Você está na página 1de 111

"

"
GENIO E DESGRAÇA

"Muito teríamos ainda de aprender, se


êste homem vivesse por mais tempo".
Newton.

JOSÍ A~Tl~JI D
'( lJLJVElRA
1.0 VOLUME

têNPJ 00.07ô.359/0001-4il
Fftiica ~'ossa Sra.da Ccnceic~o
Praca Fausto Cardoso, 4o .
1 ~r.t:-e, :- CEP: 49500.;.ooo .
. L..Jta~1ana· - ~rgipe ~ · '. 1'

IMPRENSA OFICIAI,;
ARACAJU - "1941

... . ...

.
'
/
\

'
1..
1

~V{o (c.·_wuo. <ir. (Dr.


1
l

<i}etúlio C])o r n c>.Íc1 s CJJargas,

11/ ll l

'

em nome de dergipe

e cuuw feslemunhu do 111<us .~11bi<Ío l'l!S/>c>Ílo e />ro/unda consi<Í~rupi.o,

oferece e ca11Rn9ra a

.s:l1110~.
• .,.
. .:.~:.
·~

TANDEM., · F ELl-.X 1

Não presumia a . Política possuir ao principc de Mcttemich-


\Vinneburg, o árbitro da Europa, nem tão pouco ao PRfNCIPE
de Nicolau Maquiavel, quando a Unidade criou â :Fôrça.
Insignificante foi a resulta da Conferência de Haia e peq~e-
1iino, em originalidade nos eufemísticos farrap os de papel, foi o
Ra rão de Marschal deante de Flamínio, o consul romano, nessa ou-
t ra Conferência da Paz, que fôram os jogos Ístmicos, onde o último
proclamou. cm meio ao ingênuo delirante . c:ntusiasmo . h~leno , a
liberdade da Grécia, como que da casema, que era Roma, podcssc
erudir a fôrça do Direito, que não o Dirt'ito da Fôrça, manejada
pela Astúcia, personalizada cm instituição.
Onte'm, coma..hoje, os ideológicos sonhad'):'es de utopiac; de~­
conhcciam, pesar da experiência, a célebr"!, iiônica definição dt:
Tobias Barrêto: "O princípio verdadeiro da política internacional
é o canhão, é a bala''. E' que o insigne polígrafo genial era filósofo
demais pa ra não deixar de saber que ao libcrnl "que a salvação \ '
1
do pôvo sêja a lei suprema•: - "saltl.-i- po/mli, supre1r.a lex csto», • 1

R oma, essencialmente política, recomendava a seus diplomatas .:. que


.: .'
os consules tomem cuidado" - Caveant co nrulcs /" Sempre tod1>
T1·a tado fo i o - cl1if/01i de papier do chanC'eler Schlcswig-Hollwcg. • 1
Enquanto a Grécia se aprimorava na cultur:i. das ciências e elas ........
artes, dando espáduas ao . concernente à próp1ia Cl.dministração
política, s ubdividindo-se em republiquetas pl..ttf>nicas tJ\! filó~ofos,
Roma se militarizava, só se cultivando na disdplin~ da Fôrça e. ..1
assim, quando capaz de quebrar a espada de Ale.."'Candrc, <lébilmcntc
empunhada por P erson, ordenou a M úmio, o embaix~.dor so!dado, ·
escravizasse, Grécia, o que o cônsul general o fez cm Pidna e.
por fim, em Corinto, onde a nação ébria de libercl.idcs-fónnulas
se transformou em possessória província ou nomarquia 1omana,
batizada, cm sua escravidão, sôbe a denominação de Acaia.
Precedendo ao lábaro vitorioso do Tíber:s, rcvolutcavam as
pandas, heróicas asas através do emudecido espaço das áticas arquí-
poles, as rápaccs águias latinas, que poisando, ora na colina de
Marte, em o Areópago, ora cm Ateno Partcnos, a cnrubeccr, com
os Jaurcis roxos, os mármores pentélicos dos frisos n1aravilhows,
nos quais reproduzira Fídias à procissão das Panatcneas, crava·

,
...

.. · -11- '

ram, no coração da gloriosa Héladc, as ensanguenta.elas garras, pu· ·


Ju1ndo aos ba!'tócs de.rruidos do Erccteion. .
Vítima da inexperiência, a cultural Hclas bem viu quattto a
Astúcia, na diplomacia, superioriza aos quixote3cos sonhos de sa..
benças, sem o preventivo " se queres a paz, prepara·tc para guerra '~
-"si t•i.r pacem, para belum".
P<'las espadas de seus e-enerais, a unidade polític:\ da legend.í.- .
rb. Loba valeu mais que o liberalium artium .racrarium da madre da
Filosofia, à sombra do Hecatdmpcron·.
E' que, na ciência de governar, sua·mcstra fôra Aspásia, ~uc
foi u'a mulher sincera e que, aliás, foi seu melh1>r político, mesmo
mais elo ·qu<.' Pérides. Não sabia, paradoxalmente, ·l'Cndo iitha ele
Eva, a arte cht dissimulacão. que é segredo de todo vcnc~dor, q1~ndo
bem orientado no direito inconteste do mais forte sôbrc o mais
fraco. . .
· · Caida na escravidão. áureas e leves, porém, !ôram tiS algemas
Que Prenderam a Grécia. como rcíem. ao carro triunfante rlc J-toma
vitoriosa. ctuc se lhe conforiu tamanha distindio, era porQue q rde.-
.. vante cativa se en~randecia. com a desgraça de seu ~spírito ·.:letivo,
sacrário das ..artes liberais 1
Como nas coisas, nos homens de gênio há dc:::ses caso~. f4U"•,
ao invés de elevarem. degradam; porque humilhar11 com a vulgan-
dadc. Temos exemplo em Tobias Barrêto. O mai,.·r pensi.d-:>r elo.
Brasil. não teve a hahili<lade de agradar e foi, {>Or iss6, Hm mártir,
· degradado, hoje, pela falsa piedade humana <le seus 11erd1~,qo.r de
ontem .. .
. Vitoriosa sôhre a Grécia, tran ~ formacla ou reduzida a simples
Acaia. prestando-lhe tal distinção. Roma. <1uc não tinha talhe par-d
fazê·lo. poroue o fazia interessada em lembrar-llie a conrlição hu· ...
milhantc, foi cruel. Ensinou-lhe a ilustre prisioneir~ artes e civi-
Ji7.ação, a par de exquisito luxo, QUe. aos báfios pestilentos da
Cloaca-Máxima, se degenerou em 1nolícia, em luxúria crapulo~a.
No entanto, sôbrc as Sete Colinas, ainda se firmava o ~Sl>kn<lor da
Epopea!
Estrangulando ià República e ascendendo às escadêLs do Capi-
tólio, ~orno séculos após lhe imitaria o Côrso, ao Orhe maravi-
lhou Júlio César com a rutilância do gênio, sem rival até hoje, a
ocupar cimos luminosos e de tal sorte Que, segundo argutc histor!a-
dor, "deu aos próprios vícios o esplendor de suas virtudes" . Qu:.an-
''º o pretendido punhal da Liberdade. pela destra patricida de Bruto,
lhe extinguiu à vitalidade, com a gigantêsca queda <lo Ve11e.rc Proy-
11ntu..r ele Cétio,· tombou, igualmente, a Epopea. Porém se vingou
él. vergôntca de Anquises e de Vênus, porquanto, após o admirativo
e doloroso, por. surpresa, "IH q11oque, /ili mi, t1' qu.oque, Brrdus,,,
levou para a tumba não só o físico, misto de Apolo e âe Hércules,
mas as belezas de suas virtudes e de seu gênio, amalgamados na
.Atica, onde se educara, e no Lácio, onde se armara soldado nas
1
tendas de campanha, s6 deixando aos sucessores seus vícios e seus
' crimes.
Só no ocaso da divinizada raça dos Júlias, é que um átomo di.!
sua genialidade aparece no rutilante trono. ·
I?e·feito, é com o último césar, Nero Ahenobardo, que aparece

..
' . .·.
.
............,
J ' ~ , -, 1 ~


·.
- III -
.. .... i
1
...
tnn oouc:o <lc ltiz na curut governamental, escurecida desde o mag.. ·~ .
nicídio elo orimeiro gencr;\l do Mundo. r .... .. · ~.
,
1, •
.: ..l
Prim~iro oocta e primeiro artista cfe· seu Império. foi Nero : 1-
·~·
Qttem revetou ao universo o estetismo. Seus vícios e seus crimes :
E"moalidccem. de mr<líocr~s. ante o~ vício~ e os crimei; de ~cus :m· '
....
".i j
tc~c-~~ ores . Al't'uêm iá afirmou nnc "a má reputação .:te Nero. n~o
tem uma origem ética. nem política, ma~. tão s6, i:cliid,.,sa" e. por
i~~o. ~ ch:\mado o maior monstro da História. aincla que tives~e
talhe de não trair a seus crimes, nem a seus defeitos 1 .
. Porém Jt'11io Cl-sar não protegeu a Cultura. poraue Be!ona o
não consentiu. nem Nero o fez, porque não admiti~ rivais,. ~cecão
com as mulheres, e tanto que ousando Petrónio chamar-"e tif'bitr.r
,.frmmtian1m. o que constituiu pcrisrosa rivalidade com Cl-s:ir, foi
forcado R mata r-sc. mas o fez com tal maneira, que consegmu tur-
bar à vaiclacle <lo orimciro Esteta, que di~so se sentiu até seu "quod
crtife.~ pcril t" Os imperadores pretorianos, vindos dos ar.amt>a-
mentos. sem nenhum ·valimento cuttura1, f ôram sucedidos retos im-
peradores pebleus.- que nada deram de si e tanto que chegou a \•ez
de serem suct>didos pelos imperadores c~panhoi~. que deram, outra ' '•
vez, lustre ao Imnério, mormente com Adriano, denomiMdo o ~rego, .. .. , ... . . ~. ~ f .,. •I

p'>Cta e artista ático, além de general desassombrado. . • S~-~ j


A Adriano. <l imperador nômade. mas nrotetor dos arti-;tas e ~ -: 'J
dos poetas, como êle, sucedeu seu antídoto, o imperado< imortal, An- ·
ti'mio Pio, crue menosprez011 aos poetas e aos artistas cm íavôr dos
filó!lofos e dos retóricos.. Consigo houve o trespasse
, do romanfrúno,
.. . .:,l
. .~

surgindo o heleni~mo com Marco Aurélio. cujas máxima, s6 tive- ( ,

ram rdevância pelo respeito, pela circunspecção do autôr. Foi cruel


na vaidade de ~<'r o t'1ltimo imperador. sem ser o último anto:iino,
que coube ao êmulo de Catíj?'ula. a Cômodo. faca com que o im-
perador filósofo matou ao filho do divino calvo, - O Império - ,
desaparecendo comsigo o gênio inteJectualista latino, que sP. csgo-
\ tara.
A Cômodo sucederam os imperadores tiranos, de Sétimo Se· 'J
vcro cm deantc, tendo epílogo luminoso com Tuliano, o ítltimo 1
grande homem do Paganismo, que morreu com sua Pátria " que, j
culturalmente, foi o único digno rival de Júlio César, mudando-se l
!.
o Capitólio para o Vaticano, a Loba foi substituída pelo Cordeiro 1
Pasqual e o mundo continuou sendo o mesmo a-través · da Idade 1
• l
}vfédia., morta pela Revolução Francesa, que se epilogou cm sangue, •
levahdo ao próprio patíbulo, a S de abril de 1794, juntamente com
Danton, àquele que primeiro, em 1789, dera o poético grito de
liberdade-fórmula. A gilhotina decepara a sonhadora. cabéça de
Camilo Dcsmoulins ! . ..
Nenhum dos impcradore.s , entretanto, teve o largo desprendi-
mento de Otávio Augusto, o h<>mem Exito, que teve a empanar-lhes,
aos vícios. e crimes hereditários, a bondade iluminacfa de Mecenas.
seu maior amigo e excelso protetor das bôas-letras, acolhemlo ;,os
literatos pobres, protegendo aos valores deslocados. Tão µredaras
disposições de espírito do virtuoso secre.tário do c~sar, fulgiu ao·
·-
Império, criando-lhe a l!poca Aurea, a máis bela de Roma, com os
versos heróicos de Vergílio, com as práticas gozadas do p.i."si<.ina-
lismo d.e Ovídio, com os consêlhos prudentes do velho. Agripa, com

( ~·
••o(. .. .


-IV-
• ,.,. la • . •• • ~
A" 1itnni:i ~ o~~1:in1ca .
('1"1
tfn
n Ctof\t\('t"'t't"mtt~m() c:-nf<'vaclo de- nor rin. ~ p nércío r~m
HrMilo Vário. rom a f'lan$Z'ênda <"11:\rckr.entc <1(' · m" · • rto-
. ... ' t 1 ,.,., ..., .. <fa nen<'l. arnr:t ~~
..1(', ("fl~~ ~ <1<-'-en;i41 º"' m!'I•• '"' rn.. 1" "' tnf1'tn
ott~nt<'.~ "At:Yin~~ c1~ HTST(')RTA RO'P..f A.N A rom 1.7,u, c 1
n ~~> ~~-t"•ht:
m~s <>rm~11irnr•r1>11f(' c1;,1<7t1,,'rn Titri T.ív10 mnrf\v. •1 ·.1.v:i • ·f f 0
<f~nte <l" Aootônfa e sohrinho cfo J\11io. nue nre~t11?t.:\V:t ~,~eu 11 tm
• t • t ft
C:('('f'<'tán". 011c "~ o ~ orio~o ~rrnn <!' º'""'. ' ··· · · " .
1 1~,.,t1""1ª ()f ,.non
· ~rntn- 1
tól!ic-o <ianuef(" H<'liC'On ~;\~melo, rt:wuelc:- Pin<lo ~rand1füo. <1:wu~ e
~xaft;.;1te Parnac:o. ou~ foi Roma ~tt.C?"ttcta ~ divi11:1 .. tran!'lfon~.:t.tfa
""r M<"Cen~s. o ·criartor de ~g11in~. <'111 e~pkncknt<' rnsr1ral das filhas
rl<- M'nem6~ine !
'F.' oue 1vfrcen~s ~~hi;\ nm• uma n~d'io ~ó /.. ,:rr::m~~ c1u;J n~o ral-
rk~d::i. na :tric:tM.~c-i:t nn tal"f1t() e out> ::i e~c:a catrl?'ort~ podena ('h~­
~r o mais hu milde filho dl'I f'QVO. nuanclo i•1te-1i~entt'mcnte a11x1-
li.:1tfo fl<'fo "'ovêmo. rnsi11:uirln-lhe a 1,.,., cfan<lo-lhe ótimas c~rofa<.
Orl('l1t~11<fo-Jhe na Viclct 01'1hJÍC-a, C-PrC'aJlrl()-0 <lns OrlOCÍpaiq m~ÍO.C: de
~uhsi-.tfncia e o orot,..l?'endo na c-ultu1-a cfas hô:\c:-]("trac;, C'stimtilantl•"'>:o
nas c-nn ~al!racõcs solen<'s aos ele outras pretéritas g<'raçõec;, que fo-
ram ilus tres. ·
Tnfrliz a Pátria oue n fio tem um 1..fecenas par:\ seu pôvo, por-
que nem sempre o rko se preocuo:i com ~s sortes libcrnis. 011e .t<cnto
n ª~"t'fl"m e oue tantl'l a <'l1!?r:t•1<l~rrrn . " Pedn.<: Cff f11'nff düertum
facit". Sim é o coração quem eloqt'1cnti7.a. mas nunca o faz quan<lo
~ e alar(!a pelo reconhe-c-imento êsse 6rj?ão do tl.mÔr, pnic; r1ue. oua11d0
i~so acontece. se restrin~e a inteJigênc-ia. afirmou T nbias Barreto.
o que é puríssima verdade, se é que alguma coisa seja verdade.
A Renascença muito fez em
pról 'elas · bôas-lctras, · nJ.s sua
preoc!fpacfio s~ adstringia mais ao feito que ao· arquiteto. Como
na Idade M &lia, que só Jegou ao univ<>t'~o uma noite ilun~. ol~na
d e barbaria. não h avifl o auxílio m""cirnir.o. nue vies:>c Leneficiar· a
uma classe desprotegida, animando às bôas -letras.
Vafr a J><'na acr<'sc-c-ntar ''tte ôssc indiferentismo ·,1. in~eli.~'~nc ia.
que predominou na época mode rna e <IUe se alastra n os di:is fluen-
tes, muito ha contribuido para o desgôsto íntimo d os capazes
não aproveitados, a cujo cont;\g-io outros se sensihilizam e ...ta ·re-
v<Jlta cspiritmtl, se gc-ncra liza o dC'scontC'ntamento. r1u~ fogo ~e ini-
cia a r<'voltar-sc contl'a o espesinhamento de !ndif~· rcnca do Es-
tado e, em resulta, surgem protestos. que se apresenta m em nome
4c formalísticas lihcrdacles elas massas.
J\lém ck- virrualm<.'nt<' lmm p:tra rontl·r os ímpct..~s d,> cht>fo,
~kccnas foi um h úhi l político, porque souuc cont(•ntc:lr ao pcwo,
c ulti vando-lhe a inte li[.:'ênr ia, protegendo-lhe os valores c1w1..'rgo -
nhados.
1. ~ Castra Sla~·h:a ou a Ca11~/~oe l~e.'1iouis. <,md-! o <lcsprcnJi<lo
Ota~10 Augusto . v1v1a com o of1c1oso amigo M.:ecenas, qu,~ se ro-
deava de porta·hras e de todos os cultores da literatura cm ~eral
P!·cstan<lo-lh~s . toda sorte de valimentos, são, a tua lmente em Ser~
~be, -Fº
P~ lac10 "24 de Oitubro ", que deveria -:hama r·~e J '«lácio
. . . ranc1sco de S?usa ", onde, como digno Inte rve nto r Federal
t <.:lll sua aposentadona o exmo. sr. dr. Eronides Ferreira de Car:
- v-
'N 1li n . ll QU<'m n P~'<"'Jl J n(:é 11<- Gt'.1 s D uMtt i~ d :H~ií~ô\..I~ f' atf\.1 -
' " lnlr·l '\<', c\c " ll ''''l"('ni -C •.,r &\c:\n ...
1\ it\"" h..,i .<' ". ~l l;t flo. n t-1n lit f'll.'1"<'1ro o t-.::l r~ str~i ~ nQ 0•1a n<lt'\,
~'"" <:'1nfff2·•:ln ll\\c \ rc e M'> h hbi l h m l'l1"tC'iro. ch~ mn\ t 3 ~~ \ m . p.')i• !'\li~
'" ~-.n~pt'\~, ·~ m ,.,, ,~r~o~ ~t<:t~ de h<'l'K'mertn< i ~ , Q~f CAm<l n~I ' · o .
' · '-~ ~,, ' "('. ~ ni 1.'>h.· ~h:4 e t~ iora o d~" le, q uer c o n..v c:h<"t~ <l~ E • -
\~, \"\. l h ' Qnal ~e clc-d i"'" C'<"'m vC' ro patrio ti smo, gt.'THn~1i-·ln a <1('11q
~'\:it1·1('11.'"lS !'Cm ó li\°'l C'U ma lq ucrc-n~a .
l i,·m1C'm C'\llh"". nat uralmente ~ue a vid.t in t r kc.t u..~ti~t~ ck S<' r-
;. \f'C m uito lhe intcrc~~ e. J'X) f vezes, lu 'lUÃ ili ~<l.l, de~ \n'tcre$~Q­
,\~ m<.·nte. a ,.,\ri0s pat rícios rultorc!' das hô.u ·k1r;u. ar~™!' prcr'l-
<:-n1·;..~), ~e dn·;a r o nome de Scr~i~, co n ~crvantl> . \ !1~. p<"lo fl'\4"nO.• ,
e lm•trc de berço da intdigcncia.
A~ s\ m ~cnd ·""· nad a temos a cs tra.nhar o r~it~r~J.) C<l tí., ~uit e
~ <'i:tu ~e io-ua c:xcclénc ia c o m o autor 'lC!'-t~ clc~prctcnc i -:1!10 tr a l~ l h(),
i .. n ;;,. nd,1-:-c <lék prot C'hH' e i s~o se m 'JU.! •1u~..; ~c m·)..~ ~,1; ,, t~ r -l h ·
o p 1T.Yidcnci;;..I aux ílio. E' bem po.ss: v ·~ I q ue o <lr. Erl'ni'k~ de
C.r v4.lho se rccor~s c. ao man<lar c<litar nosl'O hi m.ihk 1.ilivr .
da::. i~l"-r.s de Rui llarbosa com rcíc r~nda a JoaQu im ~ a huC"o ,
c.;~ic IlO<km ser 4.plicadas com al usão ª · Tobias Barrêto :

.. O lu to e a trislC'z.'\ não amorla~ham, nos povos l ivre~.


o~ SC'ntimcntu s <lo <levei'. En4uanto a l·.'u:M :-e fod1.l :-<)br c um;i
;:r.andc , -ida, ao s sobreviventes compete lembra rC'm-sc d~ clig-
11.idadc das t rad ícõcs que ela r epresentava'' •

Sé-ja como f ôr. o po:'i ti n1 (: que s 11a c x.:c l ~· 1h: i a , lev.ulo . rn11 -
o.1.me.ntc, peJo huníssimo cur:.ç fto de ,;cq; i p:111u ou, . md hor, <l. ura-
:.l ki ro d igno dé-~ tc: u c•m<', a.111;1111.lu e z el.ltl\lv à ~\ ó ri .\ cx<"<.·l)a da
; n.a1s p n .>l Ul)l,l:l ll)('JltJ}1 tlad\.• l,t'l'lli:tl d ü fl r a sil C .l d <."tnOll H fa\io !é
u GUC J Í:t frz c·n1 prol d e Tvbi:.s lJarrêto, a cab.l de orck11:ir a im-
p: c.s:.âv <lê-~t<.' trabJ1ho, o que, mais uma v ez, o to rna b'\~ n uinlm<."ote
<. ,g-rn1 do a~J\ome justís im0 - ~ fEC EN AS S EHGU' A X O.
~e o c-m11 C"nte e c-sclarcc1do dir ige-ntc pvlitiC'v ,lo r: Hado d~
5erg11..e só recebe, h oje, os ucs,·alio sos agradê ' tll~ llt ~ do õutor,
l"J:.:- ivd M "I {1 que a pus te- r idad<;! pá t ria o a be ll (\.~ {lt'lo rt"l .; va l1 t~
><r v 1eo pn..·:-t &tlu ils bóal>-k l 1as 11 acio11a1~, u ào 1~l o qu~ e3U, obr a
pos5.ua de, int dect ualinen t c, ebCl)ff(' H a e ll l:' lll dis~ o tt'lli''l.> p r '-"tl;'H-.'.'h.)-
~1 dr..dc, a 11 :.u :.-.: r 41U\.' é l1 J;~ 1 Hl , :-(·1u o i1rcj u1.tü •lê a::.'> ..ll..i1 i.:4J.\ e ,
,,,tl,;; U •t.·.uv:. , do: e,.,, 1 u1111•Hla p v 1· a ..: <&11h;,nlo / , ,$ U't!i11tS11•u. l ) 4 ~ 1~ a
u~ 1-Laê.,u..-on:it1 a , c 1n vc 1 o.. l i:H.k, nu 1u tu ro ~ ãv os U\ Úu 1<:r"~ r 11n,• l1v~
d.úcuJ1 i<:ntuio u u .' J1 L(J> (JUi! &lca n \1.1i. lu111~ . v"kH\.lv, a l11,Ló, l)':' k>~ d ..\rv.;;,
'.JUC ;d,., r i11 u,1:. 111..1 v b i.l lll U Ll" i. 11p1.:1 - h v1 w : u1, \l\l\! fvi 4 ~ll\t ~llC 00 -
t>D.!\ Jú-LJJ..:.~L> l<A (... /\.
All1\u, . ........ 1t é.t 11a....:. <> g t· ~tv Íll<A11t 1,)pk -o <le noi;::._o ll\t!('e1l~s. ~)0r-
4ue o M11..c'111v> m ç ti1>1.·i Je h u1111lha1 · Hv > cvu1 " im•:d:t.· l~ 11,.1&1 tdll.l ,
n ;c ~J110 J~v 1 t 1tJi: .. u .. '-~1.-d~ u1: 1a u <.& v e " . muula <lo v-,1;..kr la.uno, 111.· m
o iulwr 1.k•lt li\IV V110 1u u.-u.a d~ á t h..v, m.4~ ele li.vt.k "t;.:1, cv'''"
C:. o pív l\. lVf U .:l l> h .\ 110, " " "' ''"''' h ' ILh.Au.O• a (> f~:)\.l·l~:l'.> ,,~ fw:~
1..-lum vu v rv t.l .:•d v Uca\J llt'le 'JU\; ~:w:a1 o v u v 1)V\l\: & . u1h'l\''' 'M l 11v
il11 vf1 io ú c ÜL-4 \ ~ v A\l.~ll>tv , \.1 ubv1 " o t1 Ui.v d~ C a11l LvtJ.& lJt..1... :i•\
1q Jrc.·i.e1nar, n • w t'hv f 1••rUcula U4 l ' l:<lcril\au, 14v ~ ''" ,L.A F llu-
• vÍla e Jl<A t.trra Uv• líllHH•t••· u .v • ~••W~Htv. cu.l t uu.l n~~m\ç ' kJh·

...,
~
(
''
-VI
E
tico, do salvador desta Pátria, que é Getúlio Dornelas Vargas,
a quem, em nome de Sergipe e por seu jlustrc Interventor, ofere-
cemos o presente trabalho.
Concluindo, reiteramos nossos sinceros agradecimentos ao V?.-
Iuntário mecenas <lo "TOBIAS BARRSTO, O DESCONHh;
CTDO ", ao bem querido dr. Eronides FÚreira de CarvalhQ, mui
digno Interventor Federal do E ·s tado de Sergipe.
E' o coração quem cloqúentiza, pois desse órgão do arnôr
é que nos saem os magnos 1>ropósitos verbais: "P"clus <!SI 11uod
drsrr/ttm facit ". .


••
Não nos propomos a escrever prólogo. · Se houvessemas C'!·
crito trabalho a-cêrca-dc um intelectual qualquer, natural é que
tivéssemos o dever de desculpar-nos dcante do público. Impelido
lJclas injustiças e pelas inverdades :que se ha feito em-redor-da
personalidade da maior cerebração brasileira, sem o que não te-
ríamos a ousadia de aparecer cm público, fizemos do amôr iôrça
e da vontade inteligência e, assim, achamos que o livro presente
diz tudo o que pensamos e sentimos de Tobias Barrêto de M~neses,
o genial desgraçado de · nossa Pátria, que, infelizmente, tem, at~
agora, a vida empanada pela obscuridade. Conseguimos, de algum
modo, tornar claros alguns traços obscuros e descrever-lhe, <lo
notável patrício, a vida sergipana completamente inédita, acre-
cl'ndo c1ue lhe defendemos dos ataques claros e velados de admi-
radores românticos e de falsos amigos, porque aos inin:iigos não
clamos tréguas, c1uando pudemos destroçá-los, reduzi-los ao que
va.lcm deante - de um homem, que foi o maior de sua pátria pela
inteligência assombrosa de seu saber e de sua cultura, por isso
mesmo combatido pela lepra de Zoilo. Além de negado e:m suas
~abenças, amesquinhado socialmente pelos brancos e .pelos ricn.r
dêste País de mestiços e de pobres cnvergol'hados 1•••
Poeta mavioso, <lc lirismo doce e suave, que lembra o Rio-
l~eal manso e murmuroso, cantando sinfonias melancólicas, hino:>
ardentes, suavidades nostálgicas de dôce estupinga, que é a sau-
dade sertaneja <lo nordeste brasileiro, dos caatingais nativos.
~úsico :. ~antor, _:;ua voz de barítono, quando se fazia ouvir,
enchia o ambiente de tal entusiasmo, que ninguém conseguia olvi-
clá-la .e a prova está nos macróbios de Itabaiana, que a relembram "
com intensa saudade; executor, fazia-o como primoroso artista
<i.rrebatando ao feliz auditório; compositor, escrevia-a amoldan~
<lo-a às próprias P?es:ia~ e, mais,, ~eus conhecimentos ~hegavam a
tal alcance, que chscut1a, em critica arguta e severa, acêrca-d~
qualquer peça dos maestr?s mais s7le~ionados e, por · isso, mereceu
de Carlos Gome.s _os maiores enconuos, que um gênio pode tri-
buta·i: a outro gemo. .
, J ornali~t~ c~entífico, sua pena burilava artigos extraordiná-
rio~, de ~e1çao mcom11.11'!1•. ventilan~o, magistralmente, questões as
mais palpitantes, em critica . superior, com loiçanias de apurcsmos
/jpos e de requintado humor,

...
-Vn-
' ,. . . ·~." " • ' • ( • ' ' ' • 4 . ... .... , . . . ..... ~., ,. .... • \ ""';. . •i( • ' •, • ~ • " ~......., ~·~ tjl. ~ ~
Publicista de escol, sabia dizer, com alma, tudo Que lhe viesse
na idfa, por insignif icantc que se prestasse o assunto, tal a clc-
vaçfü> <lc vista, como o encarasse.
Orador, <lc:clamando versos ou discursando, ,manejava a rct6-
riC'a ao capricho <lo seu poder e, cioso da voz melo<li-Osa, pouco <,
fazia, só .quando im~lido pelo entusiasmo, instante feliz que arre·
hatava a quem o escutasse.
Cientista, como filósofo-jurista, foi o embaixador da culturi\
de sua Pátria, sem dela sair, nos cenáculos de sábios da Frarn;a
<', notadament<:, da Alemanha, de cujo país foi nomeado doutor e
catedrático de uma de suas universidades e era sócio de cluh<!3
C!<!ntífie-0s, tornando, assim, <' nome do Brasil em relêvo no e:;-
trangciro.
Estilista, sua prosa enleva e prende com o dulc;or de inverno
listrado; com a solacidade dos com~iros de oitubro.
Poligloto, não se limitava a só conhecer línguas, estudava,
a fun<lo, a respectiva literatura, espremendo-lhe à essência, tessend•>
juizo seguro e exato sôbrc o que lia, em-tôrno-do que melhor se
lhe deparava nos países adventícios.
Crítico literário, manejava as armas "deante das quatro ~e­
g\\intcs ordens de fenômenos : ohra!'i vivas de autores vivos, obras
mortas de autores mortos, obras mortas de autores vi vos, c..bra."
,·iva!'i de autores mortos•·, escolhendo, para a liça, às dasscs ex;.
t1·cmas. porque mt'nosprczava as intermediárias, que lhe não me-
reciam consideração, salvo a terceira, quando o autor se empavo-
nava da <lef unta, por que êlc o abatia e aceitava, com restrições,
embora, •·o caridoso consélho" elo "católico José de Maistre ".
<w afi rma r que .. a consideração do que é pessoal, o chamado res-
1>eito <la personali<la<lc, não sêja mais do que uma ilimio f r11m:êsu.
visto como, dizia o hom do carola romântico, 11e11i\l .se tem ftito
co11tra as nf'i11i<irs r111q1u111tn se 11<fo atan111~ a.s prssôas ". Daí, S\1as
íamosas polémicas, nas quais expemlia doutrinas e <l('strnia, sapi1.•n-
tcmcnte, com argumentos irrespondíveis, o que ousasse 'lc('ntuar
o mísero contraditor.
Ninl{l1l:m, até hoje 110 Brn:.il, foi senhor, ele só ver., ele "'"ª
t ::..11tos haveres literários e, assim, sen<lo t>edci to po\igra(o, natu-
ralmente que {ôra élc, Tobias narrl-to, o escolhido para re(W('-
f.entar o cimu intelectual <lc nossa Pátria no sé('ulo X l X, Que foi
IA·m vivido pelo bral>i leiro m{tximo, pois que morreu antes d\! pro-
d::amada a Hcpública, quamlo, 1>ara nós, se inicio\\ o século XX ,
que é, em verdade, seu século.
Ao século XX, no Brasil, devia-se, pois, chamar de St.CULO
TOBIATICO. A talho de íoicc, vem-nos, à pena, a1)ropriada alir~
111ativa <le Var"'as Vila:
"J...os dioses se van, d ijo lleine, viendo morir a Goethe ;
cada civil ización, o al menos cada é1>0(a, Qrita así, vicn<fo
morir ai .rc!nio que la e11ca11tó o la sinte1izó;
la Natur~lcza se cn c ar~a de curar c~te ateísmo vindo de idvlos,
ll t•nan<lo cl templo vacio;
cada 11i1:ilo ticnc liU conscrha de dioscs ".
Wucm, uo JJrat>il, é <.li~no de a1>rcs,ntar·sc c<>1.n Hll' !rli'o


. .
-VIII -

poI1t1co · trinta
escrito · , que possa ser inserto com att.:=i·
anos atras 1
' '
li<lade? Quem, senão Tobias? t Aluda-se, com provas, a v utro 'JUa •
<1uer, mesmo a Rui Barbosa 1. • • 1

Profeta?! Não estamos mais na época dos oracu ' 1os,~ J~


• ' a s si -
bilas se confundiram no manto translúcido <la Cultura. 1·01 pcns_a-
dor, isso sim, pois que, pela argúcia <le sua bem orientada eh~ ·
posição espiritual, não só enfeixava nas mãos os probl~m:i.s mais
palpitantes da generalizada literatura, a si contcmporanea, <1ue,
igualmente, e, no Brasil, sem rival, forçava chegarem à mente os
acontecimentos vindoiros, de sorte que muitas páginas suas ainda
estão em t>lena sazão do que se passa atualmente e outras esperam,
ainda, o instante para amoldurar-se.
Não fantasiamos, não somos lunáticos e, como prova de que
não fazemos levianas afirmativas, mandamos que o ledor, se nfi) .
<juizer Jêr toda sua obra para verificar se falamos verdade, como
um dos maiores problemas <la atualidade, senão o mais p:ilpitante,.
é a luta <lo pangermanismo aliado à covardia italiana i>ara o ~.s­
sassínio da França, tendo como ponto de interrogação ao eslavismo
ela Rússia, cujo urso branco já deixou as estepes e uiva, mm:1 6tono
e ameaçador, nas faixas do Atlântiro, leia, é bastante, ao pequeno
artigo "POLtTICA PRUSSIANA", <lado a lume em 1870, isto
é, volvidos setenta longos anos, quando mal acabava de bachare-
lar-se, e verificará que nossa assertiva é fragrante. Está à pags.
499 de - ESTUDOS ALEMÃES, VIII vol. da edição oficial.
Autodidata, presumem desencarecê-los pretens-:>s foimiguinhos
e suspeitosos admiradores de hoje, que leram 'sua carta a Car-
valho Lima ] únior, recentemente publicada, na qual se confe!'.sava
ar.sim e, por isso, se aventura a nece<ladc balofa de, sem alegar
uenhuma prova, sem refutar-lhe nada, proclamá -lo, aos vê.;gos
caôlhos literatos nossos, de imperfeito, de difuso e de outras bo-
bagens que ta.is, esquecida de que ha homens preckstínados para
determinados cometimentos na face da terra.
Quem ensinou a Sócrates, o filho da parteira, que furtou do
Céu o facho da Filosofia? 1 ·
Quem lecionou a ] esus, o filho <lo carpinteiro, para legar-nos ·
seu ateísmo rutilante através-das monoteísticas doutrinas, grava-
<las, no coração humano, ha vinte séculos ? !
Autodidata? E' sua maior glória, pois que não cstcn passivei
ele orientar-se por êrros de mestres imperfeitos, cultuou-se a si
m esmo com as habilidades só destinadas aos sêres superiores,
como ·êle.
Defeitos do autoclidatismo, diz o sr. Hermes Lima sem afK>ntar
nenhum, sem ousar a indicação tão precisa a prop0sitada e leviana
afirmativa 1 Por que crascpv a 111at ? ! . . . Por que estl.va C.<.'m
o pôvo brasileiro, por que era nacionalista, qu1ndo mal jus-
tapunha os pronomes oblíquos?! E perguntam::>s isso, porque
caindo nos mesmissimos êrros gramaticais e ainda em piores dr~
cunstâncias, foi o que citou o sr. Hermes Lima!
,~ ~m trabaH10 capaz, a qu.e aludiremos adeantc, o talent')S<)
rat~1.c10 professor Franco Freire foi grandemente feliz, quando
..

-1~ -
t ntoou a T<"'hias Barrêto êstc hino de seu entusiasmo sadio, do.. •
ucntc, de a.utodidato:
º Que mal pode haver no autodidatismo quando abre i:1c mes-
mo tãv va~tas perspectivas aos que se aventuram às lides do tt~bcr 1
Não es.tá ai o meio adequado à pesquisa de· nO\OS ··aminho~
que podem sacrificar uma vida mas beneficiar gerações intdras
t'm compcnsa~ão?
Não é esta a missão da inteligência creadora ou simpl~snl.cnte
l'C\'Cla<lo ra ? .,
Por experiência própria, perguntando isso, enleva-nô~ o pro-
fessor Franco Freire quando canta, referindo-se a seu gênio, .. que
ficou nas nossas letras como um padrão de clareza, de vigor, de sin-
ceridade, no meio de sua época dominada por aquel:l florc!.la es-
pessa e brilhante de meta.foras, aquela rct6rica artificial, aquela
d<>Quência gongórica, tão do gôsto clássico " :
.. Para forma r essa mentalidade êlc contribuiu tangh·elmentc,
com os fo rmidáveis recursos de sua cultura, feita por si mesmo,
<lcut ro do Brasil ". '
Porque o sr. Hermes Lima é gramático, pvrqu~ o sr. Hermes
Lima é um jurista, recordemo-nos ela afirmativa singeh de Duanc
1' unes de Leão, que não conheceu a gramática ~e João de Bar-
r~, dada a lume cm 1539, mas que se autodi<latou no assunto e .
ao dar ao público seu lídimo compêndio, em 1576, dizia: .. Tentei'
ensm.ar a.os meus naturais o que eu de outrem não pude aprender".
Nada como o poder de associação e, ~r havermos cit;.do. ao\ '
g ra111ático segral, temos outra prova a aduzir e essa de planos ilu-
minados, de regras onde só pisam os gênios, <>~1d.:: s6 vivem os
Tobias Dar ré.-to, longe, muito longe de onde vivemos ~u. o sr.
H ermes Lima e outros tcrrícolas das bõas-lctras. Fa<;amo-la >'t-Sta
pergunta, que é a suma destruidora <lc que o autodidatismo é i>\enl)
de ddcitos ou que ' enha graves arranhões. Vejamos:
Que foi Portugal sem os LU S fADA S e qu~m foi Camões
senão autodidata genial, que criou, na rút ila exprsessão tl~ f 0bias
Ba rri:t-0, à línKua de seu país, <la 1..ísia bcm-,<1ue ri<la, dcl..l que, se-
g undo o 1::cnial M estrc, saia <las trevas, mercê <la " mocida<lé VM-
tus.;uêsa ", qu1: nela via ··impulsos uobres, tcnd~ ncias meritú1 i.as,
que a c alJar~u 1><1r dar bons rei.ultados ", prof elita va -o c,un ab:,0-
luta segurança, sem ódio ou malquerença ao iX>vl) irn1ão, cvmo
in si nua ra, fa1. p1 1uco, um <lêsscs seus onococrotcs, i~sa r <le con-
!<:i:.sar, tapui o e bvcó, que nunca lhe íuss. ra a obra 111
Deixando, porém, o pacóvio metade pórco metade j ,1mcnto
cm seu k1lo de lixo, <ligamos de uma véz que Tobias Ilarrt tQ fvi
um vcrcfa<leiro peda~º"º e tanto que, quando Rui Barbosa, em
J&&J, três anCJs antes <lc morrer, vert era para o ven\ácu\o a 4• ,•di·
çt.0 elas '' l ' J{JM E IHAS LJÇOL':S I H~ CO ISA S" dé N . A. Cal-
k ins, cin 181AJ já ToLias Harn:·lo falava no t'usino l' rimt\ri,> <'b ri ~
~;itório como n c c hi.i<l<lu~. Jiv is <JUI! ._ l il>cr<laJ~, di,ia. a o;seut.wa
nn cl irtito, 1ninii.tr;ui<lo-ac às crianç;u liçõc1 com im~.; cu", figura~ e
ci,tampas, ttu<lo o prC>fni>or li vros apro1>riaJ01i 1)ara o \!UI! na F1 tm·
t;a se chamõtva liçõcit de coisai. ", na Inglaterra de •1 liçõc::s pur
ol>jétos ", na Alemirn..ha. de "as~cto" e no» Esta<.lo• Unidos d~

.. ,
...
i
G
41
x _. ~

"ir.stituição ", citando, em 1879, a mestres como · Pesutozzi, Frcrbel


ca
e Diesterweg 1 • 1 as ~
Ora se Tobias sabia perfeitamente como podia aprcn< er
línguas 'adventícias, juntando a prática às teorias~ falando-as , e
as dcclinanck>, senhor gramaticalmente delas, ~ane1an<l 1>-lhe~, fa-
a
c:ilmcnte, as sintaxiologias, naturalmente <1ue fácil era apropriar-se
do rico cabedal das literaturas <los países a que pertencessem,
1nancjando-as com os básicos princípios da filosofi:i critica. -:-
cnmo f, por que! e para que f - resultando-lhe as m,clhorcs e mais

'ili
seguras deduções racionalísticas para seu espírito atilado, cmprcen-
,Jedor e inteligente. .
t
Foi assim que se tornou .autodidata, mas mestre de si· mesmo
com o r igôr a que punha · cm tudo que lhe dissesse respeito. .
1
Mas a onocentauridade lhe descobria defeitos, que deixou fi-
cassem nos malignos desejos das patas espirituais t · .
:1
Dirigidas . a si, façamos nossas suas palavras, refercntC3 · a ri
Luis de Camões :
"E depois de ajoelharmo-nos diante da sua imagem, oxalá
1
possamo~ reforçar com tão nobre exemplo o sentimt".nto da gran-
dcz.i l11.m1::111a, guardando no peito, como impressão d() fenômeno, '1
a convicção sincera de que, como disse· Schiller: ·" · 1
• De todos os bens da vi<la, ··· ·1
A gl6ria é o mais alto bem, • 1

O côrpo ha muito que é poeira


E o nome echôa ainda além •.• "
·1
(~
o presente . livro foi escrito quasi que s6 no . sentido <le rom-
. bater ao que escreveu o baiano sr. Hermes Lima, que confundiu ~
a "ida tormentosa do genial. sergipano com um gramado luJope-
dista. Com que geralmente aceite por tódo~ os balípodos de nos- (~
sas bôas-letras, desconfiamos dos bous propósitos futebolistas da ,,....
sr. Hermes Lima e o lemos digerindo, adivinhando.:Jhc·· as reti-
c&ncias, perscrutando-o nas entrelinhas, surpreendendo-o, flagran- ~· ,.-;

temente, nos propósitos pequeninos, dignos, por mer~ccdorcs, de


outra certa gente, que não de Tobias Barrêt~, o maior pcn~ador
~,....·
de nossa Pátria e o homem de talento de caráte.· mais ilibado <lo \..~
Brasil.
Citando palavras de Gilberto Amado, ·Ji.~ •> sr. Hermes Lima f
que tem a visão da fôrça de Tobias, no que êsse adquirfra; "belas
coisas sem importância, diamantes e lantejoulas; f'Str~las do ·céu e C4
papel pintado, tudo o <1ue brilhava, que o encantava e que podia
encantar os outros" e, baiano hábil, re1nfoicmcfon na miragem C4
futebolística de seu bairrismo trivial, que a obra literária de sua
vítima " lembra 1t111a mi11a -em que ha terra, cascalho e pe<lras
~
preciosas ", tapeação para enganar à "gente do cabresto ". Entre-
tanto, não alude, apontando-o, um s6 defeito da obra ciclópica
~
de Tobias Barrêto. · ~
Não é o primeiro m1migo do grande sergipano.' Outros 0 fô·-
ram e ainda, depois dêle, outros o serão. Falam uns cm nome de ... G
Çastro Alves, fal.a m outros cm nome de ,5ílvio, colocando-o, P"f a
.. ~
(!
;... ~
'
.~
~
t

'
'
• - XI -
• dinlinufr . \hc a cultura. sem darem ncnhum:l prov:\ • ..-.baixo do ~et•
t ipano d~ Lagarto. que nisso, realmente. lhe foi n~ior, porque La-
garto ~ cidade mais pr6s~ra que Campos.
Xo livro elo sr. Hermes Lima há pouquidades tamanhu que
nos rc,·oltam. E' capar, por exemplo, de chamar a Tohias .. de
hvmcm positivamente perigoso" e de caluniar ao grande dcs~ra­
~ado, a aiinnar que êsse, ··a rigôr, usava armas proibidas·· ! Po-
ré.m i.l só merece dc~prczo. Cavalheiro de fino trato, vivcs1<lo AA
mdhor sociedade ~rnambucana, Tobias não tinha g~itos lampcõ. .,·
nicos. Certa {cita, cm meio a certa luta, qucixar:-.-se de que a
l"'rtc rontrária "carecia· de provas, afim de coníurnlir-nl)s com
a nossa placidez e a nossa magnanimidade advcrsflrios tacanhos,
que não cessam de pi~tar-nos como desordeiros " l
Em Recife, era mais fácil frequentar-se as rodas de palácio
C}Ue as de Afogados, pois que era Tobias cxigentísr,imo, sem ser
f át\10 ou orgulhoso, na intimidade de su• ca~a. ,
P orém, onde o sr. Hermes Lima se torna digno e.te piedade é
quanclo cai na trivial afirmativa de que Tohia:i u.sava, a · rigôr, ar-
'ui.s proibidos .. senão pela lei, mas pcl.:>s C1)Stumcs da cidade <tuicta,
p;itria rcal, respeitadora". ·
Ora, qual é a arma que a lei não proibe ao conttaventor? ! Se
não era das tais, por que feria a usada por l'obias áquch socieclade ? J
n~ue arma era essa, entao - ?I
.....
Mais tolinho. muito tolinho ainda, é êssc bacharel de armas
c.ue não são proibidas por lei, mas o são pelas famílias, quando se
sapienta: ··A' semelhança do tavão socrático fustigava-il e inci-
tava-a a abandonar a seu conformismo•• t
Era essa, a crítica, a arma com que, cm ngor. v1v1a Tobias
Barreto? P o rém isso é escapatório para <ldxar, C•)ntudo, má im·
pressão de Tobias como um désses sttieitos arruaceiros!
Deixemo-lo arma<lo ~ Tobias e comcnt\!mos ~ó a aquele •· ta\'fio
socrático".
Baianada para tapiar a nossos índios letrados, l·•mcan<lo sa-
J.enças ! Sóc rates nunca f11sf'igo14' e nunca i11ci' º " a nada 1 Que é,
porl:m, aquele .. tavfto socrático"? "E' ~o que a baia1~a .t''m.1: ·
Quanta trivialida<lc ! Tavão era a alcunha com 4uc o proprio !:>o·
<:rates denomi nava a si próprio e isso no~ iufonna \\' ill 1)un.nt
1id HJ STól< lA DA FILOSOFIA, à i>ágs. 33. Tavão era o pró-
1-'rio S6cratcs: ·• ú velho ta vão". Tavão socrático é i~ual, sr. H\·r-
mcs Lima, a Sócrates socrático 1 Por que não ~diú emprhta-.lo a
.. velha parcmia" do Freitinhas? 1•••
Tobias Barréto usando, a rig·ôr, armas proibidas, isto é, do
uvão socrático ou do Sócrates socrático, i~ual à .. Vt"lha paremia ·• ..
c.lc que era o Fr~it i nhas, só do livro prevemdo do sr. Herm~s Lim:i,
livro que é desafôgo a dei;pcitos antiquíuimo:1 l
H omem de bem, caráter elevadí:uimo, ao g(nial polii'rafo 11ão
~ possível acúmodar-ae na asquemsa moldura que lhe qui~ just<ipvr
h5e vl'lado e intran~i~cnte inimigo. Tobias foi de ontern e muita
gente q1,1c o conheceu u4' intimidade ainda vive, de aorte que a im1>uta-
<;ão do ar. Hermes Lima, com <1ue uão 1ail>amol6 <JU4'1 .~ ; ~. não
JY.!S<l ;i int<'gridade do p1aior liróf ilo mlcioni.1, que i.6 pos,.uiu tr'1s
armas, <t\.lc nunca vendeu a nada: o verbo tim6ho, a P'"'" liun:Au~

.· -XIt-
e a tira harmoniosa, todas à serviço de um caráter sem j~P e quas~
sem similar. Se quisesse ser · rico, ocupar altas ~o.sioes !'ª af°c
Jítka, era sb vergar a espinha dorsal, furtar o crano na~icin.
<l<lvogar administrativamente as pr6prias causas, etc., etc.·· ·
· No entanto, ao contrário procedeu. em toda sua c~rta cxist~nd:i,
porque, se f ôsse algo mais, assombraria o mundo, nao como \:ahn-
tino, mas como verdadeiro gênio.
'
Olhando com os olhos de vêr, tão próprios a si, C•">mo são aos
inci:1111p1 eendidos, mormente a !que se reforia ao Brasil, excJuinJo-sc
da barata demagogia, nunca foi um filósofo romàntico, <"0111•1, erra-
damente, informara.m ao ilustre dr. Pedro Calmon, mas um pen-
~ador genial, equilibrado nas mutações evolutivas, contdrio :to es-
petacular do que se prendia à Liberdade f órn11J:a, J1rêso à Liberdad~
.substância l
Ao jovem historiador informaram ma!, repetimos, e isso não é (
de estranhar, 'pois que Tobias sempre foi um incompreendido •ia
{.!eca<la. Irrequieto bem-te-vi, possuía a nobreza de carfller e. a dcc.i-
clida coragem de delatar alto os crimes contra a Pátria. CombaticJ,
<tJJOntando os êrros para emenda e, assim, ensinava. Rugia con•0
o leão, mas, passada a tempestade, era. manso, sereno, risonho e
modesto ao meio que o envolvia, efeito de su:i alma eletiva. Razões
plausíveis couberam a Artur Orlando, "o mais môço '' dos disd-
1mlos, quando alegou que "a sua poesia é uma fonte inexgotáv('l de
inspiração e de a.môr; a sua alma alada vôa para as alturél.s êo
pensamento como uma águia sedenta de luz ". (
~ste livro, corno já se póde depreender, é, principalmentl.', de
··admoestação e de combate, porque tal foi a vida de Tobias Bar- (
reto, dêle que nunca se inclinou deante-da fatuidade ou deante-4a
<lrrogância. Nunca se acomodaria ao papel de cegonha, que, humi-
lhada e silenciosa, esconde, coitadinha., a cabêça entre as asas, quan-
do se lhe depara o perigo. (

Independência e verdade, eis o todo que impera nêste livro, (


po'rque retrata a Tobias Barreto tal qual êle foi e ao meio ambiente
cm que viveu. Estudamo-lo sôbe todos os aspeitos de sua intan-
gível brasilidade, êle, o · brasileiro mais culto e, igualmrnt(', o C)uc
mais ·sofreu dêsde seu nascimento até quando foi de seu trespasse.
Foi sempre um incompreendido, porque foi gênio•

Concluímos com êstcs versos nossos:

Ineditismo do Gênio
Sei· único, ser Gênio, elevar-se aos mortais,
ter a mente ocupada em eterno delírio
de altas Iucubrações, para o mundo é demais,
é a vida engrandecer com as palmas do martírio.

