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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL

ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

ARTESANATO III

ARTESANATO COM
MADEIRA MACIÇA
RECICLÁVEL - UTILITÁRIOS
E DECORATIVOS
MARCHETARIA

“O SENAR-AR/SP está permanentemente


empenhado no aprimoramento profissional e
na promoção social, destacando-se a saúde
CONTRATO
do produtor e do trabalhador rural.”
FÁBIO MEIRELLES
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gestão 2020-2024

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

JOSÉ CANDEO SERGIO ANTONIO EXPRESSÃO


Vice-Presidente Diretor 2º Secretário

EDUARDO LUIZ BICUDO FERRARO MARIA LÚCIA FERREIRA


Vice-Presidente Diretor 3º Secretário

MARCIO ANTONIO VASSOLER LUIZ SUTTI


Vice-Presidente Diretor 1º Tesoureiro

TIRSO DE SALLES MEIRELLES PEDRO LUIZ OLIVIERI LUCCHESI


Vice-Presidente Diretor 2º Tesoureiro

ADRIANA MENEZES DA SILVA WALTER BATISTA SILVA


Diretor 1º Secretário Diretor 3º Tesoureiro

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL


ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONSELHO ADMINISTRATIVO

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

DANIEL KLÜPPEL CARRARA SUSSUMO HONDO


Representante da Administração Central Representante do Segmento das Classes Produtoras

ISAAC LEITE CYRO FERREIRA PENNA JUNIOR


Presidente da FETAESP Representante do Segmento das Classes Produtoras

MÁRIO ANTONIO DE MORAES BIRAL


Superintendente

SÉRGIO PERRONE RIBEIRO


Coordenador Geral Administrativo e Técnico
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

ARTESANATO COM MADEIRA


MACIÇA RECICLÁVEL -
UTILITÁRIOS E DECORATIVOS
MARCHETARIA

São Paulo - 2016


IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

SUPERVISÃO GERAL
Claudete Morandi Romano
Chefe da Divisão de Saúde, Promoção Social, Esporte e Lazer do SENAR-AR/SP

RESPONSÁVEIS TÉCNICOS
Célia dos Santos Moura
Isabela Pennella
Divisão de Saúde, Promoção Social, Esporte e Lazer do SENAR-AR/SP

AUTOR DIAGRAMAÇÃO
Aparecido Corsino Thais Junqueira Franco
Técnico contábil - Marcheteiro Diagramadora do SENAR-AR/SP

REVISÃO GRAMATICAL AGRADECIMENTOS


André Pomorski Lorente Sindicato Rural de Itaí
Sindicato Rural de Itapetininga
FOTOS Sindicato Rural de São Bento do Sapucaí

Oswaldo Maricato

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Carolina Malange Alves CRB-8/7281

Corsino, Aparecido
Artesanato com madeira maciça reciclável – utilitários
e decorativos : marchetaria / Aparecido Corsino. – São
Paulo : SENAR, 2016.
62 p. : il. color. ; 30 cm

Bibliografia
ISBN 978-85-99965-60-3

1. Artesanato 2. Marchetaria I. Corsino, Aparecido II. Título

CDD 745.512

Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer
processo, sem a expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.
Material impresso no SENAR-AR/SP

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO..............................................................................................................................................7

INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................8

CONFECÇÃO DE ARTEFATOS UTILITÁRIOS E DECORATIVOS COM MADEIRA MACIÇA RECICLÁVEL.8

I. PREPARAR O LOCAL DE TRABALHO................................................................................................. 10

II. REUNIR O MATERIAL............................................................................................................................ 10

III. COLETAR E ADQUIRIR A MADEIRA..................................................................................................... 12

IV. LIMPAR A MADEIRA .............................................................................................................................. 13

V. SELECIONAR A MADEIRA .................................................................................................................... 14

VI. ARMAZENAR A MADEIRA..................................................................................................................... 14

VII. PREPARAR-SE PARA A EXECUÇÃO DAS TÉCNICAS, GARANTINDO A SEGURANÇA.................. 15

VIII. EXECUTAR A TÉCNICA DA MARCHETARIA........................................................................................ 16

IX. EXECUTAR A TÉCNICA DA MARCHETARIA COM MADEIRA EMBUTIDA ........................................ 43

X. EXECUTAR O MOSAICO........................................................................................................................ 55

XI. LIMPAR O LOCAL .................................................................................................................................. 59

XII. COMERCIALIZAR A PRODUÇÃO.......................................................................................................... 59

BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................................62

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 5


APRESENTAÇÃO

O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL – SENAR, criado em 23 de
dezembro de 1991, pela Lei n.º 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos,
teve a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.

Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São


Paulo – FAESP, o SENAR-AR/SP tem como objetivo organizar, administrar e executar, em
todo o Estado de São Paulo, o ensino de Formação Profissional e de Promoção Social
Rurais dos pequenos produtores, trabalhadores rurais e seus familiares que atuam na
produção primária de origem animal e vegetal, na agroindústria, no extrativismo, no apoio
e na prestação de serviços rurais.

A Divisão de Saúde, Promoção Social, Esporte e Lazer do SENAR-AR/SP, com o intuito


de contribuir para a melhoria da qualidade das atividades desenvolvidas, apresenta esta
cartilha relacionada à linha de ação Artesanato.

As atividades da linha de ação Artesanato da Promoção Social do SENAR/AR-SP têm


por finalidade a produção artesanal de objetos úteis, artísticos e decorativos, utilizando
matéria-prima disponível na região. O Artesanato rural deve contribuir para a preservação e
divulgação das expressões culturais regionais. Pode ou não ter fim comercial, estimulando
a organização de grupos.

As atividades relacionadas a esta área tem caráter educativo e preventivo e apresenta


informações básicas sobre a extração e coleta da matéria-prima, respeitando a legislação
ambiental, buscando a produção artesanal com sustentabilidade.

As cartilhas são recursos instrucionais de extrema relevância para o processo de Promoção


Social e, seguindo metodologia própria, constituem um reforço para o conhecimento
adquirido pela família rural nas atividades promovidas pelo SENAR-AR/SP em todo o
Estado.

