Você está na página 1de 38

Instituto de Saúde Coletiva (ISC)

Depto Epidemiologia e Bioestatística

Disciplina: Epidemiologia II

AULA 4
Transição epidemiológica
2016-2

1
Transição epidemiológica no Brasil
Quem é quem? Ordene *.

Neoplasias ( )

Causas Externas ( )

Aparelho Circulatório ( )

Infecciosas e Parasitárias ( )

*Ordem

http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/o_brasil_em_transicao_ence_31mai14.pdf
Transição Epidemiológica
 Modificações dos padrões de morbidade, invalidez e morte

 Engloba três mudanças básicas:


 Substituição das doenças transmissíveis por doenças não transmissíveis e
causas externas;
 Deslocamento da maior carga de morbi-mortalidade dos grupos mais jovens
aos grupos mais idosos;
 Mudança de predomínio de mortalidade para morbidade
Transição epidemiológica
Mudanças nos padrões de saúde e doença das populações e às
interações entre estes padrões e os determinantes econômicos
demográficos e sociais.

Diminuição das taxas de mortalidade, principalmente da mortalidade


infantil, e o conseqüente aumento na expectativa de vida mudanças na
composição das principais causas de morte.

Progressiva redução daquelas doenças consideradas potencialmente


evitáveis, como as infecciosas as atribuíveis à desnutrição e aos problemas
relacionados ao parto enfermidades doenças cardiovasculares e as
neoplasias, passassem para um primeiro plano, nos países centrais.
A idéia de Transição Epidemiológica, elaborada a partir da observação das
modificações ocorridas no perfil de saúde de populações de países de
economia central, previa a substituição, como causas mais importantes de
mortalidade e morbidade, das doenças infecciosas por outras decorrentes de
difusão de certos estilos de vida e do envelhecimento da população (Omran,
1971).

Nessa perspectiva, o processo de modificação dos padrões de


adoecimento e morte ocorreria em estágios sucessivos acompanhando a
evolução de uma sociedade tradicional para uma sociedade moderna.
TENDÊNCIAS DEMOGRÁFICAS EM PAÍSES SELECIONADOS

clássico, ou ocidental- Estados


Unidos e países da Europa Ocidental

Acelerado- rápida e acentuada


queda da mortalidade e fertilidade, e
pela rápida inversão nas causas de
óbito. Japão

Adaptado de Omran, Abdel R. The epidemiologic Transition: a Theory of the Epidemiology of Population Change. The Milbank Memorial Fund
Quarterly, Vol 49, Nº 4, pp. 509-38. 1971
TENDÊNCIAS DEMOGRÁFICAS EM PAÍSES SELECIONADOS

Tardio - países subdesenvolvidos:


queda da mortalidade é mais lenta e
recente e não é seguida pela
diminuição da fertilidade;

-declínio da mortalidade por doenças


transmissíveis não é acompanhado
pela redução da incidência dessas
doenças;

-cresce a mortalidade e a por


doenças não transmissíveis;

-aumenta a mortalidade em homens,


jovens, por causas externas
(violência).

Adaptado de Omran, Abdel R. The epidemiologic Transition: a Theory of the Epidemiology of Population Change. The Milbank Memorial Fund
Quarterly, Vol 49, Nº 4, pp. 509-38. 1971
Outros autores discriminaram mais as etapas da transição
epidemiológica, incorporando padrões mais recentes:

Estágio 1- período das pragas e da fome: níveis de mortalidade e


fertilidade elevados. Predomínio de doenças infecto-contagiosas,
desnutrição e problemas de saúde reprodutiva. (Expectativa de vida
entre 20 e 40 anos)

Estágio 2- período do desaparecimento das pandemias: níveis de


mortalidade diminuem progressivamente; a queda da mortalidade se
acentua quando as epidemias tornam-se menos freqüentes ou
desaparecem. (Expectativa de vida entre 30 e 50 anos.) Neste estágio a
manutenção das taxas elevadas de fertilidade torna-se fundamental
para o crescimento populacional
Estágio 3- período das doenças degenerativas e provocadas pelo
comportamento individual: níveis de mortalidade em declínio, podendo tornar-se
estáveis em valores relativamente baixos. (Expectativa de vida entre 50 anos e 70
anos). Neste estágio a queda continuada das taxas de fertilidade resulta na
redução do crescimento populacional e no aumento da proporção de idosos.