. Já
se lavram, no bêrço, os primeiros albores
com os i>rantos maternais, que predizem misérias
ao tristonho natal do aureolado das dôres '
• de quem, do padecer, não tem paz, nã~ t~ férias,

'
·· w ;; rnn:: :o-•TTrn r TTST ··m
. .... .. .'
. '
" ,. .
. ;..
4 •

-Xlll - .
." ....
...,.,.
A vida luminosa, ampla de excclsitudc
( .
, :·". '

é !'Upr<'ma ladainha em o pranto jun~ada. .. .' "' . · ..


.. .;..;:."'::·
..
tudo que lhe carecia é, sempre, . inquietituqe..
..
~- ~: ;-: :..

N cm com a morte se extingue a pugência da gt6ria : .. .. ... . .... 1

contra o gênio, a torpeia, atrozmente. enciumada,


mente, f cre, atraiçôa até na própria História t

• ;
.
~. ºJ • ~
'
Não 1)6dc um deus jamais ser de homem comprccndiclo, ,,,, • •: 1 -:..·

vive isolado o gênio cm meio à turba-multa; ..


. ..!\,. ••
, ..";.,....:... . .. ..
• r •
' .
....
1•

nimbado pela inveja. eterno combaticlo, ,,...... .


atira-lhe pcclracla a in1quiclaclc inculta.

Ara uitcto de luz. cm plano suo.crior,


J:>rofliga e ensina ao parvo, encimadv ao Poder, . ~

e <lcscsp<'ra e chora em sua imensa dôr, . ·. ... :


estrangeiro cm seu País, não se faz c9mprccndcr.

Traem-no discípulos seus, Zoilos o caluniam,


'
mudando-lhe a. feição de toda sua vida,
surde a Inverdade roaz, que os pósteros coufiam. .•'
. ,'
••••• 1
Ádvena no Brasil, pleno de aleivozi~s. • • : • . •• J
mentido, reprocha<lo, cm a P átria quel'ida, ·
,
... ... · ,. • 1
'
perene mente, ha sido o sublime Tobias! :~ .• ...• .:· 1
... .·.: . .
• . ."' .
** ......~ :· ..·....·.;:. .

...
A críticos e criticalhos em sua totalidade, antecipa-se o autor l\ ' ... : ~
clcclara r que u5.o é litera to, mas, apenas, estudioso do passado de .... 1

Sergipe e, pois, de Tobias Barreto de M'!n<.'Sc5, a quem julga p1·e-


judicaclo, até hoje, nas múltiplas fases da sua C'\.t1'ta existência, c1bs-
c:urec ida pela hôa e má vontade de admiradores sinceros, de r>semlos
nmigos e de inimigos rancorosos. J

Sabe que é um mau· calceiro da História, um piolho mumificado


<las bôas-letras e nada tem a perder em ser franco e .;incero, ba-
tendo-se pela verdade. N ada lhe importa, consequentemente, que
os despeitados e invejosos o apodem, como o fizera ilustre homem
de letras à impertinência <lc certo crítico, de " rcdolêgo de bc1i r1a-
sro do campo da vila" 1. . . ,

..
..
" ·-

.. . :··..... .
'
.. ' ;.,

..

. .•

PRIMEIRA PARTE

··E' certo que nesta terra só é


gênio quem nada ainda f~z; n1as isto
não deve ser razão para desanimar". • 1

Tobi~s Bar reto.


-· '. ~
1 • • • •

·. •
..
•• 1
1
1

• ••J
. - .. 1

... \,. , l

'

1
•!
.. l
.!
.i
1

..
..

. .. ..
·.

GENEALOGIA

Nunca, cm Sergipe, como, possivelmente, em todo Brasil, t'xcc-


~ão de San-Paulo. se levou a sério o estudo genealógico: O. pre-
j u'.zo é de sorte tal que, nos dias defluentes, essa principal base da .
Ilio:rraíia, essência <la Hist6da, Cútl\•.> contribuidut-.l ela lei bioló- .....
gi,·~ da Hereditariedade, na qual a desc'!.n<.iênc1l repete, de ordinário,
'rdkxus íísio-psicológicos de antepassados, mc.m~o os mais remotos, . . . .......
·.·.: . ._.:·~
pode, dificilmente, ser sanada. Triste é afirmá-lo, mas, vt•rJade, é
que sempre nos descuramos do assunto e, assim, os Jocuanentos
. .. ~ '\.: .. ...
~ ·.
·· . ...;. :...
' •t, •
1 t..··· -;t.
jazem esparsos pelos arquivos, <tuando não d·~strui<los pela ação dc-
' . '.
.. :-/;'.. ..~~ .,-~·.·~~:
...
lctéria do tempo, mercê da incúria dos depositários·. A disestima
ao que se refere ao passado é fato caractcrístfoo lã ligeireza <le nossos · , .. ....
:..,
.... _.. ~· -.., .;. .. ,. .f.;:
.liál>itos, de nossa preguiça tropical. Sangue rr.oir.:> somado ~ sangue
aborígene, claro-escuro .etnográfico, - gritarão !.>i3onhos raciona-
listas sociolatras •..
... t ;
:• .
· .::--- .
••

Quando. cada indivíduo,, fôr possuidor de tuna ficha t>siquia- :.·


. .. .
,._

nal Í:)ta, fácil será o estudo dessa ciê11cia., que ora se desvia para a •

Etn'lgraíia ou, melhor, para a Antropo-etnografia, que afirma a . ·. ' • , · · ~,


..
existência de raças humanas inferiores. O pr6prio Tobias Barreto
chegou a dizer <1uc " quanto ao ponto relativo às raças, isto é apenas .... .. .... .
. •
o efeito de outra m01iia do nosso tempo, a mania et/i1wlâyic.1. Eu qui- ..... ...• . .
zera que Lilienfeld viesse ao Brasil para vêr-se atrapalhado com a '>:.· • ...,... =
·•
. :..... .. ...
r •
~.·

aplicac;ão de sua thcoria ao que se observa entre nós. As chamadas .· -~ ':.~ ......· ~.;:
raças inferiores nem sempre ficam otra~. O filhinho do negro, oi.. ·:.-... ·-.. ;· . -~ '
do mulato, muitas vezes leva de vencida o s-eu coevo de puríssit:io .. . .. . . ....

sang ue aryano ". E' que Tobias, por acurados estudos, n1enosprczon . ..
. '
;v·gcnerativa <los raciólogos e sorriu dos peneiradores sociolatras, j~ ·h.~~ .~:.:-' J
. .
• - • •:

certo <lc que as duas disciplinas nunca se juntarão, porque o que ~ ..


- • 1,.1> 1

vale é a força motriz da cultura, que as representa.


.. ... .
·.;
'11
O autor destas linhas tem-se consagrado, desde tenros anos, ' ~ ·. ~
'1
~' !

a êsse estudo, na seção sergipana, e ha constatado a 4cgencrccên-


.'
t"' :,-

cia, o embrutecimento, a ruína das velhas famílias de Sergipc. que, ··.


. ,. . . ..
inconscientemente, embora, o fizessem · mais para não espalhar os
haveres pecuniários, são levados, por motivo econômico, a repetir " ,......•. '·
os antigos êndógamos, - selvageps que, pela organização das ru-
. .
. ~

• "1

t>ectivas tríbus, só se ligavam a criaturas do mesmo· clao e isso para


conservação da nobreza da raça, sem se aperceberem que tais uniões
consanguíneas,. .degenerando, físicamente, à .prole, · destruíriam o
orgulhoso intento, ainda não contando com o natural sedentarismo
dos ricos, que não l\lboram çom as próprias m~o~ e 'dai, dessa api1-
..
......
'
4-
tia, tllenados de excitantes afetivos, o dcpaupcramcnt•) da saúde, 0
definhamento da sipc e, consequentemente, toda sorte de paranoia
da íamítia-grande. .
E' o que vemos, quase, em todas as velhas casas ele Sc~·gi~,
onde-. com pequena cxeção, descansam as perturl>a<;Õc!\ •la mtch-
gência e do sentimento, que os alemães chamam de psiconcur·:>sc
e que, fatalmente, trazem a ruina financeira nos meios açucurocra-
las, surgindo do meio do ·t>Ôvo, da classe pobre, o homem a~rkola,
que, com o ~uot· <lo p:rÓJ>rio rôsto, se torna o novo-rico. Aliils o
fenômeno é histórico: Roma agrária, substitui<la pela Roma pluto-
crata, muito antes da "nuvem dos bárbaros", ~! ra dchiliticia tX'los
. requintes da civilização, todas as molícies do buxo, afrouxadorcs
das energias. •
Já o dr. Manuel . dos Passos tesseu brilhante estudo, irônico,
que Petrie admiraria e seria ca.1>az de acrescentar mais um pará-
grafo às próprias escorregadiças generalizações de . causa, quaml1>.'
''t'>Cnas. era mero efeito do "caos de sangue", tão comum -ios 1iai~cs
que ainda se estruutram em .busca do · ciclo' eugênic~. pois 'tttC, 1;.o
acertado pensar do .filósofo norte-americano \Vil! Durant, . "as
aquisições intelectuais não são transmissíveis pelos cromoso11~s ;· CJs
filhos de doutores em fil<;>sofia têm • que se~ educados, já que uâo
herdam educação -' - e muita genialidade aparece nos filhos da g, ntc
mais humilde " . . . ·
Fez o brilhante filósofo sergipano nít ido estudo, dizíamos, da
dupla significação, em Sergipe, da frase - "Pcrtc11ccr a bôa> fa-
111íl ias".
Uma. servia "para significar a excelência do inclivíduc) pelos
prcccckntes da raça de seus antepassados " ; a outra, " para dcmons··
trat· a habilidade cios cavalos que se prestam fl.s duas montarias, aos
<1uacs vulgarmente chama - se11 dciros de amb,a s las se/las".
Como "á equitação era a nota característica de bons moços de
outr'o ra, cm Seq~ipc, que representavam a pureza do sangue e c:riio
conseguintemente a dasse nobre, depois dos padres " , o rescltado
é:. que " nestas condições a bitola. inteektual de um parecendo 1:t1~1-
fundir-sc ou pelo menos, equiparando-se ao nível intelectual ,k>
c utro, no decurso de tempos deveria i<lcntiíicar-se no que possai ~; sc
maior fôrça assimilaclora. Infelizmente, parece não ter sido a ,:on-
<lição do cavalo, o que declararemos sem alvo calculado, si11e Ú'(J ri
.ft11div. Foi o homem que adquirio alguma cousa de hípico, m·.wo-
/ou-sc, en~quanto que seu escravo, o cavalo, não consta que ,\dqui-
r issc mais do que ó que comporta ~ua natu reza: - não tornou-se
.•.. Jro111c111, continuou cavalo. A linguagem, que tem alguma oousa de
.uivino, conservou-nos as duas fráses como um sedimento daqueles
tempos. Hoje em dia, pertencer a bôas famílias , na bôca de um p:·e-
tc:ncioso ~uc viva a apurar bra11q1ddodc, importa o mesmo. que per-
tencer a alguma rac;a ou, pelo menos, a alguma tribu. humano-ca- , .
valar",
,•

'
l'
...
ANI .~11 1
... .. .. -
CASAS PORTUGUESAS

lhllfor
N Um. 't
(;m .. l'tlh1•f- rJC' , th• ocM1>; 1vft• )
..
Ju•tt• • M •ode l .. Oflwulu•- "'· ta•IJ•I de Ut1lo f U.Ca•ft)

O. Lull• de Meto de \'eac:oocolo1_


a ..
'
\.ltnJo ""' Ollw• lr • l • rt• -"0.,

} ,,t6nib tJe Olt••lf• Corvttth.tf Cocrcnó•)

Nti:.m. 2
X .. U. Ofouo cta M• lu rl• Cttnh11 (Ue-.. .. wb• )

"""'" ••• Vn •cun<.ul"" - ; -


-- i - :" dn M81u l •n&,,wcl.,
AnMnto •f• Otivwlt .1 CnrvAlhnl _ _ _ o. L •t••n ' '" M"'º d• V11 t.;nnr.•IO• (oet" wOw)
J ,. \"(.\ "4 lt \f \ ' \:-' f •t1 1 \l•h 110 M .\ l.\' ,\llfU I
O . F1,u11•nc" •f• ,..,,,._,,,,._ ,..,.,"*' ,,,. Mwh• Vnacunc o fO• (hrtfll••d•)
N .:..m. 3

.
'

• Nú f"n. 4

Jo.1o G1ut:•"'- º · Vitorina tJe Ollvn (heJ)htVÓ• )


1
Cornn•f Luu d e Melo .t• Va • c:onc.e lo•- - -º · Ant6nh,. O•rct1 d e Oliva (h• •••ó•)
1
Mnrrfm f f4't Freiras d • OUvn _ u . SernUn:• f;nrc6!i ( µentavó•)
1
' lf\1'1• ' 1 Ult
O. Maria O. Vaeconcofui o Men•••s - CJSJlh\o MHrOnho d • Frell• • Gerc69 ( t• tf:tYó5)

N Um. !5
li.li,\ 'll•lll'hlllA ( l'OU'l'l r , \1 .)
X .. _ v... ~o Mnrlu n M um.> CpenlJd.cowo1)
1
X .. - 'hmthJuu M.arfun M ums (l•trudot.:.a wch)
1
U luo ~ B •.ur•tn _ G1•Jft'Mrmv Marlim Mums (trM94:.:•ós)

Núm. 6
JC ,. .- , - -Conçalo Nunes Sarre!o (lelradecavós)

Gwlh•to•• l\iarllrn Munlu_ o . fnàa Sarre lo (lnd• cawós)


1
O. Jo.ma 11~1 SUY~•- Sól>Ui116n Mu11ls Barreto (dodoCoilYÓs)

N üm.7
1. l:<I UIA
X.. _ Gonç.J.fo da Sit.-a (tttd&e;u,ds)
' ti ff ,\ •11·:1U ' J•.Ut.\
S• b.1:th4o Muol!!I> tl•tr•lo- ,o . J u.u 1.t ct" $11.-.. (dodecawó~)

x... ___ ,;111Jht11rtHU M uni• 0JHelo (he 1'KM4;.. v6.. )


1
O. M a ru1 da Sfh•·• ir•- -Eoa" M unhi Bnrr• tO Ceneavóti)
1 f 'IP \ l•I~ flU "/\ 1. V,\UUIC (IUfA :-ôU.)
O. L.onor Antu11w•- H •nrtque Murns Bàerrvto ou T•l•s (octavós)

Nüm.8

O. Cu.rôdi.. Anlun•s - S•l>Hll4o de Furla (eneavôs)


1
Henrique Mvnls Barreto ov Tel•s- 0 . L.•onor Antun•• (oc·tavós)

O. ca1arona V11nna _ •
o1ou•> Munis Tores (cop1160) - (hepl~vós)

N üm. 9

O . 6r unco;1 Setr4u_ Ma nu• I Gmn•$ V1torha (OCl••OS)


U1lf\e, tJ• Antonio S eu âo • Cu1Hrlf1_. M•nJ ei.) '
Cu1Mt.lo Diogo M11111~ Teto ~ _ o. C&tJnn.1 V1t..>riJ (h •~h1vcb)
t
Juâu 1'1ontJtt:r. cJo V-.sc:urtc• fO~ -''· Lwunor r. ;.:r. (hU.C4VÓ>)

Nüm.10

li.li/\ llA MAliEIHA (l'lll<Tt '1iAI.)


O . Co11 •lanç" c.I• Mundonç~ do Vuconcol<a--r-:'::'Jodo M.,nd•• Delgado (hoPl4'•6~)
1 l !lllA lll•: IH) S 1\l.\ ' Al•Oll (llft ,\Sll .)
u. Luunt)I , .• , ...~Jo6u M•nc1•• , •• v,u.cunce h.ni (h•••Vth)
Cep1tAv João N uno• P tta _ o . C.a11trlna d• VatM:oncef<'• (P• nt•Yô5}

Nvm. 11

N.:Om. 12

A ffere• AntOn~o Joia tJ" Fo 1


" 1 .. ••:r:,·. l'IAllAIANI\
O a
n• ltnund• Morl o ele
A 111'111\ 1111 11111 ICh ,\I,
S• (avcl1)

Mu}Ot" P e fJru 1;t .. ,, . 1n d e Mtmeae a- - y - ' ltn.,e ncle,,a M arl• d e JeMftl (Pai•)

/ ,,), foBIAS 8AIU'IETO OE MENESES '


-s-
f.\,nnid~\·d ! . . . ~oroldn ntlm,rnrla A ê!'sl' flc~\:CtHkntc "cAna1
tk nw1hili (l;ul~· vcrtk:.1 •• e Vilír<.'<lo Parl'to ~e rtocumcntarh\ na .. rir·
\.\lla<:~~' d:ts C'lit('s ",
Se. como T obias Barreto. não levamos a s~rb a ~· 1 peri1.lrid;\rfe
<l<' r:.ças. se ac-hamos. mesmo. Q\\e o caflhu\o bra11q11idadc. só arro-
YC"it!wd a nulos e a t'stúpido~. - vcrgôntca humano-cavalar - , é
a parlapatiC"C C'\)tn CjUC a ncccdadc ctc!'lustra a Antropo1tcograíiA. ,.(')
\.·. ncaramos. na G<'n<'alogi:i, a i::-randc fonte tributária de qualit\.1<ks
raci:tis Slmláticas. herdadas do 1)assado, que s6 a a~3.o do meio am-
b~eutc pode ou não recalcá-las e isso é a resulta da generativa. qui.:
pvde S<'r manejada (K'lo cruzamento dos círculos sociais, na c.stntc-
ficação do ycistiy<' e 111~tcricllc K11lt11r alemão.
S ikio Rom('ro era de opinião contrária a Tobi!l;, cnc1uamu a0
,'•rrf(I f'uro, s<.'fn atender que tal superioridade é seletiva e que o in-
tckcto é re.c;\tl ta de {unção nlcsológica, só se revela com a inf\uênda
cultural.
Excmpliiiqucmos: - Todos os <lias, ouvimos estancianos e la-
ranjcircnscs afirmarem a superioridade intelectual · de sua tcrra-
h~r<:o sóbre as demais <le Sergipe. Ora, isso é, no máximo, c~esme­
<l iciu hairrismo. é desconhecer todo qualquer princípio de mera fórça-
inot riz cultural. C<,locar o privilégio só em Estância e Laranjeiras,
o <lu\"idamos, porque se as demais terras sergipcnses tivessem tido
~ fclicida.de de ambas. que possuiram a vara de condão sôbre a:-
.. 1•

dcmais, que era a própria instituição social, tais quais verdacieir'Js


liceus e professores capazes, além da superioridade local para a in- l
1
crcmêrn.·ia d<.' rico Comércio, não era difícil a competição na ~u­ 1.
1
hl imc seua das hôu-lctras e, P<>is, da inteligência. Peca. a 1)1)<\rt' · ·
• cido. o <lébil princípio sociológico antropogcográfico de clima e <k
raça ckante elo altar de Hígia, a deusa. eugênica. ·
A Sllpc rio ri<lade íncola, clabor:ula pelo Capital, é o que rcsalta
na A ntropogcografia, porque o talento não tem pátria certa, vivt!
vn<le vicl·ja a cultura, fl o rescida pela riqueza. Só brilha a ~dra <tUl!
km lavo r e do j ógo social, que Young definira tão bem, n l'<lu-
('ilção tem o prestígio único, ou o cár i ~ ma anti-racional de .\1ax:
W c.-l><..' r, que, do meio, é o cont rôle.
Consequentemente, a Genealogia, sempre desviada por adu~i\uu­
rcs e incapazes para o estudo de supe rioridade de Família, é, au
nmtrário, contribuidora da Psicanálise e, na Filogenia, na evol .lÇà\1
da ci.pécic, ~. minuciosamente, bisturizada pelos cientistas cm t0<las
as fascs hei.ternas e )wdic rnas. Nf10 possuímos tra~os biográ1fo.:o'>,
ao menos, dos antepassarlos de T obias liarreto, Que ~11bstitui'4,t'I\\
ao respectivo psiquianalítico. Apenas rtferências, c1uase nominai-;,
até agora desconhecidas, proouto de nossos C)fon;os de trnça. lnfc-
Hí~mente, s6 muito tarde, em inícios de l &N, conheceu-o Sílvio
·Romero, cm Recife. })aí, de tl10 tanlio conhecim('nto, qu~\mlo O:l
dois sergipanos, contcmpor ânoos de t'stuclo, se deslumbraram n1\i\11..\-
111cntc e surcl:u a.<1ucla ami;,cadc, talvez única· nos mcio!S c•gvhtni. litc-
~-- - ---.
- - ·- - - - - - - - - · ... -- · ~~,.-- . ili . ..
- o-

rf\rios c\l') Brasil. com a doirada lenda teasida na vida ,·crgip~c. <.Iu
c:unpoano p<?lo lagartcnsc. . · · .
De-feito, entre outras - poetizações criadas por Sílvio a Tobia~,
h!i. a Que o dá como bisneto do Homem da Natureza, Antônio Mun~s
d~ Sousa. o que nos faz rir da ingenuidade genca16gica de Sílvio
Romero, porque o hotânico brasileiro, como se depreende do quaclr~
i;enealógico núm. IV, cr'a apenas, primo em quinto grau do ~gm­
íico artífice do BEIJA-FLOR., Antônio · Munis de Sou3a foi con-
temporâneo de Tobias, pois que faleceu quando êsse já era pro-
fessor da cadeira de. gramática latina de Itabaiana. Ademais, n~s­
cido cm 1782, antes. do outro. s6 .cmcoenta .e sete anos, era m~o
demais 'Para ser ascendcnt~ tão afastado. Tobias era tetraneto do.
bisavô de Antônio. .Munis, capitão Martinho de Freitas Garcê3. . 1i
Também insistiu Sílvio Romero· em dar-lhe como parente pró- ~!
. xi mo (que milagre não foi avô!) do célebre poeta repentist'.l baiano ~:
Francisco Muniz Barréto. Remoto é o parentêsco, s~ndo que Sílviv 1'!
ignorava ser êsse mais perto seu, por parte matenia, por<?uant'? ~.
o lírico baiano (nascido na vila de Jaguaribe .a 10 de março de 1804 ~
e falecido em Salvador a 2 de junho de 1868) era filho de d. Mat iit
. Francisca Pires de Albuquerque Muniz e do tenente-corone) Luís
Antônio Munis Barreto da Silveira, vergôntca dos Távoras, comu
o fôra a mãe de Sílvio, d. Maria Vasconcelos da Silveira!
E' que Sílvio, embora procurasse sobrepujar a grandl!Z•.l de -. _
Tnbias a rcsaltar a humildade dos seus, fazia questão de à humJd~~~\! · ·
juntar oiropeis avoeng-0s de inteligência esclarecida, resquício ele sua ·. ·<t. ....
racial mania de branquidade, própria de filho, neto e bisnet.:> de ·, '·
português, de senhozinho de engenho. . . ·:~:;:~.;: · .
/ Não foi sem muitas razões que Çândido Mendes de Almeida ·~::~::$
;,firmou que ·•a vaidade das distinções genealógicas é, talve;t, um;\ ·-f.~'.--.~"';
frat1ueza, senão um mérito que acompanha a humanidade'' e isso;/:\~~~.:'
cm Sívio, era atávico: ·o bisavô matemo fazia questão de seu htsit~~lY~,~~. -
• '!' ' ~f" ~~,·--
msmo !. .. ·.~:;.:-.:·.-,.... '~:~-

\ . .. . i .. " \ .• ·- \ . ...

Por vezes rciterada.s, temos contribuido para a revelação 4a:I';.~:,':::.;.


·- . vida sergipana do grande astro brasileiro e ora o reiteramo:;, }lmtáu:~~.t·"<:'l:':_
do-lhe farta documentação inédita, que rebuscámos algures, no em;~~.~~~~·~~ ... ... ... ~, -:. ~

· penho de tornar algo completa a biografia de Tobias Rarrcto··.d~.'"-··;;,-~ ~.,


~kn_cscs.' sem ' medirmos sacrifício e sem perscrutarmos a 1)r6~~~~;~~~~Ç
mcd1ocnda~k, apenas levad? ~)ela dôc~ esperança de vermos. ~~~~Z~-~~;:.. :h
ça<lo a maior cultura brasileira do seculo passado e o mais c9p\;,..;~s·::A'
batido pensador <le nossa Pátda, porquanto dar lume a livrQ,.sÚiQ"";-\ ~: · \
n<:~tc . I_=>aís, é .es~ar condenado ao desprêzo dos menos lido:; é'-.di~~~~~~~~.\..
foi v1t1ma o mswne b Mestre • •'"'·'<"- · ,."' ··' ".
~~ ~~\.it. ~ ~·.: ~}· .:.,.Ji't,"

. El'ncvcr a-cêrca-cle ,um ho.mem assim ~ íitar os olho.> l\~:~'m/ -~;,;,.t:>


1111p~·udentc, ava1,1çar até a clarcJra, onde rePQisa o leão; é; cm s.üil.~·~:~'J;I.;;}~:.;\.
. o sol e, consequentemente, cegar-se; é ser sapo a olhar a lua·;;(é'~;: t/:~'- ·"·~~ ..·
('e.mo cm o caso de quem garatuja . aqui, a coragem inúcent_e'i1#~;~~~:~':;!,~,
parvo a falar no ten11)lo da Sabedoria 1 ., . ~~:,;~.~••i\'-:lif~·~\'
• - ,~, . . .. kt·,.; .~.. ~"'....- "
.: ~' :. ~'{l~~~J<~~<Íi~~~~.~.}
• ·, ,:~j~.~~~~v.~~~}~\~.~~') ;-:-::· :.
·': .....~~ ''~ ..'. ,~..\ ·:i 'S). :~:{• ~:
~· :. 1~t\f:';:i-.. ;·. _.~, ,.~ ..:('C~Y ~'i'°'t •
•.'"'!'~ 't-';.;, ' ... ..,,~"'º"'"'""~·
.. ..
-.,;·~1!4 1,:;:-'li~{:~:;ít;;".~-~:s
... .
• • ~· .- :.,,.~ ~ ~ ~ ~\· .~_, •..:.... t;i ·1r·..·.
':'~· r <;~~t~ ~:4:~k_;,.-, lf~:.i·.::

:.·}.~:,, ·',.:~tt~f ;:~T~?r:~2'~?--· -


.-.~ -1·"..-::/fJ:•.'t·"ifi;~·"· . .'
.··"., ~~:J '; ·,_:.\ ,.'. · ;~i.·~\_. .; :r:--~: "'-:·
,_\ ,,1..,:?"':·· .. ·'H~~~""'''~'~
.. ·~-1•...:.~pj~\-: . ~l'.<\;-
.. ..~(:Y.·.ot:,.J.~.~·rw .~. · . .'
. : \~~7-'tt' '·~~~.!\<Y...:.:~r~~';~·~:t.(·~ •r :··.· ·
1

~
• •

#.NEXO U
Major Pedro Barreto de MenesesTO. Ana Belarmlna da Visitação
(Querida).

Professore d. Maria Belarm\na de_Tenente Francisco Barreto de Meneses,_Manuel Barreto d9 Meneses, falecldo_João Barreto de Me.:leSes, casado com
Meneses, Cilada com o capitão falecido sem prole. sem prole. d. Póssidônla Chaves ; falecido
José Antbnlo do Rosàrlo. sem prole.

(Todos rmãos paternos de TOBIAS BARRETO OE MENESES, filho tegf-


tlmo unigênito, do major Pedro Barreto de Meneses e d. Emerenciana Mar&a de Jesus).


'.

• ~~ ~fi \'
, .
• . •\
. j' :


1' 1
.
.. ;

• --- '·
') .

• Dois municípios coloniais. um baiano e outro sergipano, con-

• tribuíram para a formação dos maiores dau.r de Sergipe.


A antiga vila de Itapicuru-de-Cima, a cinco légua.s da r.idatic

• de Campos-do-Rio-Real, foi pórtico por onde passaram a SPrgit;>e,


diversos fundadores de velhas famílias nossas, ou, melhor, foi o ..
. 'l .
1

•• ~ristito onde estacionaram, ele vez, diversos abraões de no,;sa


Capitania, entre os quais, somente por dcsfastio de citação, men-
cionamos os seguintes descendentes :
,·~

.
-..
.·..
i'

• 1faynards, Buenos, Freitas, Garceses e muitos outros, cujos


cognomes ainda os recordam.
• A', igualmente, antiga vila de Itabaiana, elevemos, tambê1n, ou-

• tros apelidos familiares. .


Tobias Barreto de Meneses reparte-se entre ambos. A .asccn-

• dC:ncia do ilustre. sergipano é · da alt~ nobreza do velho reino h1:;0,


ultrapassando-lhe em idade. . Não nos interessa, .. porém, . levá-la
• a!ém .de Sergipe, senão em.anexo.
. .. ._ ·.---
.. .... . ... ,
.. .. . ..

·~

. Dessa gente, e da e:Õlução social do meio P. . da educação, lhe ~

·- ·· ~
.....;--
~- .....
.... :
adveio aquele seu amôr próprio tão apuratlQ, que se elevava além

• elo conveniente e a auge tal que chegava a dizer que 1 qu:rndo se jul-
gava, se sentia humilhado; mas, quando se comparava. se sr.ntia
• orgulhoso., Era a velha linha de fidalguia a escorrtr-lhe, tumul- • ".
..
...

• tuosa, nas artérias do eminente pensador, quP., como () pÕV•) de Israel, :""'" -...

"no meio de outros privilégios" - , segundo sua própri:i expres- ' ,


• são - , " teve tambem o privilégio da desgraça ". ·
Não que desse import~ncia a isso, porque sab1a naua in1pcrtar
. .-
'\..:'.

•a à cultura a hereditariedade sem a eugenia. Ao contrário e, indireta-


mente, se expressa quando, tratando da huma.ni<lade. afirma!· .. Ainda
•:.

,,.
ontem macaca, - e hoje fidalga, que renega o.s s~u'i avós e vive à.

• cata ele pergaminhos para provar a sua nohreza, como filha unigén\ta
dos deuses". E' uma iro1Tia, mas nela deixa transparecer desvr~zo

• à nobreza avoénga e ninguêm atacou, mais que êlc, à nobi\i;u riuia


pernambucana. Havia, cm Pernambuco, quem até se honrasse :lc des- ...
• cender de Maurício de Nassau, quando. o príncipe holan<lê;; era

• !'olteiro e não teve filho legitimado ali! ...


Nunca foi orgulhoso, nunca se encobriu de filáucia5 e, ccr.t a
feita, disse: "A acusação de orgulhoso, que me pode ser feita,
não é de todo baseada cm justiça, mas cu aceito-a, e não me ~into
;<cabrunhado por ela.O orgulho nio é tão feio, c0mo o 11intam " .
., Porém, o que foi êle, em toda sua vida, foi uma cdaturn etc fi\o-
doxia sem par no combate aos que procuravam, em váo, 1imhmir·-lhc
a personalidade, destruir-lhe as opiniões e, na luta acérr~ma, fazia
rcsaltar a inteligência e cultura sem iguais, manejando, fri~ 'e arro-
gantemente, a terrível arma dos fortes, que usou, sem ·~ompetidor,
no Brasil, - a ironia. .
Ouçamos a própria confissão do eminente pensador :
''Segundo li ultimamente em um jornal do sul do im11~rlo, ·o ..
,
'•
,_

-·· - ---- --- - ---

. ..
s~bío naturalista alemão, - Fritz M!ueller, . que ali reside, acaba de ·
descobrir. que a natureza, entre nós, cercou certas plantas selvagens }
de meios de proteção contra o ataque das lagartas. E' assim que 0
maracujá, diz êlc, é dotado de umas glândulas, ~1ue sccret~n~ um f
1
rncl especial, o qual atrac umas formigas pretas, que. dellciachs
por aquele nectar, não consentem que as lagartas se a pro.:--; imem. ~
Eu sou uma dessas plantas selvagens. Tambem guardo o meu
u.<-1: é um pouco de poesia, que não me abandona mesmo nos mo- ~
mentos mais críticos da existência. Tenho tambcm comigo uma for- 4 ~
111íga preta: é a ironia, a ironia rdrcxa, que zomba até ela própria
zombaria, a ironia que ddende das más impressões que me pos~a;i1
causar a intriga e o m~x;do das almas pequeninas".
Essa ironia reflexa, tão natural cm Tobias Barreto, provinha
de seu álto senso de humor, que foi tão requintado entre o~ gregos e
-
~
•il~uns romanos. Lutando, como gi~antc, na ddêsa dos méritos con- ~
tra uma pleía.de de invejosos e caluniadores, nunca abandonou a
<~rena e, de cála.mo cm punho, futigava ;.à cainc;alha, gargalhan<lo- ~
11.e dos a spectos cómicos das liças, obrigando-a a retroceder, sem,
de leve, empanar o espírito de eleição na voragem do \.epticismo. ~
Nisso, foi um verdadeiro ático, um romano à antiga, arquhtra (mie\°>
de sua P á tria. mesmo antes de conhecer a florescente literatura
~
;,kmã. De uma docilidade reserva.da, sêca mesmo, exceção Jà mu- ~
lher, por quem deixava tudo, sacrificando instantes preciosos •le
l"Studo, era vaknte e franco e o pouco de injusto era o bastante 4'
para fazê-lo sair a campo, buscando reparar-se à falta. Pa ..ccc parn-
cloxo mas, ao que atribuiu ao príncipe .de B ismarck, dêlc se 1>orl<.'rfa
cli7.cr que possuía .. a irritahil i<ladc que é própria dos grandes
C"arilctcrcs., •


------~u ·- J:
-· · --;~· .
.. . 1.

ANXO llI

Lourenço Teles de Menesc s _ _ _o. Quitéria Munis Barreto

Capitão Francisco Xavier de Oliveira


casado com d. Rosa Porpétua
1 O. Rosa Benta de Meneses, solteira


Capitão Francisco Xavier de Ollvelr.,.a_ _ _ o. Hosa Perpétua
1
O. Joana vliv1•lra, soltelra _ _ _MaJor Francisco Roberto de 011·---º· Maria Francisca Xa\'ler de
velra, casado com J . M a r :a O !lva ra, casada com seu prl-
José de Jesus o foi amanto de mo tenente-coronel Salvador
d. Francisca Xavier de Gois, a de Goin e Sousa e df!le n~o
mãe do major Pedro Barreto de houve descendência.
Meneses.


Maior Francisco Roberto de Ollvelra . ._ _o. Maria José de Jesus
Fr3nclsco ldllfonso de Mene">es, falecido
1
O.lmln!]os José de Meneses Gols, que foi casado,
solteiro e sem pro~e. Tio de Tobias _ _ _, suce!l->lvamente, com d. d . Helena Francisco do
B arreto. 6omflm, Iria de Araú)o Gula e Clara Angélica
de Jesus. Tio de Tobias Barreto.
;·,

• ...

Domingos Jos) de Meneses Gol!'-.">. Helena Francisca do Bomflm


I (1 .ª espôsa~.
·~
Carlos e Helenr •


_
Domingos Jca~ de Meneses Gol~-
-1_o. Clarn Angélica de J6sus
(3.• espõsa)
Francisco Salea de Menese!_ _ _,r:>. Maria Isabel de Meueses Antônio Domingues de lhnese!'_ __

Domingos José de Meneses Gols X ... (um:i querida)

Jos6 Domingues de Meneses


1
Carlos Munis de Gols Me:iese!l O. Maria Jos6 de MoMses.

J
-- -- ----------------

1
1

L----- - - - -- -...,------:-- - .......


· /
1

.i
. ···- ..
,.......
. .. ... · ... 1.• \ . ~· .. .... • • l 1•,: •,.• , ,. f i~, f .~· ~~ ..,.•...,. r• • o·> , ,. !tv.' "" . •J " '
...
:.· .... , . ..


·1

ASCENDi:NCIA PATERNA E MATERNA '


.1

\'

Campos fica là margem esquerda do · Rio-Real e à margem


<li rei ta está assente o t>Ovoa<lo de · Lagôa-Redonda, da . frcguczia
haiana de Nossa Senhora-da-Missão-de-Iiapicuru-de-Cima.
Lap;ôa-Rcdonda foi, antes, uma · fazenda e essa era . dos t('lravos
paternos do maior dos sergipanos, pelos quais vamos iniciar no:.l'a
resenha gencológica :
1) O capitão Martinho <le Freitas .Garcês, clesccnclcnte •los
Garccscs, Olivas, Freitas, Vasconcelos, Peradas, Oliveiras :carv.1-
lhal, Siqueira Cabral, Munis, Teles, Barreto, Meneses, Silveiras,
Túvoras e de outras famílias de hierarquia igual, era casado com
sua prima d. Maria de Vasconcelos e Meneses, filha do· capitão João
Nunes Pita · e de ·d. Catarina ele Vasconcelos, .vergôntea famb~m
da suma nobreza reinol e irmã do capltão-m6.r Francisco F<:lix
Barreto de Meneses, falecido já em 1787, residente em Sergipe, pai
do capitão-mór aguardado José de Góis ele Vasconcelos, elo capitüo
Fclix Barreto de Melo, que se ca.sou com d. ·M aria José d'! Jesus
(pais <lo padre Gonçalo Vieira <le 11'elo e de d. Maria Vieira de
:Melo (vide mapa núm. IV) e de d. Maria Pereira do Lago.
Residia o casal na mencionada fazenda Lagôa-Ri:don,la, a
poucos passos ela sergipana Campos-do-Rio-Real.
Ali, nessa mensão embalsamada pelas guabirabas, houv~ o casal
1
numerosa prole, composta de sete filhos, entre os quais- 1 !
2) Lourenço Teles de Meneses, · que se consorciar~ c0m sua 1

parenta d . Quitéria }v(unis Barreto, ambos trisavós do grande To-


J,bs Barreto de Meneses, residentes na vila de Campos. fisscs fônun 1

pais do-- ( !

3) capitão Francisco Xavier de Oliveira, o qual se conso~-ciou


com d. Rosa Perpétua e residiam na fazenda Capivara, no termo
de Campos, ambos bisavós do excelso cantor dos Dias e N oites e
pais do--
·I l
!

