. Hoje, há excesso de contato pessoal ou necessidade dele por conta das demandas geradas
pelas novas redes sociais.
No comentário à proposta, a Banca exigia que a discussão gerasse em torno não da solidão em si,
mas o que ela revela sobre nossa época.
Pressuposto
Nessa proposta é fácil se atrapalhar com a própria noção de solidão por se tratar de uma percepção
subjetiva da realidade. Seria interessante ou fazer a distinção para o leitor ou tê-la em mente para
fazer a redação. A solidão não é simplesmente estar sozinho consigo mesmo, pois alguém pode estar
muito tranquilo com essa condição e não se sentir solitário. Isso significa que ela depende da
expectativa do sujeito. Se ele deseja estar rodeado de pessoas que o admiram e não está, ele se
sente mal, assim podemos definir solidão.
Teses possíveis
Observe que sua avaliação deve ser em relação à sociedade contemporânea. Considerando a
instrução, não há grande variação em relação à tese, você deveria defender que o estilo de vida das
pessoas na contemporaneidade é responsável por esse sentimento. Esperava-se que o candidato
pudesse determinar o quê nessa sociedade poderia ser responsável por esse sentimento.

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Desenvolvimento
O desenvolvimento da ideia exigia que você fizesse uma redação a partir de causas e consequências,
ligando as causas que você destacar e as consequências que permitem reforçar a ideia de que, nas
sociedades contemporâneas, a sensação de solidão é mais intensa.
Causas
A coletânea permitia um bom ponto de partida. Você precisaria apenas desenvolver o tópico que
você achasse mais interessante. Dentre eles, pode-se destacar:
- taxa de envelhecimento
- afazeres diários
- pouco tempo de lazer
- falta de contato pessoal trazido pelas redes sociais

- isolamento causado pela farta porção de informações
- competitividade nas relações sociais e empresariais
- círculos de amizade pautados por interesses efêmeros (“sociedade líquida”: conceito utilizado por
Zigmunt Bauman, sociólogo que fez várias descrições de uma sociedade nos quais os parâmetros de
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vida mudam de forma veloz).

Consequências
Você deve considerar uma ou duas causas, explicando-as e relacionando-as à solidão. Para tanto,
você deve tirar consequências do item escolhido. Por exemplo, se você considera a taxa de
envelhecimento, poderia destacar que o envelhecimento afeta também as relações sociais, pois as
pessoas mais velhas têm demandas diferentes do restante da sociedade produtiva, o que os leva a
um isolamento parcial.
A Banca espera que você mostre competência nesse jogo de causa e consequência.
Proposta 2
Inicialmente, percebemos que os textos motivadores são essencialmente ligados à
construção de ódio em grupo, ou, ainda, de disseminação do ódio da forma mais fácil hoje em dia:
a internet. O primeiro texto argumenta que o comportamento do grupo sempre se sobressai em
meio à sociedade, com a busca pelo homogêneo, ainda que em uma sociedade sempre heterogênea.
É interessante perceber que a construção desse primeiro texto nos coloca na construção psíquica
dos grupos, o que nos leva à relação entre a disseminação do ódio e o agrupamento das pessoas em
torno do mesmo pensamento.
No segundo texto, por sua vez, temos uma análise interessante sobre como o
comportamento da sociedade brasileira se constrói hoje: de forma polarizada. A proposta discute o
posicionamento mais comum do cidadão brasileiro nos últimos tempos, a polarização de

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pensamentos, como se só houvesse duas possibilidades ideológicas na sociedade, a esquerda e a