Fábio de Salles Meirelles


Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

“PLANTE, CULTIVE E COLHA A PAZ”

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INTRODUÇÃO

Nesta cartilha, são descritas algumas técnicas artesanais para a confecção de artefatos
utilitários e decorativos utilizando como matéria-prima a madeira maciça reciclável.

Mesmo considerando a técnica descrita e suas respectivas peças, pode-se obter objetos
diferenciados feitos com essa matéria-prima, variando de artesão para artesão, conforme
sua criatividade.

Contém informações sobre o preparo do local, a obtenção, o preparo, o tratamento e o


armazenamento da madeira, execução da técnica e acabamento, além de noções de
comercialização.

Trata, também, dos cuidados necessários para evitar acidentes e ainda informa sobre os
aspectos de preservação do meio ambiente e assuntos que possam interferir na melhoria
da qualidade dos artefatos produzidos.

CONFECÇÃO DE ARTEFATOS UTILITÁRIOS E


DECORATIVOS COM MADEIRA MACIÇA RECICLÁVEL

No meio rural, a atividade artesanal faz parte do cotidiano das pessoas. São confeccionados
artefatos de utilidade doméstica e/ou para a lida rural, ou ainda objetos para decoração,
utilizando, muitas vezes, matéria-prima obtida na natureza. O artesanato rural proporciona
renda extra no orçamento familiar do homem do campo. É desenvolvido de forma sustentável,
com vistas à preservação ambiental, e permite a difusão cultural. Com o advento da atividade
de Turismo Rural, o artesanato rural ganhou destaque na confecção de peças, promovendo
a cultura e a tradição locais.

As peças artesanais possuem diversos elementos de arte. Ao ser confeccionado, cada novo
objeto é recriado, dependendo das condições do material a trabalhar e dos instrumentos
empregados. Cada nova forma surge como recriação, com o toque pessoal do artesão.

Nesta cartilha, a matéria-prima é a madeira maciça reciclável, muito comum de se encontrar


e que pode ser aproveitada para o artesanato rural.

A Marchetaria, ou marqueteria (do francês marqueter, que significa embutir), é a arte ou


técnica de ornamentar as superfícies planas de móveis, painéis, pisos, tetos, através da
aplicação de materiais diversos, tais como: madeira, metais, madrepérola, pedras, plásticos,
marfim e chifres de animais, tendo como principal suporte a madeira. De acordo com a
técnica utilizada pode-se construir objetos tridimensionais, esculturas, utilitários, joias, etc.

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Essa técnica tem sido utilizada há muito tempo, sendo que o objeto embutido mais antigo é
uma bacia de pedra calcária da Mesopotâmia, datada por volta de 3000 a.C.

Há registros históricos dessa técnica na época do Egito antigo, nos túmulos dos reis, com
embutimento de pedras preciosas.

Com o passar do tempo, foram criadas novas técnicas como a tarsia certosina, que consiste
no recorte de elementos do material a ser utilizado (pedra, madeira, metal, etc.) e a posterior
incrustação nas cavidades abertas nas superfícies maciças com o auxílio de formões ou
ferramentas similares; e a tarsia geométrica (revestimentos).

As técnicas de corte evoluíram, possibilitando detalhes cada vez mais minuciosos, surgindo
a tarsia a incastro, que consiste no recorte simultâneo das partes a serem montadas.

Há vários tipos de marchetaria:

• Tarsia a toppo ou marquetery a bloc - Marchetaria maciça, utilizada na fabricação de


utilitários, bijuteria, filetes decorativos, esculturas.

• Tarsia geométrica - Recorte de motivos geométricos para revestimento de móveis, lambris,


caixas, painéis internos, mesas, cadeiras.

• Marqueterie de paille - Marchetaria de palha (folhas de plantas desidratadas). Revestimento


de móveis, lambris, caixas, painéis internos, mesas, cadeiras.

• Tarsia a incastro ou technique Boulle - Recorte simultâneo das partes a serem montadas.
Revestimento de móveis, lambris, caixas, painéis internos, mesas, cadeiras.

• Procéde classique ou element par element - Recorte separado das partes a serem
montadas.

A marchetaria pode ser utilizada também para a criação de objetos utilitários, bijuteria,
reciclagem de móveis, painéis para decoração, quadros, esculturas e restaurações em geral.

Vale ressaltar que, mesmo considerando uma idêntica técnica, é comum existirem maneiras
diferenciadas de se confeccionar as peças, as quais variam de artesão para artesão, podendo
conduzir ao mesmo resultado, com o mesmo nível de qualidade. Além disso, cada pessoa
deve explorar, ao máximo, a sua criatividade.

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I. PREPARAR O LOCAL DE TRABALHO

O local para o preparo das peças deve ser amplo,


bem iluminado, com boa ventilação e chão plano. São
necessárias mesas para dispor os materiais que serão
utilizados, mesa para o maquinário, mesa para a execução
das atividades e cadeiras.

Procure manter o local sempre limpo e organizado, para


facilitar o trabalho.

II. REUNIR MATERIAL

Para este artesanato é utilizada madeira maciça reciclável, bem como os seguintes
equipamentos e utensílios:

• Alicate de corte e de bico

• Avental de couro

• Broca 10

• Cadeiras

• Camara de ar de vários tamanhos (carro,


moto, passeio)

• Cera incolor

• Cola branca (rótulo azul extra)

• Cola de contato

• Detergente

• Dobradiça 1 polegada

• Estilete

• Fecho 2 polegadas

• Fita crepe
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• Furadeira

• Lápis comum

• Lixa nº 50 para madeira

• Lixa nº 60 para madeira

• Lixa nº 120 para madeira

• Lixa nº 220 para madeira

• Lixa nº 320 para madeira

• Lixadeira combinada de bancada (para meia esquadria)

• Madeira maciça (várias qualidades e tamanhos)

• Martelo pequeno

• Máscara bico de papagaio (respirador descartável)

• MDF: 50 x 50 - 3 mm

• MDF: 50 x 50 - 5 mm

• Mesas

• Óculos de proteção

• Pano de algodão para limpeza

• Pincel largo cerdas duras 1 polegada

• Pincel nº 4 (cerdas duras para passar a cola nas esquadrias)

• Prego 6x6 com cabeça

• Régua

• Seladora concentrada

• Serra circular de bancada

• Tacha niquelada 0,60-18.AMFN

• Tesoura

• Tíner

• Trena

• Veludo para revestimento

• Vidro com tampa pequeno

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III. COLETAR E ADQUIRIR A MADEIRA

1. PREPARE-SE PARA A ATIVIDADE, GARANTINDO A SEGURANÇA

1.1. Utilize calça comprida, botas ou tênis e luvas


durante a coleta das madeiras

Precaução: A utilização desse vestuário durante a


coleta da madeira evita acidentes e ferimentos.

