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Tributos em Espécie
Roteiro de
Estudos
Autor: Dra. Thaís Helena Smilgys
Revisor: Esp. Larissa Gonçalves
o conceito de tributo;
as espécies tributárias: taxas, impostos, contribuição de melhoria, empréstimo
compulsório e contribuições especiais;
a Tributação sobre Propriedade e Transferência de Patrimônio;
a Tributação sobre Renda, Consumo e Industrialização;
a Tributação sobre Comércio Exterior e Operações Financeiras.
Introdução
Este roteiro de estudos abordará o tema dos Tributos em Espécie, elencando as principais
características que os distinguem de outras despesas do Estado. Conforme amplamente
debatido na doutrina, os tributos são submetidos a diversas classi cações. Vejamos os
exemplos apresentados na sequência.
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09/12/2020 Roteiro de Estudos
Neste roteiro, veremos como o tributo se classi ca quanto à sua espécie, uni cando os temas
pela natureza do fato gerador do tributo, isto é: tributação sobre propriedade e sua
transferência; tributação sobre renda; consumo e industrialização; e tributação sobre comércio
exterior e operações nanceiras.
Conceito de Tributo
O tributo é de nido pelo art. 3° do Código Tributário Nacional (CTN) como uma “prestação
pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada” (BRASIL, 1966, on-line). Assim, uma vez realizado o fato descrito na norma, ca o
contribuinte ou responsável obrigado a recolher o valor nanceiro. Um fato importante é que,
na de nição de tributo, não é necessário ter expressa função ou destinação para o valor
arrecadado. A de nição contida no art. 3° do CTN é composta, assim, de seis elementos:
a. prestação;
b. pecuniária ou valor que nela se possa exprimir, ou seja, necessariamente é obrigação em
dinheiro que pretende custear as atividades do Estado;
c. compulsória, quando o tributo decorre de lei e não da vontade das partes, como em um
contrato;
d. que não constitua sanção de ato ilícito, portanto é diferente de uma multa, por exemplo;
e. instituída em lei, por meio do respeito ao princípio da legalidade contido no art. 150 da
Constituição Federal;
f. cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: em respeito à lei, não
pode o agente scal, por liberalidade, deixar de recolher o tributo.
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LIVRO
Direito Tributário
Autor: Luís Eduardo Schoueri
Editora: Saraiva Educação
Ano: 2019
Comentário: O autor aborda mais profundamente a ideia de
tributo e da organização do Estado, além de fazer uma crítica
historicamente fundamentada acerca do surgimento do tributo
e de sua importância. Para este tópico, recomenda-se a leitura
das páginas 129 a 167.
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Finalmente, há a espécie das contribuições especiais, previstas tanto no art. 217 do CTN quanto
na CF, no art. 149:
Assim, sob o aspecto legal, podemos de nir cinco espécies reconhecidas como tributos na
legislação brasileira, analisadas a seguir.
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LIVRO
Direito Tributário
Autor: Luís Eduardo Schoueri
Editora: Saraiva Educação
Ano: 2019
Comentário: Nesta parte do livro, são abordadas as teorias
doutrinárias a respeito das diversas espécies tributárias e a
adoção da teoria comumente aceita. Também serão
discriminadas as diferenças básicas entre as diversas espécies
tributárias. Para este tópico, a leitura recomendada refere-se às
páginas 167 a 174.
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Impostos
A CF/88 estabelece, em seu art. 145, I, que a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão instituir impostos (BRASIL, 1988). Assim, cabe a cada um dos entes
federativos instituir impostos, de acordo com a repartição de competências estabelecida pela
CF/88. Muito embora a Constituição Federal faça menção à competência para instituição de
impostos, é o CTN que dispõe, no art. 16, a gura do imposto como “tributo cuja obrigação tem
por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal especí ca, relativa
ao contribuinte” (BRASIL, 1966, on-line).
Assim, segundo essa de nição legal, para que haja fato gerador, não é necessária a vinculação
da prestação a nenhum serviço especí co. É por essa razão que dizemos que o imposto é um
tributo não vinculado, porque independe, para sua cobrança, de qualquer atividade direta do
Estado em prol do contribuinte.
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Uma característica importante dos impostos é que o produto da arrecadação não está
vinculado a uma destinação especí ca. O art. 167, IV, CF/88 trata da não afetação dos impostos,
de forma que estes só podem ter destinação especí ca caso haja previsão constitucional para
isso. O texto constitucional elenca, também, as exceções à não afetação dos impostos (BRASIL,
1988). Bom lembrar que o art. 128, CTN, por exemplo, não foi recepcionado pela CF/88, pois
trazia destinação especí ca ao Imposto de Exportação que a CF/88 não prevê.