. 4) major Francisco Roberto de Oliveira, que se casou com d. il


Maria José ele Jesus, a qual faleceu, com prole, a. 24 de julho de
\
1845. ' .
1,i'
O major Francisco Roberto ele Oliveira, na cabocla (n:lo c~a
"negra") d. Francisca Xavier de Góis, houve um f ilhl), . Pedro ·1
Barreto de Meneses, que foi o pai de Tobias Barreto. '"·~ t

Faleceu o major Francisco Roberto de Oliveira a 12 de :lgôsto


de 1851 e, como a espósa, foi sepultado na matriz de Campos.
'1 '
;

D. Francisca Xavier de Góis era filha de u'a mulata liberta .1

!
'1
i

,\ .. ~ l
l

1. '.
,· ..~, )
' ·i l
1
1,

·--- --· -·-- - ... - ---- - - --


, •, ,. ..
. · . :, ....·.·.- ... ' ·: .
:~--·-

...· ... .:; .. ·-. ... .:,..''.


'; ,.. . . -(

,• • • 1 . • • 1

~o casal do. tenente-coronel Salvador de Góis é · Sousa - d. ~-faria


Vrancisca Xavier ele Oliveira, sendo que essa. senhôra crn irmfl
<lo alu<lido major Francisco Rol1crto de OIÍveira, que lhe tirou <lc
tasa a criá;'ª ! •
quem ela .estimava ta.nto que lhe deu seu :ip<"li<lo l' o
<lc espôso: 'Francisco Xavier e Góis.
. • Títinha (era seu apelido familiar) fc'> ra cria1la, wnw
De fató,
íilha, pelo 'casal, que não tinha prole. O tenente-~oronel Salv~ulM
de Góis e · Sousa era irmão de d. Maria José de Jesus e ambos
:rmfLOS de Antônio Mjunis de Sousa, o Homem da Natureza, e <k
<.iutros, primos do major Francisco Roberto de Oliveira, " qual,
fõem nenhuma consideração là família, empalpou a joven Titinh;.i,
que não era alva, coino o amante, mas não era mulata ruim, como
i<"z crer Sílvio Romero, que a não conheceu, nem tão pouco a seu
filho Pedro Barreto de Meneses, que, da mesma mandra, era tbt o,
podendo passar por branco,
Sertanejo, sem sangue puro para resistir a côr da derme. ao
!-.Ol tropical, era moren0, como todos seus parentes. Era, cm sttma,
1.1111 pardo-claro, um branco no rtista. Seus olhos eram, mc;mo, ·:.zuis
e sua~ feiçúcs se assemelhavam an d o pai, com quem muito se i>arc-
ci:i, alifl~ a pele morena de pardo -claro, de amcraba mestiço, aíro-
luso-tupinamb:l. ·
Nasceu Pedro Barréto cm 1809, cm Campos, quando, ainda,
integrada a Lagarto!
P or carta Régia de 16 <lc ab1il de 1818, fôra indica~lo para
vigúrio colado da írcs-uczia de Nossa Senhora lmpcratriz-<los-Co.m-
. pos-do-Rio-Real-de-Cima, o padre Francisco Xavier dl! Góis e
Amaral, que foi confi rmado por M a11dlldo de Capie11da PosscssÍlll'
nr11ificii de 9 de julho de 1818. .
Era itahaianista, descendente <las mais antigas famílias de Jta-
l·aiana e aparentado com a.s mdhorcs famílias da Cotingu ~h:.'. e elo
sul da Capitania, sendo que as principais de Campos tinham próxima
consanguinidade consigo ( 1).

(1) Merece-nos o vigário Amaral lhe façamos 11111 bosquC'jo


p;<'ncalógico.
Sua mãe, d. Ana M:aria de Vasconcelos, fúra ca;;acla duas
'
\'CZCS.
A pri111eira, casou ela com o tenente Teodósio Fagundes Pc-
n ·ira, que faleceu em seu sítio Queimadas, Itabaiana, a. 12 de feve-
reiro ele 1773, cleixando uma filha: Maria Joaquina de Santana.
Dito tenente Teodósio era filho de Manuel Fagundes Pcrcir::i.
e de cl. Maria Nunes, sendo que êsse Manuel Fagunde:{ era filho
de outro tenente Teodósio Fagundes Pereira e de cl Teresa de
] csus, o .qual Teodósio velho era filho de Manuel ela Silva Mdo
(hcxavô do autor, pôis era pai do· alferes Manuel -Alvares Teixeira
casado com d. T cresa de M!oura, seus pentavós). ,
A irmã materna do vigário Amaral, d•. Maria Joaquina d~ San·
'


. ..
1 - António JM•
d<I Faria ;
~
2 - Vlyárlo Féll• Barr6to de Va,concelos;
3 - Vlgdrlo Martinho de Freitas Oarcfa ;
4 - O. lol.-ença de Sousa Otlvewa, a0Uelr4,
falecida em Campõ1, onde rffldla de..d• ·~?.
1001, a 24 de )•nelto de 1831. ,_ \
_ O. Quft6rla: Munle Barrilto, ·. caaad.i com
5 - Jos6 de Sou5a Ollvelra. rtt11hJ•nte na fa - 1
zenda Borda da Mata, Campos, caaado
Do.,.lngM cH Souza• Ollve'ra r :-•ldent••
na vil• de ltaplcurú de Cima.
com eua l)'lma D. Ana Perptlu• do Vas-
oonoeloe • M•n•M•.
"
o- Caplllo Oomlngo1 de Souoa • Oliveira,
caaado com O Vlt«lna Francisca d•
5
1 _ ~~r:~al~e'ia concelos, faloc lda soltolra.
;,;
9 - Salvador de Gols e Ollvelra, Idem. '·•
9 - O. Benta de Moneses, ldom . .; .
2 - O. C1ara Munl5 Barr6to, solt•"•· reslden ·
te no attio Pa5~• g•m da lgrela de Nossa
Senhora dos Campos, l margem •V1uet ·
da do Rio Heal, onde fale-;eu a 21 da f•·
veretro do 1787.
1 - O. Clera Pereira. do Lago, c~uada c c.. m
o capitão J\ls6 Gomos Camacho.
2 - O. Ana Perpé~ua de Vasconce los e Mane·
so'l casada c:>m o referido Josâ dtt Souza
e Ollveira & falecida em ttua fazanda, sem
prôl~. a 20 do Julho <!e 1B'l!;. .
:l - Cnpit:'\o António Dinis Ribeiro de Melo,
qno foi o primeiro marido do D. Antônia
d• Jtt~ US MJ.rt;&..

1 - D. Ana Rita Buono:César Oarch, querida! 1 - Or. F : a'K:loco Diu c ..ar, nascido a 9-1· -
du Barlo do lta~oranga. 1 1840 e faloclc!o a e-·~·1871, em lt1poranga
ti)
w
l/i
r 2 - Pedro do Frelta1 CMar Qarcl1
4 - Ma:-llr1ho de Frftlta1 Garcl1, casado, su- I 3 - Or. Martinho de Frettu Garc6~ nasckSo
ce:;s vamento, com as dua.s k'mã~ ü . O . em 1810 e folecklo a 30 de Julho' de 1001.
w Helo111:1. Buuno C9sar e Ana Buano de ( (Os trb~ filhos do primeiro conuóclo).
2 Freitas. 14
Ili - Clo•ombar ador Manuet de Freltao C6ur
~ Gorch, ln~ecldo
a 13-Vll-1831, (lllho únl- { 1
r.~ do B~gundo con16cto), caeado cnm d.
Ili 1 Clara Jufla da Sllv91ra Garcta aua prima
o
ti) 5 - Padre Jos• de 511.ntana Corrola. da Ar:rnlo.
(v.d3 •n6xo número. XIII). '
,.
...o
ordenado om 1789, vlgArlo oncomendddo

.
do lt;,balan,., r.ol ado do S ocorro o tal e -
Ili ctdo Jé om 1813.
u 6 - D . t11ta do Monte do Carmo,
a->ltelrii .
fa!ocl~a

~
o
3 - Sargento· Mór F611x Barrêtolde Vascon-
celos, casado com O. Mari a Pereira do
Lago, residentes no ungonho Coqu.,iro, 1 -
. ·
CaJMtão Félíx Barr•to de Vaa.::onceloe e
11 - Félix Barrlto do Vuconcetoo e - . . _
tenenle·coronel comandant. do 1. Regi.
LaranJelras. Moneses, caaado com d. Maria V'81ra de mento de CaYala!ia de 2 .ª LW. de
~
2 _ ~;~· Dlnh Barrlto, c a - com d. T•
1 Méto, engonho Coqueiro.
> , ... Vasc:onet>los Barrtto.
w f 21 --
o 2 - O. Quitéria ·v1elro de M'1o primeira ""6-
Mo úo c•pltlo J oio da Rocha Vieira de
Leonardo Ribeiro v:iotra do Mélo
Joio da Rocha Vliolr1 de M41o, cuado
l t~:..~d.::!:~:::;.~Cêaar En'*"'° ·
"it 610, engenho Campo C.-ande·L•r•nlelree

"'l 3 - D. Maria Vltlria P.;..clúucule e Mllo. ... { 1 - D. Mariana llarrlto, · casada com o co.
gunda espOsa do mnmo aclm.,, · ""'ndador F r . - F • 11 x de F , _

. 1
7 - D. M:ula Pereira Vasconcelos e Meneses , Barr•to.
casada coin o Cftpllio Francisco Fóll:c
ô 8Arrêto da M4n11t~ 11t!ll, •ng&nhf) Com'Jnd3. 1 - com
D. Helena de Freltao e.rr.to, cuada
roba • Laranlelra"J. 4 - Coronel :/"tc;;eut• Luie de Fr•lllla Datf&to, o bacharel Oomlngo:e de 011.,...,..
casado, suceHlwam.nte, com d . Maria Rtbelro.
Benta do Espirita Santo, em quem hou.,e 2 - Comendador Franclaco F•lb: de Freitas
i:irole, • d. Ana laabel Jülfa d~ Lcurelro, Barr•to, casado com d. Mariana Barrlto.
om quem nlo houve deacend6ncla. Enge. 3 - O. Maria Benta Freitas de Oliveira fti.
nho Slo-Vk:ente·Laran)elraa. · beiro. caso.da com o comendador PM-o
Ant6nlo de Otlweln R-.
5 - Padre Francllco F6tl• 91rrlto do Men-.
engenho Varzlnhat, Laranleh"as, . f' fal..
6 - ~~~o~!::~~~~~..~: ~~~~to de Y!l90ono.N•
• Me,...es, caaado 3 w-ez" :::: • 1.•, d. X,
a 2 .•. d . Ana T.,....a de Jesua e Vaacon.
celos • a 3 .ª 1 d . Joana Maria de Santa
Roa a.
4 - D. Rita Campos de Ollva, aoltelra, real.
dente na fazendalLagôa Redonda à mar
ge"'.' dlrelU: do Rio Real, tlrmo de ltap::
curu, onde faleceu a 7 de Junho de 1787.

6 - ~d:~!it~lr~asconceloa e M•n..... fale-

O..nho Laranlelras, ltabalanlnha, ante'9 do


f
8 - MartJnho IM Avlla de Freitas Garc6s. en· 1 - D . Ana Joaquina do. Naaclmento casada
com F61ix; SarrAto de Oliveira. '
~ rmodde CamPOS, ca•ado com o. Maria I 2 - F61hc Barr6to do Meneses , Lagarto, ca-
osa • Jesus, nascida em 1772 9 fale· '
ckla, IA viuva, a 18 de" Junho de 1854. lª-
aado com d. MBrla Jo•6 de Ollvelra
Martinho de Avlla Frelta• Garcia Oba-
rulhento. '
1 - Ldbr•nco Tel ea dei Mane... , caaado com
O. Quitéria Munis Barrlto IA estud
' l'';.J

;t,,°ÊN~~:s~ do TOBIAS BAMOo o"E



,· " .

...
- 11 -
A atnal ci,ladc de ltahaianinha dizem tc-r sido proprl~d.;vfo ~u:t, '
a (Jt1c ~P\11.Crn o nome, cm din,inuitlvo~ que lhe lembrava a t~rra ·
nat:ll.
Para Campos, levou, con!ligo, n6vel casà1, que lhe era :..1r,,arcn~
\:,<lo. romo dq>ois atra(ra diversos parentes padres, a <1uc.m hu~­ . ...
..... t':.;..!
.. '

C"~t·a colocar l'Hl írl'A·uci;ias próxi"\as, Ch:lmav11ni-~e: ê1c, .1\mimic">


José da Fonsc,·a e, ela. d. Raimunda Mnria de S&, :lmbo~ aparcn. '.
.
.·~ . ~::-
.,,.. 4'
.

~
·. r ..

"f
. ... ~
t~do~. tam!,êm. e int('g-raclos ~os Sás Souto Maior e, por .-fin idade "-\-~ -

'nos fi<t.ilg«)~ da Torre <lc Tatuapara,.quc tinham av6s cm It~l~ian~.


. .~~ ~;;~ :.i -~.
•, _ .J".--:: ..-~~ ,·~;\

-
~· .....<':~~j!.t • .;;.?~

tana. casou-se com o capitflo José Francisco. de Sousa Cunh<.t. prn-


,
..
,.
'
....
.;:.,,
.•
· ....,
p1;l'tá1·io <lo engenho Bóa Vista do Jacarccica, Itabaiana. faleceu ....
'
a l 9 <lc ·kven·i ro de 1811. deixando o viuvo com seis .fü h inhos.
sendo o mais vdho de seis anos! Dito capitão nascerã cm l i(,J e
c:1a filho do capitão Manuel de Sousa Cunha, falecido no 5Ítio
Camr>o Grande. Itabaiana, a l" de março ele 1785, e de d. /\na Luísa
da Conceição, falecida, naquele engenho da Jacarecica, a 23 c1<' julho
ele l8ü.l Dito capitão ~fanucl era filho de André de Sou~'\ Cunha .
e <lc <l. Franci5ca Gomes de Melo (hexavôs do autcr, l~tis de seu
t><'nt.:a\'Í> João de Som~a Cunha, nasci<lo cm 1779 e casacb com <l
Fr:i.ncisca Maria de J csus, que já viuva, faleceu c1~1 seu sítio "Al~­
góa ". Itabaiana, cm julho de 1818 ! ) -
Do segundo consbrcio. d. Ana Maria de Vasconcelos só te,·e
clois filhos: o vigário Amaral e Antônio José de . Gói,, o pr in1'.'iro
!l:iscido cm l 7S4 e o segundo cm 1786, na Tapera ·la Serra. no
:itual 1mmicípi11 de Campo <lo Rrito, mtão de. Itabaian~.
Antônio Jysé de G6is, irmão germano do vigário Amara l. tl.'.l~:O\t
a rcs!clir no sítio Bernardo, vizinho a Capunga, ta1uh.::·m nü nn1ni-
cívio ele I tnh:ti·111:t. A l(·m <1<' :1g-rirultol', dúva-sc :io nolm~ mister ck~
professor rural e, disso, o ag-nome-Antônio Mestre. Pd0 111~nos,
ck via ensinar :'t grande prole e aos sobrinhos da ~:-pôsa. ll. j.1:l11a
Francil'Ca <le Ueneses (ambos trisavós paterno do aut0r), môçad"'
import:rnte família , por cujo casamento fôra aí residir. E..;sa d. J oana
Frnnrisca c.·ra filha ele Gonçalo Pais da Costa e d. l\faria Frarn:i~ ca
de Jesus, neta paterna ele Jusé Pais da C)sta e ck d. Joana Tclc."s
<lc M:c11cses e n'aterna dos aludidos João de Sousa Cl1nha e d. .... .
Franci f.ca Maria de J esus (pcntavós cio autor). ~sse Jo.i<.'.• P.\i:; <la
Costa t-r:l irn1f10 e ru11h::ido do c·:J.pitão J oão Pais da t:ost.l ( casad()
<"<>IH d . Schasti:rna <.k Sousa, irmã de d . Joana T~:ks) a1~1h'>:i i'iàn
irm t1os do capitfto ·M anurl Pais da Costa, dos engenhos Po.xim,
'fahua de Bai xo, S.inta H<hlinra e Cumbc, no município de San-
Crístov:im. casado com d . Hosn ?-. laril de San· José-, (ilh-1 (\\) 1.:apil5.o
1

Conç~lo País <le A ;i:evt:clo. sua pa rc·ntc. Dito José P.li>1 da Costa nn '.
f ilho do c:lpitf10 Manuel Põtis da Cos ta e <l. habel d\! Avil.1 ~Jnri­
nho nascída em J(l>l, <.·asado ic, a 12 de jarn.·iro de 1<'18, " na ii.:r<.-jn
•lo Carmo, ant<·s de lianhus co rridos, po r manda do d•') llr. J)"(W~ sor ",
~<.:ndo que amhns eram naturais da íreg-uesia de Santo Ama1·0 <.la Pi-
t;u1ga, Baía, e " fôram te:>tc1mmhas o mestre de C'11ll(>ll Alvaro d~
A:t.{'vcclo e o s<1 rgento-mól' Francisco <lo lllf\ '', casamento ~s~c frito
'' contra a vontade de acu 1>ai ", \luc, por i110, em vcrblr. tcatamcntiria•

' •. •i' ·
:..

: ..
-.
os dignos Afonsccas, depois . Fonsecas d~ Tapera da Serra, antes
Tapera dos Távoras, que· se .espalharam. por Campo do Brito, La-
garto, Riachão, Campos, .etc.
Antônio José da Fonseca, descendente de Brás de Afonsc.·ca, a
20 ck janeiro ele 1791, ainda solteiro, c:ou:r.ro~1 110 cngcnh:J <.lo renha
<k• . licenciado, depois capitão-mor ] os~ ·Mateus <la Graça Leite S::i.m -
t'aio, têrmo de Jtaba.iana, a Luis Sotero de Meneses e- sua m~.lhcr
e!. l\'fariá ela Conceição, por: 36S5t1·\ "huma porsi'ío ck terras · no

a desherdou. E' o que. se lê n; CATALOGO GENEALÓGICO de


frei Jaboatão, A mencionada d. Isabel de Avila (hcxavó eh <rnt.or)
folcccu a 24 <le janeiro de 1704, sendo sepultada nô Carmo. na C'tda-
dc do Salvador, onde resi<l.ia, e era irmã dt> d, Leonor Pert'ira 1\f~1·i­
nho, casada com o tio materno, o cruel FranC'isco Dias '!e A nla.
coronel <le ordenanças ele Salvador e senhor da Torre de Tritu::1.para,
·1
amuas filhas do pe<lantc Vasco ~{artinho Fakão e c1. Catarina Fo-
gaça (cas?idos a 23 <le junho ele 1659). Vasco faleceu ;t 18 de ~g-tl!-to
<lc 1666 e se sepultou no San-Francisco, em Salvador, e <1. C.:l.tari1ia
Foga~a. irmã de seu genro Francisco Dias, era filha elo capitão
de orclcnanças Garcia <le Avila e rle d. Leonor Per<"ira, sua tia ma-
t.•:rna, (casados a 8 ele junho cl<.- 1642, sendo que ela faleceu a 13 de
junho de 1686), filha de Manuel i>ert' ira Gago e d. Catarina. Fc,g;aça,
e Garci~ filho ele Francisco Dias de Avila, o pri!nei.-ó que tc-ve o
f ôrn de cavalheiro fidalgo, e de d. Ana Pereira, que com êlc se
casou a 20 de janeiro de 1621 e faleceu na Torre a 18 de julho de
1645. Dito Francisco Dias ele Avila era filho de <l. Isabel ele Avila
e de seu segundo marido Diogo Dias, filho primogênito ck Vkente
Dias ele Beja e d. Genebra Alvares, J sabei de A vila, qttc faleceu
a IS de oitubrn de 1593. era (ilha natural de Garcia d'Avib., na~cida
r."tn 1554, e ela índia Francisca Rodrigues (hedecavó:> do autor) e
seu cspôso, Diogo Dias era como dis ~emos, Vicente Di.:is de Bcj a,
natllral da província <ln Alemtcjo, Portllgal, que era "môço fidalgo
<1.a casa do infante D. Luiz ··, e de d. Genebra A 1vares, qu~ e: a
f rlha scr~un<la de Diogo Alvares Caramuru (falecido a 3 de oitubro
de 1557) e de d. Catarina Alvares, a índia Paragua.;su ou Guaihim-
Pa_rá ( clo<l.ecavós do ~utor o que, aliá~, Ih~ não dá honra nenhuma),
pois que foram octavos de d. ] oana l• ranc1sca <le Menl!scs, a c!'pt,sa
de Ant_ô nio José de Góis. irmão do vigário Amaral.
D. Joana Teles de Meneses, avó dela a que fóra c..asacla com
• ·1,;o J
s:u soi~rm , p·
n~e a~s e1a e osta, nasçera ' em I 724, e, como ~ ua
ntada irma, .<1 .•s~l>as~tana, era filha ck-_ Estúcio Furtado de Mcif-
<!onç~ .e <l. ~.ug<:nta 1 eles de Meneses, esses residente~ na fazci :<la
'las 'ire.xas · e ela cm o sítio Olhos <l 'Agua, tudo no :nunicípio
de Itabaiana, onde fal~~eu a 5 de. ag~~to dei 1810. Estácio era de
uma,
dasA melhores
.• · 1
fa1111has. , da Cotmgmba' hemfeitore!'> cl-' 1 e·..l pe 1:i. ( 1e
S
.•mto ntomo < e A racaJ u e fakccu a 25 de fcverci ro cl • 17461 •
as 20 horas, sendo que, às 23 dêsse dia faleceu sua seg 1. e '
· · F• 1"l gue1ra
e1. E• ugema · '
de Azevedo. D' Eugênia Tcl"unc1a consorte · ·
·• f 1 · • -.s. a primeira
esposa, a cccu muito antes clclc e era• filha do alfe... F1 ·
'f d ~K t c:. ranc1sco
a vares a .m.ota e d .. Ana <la Cunha O alfe 1·~s F ·
' '11 cl I.. ·
•l lO e • ranc1sco Nunes da Mota e d Ao·uida Cabi·al
· .. ran<'1sco era
. º . e 1·a 1-c·.:~u, em

l_ ___ _ _ _ _ _ _ _ _ __
- 11

\,.I
\
\:. DESCENDENTES
ANEXO V ~
-.: DO
capitão Martinho de Freitas Garcês D. Maria de Vaseoneelos d• M•~--·

t - Lourenço Teles de Meneses, casado com\


d. Quitéria Munis Barreto, trlsãvos de To·
bias Barreto de Meneses.
_o ' FILHOS:

c'Clmingos de Sousa e Oliveira, Irmã del


Lourenço Te:es de Menesos e tia quarta\
de Tobias Barreto de Meneses. Pais de -
casado com d. Man a
1
V
ereira
9 1
Quitéria Munis Barreto, casada oomlSargento. Mor Félix Barr.e topde . ª~ci;'t ~s. a
ª~º ·
irmão de Lourenço Te 19S de Meneses 9 tio ·
quarto de Tobias Barreto de Menesas.
' M rtinho de l "tUa de ~r·•!as ~ ~

1
·
com d. ~a ~ , . ~~ ~ , .

lcor~
T · ,. · 'te. ~
9'es da · •-.s..~ •
de T~ias ~to d9 ~ ~ ~ -
.
Pais de - Pais de -

2 - Capitão Francisco Xavier de Oliveira, ca- -Capitão Domingos de Sousa e OllvGlra, Martinho de Freitas Garcês, casado, suc~ -'Fàllx SaN'•tn de M~ e~ e~ d.
sado com d. Rosa Perpétua, bisavós de casado com d. Vitorina Francisca de\ vame:ite, com as lrmã J d. d. Hdl ena 8 t;e· Matta há dlt o·.~l... • ~ ~...~
Tobias Barreto de Meneses. Abreu Leite, sobrinho de Lourenço Teles na de Fraitas e Ana S L:eiia de Fr e i t~ : · Ma~IN'te d.\ A' vi!a F r ~?:U ~;b.. ~
de Meneses, primo carnal do capitão\ de d. M aria Pereira de V élSCCf'ceios 9 '1 nhc~ de Lcu~o T.._ts da llc.~ :r--
Pais de- Francisco Xavier de Oliveira e primo em Meneses, casada com o capitãa Fra.nd !>co: m0$ cal"uts ~ aQt°tl~. Fr~~~ ~---·
quarto grau de Toblas Barreto de Meneses Fél.x Barreto da Men~ses , pais do cao1!âo de 0 1r.,e111 • pr~ ~ ~ ~ a
Félix Barrote de Vasconcelos e Man~as . 1 Too.u ~~ dll ~
3 - Major Francisco Roberto de Ollvelra, ca-
sado com ~ua prima d. Maria José de casado com d . Maria. \/ie:ra de Md:o de
1 1 d. Quitéria Vieira de Meto, 1.' esW-~ do
Jesus e · amante de d. Francisca Xavisr
de Gols, com a qual é avô de Tobias capitão João dJ. Rocha Vieira, e di) co- 1
Barreto de Meneses, primo segundo do ronel Vicente Luls de Fre itas Barreto, ca-'
capitão Domingos de Sousa e Oliveira, sado, sucessivamente, com d. d. Maria 1
de Martinho de Freitas Garcês, primo ter- Senta do Espírito Santo e Ana lsJ.~el de
ceiro do capitão Félix Barreto de Vascon- Jesus Lourtliro, Osses sobrinhos ne tui ci.;.
~·os e Meneses, de d. Qultérla Porclún· Lourenço Teles de Meneses, primo·\ se-
cola de Me:o, do coronel Vicente Luls de gundos do capitão Fr ancisco Xlv\er i:M'
Froltas Barr,,:o, i:f., Fóllx Barr'lto de Me- Ollvelra e primos em qdnto gr au d~ To- '
n&<>es e segundo de Marinho de A' vlla
Freitas Garcês. blas Barreto de Menos~s. sendo que os\
dois primeiro, o são em <Narto grau
Pais de-

4 - CapltJo Pedro Barr6to de Meneses, ca.


sado com d. Emttrttnclana Maria de Jesus,
pais de Toblaa:Barr6to.

~
.. ,...,. ..

. \ ' ·'

.. • i'
.. f

Saco tlo Fund0, que herdaram ele :;eu vai, sogro e a\'Ô }\fanue1 Ntt·
"· ' " i.

ncs de Vasc0nc-elos.
Et·am ambos av6s maternos do genial poHgrafo scrginapo. (2).
Pobres, n-.as remediados, levavam vida rc!i!tularrn<:ntc ah&1!:latla
c-m Campos e tanto que, cm casa dêlcs, no· mês de · mar~o de 18..13,
iúra exposta \lma criança, · fruto de amôr r0n1an~sco, a (J\~:tl ·foi
batizada a :?S de julho c\êsse a1l0, :-;crvinc.l» de padrinho~ :> vigá;io
Amaral e a única filha do casal, a mãe de Tobias· Barreto <lc Me-

1i06, em sua fazenda Zanguê, sendo \que a espôsa, • cl. Ana, era
filha do tei:ceiro consórcio de Pedro · Munis · Barrêto e cl. Angela
<la_ Cuuha e faleceu a 15 de janeiro de 1758, depois de ·cincoenta e
<101s anos de viuva! Seu marido, o alferes Franci~c.o Tavare::. da
~fota, era innão de Antônio Tavares da Mota, casado com ·cl. ~fviaria
Emiliana da Palma, natural do têrmo da vila de San Frnnds•:o de
Sergipe do Conde, Baía, e sobrinha do licenciado Barto\ornç;u ·1 So~res,
residentes no sítio Figueiras~ · de Diogo Nunes da Mota e de <l. Isabel · ' s. . .
~' ~
da }.fota, casada com João Nunes ela Silva, todos filhos chqneles • 1

Francisco Nunes da Mota. e d. Águ\da Cabral ( octavbi: elo :ii; ter) .


. Pedro Munis Barrêto. a quem Jaboatão enumera, só, .;uas duas
rrimeiras espô~as d. Maria de Almeida, filha de Baltazar Lourenço .. :~ · ~: :· -~~!
Pacheco, e d. Luísa _de Góis; {i th~ de Lourenço . de Sousa Vieira, : . ..,.
>.

('ra filll.o ·de Antônio de Olivci ra Carvalhal .e d. Maria de . Barros,


, {ilha de Antônio de Barros Magalhães. Dito Antônio de Olivdra ·
Carvtlhal, batizado a 25 de agôsto de 1611, era filho de J.>rg~ Bar- · ., . '. ~ .. ·~ ~

rêto de Melo e de d. Maria de Lomb.a, casados em Paripc, Baía,


a 13 de agôsto <le 1600, pelo vigário Estevam Fernandes, sendo
que êle faleceu cm 1638 e ela a 11 de setembro ele 1647, ~epultada
110 Carmo. E!'sa d. Maria ele Lomba, é filha de Pedro <le Lomba e ·
cic <l. Beatris de Albernás, dos l..ombas ela ilha da Madcirn, e seu
e::pôso, Jorge Barreto ele ~frlo, que foi o terceiro akadt('-mÓr da
Haía, era filho do segundo alcaide-mór Duarte Munis Barreto (fa-
lecido a 10 de janeiro de 1618) e de d. Helena de M 1..•lo (íaleci(\a
a 28 de Dezembro de 1630), sendo que ambo~ sã'O filhos · o pri-
meiro, de Egas Munis Barreto e e\. Maria Silveira; a scg,"\mda, <l~
Antônio ele Oliveira Carvalhal, o primc~ro alcaidc-mór da Baía, e
cic d. Luísa ele Melo de Vasconcelos (dodccavós elo :iutor, octavós
de d. Joana Francisca de Meneses, espôso de Antônio Jo:ié de Góis : '
e-, igualmente, octavós de Tobi~s Barreto de . Mcnes~s - Vid.;:
;
anexo 1-). · ' ,l
Veja.mos, agora, o pai do v1gano Amaral e de Antônio José de 1 ' ?
q
Góis ' o sc<•undo marido ela m~"tc dêlcs, José Sotero• de Góis. 1.
b
Não t:onsçguimos apurar os nomes de seus pats, mas sau(•mos 'l
que era irmão <lc M anncl de Jcsus e Góis e neto do íundador <~a ',
I'
Tapcr~ da Serra, Brú~ ele /\fonscca. . .\
1
Dito BdLs era irmfLO de "Joseph Fernandes ele AHonseca " ,
." I ~
0 qual residia na " Tapera do Tavora), fazenda de Itab.iian:1, c.,.sndo ·1
. l' "
' '
'(2) Vêdc anexo núm. 1.
. ''

. - 14 ~

11escs. Era branca e nas águas lustrais do catoÜd:;mo recebera o


nome de Manuel. ( 3). .
Fonseca era pcssôa de iinpor~~mci;i e tinha· a 11alente de aHeres.
Homem honesto, trabalhador, a 11 · de junho de 1836 teve a <ll!s<i\ta
de kvar um tramholhã~, queda ::1ut: > matou, quando a1:;cnas c<mtava
C'incocnta anos de idade, ju~tamem~ c.oni a que morreria o neto·
Sepultou-se solenemente no dia s~gm11k, 12, . '' cmvvlto em húbito
branco, sem sacramento pela preça ele morrer " . - , declarava, no
registro respectivo do têrmo de ól1ito, o vi,girio Amaral.
Essa foi, pois, a genealogia de Tobias Barreto de 1\.fcn1!sci>.


com <l. Luísa Teles <le Mci1cses, falecida a 10 de dezembro de 1758,
vítima do sétimo parlo. · .
Era parente próximo de <l. :Maria de '' Afonsequa 01 , 'cásada
com Gonçalo Nunes da Gama, residentes no sítio "Boqn~yrões da
habayanna ", o qual êles venderam, a 25 ele janeiro de 1724, pre-
sente aí o· alcaide <la vila Antônio Ferreira Coêlho, Manuel i\lvi!s
Rosa e Francisco Pereira ~fatos, com o tabelifw Gonça\•) Perc.:ira
.. ele -Vasconcclo~, por 100$, a0 .alferes Má.rcos Rodriguc3 da Costa.
assinando . JlOr ela, que era analfabeta, o tenente Antônio Fernan1ks
Viana. · .. . · · ·
Não podemos colher o nome da espôsa de Bt{Ls e, de .:-ntrc sua
numerosa prole, só achamos os filhos ,abaixo :
· 1) O cspôso de. d. Francisca Pereira' do. Lago, que, viuYa e
com prole, faleceu a 11 <le fevereiro de 1781;
2) D. Ana de "Afousequa ", que foi a primeira mulher <le J\n-
l1)11io 1'-fachado Leite e já era fakcida cm 1742;
3) D. Joana de Afonseca, que se casou com João da Cost:i Lima,
êlc falecido em 1776 e ela etl') 1790;
4) :\faximiano da Fonseca Teles, residente 11a. Tapera da Serra, 4
'
Cüsado duas vezes e com longa descendência, falecido a 28 rk ;1bril
de 1800 e sua segunda consórte, d. Ana Francisca Xavi<.·;·, a 11 de
março ele 1:801.
Sabemos que José Sotern ele Góis era neto cl~lc, porque a 5 de
janeiro ele 1802, em seu sítio Tapera da Sprra, presente o tabcli<'.io
Antônio Felix da Mota, êlc ·e sua sen11~~ d. Ana Maria <l<.' Vas-
concelos, doavam a d. Ana Franc.isca(rnulher de Brás Bernardino
c.Ie Sá Souto-Maior, "huma so1·te "de ''terra que ouvemos por Dottc
cic úoÇo avou .Bras de Afonscca "ravaliada cm · 50$. Assinou, peln
doadora seu cunhado Manuel de Jesus e Góis.. 1!lc assinav~\ "So-
tcrio ~,.
Era José Sotcro <lc Góis pcss?a ele recursos e as;:;im é .ciuc
0 encontramos cm 1788, a 30 de agosto, .comprando. a cl. Francisca
Bibiana, viuva de Pedro José Vi<lal, residente na vila de Lag·arto~
.. huma sorte ele teri·a de matas para rosas na fazcmh ele t.acoan
termo desta Villa cuja ouvcra de compra a seu Pay Antônio AI-

.)
( 3) 'fcnios iuédi to algo acêrca <lo assw1to.
1

1
1

1
1


1 D. Quitéria Munis Barreto, solteira. ..
<
• a:
Li:i
> D. Benta, casada com José Sotero de Menua.s.

• w
::J
o
Domingos de Sousa e Oliveira, solteiro.

1 o
<
(/)
.:::> D. Maria José de J esus, casada com o major franci~o
(/) Roberto de Olivai1a (avó de Tobia.s Bacrõto).
1 w
' (/)
o • Tenante-Coronef Salvador de Gois e Sous.a, casado com
' .•
·-'-,
o
(.!)
~
~
d. Maria f 1ancísca .Xavier de Oliveica (iimã do majot
f 1ancisco RobtJrto de Olivai1a, acima. Som pt\)/d.)

' o Antônio Munis de Sousa, o HOMEM DA NATUREZA. ca·


..... o
·> o sado com d. Mc:ttia f 1anci~a de Ab,e., Ra11gel. Sam
o
.,_
-4 psole .
X ~
liJ ct
~ o (Todos primos em quinto gtau de Tobias Baireto).
<
. ,.
- 15 -
Acro\ui~se, porunto: Tobiu Barreto, •6 pc1á parte de 'fitinha,
~·ua avó paterna , era acaboclado, possuind·> t rh quarto.i ~lc bi am.· o.
O pa.rdo de sua côr proveio dos sofrimcnl0~, das ~~o~wu d~ sua
mãe durante o doloroso período de gosl.\Çál'. - - b.u rag:\ ma. ~~·
gun<lo o exprimir sertanejo - . tl0r4ue o pai, os irmãos e • f amili.ll
e ram claros. A cscuriclê~ <lc Tobias Barreto - , saibam cuil - . l:ra · . .
~·, uo ró~to, pois. do p<.'sc°'o ao5 pés, era alvo, i:sto é, par<lo daro.

\·ares Bastos e este ao capitão Francisco da Cunha Pereira e sua


.. .•

mulher Donna Roza }yfaria de Almeida" e tal por 5~.


A.inda a 18 de setembro <lêssc ano, êlc oomprou a nl<"S!H4 .. lru"1a
sort~ de terras cottl casa de telha e coral chamado o tacoari .. e Í~!'º·
q ue era o restante da fazenda, por 13~000.
Dêlc é só 'í:tue sabemo~. Falemos, agora, de sua t.spõsa, a
quem Cle sobreviveu:
D. Ana Maria de V:\sconcclos faleceu a 8 de mar,o de 1S08.
riuaodo ainda seu filho não estava or<lcnado, com 'l\\C Já t ivcs..-c
-'
és~ 24 anos C O O\ltfO 22.
Era füha do sargcnto-m6r Manuel de Carvalhu .'\maral e de
d. Antônia Maria de Jesus.
.
Eis os irmãos de d. Ana Maria: " "•
-
..
l) D. Ani;rélica Florinda de Carvalho, casada com o capit:io
Patrício de Melo e Vasconcelos, irlnão de Manuel da Sih•a ~I du,
ca~o com <l. Clara Francisct1 ck Santo hntónio. ns •l1)is til;\,:>.; du
alferes Ma.J1ucl Alvares Teixeira e d. Teresa de Mourn (1~ntav11s
do autor). D. An~élica n:·si<lia no sítio Telha. em ltal;~i ;rna, l'\ll<l~
faleceu a 15 de novembro <le 182ó, deixarnlo dois filho,.' :
A) J ofio <le Melo de Vasconcelos, casada com cl. Fralll't""'ª
Teles de Meneses, residente na Telha: êlc, fakçiJ.J a Z& d1.: ui.aio
<le 1834; da, a 17 <le l\1arc;o de 18821. . . \
D). D. J osda ~h ria de Jesus, casada '-'UIU ó c• pitàQ F irn\Ía11v
Martins _Fontes: Írll\áo d e d . Francisca, aml->Us netos <lo capit:\o- 1913r • •t
de ltdl)éa1ana Simeão Teles de M\!l\est>s e d. Bibial\a de AIH\cid.a ·
residiam no sítio Tt-rra Ve rmelh~~- .I tabaial\a. ·'
.2) P~clre J ~ã.o Moutciro de Carvalho, rC'sidcntc lliJ. y~i voação
<lt· Sa1~-Jo;w Bat1~ta de Gerl'moaho, Baht, ordcHttdo em l7ô -4, poi~
lflH', '.": ~se a no , e m ca.sa de aposl'ntaclo ria d~ 1>t'111> lk4is na , it a d~
J ~aba1<111<t . a 20 _<le maio. p1T i>l'11h: o tal>clif\o públko Manuel Frn 11 ,
l l:>C ~ _d•~ C....11n ·1çfl?, é•si.es d~aram ~cu ~ítio C\Ktudr°'· ~·it 1 i.,do l\v
mun1c 1~10 ~e. ~taba 1ana, e. ma1i> um <iuarto de me La l~~ll<l ..lc l:ir~u '"'
flúr Ull\d l<'g ua dt c<1m1,r11ncnto 110 sertão Jo Vasabar 11· . . . .11 1
cl s
'l ·
A . . d !) , • , , :. 'IV
~ ~ ;:u11.o_ ntô1110 _ os Carnpv.s ele T1jupeba, àqud~ ~cu t1lhQ l i~,-n.
r.1ado j o;Jo M0mc1ro de Canalh1J pura ~cu 1.• )\U{\V ~.. \'.~·r,l,•\'4 1 .,, l.l·
l1ado tudo cm SOO$. · ' ' ·
•J) l'11<lre Ang<:lo C111>túdio ti<: Alllaral , vrvpri\'tárk> <lv cn ··~~
11ho Madre lJeui., Li:tnrnjcirab e isso <.:m 17 "'~ 0 . l'· . J i,; ·
. • <í ' .- OQ, qu~ uo~ 1.u ..1, 1111 ·
r:•~: p0~<4u.111to . a > de ~t:t e 1ul> ro de 1774, ixrauk o •Hm\ ri~ 1 ti ~ Sai, .
C 111>tvva1n, o ur~cnto·1nór A11uHal e $C11hôn., vrvpridJI i,1 > d~~.'.)~

• 1
.. ; ... ~··.•.. ·, .· ... -:';. : .

Quereis saber de t1uc se oi:iginou êssc íénômcn•~ ' :etc t~11ta pessôa
s1..·r de duas côrcs? ·F.m janeiro de 1863, <.·m R<!ctCc, foi vítima de '
varíola de mau carAtcr, que lhe escureceu mais o ro:;.l o, deixando·
lhe rom a cô1· primitiva o tronco e os m('mhroc;. ( 4) ·
Ikssa mutação de côr, dêssc encgi-eéi111c1•tO de que Sílvio Ro-
mero nem seus biógrafos jamais suspeitaram, tratan•mo,; cJ~kantc.
Qner<'mos que fiq\lc patcl\tc que d." frandsca · Xavier ele Góis,
:1 h~a Tilinha, e seu filho c:ipitão P<.·dro 1Ja1-rt•to de ·:\f c11cscs pas-

· c-ngcnho e · cat>ela de Maclre Dctts, . tudo, l~ntão, . dêssc tl'~nnn, po1·


compra que fizeram a Antônio Ferreira ela Mota e 5tt:t · mulher d :
Josefa Nunes de Jesus. venderam-no a José Alvares d·.! Sousa e
l:ssc, a 25 de março seguinte (1775), o v<.'ndcu a LourcnÇo T<'ks
ele 1'~nescs. ' ··
· 4) Sargcnto-.mór José Maria de Carvalho, de queti1 nada sa-
~m~. . . . ·. . .
Em 1778. já era falecido o -sargcnto-môr · Amaral e sua · viuva
residia no sítio Tapera do Lásaro, têrmo ele Itahaiana. sítb em Cam-
1io do Brito. que o marido comprara ao coronel Manu<·i José Nu-
nes de Vasconcelos. e ela e os filhos· venderam por 75$, cm 9 ele
agô~to. a Manuel Teles ele Meneses. Tal sítio era "huma ~orle. <.h.:
'terra ele campos com lt'rras ele crcar gados vaCUllS C Ci\Vnlléll"l'S C
mais creaçons tneudas, e lavra mandioca e mais lavouras cito neste
Campo do Brito".· .
A viuva, d. Antônia· Maria de Jesus, era irmã do c::i.p!tã0 .J<.•sé
Custodio da Silva, que foi casado, sucessivamente, cnm d. Tt'<i<lósh
·Maria ele San-Pedro e com essa, a 4 de julho de 1764, ycmku n
1\,fanu<'I ele Siqueira e Gaspar Góis de Siqueira, por 120$. 0 Tabu-
leiro da Lagôa, anexo à Tahoca e à Fazenda Grande, qu-:- o l'"'-~;it •
. houve ele herança do capitão-m6r M:muel Ferreira da Silva: e ti.
Ana Francisca de }..feneses, com quem, a 11 ele jancirQ de 1786, vt•n-
<l~u a José Sotero ele Góis, seu sobrinho afim, por 87$. •• hum rc-
<lasso de tcri'a no citio do Pé do viado, termo de ltabaia11:\, e a
mcta<lc da mora<la <le casas" da mesma Vila, sen<lu qu~ as terras
houveram dl! compra "ao defunto Tenente Teodosi1.' Fag\lndcs Pe-
reira" e a casa ao t<.1bclião Joaquim José Carneiro. .
Os filhos de d. M~ria· ] oaquina de Vasconcelos, irmã uterina
do vigário Amaral, fôram:
1) Manuel, nascido cm 1805, logo falc1.:i<lo; 2) João, cm 1806;
3) Ana, cm 1807: 4) Antônia, em 1808; S) Alexandre, em 1809; 6)
Ezcqtiicl, em 1810. Ela faleceu em 1811. •·
Os filhos de seu irmão Antônio José de Góis fôi·am:
1) Tenente José Corn~lio <la Fonseca, nascido a ?.l -<1~ julho
<lc 1821 e faleceu a 21 de julho de 1903, casado com d. Mada Vi-

( 4) Dev.cmo~ . êsse · csçlarccimento a um de seus disdpu\Qs <:


f).migo íntimo, o <le$embargaclor José de Ban·os Ad61i de Meneses.

-.,. i
r~u
.....r

~ CI)
CI)
CIJ
u ct -J!
• Cl
ct
-
...
Ili
Cl
~
t
a:
ct
CI)
ct
-...
ô
é
~

'
«I ~
~
li. ~ •
Cl Ili m
n:
CI) Ili ~ li) ctl
li. ..!!