direita.
O texto 3 trata de um ponto muito interessante quando o assunto é construção e
disseminação de discursos de ódio: a liberdade que a internet permite à colocação de ideias. Trollar
os outros é visto como uma coisa positiva e, além disso, estimulada, por ser engraçada e divertir o
público. Há muitos humoristas que se utilizam desse expediente para construírem suas carreiras,
principalmente ao trollar os famosos. O perigo desse tipo de comportamento é, sem dúvida, a
possiblidade de geração de violência e, muitas vezes, do chamado linchamento virtual, em que o
processo de linchamento ocorre no meio virtual.
Por fim, o texto 4 apresenta uma tirinha que discute, de forma bastante interessante, a
facilidade de expressão de ideias quando estamos por trás de um monitor ou uma tela de celular. A
problematização ali trazida diz respeito à coragem garantida pelo anonimato da internet, bem como
por meio do não contato físico. Esta discussão consegue ligar-se à proposta no texto 3.
Diante disso, percebe-se que há uma problematização interessante na coletânea de textos,
com o indicativo de que a disseminação desse tipo de discurso precisa ser combatida, visto ser um
processo que pode gerar violência tanto dentro da internet quanto fora dela. Vamos discutir, então,
possibilidades de visão do tema, para, em seguida, apresentarmos alguns argumentos possíveis
dentro desse tema.
A forma de comportamento ideológico do brasileiro nos últimos tempos precisa ser levada
em consideração na escrita da redação, porque, de uma forma geral, temos percebido que a
polarização de pensamentos, conhecida como a divisão entre direita e esquerda, acaba em casos de
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disseminação de ódio. De forma geral, encaixam-se no pensamento de esquerda aqueles que têm
certo pensamento social, enquanto na direita ficam os liberais (em diversos níveis) que têm
preocupação econômica. Tal divisão é antiga e remonta à Revolução Francesa, na qual houve a
tentativa de construção do populismo por meio dessa divisão de social versus econômico. De forma
mais ampla, há possibilidade de divisão em vários outros níveis ideológicos, visto que somente essa
divisão bipolar causa construção de discursos de ódio.
Vale ressaltar, ainda, que muitos têm escondido determinados discursos preconceituosos nos
discursos polarizados. Aí reside o problema: preconceitos foram transformados em ideologias e isso
torna o combate muito mais complexo e difícil, visto que é necessário que as ideologias sejam
respeitadas. Dessa forma, vale a discussão, no texto, desse ponto: de que maneira devemos
observar os preconceitos? Como ideologias ou como formas reprováveis de ver o outro?
Outro ponto interessante de ser tratado é a liberdade que a internet, também chamada de
“terra sem-lei”, garante aos disseminadores de ódio. O palco de julgamento e de exposição virtual
é pouco controlado e sem uma regulamentação efetiva. Se analisarmos a partir de um pressuposto
do pensamento de Durkheim, é possível classificarmos a internet como uma anomia, uma vez que a
ausência de regulamentação própria e clara impede que os discursos de ódio sejam combatidos. É
comum encontrarmos comentários extremamente preconceituosos com relação a algumas
publicações.
Além disso, se tomarmos a ideia daquele que trolla como um acontecimento normal e
esvaziado de significado, podemos pensar como os discursos de poder, como Foucault afirma em
sua obra, enraízam-se na base social a partir de uma repetição constante e disseminação aceita por
todos. Esse enraizamento torna-se ainda mais perigoso quando há um esvaziamento de significados
nos discursos de ódio: a brincadeira esvazia a maldade do discurso e isso faz com que ele seja

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constantemente repetido e defendido, ainda mais em meio a discussões como a de liberdade de

expressão.
Por fim, antes de partirmos para os argumentos, vale analisar duas características possíveis
dentro da internet: a facilidade de anonimato, com a criação possível de perfis fakes e a liberdade
de falar o que quer na segurança da internet. Ali, não há confronto físico possível.
• A necessidade de afirmação de pensamentos pouco aceitos socialmente leva ao

agrupamento de pessoas que apresentam a mesma ideia (aqui é possível citar o pensamento
de Hannah Arendt, sobre Banalização do mal, no qual a filósofa apresenta a ideia de que, em
contextos de massificação de pensamento, as pessoas agem ainda que sem acreditar
exatamente naquilo. A ideia se fundamenta no pensamento de que nem todos os nazistas
agiram de forma maldosa e monstruosa por necessariamente serem maus, mas por serem
motivados pelo contexto de maldade da sociedade).
• Os preconceitos, geradores de ódio, têm sido apresentados de forma ideológica, com o
objetivo de validar o pensamento (ou seja, se é parte de um processo ideológico, podemos
pedir respeito à nossa liberdade de expressão. A Alteridade é comprometida em busca da
homogeneização).
• A liberdade de expressão trazida pela internet é assustadora e pode contribuir para a
disseminação de pensamentos sem julgamento.
• O discurso virtual termina por incentivar e legitimar problemas violentos no mundo físico,
uma vez que há uma tendência a misturar a vida física com a virtual.
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• Prega o não respeito à diversidade, fato que pode sempre construir problemas entre grupos.
• É considerado um crime no Brasil, a partir do Marco Civil da Internet, mas é de difícil punição,
uma vez que a internet serve, também, como esconderijo para esse tipo de cidadão.
• A intolerância extrapola a diferença mais simples, chegando à intolerância de gênero,
homofobia, problemas políticos – como a polarização –, religião e raça.
• Como não há uma aceitação daquilo que é diferente, corre-se o risco de entrarmos em um
processo de eugenia, ou seja, de limpeza étnica ou relacionada à diferença em questão,
qualquer que seja ela (a eugenia trabalha com um escalonamento das etnias fundamentado
na genética. Esse fato pode levar a uma tentativa de limpeza dos considerados menos
importantes que os que estão no topo da escala).
• Difere-se da opinião por ser uma construção social e, preferencialmente, aceita socialmente.
• Construções históricas são bastante interessantes de serem citadas como fundamentação,
assim como as construções relacionadas ao conservadorismo.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final desta aula de Redação. Expliquei extensivamente o que significa
raciocinar e discuti técnicas para que você melhorasse sua capacidade de convencer. Criei alguns
exercícios que você raramente encontrará nos livros de redação. São exercícios práticos e eficazes
para que você vá alterando seus hábitos de escrita. Lembre-se de que, se você quer melhorar sua
nota, algo no seu jeito de escrever deve mudar. No caso de redação, a mudança não se dá pelo

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mero conhecimento, mas pela prática. Por isso cada tópico foi recheado com exercícios que você,
corujinha inabalável, fez com toda certeza.
Só recapitulando, discutimos nesta aula:
✓ O que é raciocínio;
✓ Como fazer ligações entre ideias;
✓ Como reconhecer argumentos fracos ;
✓ O que são falácias, quais são as falácias mais comuns nas redações.
Mas acima de tudo, vou continuar na minha campanha inglória...
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Espero você na próxima aula.