2. COLETE A MADEIRA

As madeiras utilizadas nas técnicas de marchetaria apresentadas são madeiras maciças


recicláveis, advindas do descarte de marcenarias, fábricas de móveis, lixões e construções,
sendo sua utilização ecologicamente correta.

Atenção: As madeiras que são coletadas podem ser de qualquer tamanho, cor ou forma,
com ou sem defeitos, sujas ou limpas, desde que sejam maciças.

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IV. LIMPAR A MADEIRA

Na maioria das vezes as matérias-primas quando advindas de marcenaria ou indústria de


móveis, estão limpas e adequadas para serem utilizadas.

Porém, aquelas que são encontradas nas ruas ou lixões podem estar sujas e apresentar
incrustações, necessitando de limpeza.

1. FAÇA A LIMPEZA DA MADEIRA

1.1. Raspe a madeira coletada em lixões


e nas ruas com o auxílio de uma espátula
ou outro pedaço de madeira

1.2. Retire o prego com auxílio de um martelo

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V. SELECIONAR A MADEIRA

Na coleta da matéria-prima, encontram-se


madeiras de diversos tipos e características,
com variações de cor, veio, rigidez, tais
como: cedrinho, imbuia, peroba garapeira,
pinos, eucalipto, anjico preto, ipê roxo,
jatobá, castanheira, cacheta entre outras.

1. S E PA R E A M A D E I R A P O R
TAMANHO

2. AGRUPE EM MONTES

VI. ARMAZENAR A MADEIRA

1. FAÇA MONTES COM A MADEIRA 3. COLOQUE OS PEDAÇOS MAIORES


SELECIONADA EM PÉ

2. GUARDE OS PEDAÇOS PEQUENOS 4. GUARDE A MADEIRA EM LOCAL


EM CAIXAS SECO, DE PREFERÊNCIA
COBERTO, PROTEGIDO DA CHUVA
E DA EXPOSIÇÃO AO SOL

Atenção: É importante armazenar as madeiras em pé para evitar que se danifiquem em


contato com superfícies úmidas.

Atenção: Quando a madeira for armazenada deitada, é necessário calçá-la com outra
madeira, evitando que empene.

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VII. PREPARAR-SE PARA A EXECUÇÃO DAS
TÉCNICAS, GARANTINDO A SEGURANÇA

1. RETIRE AS JOIAS, BIJUTERIAS, 2. USE ROUPAS DE MANGAS CURTAS


RELÓGIOS, ALIANÇAS E
ACESSÓRIOS
Precaução: Para o manuseio de máquinas de corte o ideal é que se evite qualquer objeto
no corpo que possa enroscar na máquina e causar acidentes.

3. CORTE AS UNHAS

Atenção: Por se tratar de peças finas que exigem firmeza, destreza e leveza no manusear,
unhas compridas podem atrapalhar o desenvolvimento da atividade

4. CALCE SAPATOS FECHADOS 5. UTILIZE ÓCULOS DE PROTEÇÃO E


MÁSCARA SEMPRE QUE USAR OS
Precaução: Para a manipulação com EQUIPAMENTOS
materiais perfurocortantes e madeiras,
é aconselhável a utilização de calçados
fechados a fim de evitar acidentes.

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VIII. EXECUTAR A TÉCNICA DA MARCHETARIA

Essa técnica consiste no corte de vários pedaços de madeira e na sua composição e colagem
formando desenhos, de acordo com os veios da madeira. Para ilustrar essa técnica, são
descritos os passos para a confecção de uma caixa.

1. CONFECCIONE A CAIXA

1.1. Corte as madeiras para a base da caixa

1.1.1. Regule a serra circular na espessura 1.1.2. Ligue a serra circular


de 12mm

Atenção: A espessura de 12mm é definida


como padrão para facilitar a montagem da
caixa ou de qualquer outra peça.

1.1.3. Corte, passando levemente a madeira 1.1.4. Regule a serra circular na altura
pela serra, com apoio do protetor ou de desejada para a lateral da caixa
outra madeira
1.1.5. Corte, passando levemente a madeira
Precaução: O uso do protetor ou de outra pela serra, com apoio do protetor ou de
madeira previne acidentes e ferimentos. outra madeira

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1.1.6. Meça o comprimento desejado para a base da caixa

1.1.7. Corte no local marcado, passando 1.2. Lixe as partes que compõem a base
levemente a madeira pela serra, com da caixa
apoio do protetor ou de outra madeira
1.2.1. Escolha a parte da peça sem defeitos
para a parte externa da caixa.

Atenção: Caso haja imperfeições na


madeira, reserve-a para a parte interna da
caixa.

1.2.2. Ligue a lixadeira 1.2.3. Lixe o lado defeituoso da peça,


conforme a necessidade que apresente,
Precaução: Ao manusear equipamentos, com movimentos suaves de vai e vem
ferramentas elétricas ou perfurocortantes
deve-se ter cuidado para evitar acidentes. Atenção: Faça movimentos leves para
evitar que a peça se danifique.

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1.2.4. Verifique, com as mãos, se a peça 1.3. Faça a meia esquadria
está lisa
1.3.1. Regule a esquadria para 45º

1.3.2. Encaixe a esquadria regulada na lixadeira

1.3.3. Leve a peça à lixadeira com a face


interna voltada para a frente

1.3.4. Ligue a lixadeira

1.3.5. Lixe a peça fazendo movimentos de vai e vem até obter a meia esquadria (formar o
ângulo de 45º)

Atenção: O movimento de vai e vem é necessário para evitar que a madeira queime.