Os impostos, assim como todos os outros tributos, podem ser diretos ou indiretos. Direto é
aquele em que o sujeito passivo (contribuinte de direito) não tem a possibilidade de transferir
de forma automática e individualizada o ônus nanceiro a outro sujeito – por exemplo, o
Imposto de Renda. Indireto é aquele em que o sujeito passivo consegue transferir de forma
automática e individualizada o ônus econômico a outro sujeito – por exemplo, o consumidor
dos produtos e serviços, no caso do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS).
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Taxas
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Direito Tributário
Autor: Luís Eduardo Schoueri
Editora: Saraiva Educação
Ano: 2019
Comentário: O autor aborda, de forma mais profunda, a
justi cativa para a existência das taxas, discriminando que tipo
de serviço poderá ou não ser remunerado via taxa. Para este
tópico, a leitura recomendada refere-se às páginas 183 a 192.
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Contribuição de Melhoria
Falemos, então da terceira espécie de tributo, conceituada no art. 81 do CTN:
Dessa maneira, a contribuição de melhoria é um tributo que, tal como as taxas, é vinculado a
uma prestação de serviço pelo Estado: seu fato gerador é relacionado a uma atividade estatal
especí ca, relativa ao contribuinte, que, neste caso, deve ser uma valorização imobiliária
quando do custeio de obra pública. Em linhas gerais e esquematicamente, o fato gerador da
contribuição de melhoria é a realização de obra pública da qual decorra uma valorização
imobiliária. Este é o limite da cobrança de contribuição de melhoria: ela só pode ser instituída e
cobrada quando o poder público realizar uma obra que tenha por consequência uma
valorização do imóvel do contribuinte. As contribuições de melhoria podem ser instituídas por
quaisquer dos entes federados, isto é, é um tributo de competência comum, podendo ser
instituído pelo ente que realizou a obra (qualquer que ele seja: Estado, Município ou União) da
qual decorreu a valorização imobiliária.
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Direito Tributário
Autor: Luís Eduardo Schoueri
Editora: Saraiva Educação
Ano: 2019
Comentário: O autor trata dos exemplos de contribuição de
melhoria, das alterações no ordenamento brasileiro, da
justi cativa constitucional e das limitações à sua instituição. Para
este tópico, a leitura recomendada refere-se às páginas 193 a
202.
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Empréstimo Compulsório
Uma quarta espécie tributária presente no sistema tributário nacional é o empréstimo
compulsório, cuja previsão está no art. 148 da CF:
Quanto ao empréstimo compulsório, é bom lembrar que o CTN, em seu art. 15, também regula
sua existência:
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Direito Tributário
Autor: Luís Eduardo Schoueri
Editora: Saraiva Educação
Ano: 2019
Comentário: O autor aborda o enquadramento constitucional e
sua pertinência no sistema tributário nacional de forma didática,
com pequena síntese ao nal. Para este tópico, a leitura
recomendada refere-se às páginas 216 a 220.
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Contribuições Especiais
Finalmente, a quinta e última espécie tributária é representada pelas contribuições especiais,
previstas no art. 149 da CF/88:
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Alguns doutrinadores do Direito Tributário não consideram as contribuições como uma espécie
de tributo, e a razão é simples: ao analisar o texto constitucional, em seu art. 145, já citado
neste roteiro, tal dispositivo não elenca as contribuições como espécies tributárias. Outro
ponto importante é que, por conta do art. 149 da CF, que impôs às contribuições “o mesmo
regime jurídico dos tributos” (BRASIL, 1988, on-line), tais doutrinadores argumentam que, se as
contribuições fossem mesmo tributos, não haveria a necessidade de o texto constitucional
prever o mesmo tratamento entre contribuições e tributos, pois seria desnecessário, diante da
mesma natureza.
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IPTU
O IPTU, tributo de competência dos Municípios, está previsto pela CF/88 no seu art. 156, I:
“Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I — propriedade predial e territorial urbana”
(BRASIL, 1988, on-line). A regra-matriz do IPTU tem por critério material ser proprietário, ter o
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domínio útil ou ser possuidor de bem imóvel, conforme art. 32 do CTN: “O imposto, de
competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato
gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por
acessão física, como de nido na lei civil, localizado na zona urbana do Município” (BRASIL,
1966, on-line, grifo nosso).
Assim, o IPTU somente poderá ser instituído pelo Município (competência) cujo fato gerador
seja a propriedade predial, territorial (incorporadas de forma permanente ao solo e que
possam servir de habitação ou para o exercício de quaisquer atividades, em condições de
habitabilidade) e urbana (dependem de estarem localizadas em zona urbana do Município).