1 ...ct
Ili
o~
ct ';
z ,,
f
Bacharel Martinho de Frel~as Garcês, nascido
em 1810 e . falecido em Laran}elras a 30
4
...
UJ
a:
Ili .e
o .
Q .,_ {Desembargador Manuel de Freitas César Gar-{ Bacharel Martinho César da Silveira Garcês.
~ cês, falecido a 13 de Julho de 1871. Ca- Nasceu no engenhe Comendaroba a 30-
n: e UI ~ de Julho de...1861. •
A
""' . ::s sou-se com d. Clara Júlia da Silve!ra. Xl-1850. -
t li.
i ~ (Primos em s· grau de Tobias Barreto).
LL z
Ili
~
~ (Primo em 5· gr au de Tobias Earreto).
~
(Primo em 6" grau de Tobias Barreto).
Ili UJ
o o ::> • .
~ m ....
'-
r. ;:..'.

o ~i o
I ct •
E
..
~
.
1 I Ili g z z• ~

> -z _, E
Ili - ...n: - 4• e '
~ - a: w.~

I à: oe:.
;:,.
e
10 4
• t1 ct~ õ ~ .....
,Z :~:
• -< "._,
. .,.
~
-j.

~?'

....
'.~
~/
, •
...
-17 -
. • • • • • ' • '- • • • ~ '· • !

"ianatn por hl'ancús c-m qual<1ucr parte, pois éram ~r.rta1wjos . de dcrfn~
tostada pelo sol, como o são todos seus .dcscc\\\kntc!'. residentes ·
· ('tl\ Campos, ltapicurt\, Aracajú, Recife, Rio, ct~.
Em terra ele amC'rínd;os, plt•nos da has6fia ele fid11l.l/ltirt /Jr1111t'ff.
'-'omo Pcrnamhtu:o. único t>onto vnln<.'rávd <k ntaquc ele seu-; ini-
migos, a êssc cakanhar ele Aquiles, nunca <leu importância a i;u1>c-
rioridade moral de Tobias Barreto, que jamai5 sen.tiu ror êsse prc-
Jmzo racial. hitlcria.no.- e tanto que, segundt> êlc próprio, havcrnlo
Ernesto Haechcl o achado J>t'rtcnc('r "a raça dos · ~randcs 1>cns=l- -..·.:,. ...
<forcl' e dos incansúvcis trabalhadore~ ", houve quem altcra.:•sc o · \)1.~n­ . ·.
s:imento do ~ábio alemão. afirmando-se que êsse o chamara de 4

'" primeiro pensador ela raça latina ;, ou "o primeiro pensador' <l<L ..
minha raça", ao que refutou o crnincnté s1~rg!pri.no; ....
• :-..
•i A expressão···- f'rimeiro pc11sado·r der raÇ<i latina, não podia
ser empregada por um Hacchcl, nem 1ilcsmo a respeito <lc qualCJt1cr .·
<i~s grandes notabilidades das nações ro1Úanicas ela E\~ropa; como
poderia scl-u cm rcla~ão a mim?
·- ,. . .. ;::·~ - •... j
~.
Era uma hyperbolc eminentemente ri<li.cula. .• !
' i
,- · ·•
; .
~1
1

A outra expressão, \)Orém, <lc 1>ri111dru j1r11!+t1d01: clr minha r1:,«1, ··' . 1
. n;"io teria hasfantc ~nso. Porquanto cu mcsuto não sd ql1al é a 1

1·aça cm que me. acho filiado.


N e1ú puro ar:\1011<>, nem, puro africauo, n~m puro americ1111 :) ...
li
<Jlte sou cu pois? Individuo de uma raça ou s1tb.-rai.·u , que ainda Sl~ -. . 1
••dla cm via de f ormac;fio; e comn tal poder ser o . primeiro pensa- . 1
<
dor desse lolt! não seria ele certo uma ckshonra, mas tamLcm nfío
era uma g-toria cli!l;na ele ser mencionada " . .
E' •((\\e Tobias sabia <las mutações <li.' estratificação ctno-sm:ial ·I
.. .. . ·. ... .~
.. . :.-.~:: . .., . i

c.:ência . dc Carvalho, falecida a 17 <le sl'tcmbro de 1891 (1.i i ~~vó~ ;·, . i


1
paternos do autor). sendo ela filha do capitão Francis"~º Aní·úni•>
de ca.rvalho e d. 1\{aria Francisca· de Jesus (bisavós mal~nlJ.>S e l
·\
trisavós paternos do autor) ; neta paterna: de Luis António Ro- '1 1
drigues Lima (português) e d. Ana Francisca de Carvalho. e lll'ta .• t
. "· :
. . .,
paterna de José Miguel de Resencles e d. Ana Francisca do Nas-· !
cimento. Dita d. Ana. Francisca de Carvalho, casada com o por- . ~ .. .. j
tuguês Luís Antônio, é filha ele outl'o português, capitão Frnnc:is<.'o '·
... . .
.. ... . · :· ·· 1·

Antônio de Carvalho e d. Josefa Maria da Glória •. O dta<lfl Jo~é ... . ~

Miguel é filho ele Miguel Pereira de Resende e d. Maria J osda


de Resende. Essa d. Maria Jose fa de Resende é Hlha (\e Marn\d ; ":l
de }.{oura de Leandres e d . Antônia de Jesus.
2) Manuel de Jesus Passos Moreira, engenho LagÔCi. R<:al,
.. : 1
\ '
Capela. . ..
. 3) Fran.dsco José de Góis. ..., . ,_.
4) Joaquim . José de Góis.
5) Miguel Arcanjo de An<lrndc.
. .
6) D. Isabel Francisca de Góis.
7) D. Maria Isabel e Góis. . . ·"
Todos êsses são parentes dos Fonsecas, Sás, Passos, Tdes <lc -.
Meneses, Andrades, Limas, Tavares, Vasconcelos, etc

. ·~-
.· '-.....

. ' • ) . : i -, ;;-.··:.
..

• ._ ..
..-.- M .,
. .. . '
-f9-
do Brasil, Ainda hoja dispcr~lva, heterogênea, aem estrutura, natu· ,,.
•·•li \h> çhoquc da civilizçaâo euramcrlcana alntcsc ue biOto~ia e .·
história. <JUC Malinowski chamou de fundo~aJismo. ·
. Noutra ocasi~o. declarou, com a sobranceria que lhe era rc··
cuhar ~ "sou um 111csfliço de Sergipe". ·
Sua dedicação a Titinha sempre foi grande. Era o J>referido dós
ll<'!os pela hôa mestiça. Certa feita, ironizando a ,. casa· Jc Frei·
xe1ras .. , na qual casara, tratando das considerações c1ue lhe trihu·
tavam os conservadores e o menos preço de seus corrcligioná1 io~ '
liberais,
·. chacoteou:
.
.. .
.. Uma coisa resta-me ainda a observar, que C'oncorri! para a
' explicação de minha attitude. ·Os conservadores da Escada, a quem
não conheço f'oliticamc11tc, pois nunca milite~· sôb suas ba1'\deira5,

.... . ....
·.:..- - - e ele quem portant~. não posso nem poderei ;amai~ dizer que ?-ào
tfio ruins como os liberais, me tratam pessoalmente com r:1aiorc~
attençõcs, do que os meus correligioná~qui. O amor de ~i
me5mo, ningucm negal-o .. á, é um factor · poderoso- .to de:scnvolvi-
mcnto humano; -e ·por minha part(} devo confessai- · ~u·e .c lle tem
sobre mim uma não pequena influência. Sou d'aquelcs que prcic,·cm .
uma suave lisonja a uma bruta sinceridade. Dado ._4~ barat'.> que os
conservadores d'aqui ·me lisongciam, é isso cm ~tooo c:.so para mim -:.::: -
prcfcrivel á sincera · indiferença, s~não since~(;~.: m~nos1neç(>, · com
que me tratam. bem . poucos exccptuados, os
senhores · hberaes. Ao .
pé<.•:so que, 'l1crbi vra.tia, aquelles me têm numa boa .e• ·11ta ' µ1i~Hcctua1, .
formando por si mesmo o seu juízo (certo ou erro:.1ec)~,:~'; é ' outr.1
U.m-stão). os liberaes em regra não se julgam obri~a.clos . à·' tilum
tributo: e até o mcú illustre sogro, ijberal de velha. tempera, se n:i.
clirccturia proviúcial do Recife fôr assentado e .· d~·ddido êm prc-
~<·nça ck11c que cu sou analphabeto, ser~ capaz de \'Oltú á I-;:scacb
cii~l>o convencido, e alguma coisa disposto Q~ ter :f-.:ito ,um homem ·
que nã9 sabe o a .b e entrar na casai.de 'Freixeircis; grande .·~utura
c.:sta, que al'.:is minha velha avó nunca ·sonhou,,,,uos .se.us n'a.is \\rro-
jados prognosticos de felicidade pa.rà o ·neto, que, çlb <&n'\ava t Aqui,
:~~ ~ •
. .. '\'),!'~ •
dt: certo, vaHa a pena que,., 4~poia d, e :.'a.~cci.ld. ? ru1;u cr
da • ,·a.d\imoo,
d
· t- ., ,. . tomar-•.algumas ·fumaças".e . reunir.: J>CllS&m~ntQs que>an m li\>CN'.lS,
-.;.~:~ ,. uns pela Allem~ba;.....ouU.oa-.'~trá~:-d~:,fcói·o ~I._ · outros ".'fO<Anclo ll<A
·k.. .. dirc_ção d_? f~turo e ~u~rp~.aqui " ~m~cmbeb1dos, ~xtas1a.dos i~un~a.
·-. · - .<( -·,l.>omta maosmha fenunma, que.. apertei \~ .poue<>s dias, uma maoli\-
'- · nha de /ft:le11a, rematando um : braço ' c:Ie.~ Atalanta, cu iiicss~ .(.:~'siilar
~os olhos do leitor uma legiãQ ·de· coisa$~ pertincnt~-s ao assuupto.
.'!'•. ·
Porém calo-me: {; ~ · preito q_ue . q ~1ome~ ,de b_e1\1 " r~~1dc á pessoa
que lhe é por mais de. um titulo\ c-ar~- Q". rcspe1tavd • . ·_
o que qucren1qs, ·ai, rcsalta~ é ~~; l~.mb(•i.nça à mei~:\ ià~~inh~.
que tanto.' Jhe amava. Noutra ocasià<;>, .J~~.or~ando·_n •. $Ctll Júvi~.
criticando · a uma cantora i<losa, afinnc;>u ·.~\h~ver '' i11sta1rn~s ''m que
·c11a ·mostra um rosto de frcsoor matutiuo;'.,qc ~11volt·.> çom \cxfa do·
, · çura dos carinhos de uma avó", ·· .~.'~\>·' , . ,"
{ , '
... '

·'

'

~
~;
.
' .• • t, 1

....li

.: ;.\'
'\
--:
...
(f)
UJ o. Cfara Perpé~ua de San-Jos.6. ~ a.n
. (f) Francisco José M~f1aba:ana..
UJ
z ...:;;
UJ #

~ Padra Fé:ix Barreto de V~os. nascido


UJ
(/)
o
-
oi
o
• em 18l7 e falecido em- Recife. a n de
junho da 1881.
....
-'
UJ
t
-' cu ~

o UJ m Antônio Dinis Barreto, casado com d. Teresa Professor Antônio Otnis BamJto~ nascido a 4
z ~ ~
• de Vasconcelos Barreto. Engenho Pedras, de nov~mbro de 1821 e ialecido. em Ara-
f o C\S caju, a 9 de maio de 18S6. ~ - .
~- o LLJ :õ Capela, e depois, em Itabaiana.
cessivamente, com d. d. Mariana ~="a
~- cn a ...o
' < de San-José Barreto e Ma.ria ~
n > < C> Ramos Barreto.
...... ••• tX: ,, ...
~-~
~-
'~
~
....
O
o
t-
~ UI :l
- C\S
>L,.
O>
- Professor Francisco Barreto
-de
V~
~

UJ <. casado com d. Maria Teresa ~


cr ir ui -Canw do Brito. .z.
cr < E
êã ~
. C>
~
~
..;.
)( ·o o (Tode~ primos, em 7· grau. de Tobias
:i E Barreto). :i
=o
-
:>
LU
u.
L:
n.
- Félix Barreto de Vasconcelos e Meneses, te-
....
! ~'
~ nente-coronel comandante do 1• Regimen- ~
o t: to de Cavalaria de 2.• Linha da Província t
>< Q. de Set gipe, com quartel no enyenho Co- ~
UJ < queiro. ,;:.;
z·º ...
< (Primos em e· grau de Tobias Barreto). •<f
.): -4!;!
·z . -À
.~
i/: r-··"·

_,,,
·"'·
"·~ . :t
~-
~ •t.

.. ;,, -19-
': ··., ... ~.:.-· ... :·.: ,. .. ::··/ . :,·.= ; ....:;·: . . ··~:· ,.} ' ·:." ' . ':··.:·.,.· ·:-

De outra feita, recordou a tod~s.. Foi cnf ".,UNS 1..IGRtROS


TRAÇOS SOBRE . A VIDA RELIGIOSA . NO BRASIL .. , cm
. .
1881,. no qual dizia que não era' em .absoluto
. , .,, um manifesto de
rntmção a.t/r.c1..sl'ica ,, e que "na ordem dos heresiarchas da atl\ali..
<lacte., não ocupava "um lugar saliente,, . . Dizia .que suas " idda8
1·e1igiosas não são, é· verdade, totalmente estremes do satanico influxo
<la sciencia vigente, mas não são tambem de todo perniciosas ",
mas, ainda assim, côm que fôsse "um grande peccado1· diante, . do
p~pa e da sua egreja, coram Lenne pontífice, todavia, se fosse r.an·
d1<lato á hetnaventurança eterna", sua "candidatura não seria . tão
pouco seB:ura, como a de muito actual pretendc1ye á deputação i>ar·
lamentar pela novíssima lei eleitoral". E acrescentava: ; .
' . · ·.'. '1 •

"No fundo da minha impiedade, um olhar menos cnv•~sgado e


mais pcrspica?. do que, por exemplo, o do autor dos novos :l~l11mc11tds
de Philosopltia. do direito, e de seus dignos irmão. en:i .s. Thomaz, des·
coprirá talvez ai.nda 'um resto de senso religiosn, que é a unica ,he· . . j
rança elos meus avós, se é que me concedem têl-os, hern.nÇa tão ' su- .
i

jeita à lei do Jwmocl1ronis1110, l'omo a de qualquer qua\frtac\c t>hyska;


d'ondc resulta que ha uma idade da religião, ·da mi::m1a íónna <1uc
.,....
.l!
ha uma idade de pubcrcencia, e uma outra da canicia. E11 me .acho i
nessa idade ; razão pela qual já começo também a duvidar das mi- l'
t
j
nhas cl111 1idas e a íicar· um pouco mais sério diante do ~Jr!nsamento
da morte, que é e ha <lc ser sempre. o imiscgcla da philc.)so11hia ''.
Em 1883, ;q uando esteve cm Sergipe, em Aracaju, i•al<:strando e
recitam.lo ao piano cm a rçsi<lência <lc seu velho parente professor
Antônio Dinis Barreto, havendo êsse, justamente ·o rgulhoso, frito
alusão ao parentesco qc ambos e a inteligência ·fos P,a1retos, sor·
rindo, . respondera Tobias : " Eu não furtei; eu não furtei •.. ••-
Pelas cartas gcneológicas anexas, tiotamos que Tobias pertence
a uma das mais distintas famílias do Estado, não só pela fidalguia
.de trato social, mas até pelos talentos, ·conquanto, como {: natural,
muitas delas extintas e algumas já cm ocaso, fenômeno trivial, pois
que é sabido que, na História, s6 ha · uma· verdade, tiue é a <leca-
dência, como na Vida só é realidade a morte, e isso o iiz \V!ll ,
. !
Durant. '
O município <lc Laranjeiras, . o que tem de apurado, ía.z t>artc·
m:ssa família de Lagôa·Rcdon<la, e, nas arquípoles cstanciano-lagar-
t<:nscs, ela sempre predomina nos diversos cículos culturais da vicia
político-social de Sc'rgipe.
g• bastante afirmar que, na Cotinguiba, ."a contemporânea <lc
Sergipe ", encontramos os Garceses, Oliveiras Ribeiros, Freita:> B<\r- .!

rctos, Braganças, etc., e, ao sul do Estado, o que d~ mais honroso


existe cm nossa formação familiar, aliada aos Távoras e aos Fontes.
Talento, trabalho agrícola e, 'tambêm, patriotismo, além de .valen~ia
fí<lalga, sendo que, dc.s sa última caracterí~tica, damos como imor-
rcdoiros padrões, em ambas as zonas serg1penses, o tenente-·.:oronel
Salvador de Góis e Sousa e o coronel Francisco Felix de Freitas
Barreto, amQos hcrois, aquele, oferecendo-s.c a holocausto, em 1837._

,
. - 20 - . ·1
' . .· ~- · . · ... • . " ,. · ·. ·t-?<~'-~J."if·~;\ê.~.n~·~V-~kJ'i{!!à~.:(tVJi/:~~~~-Yffe,, f.K~t°i":"
·;_,,,- ....; .... ~: ;'\~. ;~i'~'';·(~~-'·:~~·!ifü~':'l~1:•7;>ir~~·':~~:iri~~:,q~~:::;~ ~7r:~!~'~~;~, " ~~m~"i";~~~~da~1~~ ~~· chefe do s.n
1
li
~ 9.º batalhões de voluntários scrgipaoos 11a guerra do Paraguai, I
onde fôram vítimas dois irmãos do próprio Tobias Barre.to.
.. Não cremos que ~ssa ascendência não tivesse qualquer influên- 1

eia recalcadas ou não, cm a personalidade de Tobta$ Barreto, 1

qu~. ainda assim, ·n unca deu importância ao caso, se bem que, quando 1

o dr. Artur Barreto de Oliveira Ribeiro, ao ·m atricular-se, cm 1878, 1

na Faculdade de Recife, foi apresentado ao grande scrgtpano. ao 1

ouvir-lhe o · nome Rarrrlo, abrnc;ando-o, dissc-ra-lhc ser S<.'tt rar"·11te 1

e foi seu amigo até 1881, quando o solitário de Escada entrou para 1

n Academia e Artur Barreto saiu bacharel dali. Sempre que se re- ~


feria ao caso, dizia o dr. Artur que essa fôra a maior honra fJltf.! j
havia tido na. vida e não podia deixar de. ser. quando ta! expa11s~o 1
:::;~~:s. partia de um homem co1no Tobias Barreto, avesso a tais J

Em pinceladas ele mestre, Sílvio Romero descreve-o: 1


~
"O poeta é um nacional em . regra, um mestiço claro, ~m quc-
prcdomina muito o sangue branco; a tez accusa essa mescla; mas
n cranco é puramente caucasico; fronte espaçosa e alta, olhar pcr~- 1
crutador e vivido. . ~
Tem o fogo dos homens <lc sué'. raça, a lo<:1 uella forte e a11i111ad:1,
a linguagem brusca e colorida, certa tcn<l<'ncia para o pathos ; é um
mestico meridional".
1
J
E' breve essa análise de conjunto, mas perfeita, a que acrcsda ·1
como grande crítico psicólogo: ~
. "E~.ra, d ema1s
. d.isso, e nesse ponto não estava só, era o resul-
tado ele tcn<kncias oppostas, que <111asi sempre se atrnr~11a 111
e muitas ~czcs se aniquillam, esta<lo psychologico quasi sempre ~gg-ra­
1
vad? nas 11~dolcs csthcticas e prog-rcssivas, como a ckllc, por essa :no-
kst1a da cor, esse mal não definido ain<la, <JUC ainda · não t~m nonic,
<~ , <leve ser un~a cspccie de nostalgia da ah•ttra, envolta em certa
do~c de despeito contra os que gozam ..fa su11crioridadc da brau-
, ~
1

J
c1u1da<le ". · 1
. Vá isso. com vista ao sr. Hermes Lima, que, enganacfa.m~ntc !
vm em Tobias Barreto um mulato de familia sem valim<!nto sociai
e a outros, que o apodam, até, de negro!

c_c
<?n~ra explicação a esse historia.for, a e:>.;•! crítico tão >l
1 duvidas e que se apoia cm inimigos i1H: c i , so. <lc T l)· l· e.na< 1o
tirar conclusões erróneas:
Aquele
, , . . :>
de turco, qu~ o caibras rfo Cabc,.,a de V e .
ªP?<lo
o ias, para
, 1

~
1

maram ..a Tobias não tem . « 'f' . - . ... . - 111 •J cha-


~ obias, dera Q ;r. Hermes aL~:~~1 ~C:~1:~:· l1Jus1lnrad<lo 3nlo
· ·r·icava homem de hri a . •. au
J<l11csmo ~

llvro ·· "T urco sigm - ,,a • ' e ~seu
plesmentc, caboclo, porque é essa a que :i~ci:alc1~tao , mas, s1m-
o norte do Brasil, mormente em Sergi , AI _hoJe, ;-e chama cm )
buco. Qualquer sírio, porque é semnre
(!ç turco, . . ~-
1;• -
agoas, Baia• e P{;rnam-
e cor morena, so se chama
~

~
~
~..
;

:~
: ,_
~-
<( Leandro Ribeiro Vieira de Melo.
o(/) <(
. ~..:. . a.. -a:: -o
-.~./
- (/)
UJ LLJ
- 'i
. d
>L.
L.
Clj João da Rocha Vieira de Meto, falecido
• <( m
- :t: .,, solteiro.
.. (.) Clj
o o,..,,,.. :Eo
..J
LLJ ........
~ <(
Bacharel Martinho de Freitas Vie~ra de Meto
4)
LLJ e "C
e o ::s João da Rocha Vieira de Melo, casado com Nascido a 1.o de abril de 1844 e fale:
<( t<( ~ · d. . Helena Bueno César - Engenho
a:: o tJ) cido no Rio, a 23 de abril de 1897.
üj
>
--,, •.
o U)
Comendaroba - Laranjeiras. -
: .,
<.:

<( < E (Primos em 3·0 grau de Tobias Barreto).


X C2 !::: ., D. Maria Fonseca, segunda consorte do
- i.LJ Q..
t- <(
fl)
o coronel José Quintiliano da Fonseca,
- o E
O
>: :::::> "i: fundador d~ casa "Fonseca" .,em Maruim.
~ o o Q.
z . e - ~~
.1..
< e
(Primos em 1.0 grau de Tobias .Barreto.)

·:;'
~l
....~
~ r .
,,~ ~->
.:;. ~

~~

··~·
>
,
' .
_____.--
~ ;,
' ' .
\ -·· ·- --- .
--~.-. . .. ..
... ---~---- ·--·- - --· ·- - . -····-· --- - - -
- -- - - - -- - - -- --
• , r
- - :._ _ __ _.J ·- - .. -

:

, - 21 -·' • 1
1
Mude o baiano escritor co;np/c~·o de prc'lJ<JIJ(titJ, bauriJÓ em
0 .• • -.,.. 1
odiento~ inimigos de Tobias Barreto; que acentua, t·ágina à :,>ágina .r
./ .1
<l\! seu livro, contra a pessôa fisiológica do notável bra,ilcíro, contra
a pcssôa psicológica d~ssc grande desgraçado, porque sempre viveu
'
'
·"·.
de c..·abeça erguida, sem flexionar a espinha dorsal ~, por isso :mmno,
Jc espáduas i>ara os poderosos analfabetos e os pedantes ilustrados, ·'
sem nunca haver recuado à luta contra seus jesuítas perseguidores,
sem co~hcccr complexos de in.fcrforidadc, ête, um altivo, a quem o
sr. Hermes Lima, levianamente, atribui tal bobagem. c<>nfundindo·o
com o JOÃO DE DEUS de "UM LUGAR .A O SOL" de Érico
V críssimo 1. . . ·
' :,~ ~ '; ; , ·, - .' •' • ' _, •' 1• ' ' ' • { ', • ' ' ·-

Nunca <leu Tobias Barreto IlOr essa .Sl'fJ " molcstia ele côr 1',
1>or essa "nostalgia da alvura"; de 'que falava Sílvio Romero, filho
de um português, porque sabia o notável homem dê letras que, no
Brasil, todos somos mestiços e que estamos a passar no gramle labo-
rnt6rio dessa futura raça moren~. Ao contrário de sofrer o tal "com-
plexo de inferioridade", satisfeito com o resultado que tirava da
comparação que fazia entre si e o pernosticismo ' canequiano,.:· sem
receiar facadas, dos . cimos de sua autopsicanátise, "erga~tava a
filáncia de "D. Pernambuco Cavalcanti de Albuquerque" com i!,ssc~
versos, cm 1880, deante do retrato de "bella e jovem pcmambucand.
~sludantc <lc me<lici1i"a em ~ova-York":
',• .·•· ....... ,'·:

" Bella flor da familia das N adeschda, . .. · .


Das Garrct,' das Lozier. • . eu só lamento .
Que, ao voltares um · dia, aqui não. aches · · •
Premio adequado ao teu merec~mentO .• ~· :
'· .
~ : ( ~. : .- -' '. •.
Que entre os fjdalgos que .e sta terra conta,
Por dubio sangue, ou títulos baratos,
Não encontres um só que te mereça :
Todos são . pobres, parvos e . . ; mulatos ... "

Ora, quem escreve coisas assim, com desprezo tamanho n5o


;·econhecc superioridade de côr, .não tem nostalgia de branqni1ade !
Mpdesto, apegado só à âl1sia· de saber, fugindo a rcpÍicar inían-
. tilidadcs, porque não queria perder tempo, ao ser pisado, gritou e
reduziu a zero os inimigos gratuitos, Zoilos de todos os ~natiies.
Nunca foi briguento, nem provocador. Sempre foi tido como
cavalheiro, mas cavalheiro altivo, a ninguêm inferor, com que mo-
cícalo, mo<lestíssiii10 demais, pronto, no entanto, a vender~sc «.~aro
cm sua intimidade. ·
Refutar-nos-ão, seus apoucados mumgos, de que a "linha fi-
dalga" dele, lhe não pertence legitimamente, por.q ue o pai era filho
11at11ral' e, sem vacilarmos, responderemos que não hã ninguêm no
mundo que se gabe não haver um natt1ral entre seus ascen•kntes
remotos, quanto mais se for americano,· lllormcntc brasileiro,
. J><>is.

' . ., ' . ..
-22-

~ sabido que o colono se casava c:om. lndias· e o pottl\guês, .,entre. ·~1f./::~. J


'\ ' .... . suu principais · descobertas·~ · zela á ! do-mulato t · · · · ' · -~
\ 1 ..

Não h& raça pura, nã.o hi o tal pretendido arianismo na Eu-


ropa. Com o migraç5.o dos povos, forcada com a Jnvas!io «t0S n~r­
haros, quando Roma se debatia cm plena decadência, n?io se f>1<1c
íarcr rigorosa classificacão antropogcográfica, porquanto a origem
dcta, longe de ctassifica·la na sociologia, como ciência, se enfermiça
em dubitativa hipótese de uma ou mais fontes t • '~
Ratzd matou o fator racial da Europa com o resultado geo-
gráfico do ambiente.
Ora, se pela -cô.r Tobias Barreto não per.de para ninguêm,
ainda que não tivesse o ·disptante de José do Patrocínir.1~ que se clas-
_sificava de latino; ignorando · o que esse vocábulo importa, porqu~
era .natural o pai, também não há mal nenhum, · pois que não há ~cr
humano que escape a· esse jeoválico prejuízo ~.odal f' nos não é di·
fícil a demonstração na própria linhagem paterna de Peclro Burcto
de. 'Meneses, ainda que fosse nosso propósito perm?.n~ce:rmos calado
quanto a tais ascendentes fora ele Sergipe, mas a pena cerre e nosso
cérebro formula ..• . · " . . , ·
. O fundador ela casa, capitão Martinho de Freitas Garcês, tri-
savô .natural do major Pedro Barreto de Mene?.es. . era, por sua
vez, exaneto 1w/11ral de Heitor de Carvalhal, amo rh raínha d.
Leonor, es1)ôsa <le ct. João II, de Portugal, o qual, ·~m mulher i~'l.10-
rada, sem nome conhecido e, assim, pior que Titinh~, houve ;t d .
Isabel de Brito, bastarda, que se casou ~om Joane Mendes de Oli-
veira, de quem foi segunda espôsa e dele houve a Simão de Oliveir.\,
que foi pai de Antônio de Oliveira Carvalhal, o qual foi o primeiro
alcaide-mór da Baía e era cavaleiro fidalgo, tenC.o vindo de Por-
tugal em 1551, à ordem ·de · d. João III, como capitão·mór de uma
annada. Dito Carvalhal se casou com d. Luísa de Melo de Vascon··
celos, filho de Froilo de Vasconcelos e de d. Iria de Melo, a qual
era filha de Diôgo de :?i.1elo da Cunha. D. L11ísa faleo:u cm Sal-
vaJorf a .18 de dezembro de 1609 e de seu espôso houve a Manuel
de Melo Vasconcelos, que foi comendador da Ordem de Cristo e que
:Lc:ompanhou a d. · Sebastião a Africa, ficando cativo na !:-atalha de
Akac:erquibir; havendo vindo para o Brasil em 1582, junt:> com o
governador Manuel Teles Barreto, foi residir em Cotegipe, Ilaia,
onde se casou com <l. Francisca de Perada, filha de Henrique <lc
Pcra<la e d. Francisca de Siqueira Cabral. Foram pais ue Luis de
'Melo de Vasconcelos, hcroi contra os holandczcs em Baía, batizado a
2 de maio de 1585. Foi coronel e se casou com d. Antônia· Garl'ê~
de Oliva, a 3 de julho de 1624, a qual foi sua segunda e!lpôsa dàs
(jUatro que teve. Ela era filha de João Garcês, o velho, que tentot.\ e
i1crtcntou coloni~ar terras .em Sergipe, e de d. VitCJrin:l de Oliva.
Ditps coronel Luís .de Melo de Vasconcelos e d. Antônia forJ.m pais
<lc .d, Serafilla Garc~s, que se casou com Martim de Freitas de Oliva

...

..
Bacharel Homero ds Oliv~·ra R:te:ro, nascido
...u:o en" Recifa a 7 d9 Abr11 de 1858 e fa!ect®
a 17 de dezembro de 1910. Casou-se com
d. Aria de Olivai:-a Freire, si..:a ;rima car.
cr nal pataína.
(! ot- . Professvra Júlia O:ivelra Ribairo.
Professora Laura Oliveira Ribeiro.
<
m -
L O. Helena c!e Freitas Barre!o, c.1sada com o Sachara! Aquiles de Olíve:ra Rbeiro, r.ascido
~ bachare; Com~i'lgos de Olivei;a Ribeiro. a 14 da abril de 1873, em L aranjekas.
cn Assis~iu os últimos dias de Tobias Barreto.

'
_;.,
·./
(f)

...-~ o~
- E' ministro em São-Paulo, Casou.se com
d. Concórdia de Oliveira Ribe!ro.
D. Eisa de Oli'ieira Ribeiro, casada com seu
... t pr!mo farmacêutico Mário de O!iveira Rt-
UJ
cr
lL --
cr Cl1
m
Q. ~
Vl i5
be:ro.
Bacharel A!varo de O!ivelra R!be;ro, nascido
em Laranjairas a 19 de r.ovembrn de 1864
e f alec-au em Santos, a 20 de agôsto de
UJ llJ ~ l 1916.
o Coma;id.:.d:ir t=ra:~cis:~ Fe'.ix d~ Freitas Bar-
o -8 reto, t-?;snte-~orone! co nandar.te do 8. 0
...
(/) l1J o :::J
('\)
Voluntár ios d~ Pá~!a ô9 Serg:pe, do 2.0
Corpo co Exárci:o l\2cior.af, talec;do em
:> Lo

Tranqueiras de L~rê;.v, na F'íovíncia d3


.J ~ .O)
.. l.O C~rrlan~es, n3 margem esquerda do rio

...w zê
"1 G>
Para~á, r.a C~nf adsrnçã~ Arge:itina~ Ca-
sado com d. f'1iaria:ia Ba:-re~o-Larar.je!r .iS.
z m~ Sem prole.
i1J D. Pet!ina cfa Oliveira Ri!Jelr~, casada com o
~ ~
->o - a.
f! - D. Mari~ Ser.ta Freitas de Oiiveira Ribeiro
r ba:ano bachare! Vítor o:nis Gonçalves.
Bacharel Pedro Antônio de Oliveira Rib!lro,
ministro do Supremo Tribunal, nasceu no
<t nesc:da. a 'i:.7 de mê.io cs 1829 e fcleci~ engenho Varzinhas, La:-ar.je!ras. a 8 de se-
.J
UJ ~ a 18 de r.ove:nbrc de iS551 casada com 0 tembro de 1851 e falecau r.o Rio a 29 de
z . com.s:1cadcr Pedro Ant6nio ds Oltvaira Ri-
b~iro, co.-onal cornaridànte s~~rior da
junr,o de 1917. Casou-se com d. Elisa Ri-
-beiro da Luz, de Cristina, Minas.
o o G~arda NacjonaJ. Engenh~ Jesus Maria . Coro~~l Vicente Luís de Oliveira Ri~eiro, .nas-
X ít José, Laranjelras. Ela foi sua 1. espôsa. ceu no engenho Varzinhas a ~~ de ;u1h
de 1852 e fa!ec&u em Laran1e1ras a 28
°
o s· da ju!ho de 1895. Casou-se com sua SO·
o
X
o (Primos em grau da Tobiz.s Barreto).
brinha d. Georgina Dinis Gon~a!~es: •
~ Bacharel Ar~ur Barreto de Oliveira Ribeiro, ta
z lecido solteiro. · ·: ) 1
/ «·
< (Primos em 7· grau de Tobias Barreto·
r /~ "'A
,, à .
.r

~\,
-: ~
.'
' . \,. .
-. ~
23 -
.... ,1,1 ,, ~(~ . ..,'-:'(f• il:•>' · "" ·· .... .... ·' ....

e dele houve ao a.ludido capitão. Martinho de Freitu Garcê1t, que,


tomo. dcmoustrátnos, ~
-filho kgít1'.mo de d. Serafina Garcês;
-neto legítimo do coronel Luís de Melo de Vasconc-eto~;
--bisneto legitimo de Manuel de M.c lo VasconccJo!' ~
--trineto legítimo de Antônio de Oliveira Carv~lhal;
-tetraneto legítimo de Simão de Oliveira;
-pentaneto legítimo de d. Isabel de Brito
e hexaneto na.furai de Heitor Carvalhal.
Qual, pois, a diferença entre a
querida · de Heitor Carvalhal,
uma anônima, e Titinha? t
Sómente que uma tinha o meio privilegiado pela cultura ·e a
outra não. Nada, porém, de raça ou casamento 1... · ·
Bem afirmou Will Durant que "a hereditariedade é fator de
~.menos importancia lia elevação de uma raça; a evolução ho)e é.
mais social que biológica; deem-nos ~ente de saúde e a escola fará
o resto. O progresso, portanto, depende menos de methodos sd~c-
. · tivos do que do caracter e das instittlições; apoia-s~ sobre a edu-
cação e o governo antes :que sobre a eliminação dos fra.co:;. E nossa
maior dúvida sôbre o futuro não reside nas genealogias dos Eduar-
dos e J ukes, sifl1 nas instituições sociais que teremos ".
No entanto, '. sobrepaira o · casamento que, em nossa s0ciedade
<le~protegida e areaica, ainda se mantêm em linha superior, n~as que,
cm verdade, está senão longe do amor Jivrc~ inferior ao •• compa-
nionate marriagc~' de que foi paladino e juiz Lindsay, que só será
realizado, no Brasil, quando a mulher brasileira gozar dos mesmos
direitos que o homem brasileiro, como o desejou Tobias Birrcto, 1
e souber desfruta-los, como seu irmão feio. \
1
Aos olhos de um homem culto, portanto, não há nenhuma infe- .,
.'
rioridade no pai de· Tobias Barreto, porque fosse pardo e filho do [
~mor l ... 1
1
. 1

..

i
'
1

l ~
. 1 t:.
1
!
rr:,
h.
"::~<: :
'!· '"
- ~ .;;; ... :~
. ;; -~ ~- ., ~

: ~~' 'l. ·.~


..

. ' ' !~ , .

" '

. '.
FUNÇÃO MESOLOGICA
' · './

., ,, , ,
....

De!.>ruando-sc às margens do5 rios Real e .J abib1!ri e nos contl'a- ,.,. . "
· ,í.·
i·.Jr~cs das serras de Caninc, Mlc1Jta, C.:>rr.prida e Palmares; alti- •\ , '
. '1;.·· .
planando-sc pelos municípios de Itabaianinha, Riachão, Lag2.rto e
Anápolis, atrai-nos a atenção, a perder-se em nosso horizonte visual,
'"\sto descampado com dcnominaçi)es di-w·ersas. mas formando um
s6 ta.boleiro: são os campos da zona do Real-de-Cima.
Quem contemple a variegada paísagem, logo se sente deslum- ·
hro.llo com os paineis, que se nos apresentam em t:>nalidarles vária.s. ..
A cidade, então, deixa pasmo ao viajor. A larg:1 avenida. cmle
11a:;;«eu Tobias Barreto, só ela, <·ontêm mais 11e um qailôme-tro d'! . .-:> :.:-..
~ ~"'-': ..
~>.:;· :~·· .
comprimento l Chamava-se rua do - JARDIM 1 ·
.. ;~; ~~? ~/ · , .:·
Sílvio Romero, interpretando mal · uma alusão de Tobias Bar-·
re:to, afirmou que ali há "areiais extensos", pois êsses só se encon-
tram nó leito sêco do Rio-Real. Cam_pos, tais taboleiros, o cákareo
e. aãc raro, o arenito. Diz o ilustre filósofo: "Can:p•.ls demora em
uma planicie, quasi na confluência do riacho Jabibery no Rio-Rea1.
A região é aspera, a terra esflorada a trechos, cheia de arriaes ex- ··· • ·- ·.
tensos, contrastados por bcltas e frescas moitas de :Llta.:; 1:.iixabeiras
nas margens do Real e do Jahil)ery. E' um pe<laço dessa região,
caracteriscamente chamada no Norte - o agreste -, que é a pas-
sagem das terras das moitas para a zona dos sertões".
Oh ! mas é o próprio sertão e o Jabiberi, que lhe perpassa o . t

município, é um rio que fica muito longe da cida.rl~, banhada, ape-


nas, pelo Real, que, em muitos lugares, no verão, se · passa a pé
enxuto.
_, ':':5á houve quem tivesse a tolice de afirmar que o nome primitivo
,. · d<;; éampos era Paraíso ; mas esse nome é, ainda agora, ele uma pe-
. qucna fazenda do município. Campos, o que pode ser, é eden, pa-
raíso do Amor, porque seu clima ardente, tropical, graç:ls ao sol
africano, borbulha no sangue, queima à tês e, aos eflúvios da brisa,
A sombra das moitas, à margem do rio, os músculos enardecidos do
sertanejo se ·distendem e fácil é saber-se o resultado pela prolife-
rnção de sua gente.
As noites amenas, ,ventiladas pelo terral, alumiadas por míria<les
ele estrelas e pelo morno palor de um luar deslumbrante, estonteia
. e convida à alegria. ·
Ora, isso tudo reunido ao pouco de sangue afro, que corria
nas veias do tabelião de Campos, o major Pedro Barreto de Me-
• neses, só se poderia esperar crudissem as vcrgônteas com tempe-
ramento exaltado e, ainda, hoje, os Barretos. de Meneses, - o
elemento masculino - .. são extremam~ntc &Cl\sµais, dados a e~·

• -
- 26
quista.s passionais, o que é produto de cerebral e de uma tetra en·
cantadora, como Campos.
E' o velho Sílvio Romero quem nos relata : "A vegetação é
falha em geral e de pequena apparencia, excepto, como é o caso
<'m Campos, nas margens dos rios. Predominam as caatingas, man-
gabeiras, guabirabas, quixabeiras e imbuzciros. E' pronunciada a
élntithcsc entre a planicic aricnta e csteril e as altas noites frescas
que bordam os rios. O clima é quente, appetitosos os banhos nos
poços sob .as follt.ldas ramagens, os luares esplendidos, o ar impreg-
Úado do cheiro das plantas campezinas ". .
Evocando-a em hora de ·1ancinadora nostalgia, o maior lirófilo
ameríndio meridional, indiferente aos urros e aos berros azoinantes
da Inveja, cantou-a, pensando no rio natal, o glorioso Itanhi:

"Aos reflexos da lua que prat~a


Os brancos arôaes de minha terra,
Ao vivo trescalar das gt.Íabirabas
·Nas aragens de um céo desabafado ".
·- -------------=-------.__,. ~ -"-~~ - ··-·· .

NATAL-INFANCIA
1

D. EmcrC'nciana Maria de Jesus (5), além ele ser sertaneja


prendada~ segundo o meio e a condição . inferior da mulher de sua
..
' J
, i
'''
'
t:poca, era linda. Sabia ler, dansava bem e costurava regularmente,
sen<lo excelente <lona de casa. Com o trágico desfecho do trcsp~s~c
paterno, naturalmente que haveriam de trabalhar mais e isso esta11-
queia, de .alguma .forma, nos casais pobres, as . lágrimas. . Não dera,
pois, o labor muito tempo a d. Raimunda para carpir ·e a jovem . i.
Emcrcnciana, no fulgor <la mocidade, lcnira cedo as lágrimc.s dos
olhos formosos, a foca-los noutros ardentes de um homem helo, que
se insinuara, sem que fosse apercebido, nos recônditos do curação
da campesina tropical.
Percebera-o a mãe, que não levou a bem a correspondência da-
qt~ele afeto ela filha, porque o enamorado tinha amante teúda e· man-
tcúde e até com filhos, embora f ôsse bom partido, porque era dus
melhores da Vila. · .
Se encarado, cconômicamentc e socialmente, Pedro Barreto
<le Meneses caía no agrado elo interesse natural de d. Raim·1nda;
0lhado pelo lado íntimo, era impccilho forte à honraclêc; de suas
virti1dcs ele mulher viuva e pobre, que s6 ansiav:t, par:i a {ilha, o
bem e não poderia ser bem aquilo que causasse pesar a outrem.
O bom do vigário Amaral tambêm assim pensava e amb<JS ~con­ ..
sclhavam a jovem fugisse da tentação, sendo que o saccr<btc, pakr-
iialmcnte, chamava Pedro llarreto, seu protcgid1> ig1,almente, à
ciesisténcia.
. · Inútil tudo, pois, nas questões de amores passionais, se empana,
sempre, o raciocínio esclarecido e só o coração h'ansborda 110 lago
~nfritiçado, avançando ao leu, sem cálculo, indiferente a ~acrifkios.
Com que ilegítimo, era o enamorado moço muit-0 <.sti~uacto do
pai, <los irmãos e dos parentes, que lhe admirnvam as qualidades
de espírito, suas facilidades de rápida intuição, apreendendo, inte-
ligentemente, o que se lhe deparava, quer na- direção do partido • i
liberal, quer como notário público, havendo já ('.onseguidú r<.'g\llar t
patente ela Guarda Nacional cm seu município. E' vcrda.1lc. que era
amante de ·d. Ana Belarmina <la Visitação, tinha filho,.;, mas Donana
era uma santa, não se zangaria com o novo benHJucrer, m~smo
porque nada faltaria a ela e :a· prole, Era uma rcsistnada ante o 1

valimento de Mcréncia J,,. 1


;
1
1
11 1

(5) E' comum o êrro de chamar~na Emcrcnciana i.~RANCIS· 111\


'11
.CA ou BARRETO de Meneses. Corrija·1e, poi~. · ·· 11:
1
11 1

~ ; 1

; \
·:.·
;
!'j
\

Vivencio cm terra de ~ente ~impks, c:crca<lo d.J pred:>o ~?1,..