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1.3.6. Vire a peça 1.4. Una as partes formando a base da
caixa
1.3.7. Repita os passos 1.3.3. a 1.3.5. nos
dois lados da peça 1.4.1. Passe a cola com auxílio do pincel
nas esquadrias das peças
1.3.8. Repita os passos 1.10.3. a 1.10.7.
nas quatro peças

1.4.2. Una as peças nas partes com cola, formando a base

1.4.3. Faça pressão com as mãos nos quatro cantos da peça por aproximadamente 15
segundos

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1.4.4. Passe a borracha em torno da peça

1.4.5. Retire, com os dedos, o excesso de 1.4.6. Deixe secar por aproximadamente
cola das laterais na parte interna e externa 15 minutos

Atenção: Para evitar que a cola suje as Atenção: Para acelerar o processo de
peças, lave e seque as mãos em pano secagem, a peça pode ser exposta ao sol.
limpo.

1.5. Faça a montagem de topo

Outra forma de montar a base da caixa é


o encaixe em topo, ou seja, ao invés dos
cantos serem lixados em ângulo de 45º, eles
serão colados em ângulo reto (90º).

1.5.1. Regule a esquadria para 0º

1.5.2. Encaixe a esquadria na lixadeira

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1.5.3. Ligue a lixadeira 1.5.5. Faça movimentos leves de vai e vem

1.5.4. Leve a madeira até a lixa Atenção: Este procedimento deixa a peça
reta, facilitando a colagem, evitando que
Precaução: Ao manusear equipamentos, defeitos apareçam no produto final.
ferramentas elétricas ou perfurocortantes
deve-se ter cuidado para evitar acidentes. 1.5.6. Vire a peça

1.5.7. Faça o mesmo procedimento nas


duas pontas das peças

1.5.8. Monte as peças para a colagem de 1.5.9. Passe a cola com auxílio de um pincel
topo

1.5.10. Junte as peças fazendo pressão 1.5.11. Amarre com borracha


com as mãos
1.5.12. Deixe secar por 15 minutos

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1.6. Confeccione a tampa da caixa

1.6.1. Corte as madeiras para a tampa

1.6.1.1. Regule a máquina na espessura


de 12 mm

1.6.1.2. Corte a madeira no sentido transversal, passando-a levemente pela serra, com apoio
do protetor ou de outra madeira

Atenção: O corte transversal mostra os veios da madeira, permitindo a combinação de


diversos padrões, conferindo beleza à peça.

Precaução: Ao manusear equipamentos, ferramentas elétricas ou perfurocortantes deve-se


ter cuidado para evitar acidentes.

1.6.1.3. Corte as peças na quantidade 1.6.1.4. Corte sarrafos de 12mm x 12mm de


necessária para a fabricação da tampa espessura de várias qualidades, caso seja
(conforme o tamanho da caixa) necessário aumentar a tampa

Atenção: O tamanho da madeira que será


cortada deve estar de acordo com madeira
disponível e com os veios que apresentar.

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1.6.2. Disponha todas as peças cortadas 1.6.3. Forme desenhos conforme os veios
sobre a mesa da madeira

Atenção: Os desenhos dos veios mudam conforme a madeira e sua criatividade.

1.6.4. Coloque-as sobre uma base a fim de 1.6.5. Lixe a parte central das peças, as
visualizar o trabalho quais serão coladas
Atenção: É importante que sejam lixadas para que não fiquem vãos entre uma peça e outra.

Precaução: Ao manusear equipamentos, ferramentas elétricas ou perfurocortantes deve-se


ter cuidado para evitar acidentes.

1.6.6. Passe a cola na parte lixada com


auxílio de um pincel

1.6.7. Una as peças pressionando com as mãos

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1.6.8. Passe o elástico em volta das duas peças

1.6.9. Deixe secar por 15 minutos aproximadamente

1.6.10. Siga o mesmo processo para todas 1.6.11. Retire as borrachas


as peças

1.6.12. Lixe a lateral que será colada 1.6.13. Passe cola na lateral seguindo o
desenho escolhido

1.6.14. Junte todas as peças formando uma


parte da base da tampa

1.6.15. Segure firmemente as peças

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1.6.16 Passe o elástico 1.6.17. Repita os passos para as outras
peças
Atenção: Esta etapa evita que o desenho
desalinhe. 1.6.18. Deixe secar por aproximadamente
15 minutos

1.6.19. Retire o elástico 1.6.20. Lixe todas as laterais que serão


coladas levemente

Atenção: É importante que as peças fiquem no esquadro, mantendo o padrão da peça.

1.6.21. Cole as laterais

1.6..22. Prenda com elástico

Atenção: Caso seja necessário, pode-se


utilizar um peso sobre a peça a fim de que
se mantenha nivelada.

1.6.23. Deixe secar por 15 minutos

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1.6.24. Tire o elástico da base da caixa 1.6.25. Tire o elástico da tampa

1.6.26. Verifique a medida da tampa em


relação à base

1.6.27. Lixe os lados da tampa, para que fique no esquadro

Atenção: Caso o tamanho da tampa seja inferior à base, embuta sarrafos até conseguir o
tamanho desejado.

1.6.28. Preencha os espaços com ripas

1.6.29. Corte onde for necessário, fazendo


as marcas com um lápis

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1.6.30. Cole

1.6.31. Prenda com tiras de borracha 1.6.33. Lixe as pontas

1.6.32. Deixe secar por 15 minutos

1.6.34. Retire as borrachas 1.6.35. Passe cola nas laterais

1.6.36. Preencha as laterais com ripas

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1.6.37. Cole, fazendo pressão com as mãos

1.6.38. Prenda com tiras de borracha

1.6.39. Deixe secar por 15 minutos

1.6.40. Retire as borrachas 1.6.41. Serre as ripas, deixando a tampa


uniforme
Precaução: Ao manusear equipamentos, ferramentas elétricas ou perfurocortantes deve-se
ter cuidado para evitar acidentes.

1.6.42. Lixe a parte interna da tampa, com movimentos de vai e vem, até que fique totalmente
lisa

1.6.43. Verifique se a tampa está nivelada 1.6.44 Passe a cola no lado da base da
em relação à base tampa com pincel

Atenção: A quantidade de cola utilizada


deve ser mínima, evitando que a peça se
suje.