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ITR
O Imposto sobre Propriedade Territorial Rural, tal como o IPTU, recai sobre a propriedade;
conforme se extrai do art. 153, VI, da CF/88, à União foi atribuída competência para instituir o
Imposto sobre Propriedade Territorial Rural, o qual, diferentemente do IPTU, que recai sobre a
propriedade urbana, incide sobre a propriedade de imóvel rural (BRASIL, 1988).
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De acordo com o art. 153 da Constituição, “compete à União instituir impostos sobre: VI —
propriedade territorial rural” (BRASIL, 1988, on-line). Da leitura do art. 29 do Código Tributário
Nacional, tem-se que a incidência do imposto ora em comento se dá sobre a propriedade, o
domínio útil ou a posse do imóvel localizado fora da zona urbana do Município: “o imposto, de
competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a
propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como de nido na lei civil,
localização fora da zona urbana do Município” (BRASIL, 1966, on-line, grifo nosso). A Lei nº
9.393/1996, lei que institui o imposto, dispõe acerca do critério material no mesmo sentido do
Código Tributário Nacional.
Importante ressaltar que, diferentemente do IPTU, o ITR incide somente sobre a propriedade
territorial (e não sobre a predial). Na prática, isso quer dizer que importa para a cobrança do
ITR somente a extensão do território, não fazendo diferença se há construções (prédios, casas
etc.).
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IPVA
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Outro tributo importante que recai sobre o patrimônio do contribuinte é o Imposto sobre a
Propriedade de Veículos Automotores. Conforme se extrai do art. 155, III, CF/88, aos Estados e
ao Distrito Federal foi atribuída competência para instituir o IPVA, o qual incide sobre a
propriedade de veículos automotores: “Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir
impostos sobre: III — propriedade de veículos automotores” (BRASIL, 1988, on-line, grifo nosso).
No que se refere ao fato gerador do IPVA, pode-se dizer que o conceito de propriedade
utilizado abrange a propriedade plena ou não. Assim como ocorre com o IPTU, é possível que a
lei estabeleça a incidência de IPVA sobre a propriedade plena, o domínio útil ou a posse do
veículo automotor.
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ITBI
Sobre a transferência da propriedade, também nosso ordenamento tributário prevê a
incidência de tributos. O primeiro imposto importante é o ITBI, tributo com previsão no art.
156, II, da CF/88, cuja competência é dos municípios. O fato gerador é de nido no art. 35 do
CTN:
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Ora, mas na referida previsão do CTN está fundamentado o antigo imposto estadual sobre
transmissão de bens imóveis, o qual incidia sobre qualquer transmissão de bens imóveis, seja a
título gratuito ou oneroso, inter vivos ou causa mortis. Dessa forma, é necessário realizar a
adequação de tais normas do CTN ao atual imposto municipal sobre a transmissão, inter
vivos, por ato oneroso, de bens imóveis. Sobre a transmissão causa mortis, o tributo que
regulamentará será o ITCMD, que veremos a seguir.
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ITCMD
A CF/88, em seu art. 155, I, dispõe que “compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir
impostos sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos” (BRASIL,
1988, on-line). O ITCMD não estava previsto na Constituição anterior, razão pela qual,
igualmente, não se encontra previsão desse imposto no CTN. Não há, igualmente, lei
complementar nacional para regulamentá-lo; assim, tanto a instituição quanto a previsão de
normas gerais e da regra matriz do ITCMD dependerão das leis de cada Estado. O critério
material do ITCMD é transmitir bem ou direito a título gratuito: a) por sucessão legítima ou
testamentária ou b) por doação. O primeiro caso diz respeito a bens dispostos na partilha ou
adjudicação atribuídos aos cônjuges e herdeiros, tal como as normas civis para a sucessão
patrimonial. Já a doação é regulamentada no art. 538 do Código Civil; é o contrato em que uma
pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o da outra,
havendo, assim, mudança de titularidade a título gratuito (BRASIL, 2002).
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Com relação às normas gerais do IR, o CTN assim dispõe sobre o seu fato gerador:
Outro dispositivo legal importante para entender o IR está contido no art. 43, § 1º do CTN, que
dispõe: “A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da
localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção”
(BRASIL, 1966, on-line).
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Assim, para que haja a possibilidade de cobrança dos Estados, deve haver, necessariamente, a
adequação de três pressupostos: operação, circulação e mercadoria. Assim, o simples contrato
(sem transferência do domínio) ou a simples circulação (sem mudança de titularidade) não
basta para con gurar a incidência do tributo. Quer-se dizer que, necessariamente, a circulação
é uma circulação econômica, pois pressupõe levar o bem a mercado (mercadoria) para venda,
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revenda, troca etc. Sem esse aspecto importante de vinculação, isto é, sem o bem passar pelo
mercado, não há que se falar em incidência de ICMS.
