Você está na página 1de 3

ASSUNTO: COESÃO E OERÊNCIA

Disciplina Língua portuguesa – Adriane Teixeira


MANHÃ

Data 2º PERÍODO Turno
TARDE ANO
Aluno(a) Número

Textualidade participa (o gênero textual, o veículo onde circula


Textualidade é o conjunto de fatores que operam o gênero, o contexto de interação, etc.). A tirinha
no momento da produção, da compreensão e da analisada só será compreendida por quem
avaliação textual. Eles permitem ao leitor/ conhece a situação atual causada pela
ouvinte reconstruir os sentidos pretendidos pelo pandemia do novo coronavírus.
produtor do texto. Os fatores da textualidade
são: a intencionalidade, a aceitabilidade, a 5. Intertextualidade
situacionalidade, a informatividade, a É o diálogo que um texto mantém com outros
intertextualidade, a coerência e a coesão. textos. Por exemplo, só entenderia o humor
presente na tirinha, quem conhecesse a história
Fatores da textualidade do personagem Pinóquio.

6. Coerência
É a apresentação lógica e harmônica dos
sentidos do texto, possibilitando que ele seja
interpretado. Ela se estabelece na relação entre
leitor, texto e autor/ ouvinte, texto, locutor. A
situacionalidade e a intertextualidade contribuem
para a construção da coerência. Para que haja
coerência, devemos seguir alguns princípios:
• Princípio da Relevância: ideias precisam se
relacionar.
1. Intencionalidade • Princípio da Não Tautologia: evitar ideias
É o esforço do produtor do texto para atingir redundantes (repetições excessivas): elo de
seus objetivos ou intenções de fazer-se ligação / acabamento final.
compreender. A tirinha acima tem a intenção de • Princípio da Não Contradição: evitar ideias
entreter, divertir e criticar as pessoas que dizem contraditórias, como: A máscara não protege ninguém
que a máscara não protege contra a Covid. contra a Covid, por isso precisamos usá-la.
• Princípio da Continuidade Temática: o texto
2. Aceitabilidade deve seguir dentro do mesmo assunto.
É o esforço do interlocutor para entender o • Princípio da Progressão Semântica: inserir
sentido de um texto. Quando o assunto do texto informações novas para seguir o todo.
não é interessante para nós, não nos
esforçamos para entendê-lo. O texto em forma 7. Coesão
de tirinha é atrativo e estimula o leitor a lê-lo e a Diz respeito aos elementos que contribuem para
querer entendê-lo. o encadeamento do texto, auxiliando na
produção da coerência, que se refere à
3. Informatividade possibilidade de interpretá-lo. A coesão é o uso
É a progressão do texto por meio do acréscimo correto dos conectivos e articulação gramaticais
de novas informações. Na tirinha, as (preposições, conjunções, advérbios, locuções
informações são apresentadas em sequência o adverbiais, etc.), que permitem um
que faz com que o leitor fique atento a cada sequenciamento harmonioso das frases e dos
quadrinho para saber o que será dito pelo parágrafos de um texto. Na tirinha, foi utilizada a
personagem sobre a máscara. preposição “contra”, se ela fosse substituída pela
preposição “para”, haveria um problema de
4. Situacionalidade coesão:
É aquilo que sustenta a coerência de um texto
em função da situação em que é lido, dos “A máscara não protege ninguém para a Covid”.
modelos sociais de comunicação dos quais
Para que evitemos esses problemas, devemos No século 4 A.C, o filósofo grego Diógenes saiu
utilizar alguns mecanismos de coesão. às ruas de Atenas, com um lanterna na mão, à
Mecanismos de coesão procura de um homem honesto. No Brasil,
especialmente no Congresso Nacional, a palavra
• Referência: é o uso de elementos linguísticos probo, embora muito pronunciada, não se faz
ou extralinguísticos para se referir ao assunto tão presente. (probo sinônimo de honesto)
(referente). A referência pode ser realizada por
meio de antecipação (catáfora), retomada De todos os répteis, o mais violente é, sem
(anáfora) ou por comparação. Assim, ela pode dúvidas, o jacaré. (jacaré é hipônimo de répteis) –
ser pessoal (uso de pronomes pessoais e (répteis é o hiperônimo de jacaré)
possessivos), demonstrativa (uso de pronomes
demonstrativos e advérbios) e comparativa (uso
de comparações por meio de semelhanças: Infelizmente, não mais se vê com frequência,
nas matas nordestino, o canário-da-terra, hoje
Leda e Sérgio se casaram. Eles são os pais de esse pássaro está quase que extinção. (canário-
da-terra é hipônimo de pássaro) – (pássaro é
Júlia e Lara. (referência pessoal anafórica)
hiperônimo de canário-da-terra)
Escrevi todos os textos com exceção deste: o da
história da colonização africana. (referência Dicas para melhorar a coesão e coerência de seu texto
demonstrativa catafórica) 1. Use conjunções coordenativas (mas, também,
entretanto, ora…ora, portanto, porque)
Mais um mês igual aos outros… quente! 2. Use sinônimos para evitar repetições (no entanto =
(referência comparativa endofórica) porém)
3. Evite usar palavras muito complicadas para facilitar a
compreensão do texto
• Substituição: substitui um elemento por outro 4. Releia o parágrafo escrito
para evitar repetições: 5. Leia bastante e use o dicionário para adquirir
conhecimento e enriquecer seu vocabulário
Compramos dois refrigerantes a mais para levar, 6. Coloque-se no lugar do leitor e veja se seu texto está
você os quer? (O pronome oblíquo “os” substitui claro
“refrigerantes”)
ATIVIDADE
• Elipse: omissão de um componente textual,
seja ele frase, verbo ou nome: Questão 01
Gripado, penso entre espirros em como a
Maria faz o almoço e ao mesmo
palavra gripe nos chegou após uma série de
tempo conversa ao telefone com a amiga. (O
substantivo Maria foi omitido na segunda oração)
contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743
a epidemia de gripe que disseminou pela
• Conjunção: termo que liga duas orações de Europa, além do vírus propriamente dito, dois
modo a estabelecer uma relação de sentido vocábulos virais: o italiano influenza e o francês
(semântica) entre elas: mas, porém, ou, ora, e, grippe. O primeiro era um termo derivado do
nem, pois, portanto, porque, que, se, embora, latim medieval influentia, que significava
como, conforme, etc: “influência dos astros sobre os homens”. O
segundo era apenas a forma nominal do verbo
Ainda não encontraram os culpados pelo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse
vandalismo, mas Charlie sabe quem foi. (sentido referência ao modo violento como o vírus se
de oposição) apossa do organismo infectado.
RODRIGUES. S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov.
2011.
Eu vou se você for. (sentido de condição)