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1.6.45. Centralize os detalhes dos desenhos sobre a base

1.6.46. Cole a tampa na base, pressionando 1.6.47. Retire o excesso de cola com os
com as mãos dedos

1.6.48. Coloque um peso sobre a peça, a


fim de que fique nivelada

1.6.49. Deixe secar, no mínimo, por 12 horas

1.6.50. Lixe os cinco lados da caixa

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1.6.51. Dê acabamento arredondado, se 1.6.52. Verifique se a peça está lisa
desejar

1.6.53. Meça a altura da tampa que deseja 1.6.54. Regule a altura da serra em 12mm
cortar

Atenção: Neste exemplo, para fins didáticos,


a altura é estipulada em 3cm.

1.6.55. Regule a espessura da serra para cortar a tampa (3cm)

1.6.56. Recorte os quatro lados da tampa da caixa, segurando de maneira firme

1.6.57. Nivele a base e a tampa na lixadeira

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1.6.58. Lixe a borda da caixa com a lixa nº 1.6.59. Lixe a tampa da caixa com a lixa
120 nº 120

Atenção: Pode-se usar um pedaço de madeira como suporte para facilitar o trabalho de
lixagem.

1.6.60. Lixe a borda da caixa com a lixa nº 1.6.61. Lixe a tampa da caixa com a lixa
220 nº 220

1.7. Faça o fundo da caixa 1.7.2. Transfira as medidas para uma chapa
de MDF
1.7.1. Meça o lado interno da caixa com
auxílio de uma trena

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1.7.3. Corte a chapa de MDF na serra 1.7.4. Acerte a medida na lixadeira
circular, deixando uma sobra

1.7.5. Coloque a chapa de MDF no fundo 1.7.7. Acerte na lixadeira


da caixa

1.7.6. Verifique se o encaixe está correto

1.7.8. Verifique novamente 1.7.10. Cole o fundo da caixa

1.7.9. Lixe até que o encaixe seja feito 1.7.10.1. Passe cola na borda da chapa
de MDF

1.7.10.2. Encaixe na base da caixa

1.7.10.3. Faça o ajuste com as mãos

1.7.10.4. Deixe secar por 15 minutos

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1.8. Sele as partes 1.8.2. Prepare a seladora, misturando com
tíner, até alcançar a espessura desejada
1.8.1. Limpe com um pano seco toda a peça

1.8.3. Passe a seladora na tampa, por 1.8.4. Lixe toda a peça com lixa nº 120
dentro e por fora, com um pano seco limpo,
em sentido único, na direção do seu corpo 1.8.5. Lixe toda a peça com lixa nº 220

1.8.6. Passe um pano seco limpo

1.8.7. Passe a seladora, com um pano seco limpo, em sentido único, na direção do seu corpo

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1.9. Forre o fundo da parte interna da caixa

1.9.1. Meça a parte interna da caixa

1.9.2. Transfira as medidas para o veludo

1.9.3. Corte o veludo com a tesoura 1.9.4. Espalhe uma camada fina de cola de
contato no fundo da caixa
Atenção: A cola deve ser espalhada pelo fundo da caixa apenas, devendo-se evitar sujar
as laterais e perder a qualidade da peça.

1.9.5. Acomode primeiramente o veludo


em uma extremidade, pressionando com
os dedos

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1.9.6. Vá acomodando o veludo, alisando 1.9.7. Retire o excesso de veludo com
com os dedos estilete, se necessário

1.10. Forre o fundo da parte externa da 1.10.2. Coloque a caixa sobre o veludo
caixa

1.10.1. Passe uma camada fina de cola de


contato no fundo da caixa, com auxílio de
pincel ou cunha de madeira

1.10.3. Vire a caixa 1.10.5. Corte o veludo, passando levemente


a lixa pelas bordas
1.10.4. Alise com as mãos

1.11. Coloque a dobradiça

1.11.1. Corte 4 pedaços de fita crepe de


aproximadamente 8 cm e 1 pedaço de 30
cm

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1.11.2. Una a tampa da caixa com a base 1.11.4. Passe a fita crepe de 30 cm em volta
do lado correto da caixa pelo meio

1.11.3. Passe a fita crepe nos 4 cantos da 1.11.5. Escolha o lado para a dobradiça
caixa
Atenção: O lado para a colocação das
Atenção: Este procedimento é para que dobradiças deve ser aquele que apresente
as quinas da caixa e da tampa estejam algum defeito, deixando o lado sem defeitos
alinhadas, para a colocação correta da para ser a frente do trabalho.
dobradiça.

1.11.6. Meça a distância que deseja para


que sejam colocadas as dobradiças

Atenção: A distância entre a dobradiça e a


lateral depende do tamanho da peça.

1.11.7. Coloque a dobradiça sobre a caixa

1.11.8. Marque os locais para os furos da 1.11.9. Repita o procedimento para o outro
dobradiça, com o lápis lado

1.11.10. Bata levemente um prego fino nos


locais marcados, para facilitar a fixação da
dobradiça

36 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


1.11.11. Pregue as duas dobradiças, batendo suavemente

1.12. Coloque o fecho 1.12.2. Encontre o centro da caixa, com


auxílio da trena
1.12.1. Retire a fita crepe do centro
1.12.3. Marque o centro com o lápis,
levemente

1.12.4. Centralize a parte superior do fecho 1.12.5. Marque os furos com lápis
em cima do risco (meio da caixa)

1.12.6. Fure levemente nos locais marcados 1.12.7. Fixe a parte superior do fecho com
para facilitar a entrada da tacha (demarcar) leves batidas

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1.12.8. Encaixe o fecho de cima com o fecho 1.12.9. Faça as marcações do prego com
de baixo sem pregar (fechando a caixa) lápis

1.12.10. Fure levemente nos locais marcados 1.12.11. Pregue com batidas leves
para facilitar a entrada da tacha (demarcar)

1.12.12. Verifique se está fechando

1.12.13. Retire as fitas crepe

1.13. Encere a peça 1.13.2. Lustre com outro pano seco

1.13.1. Espalhe cera incolor com um pano


limpo e seco

38 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


1.14. Faça o quadriculado ou colmeia

Quadriculado ou colmeia trata-se da


divisória que é encaixada dentro do porta-
joias, dividindo o espaço interno.