Estágio 4- período do declínio da mortalidade por doenças cardiovasculares:


envelhecimento populacional, modificações no estilo de vida, doenças
emergentes e surgimento de novas doenças. ( Expectativa de vida entre 70 e 85
anos )

Estágio 5...
Estágio 5
• Convulsão social ou a guerra
• Período de longevidade rompe estruturas sociais e de
paradoxal, emergência de saúde existentes, levando a um
doenças ainda consideradas ressurgimento das condições
enigmáticas: capacitação observadas nas duas primeiras
tecnológica para assegurar a
atenção às necessidades
especiais de indivíduos com
X fases. Doenças da terceira e
quarta fases persistem. Esta fase
regressiva está associada a um
limitações permanentes, através aumento da mortalidade devido
de próteses químicas e físicas. tanto cardiovascular (CV) e não-
(Expectativa de vida acima de 85 CV, como doenças infecciosas,
anos de vida). violência e consequentemente
uma diminuição da esperança de
vida
Transição demográfica

Transição epidemiológica
Transição demográfica

• Mudanças na estrutura de uma população,


• refletindo sua dinâmica!
Dinâmica populacional
Dinâmica populacional: conceitos

O que indica o potencial de nascimentos de uma população?


Fecundidade: relaciona o no de nascidos vivos em dado tempo
com o no de mulheres em idade fértil -15 a 49 anos

O que indica o peso dos nascimentos de uma população


Natalidade: relaciona o no de nascidos vivos com a população total

O que indica o peso dos óbitos em uma população?


Mortalidade: relaciona o no de óbitos com a população total
Fórmulas
Fecundidade ou Taxa de Fecundidade Geral

Natalidade, Taxa Bruta de Natalidade ou Taxa Natalidade Geral


http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/o_brasil_em_transicao_ence_31mai14.pdf
http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/o_brasil_em_transicao_ence_31mai14.pdf
http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/o_brasil_em_transicao_ence_31mai14.pdf
http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/o_brasil_em_transicao_ence_31mai14.pdf
E como evoluiu, evoluirá a estrutura
etária no Brasil ?
Pirâmide etária . Censo Brasil 2010
1950 1980

Brasil
2000 2030

2060 2100
Esperança de Vida ao Nascer
• Número médio de anos que um indivíduo viverá a partir do
nascimento, considerando o nível e estrutura de mortalidade por
idade observados naquela população.
• Para o cálculo leva-se em consideração não apenas os riscos de
morte na primeira idade – mortalidade infantil -, mas para todo o
histórico de mortalidade de crianças, adolescentes, jovens, adultos e
idosos.
• É uma síntese da mortalidade ao longo de todo o ciclo de vida .
• Indicador empregado para mensurar as dimensões humanas no
índice de desenvolvimento.
http://brasilemsintese.ibge.gov.br/populacao/esperancas-de-vida-ao-nascer.html
Brasil: Esperança de vida ao nascer por UF - 1970 / 2002

1970 1991

1980 2002

< 51 anos 51 a 57 anos 58 a 63 anos 64 a 69 anos > 69 anos


Esperança de vida ao nascer: 1991, 2000, 2010

1991 2000

58,10 63,79
Brasil 1990 – 64,73 Brasil 2000– 68,61

73,86
68,87
2010 73,69

70,16

70,32

77,35

Brasil 2010– 73,94

76,61
Fonte: IPEA/PNUD/Fundação João Pinheiro
https://upload.wikimedi
a.org/wikipedia/commo
ns/b/b2/Comparison_ge
nder_life_expectancy_CI
A_factbook.svg

2016
Outras transições: de cor
Outras transições: nutricional
Exercício de reflexão – em grupos de 5 –
para discutirmos em sala

Vocês estarão no mercado de trabalho, considerando


que farão residência de 3 anos (acho imprescindível!)
em 2023…e em 2030…

O que esperar?
1. Cada grupo escolherá uma região do país, capital e interior (10 grupos)

2. Pelo que vc conhece da tua área, classifique o estágio de transição em que se


encontra (consulte o artigo, a aula e os slides adicionais)

3. Em 2030 estaremos na 5a fase da transição epidemiológica? Qual será ? (Slide 10).

4. Qual será o perfil de mortalidade na sua área? E dentro das cardiovasculares (slide
11)?

5. Qual será a expectativa de vida na sua região para homens e para mulheres?

6. Quais serão as maiores necessidades de atenção médica?


Informações adicionais: mortalidade
proporcional no Brasil 1998-2014
Brasil
1998 2014
Total Não transmissíveis 94.76 95.75
Doenças aparelho circulatório 27.5 27.7
...Doenças isquêmicas do coração 8.1 8.8
...Doenças cerebrovasculares 9.0 8.1
Neoplasias 11.9 16.5
Diabetes mellitus 3.0 4.7
Doenças crônicas das vias aéreas inferiores 3.6 3.4
Causas Externas 12.6 12.8
...Acidentes de transporte 3.3 3.7
Informações adicionais: Expectativa de vida
regiões brasileiras 2014
Informações adicionais: Mortalidade infantile
2014

Você também pode gostar