ítH·to. como &'\rg<'nto-ajudanlc e não como po.br~ diaho, c.omo o 1m·
pigiu 0 querido Sílvio Romero, que tentou p1xar-lhe a tes caboclo-
. claro; do município, exceção do vigário e os Montah'~>e~. o maior
C'Crt'hral, mercê de seus hábeis mancjos nas pequenas tncas forcn·;es,
· não se conformava com as formais abstenções de d. Raimund:i, c1ue
lhe exagerava as qualidades de Minotauro. Coisas d.:.: terra pe-
quena 1: ..
Entretat)to, quando o que · se almeja. se <liíiculta. maior é a
~nsia de obtc-lo. Dessa sorte, a Pedro Barreto, ante a decisiva
intervenção de d. Raimunda, que temia as consequências daquele .
r:amorico da filha estremecida e sem o amparo paterno; os ralhos
carinhosos, mas contínuos do vigário e o voscê já sabe aldcião da
gente mexiriqueira e curiosa ela terra; ante a firmeza heróica daquela
linda mocinha, que fechava os ouvidos aos ralhos materno~, aos
e<.;n.~lhos de quase toda gente da vila, certo de - que era senhor ;~b­
soluto daquele coração, sarcásticamente sorriu e avançou, ~"reno,
para a conquista. Assim, . as contrariedades, os conselhos :sinceros
ou falsos daquelas pessôas, que se opunham a seus amores, lhe de-
ram fôrças para lutar e ve.ncer, argutamentc, a todos os obstáculos
para tornar sua Qucricla à jovem ideal.
Vem a baila a seguinte rcferência : Quando se fundou,. no Rio.
·cn·, 1870, o "CLUB REPUBLICANO", Tobias Barreto. cm art~o
n"<btorial n'O AMERICANO, estudando, com real simpatia, a
evolução política por que estava passando o Brasil, recordava "o
itinerário ela idéa" de Hegel · e mostrava. a inutili<ladc de coagir-se
a "'evoluc;ã.o gcncsia-ca" das coisas, que, rontraria<las, precipitam
os :i.contcci.mcntos. Parece ll\\C (oi ck<lkada a.o desfecho dos amores
contrariados <le sua extremosa mãe, que o notável brasileiro es-
creveu:
''Um l\os mais tristes cspcctaculus que se {k)Ssa <.b.r cm face
c\a hiitoria, é a obstinação com q\\C o orgulho e a fatuida<lc humana
<.!ucrem á.s vc1-'!s rcbellar-se contra a ordem providen~ial clo!l acon-
kdmc-ntos.
Na i~uoranria i11rofüdc·11tc tl\.ls kis 'lll~ diri~<.'IH •L lnml.."\uiuatl~
ttlo. rca.e s e tão firme~ como a1t que llirigem o mundo physico e ma:
• t_<>_nal; e n~ apparc111.:1a ue lillo\!rdaüe, \'.vm l.!l.l~ se muvem ~ grande$
t•·ri~>' ~oc1acs, assenta a co•wi,·~f~o '1c \'.l.!rto:s hom~nli qut. jul~am
, po~~.v~l prolongar-ic lrnlcfinidamcnte a durn\ào <.lc uma évoca e
<.>hstnur a paua.cc-m d;u idéa1 l)Cri"vsas.
. N~o somos llÓi c1uc iw~uemos o qu~ ha '1c avcnturo.s l
J<"1:tuNral nas ttntntivas de um '-'.aractcr mais elevado e ". e COO·
'°lll por isso jul 1 l l\\4U$ novo
:i bo . a:amo -a~ com tn:Hla~ a uma q\ltda ii f l l' . •
c.1 um ~. ;to inevata~~l. Quando Umtl idé:i chega ao ultimo\~ ~~ •
1
t° gc1 aç o no esp1nto, já uâo ~ fadl o cm rt' . , ..... ri o
paatal·a, l>Orciuc o auato • . 1 .. . P .go de m~1os para
' .. v1v entaa,º' m1rcd1cntc1 d~ qua.lq~".
b'(ncro nãq fazem muitas vezes .m ais do que accelerar-lhc 0 nas• ..,,.. . ! , ·;.

cimento "·· · · . .
Foi cm um dos cálidos dias de oitubro de 1838, quando as flore~
silvestres mais embalsamam as poéticas paragens de Campos, talvez
("tn noite plena dos eflúvios da . Primavera, que J:!edro Barre~o de
M~neses tornou sua à interessante Merência, de quem, à puridade,
se tomou amante. Comemorara, é possível, a patente ele al f ercs ! · : ·
. ~.::~~~t)f ..,·..
Viam-se ;\s escondidas e os meses mostraram a jovem que havia
sido inexperiente e qu~ seu amor .seria, dentro em breve, descoberto.
Falava ao amante, dizia-lhe de seus receios, da grande ver-
gonha que a esperava e das lágrimas q~e iri~ arr:~mcar . à po~rc
mãe. Consolava-a Pedro. Debalde o fu1a, pois, dia a dia, muito
rnais se to'rturava a infeliz, até quando foi a falta descoberta pela
.' · ·~i~;; .
simplória d. Raimunda, que, além da morte do espôso, ia chorar
ao que chamava a vergonha da fil~ r • •
Numa sociedade cheia de preconceitos como a nossa, mormente
então e naquele meio, que escândalo não adveria l
Como ao homem nada pega, tudo é natural, · enquanto Pedro • J

Barreto era promovido a alferes, a moça inexperiente,' tardiamente


arrependida, reprochada pela mãe e pre~entindo que seria escarnecida .
llela hipócrita sociedade, fechou-se, a chorar, dia e noite, em o pe-
queno quarto, até que, num dia pluvial de sexta-feira, 7 de junh9
de 1819, naquela humil4e choupana, evocadora da· pequena estre- - .~
·....· ... ' ....._,,
baria onde nasceu Jesus, soltou os primeiros vagidos o maior dos
sergipanos, o maior dos brasileiros pela inteligência assômbrosa, ·
1..elos talentos geniais e pela dôr, porque ninguêm sofreu · mais no
mundo, e nem é capaz que o ·haj~, ·do que Tobias Barretu de Me-
.:. ..} ..
neses, humilhado antes, durante e depois, para todo ·o sempre, de ·
Seu advento 1. . • ·
Não é possível que Fascino, a divindade tutelar da infi ncia.· .."":-~ .. ~·. "~~! ~,"-- ~

t1ves!>C olhos para. Tobia~ e nunca os versos de Fausto Cardoso, seu
• .. . . ..· t. ~· :.. ~
.' .. .
, _.. ~
_,
dileto discípulo, se amoldariam tão bem : 1.

" Deslumbra.do, cheguei, chorando à .t erra wn dia~' • . ...
Horror 1 Era quase pardo, caboclo apertado, o rccem-nascido .l
Fôra isso produto das agonias, <las vergonhas por que passara . a ..
.jovem mãe, que se não perdoava do passo mal que dera, ·que se . não
...
consolava .senão beijando muito ao fruto de seu crim~~ que fôra ~
lançado, a.egundo iua própria frase, 14 como um naufrago . •s · ~~as ·
n,
da luz, pd · luminis ora.s a citar " a bclla phrasc de Lucrccio ".
· Fecha.da para todos, 16 &e abria com .a pobre de d. Rtlimun9a
.· a qual, dcante-dos padecimentos "&i~ccros da. filha e dos cnc.aiÍÚ>~ ~.•. ~t >. 'l

(!UC uma avó ~cmprc encontra cm o neto, maguada, profw1damcntc


maguada embora, bcijava·o e l>u11cava respeitar a 'reclusão absoluta
.;,:·:.:~~~.~....
·
;f:
e voluntária da mártir. · · : .~ " ::~:.~~; . ./··:
Por maior que tentasse procura-la, repclia·o, ao· am~nte, ~s ; ···· · ~·, •·..;,');!:t;~~·~·\' ··
•.
. ... ' .,
.!~ ,'"-'. · ,~'.._.:~-~.-~~>~-. ~·\~:··:rv7~~·,,~~·
;~tj:.\f ·. . 11,
• • 1 • • ' \~~ 1 . ; , · ... r.,· \ ~ ~'f; , -1 ~\~ ~;'"-':'
1

. '. . .. ' !\,\~> ,. ~)'; •1<· '· , ••~...~ ~~,..,: . .. '·((


... .,,..: :. ,1-1 ~ t~ \ .. ~~~~:l · ·-;.,--q~, . .}·~~'{~!~·!.~
. . .:.· ~" ~ ·.' ·, •:l~r:.' ·. • '\:1.~1.,·. ;r l\.~,~~··ir~~~;~7
. '
' •
. ' . ..
' '
'
'
• "
. ., ' .(f\\•"
.. • ...... . • I

'
' 1 . ;. •
'< ..
01
' " * rt·
(• '"". •• .j .
~ · '~ ··,.....,. -;...'!'~··:t"ól~' ,. . •~. .
,,'~~ ~h:u··~\_;~
I ,i., •11).:.1,. f.. ~p .~ , \:t~· J~~'IJ:~~·
"!.
'r<I,,~}.~
• . \ .. • " • " '" " ~1·· ~· •• . ··~ <('~";\'·:<>l ·
·:-!;<, ....
•. ,, r •· ·i ·~· \. 1. ' • .. > • • .._ \~ 14 .:-'~ '-"'~ ' ·.(·~~~ .i)··~·'·~ ' ·A"J~;..;~1-t~~:~~~~
' ' ·1 ' 1·, , '.i,, ' ·,' •'' ' " • 1,/ , · •~··; ·.~ .. 4 \,; T~,~~"<·~ 1 f!~~~~·)._~.._.~~;\V~·.!' t-~'l\",'l~~'is
que s6 o queria como espôso e, coníiacla. isso, foi que se cntregar:L
Não perdia. a esperança de que Pedro quisesse legalizar a união ·
de ambos, aquele amor pecaminoso e, por isso, ressa espera de~oJa­
dora· se sucediam os meses sem que consentisse fosse a criança bati-
' .
zada. D. RaimuQda zangava-se. O vigário Amaral achav:\ ser aquilo
hcrisia. O povo, juiz em tudo, abcdelhava cm censura5. .:'edeu,
afinal. O filho seria, batizado sem o nome paterno, fria às águas
lu!-trais, como o foram os de Donana. , ,.
A 30 de maio ·de 1840,. quando o mês das flores · se íincfava,
' contando quase um ano,· pois já tinha .onl:e meses e vinte e três
dias de nascido, foi levado o ·filho do amor à pia batismal, scrvind')-
lhe de padrinhos o tenente-coronel Manuel Joaquim tie Andrade
e d Francisca da Silva Farias (6), com o nome de Tobias, que,
em hebraico, significa bondade do Senhor, celebrando o at-:> o Lon-
doso sacerdote, que lhe diminuiu a idade no reg'i:;tro, segundo se
infere do "Livro de Batizados de 1832-1849, à . págs. 133, sõbc
o número 1656. .
Deveria chamar-se Evan ou o bom filho, qualidade que sempre
o caraterizou. . Eis o registro desse sacramento que o tornava. ofi-
cialmente, brasileiro:
" Aos trinta de Maio de mil oito centos e quarenta Baptisci
solenemente a Tobias pardo de idade de oito meses natural de
Emerenciana. Francisca Padrinho o Ten. Coro. Manuel Joaquim
de Andrade e Dona Francisca da Silva Farias, casados. O vigr•.
. Francisco Xavier de Goes e Amaral".
Já em seu batizado se errava a. sua biografia, dando-lhe como
(6) Digamos algo a-cerca-do pai espiritual de Tobias Bar-
reto: Residia em Campos. Casou-se coni sua prima carnal d. ~far­
garida Cortona de Andrade, filha do capitão-mór Luís de Melo de
Faria e Oliveira e de d. Josefa Maria do Sacramento, residente~
no sítio Grutão, freguesia do Riachão, então curato <lo mw1icípio
de Campos.
Era filho de outro de seu nome, Manud. José de Andrade, e
êsse era irmão da aludida d. Josefa Maria do Sàcramento, sua
sogra, os quais eram filhos do tennetc Barnabé Fraucisco de An·
drade e d. Arcângela Maria do Sacramento, itabaiani~t:is, mas
residentes no município de San-Cristovam. "
Dito tenente Bcrnabé era da famosa fanlília da Tapera da
Serra, fundadora de ltaporanga, da qual descendia sua cspó~a•
. também, liendo que essa era natural do $Ítio Terra-Vcrmclt\4, à
uma légu3j de ltabaiana e filha do capitão Eua·ênio José Teles e
d. Joana. Maria do Sacramento, abastados lavradores <lo ntuni·
cipio abastecedor de Aracaj ú. .
A Z8 de julho de 179l, os doi$, residentes naquele termo, ven·
deram, em 1tabaiana, a Manuel da Coata T<>rr~~ rt'$idcute ne~ae
mun.idpio, por lOOf, uma. lé&Ua de terra ·na. fu~nda das Almas,
no munidpio de Santo Amaro, que houveram de dote de seu pai
1 •oiro capitão EU&ênio Jod 'J:clea.
.. . ., ,.·
.~· • 1

• . --';, , '

- 31 -
' .
.. . ·'

nuddo ttn sctC'.mbro 1. . . Os ~dres do Mara.nhlo deram~lhe C-Omô ...."


... ).,
na~ddo cm o dia de íinados, a 2 de novembro 1...
Emquanto isso, P<'dro Darrcto era ·promovido de alferes a
tenente 1•••
Como se vê, o \);mrinho era descendente de itabaianist~s, como
rle e, só pelo simples fato de haver servido de tal a Tobias Bar-
reto. ten11it\OU amaqramente O QUe t.0da gente a~pir.t fazc·fO em paz,
tranquilamente, a existência. Rico. fôra exator. de 1845 a ~lgum anos
a mais cn1 Campo..~. herdou bastante dos sogros, mas nem sem-
l>~ os haveres nos fazem fC'liz. Dolorosa moléstia prostou-o: a
c6kra mórbus, cm 1855. E, assim, se extinguiu o padrinho, o pai
<'spiritual de Tobias Barreto, que não deve ser confundido com o ' • *
....
scgur.<l·• cspôso de d. Maria. Jcsuir~a w Sih-cir.\ Andrade (vide
ariexo XIII . e chamada 74).
.·.-): ·.t
De d. Francisca da Silva Faria, alguma parenta do capitio- . º/'-r. ··;
~.!?.. .-.: ~ ~i
, .
m6r do Grutão. sabemos, apcnas1 que viveu vida obscura a ponto . : 4:'i-: ~·'f -~?·:
de sôbre ela nada saber-se. ~... 4::~ ~- ~ .
,• -<S '., ~~

Queremos com isso patentear, apenas, a aura de infelicidade


~ue azoinava \à vitalidade dessé .homem de talento genial, que foi . /"~ .......
·
Tobias Barreto, pois que, vivo o padrinho, é possível que o auxi-
lias~ no futuro.
Em seu registro de hatismo, ficavam patentes dois anát~ná~.
aos quais se contrapunha o prctencioso meio social da terra on<tc ..-....
na!-l'Hêl, · ferretes que se imprim;r:).m · .um, que '1imiouia. :1r-:cs·1ui-
nh:ttlor, a pureza de u'a Mãe - filho natura'. ; Olllfl> tlU't' ;\ ~X'ii:­ ., .~I
1

de
da1ll! mestiços pretenciosos e emp:.vunad\)' ··- pado!
·-.: - ··
~

, .~
• 1

.4. lg u;.m já exclamou: "Oh! o pt e<;o do 11m•>r -~ <tniln<iv nãl'


:.l.>encc~uk pela igreja - é rcalmc1.l~ pcs.'\clo ~l~m•t~'i .. :
Verdade amara, grande e ·que <ligam as . pob~·cs · ~enhó ru.s , <1uc
'<( j
: .i
r.aí ram nu abismo do Amor, parv.1:rcntc chama1lo ikgal , ct11b•)ra
a filáucia saiba <1uc esse deus é cego e (!UC kr~ ·10 kn. Fd iu ncntc,
• essas vítimas, consola Biasco:
...
"Os filhos do amor eram sempre os mais forn»>os, t inham
qualquer coisa de extraordinário, ~\\e raras vezes. se 1,,~1 ~"·oa 1 tra.va ' 'O,,"' ...

nos rebentos engendrados por pares eguat>s que pr.~riam Vor Jcv\."r
e por inst.incto, durante as noites etc praier tristl! e wonvt1.111•J em
• <.1uc os l>eij os teem o sal>or 1urnleuto e vu1'ar \la l1lha t•~s : in.t. ".
Dos wf rimentos, das a~ouiils. J~ veiu.mes . de su:.t. i:nã,·, uão
teve &ó Tobias a cór mai11 apertada (1ne o ll'lC, n\&s ,. sefüibili<lad~ '•
CX.. IUl<ia, que 0 ltVOU & estudar vara l1'.~Ííaí l\Hl:i fA}f(I "li~ tU1,l\1 ÍSSV,
. .,•
JA.Jis Tito Livio de Ca1tro ", <1uc foi um mc5tic;o d" .rran<l<: t~ lc11l.:>,
c~rt:veu em Jtu "' Uiário íntimo", 5ea&undo !)ilvio .!~º""'f~) : •· Ha
um pr~1ccíto de que o homem não con.s~·~-ue hbertar· s..i muh·a, .'
é o <.Li- cór ''.
De (ato, rcvthmdo et-<Ju i.n\di.:-foda e vlva.dJa\l~. tem a ('(~,··
veccntt duconúa.nça do •~ ;,.fui411ida4'" <k cóa·, 1.uto,h\1.ltou·•<i ..

.
•i . ,;
... .~
... t.

~ ·~ .. :-.'~
~
.. ,,.......
·~~ , '!~ <
' i : ~:~·;t., ...<
.·.{~·~!i'~~- ~: ~
_ _ _ _ _ _ ___..,._...
..... __.,....- 1

• -.:. 1' ;t-·

.+ :

'
.., .
.,
·~

- 32-
~ ~'lp1 ccnclcu n hldcscdtívcl bagagem intclcr.tua\,· polimorfa, ·raian-
do à g·eniafüladc e ele tal · culminância c1uc chegou a ser, no B1uil,
.entre seus . contemporâneos, sem o auxílio das panclh1has caricx·.as, ·
u maior pcu5ndor, o maior. poligruro amcralJa, embora contrsa. a
\ontadc de ini1nigos invejosos.
Tudo ceifa a foice do Tempo e o capricho de reclusão de d.
· Emcrcnciana foi vencido pela necessidade de dirigir os primeiros
1'assos do flho bem-amado, de quem íoi a primeira mestra.
Por sua vez, Pedro Barreto abrandou mais. O filho era um
tlo entre si e d. Emerenciana·, de cuja beleza se · não esquecera,
mas ~ue guarda\ra infundado rcsentimcnto ao que êle chamava d~
"c;,pricho tolo!'. Ademais, a bôa 'fiti°nha amava muito a1J netinho
.e achõva graça na.s ·travessuras do pequeno. CJUC tinha de-certo a ·
~lândula tiroide. desenvolvida. Mesmo s6 DonatUJ agradava · ao filho
. da rival e pouco·· se ·lhe .dava que brincasse com . os irmãos, filhos
dela. mais velhos que êle e todos inteligentes, trabalhadores.- a"Uxi-
fomdo já o pài . em serviços do. c4ârt:6•io~. Não iôra necessário. poii,
que se invocasse á Fabulino, o deus ·a quem s.e pede i>rotec;ão~ .o.uando
as crianças comec;am a falar. O que se precisava era de n.cchcr-se
com a cabeça do balanc;a coração. Aquele . capricho teria ih11. Era- •
lhe impossível resistir. Alêm de admirar o carãter da mãe de st;u
filho, uma ga·rôta quase, que lhe opunha ·resistência eficaz, asse-·
<l1a.v;.m1-lhc todos para casar-se. Titinha 1,ão ncr.dh oportunidade e. o
bondoso vigário Amaral nã-0 se cansava nu11c:1 <le faze· lo. A socic- .
dade campoana, que . recuara•, a · princípio, da criminosa sem ver-.
9011/la, aproximou-se, carinhosa e protcncional, da . m~a aj ui~ad.i,
ac tempo que· insistia com o tenente tabelião parai que \ninorasse • .r
a angústia ·da enganada, vítima de suas· lábias, a qual ~ó o qucri11
para legitimar ao filho. · .
PC"nsando, talvez, cm si mesmo, · escrevera : " O ·an~nino que· .
ensaia os primeiros passos, faz cxforços invohmtarios e inconsd-
• <.. c:ntcs. A p!"ove é que, por mais viva e ·íelh que ~cja (l nossa me-
moria, não podemos recordar-nos desses ensaios que fizemos, l"Oltl
o · grande prazer e vigilancia materna".
Ern vivaz e isso, muito justamente, enternecia a mãe e <:uem
lhe ouvia os •
1>rimeiros raciocínios de 1 creança prccoccment: intc- ..
11gcnte.
Do colo materno, sua primeira aula, \l~s sara à esc•.)t:.J. par-
ticula•r do professor Manuel Joaquim de Oliveira.. ·CamPQs- (7), ,
,.., ...,
intimo de P edro Darreto..
• '- . ·. ,. ,..,,
. .... ~ -:!; ·~ .....

(7) Irmão de José E~tevcs Montalvão ..e ' de ']oa~~ün' 'José.


. \ ·~ •••.~ t . ; '~·1.•t-'~ ",...';-..~ - . \

Mvntalvio, wdot n4lturai1 do,1._mwúdpio do. lt&~ianinha.' . ~"ntl\o ·do


muuidpio de l...uacarto e. freM·uoiia <l~ Çaru~•, . em ,o .•hio -Mutua~·,·,.
.: íilhoa de Antônio J01é Montalvão e 4 Muia Jo~é de Nuar\\ Da
..
· irmandade era o maia culto e · o Que maia ae aobre1a.iu. D., fato,
J:>cm moço a.inda, · Oliveira . Çampot foi · o prim(iro · 1erti·ip.ll110 qy~ ••
. f
J

.. ,.. ''
1

,,
I'
,,
.. ~
.. , ....
.. ' ....,·..
\
" .. .. .. ' ~·

. '. ..
• t"' ' ~t ....

..
1

t, •i ..' .
'
•' .

• • • I
........ '~-
,. '

-33 - •~ I
>
-

' t.'

01~,·cira ~ampos íôra, por último, professor da Cadeiq ele ·.:,': ;, ·,.,.
Gramática Latina ela ent5.o vila ele Capela, promotor púb~ ico e ~,: .. ...~
VC'rea<lor da Camara Municipal, de onde fugira para salvar a vi<l.l. ....
(8) e cm Campos passara a lecionar após írustados c;stu<los ecle- .. ! , ...... t
siásticos em Baía. '
'• .
. .... "!:

. .. .~,,. .. ' '


empunhou uma tira e seu brilhantismo f'ulgurou até qua.n<lo, mestre
de primeiras letras de T(lbias Barreto, escrevendo-lhe versos vati-
C'ina<lores da tão custosa . glória, que conseguiria o pequeno disd-
pulo cnfcm10, deixou que sua bonança vital estarrecesse a ponto·
de ficar empanado pelos irmãos, que não tinham seu preparo inte-
lectual e, assim pereceu. Não fôra admiradores e hoje de si ná·J
restaria a menor lembrança. Como, porém, na. vi<la só perdura
o produto da inteligência, postumamente seu espírito ilustre fui
consagrado com a publicação de um seu livro .de versos, de sabor
camoneano. , ,, ...
Pedimos licença ao sr. Hermes Lima para tira-lo de w1~11- . · ... :• \._:
'
. ·-.....
~.-.:.

~no, criado ainda· por Sílvio Romero: Oliveira Carnp0s nunca


foi um jurista e apenas político, mas chefiado pelo pai rlc T•>bi:is.
""· .
'.
. ,--' - ~ .
.~·-'·" .
quando morando em Campos, e, ao passar para Lagarto, · o foi
pelo padre Pitangueira e· outros. Foi rábula, sim, mas isso não
..
confere a ninguêm .o título de legisconsulto. O autor rlcstas linhas
já advogou e foi promotor público e tais funções lhe não dão
direito a considerar-se um jurista 1•••

(8) Em 1835, ur11 dos discípulos <lc Joaquim M.aurício Car-


doso, na cadeira; de latinidade de Estância. Em 1836 foi nomeado
diretor da Tipografia Provincial, em San-Cristovam, .sendo substi-
tuído, a 7 de março de 1838, na administração, por Bart0lomcu ·1 1
José Correia Beija-flor. 1
1
Tendo sido a cadeira de latim de Capela criada pdo art. '
1
í111ico do Decreto ele 21 de março ele 1836. a rcvulu~flo de Sa11tn 1
'I
Amaro e a Sabina<la, cm Baía, pondo cm nisc 1\ Provím·ia, focc1·am
c1ue só fosse provida a 4 <lc julho de 1838 pelo referido Oliveira
..ll
Campos, que, homein ilustre e talentoso, cmhora pobre, se filiou · .'
ao lado do capitão José Alvares Pereira, juiz de Paz da Vila, ,)
chefe ·conservador, ali, c1ue obteve ser criada uma promotoria no ·!
termo de Capela, ainda que na. sede da Comarca houvesse uma l
outra, jsto é, em Vilanova. Era, afinal, uma cs~cie ele sec~·ctário !
de José Alvares. - 1 ' j
Sergipe findara a 1840.. cm apreensõt's. Dia a <lia, 03 f\ninws ...
....
i
1
mais se exaltavam e outra edição de Santo Amaro, ~n~ 1836, ·1'
1
palpitava. Eis que ao raiar do dia 6 de fcvctciro <le 1841, cm Ca-
pela, o bacharel padre Manu~l José da Silva_ Porto, cx-j ui:c d~~ :!
direito, sucessivamente, de Vilanova e M<AtO·lirosso, ~n~1:r:\ na 1
vila, chefiando sessenta homens, cerca a rcsidenda de José Alvares
e. depois· de longo tirbteio, asliassina o bravo n1al{i~trad'.> ki~·o.
s~tisfcito, dirige-se o grupo ~111 bu~ca da casa ~e Oliveira CamtX)~,
cme 5 e evadiu a tempo, guard~ndo·a~ de 1c~, l&ualmcntc, assassl·
iiaclo, só voltando quando a vila. foi garantida, Como soe ser, ~
.•

,,
F ,.

_ .. ·-,.
, ·.·. .'
.,

- . 34-

'Entre os atunos, fugurava o inteligente Tobias Barreto, que o


:td~irava a mastigar os retumba11tes ~ Os Lus!adti.r, que, no mei-
tre, era séria obscção. Nunca disso se esqueceu Tl)bias Barreto.
Esse, certa ocasião, se lhe asando oportunidade para chaC<ltc:>.r a
ncnúria cultural <lc seus contemporâneos, se recordou do fana-
tismo do velho mestre ao caolho épico e, sem citar-lhe o nome,
quando, em sinédoque, touvaminheira: "O nome d<" Bettjamin
Constante não é somente o nome de um autor; no Br:isil h•r-
nou-se até, como tambem succedc com alguns outros escriptores,
o nome de uma sciencia 1 Havia na minha terra um professor de
primeiras lettras, uma dessas naturezas puramente gramaticces,
,.,·

Província dividiu-se pró e contra os assassinos, que tinham como


protetor priqçipal o futuro Barão de Propriá, o entãn major José da
Trindade Prado, chefe do parti<lo alcunhado de "VIRA-BAGA-
ÇO ", misto de rapina e legal. Esse ameaçava ao professor Cam-
pos, a 'quem acusava acremente. dizendo que, se êle morresse, uin-
guêm nada perderia. Na sessão da Ca1nara de 5 de junho, de que
era vereador, com os demais membros, deu atestado honroso ao
assassinado desde 1837, quando servira ··no juizado ele Paz. Ainda
como i>romotor, denunciou ao padre dr. Porto e a seus auxiliares.
Não se conteve Trindade, compreendeu-o Oliveira Campos e, para
. s~lvar a vida, fugiu de Capela para o seio ·de sua família, em
Calupos, onde passou a lecionar particularmente e. depois, públi- ·
camente, após quatro anos de licença, que obteve, daquela cadeira,
para estudar. Desejava ordenar-se. ·.·· .
Engraçado é que, morto José Alvares e tendo fugido o pro-
fessor Campos, o dr. Porto gritava que ''já tinha lavadü :lS barbas,
e j[L podia passear na Ca.pella" e ordénou que o pí.•.dre Domin-
g-os de Melo Resende, encarregado da Paróquia, tomas~c conta
<la cadeira! Daí dizer-se ser esse um dos coniventes do crime e
que r.hegara mesmo a celebrar missa de corpo presente pelo juiz
de Paz!. •.
Mjnumlcnciaremos melhor isso a<leante.
A.. vila de Campos tinha em sua cadeira . primaria do SC'XO
masculino o professor Patrício Luís Amado. Essa cadeira foi
criada a 13 de dezembro <lc 1828. Para ela, kz exame esse pro-
ÍCs!>or a 23 ele janeiro i,cguintc (1829), que fui n<>1nead,) a 14 de
. f~vereiro. Caso~-sc a 22 de julho de 1841 coni <l. Ana Joaquin~'·
filha de Francisco ele Sousa e d. Paula de Sousa. Ele era filho
<le Barnabé Francisco Amado e d. Nazúria Francisca da Anun·
ciação. Pouco sobreviveu a seu consórcio, poi.> faleceu <m dtuhn.>
de 1844, deixando um filho: José Amado, pai de Meh.1uiscdequ..•
Amado e avô ele Gílberto Amacio. Era, pois, bis<wô clcs~c notá\'cl
lJ'ltrício. Foi nomeado, para substitui-to, por tftulo de ·21 de oitu-
bro d~ 1844! José Donungues de Sousa Brandão. Não S<lbemos se
assumiu, pois, em novembro, desse ano, ~tava cm exercício nel~ .
como prof~ssor sub$tÍtuto, José Esteves Montalvão. Pela Cart·'
ele 2 de 01tubro de 1847, fôra nomeado o p,rofcssor }pão Pedr~
<lc Sousa, o qual, c.i·-vi o art. 5° da Lei pr-lv. :u'un. 225, de Jl de

.- .. :~
. "' ;. ;' ':' .' .:;:'f fi'.'.>~: :t: ;:i;f:@J~''
··:. : ' ~· ., ,
" •• 11 . · · ' .

..

.. ..· ·-'' ·
'~ ·~ ·-" , rl.{_,.r·. ~;...
,-.>-i--:>;.' ·...- ~· •..~.
f.''
.
~ . . •·! . . '..
- 35 -
que, fazendo ata rele dos · seu$ conhccitnentos, da sua inexcedível
mestria na regmcia do .P<>rtugul!;, costumava dizer altivo e gar-
boso : cu sei o Camões 1••• 1 Em ·igual posição se acham muitoJ dos . ... .
•·

.uossos doutores, tentes de academia, senadores, deputados e, 11ünú-


tros que podem repetir com o mesmo orgulho: cu sei o Benjamin,
cu sei. o Ahrcns, eu sei o M.ácarel 11 E dahi não passam t " • . ·
~.
Em 11847, est~ve Tobias às portas da Morte. Sergipe perdcri.l
uma notabilidade, que foi a maior do Brasil, porém êsse grande
homem se veria lh•re dos martírios que a Glória lhe preparav~.
Contando oito anos de idade, minado por febre cruel, seu mcJtre, ' '; ....
Oliveira Carn~s, tange a lira e impetra: • · .-,,.

" Não nos roube crua morte,


Dos noss<;>s braços Tobias:
Respeita seus ternos annos,
Deixa-o crescer mais uns dias!

Tu que és verdugo
Da humanidade
Mostra uma vez
Que t~ piedade.

Não tires já deste inundo


Um bello ornamento seu
Dcixa!o viver que depois
Ha de ser despojo teu.

Mas consente que· alcançando,


Lucido estudo e saber,
Aos homens sé; a prctantc
Antes que chegue a morrer •

Se merecimentos outros não possuem essas simplória~ c:>tin·


cias, valem pe.la nítida previzão.
Enquanto o pequeno Tobias lutava ncu vasca.s da agonia.·:. '.
: ' ,' • j .., .... ,
'
1"*; • .... .... ,r~•, _, 'I ~ ,, . • , , , - . • •: . ,. : ,•

•.-•· maio do.ano ~te .0848), Que mandou _.pór cm . coocu~aq~I. ".
1u cadc1ru de pnmcmu lctrii1 de ambol ~ KXOli, Que eativ~~m ,
mal providu pela imperkia e inaptid&o da. ~~,i~ 1vufc;;~ '
. ..,
,,,..,.
"'
rca ", eita.ndo, talvei, no c~uo, não QWa ~lc('-.. \·a ' ~uno ·,
e J)crdeu a adcirL Manuel J~ql.lim de Oliveira· Cwipos, \obcivcra, \ 1

'
~la Rewluçào prov. núm. M. de J de ru.uço , de , 1~ ·(X.)W seu . •'
colega de 1taLaiana, quauo ano.a .IM~ ·ir .eat~f ·no Semin.\riv '
.. •·. "',.
•, "
Arquicpi.eopaJ com orden.adoa por intetro, ~auilJo tlt • Amón"-•
Dini1 Barreto tul>atitutoe a-10. a •&.a11 cwta. .Por IkleJ&ÇlQ prov. ,
de 13 de dczt"mbro de 1842, foi no1nt~do o d~!ifo · ]o.H G~•lvca
Barrow para "" 1\lbttítutQ na c.adcar• \ie Cavel&. ParC\:ci Que
..
1.........·" ... ~.


~

'*""' .
.":" ~ .... . ·.l.J
'#·· .. ~
..., . "
I 4f
:· ..
. ;

t.

- 3G-
Pedro ascendia ao pôsto de capitão. As infelicidades do íilho rc·
fletiam-se, na carreira militar do pai, de maneira fdiz l.
Restabeleceu-se o interessante ·gurí que, aos oito anos de idade,
já era eficiente promessa, sçnão com a maravilhosa .ciên.ci~ ~e
· Cristo Jesus entre os doutores, mas com dotes de mtchgenc1a
relevadores, que . o revelavam já o que: seria, mentalmente, em
dias além. .
Ante isso, ante tão belas manifestações do~ espírito de seu
inocente filhinho, não trep.idou mais cm a sem-razão do c-.apricho,
o renitente campoano. Deflagrava dos cernes dalma eflúvios de
esperança ante a · incomum vivacidade estonteadora ·daquele me-
nino; que tinha pronta resposta para tudo e completa lógica das
coisas, que lhe cercavam com o raciocínio de homem experiente
e hábil. Como resistir a esse feitiço? t Assim, premido 1>ela deusa
Frêa, consorciou-se com a formosa d Emerencian~ Maria de
_resus, a teimosa . bem-amada, que passou a ser sua companhdra.
Eis o registro: ' ·. ,.. , ;., >· ··
" Aos dois de dezembro de mil . oito . centos quarenta oito em
m:nha presença e testemunhas Francisco Antonio Lemo.; ·le Soul'a
e Professor Manoel ] oaquim de Oliveira Campos, se recebeo em
matrimonio capitão Pedro Barreto de Meneses, natural de Fran-
cisca Xavier de Gois com Emerenciana. Maria de ] esus legitima
ele Antonio José da Fonseca já finado e- Raymunda Maria de Sá,
ambos desta Parochia, Despensados pelo· Excclentissimo Delegado
do Excellentissimo Senhor .Arcebispo, e logo rece~rão as Santas
Bençãos" (9). . .
Tinha To&ias Barreto, então, nove anos, cinco meses e sete
dias. Contava com o afeto . dos pais e das . duas mas ~vós,
... . 1 .

. ~· -~

não fez 1>rogresso, porque a Resolução prov. 11úm. ·127, de 18 de


março de 1844, ~xtinguiu ·as cadeiras de Lagarto, Itabaiana e Ca-
pe~a. Sem cadeira, brincando cm Campos, com o afastamento d~
Joao Pedro de Sousa, ol:lteve ser ·Ptovido, ·aí, por Carta· vitalícia
de 29 de novembro de 1848. Queria ordenar-se, sonho que o Am»r
lhe unped1ua deprimário
secundário realizar.
l
Não 1 lhe importara <les.-.:r de professor

A Resolução prov, núm, 428, de S de maio de 1855, aiuc1.:·m......._.


concedeu um ano de licença, ficando substituida a ca.ddra' · '-~ua ·
custa. ; ,, . · ·.· •· ·
. J~bilou-•.e a 12 de maio de 1858, sendo substituído pelo "''u ·;....
irmão Joaquim José de Montalvão, nomeado nesse ano a 15 cfo
i88z. ·
--
iunho, o <1ual, tambêm, foi jubilado .• 26 de maio de
..
(9). Extraido · do Livro ·de assentan1entos de casamentos c1,
i;'aroquia de CaniPQs, de 1830-1857, à p.ágs. 108 sôbc o núin. 491. .
Está auana.do pelo vigário Amaral. · ' , "''
· . Por que C:>$~ dispcns~.? l •• , Or;l ! , . ,
..
. 1
.' '.
.. ~ I.,
"

... •
·~ -- ---- ~ -- ---···- ···

37
''.

isso n:"lo era tudo, porque era necessário estudo sério, que cm1f it·-
llla~:se o vatid11io de seu professor prim!1rio <', para tal, lhe era
prcriso ir haurir cm fonte distante, longe elos carinho:; dos seus,
<:m plai~as diferentes, que lhe despertassem saudade do rio adoracfo,
<lo qual ja~11ais se c~queccra, mormente das ingazciras cm flor,
que protegiam às mansas itguas cristalinas.
Sú n ins<.'tWÍvl·I. o hr11to,' é capaz ele ·d eixar que se csiumcm
da memória os quadros <la vicia infantil. · ..
Em Itabaiana. êle recordou sua . primeira . infáncia, l'.'t?tanJo
ainda se hanh.ava com as mulheres no rio, como todos nós serta-
nejos o fazemos em idade pueril, ·envôlto no .manto da inocência.
E' uma página que só o coração do artista é capaz de ditar ·
.;I, 111<.' ntc l.' Xaltada do sonhador e cm Tob.ias Barreto, de cedo, se
revelou o sonhador a.rguto, cheio de belezas, de estetismos e os
v<.·rsos abaixo nos demonstram quem ele já era · nessa época.
''·· '~ .' . . _;;, '~. ·~

Scena Sergipana
Vt·de a bella miseravcl
Da minha patria ... Eil-a aqui,
Falki-lhc ... Como é affavcl L . .
Como vos cha.iua ! .. : Segui; ·
Qu'ella inda tem seus verdorcs,
Seus rebanhos e pastores,
l ksg-a rrados 1x.·lo va 1...
Tem alli macia alfomhra, ·
N 'aque1lc roupão de soml1rt. ..
Que dcsvcstc o quixahal . . .

E 11as ;ti mas das donzcl 1as


Toda a graça se contem ;
Uuandu cu hriueava com cllas.
Eu era virgem tambem .. :
Por tardes de bcllo estio
Via-as despirem-se ao rio,
Não tinham pejo de mim ...
Meus olhos se <lcslumbravam
De formas que se ar<1ueavam
Como lyras de madim.

Quando a dona do vestido,


Uuc cu me aprcss;,wa cm levar,
l>i;da : "Como é sabido 1
V t•m trazer para me olhar ... "
V t·nclo-mc então pequenino:
"Ouem
""'
faz conta de um menino .••
- 38 -
\t:riança de que te influes 1"
Gritavam corpinhos humidos:
Esta aqui - de seios tumido!l,
Aqudla - de olhos uues• .

Nem já me lembra Qu<il t.ra,


Que, cm mim. se arriman'1o cnti•>,
•• M_1cu noivo, diz~a: cspcrn t .,
Outras VCZcS: .. meu irmão!: ....
Como acabava: depressa · ·
Tanto amor,· tanta promessa
De ·coração- virginal t •••
Ah bcllos tempos ditosos
Em que os enganos são gozos
E os bcij os não fazem ma.1 l .
....
Um beijo é todo o segredo
Deposto na lin.da m1o; .
Milagre!. .. pomba sem mêdo.
Brincando com o gavião ..•
M cio vergada. em desleixo,
Na arêa imprimindo o pé,
Com certa graça . fraterna.
Sufralda, descobre a perna,
E me olha e diz : o que é ?

Fica-lhe a bocca entrc-a.bcrta,


Dizendo sorrindo us~m.
Me-u olhar se desconcerta ., .
P or que não foge de mim 1
· Tomo-lhe as mà<» pe<tuen~s.
F.s(fuias, brancas, divinu.
E. n ' um h~eiro abraçu,
Volvt,n do o corpo em contrario.
Jtd)t."n ti·s.t-lh( o rouri~.
1! clha •e ~ 1 chorar , , .

Cht.:• ·H á º* ''~'º 5()(l\t>ri.a,


IH a~rH pan~m \"k lá;
)(v.l•o.a ·~ nlva ~d&,.
'f • ~l•U\ aQ• t&u~• J.i lo~• ....
l~.. h\i.uWJ..d ~:VA.l~ U fod.u.t&.O
lk •.,.i.ow-w 1>•thvniu~~
J 1 ~ítJHAl•tht a. tÜVt"~ º"'~
l! vhu w~•Ú · ll.MJ oo °"'"'°~
CwW> um q~~.t>tad,.Q • to~
IJ11 wr<lu di w.&"1iQ ••• • • .'

"'.