Qualquer dúvida entre em contato comigo através do Fórum.
Abraços
Professor Fernando Andrade

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Fernando Andrade
@filosofia.do.portuga Redaçao e Filosofia
Blog de crônicas :
https://www.outrasvias.com/
Versão Data Modificações

1 02/06/2020 Primeira versão do texto.
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8. REFERÊNCIAS
Disponível em https://pixabay.com/pt/vectors/hiroshima-nuvem-de-cogumelo-151054/ , acessado em
13.11.2019.
Disponível em https://pixabay.com/pt/photos/chap%C3%A9u-moda-estilo-feliz-homem-591973/ ,
acessado em 26.11.2019.

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4.2 Como refutar argumentos ............................................................................................ 35

Aula 05– Argumentação II 2

“Bora” e boa escrita.

Celular distrai O aprendizado O celular não

Aula 05– Argumentação II 3

Celular Minha Ela Dormir Atchim...

Aula 05– Argumentação II 4

1.1 RECONHECENDO ERRO DE RACIOCÍNIO

Mas o leitor da banca não é burro...

Aula 05– Argumentação II 5

Aula 05– Argumentação II 6

Q.1 Considerando o tema “preservação da Amazônia”, assinale a alternativa na qual o

a) O Fundo Amazônico, criado para combater queimadas na região amazônica,

Q.2 Considerando o tema “uso de agrotóxicos”, assinale a alternativa na qual o

Aula 05– Argumentação II 7

Q.4 Considerando o tema “descaso em relação ao patrimônio histórico”, assinale a

Aula 05– Argumentação II 8

Q.5 Considerando o tema “importância da universidade pública no Brasil”, assinale a

Resolução dos exercícios

Q.1 Considerando o tema “preservação da Amazônia”, assinale a alternativa na qual

Aula 05– Argumentação II 9

Q.2 Considerando o tema “uso de agrotóxicos”, assinale a alternativa na qual o

a) Aqueles que defendem o uso de agrotóxicos, argumentam que, sem o uso de

Aula 05– Argumentação II 10

b) Na verdade, a união familiar e fé são duas coisas que se complementam trazem

Aula 05– Argumentação II 11

“portanto”, não manifesta a relação de causa e consequência esperada pelo

Q.4 Considerando o tema “descaso em relação ao patrimônio histórico”, assinale a

Aula 05– Argumentação II 12

Q.5 Considerando o tema “importância da universidade pública no Brasil”, assinale

Alternativa "a" está incorreta. Há uma generalização de um caso particular.

Aula 05– Argumentação II 13

2. LIGAÇÕES VÁLIDAS: O SILOGISMO

Wonder! Porra, eu sou cego!

Deus é amor. O Steve Wonder é cego.

O Steve Wonder é Deus.

Aula 05– Argumentação II 14

Revolução tecnológica alterou a percepção da realidade, proporcionou o convívio virtual, relação

Aula 05– Argumentação II 15

Todo homem é mortal

2.1.2 APLICAÇÃO DA ESTRUTURA SILOGÍSTICA

Aula 05– Argumentação II 16

Construa um argumento silogístico, seguindo as instruções abaixo. Considere o parágrafo da

Q.1 Considere o conceito de República e raciocine porquê tal conceito exclui a

Premissa menor: considere o que é corrupção, se quiser cite um exemplo.

Aula 05– Argumentação II 17

Q.3 Considere as premissas necessárias para o bom funcionamento da democracia e

Premissas para o bom funcionamento do sistema democrático

Q.4 Considere o conceito de sociedade do espetáculo e discuta alguma produção

A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da sociedade

a sociedade do espetáculo só pode ser compreendida dentro do contexto da

Q.5 Considere a diferença entre solidão e solitude e explique qual o tipo de

Aula 05– Argumentação II 18

Resolução dos exercícios

Q.1 Considere o conceito de República e raciocine porquê tal conceito exclui a

Premissa menor: considere o que é corrupção, se quiser cite um exemplo.

um cartel com a cumplicidade de servidores públicos e combinam o vencedor e o

Aula 05– Argumentação II 19

pode custar a vida de pessoas que dependem do sistema público de saúde. As

Q.3 Considere as premissas necessárias para o bom funcionamento da democracia

Premissas para o bom funcionamento do sistema democrático

Q.4 Considere o conceito de sociedade do espetáculo e discuta alguma produção

A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da sociedade