Ela estudava demais porque queria ser Para se entender o trecho como uma unidade de
professora. (sentido de explicação) sentido, é preciso que o leitor reconheça a
ligação entre seus elementos. Nesse texto, a
• Coesão Lexical: uso de palavras com sentido coesão é construída predominantemente pela
aproximado ou de mesmo campo lexical, como, retomada de um termo por outro e pelo uso da
sinônimos, hipônimos (nomes específicos) e elipse. O fragmento do texto em que há coesão
hiperônimos (nomes genéricos): por elipse do sujeito é:
a) “[…] a palavra gripe nos chegou após uma Questão 04
série de contágios entre línguas.” O humor da tirinha abaixo foi construído a partir
b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe de uma incoerência. Justifique essa afirmativa.
[…]”.
c) “O primeiro era um termo derivado do latim
medieval influentia, que significava ‘influência
dos astros sobre os homens’.”
d) “O segundo era apenas a forma nominal do
verbo gripper […]”.
e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo
violento como o vírus se apossa do organismo
infectado.”

Questão 02
O emprego do elemento sublinhado compromete
a coerência da frase em:
a) Cada época tem os adolescentes que Questão 04
merece, pois estes são influenciados pelos Reescreva o texto a seguir na ordem em que os
valores socialmente dominantes. períodos devem aparecer para que constituam
b) Os jovens perderam a capacidade de sonhar um texto coeso e coerente.
alto, por conseguinte alguns ainda resistem ao Elas não são mais feitas em locais precários, e
pragmatismo moderno. sim em grandes estúdios onde há cuidado com a
c) Nos tempos modernos, sonhar faz muita falta higiene.
ao adolescente, bem como alimentar a confiança As técnicas se refinaram: há mais cores
em sua própria capacidade criativa. disponíveis, os pigmentos são de melhor qualidade e
d) A menos que se mudem alguns paradigmas ferramentas como o laser tornaram bem mais
culturais, as gerações seguintes serão tão simples apagar uma tatuagem que já não se quer
mais.
conformistas quanto a atual.
Vão longe, enfim, os tempos em que o conceito
e) Há quem fique desanimado com os jovens de de tatuagem se resumia à velha âncora de
hoje, porquanto parece faltar-lhes a capacidade marinheiro.
de sonhar mais alto. Nos últimos dez ou quinze anos, fazer uma
tatuagem deixou de ser símbolo de rebeldia de um
Questão 03 estilo de vida marginal.
As placas abaixo apresentam problemas de (texto de Marcelo Marthe: Tatuagem com bobagem. Veja,
coerência. Quais princípios não foram levados 05 mar. 2008, p. 86
em consideração na produção delas? Justifique.

Sugestões de vídeoaulas
• coesão e coerência
https://www.youtube.com/watch?v=tar8ZPEgAZM&t=71s
• anáfora e catáfora
https://www.youtube.com/watch?v=iIQU2sb8GZU&t=16s
• hipônimo e hiperônimo
https://www.youtube.com/watch?v=Qy3JenHRi2Q

Você também pode gostar