1.14.1. Meça o comprimento, altura e


largura da parte interna da caixa

1.14.2. Regule a serra na medida da altura 1.14.3. Corte duas tiras de MDF da altura
da caixa da base interna

1.14.4. Marque a medida do comprimento 1.14.5. Corte uma tira do comprimento da


da caixa caixa

1.14.6. Marque a medida da largura da caixa 1.14.7. Corte duas tiras da largura da caixa

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1.14.8. Divida a tira maior em três partes 1.14.9. Divida a tira menor em duas partes

1.14.10. Divida cada tira ao meio, no sentido 1.14.11. Regule a serra na altura marcada
do comprimento nas tiras

Atenção: A serra irá cortar essa tira até a


marca do meio.

1.14.12. Serre as tiras

1.14.13. Encaixe as peças conforme a foto

40 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


1.14.14. Verifique se a peça se encaixa no
interior da caixa

1.14.15.Lixe até dar encaixe

Atenção: Caso a peça não tenha se


encaixado, lixe novamente.

1.14.16. Lixe as tiras para dar acabamento, 1.14.17. Passe uma camada fina de cola de
com a lixa nº 50 contato sobre as tiras

1.14.18. Coloque a tira sobre o veludo 1.14.19. Alise com as mãos

1.14.20. Deixe secar

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1.14.21. Corte o excesso de veludo das 1.14.22. Dê o acabamento com a lixa nº 50
laterais com a tesoura

1.14.23. Localize as fendas 1.14.25. Vire a peça

1.14.24. Corte com estilete 1.14.26. Corte as fendas com estilete

1.14.27. Retire as rebarbas com estilete 1.14.28. Encaixe as tiras, formando uma
colmeia

1.14.29. Coloque na caixa

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IX. EXECUTAR A TÉCNICA DA MARCHETARIA
COM MADEIRA EMBUTIDA
Essa técnica consiste em fazer sulcos na madeira para embutir pedaços de madeira de
outra cor, formando desenhos. Para ilustrar essa técnica, são descritos os passos para a
confecção de um porta-lápis e papéis.

1. CONFECCIONE O PORTA-LÁPIS E PAPÉIS

1.1. Corte a base do porta-lápis e papéis

1.1.1. Verifique se o comprimento da


madeira é de 23 cm

1.1.2. Verifique se a largura da madeira é


de 9 cm

1.1.3. Marque a madeira com o lápis, 1.1.4. Regule a serra na medida de 9 cm


obtendo 9 cm de largura

1.1.5. Corte a madeira no local marcado 1.1.6. Regule a serra para 2,5 cm

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1.1.7. Corte a madeira na espessura
marcada de 2,5 cm

1.2. Corte o suporte do porta papel

1.2.1. Meça a madeira: 13cm x 2,5 cm x 9cm

1.2.2. Regule a serra nas medidas acima 1.2.3. Corte

1.3. Faça sulcos na base do porta-lápis e papéis

1.3.1. Faça 5 sulcos na base, com 5 mm de profundidade e espaço de 1 cm entre eles

Atenção: Para alcançar a medida de 5 mm é necessário fazer testes em outra madeira.

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1.4. Faça sulcos na base do porta-papéis

1.4.1. Faça 2 sulcos na base, com 5 mm de profundidade e espaço de 1 cm entre eles

Atenção: Para alcançar a medida de 5 mm é necessário fazer testes em outra madeira.

1.5. Faça a fenda no porta-papéis 1.5.2. Regule a serra com 4,5 cm de altura

1.5.1. Regule a serra com 13 mm de


espessura

1.5.3. Passe a madeira do porta-papéis até 1.5.5. Corte


o fim

1.5.4. Vire a peça

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1.5.6. Repita o procedimento, sempre 1.6. Arredonde as bordas do porta-papéis
regulando a serra, até que o vão fique livre
1.6.1. Encontre o centro com o auxílio da
trena

1.6.2. Marque 2cm nas laterais

1.6.3. Lixe a peça, do centro à lateral, até obter a curva desejada

1.7. Corte a base do porta-canetas na 1.7.2. Coloque a madeira no esquadro


medida desejada, seguindo a mesma
espessura do porta-papéis

1.7.1. Verifique se a madeira está no


esquadro
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1.7.3. Corte 1.7.4. Marque as medidas desejadas para
o porta-canetas

1.7.5. Regule a serra na medida marcada

1.7.6. Corte

Precaução: Sempre corte primeiro a parte


maior da madeira, evitando acidentes.

1.7.7. Marque a medida do comprimento do 1.7.8. Corte


porta-canetas

1.7.9. Demarque o local dos furos 1.7.10. Fure

1.7.10.1. Faça furos com prego para servir


de guia para a furadeira

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1.7.10.2. Limite a broca em 2 cm

1.7.10.3. Fure com a furadeira

1.8. Embuta a madeira nos sulcos 1.8.1.3. Regule a serra com 7mm de altura

1.8.1. Corte as tiras de madeira 1.8.1.4. Corte as tiras com 7mm

1.8.1.1. Regule a serra em 5mm de Atenção: Deve-se escolher madeiras de


espessura tonalidades diferentes, para que se dê o
contraste com a base.
1.8.1.2. Corte tiras com 5mm de espessura

1.8.2. Deposite cola branca nos sulcos 1.8.3. Embuta as tiras de madeira nos sulcos

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1.8.4. Acomode as tiras de madeira utilizando
um pedaço de madeira e um martelo

1.8.5. Deixe secar por 15 minutos

1.8.6. Corte as sobras na serra, deixando 0,5cm de folga

1.8.7. Pegue as sobras

1.8.8. Passe cola nos sulcos do porta-papéis 1.8.9. Embuta as ripas que sobraram nos
sulcos do porta-papéis

1.8.10. Acomode as tiras de madeira


utilizando um pedaço de madeira e um
martelo

Atenção: Caso as ripas fiquem com uma


folga, prenda as extremidades com tiras de
borracha até que sequem.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 49


1.8.11. Prenda com borrachas, se 1.8.13. Corte as sobras na serra, deixando
necessário 0,5 cm de folga

1.8.12. Deixe secar

1.9. Lixe todas as partes da peça (base, 1.9.1. Passe o porta-papéis na lixadeira
porta-papéis e porta-canetas) levemente, com movimentos de vai e vem,
até que todas as partes se tornem únicas

1.9.2. Passe a base na lixadeira levemente, 1.9.3. Passe o porta-canetas na lixadeira,


com movimentos de vai e vem, até que com movimentos de vai e vem, até que
todas as partes se tornem únicas todas as partes se tornem únicas

1.9.4. Arredonde os cantos na lixadeira,


conforme desejar

Atenção: Como as mãos fazem pressão de


forma desigual, é necessário virar a peça
durante a lixagem, para que a superfície
fique plana.