· ·':">-(
- 39
Como bem vê o sr. Hermes Uma, não era Tobias d~ origem
de g-cntc s<'m importância 1 A família dele era ela~ mais distintas
de Campos. Outro engano: Em Sergipe nunca houve f idalguia_c;,
toda >;~ntc é pobre e trabalhadora; não há latifúndios, nunca
botff(\ ainda que agora, só agora, com a uzina, se estejam criando
:ts grandes propriedades com a extinção doA engenhos a vapor.
Por mero espírito de curiosidade, vale acentuar um fato algo
intC'rcs~intc. . . Tohias íla.rrctn, romp o pai e os irmãos 1 eram '
.1
proprietários. Escute bem, sr. Hermes Lima, o senhor, que foi o · J
1
único escritor, embora previniclQ, que nos deu um livro completo '
sôbrc ~le, conquanto prenhe de êrros.
A 17 de oitubro de 1860, foi relevada, por despacho prov.,
~ multa de 25$ "a ·cada. um elos indivicluos Vcrissi.mo Jo.<1ié de Bar-
'.''
ros, tubias ( sir) Barreto <lc lll<'ll<'7.es, M anucl Lourenço de Fi-
g1,eire<lo, João Pedro de Sousa, José Antonio do Rosario, Jo!<.é
de Oliveira dos Reis, tenente Francisc~ Barreto de Menezes. Fran-
cisco Xavier D'Abreu e Maria de Jesus Ama<la, 1noradore~ no
termo . de Campos, por não terem ·ela.do registro os terrenos que
' possuem no mesmo termo .senão depois do primeiro prazo para
ü:to tn:lrcado, mandando reverterem as mesmas multas contra o
antepossuidor clcllcs Joaquim da Silveira A lvcs Brito. visto 'JUC
os snplcs. prcn-aram os haver comprado depois de passado o pri-
meiro prazo ., .
Idem ao capitão Pc<lro Barrct<J de Meneses e a seus filhos
Manuel e João Barreto de Meneses.
Tobias Barreto fizera sua J>etição só. Que teria frito de suas
teJTas? ! . . . Teria vendido para comprar "o saC'o ele roupa". e
o "violão" do sr. Hermes Lima?!
Tobias Barreto de '?vr'enescs e seus irmãos, Maria Bclarmina.
. 1
Francisco, Manuel e João, foram criados no conforto da casa pa-
terna e educa<lm como filho~ ele ~ente distinta. Como os irm::,,s,
<'ra vivaT. e Ji{1, 111cs1110, e111 torno elo ass1111t11, <'pis1'ulio inkn.'ss.."\nü•:
O major P<:clro Harrrto mandara for.cr costum<."s <k' casaca.
para os quatro filhos, vestuário muito cm moda, então. De chapem
bode, todos, foram a u'a missa festiva e, quando o pai os procurou,
e>tavam os quatro aparancfo as flechas do~ foguctc.·s com esses! ...
Is><> 1ignifica, apenas, c1ue Tohias não foi criado com~ mcn<ligo
e tiue teve, ao contrário, toclo conforto de filhos de gente de.- rda-
tivo recur~o 5ocial e cconô111ko, ad(''!lla<lo ao mdo de S\'U hol>t't'nl.
N:io nos é pos:sivcl concluir cslc capítulo, sem memorar uma
pá,.;ina do já gra11<lc Tohias Barreto,. a cvo<.:ar C~m1>0s. ~ <» t.~·
tumcs da terra-madre, em 1ua trágica 1clvagcrta rclt.iu.~a. t'm
continuação do cfogma de pecmlarc.r, d\: tldiw1114ulr.s u~• -· 1:>auliuis-
I mo triunfante", oriundo da c~curid{·- mcdlocrc:
'' O .leitor não ae admire de me ouvir fallar de uma rcUgMu
de dt1'Vu11unks. Isto não é uma simples phrase, mas a expressão
de uma verdade. ~
'"'
A religião christã, se tivesse seguido s6mentc o caminho que
(~
lhe traçava o seu {undador, se logo no começo do seu dcscnvol-- ·' ·., \,

vin·"nto não se tivesse i>osto comec;o do seu desenvolvimento nã.o se '· - -~


/ tivesse posto em contacto com os elementos estranhos 'I! perturba-
dores da sua primitiva pureza, talvez hoje apresentasse urna 'feição l ~
bem diffcrente. Mas assim transtornada, corno clla ficou .dcsd('
os proprios tempos apostolicos, triste e son:bria, como deixou-a o . -\~
\
l

paulinismo triumphante; a religião christã é realmente uma religião


de pcccadores. ·
Ao· lado da ideia da justiça, a ideia . do peccado forma a b:.Lse·
da theologia paulinica; d' onde proveio essa tão falada e tcrrivcl
antinomia entre o -espírito e a cani.e que faz de todo o crente sin-
'
~

cero um ente lastimável, sempre em lucta com a consdcncia, tendo


·sempre deante dos olhos o phantas~ dos seus pcccados.
E' uma coisa hedionda· a religião comprehendida. Felizmente
o tempo que tudo attenúa tem 'tambem attenuado o caracter lugu-
bre e horripilento do christianismo, res~ctivé do cathoficismo;
. o que talvez se possa explicar pelas 111aiorcs proporçõ~s que ha
-,1
tomado o momc1i.to comico do saccrdocio na tragcdia do Calva.rio.. '
Não se julgue, porém, que já hoje nos falta de todo a occa5ião de ob-
servar scenas de tal natureza. Eu que não sou dos mais vdhos~

\
ainda alcancei tempo em que as corôas de esp.in.hos e as ilisciphnas
de aço representavam um papel saliente no proc~sso •\e ."t1/-tioc;iio.
Era a mesma época, na qual predominava cm ambos os sexos. o
costume selvagem de, só cxccptuan<lo o cabcllo da cabeça, capinar
\ o corpo inteiro; e então o peda~ de navalha vdha, que já não se
pr~stava a este ultimo servi~o. passava a fazer parte dos instrumcn~
tos de pcni tencia .
.. Ainda conservo bem viva a lembran~a desse tempo. e não me-
nos viva a impressão produzida por aquelles calmos ~ tem:hm:ios
espectacu\os dá sandice humana, que se chamavam pnxis~õcs de
pr«:es, procinões penitenciacs. A terra ( 10), d' onde 50U tilh·l, "lc-
mor~ em uma planície. Ai vi5tas que ~ lançam da port~ do t~mp!o
vão qucbrar.gc nas moutas siornbrias, que borÜi.m as mar~cns de
um rio .
Estavamo,s n'wna sexta. feira de (luare~ma ; a multidão de d~
votos não cabia na e~rcja.
A procinlo ühia, levando n.a fr~ute a <:rui e a. tniltraca. A•
mtdid.a, porém que a linha ~ povo Mi ia di Htn<l~ndo e tom:Audo

f
'
(10) R n1.o a ~ldtia, do ar. H~rmc1 1.ini&. pvrque 'fooiu ~6
igura.damtnlo podena chama·la assim, w.~ndo que era uma "ila
Porém ele o nlo fe1. ' hto foi romantismo de SUvio Romero. qu~
o tr. Hcrme1 Lima, como tempro, wpio"'

. ..,,
'.
'. . "' ., · . . ,,

" .... •,
'
gtito de serpe, começavam . a surgir dos esconderijos da beira do
rio uns vultos brancos, mal distinctos ao principio, mas log-o !l~pois
bem visivds. Eram centcnarcs de idiotas reliiiosos, immor:ilm<'ute
cswoltos cm alvas saias femininas, com os. rostos co~rtos e a1 cos-
tas nuas, sobre as quacs vibravam as disciplina á esquerda ~ ·á di-
reita, no n1csmo rythmo em t)ue os cavallos açoitam com u .:~udas
incon'lmodas mutuca.s. ·
O sol pendendo para o ·occaso e como olhando de soslaio' para
aqucllc quadro repugnante, cbva ao sangue que já escorria ''º
dorso
dos miscros e n<?<Ioava·lhes as roupas uma app;lrencia d~ negrume,
urr. aspecto asqueroso. Era um coisa horrorosa; ma.s era a re-
ligião •••
Não ficava ahi. Ao espcctaculo da tarde, que fallava aos o!hos,
vinha o espectaculo da noite, especialmente preparado para o ou-
vido. Fallo d'aquellas plangentes e11rommemlações de a!mas. fei-
tas a dez horas, quando por toda a parte reinava o silencio e o
repouso. Um grupo de musicos sahia a dar a medonha .rerrnata:
havia mesmo composições especiais para esse fim. Ainda me km- ..... . :·;. '":_ .. -
;
hro que então passava pelo primor do genero o respcctiYo tnbalho ..
àc um componista mineiro . ( 11), que viveu e fez época na minha
provincia. Não se descreve a impressão recebida, quando a ro~f!UJ
noctuma começava a c11co111111r11daçiío escrita em fá me11cw. com
umas phrases iniciaes, que semelhavam soluços, e de r~te. por
l·ma transição mal sentida, o violoncdlo batia na terça maior. e o .
h.aixo dizia syllahica e monotonamente estas palavaras . de feroz in·
çrepação: pec·ca·dor-e11·d1t·re·ri·do ! ! .. .
Sentia·se o inferno! Mais de um velho acorda''ª seb~l·
tado, . e muita crcança despertava chorando. Nem hav!.A meio de
re~pirar·sc mais livremente, abrindo uma porta ou uma janella;
tX>is que corria a tradição que quem isto praticava só via um ,.~
l'Otrho de ove/lias (eram as almas), e Jogo após wn ' frade sem
cabeça, que dava uma vela de cera para guardar ao curioso obser-
vador, o qual, procurando-a de manhã, não a encontrava! ! . , ·
Sobre quem fosse realmente o frade a theoloaia. local a.inda . 11
não ~stava bem assentada; as opiniõcJ divergiam. Uns affimv.· .1
vam que o frade não passava de uma al111<1 /eu4da,· outros. porém_ ..
sustentavam que era o dia.Lo ~füfuçado. Em todo o UiO. nin&ucm ' ,.
~.... . '

ousava pór em duvida a necessidade de re3M ~lo.s wxto.s. para


allivial-01 das 1uu penas, e de rezar por ai mesmo. pa~ livn.r'4e ' '\ ~
•• <t 1
do J)CJO daa propriu culpat. Sempro no fundo \U1\& .rcli,ilo de . '
'"Jpodos, uma rcli&ilo de ,,;,,,;,,().S"~· E a impreuiu de tcror, . . '\

r.ue tanta• ve1e1 experimentou o menino de outr'ora, nlo ~dxa de , _'


repercutir doloronmente nas ideias e a.entimentoa do velho de hoje!•

(11) Seria o tenente Marcelo Josi da Santa Ff. mestre


baiJdl sm11içal cm Ea~ia 1 · Açrctjhanwa,
.. ... ' ': ;,

·i.":'.,

... , - .-.

·.i<H:::.: ,-.
. . .\> • . ...;.,;.<:~ -~. : ....... .{ .. :..
' '·

. '

. # . "1

'
Transcrevendo-as, a essas · laudas, o sr. Hermes Lima o íaz
.. para .que Tobias "aprendera a temer e a amar nos tempos de me-
nino", a essa "religião de culpados", a essa "religião di: crimino-
sos" 1 Onde declarou isso o eminente filósofo 1 E' adulteração ele
pensamento, como foi a ·adulteraÇão da fo.rma, porque o sr. Hermes
Lima o copiou, menosprezando os grifos e mesmo trocando pala-
vras 1... ·
Entre temor e amor um abismo, tat' qual o que há no tentar um
qualq1'er compreender a Tobias Barreto de Meneses 1•••
. ' ~ ·..

,.,,

· ..

. ,.
~ ,ft' .\
.. .·"
' .

1
.
; , ·"~
•• ' •·' w.·· \ '.:· .'· '\ \ \
. ,•. . ' .' ; ~

..: . t
'
.,.
..

1
.. ...
:' ';
.... .

... . ,...
-. '

ESTUDOS

Estnncia e Lngarto
• 1

.,'.
;'.·~··;·~.

PátMã· intelectual ele Sergipe, berço das bôas-letra:; e ninh,)


espiritual~ fruto sazonado mercê elos esforços de um bailno inteli-
g~nte · o · professor Joaquim · Maurício Carclôso, que consa~rou tú<la
sua vÍt~lidadc ao magistério serg-ipense e que plantou, em o seio ~
noiva do Piauiting:i, a graça maravilhosa do talento.
Foi na maga Estância, tão feliz na escolha de um profe~sorado
capaz, que Tobias Barreto abriu seus olhos vivos para um mundo
maior. Na poética cidade sulense, recebeu o camponês os prir?1eiros
ensinamentos <la língua latina, dessa língua que chegou a s~r ~tm dos
privilégios dos sergipanos.
· Fôra em setembro de 1851, quando se ma,triculou na escola diri,;,
~da pelo padre Domingos Quirino de Sousa ( 12), que . tinh~ co1r.o ·.
. ~·:~. . 'r/ ; ,;·
~\ .~-~<
...., .. ), ·.-
• :
--
(12) Natural de Estância, ónde veio à luz a 25 de st·tcmbro 'de . :. ~ - ~·. ... ..........~ . . ' ~

1813 e era filho de João Quirino de Sousa e d. Vitória. Gonçalvei


Estela. Recebeu ordens sacras em 1839 e fix·)U residêucüi na terra ... . < ~' .
natal. . .
~ Em 1845, a ~ d~ ~rço, proveu. interinamente, a cad~ira ele hti- .... '
rndade, cm subst1tu1çao ao padre Raymundo de Campos.. e Silveira. .· .·\ .
~. vitalíciamente, mediante concurso. a 15 de abril ~1,, mes:no an<',
jubilando-se nela a 14 de junho de 1859. Tentou, dcb.1ld~. ~ubdividi.r
a írcguczia de Estância, sendo a nova com a denomi.naçio J~ No.s'i&
Scnh~ra do Amparo. Quando, em janeiro de l&'O, ,.i>Ü<..iu o impC"--
n.dor d. Pedro li a Estância, conheceu-o ele perto e <l~le tev~ tão
6tima impressão ~ue o apresentou, pela Carta impct. de 2.3 ele no~
vcmbro denc referido ano, para bi5po da Dioces~ de Goiás. Hga
d~ 12 de a.gÓ6to de 1854, quando faleceu ~eu prin~iro antisk, d.
.,'
l:ra.ociK.o Fcrrdra de Aievt:do. Preçedcra a Carta irnixr. •1e ~J "
de novembro de 1860, eltição no Arcebispado Primái t tm a qual
.
1
foi nome...do 1.10r Decreto Je iJ <le abril dcue anv. Cou.iirmuu· u \
)

Pio JX por decrttG consistorial de 18 de mar~o de ltlt 1. t~uJ•l ainJ;i.


ncs•e a.oo, a 1• de dueu1bro, tido ü~ raJo Ilido i.n1ernÚ1Ki.-> arx,sró-
Jico, d. Mui•.oo F41.1C'iodli, r~ i~rcja de ~u-ll&nco, oo Ni~'· Só .,,, ....
,. 23 de feverdro .de 1~ tomou pooe, 1n.a1 falc\:e\& o virt\1JOÍ.;~in10 'l '
' " .. •
'
prc:la.do, ~m c-irc;w-..~nç1~ VáK~_• e dvk>rn-.i11m..a.•, a 1-l d4' <'ltu~ ' . ·•.
· bro d.e lW>l dti~•do 4'. mi~ e 1ru iro&oii loui.:u 1... · ...

• fo !,"~ ~.~'c·ri~~.., 1.:,m~.·~.-d··.'-.:~.-.·~~'._ xv1_1t't~uY1~t,·~:4'·~ni::~~ ~ ~<~ } .. '. ?~.~~ ··


•• . - TI . .~. ~ -~
....
· .. r
"
' · 1, ,\..~·~,•iCr;~,
' ""
1\ \'' ' J , ~ i • 1' • ( ' 't V \ . • l'iilti. ' ~~ t. i • • .', ._ 1\t•! . _ .(;.~
. " •( f"~ 1 "·~ 1 " • ..... 1 • ~ ... " • l.. "\ '.
!. ... $i ~
.. ,' .. ', \ • •" " . \,· ~:
.:~:":· ~: ·:'~.; -~- ~·
. • • ·:;'.\
.'l ~·\ • • , ,. .. .:f i l, . ' t• . ~ ,.... ' . \ \ '""\ ~ \ •
• "''
.... .. •
..• , •
\ ' • '
"
'I •· ~ • !. .
~ •
' • t •
• ~ ~,
! . ' \ ..
;~i:'
;: ' ~~ !'\ .\.\ '.;
\. ~ ~ ...... •, ,• ~ ~ ·~ ~ ..~· ... \ _,..
.
~ ~-·· - ~~, , ,.,~;
\ _ , -. ,."~-~ -..··~" · , ,.* .:..... ~ <,l.; ...
• ' /,,. • 'ã. .. .. .. .., ...... .
,, ~ .. , · · ,, ~ /r '··"·~.._\ ;.' l , , , .... • 'I~
.. \. ..
'• l- , • • ;~·~ 1 .,,.;~• ., ~ .... 1 \r t ._ -~ ,, . '•, ·~ci.. . ., \ . ~· ~ ·.!' . ., ... :.,...,·1-. t
't' . 'l \ ' "' ~ ' ......
i· -~~.-: .'~~ ': .. -~~·..~..~--~; _. -~,".(~.•; ,.,. l~ l ~;.~ ~. , .~ 1 .' • :" \ ~\L'tJ. ~<. :\s ~ ~ ~-. ~ ' ~ ~·· . fi;~J>~:"-"
• ..... • • 1 • ' '( . l .

, ~~ \/ .?~.-. '(' 'r,_


..
..
·

substituto ~ padre José Luís de Azeve~o, o .qu:-1 ?ão tendo a glbrb.


de lecionar ao menino genial, lhe adveio ex1stenc~a ga~ardoada com
os melhores bens materiais (13), demonstração mdub1tá.vel de que
há inquebrantável poder, que s6 eleva, sacrificando. Cons~qúente-
. mente, os grandes privilegiados, além do sofriment? atroz que acar-
retam destribucm padeceres aos que se lhe aproximam, <iue JJOdcm
ser um .
' bem futuro, constituindo, pelo menos, expiação terrena no
presente ...
'.·

dirigida, em· a vila de Santa Lusia, pelo padre José Basto:; P~­
' . reira, que a proveio, interino, por ordem da Real Mesa eh Cons·.:1-
ência, na qual foi efetivado por Despacho de .9 de novembro '!c-
1809 e jubilado por Carta régia de 1816. Substituiu-o o padre João
de Campos e Silveira, nom~,ado por Carta impr. de 29 de · oitubro
de 1822. Por Deliberação do Conselho de Governo, .de 28 dc : ~tbril
de 1822, fôra transferido para Estância, sendo substituido por_·seu
irmão padre Raimundo de Campos e Silveira, antes de 1835, o qual
se jubilou a to de março de 1843.

( 13) MJolcsto, às portas da morte, o último termo de ca3a-


rnento assinado pelo vigário Amaral foi a 20 de setembt"o de 1861.
Porque o padre José Antônio, coadjutor, th·esse sido nomeado
vigário da Missão de Itâpicuru, o padre M'anuel Gregório da
Fonseca Dória, que, desde 1858, era coadjutor da freguesia de Ria-
c.hão, passou a acumular as funções de propároco de Campos, send\."l
~eu primeiro termo assinado a 15 de novembro de 1862 e o último
a 28 ele oitubro de 1864. Enquanto isso, enquanto êle, velho padre
c·xpcrimentado e trabalhador, o jovem sacerdote substituto do lente
de latim de Estância era provisionado, anualmente, a 7 de julho
<.J.: 1&62 e, a 20 de julho de 1863, vigário enc·)men<lado em substitui-
ção ao vigário Amaral l Ch&ma o pove; a isso abafhr a ba1&ca!
Porém, não ficou aí, foi além. ultrapassou a tudo a que se po<lessc
ur:tg~nar. . . Habilmente deixou a vigarari:l de Campos, Sf'ndC\ no-
meado, para substitui-lo, como encomendado, por provisf;.o cl<: 30
de setembro de 1864, o padre João Antônio de Figueire<lv Matos.
o qual , . foi nomeado colado a . 17 de julho seguinte e entrou em
\

cxerc1c10 a 22.
Eis que o colado de Aracaju, cônego José Alberto de Sant:ma
falece e êle, padre José Luís de Azevedo, foi nomeado para . da a
m~lhor freguesia da Província, embora fosse baiano, deixando à
margem velho~ sacerdotes sergipanos de boa e má vida! .·
Não foi só: foi logo elevado a cônego, qu~. então, era parà ~o
padre que tinha dente de coelho, dignidade, hoje, comum ·a. qual- . .
quer garoto de sotaina. E' que tudo se democratizou, até mesmo
na igreja .1 ~ltm disso tudo, vigário de. San..Cristovatl\ t. .'.
. Era irma.o de Manuel Luis de Sousa e Azevedo que foi ··se~
g~ro; de. d: _Incs de ~cvcdo Araújo, que se casou ~Ot'..1 \) portu- ·
gues Antonio de . ArauJo Pimenta, comerciante cm.: Estância; de
4- Joana ~atista _de Azc:~o Cardoso, e&$ada co~ ~ - fundadQr di ';

. i

l' •.
. ... : _..... _..._. _ ---- - -
._ - - - ---.- . ..- - --~-~----.:.
..... - .J(..:..... -~,... _ ,,,,,i..·.- ·- ..rs::-

' .

. . _ ;: , ..
" , ,. (

, ·:. , . ~··

• • 'i

lndusive a época de férias, não chegou o moço campoano a . \,, '

...
'
'
~-
.
•' 1
, "
pem,ancccr em Estância um e meio ano: rm fevcreir<> de 1833, •
_,~.
\< ' ~ ••

mal se iniciava o ano letivo, retornou para Campo~, produto, não · ~ • k.' ·'";., , • 1..,' ,... r .'~· ;

há dúvida, não da exiguidade de rendas do :>1i, ma~ da desvcntur'.l •


,i I • .1

, . . '·, '

de Tobias. · .... ..•.~ ' .:' ;;


Durante tão minguado tempo íôra, <liz-se, aluno rlc ~ú-::~ca
, ,
"' .. ....

: -. '•
J'
~

<lo ilustre mestre e maestro M arcclo ]o!té da Santa Fé, particula- .,7 .,· ...
.·~'·
,. ' )....._
ríssimo ami~o do professor d. Quirino dC' Sou~ e seu aríloroso ' ' '
'. ~ ~..
p;.rtidário na sub-divisão da freguesia da Estância. na ex\nente
de Nossa Senhora do Amparo, servindo él igreja dt.s$a ~anta de ' 1

matriz.. Disso ninguêm ainda historiou, com que Estância seja


terra de gente culta. E' que, a respeito de conhecermo~ bem oo~~o .,
passado, vivemos em trevas. Ao ideal do padre-mestrt" Marc~k· /'
-.·
José de Santa Fé aplaudia tanto que a 21eu grêmio, p1is é preeiso
que se saiba ser êle diretor de importante:: ci...a de instruç~.o. dmo-
minou sugestivamente de - Colegio Nossa Senht•ra do Am-
paro (14).
E' possivel que, influencia.do por. essa afinictade entre os
dois mestres estancianos, tivesse haurido ali o inteligente estudant~
4lgo de musica. Fôra parco, poréi11, o tempo de aprendizagem,
..
intelectualidade sergipana, o professor Joaquim Mauríci:; C:udoro:
üo cônego Antônio Luís de Azevedo, que cm d. Jacinta ClotiMes ' -
do Amor Divino houve ao bravo Francisco Camerino, o Volun-
tário-paizano, e de d. Maria Júlia de Azevedo Soleda<le. que foi
a lª espósa de Urbano Joaquim da Solcdade, o pai de Gumercindo
Bessa com d. Francisca Carolina <lc Araujo Bessa (a 2ª consorte).
Em outra Jacinta, d. Jacinta Nunes de Carvalho. houv~ 1lois
filho:; : Epímaoo de Azev~do e d. Primitiva de Az~vec\o. a t~ltal
!e casou com o tio paterno, Manuel Luís de Sousa Azevl!<lo..
Sériamente combalido por dolorosa enfermidade, 1~-diu cxo·.
\
neraçã.o de vigário da capital e de San-Cristovam, obtendo ·i& a ·'
24 de agôsto de 1878, iendo nomeado para substitui·lo o tlladr\! J•lâO
. Ponciano dos SantOi. ... . , . • r
Faleceu o cônego José Luis cm l.B79 e d. J~c~ta a 12 <.1'! .e·
,·crciro de 1884 no sítio GetimêlJ'la, o_n~c ela res1d11., pe~to <la Ca-
··-' ambos e~ pltno coníôrto,
p1w.a, . espmtualmente,t...~ •
matcrialm~ntc.
d ..a • l
·\
1
Teria acontecido o mesmo se, como 1u~tnuto ~ C1L\\Clr~ l e ' 1
E1tfancia, cminanc a Tobias Barreto? 1.: ·.
N1o JC queimara ao couta.elo do Gemo, não levantara o vcu
de his, não encarara a1 faces da Verdadcd ...

(14) E' tri1te nona Hhtórla. Pouco ~u n.a<la t~\l4 lld1 t


d noua initrução, então, ;,.e rc•ia., . 01.i1.mo~, de pi\1'~cm.,
A e , nico exemplar exiJttl\te d11t hatttuu.'t deaae cl>léa&h> ac
1
Qt e
0
u c:imélio arquivo do ,ul1.>r \Jeatu lmhas, <l~ '-'xle u1o
cncond.tnhra p"'r·a ter taltntoa nu.ia l"'uui c,1.,\umnto, ~ra t~<'~
·"º
ter l c1ro .. '· ·

,,.
.• ..


'
46-

n'10Úvo {)Oi' que só se aperfeiçoou muito mai:4 tard~. na vila de


Itabaiana, nesse ramo de literatura (15).
Para um jovem inteligente, que ;i\m(' ja e~' ~1dar e cont~mphl o
1
,._ d<.'s\·an<'ccr dos áureos e roscos sonh~l4. a imag('m ela Defrot:i iC ·
• l~t? :mtolha como negra abismo, on<l·.! ~e ~ubmcrgirá sem esper:inca.
O ano de 1853, para Tobias Barreto~ foi tétrico, poi~ 'IUC ch~gou

v~r 3.cerca de Sergipe dc~conhcciclo, inédito 1 F~1i imprcs~o n:i


"Typ. Provincial ele Seri;i:ipc ·- 1850 ''. n'> "T.ar~0 de P~lad,,­
Administrador G. G. da Silva Bra1n ... S:m-Cristova'11.
Não fôra o infortúnio de Santa I·'t~. nà·'l ueriamo'> que Tohia.~
Barreto tivesse sido seu aluno.
Tendo incomum concorrência, tinha Santa Fé seu imnortantc
c~tahelecimento de ensino em F.stânc•a, ao qual deu estatuto cm
_ l~Q '
Conta-se que durante uma p~uena parcela de tempo. d~ se-
tembro de 1851 e fevereiro de 1853. dera ao inteligente m.o<;o licões
de música. Qual o resultado? E i-lo: A Resolução prov. T'Úm .
.198, de 21 de junho do ano seguinte, 1854, criou em Laranjdra.'
~ Estância cadeiras do curso se1;undário, qu,~ reunidas às <lc latim
fc.nnariam dois liceus ém cada uma •hs <luas cidades. st:ndo ctuc o
governo ficava autorizado a contratar '> cstabelccimcnt-:> à~ um
colégio. Ora, de muitos anos que Estância po5s11\a c~sa ·le t.-nsino
capaz de satisfazer, que era o acreditado cducandirio Nossa Se-
nhora do Amparo. A lei dava ainda ao diret'lr do Jic:1'!u "-J:itaiens .
asseguradoras. Santa Fé, se não tivera sido l'."'l\!itre de Tobias.
estava ícito. Mas o aproximar-se da glória do sergipano g(·!'ial.
deu aso para que fosse preterido e fosse escolhido o baian~ dr.
Antônio Ribeiro Lima, professor e direto:- de uta, qt1c c'!i.ti~u
o de Santa Fé.

( l S) Cobrimo-nos com a palavra do insigne penaa~0r ~


.
.. Muito littcrato da terra t~m de {icar admirado de ver ch~~i­
fic.ar, como litter,ituras, obras de philosophia.' Para certa geutc, aliás
de nome.ada, só é litteratura verso e romance, e \)Or Uffid. estranha.
cc-nfusão julga. se que poeta e litterato sào sy1'\0l,;mos. N:io ha maior
dt-sproposito.
Littcratura, no sentido amplo, no sentido actual, é synonimo <lc
11ida espiritU1.1I: é um.a euatistica aproiuncb.da de t'CXhs as l)nxluç~
intttlc.ctuii.ei de um lliilll, em um& cpoca ~da. ~denda, ph1!0$ll\'hia..
J>OC,ia, theatro. romanc-e e até musica e pintura. Auim s~ cu1u1~
ht'ndc na Allemauha, oude 01 làvrns ou tnuado4 de \itteratura t\O..'\
uào a conhe<er nào •Ó <-»~the e Sçhiller, cvmo Ka.llt e H,·..~\. não
56 FreyUl• e Stifter, como Strau• e Uaur, nào 66 ""('thovcn e Moit\rt,
romo Corntliua (pintor) etc., etc.
Vé-M poi1 como é va1tiuimo o quadro Uttcnt.rio. N() Brasil.
· ao c.ontrario, .er litterato é faicr vcuo,, romance• ou dramas, de
qualquer quilate que ellea aej am. • • •
Q\Alquer m~o que nAo t&be hit\Qria, por~uc, dia eu~. tm ·~~
. \ ;':.• ~~: . ': . ·:. t~. . ·'


:· •.·

- ~7 - .}ú};:i."_;~';,J{i; (~~
a clcsvancccr-se de que seria um alguém na vida e, qua~cfo isso chega
a um moço de catorzc ·anos, nada mais lhe resta, que chorar... ..,_ ..;
De fevereiro a agôsto desse ano, permaneceu cm Campos. Po.:.:"
~ .·).,'..:'.::...:~'~·"~ - ~·;;2~;. ·:~~j :.
r~m. nesse último mês, lhe renasce a fé: foi a Lagarto ncontinuar . . ."
os estudos com o padre Pitangueira (16). Quase· que baldo de recurso .: · .:·.
pecuário (não era filho único)' teria que marchar a'tré\s-Jc sua atr'a ~ ...

estrela, tão fulgurante, mas· amara · demais. Parece que rnã.:o oculta
,
.. ..

·\ ~
tempo não se dava no Collegio das Artes; que não sabe philosophia·,
porque nunca teve gosto pdo Charma; que não avança ama palavra
sobre a critica religiosa, porque é catholico de lei; que não sabe mes- ·
mo pronunciar.i.se com desembaraço a respeito das concepções musi•
cacs, . porque é negocio estranho ao seu mister . e ao muito ·poderá ·: :. ,:·~· ::.\;:_
· ·. ";~·~?J.:\."::t ~:-1:~-
:. t }:.. _.,... '· ·· · .ÇO:~ -· . -~ ..&':t4"-"':~ r-,.•
repetir .que Carlos Gomes deixou abaixo. todos os macstro.r, · etc.,
esse moço, assim bem cultivado, tem coragem de dizer que só :;abc
e _só gosta de litteratura .· . •. · .
:."<~' . '. :!·~::~~; .7 ;:·.~+\:;~~;
E' . horrivel ! "

..
.. ·,"•.. :.. <. · .:. ···. ·· ·t::;:r1~: 1~·f~
' ~

· (16) A cadeira de Gramática Latina dá vila de Lagarto já. ... .


• .• t •

. • r.-. ~
•• .. •• : .:

~ ,.- .. :~ .·~
..... ,..· •

. .:
enr 1824 existia. Proveu-a, a 11 de junho de 1833, o 2nteli'genk ..•·..,,. ... ..
' / .,..~

padre José Auves Pitangueira. Extinta a cadeira com as de lta- ... . .


bafar.a e Capela pela Resol. prov. núm. · 127, de 18 de março de
1844, foi restaurada, com a de Itabaiana, pela de núm. 221, de 22
de maio de 184í8, sendo Pitangueira reintegrado nela .e esteve em
...... .
pleno exercício até quando foi jubilado a 12 de oitubro de 1856.
Nunca
• • •
exerceu,
• 1
como se diz por aí, o magistério em Estância : isso
. • , <

e mocenc1a ....
. . ·.
Nasceu Pitangueira no então próspero povoado Hospício, tx-rco
dos· Távoras de Sergipe, hoje Convento, a. 4 de dezembro de 1812, . '
integralizado, então, ilegalmente, a território baiano, r~uperado, . :· ..
após, por SCf'gipe, passando a fazer parte, sucessivamente, rios
municípios de Santa Lt1sia e Espírito Santo. . Filho de ;\ntór:io
Alves Pitangueira e d. Margarida Francisca de Sàn-José, sua por
vasta · ilustração, acreditamos tivesse estudado fora. H:lvendo o
mon~enhor .Antônio Fernandes da Sil~cira, cm 1832, íundad1> em • ·.'
-~ ~
\
.. .
,·/\

Estância o primeiro jornal da Província - Rccopilt:d<>r Se.r9i/'ll'l10, ' '


... contando apenas vinte anos, foi Pitangueira o primcro redator,
deixando-o no ano seguinte, . 1833, para fazer concursQ_ à cadeira de
latim referid2., •de Lagarto, vaga com o falecimento de :seu pri-
miro lente, padre José Francisco Gonçalves, o <.&ual a exerceu inte.,
riqamente, a princípio, e, efetivamente, após o concurso, a 21 d~ fe.
veuiro de 1829" · · 1~. ' " ·· · · . .
O con~urso de Pitángucira foi admirá~cl e êlc ordenou a · 2J se
de abril de 1843..' · , . : ". , . · ,,
Assim pois aos vinte e um anos inconir,t'!tO$, er.i proíessor
~<'.C'Wldário 'e, ao~ · trinta· e · um, era padre. P•.>l \tic·> dcsa~~<?mbra.<lo,
jornalista, professor. e a~vo~a~a( ~~teve .~ ~\·lamento 1erg1pauo no
• '.. .. • , , • lt

.. 1
•'
. ' . ,
'•
1

• •. • ~ l' .. .. , ..

.,.. .
.. "'···
• •\,

......
• • H

- 48-
- bu!c-..ava tomar-lhe espinho5o o caminho da vida, indubitávelm~nte
para mais rcal~ar·lhc o lustre de sua inteligência privilcgiarla, e-orno;
l.'Om manifesto exagero, somando-lhe ao de cor, acentuara Sílvio Ro-
mero. que foi copiado, scrvilmentc, por todos os biógrafos.
Assim é que mal deixara Estânda, que, até t>ntão, só possuia,
de curso secundário, a cadeira de lati11icladc, afora quatro Jo curso
pnmano (17), u Resolução i)rov. núm. 398, ele 21 ck j1mho de 1354,

biênio 1848-49 e, por mais de uma vez, imprcss;ono:i a set1s ç<o1t rí-
üos, entuziasmando-os com sua atitude de combatente inteligfn1e.
"Tcn<k>-se collocado numa posição de desraquc no meio soci;il
cm ':lUe viveu, houve uma certa epocha em que",··- aiirma o .J(.~em­
bal'p:"ador Armindo Guaraná - , " o seu nome gozou <lc grand~ noto-
riedade cm toda a provinda ". Escrevia corretamente e cr=l um
dessa.ssombrado no emitir suas opiniões, não dando uuartel ao lado
;idverso. atirando-lhe pesados dardos com arti~os fa rpan~es. havendo
sido proccssodo e preso algumas vcz:es, sem que lhe· abatesse o
ânimo de bravo lidador. ·
Pois bem, após ser mestre de Tobias Barret·.>, logo se jubilou
e sendo eleito deputadQ provincial ao biênio 1~8-59, não c? teg0a a
exercer o mandato, porque foi surpreendido pela morte, que lhe mi-
tl(lrou fatal moléstia, em Salvador, onde fôra a tratamento, a 19 de
fevereiro cles~e primeiro ano, 1858, ainda. muito mo.;o, aos 45'" anos
e dois e meio meses de vida. Até a própria cadeira nio se riôcte
tru&.ntcr e foi transferida, pela Resolução prov. núm. 479, de 28 <le
março de 1857, para a então pequena vila de Simã,.., Di:l;;. fi(·ando
o professor obrigado a ensinar francês, pel.> q\le ll'!rc~beria 3l()$()
de: gratificação anual. Por Carta de 26 de setembro llesse an .:> foi1

nomeado para rege-la Serapião Lupércio Pereira. Em suma, ~1em


aí se sustentou, porque foi supressa por Ato prov. d~ 27 <le aJ;Õsto
(1858), que mandou o referido professor. ter exercício ua. <lc latim
de Propriá... ·

.(17) Eis breve relato histórico dessas quatro ca<leiras prim.i r~:u :
A 1•. de 5exo muculino dessas quatro ca<.l~ira.i · primária.~ :
Josi: Pinheiro <lo Sacramento, que frz exame de pois, a l 2 ele jarn.·iro
<.ic lfi29, com opo1içà.o de Joaquim Maurício Cank1su, sc.-nd<.1 amhos
a1JflJv-.do1 com louvor. Naturalmente já e~t4Ln<lo a lC\:iona-la e, ~~nd<..1
• tri:ilJ"nO, foi o nomeado, entr_, 'i9 de ja.n~iro a 11 d~ ievcr\'lr\l, 1
J\iliilvu·JC a 2ó de jirneiro de lb.36. N ãu jabcmo:s •\u~m o sub~·
tituiu. A 7 de julho de l~O. i>roveu-a Rufino J0o.1té 1.b Co.sta. o <l\lat,
no 1mo K~umte, l~l;fui tul>iütuido por Evui$tO da l•ran<;a l.in$,
' .JUC fale.Céu em l~l e foi iub,tituidu '~lo &,ljuut'• ~ c&Jcàn& Fran·
d.e~ l~ath«o. de Avila. Hn, lK.Sl, a 10 de ;~m~iro, ' prov~u ~ baia.~
Horif:ClO d~ Sou•a. que dtla era profenor, quando Tubi4'.' •itu,lou
t'.m C..timc1a e 1ul>~tituira a Ubert&tu Amónio da Coita Ló~ aub$.
ututo, na w~a dt Fnmça Una. · ·· ·
A 2•: J!m Vlf~ude de haver 1ido avrovado oorn luuvor taanbtm
o profcnor J~qu1m Mturi(iQ CardOIO, foi cri~ outra• ~"la p;lr~

. ..
------------...-----..,...-- ~,,~_,:- ~~~ ----~·-·' _____ ___ , '·l
'1
.' '>~: _·: .:·;·\Y"Ljt" :·>{'}_:·:,/ :";/1··~' :~~~- \
c: ··:· . . .
.::-.:
.:·

' ' ."/ . :. .··-;tf~''';,'.?~:.;.:"·: g~;~;~~: .!


·~ { I ';;:• •>V '1:~' ,·· ~:,fí;l;~,:~~~,~~r ·~;.; :
.; . ',... \. •' • ~· l~.~t-u...itll.:,. > ... ,, '
'J" • •' • f ·~ , , 1''6_-- > -~~· ~·,~·· it'
•• ., r, • '~ ~ . 'f . 'r ; f . ~'· :, ~

ttiou, da mesma maneira qu~ ~m ::njciias as de Filosofia.' Fran- .. •.. ·; ,


cês, Geometria, Geografia e Hist6ria, isto 'é, um verdadeiro Li-
.·.~ i~ ~~~~~·I~ ·'. < :;: ; · • 'J
ccu (18). . . . ' ' ." ' •>f::~~ :_.:J~l
Esse destrantômo de, cm suas costas, ser criado o. liceu estan· · ,.,, · · .,,f
dano, onde poderia auferir as matérias necessárias para o curso
superior, constitui, simplesmente, mais uma contrariedade ~m rna
vida cheia de lances horríveis. Era, apenas, mais uma flor triste
a compor a grinalda de martírjo, cujos agudos espinhos, como far-
pas agudíssimas, se cravavam nas faces melancólicas do desdito.; o
sonhador, quando, apenas, contava qu.inze . anos. de pa<lccinicnt'JS
crue1s. ·

o sexo masculino e para ela foi êlc nomeado, a 19 de fevcreir·~. ,·


Dc.~ejando aperfeiçoar-~e no J11étodo lcncastriano, obteve 1-,ermissão
para fazê-lo em San-Cristovam, com professor ~speciatista. Depós
empreendeu uma viajem a Pernambuco .e, ao, ·regressar, cm . 1831,
, ·:·')-,~~ !
encontrou sua cad~ira ocupada. : efetivamente,. por . José Monteiro · .. ·~.;· ~:~~-, ~·- ~-'{
Mascarenhas. Extinta entre 1835 a 1838, foi restaurada pela art. 3° · - • --:•• ..:;-." ~: • ~ , --;. j '

do Dc_l:~to prov. núm. 6, de 16 de fevereiro de 18..18, que mandava d


; ·.··~
>
houvesse duas cadeiras ali. Foi nomeado Antônio Barbosa Cam-· ·<· i
ponês, que foi substituído a 11 de março de 1852, por Antôni11 Pe- ·~ ·.
dro. M?reira Queirós, que a ministrava; quando Tobias estava cm 'i
·?;: !!
Estancia. . - ., · , · -~
,-, .. ,"'t '
A 3\ de sexo feminino, criada por decreto imper. de 1° de se-
tembro de 1831, sendo nela provida d. Ana· Joaquina de Oliveira
.. •
·.
......
.'
..
'.;/'
. i ;
1

Santos, a 4 de junho de 1832, a qual foi jubilada a 15 d\! fevereiro '.


- •. ' i
;
i
1
de 1854, sendo ·substituicla, a 10 de abril desse ano, por .i. Leopol- l11
dina Joaquina Ferreira da · Rocha.. Aquela: faleceu na Càrte, cm
.- ''
1858. . ; . . ' . •. - . 1
e
- !
;,.
E a 4ª, no bairro-Além-da-ponte, para o sexo masculino, criada
pela Resilução prov. núm. 283, de 18 de abril de· 1850, que dava ~ seu
professor o ordenado anual de 400$, havendo-a provido Ma.nud Bar- .
'n'>,.<'
..,:. . ·~

bosa 4e Araujo, a 19 de agôsto seguinte. . - ......... ,· .


Rel~va .acrescentar que a Resol. prov. núm. 4'>2, de 30 de abril •.
• "- <\::t ·
.........
.li",,:
de 1858, criou outra cadeira para o sexo feminino e a de núm. 495. ., ... . .. "..
de 14 de maio desse ano suprimiu uma das elo sexo rnasculino e, a
de núm. 585 de 21 de abril de 1860, ordenava fosse extinta a pri-.
meira cadéir~ que vagasse . do sexo fcminh~o. Era justa r~açio das
demais localidades sergipanas contra essa imoral · hegemoma de La.- .
1anjeiras e Estância. · " ' " · · ' ..
. ' . ~·
'I, l •
1
·

·"'· ..
'. ,.
1 · , ' '-. '\

f • • ' · .~.~ :' . · . ~),. .~ ' ' •• ..,

(18) Iguais matérias foram criadas · cm '1 Larc11jcira~. Dai, de


possuírem a fácil instrução para acu povo, ·-~~. ufarut.rcm ambas de
berço dos homc~ ma~s ilustres .da Provln~i~' . ~a~ as ~dciras de
Flosofia e Frances, foi nom~do o dr. Antoml) .Ribeiro Lima e, l'lar~ . ,.
as demais, Galdino Barbosa de Araujo. Sôbe a direção' do l>rimdro
ficava o Liceu. ·" "' · • · ·" "'"' ·:;. · ..
:~

,1· ' ~' ' . ·,·.~~t:5!~~- :',<


" ,\:.',...-\'~\::·~} ' .~

... .. .
•, '··
..
"
•'

;, .': '· ·:j;:~~í~{w


'.
.. . :!.

- Sô-
Eram as. primeiras barbas que lhe vinham·. sombrear o rosto
(~9) e anunciar-lhe que a escarpa do G61gota se lhe anteparava pr6·
x1mo e que, de. angústia, havia de ascendê-lo, ·~6zinho, srm CirinciI,
a espalhar, luminosamente, as dores de seu gênio por onde passa-sse ·
era o predestinado do sofrimento l .. . ~
Acompanhemos, porém, os passos do jovem estudank. Ccm1
que. bar.bado, pela maneira austera com que f ôra mantido sôbc uma
rígida educação, até 1857 foi sempre uma criança. De Campos a
Lagarto, a-travês-dc montes e vales, fazia a viagem na anca de al~um
cavaleiro prestimoso e sempre o escolhido era o alferes José Est~ves
Montalvão. · . . . . , . .· . , .
Recordando essa época, tempos além, evoca os vastos taboleiros
da Samba, no município de Riachão, entre Campos e Lagarto, com-· ·
1>arando-os, 'por circular e descampado até perder-se de vista, com
a " corôa de um frade ";
Certa feita, evocou um dos princípios rígidos dos pais : " meus
paes ensinaram-me a respeitar os mais velhos'\ Porém, cm Lagarto,
convivendo na companhia de um fil6sofo, como Pitangueira, vivend::>
mais a sôlta, esquecia, por vezes, esse 'postulado nopre da boa edu-
cci.ção sertaneja, segundo êle próprio confessa, levado pelos .recalcos
trocistas, que se desprendiam sem peias, quase:
"E' um sestro que tenho desde menino: bolir com certos ani-
mais, facilmente irritaveis e, desviando-me delles, rir-me então da
inutilidade elos seus impetos. e investidas contra mim. · Nem eram
somente as vaccas paridas . e os carneiros marrado.res que davam·
occasião para este brinquedo. A minha temeridade ptleril chegava
ao ponto de abrir similhente luta até com as cascaveis. Que delicia
que eu sentia, quando a cobra assanhada, á força de muita pedra,
uguia a cabeça, mostrava a língua, sacudia os guisos do robo, e
pl:nha-se em attitude de passar-me o dente 1... .
Mas além de temerario, eu era por vezes tambcm crucL N~v
me. cpntent::i.va em bolir com as bestas, cm assanhar as cobras, tam--
bcm bolia e assanhava as velhas rabugentas. Foi já a muito tempo.
mas ainda me recordo. Quando estudava latim na villa do Lagarto,
axistia uma preta velha, conhecida por · Chica-pa1Jdeiro, objeto de
ei;carneo publico, por causa d<;> cynismo, com que, já send~ maior,
todàvia ainda queria viver no peccado. Era um typo h~diondo :
sempre envolvida em trapos, arrastando n'um pé um chin(llO '\\clho,
e com o outro pé descalço, corria assim as ruas da vila em l>rocura
da fortuna... Della contava-se então que já tinha soffrid0 um pe-
queno castigo da sua miscria moral, Um gaiato havia-lhe posto'um
si11apismo (pi.per iti pudendis partUms) ; e· isto cx.plkava a diabolica
indignação de que a velha se possuia, quando quer, on<lc Quer e por
quem quer. que ouvisse' pronunciar a palavra-pimenta •••

.. '
( 19) E' élc quem nos conta: 0
Eu que barbei &0$ 15 •• " ..

:,/.
:. \o 1 1.1 ·••
,f .

··, ,

...;. sr-· · ', .'

Eu · gostava tambem de cníurcccl·a. . • Todas, :is vezes que a


via, não deixava de· dizer-lhe: lal pimental E era o diabo 1 .,
A velha desenrolava um vocabulario de epithetos que faziam
tremer. Evocava do · tumulo todos ·os meus avocngos; bradava;·
amaldiçoava, escumava, rangia os dentes; mas quando julgava con-
c:iuida a sua ving~nça, eu gritava·lhe outra vez, bem traquillo: hê
pimenta 1 N5.o se imagina o resto. Era um cspedact1lo indes.·
criptivel ". , .
Em Lagarto, permaneceu até oitubro de 1854, estudando latim
com o padre Pitangueira e s~ aperfeiçoando cm português com o
~pitão Miguel Teotônio de Castro, , professor público . primári;)
(20), isto é, passara menos tempo que em Estância,. pojs, indu:>ivc
,• ' .,.·/'r '~ ,.,, ' ..

(20) Esse professor proveu tal cadeira a 2 de nov.emhro d~


1850, em substituição ao professor Antônio Ricardo dos Mártires.
jubilado a 19 de junhi desse ano, o qual a prouvera a 13 de fevereiro
de 1829; em substituição a Manuel Joaquim da Gama, .seu prirn~iro
dirigente.
Era o. capitão Miguel Teotônio homem intelii.tente e bastante
preparado. Vivia vida feliz até ser professor de Tobias. ._,
De aí em deante, desandou-lhe a fortuna e nunca mais teve
scssêgo na existência, que arrastou entre lágrimas : ousara acercar-~~
do sol e esse o abrasara !
Pouco depois, era jubilado, à força, pelo art. 12 da Resolnçfü>
prov. núm. 585, de 21 de abril de 1860, executada por Ato prov.
de 21 de maio seguinte. Depois de cinco anos de esforços, conseguiu
nulificar o ato violento.
Ignoramos quando se jubilou.
A 23 de janeiro de 1883 fôra removido de promotor de Proprii
pc:ra San-Cristovam. Mal assume o exercício, é transferido \Xira t • : (

Itabaiana por Ato de 21 de fevereiro e o de Itabaiana, Oscas <le


Oliveira Cardoso, para ali. . '
, Pouco depois, era exonerado a bem do serviço público. pi:>1:
perseguições partidárias. Nada justifica o Ato provincial de iJ d~
novembro desse ano ( 1883) que, violento, o exonerou. Foi rnb,:;.
tituido-pelo dr. João da Silva Melo, transferido da de Lar:mjcira~. \ ~ .
Com a República, esteve cm exercício d~ Inten<lentc, de cujo '
. .."'. ;

cargo foi destituído por crime de peculato, a que rcspond~u júri


comum. .
.
J
Perdera, tambêm, a espôsa, e desse feliz tempo só lhl.! restava
um bem: um filho, moço inteligente tambêm, que v~·rscjava rcguJar-
mtnte. Chamava-se Salustiano Anísio de Albuquerque e Ca~trc.>.
Obrigado a procurar meio de vida melhor além, eis que, cm vi~em.
a bordo de um. navio, tonto 1>elo akool, tombou no porã'O do navio
fraturagpo o cráneo. , . .
. ,_/·~. ~~~~.-
~ •' , ~' I
Em .suma, após uma amar1iurada vida de todoa 01 diiàll1\borcs, ' \ ...\:~
at~ o da necessidade, porque a_té o direito de 1>equcna~ deifsas se lhe !1
·,
t<Jlhcu, descansou a 9 de agosto de 1915, em Itabaiana. · . ~;, ; ~ '-\ '.. -· .... ~
Não se íita, impWlemente., ao Sol, nio se qucri4', impu11cm~utc, . \
)

bem a TQbiaa Barreto 1.. ,.


i.