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O importante sobre esse imposto é que se trata de uma exceção ao princípio da legalidade
insculpido no artigo 150 da CF/88. Destaque-se, ainda, a exceção ao princípio da anterioridade,
estampado no §1º do art. 150 da CF/88.
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Ora, para os casos de incidência de IPI, este não está submetido à observância da anterioridade
de exercício, prevista no art. 150, inciso III, b, da CF, mas somente à noventena.
O art. 153, § 3º da CF/88 ainda prevê que o IPI será: i) seletivo, em função da essencialidade do
produto; ii) não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores; iii) não incidirá sobre produtos industrializados destinados
ao exterior; e iv) terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo
contribuinte do imposto, na forma da lei. As normas gerais do tributo estão dispostas nos arts.
46 a 51 do CTN. A Lei que dispõe sobre a regra-matriz do tributo é a Lei nº 4.502/1964 e o
Decreto-Lei nº 34/1966; o decreto que o regulamenta é o nº 7.212/2010.
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Imposto de Importação
Também incidem, em nosso ordenamento, tributos sobre o comércio exterior. São eles: o
Imposto de Exportação e o Imposto de Importação. Conforme se extrai do art. 153, I, CF/88, à
União foi atribuída competência para instituir o Imposto de Importação, o qual incide sobre a
entrada de bens estrangeiros destinados ao comércio ou consumo no território nacional:
“Compete à União instituir impostos sobre: I — importação de produtos estrangeiros” (BRASIL,
1988, on-line). O §1º do art. 153 da CF/88, por sua vez, excepciona, como faz para o IPI, o
princípio da legalidade e, com isso, permite que o Poder Executivo altere as alíquotas do II: “§ 1º
— É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei,
alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V” (BRASIL, 1988, on-line).
Além do mais, o art. 150 da CF/88 traz outra característica peculiar do II, na medida em que,
segundo o mencionado dispositivo legal, não é necessário que seja observada a anterioridade e
a noventena com relação a esse imposto.
No Código Tributário Nacional, o imposto vem disciplinado nos arts. 19 a 22, em que são
estabelecidas as normas gerais do tributo (BRASIL, 1966). O instrumento normativo que institui
e regula o Imposto de Importação é o Decreto-Lei nº 37/1966.
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Atualmente, o art. 153, V, da CF/88, além de estabelecer a competência tributária da União para
instituir o tributo ora em comento, prevê como hipótese de incidência do IOF não apenas
operações de crédito e seguros, mas também operações de câmbio e aquelas relativas a títulos
ou valor mobiliários. Vejamos: “Compete à União instituir impostos sobre: [...] V — operações
de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários” (BRASIL, 1988, on-line).
O IOF, tendo caráter eminentemente extra scal, é exceção ao princípio da legalidade, conforme
§1º do mesmo art. 153, CF/88, sendo permitida ao Poder Executivo a mudança de alíquotas
para adequá-las aos objetivos da política monetária, desde que observados os limites de nidos
em lei (BRASIL, 1988). Destaque-se, ainda, que tal tributo não precisa observar as
anterioridades previstas na CF/88, de acordo com a previsão do mesmo dispositivo
constitucional.
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Conclusão
Conforme pudemos aprender neste roteiro de estudos, a questão da tributação é um tema
complexo e demanda uma leitura atenta da legislação tributária nacional. Ademais, somente o
Estado, no exercício de seu poder soberano para instituir e cobrar tributos, é capaz de
estabelecer uma nalidade à arrecadação e manutenção de sua própria existência. Como,
necessariamente, os tributos sempre afetarão a esfera particular do patrimônio dos indivíduos,
é com cautela que se deve observar as cobranças, seguindo regras claras e especí cas,
mantendo-se a segurança da arrecadação.
Assim, resumidamente, o tributo é um gênero que abrange várias espécies. Conforme vimos,
existem 5 espécies de tributos, compondo a chamada Teoria Pentapartite, a mais aceita dentre
os doutrinadores, apesar de não ser uniforme.
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______. Decreto-lei nº 1.578, de 11de outubro de 1977. Dispõe sobre o imposto sobre a
exportação, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1977. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del1578.htm. Acesso em: 19 nov. 2020.
______. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e
institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Brasília, DF:
Presidência da República, 1966. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em: 19 nov. 2020.
______. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF: Presidência
da República, 2002. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 19 nov. 2020.
CARNEIRO, C. Impostos federais, estaduais e municipais. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
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