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1.9.5 Lixe todas as partes da peça, manualmente, com a lixa nº 120, dando o acabamento

1.9.6. Lixe a parte interna do porta-papéis, forrando um pedaço de madeira com lixa nº 50
1.9.7. Lixe todas as partes da peça, manualmente, com a lixa nº 220, dando o acabamento

1.10. Sele todas as partes da peça

1.10.1. Dilua a seladora em tíner até


alcançar a espessura desejada

1.10.2. Passe a seladora em toda a peça, com um tira de pano limpo e seco, no sentido do
veio da madeira, em direção ao seu corpo

Atenção: Evite passar seladora na base da peça a ser colada, pois isso impede a ação da
cola.
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1.11. Lixe novamente as peças com lixa
nº 120

1.12. Lixe novamente as peças com lixa


nº 220

1.13. Esfregue com um pano seco,


tirando todo o pó

1.14. Dê uma segunda demão de seladora 1.16. Esfregue todas as peças com pano
em todas as peças em movimentos bruscos

1.15. Lixe com a lixa nº 320

1.17. Dê uma terceira demão de seladora


em todas as peças

1.18. Deixe secar 1.20. Forre o fundo da peça com veludo

1.19. Lustre com um pano seco 1.20.1. Passe uma camada fina de cola de
contato no fundo da peça, utilizando um
pincel ou um pedaço de madeira

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1.20.2. Coloque o veludo sobre a mesa 1.20.4. Alise o veludo com as mãos,
retirando as imperfeições
1.20.3. Coloque a peça sobre o veludo,
deixando 0,5 cm de sobra

1.20.5. Retire as sobras laterais, passando uma lixa nº 50 de cima para baixo

Atenção: Passar levemente para não riscar a peça.

1.21. Lixe, com a lixa nº 320, se for necessário

1.22. Passe uma última demão de seladora

1.23. Lustre novamente com um pano 1.24. Passe cera com um pano limpo e
seco

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1.25. Lustre com um pano seco 1.26. Monte a peça

1.26.1. Posicione o porta-lápis

1.26.2. Lixe a parte determinada para o 1.26.4. Passe cola branca com pincel
porta-lápis

1.26.3. Limpe com um pano seco

1.26.5. Cole no local marcado, fazendo leve 1.26.6. Deixe secar


pressão

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X. EXECUTAR O MOSAICO

Mosaico (ou arte musiva), é palavra de origem alemã, embora a técnica seja antiquíssima. É
um embutido de pequenas peças (tesselas) de pedra ou de outros materiais como plástico,
areia, papel,conchas ou madeiras, formando determinado mosaico. O objetivo do desenho
é preencher algum tipo de plano, como pisos e paredes.

Podem ser feitos porta-copos, bases, caixas diversas, quadros, porta-quadros e uma
infinidade de peças, utilizando-se as sobras de madeiras de diversos tamanhos, quantidades
e qualidades.

Para a criação de um mosaico é explorada principalmente a criatividade do executor, que


transforma as sobras de madeiras em arte de beleza singular.

1. CONFECCIONE O MOSAICO

1.1. Escolha uma peça de madeira para


ser o centro do seu mosaico

Atenção: Você pode iniciar o seu mosaico


com qualquer madeira, podendo começar
do centro ou de um dos cantos, conforme
desejar ou conforme a peça de madeira
permitir.

1.2. Pegue um pedaço de madeira que 1.3. Marque um dos lados, deixando
dê contraste alguns milímetros de sobra

1.4. Corte dois pedaços

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1.5. Passe cola branca nos lados que 1.6. Cole as peças fazendo pressão com
serão colados as mãos

1.7. Prenda com borrachas 1.9. Lixe

1.8. Deixe secar por 15 minutos

1.10. Escolha outro pedaço de madeira 1.13. Passe cola branca nos lados que
que se destaque na peça serão colados

1.11. Marque os pontos de corte

1.12. Corte dois pedaços

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1.14. Cole as peças fazendo pressão com 1.15. Prenda com borrachas
as mãos
1.16. Deixe secar 15 por minutos

1.17. Lixe 1.18. Regule a lixa em 45 graus

1.19. Lixe a peça, fazendo chanfrados


nos cantos

1.20. Cole pequenos pedaços de madeira

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1.21. Prenda com borrachas 1.23. Lixe a peça

1.22. Deixe secar 15 por minutos 1.24. Prossiga até alcançar o padrão e
tamanho desejados

1.25. Lixe toda a peça 1.26. Limpe com um pano limpo e seco

1.27. Passe seladora diluída em tíner 1.28. Lixe manualmente com lixa nº 120

1.29. Lixe manualmente com lixa nº 220

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XI. LIMPAR O LOCAL

Os materiais utilizados devem ser limpos


e guardados após o uso e o local deve ser
varrido, retirando-se os resíduos, colas,
restos de materiais e pó que ficaram sobre
as mesas, cadeiras e no chão.

XII. COMERCIALIZAR A PRODUÇÃO

1. CADASTRE-SE COMO ARTESÃO


No Estado de São Paulo, a Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades
(SUTACO) é a responsável por cadastrar os artesãos.
A Carteira de Identificação de Artesão é emitida após avaliar, classificar e quantificar o
artesanato produzido. Àquele que é cadastrado é permitida a utilização de serviços de
emissão de nota fiscal, cursos de qualificação e requalificação profissional, divulgação, apoio
à comercialização, exportação, consulta à biblioteca especializada, acesso ao microcrédito,
com financiamento do Banco do Povo, com juros de 1% ao mês e orientação técnica e jurídica.
Para fazer o cadastro, o artesão passa por uma entrevista e o seu trabalho é avaliado por
uma Comissão Técnica que classifica o produto, a matéria-prima e a produção.
O Artesão deve comparecer pessoalmente à entrevista levando:
- Carteira de Identidade - original e cópia;
- CPF - original e cópia;
- Comprovante de residência: conta de luz, de telefone ou envelope dos Correios com
carimbo - cópia;
- 1 (uma) fotografia 2x2 colorida, atual e sem uso.
Após a entrevista, é feita a avaliação do artesanato e um teste de confecção na presença da
Comissão Técnica da Sutaco. Portanto, o artesão também deve levar, no mínimo, 3 (três)
trabalhos de técnicas diferentes que se queira cadastrar e o material necessário para se
confeccionar 1 (uma) peça de cada técnica para o teste.
Caso não seja possível executar a técnica no local da entrevista, deve-se trazer peças
em três fases diferentes do processo de confecção, ou seja: uma no início, uma na fase
intermediária e uma na fase final. Contudo, o artesão deverá completar uma das fases na
presença da Comissão Técnica, preferencialmente.