' +
. ·'

· I'
....
·~ , .

..

. . '"
as férin, só, a[, estudou um ano e dois meses, o que importa afirmar
que, cm dois anoa de latbücos e11tudo1, se torn.ua mestre. ,
1 ,
·,''f-' . • ·/ ' •. • , - 1 1 ~• ~, ~·

Se hl alguma coisa sobrenatural e que, por isso, escape a exame .. . ..


satisfatório, é a personalidade dcuc homem, de .ante do c.1ual som()j
força.dos a ·curvar-nos . reverentemente. 1• ·T obias. Barreto pertence· . ,•
à ~lasse desses fenômenos, que a Terra, sem explica~ios, registr<1. secu-
lanncn~c.,. .. . . · " · < .·.; ..
Nunca se ·e xplicou o mistério, s6 a. crcnç atem for~ de -:hegar
até êlc, ficando longe o·' saber. Sã.o percepçõcs psíquicas cstranhu '.
e a Tobias Barreto'' cabia··razõcs .para afirmar::· · .. A sciencia é a
razão, o amor é o coração ; e seg\indo aphrase de Pascal,.. te cocur
ta,
a des raisons · que · reison ne íconnait point: A scicnda procura a.
claridade; o amor c\clicia-sc mui~ vezes no obssc~ro e no mysteriq,,' ,,

l •. ' ~ .. :~·;: ~; -~:_.: ! ·-..~ ~ ' ; ' 4- -~ . .•


"'
.
. ," .\ -~ ~ \: ~ ·- . . ·-.-.f ... :·:, ;'.". l, .. . , . 1_; , .; ;· ; ... ~J:·:·...

' .. - -
' . ·. · ' ·
. .
.......... . " . ... .;. .
'
.. ~ . } ·.·· •·.
~. . ' .. .'· .

..
: .·1,,,1 . ~
. .. 1,:.r·" ~~ ,,\~ .~,. ·.\.·', , ,r... V...1.=Cc-• ".. /.i-; .~:·~..-:;1;,·~'
, 4>...,.~~f,,, ·4··~1'( Jrr , 1"'.., , . · J~ ~ ,1~ " ; i. .......rt..._ ~,.·1·"' ;'
}f~>!i~ ".1~ .. ~·..a..>-:1 < : \.1
i'

.
l· . ,il .. . i . .;1
•,.
., : ) ~?:; ::·'.":·. . . ;. :·:·:.:::::- ': :~" . >:~>:. ~:.l·:: :;:;~;~0~' . ·'.·~:::v'.~~~>:· :{f/J.t&~~~
;

•• ' ),; • ~, ,\(- 1., 1 .:.J, v(' ~ • ' ..,.,~,~· \/,.' 'í.~
• 1 •" •',o:' '' : 1 '. .':
\.' ;:v
1 } . , ' •.,

, • • • , • , • ' • _... 1 , '. ~ .~, . .~ • ~, ~! ~ í:~~ ·-:~··;.,,, ~ ;f .••'~-.. : ;· ..'r~


' ' r& , ;. ,' '.- ( --~·:. ;\ \' ;,-1/ ~:;· ;'. ~ .•;'~ :~ J:"'\.;..:;"~'~\~{t~
. • ; ' ' : ,'';, ~ • Íj~ ,.;~ . ·, ..·'.· ~'rt ~: ·"'':;ç:;
1, , , '
' ·' ' ..
. ··,
ti'
, (

. .. ..' ,;,..• '.<,~:<;> .·.


·, : ' i. 1 ,: \ } • : ·~· ,, r : r. ' . ~jt ~' . ' l ·' ;

. ,,, , , ; 1;
~ . ·-' '·' ' l ; :,,." )

, •J . V i.
/

, ,f, of11 , 1 1 ,t,,


...
' \
.' * -·.í,.-,'{
l ' 1l

1, o;~ 1 ,. • l' • , ·' :


. • 0

o. MES~~E '(professor de l,athi~da~~) · '.;~; , .:~ · ; :y;~::;'~,~~:i~~


: f ' I ' • ~- ' 1 ~t 1 '· · '. I • ' ,

'·.

:· Tc1cla ·profissão, quando exercida crit~·~:{o:,.:~m~cn::c: ·é digna. Ne· ·


nhum3, ·porém 1 se equipara a do mestre, qtt<'! nãn só exige inteligên-
cia e cultura, mas vocação xx:dag6gica. Ningucm, como êlc, se rc· .
'."
veste - d~ súma paciência para orientar e guiar .no .cam.jnho Jo Sal>er,
a iluminar ilun,es cérebros, .. argamass;i.ndo a ; base. ·da . Sociedade,
C\°'lil$truindo a homogenidade político-aclmini~trativ:i.1 do . Estado. ,.... : '· , ".
.· !-;ai cultural, a responsabilidade é imensa, e, por; ;sso, ainda que. ·" , .. · · <~.
seja, económicamente, .a mais accéssivel, .porque todQ r indivíduo me.. ..í.

no~ lido se julga apto para .esclarecer, ao,s.. que j,ulgap1 ncct~sitados ~../ <
d~ ~Ué1S sa.bcnças e, daí, ser o . magist~rio~ c:u;rci.r.à:.,d c J 11:1em. 11ão.. te".'
nha .onde ganhar. para o próprio sustento, !'\eu, !ugar. , ~ 1 ,<:ntrc os. <leu-;
se.-.. ,C qmo ·º .poeta, o professor nasce..}~.i~o. ..Nã:o..,A:éw~ql jn~·, ..um,
. provisado. , : , · ;.,,, ,,,,·;:.:"; . ·" . '· :· .:;:'.·"·
Como em Portugal, no Brasil coloni~l, as pessô~s de . espírito· / '

·eram o tabelião
.
e o mestre-escola.
.' . .
Chamava.m"lhes,
. ' . . . . ...t :
mesmo, homens t . ~ :·

.do tinteiro. Do padre não se fa!a, porque cr~ da_ , ~l~ssc .elevada, es·
piri1ualmente igual a daqueles e tanto Qur..! . o povq: 'em sua maligni- • ' • • ' , ~. ' 1 • • •


<lade inwjosa, criara o .rifão de que bens dç igrcfu. e. ele tinte'Íro. não 1. • • • •• '•· ' •J • ) 1 1 • ' • .

. .passam de scgzmdas 1nãos. ·Porém nisso 11ão podia ·_(;!l~trar o Mestre, ·


· porque, de dinheiro, só lhe entrava na 00,lsa·,o:, q'Ue '.'.il~~l lhe ·d ava ·O ... .· ·· " · ,t:i· -i:;· ~-...r··~rJ,~~
. sustento. . Só superavá ao
notá.rio~ quase..3ern1i,~c .'i.1111' ·velhac0, . um
.espertalhão, na dignidade maj cstosa 'de ·. que' .se,, r~yc~'i:à; ,;,~uto1 idade' .
. • ' • • ~. < • ~ • \ q 1 ' ' . • ' " .. • 1 ,. •.

· rn,áxima, a empunhar a pena . e a fért1la, · à·glória . e .o ·_casd,.~,0. .· . '·", ·"·


: · ., : . ·: Fora do reino da po'~sia, . litcratur~ era ··eí1~âri1~\da.· pêJ0s t~ês' a
. ._<;;..0 saccrdpte; o .tabelião e tnestre-escola.' . Q~~ein _,i.i1ha. de .~Ja~)t
1
o ar
. ~~ cart.a t1w1idadci1'a.,, ·reco'fria 'à literatura.· e'1li~:~olár ·d as , ti-'ê s ' enti ~ .:> .: , ·.:~V/f..::--,;~~\:: .. -~~\:;_~-~~~~~~
1

dadcs e, em resultado, o prestígio de ;ábenças delcs.'' •'.A pr c.n da de · . ' -:- >~ ,::-:.~~,r;·'.:~~~~:~,:--. ~.~1
; '•
sábe'r ler'
e escrever era, qÜase, exclusivamente, ' i)àra; c~ sâ ~~l;l~:,~ ele li· : ·~ ." ~~:··~;--.~-~..::~." :~~:~r...•·:~~.:.~''(i~
l . ... . .......... ;-~;\. ~ ~, , ~./\, t:to,\\"-"' ·"' "''i:."'"'~1 i-' . ..... ....

· '!os,, C"f.,~cçã.o,' ap.enas, elos ~~utor~s coirnbriens~~ .e ,d<.•,.; ~isçnda~!o~, com . ·: .., ·":· -~ :·~:~-"X;;~·f~ ·~·?~5::;:-;-:..:~.~·
c~tl1~.,P,u sem estudos, ~sto é, os magis.t rados ,,e a~ 1' 01,>i;cf.ª • qu~ r.ão :,..~ ",: · ·:::~:i'.~ ~·'.~\':: ~,-~~:::~: :.::--~~-~
-.J>Úlulavám ..:á-toa ç, por· iss·o,,,qJase s6 a'qucles .·vi°vh'm ·'-1~ C"a:;ajs. ... : ;\ · .:~~·'}.,_ ·;-.~:??~\-~':\:\~~-:J
• •• ' . • '" • . ~ •, .. " . ' ' ' .i:< : . ·~ ""'r . ... "•' ;- '' ~·~·-':\' ,...,......., ._\ ~
1 1
' ~ "' ~ ' ~ ·1 , • • • '-" · · '.. . l :\. ... . 'f" ...
i·emo1s. · · ·· .. . , , ·· · · ·' , ~ ·... ·' ~::.:1f '' ,\>< ~· , ~ .. ;4.~·....~ !' fl
" t ! ~. t ' ; .. 1 :••' q 1 t l l \ I • ~
' ,· J t,. •\J t q;,.
•'ti ,' o ' /-.~ ·~ ~ .,
' , i "": ._ ·ti ' .. \.)'- ·,~ ;J •\ ' 14 l .. • 1 \ \ • '-', "-"""'.t-

Em . Sergipe, s6 , com o subsídio literário ele Pombal'\~ cQm. a$ · , :: · ' .! ·"'' _. :- fi'~•:. :.:::~:-.:;;·":"":1!
nulas ' escola$ 'dos .i\esu~tas,· antes, sur,g iu a e.scoh\ , ,.mas, apc.. ".- : "'~Y .' ·~".~ .,~>-./.i':~::{\~:;;.:fi popula·r,
nas, par.a a Cat>it,~ l. .e 1~ra ali;um ou outro ~o~.o. ~~rivile~iad9, Em . :··, :· ;·.-":~~>l~-~ " ::.:<: ~ '\·,~':'.~::;:.~1 1
ordem decresce~te, , çul.mm,aya~ o pa<ln.~, o notanQ e o mestrc-e~coh. ~ .... \ .' .\ , , " . .. , _,. ,-, ~ ;._ x: ~ \·
A.t~ ~ ín~talác;ão dQ Conselhc~. de Governo, ~o~ · css~ ·a pre~o\1cleràuci~ \ ,, . ·..·· ~· ; :. .'' , ·~._ .·,..'.'.' .. :~~:>~\~~~'.
pohttca, cultural, que não deixou seu prest1g10 até quan<lo a bexiga· ' · .· . · ~! " · · :. , "'.~ '~ "' .:.. ::..: ~
monárquica cstoiro.u, pará cr4e,.,Q.l3 rasU entrasse no. concc~·to ela dvi· '~ 1 ~·: ;::: - ~· .''./~.;~:·~·--.<~ .. , • ...: ••

fü:açã<.> do século XIX.. l.:i 1..Á~é .. ~ntã.o, . vi veríamQ$ uo~! ; ir~ldcquitOi ~~ ,.. : •· ~,: ··~· ~· ~..:;:::~\~. ·.. ~~

. . :'. .· ': ·;::l :"·,;< : ~ ",·:· ~· , "_': X\:r;: .· :;: :~~J:. '1;~\~f15,(ff; j
)~ ~ • 1 ' 11 ~> 1 1
~·' · . ~ ~ i ~ :" (. '~· 1~',-!"': l
• • • , :· .. . ; ; . ,. . . • , • ..· , ·, •• \ \ ...., , ( .. ,. •... · '>i_.... • •, •• i
·u i

• _' • .~, \~,' ·... \\, ; ,~•,:' ·t .,~.:)".:''· l' ''; ~ ', '~ ~\j
1

,,1:...~L'1 1'l ,~ :, <\k ' :,~:. :•·.'~ ~/· 'l,.~·.i ~ )'·.,.'·, ~ /~·i,..:, ;_,'.
' '#· 1
.
I t
,, f
•\ '
f
,1• ' '"· '\1" 'it(
'•
'\} , ..:~.·t.
•' '"' '"'1 111,-.•I
·~· ~,·,.·l••'
' ' ·" _._ ,
~ \~í .. •\
, ,,,l , .. ,~ ,\,I ;, ,,~·. ,, · ,, ~~ ... '
, .I.' ,.:.. ~..,.. ·'.·,, ~~ i,~ ~,. ' ·''t ,'.
.' 1• ' .,.,,,", .:' 1., ',.,,\' ' • ' .-.\ •1 '
' -. ... : , ~· • . \~ · V ..1.. ~ • . ,:\ ... • ,
,, :~. ~· ,•? :·:'J ~ !>...,~;, :",. , ~~';
• ,
"'
. '' :

. ... .
-54-
da Idade M;'édia da Filosofia, se Tobias Barreto nos n!o .houvesse
a
enroupado com cultura alem!. Tudo era fraricês e s6 se pcnsaya
gálicamente f · . ·. 1
.1 . • •

, A par6quia de Nossa Senpóra Imperatriz dos . Campos do Rio


Real de Cima foi erecta pelo arcebispo d. Sebastião Monteiro di.
Vide, a 20 de oitubro de 1718, havendo sido 'desrnenbrada da de La-
garto. Por sua vez, a de N assa Senhora da Piedade ele Lagarto
fôra criada a 11 de dezembro de 1676, desmembrada da de Santo An-
tônio de Itabaiana, que f ôra elevada à freguezia a 30 ile oitubro
ele 1675. ·.,. ·: · · . . ·. ,. , ·
Sendo 'assim; as. terras que co~stituiram 'a paróquia de Campos
pertenceram a Itabàiana e~ se é verdadeira a expressão de Vitor
Hugode que " a alma da terra passa para a do homem ", o e~pírito
rutilante de Tobias Barreto é uma pertença de Itabaiana, além de
que, carnalmente, ·é neto · matemo de itaba íanistas.
Erecta a fr~guesia no .vínculo de . morgadio ou encap~fado c!e
Mdchior Dias Caramuru, cuja casa de fazenda era "na Itabaiana", .
isto é, nos limites de Itabaiana; até quanclo,' em 1818, ·dela ;:e apos-
sou o vigário Francisco Xavier de Góis e Amaral, a matriz de ma-
deira estava, a parte-que tinha de construí1a, em completa iuína,
ameaçando vir abaixo. ·'
Foi . esse itabaiànista' quem. a melhorou, senão a construiu, e
a êle deve Campos seu impulso sodal .e· tan~o . que, cm 1835, foi
elevada à vila ·com ~ôro d~il~ · Não é só : , foi um dos protetores de
. Pedro Barreto de Meneses, auxiliando-lhe a o!;tcr o cartório do·
2·> ofício. Porém se tudo isso nada signifksas.~. só o fato de haver
batizado a Tobias · Barreto, elidido às lágrimas de u'a mãe ·enver-
gonhada e tudo feito para casar' essa mártir, dando non.c kgítimo
ao filho do amor, a grandeza· desse itabaianüta' será de não ~er
a~sim menosprezada .e a glória do filho não pode deixar de ser a
da mãe, a glória do vigário Amaral não pode deixa.r de ser de
Itabaiana, él! .bela cidade sergipense, que scmpt~ an<!ou ligada :à
vida, em Sergipe, do filósofo brasileiro "Cor, quo vado 11 ·"
Deixemos, porém, esse incidente, que aliás' muito honra ao
autor destas linhas. · . ·
Em Campos, quando de seus primeiros dias de vila, as nota-
bilidades literárias, seguindo à regra comum, eram o vígário .Ama-
ral e os tabeliães. Seu companheiro, de Pedro Barreto, ic\'iaí ser
uma nuli<4de o . tanto que se ofuscou deante-dcle. · ·
No pequenino mundo de sua paróquia, nesse grande e impor-
tante termo da Comarca de Lagarto, sem nunca haver tido a pre-
sunção de escrever ·para a imprensa e 1em estudos literndos ua
trindade de Mutuar (21) era Pedro Barreto de Meneses notário
'• '.
( 21) Os irmãos Oliveira · Campos (o j11rista do sr. Hermes
Lima), Joaquim e José Esteves Montalvão.

... ~ ...
• ' · j
·, 1·:~•.·.···ilii·''"-lilii''..•.·'······'·---'111!1-----~'.':"
-

~- -.:,;.,,,---- - ·
- - - - - - - - - · ·· ··. . . .
l. -l i· i
-··, · : · ·

"'
"

. ,

55
hábil .e inteligente e, pela si~udês de seu caráter, pela respeitabili-
dade de suas ações no meio social em que vivia, exceção apenas .
a certos casos de coração, ninguêm lhe ultrapassou no prestígio
,,
que ali gozava como chefe local do partido Liberar. . · ;':..
Sílvio Romero não disse verdade quando o pintou sôbe csla
feição: "O pai do poeta tinha gcnio folga.cão t satyricfJ, pronun- 1
·; .' ··!
ciado talento ancdotico e innegavel quéda para as luc~as politjca.s l
locaes, nas quaes se revelara intelligente, insubmisso e desabu5ado "~ ".,. .:,
·r ;.
Pura invenção de Sílvio Romero l ·• ''· . '·' ..
Conhecemos diversos macróbios de Campos, que · foram ami·
gos do capitão Pedro . Barreto e todos o recordam como homem
sério e digno áquela ·f eic;ão antiga. Ademais, em meio pequeno,
um tipo, que fosse assim, não passaria nunca de moleque e nunca
.
- .'
•; ,

Jhe dariam a patente de major da Guarda Nacional, quando essa


instituição militar era P,ignificada pelo lmpéro e que muita gente '
bôa não angariava nem a de sargento. · . . . . ~·

Chefe político de prestígio, teve algumas lutas, mas essas não


degeneraram nunca em violências. . Era um homem de bem e, ainda
hoje, sua família, em Campos e em ltapicuru, guarda a linha antiga
c!c sobriedade social, que a torna querida e respeitada. , '.
Por essa invenção, aliás inocente, de nosso querido . Sílvio Ro- -;
~1
mero, é que, com tonalida'cks ferinas, inimigos e falsos admiradores ' 1

do filho, hão carregado no estribilho das adjetivações. Por exem-


plo, agravando, alude o sr: Hermes Lima ao capitão Pedro Barreto·
de Meneses:
"Tipo folgazão, liberal-jacobino, a serventia do ofício quali-
.Jicou-o socialmente, no meio escravocrata " ~ ·
·•.. ·'.- ..:'"; : '{'

Não é verdadeira a afirmativa desse escritor .e, uma a uma,


vamos demonstrar a inverídica imputação : ..
a) Tipo folga:ão, caçoista nunca o foi. Não há, cm Camt'lôs, ......

uma só pessôa que lhe repita uma s6 anedota, que lhe confira tais
adjetivos que, em sociedade aldeiã, desclassifica. Leu isso em
Sílvio e transformou o termo satírico em caço1sta. O hbrr.em
satírico PÇ>de ser um cavalheiro, qUe goste de vergastar, com um
dito ou com uma metáfora, a alguêm; . mas o caçvista é o indivíduo
sem linha, que se nivela ao chacoteado, que se v-.ilgariza, como
palhaço, nas rodas que fr~quenta, com pilhérias, que o não recomcn-·
dam à seriedade, a•l bom tom. . ,. '
Ao contrário, Pedro Barreto na homem 1iiudo· e sin"ular-
mcnte genioso, pois, à maior amabilidade, casava admirável iilltivcz ,.
e, quando ofendido, s6, conseguia acalma-lo o irmão Doming-os ] osé
de Meneses (,i6is, a quem obedecia muito pelo muito ·que se amavam.
, Aliás o .que ofereceu ao pai · de seu mestr,, de seu orientador
. filoaófigg, fê·lo Silvio Romoro ag teu, IOf\mdQ ac pode verifiçar

..
· ·,,~" .
" '
·: ~·.
' : .. / , . ' ...· . ' •1 "(
'
'',.-:·· • ' . 1 ..
,, .-~ \. •' ':
" ~.~'
, " · l •

..... ... a ·~, ·..


.. ,, ,,.•.

,, ., :-;·..

~ ,. .
• ,•

.... .\ "" ....'


.,. . ~i'
~
• .

' . .
na~ ·re~postas 'qu.e derà :lo ·inquérito elaborádo por Joã~ · 1to R.1~· e!!1.
' ., .. . ' . .. .

.. ·
que afirmara ser ·seu genitor "muito intelligcnte e ·muito ·sat111cú . •
De 'frito, de Pedro Barreto de" Mencses, •J1ão ~e encontra t.ra?1-
çãb· n~nhuma que o c'omprove, ao pauo '. que do taknto10 bra~1~c~ro
n~qralizado, ·~ pai cl~ Síilvio, ,,se scn~c-.o c~pírito ar~uto... d~ s.at1ra
at~~n. pcquemnas coisas co!11º· por exemplo; nes~c aviso :;eu contra
" ccqo: falido. fraudulento, de que era: uin ·dos · credores, dado a lume
·noJCorreio 'Sergipensc,·· ano XXII,·:núm~ ··ss, de . 4ª feira, 14 <le se-
tcmbro de 1859: .. · .. ... ,,,,;..'. "'1.'":ü-. ,·.;;. .. ,:..... ),. :. ·
lflt • ',· .• . -
· ~·" Ninguem contracte i>Or. forina~lalgum;a:·: com.:- David .Martim
:d~ Goes Fontes ·1° tabelião .da villa do ,La:garto•. com . uma~ moradas
de casas de taipa e ·telha 'n a dita ' villa;rum isitlo1com ·t·asa, cercas :c .
mais bemfeitoria.s ao
pé do açôgue cta· mesma>o.,escravo João ~rioulo,
e Victoria cal)ra, gado e assucar que diz · reccb~r:i; insolutum de Ray-
t!lundo José de · Sousa:, negociante ·n'aquellaiivilla; e d' onde se retirou
furtivamente com familia e quanto :pôde:C:Onduzir, 'visto que o annun-
ciante e outros pretendem. em discussão :judiçial .mos~r~;-. que lia b-an-
saçãô houve dólo em ·fraude de rnuitQs . créçlor~s ,çlc . nãe . pequc!l"ls
<1uantias, a.pczar <lo sr. David julgar-se credo,r :privilegiado por uma
escritura de . hypoteca feita· já quando . Raymundo se achava se;brc-
carregadissimo de dividas, . cujo,s .credor.e s.. alguns chorão sem. re-
media. · · ·· . . · . .· ·
·~ · :· ).. ~." ; \ t{\,• .', ~.--, °' ~ \
1
1' • ,' '·' · •I ,' ; • '·" •',\-

L:igarto 10 ·ele A~o!'to d~· 1859. ' ' '"" ·. ' >.: 1
··. ;·, ~ . 1 : i ~ ·,. . , ·;~,1 ~ : i; . . ' .. 1
. . ·· . · A11drc Ramos Rom~r" º'.

Aquele final patenteia a y~ia do. rico . burguês lagarten.sc, 11ad.:i


labrego como são os galegos , ~, Yilla·Npva-de-Famalicio, m:.ls inte-
1;;?.e?!tissin~o· e ta,nto. que, do varcgista André Maroto, ,\S\..'\!ndeu, . su-
cessivo, a alferes e a ·comendador André ·Ramos Roméro, oom ; :lber-
to, acentuado (22). . ·if. / - i;.. " '

(22j Acidcntad,a,. coi~o todas as foi " do p.1 i de Si!vio . vida~,


R m11ero, d=i .4ua.l }llu1to :teremos que falar nesta .:inota,ão ~m
1

~omo llOi,11 ras partes deste trabalho. '


Sil~-io. · n~mero_, tomo é natural, mgulhav:\ -s~ dele, Qcrn como ·
d4i& proh1~>1J ,avocnJJa e, não. 5tnd.o bom gc-ncalogista, pt>\i o\k u.mca.
lhe sobejou tempo para tais m1nmlfnd as, po:ssuidor de noventa e

t
n0ve por cento de ·sangue h1io, herdtiro de um povo rom n~s
. <:uc a tudo po~tiza, natural é que, interro"'ado, de e~oiro, i)clo
· de Jcua
que 1
ª'!ltP&11ado1, ae ac!Mlue cm momcntinea ·i(Yno-1 ·
'""eia,
3 rt•l:
.. 1
puder&&
• · •rccora~r.
Lt
com te1,i1po.
.
a iC\\f pi.rcuki •
\:m L por-
44dwinho1,1 uma <>1.1omlutlca parA eles, tliz~ud<>-~ . neto t, 9'l(ta.rt(\.
.. outro, ..André, ·Romero e d. Joieía Vaz Carvlillht,... P& \;n\o de
n<>rte; neto materno de outro portu;ucs tt • portuguc~cs do do . .
&~io ' dócil," temo, . bondoao, Luia Antônio~e:: !, ma1 tssc de um
,tora . casa.do .cOm d t Rosa Luduvina ·da Sil . e . V~atonc..'tloi, qun
' veara. 'o··quo 6··verdade ·;
~---- ...---~-~-- .e: . ·~··· .
.·.· ,·.·~•·'· ',·..····:)'X·'. ~:;:;f;iW?:it·.·;:~~~~~
)•
',.

. ~ . ..., . . ·[ ·-1•f '.'(;1J.?:.. "" .:, ""~'"'<'.:;.-.•';J'


•. • jr: '. 1 . . ·, r1.-~> Í"' ;·:..:1!f;~.:1::~·.: ,:;
. ·' . ·r

~ s}- . '

• , . • ~, ' ' .

b) LIBERAL JACOBINO é de pura i.nv~nçio dó· sr. Hermcl'


l • • •

Lima, para causar efeito. Até ~cu trespasse, dir'i!(iu t'.ssc putido · . ,_. . j: ~,
local de maneira intransigente, sem quebra de dignidade, mas sem , <_ . · ~. , ,·r.~~J·~·-:·~.. '1·

j ,•
, · I" •\::·
.. H~,t,: :•
,~.
' ~~
. .:· ~,. " ,;~;~~8:'.:)~
'·.
.
. ·. ·· , , ·r
t '•

"',,.~. 1 • r ~~, ., ~t~::r~;~:;


~m p:ute, pois que o nome do avô paterno .é outro e a av6 P~.t.~rn~ ..~', ,,, · · · ... ·.
t~m um Carvalho demais 1 Porém, onde, Síl v!o nos faz n ,r ~.é:,.ff .: · "-·7~.,;;.~I'~·
quando, sabendo Que o pai da av6 se chamav.1 Joaquim ']ús'~/ di. . · <. ·:.,; .."·''.<<~
Si\vtira e que, pela HISTôRIA DE SERGIPE., de t-: eliS:t>eléf '..-', ~;~;.::.~'<é~
Freire, hoU\~, em li97, um capitão-mór de Sergipe: r..bunaJo {]9a-· ... , ,; :: .· . :/::~.;çC'j;"!~
quim ~ Jos~ Monteiro. aliás o último aludido por ês5c historia~:l'os .. · :,-:··. :+.:·; ..:.- ..;.:' ..< ~~-...1
até 1820, o chamado período da lndepcndênca, aind.1. que houv~e· · }~ · -~::''·"· '!:. ~~j~
nmitos outros até 1810, quando á Capitania pass~c a ser dirigi~· .,, · ·,. · - .r; ·.:/?~·.;,..:t.~j
por govemauores e esses não foram mencionados pelo citado his ~ · ' · ' • · · :;.: · '.;- :::ü<R

~~ri~~~~i:~Q~:t;,~ ::ia;;;~·~~:~t: ';,,.<:::i:~ ~·i;:.:t'd:~~6~';:i'd~:º!


~font<.Üo do vefdadciro capitã.o-m6r, subsdtuin.:iO·') por Sil~ira e fez
' .. "' ·.~.~..·:,:·.~,J.·/-.~~'~f.~;,·~-. ;-_·.,:-~_;
. .. .. ...
e• ,-
.;;·

dele, ao invés de pai, avô da avó materna! Mal . sabi.1 Sílvio que,
no mês das flores desse longínquo ano, 1797, seu bisavó ~· e nã'.l '..,:..... >~- ~
trisavô - se casava e, assim, :podia ser .o . mesmo ·capitão:mór ! · . · ;~;'.: : >;.. ~

fuga~:a~~z P;:~~~~~cfa1il~o;ó;~~r:::Íid~:;d;asd~~~:ni~~ci:~=
tle basalto para o Brasil, que, muitos anos após seu· trespasse, um <
: -::. ...
. _ " ~ _ ~
~,~ :'·.~,- ,~.'-~-.:-~..:'~·..~.·:;_~
seu bisneto, rindo à cara lôrpa de iletrados e ignorantes, -:crto de •... ; ~ · :; - :_,...;.·:?4
Que poderia dizer tudo a essa totalidack de ingênuos e de .parasitas ·:- · ~X:.'- . ~~ ·:·''.1$A.,;
crerldeiros
. .
e preguiçosos, lhe rcstaurana. a 1go d o que comparll·1hassc · '·!., .. ; · 'l~~ ''".·.~.:·~::-~:
~~
Jo excelso nome cos Távoras, interfemíniamenrc ,atirado à !am::. ! , · ·· · · --
Sim. morreria o pobre do bisavô de Sílvio Romero, sem saber qnte . . :·
teria um bisneto que o elevaria de bisavô a trisavô e isso no honori fi-
..-~-.'-~;,.·..~i~.:-~.t,·~
~:" - · ··: .. _ "· :..-....__~. .~
.
ccntc ;"tuito