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O artesão que pretende comercializar seu produto por intermédio da Sutaco deve entregar
junto à Seção de Comercialização e Exportação um portfólio com fotos do trabalho
desenvolvido e uma lista de preços para análise.

2. PESQUISE SOBRE O MERCADO CONSUMIDOR


Se há intenção de comercializar as peças artesanais, o primeiro passo é pesquisar se há
mercado consumidor.
Dessa forma, o conceito de comercialização começa com a existência de consumidores e
suas necessidades. No caso do artesanato, essas necessidades podem ser de produtos
decorativos ou utilitários para casa, ou de produtos para uso pessoal ou uso diário na lida
rural.

3. DEFINA O CUSTO DE CADA PEÇA


3.1. Faça uma lista de todos os materiais e produtos utilizados exclusivamente na
confecção da peça e seu respectivo preço de mercado, compondo uma planilha como
mostrado abaixo:

CUSTOS VARIÁVEIS

Unidade de
medida Quantidade Preço Unitário de VALOR TOTAL
Material
(kg, gramas, litro, (1) Mercado (2) (3)=(1) x (2)
unidade)
Tinta frasco 3 R$ 0,50 R$ 1,50
Refil de cola quente unidade 2 R$ 0,50 R$ 1,00
Goma laca frasco 1 R$ 1,00 R$ 1,00
Pincel 1 unidade 1 R$ 0,50 R$ 0,50
TOTAL R$ 4,00

A soma total da coluna (3) é o custo total do material utilizado na peça.

3.2. Considere o custo de transporte, embalagem, energia elétrica, gás, água, aluguel,
telefonia, impostos, etc. que devem ser somados ao custo inicial (obtido na coluna
3). Por exemplo:

CUSTOS FIXOS

Energia elétrica R$ 0,50


Transporte R$ 4,00
TOTAL R$ 4,50

3.3. Considere o valor do tempo gasto na confecção da peça. Apesar de ser difícil de
calcular, deve ser incluído no cálculo do custo, inclusive considerando a experiência
do artesão. Por exemplo:

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3.3.1. Determine um valor que deseja receber por mês, por exemplo: R$ 1.000,00
3.3.2. Divida este valor por 22 dias úteis: R$ 1.000,00 ÷ 22 = R$ 45,45
3.3.3. Divida o valor obtido por 8 horas de trabalho diário: R$ 45,45 ÷ 8 = R$ 5,68
3.3.4. Multiplique esse valor pelas horas trabalhadas para a produção da peça, por exemplo:
5 horas trabalhadas x R$ 5,68 = R$ 28,40
3.4. O custo da peça é o resultado da soma dos itens 3.1, 3.2, 3.3 = R$ 36,90 mais 50%
de margem de lucro = R$ 55,35
A porcentagem da margem de lucro pode variar, dependendo se o fornecimento de peças
é no atacado (menor margem de lucro) ou no varejo (maior margem de lucro).
3.5. Considere a qualidade da peça confeccionada em relação àquelas semelhantes
existentes no mercado.
3.6. Pesquise no mercado o preço de produtos similares, para serem usados como
referência na determinação do preço final de venda, não esquecendo que ele deve
ser competitivo.

4. ORGANIZE-SE EM GRUPOS COMUNITÁRIOS


A organização comunitária tem um papel importante na confecção e comercialização das
peças. Os artesãos podem se organizar em grupos de compra, de venda ou de produção,
podendo chegar até a formação de associações ou cooperativas.
Comprar em grupo é uma forma de organização por meio da qual se pode adquirir produtos,
ferramentas e outros materiais para serem usados de maneira coletiva, facilitando o acesso
de todos os envolvidos na produção artesanal.
Quando a compra é coletiva, a quantidade necessária aumenta; consequentemente, o custo
pode ser negociado, e o transporte da mercadoria adquirida tem custo reduzido.
O grupo de venda parte do mesmo princípio associativo, no qual as pessoas se organizam
para vender sua produção, de forma a conseguir o melhor preço de mercado possível e
formas de escoamento da produção.
A maior conquista desses grupos é quando conseguem eliminar o “atravessador”, fazendo
com que a produção artesanal chegue ao consumidor com preços mais acessíveis.
Organizando-se, os artesãos podem obter melhor acesso a cursos de aprimoramento,
podem atribuir uma marca que dê identidade aos seus produtos, além de, cada vez mais,
melhorar a qualidade dos artefatos.

5. DEFINA AS ESTRATÉGIAS DE VENDA


Os pontos de venda devem ser estrategicamente planejados levando-se em conta o perfil
do público, a localidade, a disposição dos produtos a serem comercializados e a época do
ano em função da matéria-prima.

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BIBLIOGRAFIA

ATIVIDADES da promoção social. 3. ed. atual. São Paulo: SENAR, 2005. 52 p.

ELABORAÇÃO de conteúdos programáticos das atividades da promoção social. 3. ed. atual.


Brasília: SENAR, 2005. 44 p.

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL. ADMINISTRAÇÃO CENTRAL.


Produção de cartilhas para a formação profissional rural e promoção social. 3. ed.
Brasília: SENAR, 2005. 80 p.

WIKIPÉDIA. Marchetaria. 2016. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Marchetaria>.


Acesso em: 08 ago. 2016.

WIKIPÉDIA. Mosaico. 2016. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mosaico>. Acesso


em: 08 ago. 2016.

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