de proclatna lo, neste País sem H1'sto' r1'-•,
..
o 11
' lt:··
n 10 4·a ,.;;_
~· ·
""" «-.' . · ·::· ·-···-':<'f
~,... '...'-. · ~· A ~·\?".!..~~~.... ,
rJo-mó~ ~ortuguês ~e Se_rgip~ e, isso, porq?c o maio•·, .o \'C~~er~~ ..· ." .. ~~ ""i:.>. ~} . :··· ::~~:-., .'._:"~
1~te u~o. exclu_sivo his.tonador ele Sergipe_{ o rest~1.1te 5ao h1s:o- .. : . -~"" ··, :-.-.: ~ ~.:-~··~ :"1
nografos ou parasitas), nao encontrou a relaçao nommal' dos c~tes · ·· ..~. ·. ~ --. - -l- ·-.1'~
da Capitania até 1820, só o registrando até 1797, qu~ foi o capitão- ' ·. ·... "':. :· ': -~-,~ ~.:~~;;
~~~{.~uim José Monteiro, homônino dc. ~oaquim José da Sir · ·i; ·:,{ ·S~\';,1:~
Porque Felisbclo Freire só disse ISSO •.a ·carneira.da. indole.ute ... ' · l- -~ • '...: ·- \ , ~'·4.-·.-,.~· :_,
r.ão investiga; não trabalha nos arquivos, nos .çartórios~ acÓ.Stum.-t~.: "~·· -"· ~..-"' ~-- ..
a '6 ler cm letra de. fôr"1a, te~n como a~.ien~e: ,.Q\\C ,nada qlai~ boi. · : : · : "-!:. .' · ·
acerca .DISSO.!.. v l/Qrrqj o 1 rfferm,f/ . J).c4vi~ ,\. ~ •..1.. ~· .. :, ,,~ ; 1 ,.·1 ,. · '· • ?· f · 1~ ._,;•.~.
,. , (, "( . ' • • ~ ,.... ~ • 1 ' \ •

O último capitã.O·m6r chefe do ex.e<:utivo ide Sergipe e que foi · . .. ·~" ' · t''.''
t-ievado & covernadot1 em• uno, 1 com • a ,;patcnte·· 'de- ~ bri&adidro. · , fo.i ,... . ; . :·, ~\ .. ' . ;~:'f:·~~::~j
Manuel Inácio ·de Morjii " Mcsquita'41Pimcntel; ~ o qual, i:usirn com\> . . .;, ~ ... ~~..:..· ". \-}:~-...i.~'::;.
antecedera, de 1808 para ·trá1, a outros· capitãe1 ·more1 aovcrnadorc1 i ~~- > .·;'~· -:,~ :
até o Monteiro, que · Silvio' m\ido.u em· Silveira,· foi 1U\.7edido Pot' _,, · ~'
acovema.dorea 1 Qual 1 E' perder tempo 1 ,. (. ' : · · · ~. ,. · , ·• 1
Se m~nor fóue • a in~rcia, encontrariam o De~rcto r~~io d~ ·· .>•- .•
26 de abril de UU 1, que •Ufllm~ou ·r.ra ,' ~ anu;ais o ordenado .:· ..
do• novos governadoreir de Serrwe, verahcv.ndo·ie esta rraça no ,. .: · '
:atual 1ovtrnador da · •obrcdita C1phan"' ~ I··' "' " , · •· , ':...
' .~
.,. •, " .
-' •
·,, '

.. 1 ..
•'

-
~

58.
'
ofender a adversários, nunca ' tendo sido um exaltado, para gozar a
pecha de jacolli:no l ·, -·

:. ' ., • 1 ' ~

· .O capitão-mór chefe de Estado desapareceu cm 1810 l Aprcn-


dam l. . .
~. .·Para quem não ê ignorante de nossa legislação ·; cinol, ">Ó a ·
íi1tima afirmativa bastava para conhecimento pleno ela ilusrlo ra-
cial : der Sílvio, · pois que o cargo de .capitão-mór não implicava 'i
gov~rnànça administrativa da C,~pitania, que era dirigida por ~o­
vernadores.' e o último governador da Capitania de Sergipe, quan··
<l<>.~ suas rendas iam fiscalizadas para o erário do govêrnrJ geral
d~ Baía, foi, sim, o ilustrissimo brigadeiro Luís Antônil> <la F on-
s'cca Machado·, c~val:eiro professo ' na ···Ordem'· de Cn:>M, que che-
gou a ser proprietário no município ' tie ~an ··Crfa1oYam, ao qual su-
cedeu o brigadeiro Carlos César Burlamáqui. · Quando foi da <.'tnan- .' ·
cipação do Brasil e que Sergipe _pa...,so:.1 a ser Província, · o último
. gc,vcrna~or português foi · constituído por uma junta, da qual não
fazia · parte o português · Joaquim ·José da Silveira:L Ademais, o .
títuk. de capitão-mór, correspomle~1t~, depois, ao de corone'. co-
Ill:md<intc superio·r da Guarda N:;i.c!on..il, era ecupado pelos chefes
. dfl:> respectivos .tci·ços .d e ordenan,4'1~ da Milích e só · isso ignora
q1~x.1•1 e hocó ou quem, como Síl\l'io, se aligeirava em certos p~r-
11l.lénorcs, .que bem serviam · para . tapiar a índios!
No entanto, de superior ascendência hierárquica era SílviO
Romero. . · . ·. . .· . · ·
A\.i.Uele ·Joaquim José da Silveinl, a c}nem Sílvio confere, ro-
r.i;mt1camente, a~ patente de capitão-mór, era m1~ural <la cidade de
Angra do Heroísmo e descendente de seus morgad(\S, das mais
brilhantes casas do · velho reino de l'ortugal, da. família famosa e
trá,,.ica dos Távoras. Era oriundi:> da familia do ·~ôn~go 1\ndré
Pe;eira Sarmento com d. Maria de Távora <la Sih·eira, fun<la-
clorcs, na poética Angra dos Reis, de· um morg~\cb <:•mtpôsto de
muitas malhadas de trigo e de outras pensões. Ambos vieram,
para ali, acompanhando ao triste séquito do exilado ex-soberano .d.
Afonso VI, cm l 66i8.
N' e~.sa Ilha Terceira, já tinha ess:i. íidal~:\ e:-c-frdra parentes
ami(111ls&1mos desde o início do séc.:.i1.•) untcrior, quand0 sn' for-
. mos~ homônima e ascendente colateral, d. Maria da Silveira, se
ca·;ar.1 <.~om o ilustre fidalgo Egas Munis Barreto, aí f morga<lo,
· füho c!c Guilherme Munis, neto Jv morg;~d·) Sebastião :Munis e
d ] oana da Silva, filha do rcg.edor c!a Jn~t~..;a. em 1:-isboa; · Gon·
çalo da. Silva; e bisneto do alca1dc.. ~6r de S1~ves, .Gu1lhennc ~u­
nis Barreto e de sua -segunda cspm·~. <l. lnes, f1lh:'\ do alcaide-
, · . m6s de Far~, Gonçalo Nunes Barreto. Ainda era dito Egas trineto
de .Henrique Martim Munis, pai do citado Guilhcrm~ Munis Bar-
" n~to . .filh~ de Vasco Martim, ·Munis, a~u .. tc.travô .(Vidc ....an..:.."<o .
· núm .. 1). .

.. 1 •
. . .. · . ·
1 • • j •• ' ' ' ,, , ; . ,..., \ • •

. Foi essa d. Maria da Silveira sua primeira ·ci1Pôsa e~ncla ·houve


três . filhos: . Duarte, Henrique e Diogo . Munís . Barreto, . os . quais
acompanharam,. ao. pai, . já çaaado, pela acaunda vci, .. com..., d. "na
.. • ..

\ .
4 ' .
' 1
• ·,/· J
!J
'~ 1

.: 1
,. ;..,
' '
' "1
.1

~ . ...· .·
.:..:.. 59 . : ·.1

E' que · a hist6ria, por fenômeno incxplic.:~vel, se repete: Ao


·· · 1

filho, Tvbias Barreto, tambê'm se deu a fama de brÍJlador, quando


sempre fôra o provocado l
..
I'

Soares. no Brasil, para a Baía, quando, ainda, era a Vila. Yelha,


<'m 1549, com Tomé de Sousa, o pretendido 1~0 1rcrnador geral (a)./'/
Act'rca da outra ct. Maria de Távora ela Silveira, já a.ludi.:
n•os c.-n\ artii~o ri-;11arso ulgo e, neste momr1w1, t•, abaixr~, o ti":Ín!!- j
' i
crcvcmos: / '
ir
1
" SAIAS DOS TA VORAS 1

Sempre ao pensamento se engastou o íastir,io do Belo.


Não há olhar humano que se não tenha detido cm admirc,.ção . )1
:j
contemplativa nos espaços infinitos da Atmosfera. Suavemente • 1
atrai o conjunto harmonioso elos corpos celestes, que contempla- ·• ~ :J
j

mos além, entre os cendeiros luminosos da HidroF:cnada. Derra- l


mam-se, então, em nossa alma, eflúvios estonteacl<>rcs de suprema
poesia, que se espargem nessa outra Estratosfera do animal pen-
• ..
·
"i
1
&"\nte, que é seu es1>írito culto, sua mente elevada, coagulando
sóbo!a Troposfera, qual imensa nuvem esgarçada., como <1ue que-
rendo fugir <lo mefítico paul, que é a Terra, onde pululam os ver-
mes. que racionalizam o Mal. Sim, ·sem esse elemento nocivl'), que
é e Pensamento, a Litosfera seria sempre osculada pela H idros-
fera e a ardência evolada do seio da · Pirosfera, ao invés de sex-
rataclisma, seria enlevado sentimento soh.z pa!"?. o implume bipede.
:r.:· por isso que só nos cimos luminosos busca Homem devanei0$
à almã inquiridora. Institivamente, sal:>e ê1e apaziguar a tortuni
cakina.<lora no Além, on<lc vive o Amor. Da estância misericor-

a) Porque DiCJgo se sobr:escrcvia cc.m o a1klido de Tcks.


'º invés de Barreto, concluiu frei Jaboatão por dar-lhe co1ito iilho de
d. Ana Soares e, isso mesmo, razoavelmente, cm dúvi<l:\. Como
os vutros <lois, era filho de d. Maria Silveira, primeira ronsorte
-i . 1
. 'I
de Egas M unís Barreto, ambos cncavós de Tobias Bart"\~to de .• 1
Meneses (vide anexo 1), que, assim, descende dos Távoras. como - 1
Sílvio Romero, sendo parentes. Hastes de uma mesma árvore
explicar-se a extrema amizade, a nobre dcdica~ão mútu~ d~ doi;
gigantescos cérebros do Brasil.
Anote-se, também, que Antônio de Oli~ira Carvalhal. (1~h1.vô
de Tobias), foi sogro de Duarte, irmão de Di-o~o. Duarte ca~ou-sc
cc-m d. Helena de Melo de Carvalhal (hendecavós do autor de~t•s
linhas).
. ' . ....
Duarte Munis Barreto foi, da família, o \11timo morgado ou
capitã.o donatário da ilha Graciosa, vtndendo:o ~, P~r\l Ü.>r~ia
da Cunha, que, com 1eu1 descendente•. a poa1u1u ate 15~, pa">S&ndo
a d. Fernando Coitinho e, em 1640, a Pedro San~h~:5 Farmh& o
dcJCCndentc1 até 1730, quando incorparada à CorOW\, Foi duc*rta
entre 1450 e 1451 por marinheiro• da Ilha 1'orc"ira • foi Jtu pri•
m~iro ~ve>i.dor Va•co Gil Sodró. · . ' :.
,J

·'

••
. l
• •~", "f"';~

' 1
''•··· ......'

... ..,,'
·.·
e '
)
\
' ~
. . ·' ,'
..

- 6ó
· \ · · da
<lute trabalho mostraremo~ a nen iutna graça
No corrcHr L' P~dro Barreto cr~ um cava\hciro pudo-
graç.a do sr. ermc~ una.

. • . G de Afeto o irmão da
dio~a. onde ioC'a\a n lntchgcnc1:i :io rnn descerem po!i-
'{o.rtc . a consolatriz dos seres terráqueos, , parece . b . d •
~,· ' · · · \ \ ·envô\tos · cm me na 01'<:->
-~ fônicas harmonias de cantos < u corosos, . . . a
•;i- ierfumcs, a rcvoga.r as estúpidas convc.nç?e~ .do ann1:1a1 que ri. 1: "
. · ~ ar• completamente, as letrasR da_ 1rnsona co\etanea de l..c s ·
11
tc1u.,.. e .. ,
S.'X:1ais, . a sobr\!por o oraçao a azao.
Em meio às torturas com que, voluntária, se sacritic:t a F..s-_
tupitlez no Cáucaso vital, a,té que o Anjo ~ª. Pa7.. lh.e c~rr~ o~
lábios gélidos, ·consoladora clareira é ~ssc m1st.1c? ~ma1, mu-ia,loro
da Esperança. Alteiando-se a cavaleiro .das 1mqu1dadc3, e~ que
se debate a comicidade huma.na, entorpecendo a todos ~s s'?t,nm.cn-
tos ' balsamizando a todas as feridas, o Amor, ·como. . . o lª dt!>SC
";,

nosso Getúlio Vargas, "tudo construi". '. . ,


Enquanto na suavidade dos cimos se e~palha o ~onvidativ:o ·~ino
passional, cá abaixo, entre a Natureza em festa •. num f~nse1smo
chacoteante, torturando-nos nas vascas da Agoma, apelidamos .a
inodora flor da Decepção, a Moral, a horrend3. íilha do Vício• . que. ..
é rebuscada nos farrapos da túnica medieval, volátil : demais para
resistir ao sôpro da tempestade do Livre Exame ou do Instinto. que
lhe cospe ás concepções absurdas. Nada algema ao Anior.· Vito-
rioso cm todas as lides, a seu guante inconoclasta devemos tudo
que nos cerca, desde a virtude mais elevada a.o v icio mais ronsis-·
ttnte. Lábaro vencedor l.!m to<las as pu~n.i."'. só não c:omb:lte à
Amoralidade, que dele é sacer<lotiza instintiva, porqu-: a tudo igncr:i.

.
4

Nada lhe resiste ao encantamento, porquanto é a própria vita-
lidade que estu3 cm noss:is artt'=rias.\ Rei absolutl), su.:.!crano du
C.1.~telo medievo, guardião de todos os lares, impassivd l i;rita ca
Moral, cavalga os quadrantes inteiros da Tefra,

..
• '

PNtugal cm pleno npo~eu ela hta1.k· ~·té (lia. \·t"-'C l em que lus-
tr~va e &ilumhravt4 •.\ Eurüpa n fülal~ui.a lusitana, mais opuk\\tó\
cu c1u~ os reis. Século X VI.
Falc'ccn<lo em Lhboa d. João 1V, o Rt•staurn \o r, a 6 <li.! no-
Velnbro de 1656, c-uado com d. l.\Ü:S'\ Fr.in1..·,s1.·"\ üc (°;\\~mio, e an\e-
tit:i:iO<• o tre,vane do vrimog~nito ('lrinçii)(.! <.\. Teodósio. tiro\\ s~ndo
herdtiro da corôa d. Afonso Vl. o VitoriosQ, nascido a 2l <lc ·agôsto
d~ l <>H . N rw \tndo ~Ü•ÜC \e~a\, foi ~'.!;'\ \\\~t'I ll\V\htiil~ .~ \~.:ência . '•
aú l<J62, quando tomou a •i o 11ovênt.),'" Com l\U"' ' Q~ '\\-alid<l11 u,;•., · ·
roroa, eondu de Atou11uia e Cutelo M~\hor, ~ons.~au\a~m .vit6i~t~ ::\
contra E•~nha., conf«iera.da .com a Fran~&, • Yltónu.s,. q\lel ao : )Q\:,C1ll,\.~·· ·
monarca c.onfenram o aano~l\e honroao, .• ~\~, .,· de~d<: ·cedo. $C: ' m~ · . ·
t~ou um a~rn\óll, . talvH : n>0Uv•do ~\~ \*fahfü, de c1ue -tôra. taccn1e. "· ·,
tldo . aoa tre& ~"º' ' de td&de. í<l•Ahà.ar~ todo 1acu .. amõr: ,na.tcrno ~ não·' -
trepidou d. Lwsa em çaaar •~ füha .d .' Cawrini· tom· o · rei de ·ln· ' · ·
., . ... . .· ' '''!
•,
..
1 •
l ''

' .
61
noro~o~ ••insubmisso e de~:th11sadu" :i. inju~tiç;"t.!I. ·Provoca.do, lu;av:t ,•,
1'
em prol de seu direito e, aqudc que o não faz, qu<' não tem csc;e "de-
..j
.,1
~;b tcrrn, C:ul1)s H. cm d;u· rnsa a -;,·11 ntttrol filho, <l. J'cdrn lf, e J
n recolher-se a um convento.' i
C:is1)11-sr d. /\fons1l cm ](,r,r, com :.1 pri11ccsa d. l\faria Fran- .· l
f;sc:\ b:-il)l·l 'h· !-ial11li:l l'. a 2 dt• 11<1vcmh,·o 1k lúf17, rcrolhcu·~c a ·
virgem cspl:>s:\ ao mnstl'iro d:l Es1)crança. donde requereu nulid:J.dc 1
rk 't.::t.s::tmcnto, tendo como prcti:~sto a inh.abilid:\dc . física cio marido. ...1
Ela era am:rntc Jo príncipe d. Pedro, que despojou o irmão do ·. ;1 i

trono.. como regente, a 23 desse mesmo mês e ºano, l r~ndeu-o, to-


mando-lhe a espôsa, em 1668, com quem ~e casou, mercê \lo Breve . . ·: ..·_··1
pontifício de 24· <lc março.
Sem reino. sem mulher e sem liberdade, seguiu o iníeliz d . .• i1.-
Afonso p3ra o Castelo da Ilha Terceira, acompar:hailo, apenas, por .....
:--cu íiel médico dr. Cibrão, por seu confessor côueg.1 Perci ra Sar-
mento e duas senhoras da alta nobreza, que iam no rcdu:údo séquito
do de.s tronado monarca. Ambas eram freiras, d. Antôni.1 de San·Cai-
. . .

~1
'

...!
tano. filha elo físico dr. Cihrão. e a outra era d. Maria de Távora
<la Silveira, mais moça do que á. outra, mais nooic e mais beh.
D. Antônia professara no convento de Chela5 ·fie côncg-.is re- ·
grantes de Santo /\gostinho. Era excelente poeti':ia. . D. Maria de 1
Távora da Silveira era irmã do segundo marqu~z de Távora. An- 1
tcmio Luís de TáYora, e ambos filhos do 1° marquez desS<\ nobre
e.a~ e 3" duque de San-João, d. Luís Alvares de Távora, ali tambêm
J>roíessa.
Deslumbradora, d. Maria foi na Ilha Terccir(( a tentação do • 1 1
!
fiüal~o espanhol <l. Antônio Pereira. Sarmento, cuj1> "-:i.~·unoltu
fóra esmagado pelo amor. .
S(:is anos ai>ós de exílio na Ilha Terceira, voltou d. Afonso 1
f).lra a pri são do Paço de Cintra, onde faleceu a 12 de setembro ·1
1
de 1683. Por~m. no reduzido séquito do rei prisioneiro, n.io retor- i
naram duas criaturas: o cônego e a fidalga, que .;e Cclt15l)n·iaram ~

oo .a ltar da M:!t<'r Natureza.


f t>lizes, <lt> <'sp;'.uluas ao mundo moral, passaram a r,·~idir na '
i
antig-.t Angra <los Reis, depois Angra do Heroísmo, 011de vincubram
0'1org:ulo p:tra si e seus tksccmlcnte-s os dois f i<lalgos ln~mt~s <las
lmdas ilhas dosAçorcs.
O Amor, quando é amor mesmo, tudo pode e tudo ven<.e . ....
No século seguinte, o XVIII, uma outra saia quente d,,~ Tá·
voras servia de prctêsto para que ocasionasse terr~vd tcnqJ~stad~.
~ 11 e s.c: a.lastraria po r muitos anos, de maneira indemeute, soss1Jbnrn·
do cm sa ngue e lama, a h onorificência secular d~s~a nobr~ famíli~.
61 ~ 1 ;.iís elevada do Reino, protetora d1.)S j~suitas 'e ambos emra\"\!S
u 1;rnl.m;óts vaidoõas de Sebaatíào José. de Ca.rvalhal e M ~b. s..:crn·
~ri<> de E't•do d()> llt'~óó°' <le aucrra e estran,eir0i. iilimi~ú
franco dos último~ e fal•o contt'aoporindvr d.a.\luda. rnv.'\tnin1.kh
"" niuo, com a habihdad~ »imulaute dt tt\UI avoca'4f01 h\<'1.'lhu (a). • 1
1• • •
' .li. ,, .. " ., • • '
(a) A rro Verde, morubiK1Aba do. t&~..t.i.ljuoit, C:l'l \l.Ü J~ ' d.
Maria do EJplrit.<J Santo, quemia dt Jerómmo d~ Alb~uoenlu" i , ...
"
• ...
t
.
.
.1,, ..

.
.. . .,..~ I o' \, ' a >

; ..._ ;· Jt • •
.. .\1
...~ :' ~ ··/ .· \~
' '
- 62

\rer para comsigo ·mesmo ", ·que não " defende no seu direito as con-
dições da sua cxistencia moral'·' ,· equivale a um suicida, canta-nos ·
von Ihering, grita-nos o instinto de defesa. .

...... -.. -
Estava em pleno · esplendor a família Távora, à qual te 1 cunira
a dos Atouguias pelo casamento do conde d. Jerônimo de A taí-
dc ( b) com uma filha do 3° marquez de Távora. · Era êsse d. p-ran-
cisco de Assis de Távora herdeiro do 2° conde de Alvor (vila do
concelho de Vila Nova de Portimão, onde falecera d. João II), nas-
cido a 1 de oit~ro de 1703 e aos · catorze anos, a 21 de fevereiro
de 1718, casado com sua. parenta d. Leonor Tomásia de Távora,
nascida a 15 de março de 1700, filha única de d. Antôni•) Luís de
Távora, 20 mar:quez de Távora, por quem lhe viera o marC]uczado.
Fig\Íra relevante ela magnífica côrtc do ~resquissimo d. Afonso V.
que repartia seu temPo entre jesuítas e amores seródicos com fi-
á.'llgas, freiras; comediantes e ·ciganas> Antes que baixasse ao tú-
mulo, esse monarca . Casanova, por Pespacho de 18 de fevereiro
de 1750, nomeou ao. 3• marquez de Távora vice-rei d:.a. 1ndia.
Falecido d. Afonso a 31 de julho desse ano, após seis anos ele
1-•arilisia, subiu ao trono seu filho d. José, o Reformador, íntimo ••
da família Távora, tão íntimo que era não velado amante ele · d
Teresa de Távora e -Lorena, irmã e nora de d. Francisco de Assis,
poi!\ que se casara, a 8 de julho de 1742, com seu sobrinhc d. Luis
Bernardo de · Távora, nascido a 29 de agôsto de 1723, o qual seria
e herdeiro elo título, o 4° marquez de Távora. .
e Quando d. José ascendeu ao trono, a raínha viuva, d. Mariana
de Aústria, amiga íntima da segunda consorte de Sebastião ] osé
de Carvalhal e Melo, que f ôra embaixador .nas côrtes de Londres
e Viena, fez que o filho nomeasse ao antigo diplomata seu ministro.
Dentro em pouco. enquanto o "androido coroado" se envolvia eutrc
as saias da Távora, despóticamente reinava Pombal. que se via
embaraçado, em suas desenvolturas, pelas manhas dos jesuítas e
pelo poder arrogante dos Távoras.
O Távora Menelau tinha dois irmãos: José Maria Jc Távor~,
. . .
avô de d. Catarina de Albuquerque, casada. com o florentino Felipe
Cavalc:inti; bisavô de d. G\!ncbra: trisavô de d. Paulo <le Moura.
<1ue foi casado e teve d. Maria de Melo e, viuvo, professou com
o nome de fr. Paulo de Santa Catarina, sendo eleito custódio do
Brasil em 1617; tetravô da citada d. Maria de Melo, que ~e casou
com Francisco de Mendonça Furtado; pcntavõ de d. Maior Lui~
de Mendonça, que se casou oom João Almada de Melo~ hcxa.vô
de d. Teresa Luisa de Mendonça, que se casou com Manuel de Car-
valhal Ataídc e hcptav6 do Marqucz de Pombal.

(b) Descendente de outro d. Jerônimo · de Ataidc, tambêm


conde de Atouguia, primogênito da grande hcroina d. Fclipa de
Vilhena. Foi um dos heróicos restauradores de 1640 e faleceu em
1665, havendo aido aovcrnador do Estado do Bra~jl. . . ·
...
... . '" .
.

'
·, .f•

'
,.·-.

. :... · . .
... ·...
· S6 uma vez atacado, como veremos depois, lutou à mã.o ar.mada,
:>'~m o socorro da autoridade pública , antes , ao contrário1 . tendo essa 1 • '
"~
.... ~


. ..
, ·,

.· '··
. ,.

•' .
nascid<_> ~ 9 de sete~bro de 1736 e uma irmã, a que se casara com '· '

d. J<;_romma. de Ata1de, conde de Atouguia, que, como · o~ parentes,


~e nao sentia honrado com aqueles amores clandestinos da concu-
nhada e tia afim.
.. ·. ··

Era ilimitado o poderio dos Tá~o~as, ~ão só cm Po~tuga~. mas,


......'
.... , .
ip:ualmcnte, nas colônias. Era sagrada a pessôa de um Távora no ...
· n~ino luso. Veio o terramoto de Lisbôa a 1e de novembro de 1755, . . . . ... :;.~

seguido ele maremotos nesse mesmo dia, a 8 de novembro, a 11 de ..;; ... ·.-".~:.'
.. . ' ~
~

dezembro e a 21 desse mesmo mês, que deixaram ·a cidade em ruínas,


mas que deram valimento ao grande ministro, 1.krr.onstrando ~ua
calina absoluta e seu gênio empreendedor, o que lhe valeu total po-
derio com a rcedif icação da Côrtc por meio de . impost?s e da íw1."
claçã.o . de várias companhias, sendo que . uma delas, a do Alto Doiro, "
dera motivo ao motim do Pôrto, . que: o ministro abafou a. 14 de
citubro de 1757. enforca11d0o treze homens e quatro mulhere-;, . ~onrs-
• &uindo fugirem oito homens e Cinco mulheres, .e, não satisfeito, ainda
larn::ando outras penas · contra cento e .cincocnta e cinco homens ....,.
e trinta e três mulheres 1 ,, · ·
· Aquilo foi lúgu'bre e os Távoras, espíritos delicados, não le··
vararri a bem o ato selvagem do morticínio cruel d•) Pôrto, sendo
que havia um deles, parente afim, que ,falava ma.is alto: fôra · o ,.,
,.
poderoso d. José de Mascarenhas, 8° . duque de A vciro, que, em ~ .
1739, se casara com a. Leonor de Távora, filha do 2º conde dl!
Alvor e irmã. de d. · Francisco de Assis e da nora des'le, a feiti-
ceira amante do rei, .d. 'feresa. . .
•.
Calava-se o ministro e esperava oportunidade para· dar o
g-olpe de morte nos complacentes nobres. Diplomata, procurava
firmar-se mais no poder e, desse, afastar a interferência do rei
volrnll11oso da peçonha bragantina. . · ;
Nesse mesmo ano de 1757, por Decreto de 11 -de julho, foi
o território do Amazonas elevado à capitania, subalterna da do
Pará, com o título de San-José do Javari, sendo sua 'capital "Tho·
ma.r •·, elevada à vila e freguesia~ cm ho1wa a '' Th.:>mar '', <·idade
e cabeça <lo concelho de Santarém, cm Portugal, junta das ruinas ·.\
de N abância, que foi dos romanos e visigodos, aceite pelo rei de '·'
.bom grado, porque nisso havia uma lembrança à cw1had:i e sogr~
eia. linda Tcrêsa. No ano .seguinte, 1758, Pombal desf1zeré~ o lindo
engano, criando a vila ~e Barcelos na aldeia d~ -~~~u-iná, ,~ ~ ..de
maio, e para aí transfcnu a sé:dc da,_ agora •. Ca~itama ~o Rw Nc-
gi·c1, ficando Tomar s6 como frcgncsia e dois. dias. depois, a 8: ~10-
mcnartcando i;ua vila, mas, agradando ao rc1, criou, cm ~laia, a
vila. de Pombal e as freguesias de Santa Teres<J e Jacobma; no
Maranhão, · as freguesias d:e Santa !erasa e de Pombal.. ~cndo
que aquela ficavai onde hoJe é a Vila No~a ~ lmpera~riz; no
Pará foi criada a vila de Pombal, que depois fot transfonda para '.f·

Port~ de Moz, que já era. freguesia desd~ . 1639,. af, na primitiva .


aldeia de Muturâ, ·· · . . ..

.,
J •• '"
- t, ,. . . · ..·
--
,......

.- 64 -
· e a contra si· mas quando a venalidade 'de um juiz bmcou,
em surpr z ' ' ' ·h l J · p· ra o ,
· ··svcrsi"dade
pnr pe1. . • .•ra 1, aperta- rJ, apc ot1 ·1
ou riór curteza ccrc
Trono e obteve a justiça a que fazia JUS._

Oito a)1os depois. em 1766, onze anos antes de subir a~J trono
<l. Maria I, a 22 de julho, foi:. 1.1a Paraíba, . elcvad~ _outdra. .,·1 Ja ~c,m
0 nome de Pombal, . que s6 fo1 1.nstaln.da a 3 1
<e .mato . e 17 7.2 · . ·
.Pn1ÚIJal era vaidoso de sua obra e tinha ~azõcs G meo;;t1ç•) de
.
sani:;ltC brasileiro: tod o caboc1o e, ass1111
. .' ·. · .. . . • , '. ,
Na 1ioite de. 13 de setembro dé 1758, r<':c~1lhia-sc :> rct ~H) !~~!:1-
cio de Ajuda, quando ao passar .~· ;'>Cgc entre .:i._s . qmma.;, de" {; 1:11~! "
e do Melo, recebeu no braço direito alguns tiro~ de baca111a1.tc,
sah·étndo-sc, porque errasse fogo um des.:;cs ·e porqu<:. .o ccchc1rn
fez v0ltar ·Y c:Hro para trás, não .:-0111.im1a•1do o pe.~rn":; n.p11~:t o
· p;t<;·). N ãi: ~e' co11hecén ningilêm 1fa .tocaia..• Por,·111<' e · rc1. ,·rnl!a
da casa da amante,. não teve .dúvida o ministro ..de mac111mar o
<rtte tanto deseiava: 'destruir os Távora.s, ·os principais protetores
dos jesuítas. Silendoso, ínstáurou o proc~sso · à puricfa<le e o pre- .
I
1>:-trou como J1uis. > Para despistar qualquer temor da: ilustre · famí-
!ia, -conti1111o'u com· suas homenagens a ela; : chegando mesmo a hai-
xar a Ca·rta· régia de 2.2 de novembro (1758), pela qual se erigi~ ·•
.cm vila a alcl~ia do Geru, com ti nome ' de -..::. Nova Távor~L· · Não·
havendo outra com essa denominação.· aqueJe ·" Nova" tinha, de-
certo, ligações com Teresa, a · nova Távora! . . . : : . · ..
Eis, poréi11, cOm surpreza geral, que rio dia· ·13 de clezc1.11bro.
foram prc-sos por sua ·ordem, · e'n1 nome do rei, todos os membros
cia família Távora, inclusive criados, genros, etc.. ~ ·
Ia vingar-se o cruel ministro: o rei era mesmo um Hrng~.mça
ckgcnerado; uma pústula. ' · . ; · .. • · · ' ·. · ·. ·
Afinal, ;talvez .a pedido <lo a~1a1~tc, · foi Teresa perdoada de
11Jorrcr, mas internada no .convento de Rato, onde mofreu, anos
após, desprezada 'e cm · conipleta mi~éria, enquanto seu;; parente~
foram co1Jde11ados ao supliício por sentença de 12 ele ·junciro <k
)759, cxccut~da no dia seguinte, 13, e1ú Belém.
Man<lava ela que se exautorassc o marqurz de suas honras.
dignidade e comendas, bem como aos seus .~ .Que a tod·)S se r1l1cbré.ls~
' S'!l1l, ;111tcs, .. ''as canas . dos braços e <fas peruas". e11fon:ando-us dc-
rois. l'.or<i,m cxccuta1los o~ nmrquczcs, o garoto Jo!':é :r-.fo.rb. 1\ duqt~e
de .Aveiro~ o co~1<le de Atouguia e quatro pop11larcs.: Brús José ·'R o> .
n:ie1ro: Joao Mtgltel, Manuel Alvares Ferreira e Antônio AlvarO:
h::rrl'Jra, tir:-11do <IC'pois queimados 'os corpos e lançadas as\ dnzas
ª.º vrnro.,
1
.Ordcmra·s<.•, nindn, que se pk;.1~.sc:.m as armas 'ela fami·_.
ha : pro1b1a o . u:;o du apelido Túvora ! ,· ··' · ··
• , ~e~se di_;~, ~ pof.~ível,
por or<l<>m elo Cons~lh~1 Ultrnln~;Íno, d~~!:.\
<... da~a<.la. de
haia. a· 30 ele dcT-cmbro <l1;: 1858, o ouvidor da. Co · .
<11• S"J'"'IPC J 1 1 ~ {' \. ni.trca
t· Í· ·, l .. :
Jiªl"~arc • . igue1 1 ires Lobo <k~ Carval.haJ. l'stava. i11s-
,i~ ª~ 11:~,;l c~:a de l':Jos~:.'1. Senhora <lo Soc:orro cio Gcru, a vila
º:..
· " pº\ ª, ·avor,1_• ~~RUllldo·~c n de PQmbal,· em territúr · :> b· ·.
) · orem Nova T' · f · b . . "· . "· a1ano
.Gcru "·, . .. , . . , ~vura c:.uu ·e 01 su ~t1tu1.da . por . ~' Thomar d~
.. J
Os 'fít~~r;i:s' d~· ·Po1-'t~~al, . ~'da's 'ú1~a~'· f~~~·,:~,;;, 1q~~~e \tido.s. 1.)' .
. J
.
'
. , '1ra '~
' ()
--: ..:·;\ _,
. '·, . ·" fl
·; ·~
.' ' .. (•
.. ·,, ·.Jiol
·.'. ... ~ . r ~..,~·
' •'.- :··, ...

•' "'. t
. •' ..)· "
" .

.'>ff . :: .' 'i J•

• 1,;;- . •'
,. .. ._·:· ..>:;/..,·(: .· • ~1 ·'.1 .~ ..• :

- 6S -
Não foi, nunca. jamais, um jacobino t . , • '
e). Aincla outra injustiça do sr. Hermes iima, qu~nd:) nfirma,
' 1

<• Brasil uns, que lú ficaram, u omitiram e, aqui, o suf;;tÍlttiram 11or .


j' '. ... (o ~>,,.
T;l\'arcs e NolctC'. . ,_ ..·.

Os Ta·vares, Silva Távora. a1~tc!\, foram 'o:ira o Rio' 'Gi·andc dQ . , . l.:~-~ >. i~
Sul e um deles, Antônio Fernandes da Silva Távora, a[>Ó~. Tavares,.·
• ·-,:.,,J

,.
se localizou no rio San~Francisco, cm Sergipe, . 110 morgado da-_ ' , -.. -./
família Castclu~I3r:mco, o uual se casou com d. Frandscâ ela Silva' -.·

TivarC's e foi fundador dcs~a grande família <lo Estado (a). ._;~
Mesmo denois da queda, cm 1777. elo conde <lc Oeiras e mar~·
quez de Pombal, não foi feita a reabilitação dos Távora$ f 1 · ,,

Com que <l. Maria I, a Piedosa (? 1), se empenhasse · p0r isso;


))crantc a comissão revisora' da sentença infame, que se :cnnira ~
a noite de 3 de abril ele 1781, e essa satisfizesse à c;obcrana, o pro- ...,·,.. ·,, . :

curador da Corôa, João Pereira Ramos, na exação dos dcvcrc~,d~ ,,.~ !'

~eu cargo, interpoz embargos à favorável decisão, que nunca maÍi foi ' " :;~. :.~·-_ ... .
.txccutada, continuando infamado o nome dos Távora:; e pcrseguid~
quem o usasse. .
No litoral, como nas ilhas e · c~lôni~s, c.ontinuaram·~·se as per-
sc-guiçõcs. No Brasil. como lá. viviam incéig-nitos e muitos se pas~
siiram, assim, para aquém Atlàntico, mormente <la cidade ~{~ An~ra.
1><>1s que, na terra do Cruzeiro elo Sul, encontrariam µ.17.. não seriflm
perseguidos ou, mesmo, mortos. Sim, o Brasil era a aspirada tcrr:i
de Canaan (b).

(a) Nela houve três filhos:


1) Capitão Luís <la Silva Tavan·s, c1uc comprou e. mor~a.Jio
c~stc::l,J-Branco; ·
.t) Manuel Lino <la Silva T~varcs;
3) João Fernandes cb Si~va Tavares, <.'asado C·. )tll <l. ~faria.
<le B.:irros Vieira, filha de Antônin Soares cl~ Melo.
Sua viuva binuhou t'Olll Antônio Canlti~•J dr~ Mirnnda Cha·n~s.
filho rlc um coi111xrnhciro claquclc, vdho rc:tad·)I', que' diziam ser
t1m ex-jesuíta e se dava como se clmmando José Cant~-.~") <.l~ Mi-
ramh. Chaves e, dele, houve os íilhos:
J) D. Maria }··~l<IUina 1la Cost" Nmws ;
2) Eduardo de Hrito Chaves ;
3) _losé de Brito Chaves ;
4) Porfí rio Romão de H rit• i \ha vrs, <."<t:;ado c•>m d. l\faria Nu-
nes Ba·rl>osa, fill~a .te Manuel J(•Sé Jfarhosa. ,· .

·o ·fidalgo Tavares era bi~avô <k d. JxHiua t~ç l..ima Nunesi , l ' ..., , ·

c;horada consorte <lo <"onmd Fr;mci~co Por{ír:o d\~ Brito.


O ex-jcsu'íta é bisavô do cornnd Frandscu Podírio Rdh>. ue
aludido acima.
• J ' ••
(fJ) Forçoso é coufr:;:mr •1uc n~m tucl..i.s :t;; !ll1"s foram liLh'.'to ·· i
úc corrimaça:;· cunlra 01 ·r ~·1vurn:; e na l!C1 Corvo, a mais t.>cidt.:nt~l ·e i
;l mai1 i111iguifjc:a.ntc dof l\çl'1rcs, l~lllKlllJ rnd1t·uo insul.ulc> no Afüm. 1

lko, intcq1•dada <;11tre u Euru1•a e a .'\111.é dça, vivçrmn, lX>r um.>~, · ."1'
i r~ •
. ;j
' . ·:·
.
·.;. .
,.·

.. . \

' .·. . '· \ .. : ~:.. ..~:~-:.t~·:~ -~ ·-~

·' · ·... .
·.·_.··: •·••.::·_:_ ·_.·_.,·•... :·.-,:· ·-~...••·.~:·_
.~::.._•.~:·_,·.·:-.'..;.,·.·.•-.:·:~_.:,'·..:-'
.-.·.:' ,'.·,. ~". . )' '- .- ~· ·~- i - . :
' ;,.:;::~i\:::, . ,!
,_
..

..... 66 -
(lue "a serventia do ofício ciualificava-o socialmente, no meio es-
cravatorio... ·
Antes de tudo, ainda hoje o município de Campos não tem
''

Filho dos amores do cônego d.· Antônio Pereira Sarmento com


d. M\\da <lc Távora dC\ Silveira, os fundadores do morgac\\') de An·
gra, foi o' famoso e devasso frade Bento de TáV'·:>ra da Silveira,
mis51onário do convento de Nossa Senhora elo Carmo da Província
do Brasil, em Salvador, nessa Baía onde viviam, des<le 1549, seus
parentes ilhotas, os M unises Barreto. ·
Eram os Távaras andaren~os. Em · o município c\e Campo rio
Brito, que foi desanexado do de Itabaiana, há um lugar chamado
Ta~ra da Serra, mas que se chamá\ra, até certo tempo, Tapera
cl0 Távora. entre Junco e Bemfeita, sendo aquele nome vulgar e
esse recorda o famoso povoador fidalgo Salvador d~ Távora, que',
entre <:utras ~smarias, em Sergipe, obteve, com outros, a 15 de no-
vembro de 1609, vinte e quatro léguas do extremo de Itabaiana a
Geremoabo e Sa.n-Fraricisco. ·. ~ · , · · ;
Voltando a n~s~o frei Bento de Távora da Silveira, dizemo::; que
a 4 de julho de 1692, na cidade do Salvador, na Bafa de Todos os
Santos, fa rua de Baixo de San-Bento, então arrabalde, em casas
,1?. residência do capit5o-mór Belchior . de Afonscca Saraiv~ Dias
!\loreia, esse e sua espôsa e · prima, d. Antôn~a de Góis, duaram ao
r·a<lre-mcstrc frei ·Luís ela Trinda<l-~. presidente província\ d0 con-
vento de No!'<;ll. Sf:':nhora do Carmo dcs~a cidade. ao reverendo \"l.c1.drt!
frei Cosmo do Destêrro, prior, ao padre superior frei Manuel <la
Trindade e aos mais mesários ck> Mo'itciro. várias coisas cm suas
fazendas do Rio-Real, alins já .antedormei1tc cloada.s pdo bisavô
do novo doador, Melchior Dias . Moreia, o Cat:'lmur't, cm 1622,
no srntido d~ crit~ir-s<.~ ttm hos11kio para os mesmos religin$03 com
' .

os Silveiras, de onde se passaram para Ca'>t~lo ele Vide, no Alenwjo,


e aí foi cm ·1-. nasct:>u, a 12 eh~ ju\h<) (\e 1780, o grande Jo-;é Xavier
Mousinho da Silvcirn, primogênito e, pois, m o qr,;H\o (h ·hcrd~u\c dos
Silveira~.
Consd!1~ iro e ministro <h Fazenda de d. João VI, havcrn.10 ~ct·­
vido antes de juiz de fora. de Marvão ( 180,8) e de Setúbal ( ~813)
e p ..ovNl0r cm Port,..kg l'f' ( 1817-20) . Fi<\alg-o cavakiro por Al~
vará de 8 de agÔ!to de 1825, com d. Mi~uel, foi for~ado a emin·1 ar.
D. Pl'<lro, o ex-imperador <lo Brnsi\, nomeou-o ministro da Faz~nda
a ·3 de marc;') de 18Jl. No:s Açores. ~lc e d. Pedro tudo llCl\~ar3.m
1Jara assegurar o trono de d. Maria ela. Glória. Da.i foratn ao Porto
~. ~~ 1uma, ª. Lisboa. A seu pedido, d. Pedro, re~ente e111 nome
ela . hlha, a assmou carta alforriando a i\ha de Corvo e ta\ <lc San·
M1gu<.:l, a l,~ d~ maio de lt~32. l':rn .u "rcdcnpção da nltima Tlmh
J>?r~ugucza , (.ht-nos Almc-a\a Garrett. Faleceu cm Lisboa n 4 '1e
~·,r~l de 1~~9 <.: mandou, cm seu testamento, que seu corpo tivcss ..
Jazigo na ilha av<>cnga. no 11c-qu~no escolho, marco de sua. s,) \!
•.un:1. acs navcp:antcs, tendo a tremulai· a · gloriosa bandeira ah'·~q.ull·
que 1he concedera seu li~rtador. · 1 a:t\t '
: í .
.i:
. 1.
.. !
. . ... i
~ i .

. : i .. .
• 1.
- 67
1
ricos. Toda gente é iucktK'n1.kntc, toclos são pequenos iavr~ulorcs. ·~ / .•
N'ão há mbéria, nflo há fome, mas não há cabcdais. O nível eco-
' ,

' . ·1"'·
v:"tri:-ts nhri:rac..:••~s. o q11c 11:!0 fizeram tH'ssa época e, assim, cm 1692, r:
prorur:wam d ~·s n·:tlizar nova dna\:i'io. /'
f:
. j .
Ac<.'it<.', foram marnla<los tiara l;'t, onde já existiam o engenho t..
S:mto :\ntúnio <' a i1~· n·ja Nossa Sc11!1ora de Jesus, o~; frades mis
sio11:írios frei~~ Do;nin)l:ns Barhosa e Bc11to ele Távora ela Siiveira, · i
1 •

irm:-w ele 11, T\fari;: de Tf~vora da Silveira, a fidalga, linda cspô~a 1

. do côm·go d. Antimio l'cr(:ira Sarmento.


Três a11os depois, cm 1W5, frei Domin[.;«•s Barbosa p('clia ,,•
/. :j' .".,.;
>r.·
e<mfinnaçtío <hs terras cl:xHlas e permissão 1nra cclificar o Hos- . ·I ;
JHCIO. Pc{lido informasse o procurador ~I?. Corôa. deu parccc:r .• 1 ,;.
ront:-úno, has('atHlo-sc cm informes do .g-ow:rn;td·.l:- geral, que se '
l · ~.
• <k'ctmH~11::a;·a nas :rntorid:idcs eh Capitania tk Scri.dp~, e tal por- ) ~ ..
Quc. ' e reli1;icso Fr. Dom\n-;os e seu comri:i:1h~.i ro eram indignos ' '.
'r/'.",}
do 11<1lll'' de missi i.lll~rios, cm vista da viela ~s,~ :m<lal."ls.l. que leva-
v:un ... · Erct um frl'~cário o t::il do frei lvhnud de Távora da
,r ~.
--~,"

Silvcfra ! Se tin1~a o sani~uc C!Ctuantc elos Távora!; 1 'i1. ~:~ ;


Contudo, êle e frei Domingos, iniciaram a constrnÇ.ão do pr,;- . f..:
·,f·:-)'
<lio catúiico no lmmil<l:~ pago em que, mais trirele, nasceri:i o gi- 1
g-anh~ Pit;:i.:1 g1:f' ir:i. ~ nfln rcf~ta ~ mrnor dú ...,ida de qnc a prc~ença
def>cjávcl ou não dos dois lovdaccanos frades nas· praias do Rio
Rca 1 muito con~ rilmiu p:ll"a que se fundasse, em S:m-Cristovam, 1
:i 16 de junho de 1739, a Ordem do Carmo, scnd:) dela provedor f
o ;);H.l:·f'. i\11;;;:!! > ck A :-:iújn d•1 · La~~o.
1 ,
l'i1!1~ > ck~~ ·;~· f ra<lc c·1rndita. e lll'to d(J c<)n•.!:~c' d. S;~rlll('rtto
f~)i J\ntr1nio de Tíwora da Silveira, qu~ :-e casou com d. Jcrônima
1
d<! N cvc:;, C!rn ;)o:> ~imh. viyos e rcsident~s em Sa11-Cristov.:.m,
cm aJJril ck 1755.
Fillw~.; dr:.sc casal foram Manuel da 3~1-:cira Nolctc, o capitão
Antônio :fa. Silveira Nu!ct~ e José In:kio ela Silveira, sendo que
o.s dois pri:nej;·os eram r('sickntt:s cm Sergi9·::! e o úllimo cm J~<.iía,
mas to~los 1ntur:i.!:.; clr• S;>.n-Cri:.tov2m, r.mdc · Mann~l da Sil\·eira
Noktc '.Ta t:ddi :in iiúblfro, scll'.b q1w o '-'~pitão t\ntônio da Sit-
n:ira Noktc n ·:;idia t•111 o 1111111idpio d\! Sa111a Lu-;i:i, na arquípolcs
c!c Estâi1cia, ant,~ s 110 c11gc11ho Hetiro, t•m Síln-Crist1wam.
. Manuel e Antônio, quando <lo início da pcrsig-uição aos seus,
foram : a Angra e lú se co11surciaram c0m duas pri::1a;:, ambas
irmãs, o primeiro com d. !vfaria Joaqnin-:.t ele S:rnt1 Clara e o se·
gundo com d. ?·,faria Joaquina Vidra Ti1v Jra. Em sua co:111xinhi<l
1

trouxeram a ~;cu sobrinho, clc-las, .José Pcrrir:i Sarnwnto, que foi


residir cm Séi11ta Lusia da Estúncia, onde se ras-Ju c0m d. Fran ..
cisca Go1u;alve1> da Crni..
D. Maria Joaquina era a morgada de An.~Ta e, com s~u c:i~a ..
mcnto, pai.sou a i;c-lo i;cu cspôso, Manuel <la Silveira, qu<· o arr<.·n..
<lou ao irm:Jo residente c·111 Haía, .dito José Jnádo, .lJU'.! ainda t.·n·
contra1m.11t, nc:;r..c cm·;u-•'º· no uno ele l 7~H, ci.u.ancb o <.t lcttt<.'i rc e.te
trigo cm~tµv;l ~l.W (meia pataca). "" l .. ·. . .
llram da:; íil!m$ de M unm.:l. dl! I.wo1.l da ;,1lvc1ra e d. Mana.
Joaquina de ~anta Clara,, a vellla, tcn;eirns mori.:ados, e :rmão

,· • ·,1
1
1

1
•. 1
•'
j 1

1
1

. . -~- '
1

.. ' rXNissod•. ainda, acompanha. ;\ Lal~arto e a Itabaiana. \


1
1

ôm1co é gera . ou três o restante compõ.;.:-:se <lc pequenos 1


:xec~o. apenas, para ois , . 1

roprictários. ~ . ;: 1

1
1

• • <l 'f' t S'l 'ra (trisavô de 1

dos falecidos. então, Antomo . e av.ora ~ :\. 1 ~et . ( . i de José 1


Sílvio Romero) e de Antõmo Pereira Sa rmcn~'> pa 1

1
Pereira Sanncnto) · . . . - hos cc•m
Não sabemos como havendo dois f1lh~s. varoc~r'· am\ d
- ssou 0 morgado do citado ~ anuc e
Tá- 1
1

~cscc~dcnJftvc~:~o=s,J:ria- JoaQuina de Santa Clara, a velha, par~0 1

dor~{a~a Joaquina de. Santa Clara (a n~c;a)_, que se c.'asou com


1
1
· t: .· de San-Cristovam t Sabemos, tao ::;o, que o herdou _como 1
no
filho a110mais velho do. casal, no1s . que, a part' l"la at"
.1r e \,;. _ e seu . b"·npto
·". : 1
Francisco Feliciano f'.'errcira, só o herdav:i- ~ vara.o prnnogemto 1

e quando 0 morgado não tinha desccndenc1a,_ c~mo. o ~encnt~ 1

José Plácido da Silveira ~ita, passava para o irtn:?.o .1mcdtat~ ou


1
1
}">ara ::;cu filho homem mais velho. · Quer, pareccr-,nos .~~e ~o~ve­ 1

outros morgadias para · aqueles ou· tal cl~usu~ so ío1 . 1nstit_u1da 1

f'lllJndo ela era quarta morgada, o que não e cnvel, nem 1sso d~Lem 1
os velhos · códices· manuscritos e inéditos, fonte destes verbetes. 1

~mbrulhos do velho i:cino, . tão · coniezinhos na santa ignorância . 1


1
dos " barões assignalados " 1 · 1

Nos mapas · genealógicos anexos de XI ~ XV, que daburá- 1

1u:..:s c~m1 todo cuidado e com toda paciência d~ tr.iça d~ -cartó:rio 1


1
e isso como preito de homenagem ao Amig·o de Tobias Barreto, 1
amigo e parente, pode-se constatar mellwr. · 1
}.knur, ficara em Angra um outro sohrlnho delas, o qu:ll. 1

na ruh~r<iaclc, se sentindo ameaçado até na ?)rópria vida. peios 1

cfr~,cr0s :sandosi~tas de Pombal, que. sem <lúvida, apenai lhe visa- 1


1
va m os h'lvcrcs, tratou de fug-ir J):\ra o ílrasil, amoedando. ante-s, 1
os possuídos, faicndo singular promessa a santa Lmlovina de ClUe. 1
":! escapasse dos al,;ozes, tomaria csta·:k\ na n<..: v:i terra cum t~ma 1

do~1v:la pobre e a todas as filhas daric:. o u ::>me de Lmlo\ ina. cm 1

lw1~1enagcm à santa protetora. 1


1
T~l 1>0urinho foi Joaquim José da Silvcir;l, qrn.·. <.· omo a s tia$ 1
e o primo, verdadeiros Távoras, era rko . O tiu afim, .Manud, 1
t' rrl. hume~n rlc prc11tÍ'9tÍO na capital da Cat1 it ~u1i,\ de · ~1.: q; i\>1: dd 1

He1, na cidade de San-Cri11tovam, l!\IC Pc<lr'°' [, \lo }: rasil, muitos 1

auoa dcyoi1, pre.sumindo-a vila criada cm 1590, a n.·<·kvou ~lqucla • 11


c.:<itq;o~1a, •1uc tmha desde a fumlaç~1o ad111i1li-;trativ.l. Ül.l Sl..'.r· •it~
!iela Cd rt~ de Le,i <~e 8 de abril de lM.23, \' l\l.{:·m,1 qu\:', por i;i.al.: ... 1,
H:n : o JJa t, o prmc1µc -r<.·gcntc, <k11ois ·J. ) vtw VI, 1..k Portu~ a \ 1

~ma .° Jk\: rclu. de li de julhu Üc 1820, d""' '\l1J .. 1 n ( ~lpil~rnia d~ 1

1
L'l.u1yc. •~<:.l-Ht1.' crcando-a simpks C01.1H1\·~,_. i~ Capit~·mia, l~~t·~to 1
(4u<.:l· "1.>lll'1t uu~ 1t 1>a:rava, foh~lu"·ntc·, \~l\J e. ('fv1: <imi ~ o•t•<'Hlt.", d;., 1
1
~;' _., 1sl4~ 1:, d." .cráno do "ºver!'º "\!ral li'.Ã l\ a i..i.. lkCr\:tu que u~ 1

' ·cw ,lhunrt1,


H mt.
.1
~mo
r.
pvr~uc • Ua1a , rcl>r\:~\.'ll hl1.l·,., l'"l"' t \
..... "' r'l\'la \ 0 ro.
1
1
1m<l~ ~nto ~~ ,. ra11ça 1 o rasgou, o d~snh>rn! i.r nu \cv·\uuo..... ..,
1

1
na Ir
cU or .para ;;alvador , vrenuem .1
1o-o numa. ma.smorra • • que- ~1.>vcr , . ... 1
•tt 1,aaa, e, daí, para o forte do Darhalho l. • • • ' scrvtrt\ 1

/\ltm de talJcliào, era Mllnu~l pro1>ri.ttu',.1•0 1

de engenho de 1
1

1
1
1
-- - - - · - ·· ··- ·--·- -----------
,.

. ". •!'
. lj

r" •
• . ')' ..
. . ..., .',•
.. ,.
- 69 -
Nesse meio ' ·assim ' tlc 1kc1uc11os. lavradores,
· ·
seu nome
·d
aapro~n-
,.._~ totlos · e
ei~do com · acatamento e ·sua pessoa era bcm-qucn .., uc
. : . .i-~ •,,"'..
. ·'.· ~

· ;Lçúcar. Dele, que o fundou e o vendou ao casal do capitão Fran·


cisco Félix Barreto de Meneses e d. Maria Pereira <le Vasconcelo:c.
e Mrn~scs (vi<lc anexo IV), foi o engc1~ho Varzinhas, euHo d? .mu-
uidpi,o de Sa11-Cristnv::i.m e, postcriorment~, do de LaranJe1ras,
cm :erra~ que foram de ijabaiana. .
Chcg-ara são e salvo ' a Sergipe o bisavô. de Sílvio ·41 ~omern,
l'.')1\1 dinheiro· bastante e como haste ele alta linsua~cm atirada ao
<k~pr-:.zo pelo crime. passional de uma de su1s quentes saias ; ~.as,
ern verdade, tão paisano como fôra na terra de alem-mar, la na ' , ..
• • : ,1

ilha querida e ingrata. . . , . , · · · · :': ·


I!hcu, agricultor, na ribeira d? Piauí, no municí~i.1 <ler La- ,: .·~;·<_. ';·;'. ~· ~: 'r~
JS~Xl\', construiu o cngtnho Moreira, ch~mado Mo~cm~. Velho,
-••, - 1
. ... . •,
<1t::mdo de ~1 foram separadas. terras ·par.\ outro Mürctra, Mo- ,:
·.: . ·~,.:· . "·;-.)'
... ; ~'.
reira Novo, após dcsaparcciclo e reintcgrad0 ao antigo. ·
Dando cumprimento ao voto là virgem Ludovina, casou-se com
rnoça pobre. até mestiça (sc11<lo invenção sua, t0do ma.roto é ~ido
.. .. ·~ '

.... : ., .:. .·' ··,.. ,·... ;

nor mulata), residente no sítio Urubu, alem do Campo ela Vila, de


Un:lr:.1tit1~-t, da Boa Vista, junto ao Saco · dos Espinhos, antes do .. . ·- . . ..: •..:· ... - -"' ~ ~- '

J:Kwoaclo Gcnipapo, no município lagartense, i>ara as ban,clas do mu-


nicípio ck Campo elo Brito, então do de Itabaiana. ·
De-feito, na matriz de Nossa Senh6ra da Piedade do La-
,_., ...
g<1rlo, a 24 de maio de 1797, perante o vigário Manuel Joaquim
Luduvicc e as respectivas testemunhas, sendo uma delas o famoso . •'
" . ... ' . ~ ;.

capitão-mór Barnabé Martins Fontes, vulgo Cagalume, foi recc-


bi<lo cm núpcias com cl. Joana Maria da Conceição, filha legítima ·~.

de Geraldo Correia e d. Ana Josefa, pobres criatara~ anônimas, · . ..... ·"". ~


que nunca. pensaram cm casar ·uma filha com um fidalgo e um -... . :~

~ ~
fidalgo '1 2vora ! . -...·
• • ..! '.f'· • ....;-;.

. Quanto valia a fé cristã antiga! Um trineto dos amores de , .'


...., .. ' ~ 1 ... -~ ..j
um córn:go com uma freira fidalgos, ainda era capaz de ter fé !
., Ca:'õtlo, não teve grande prole; mas, · às três filhas iquc houve .· .. .·
do.; cinco rebentos, juntou o sobrenome Lu<luvina, cumprindo. as-
. sim; o voto ardente, quando quiS ensinar là: côrte portuguêsa como
· e para onde se devia fugir cm ocasião de necessidade. Entretanto,
"" . ...... .. ·.. . ,: ·:.
..,. ·,. . . . . .. '
.:li~"·'"~~ '. .- ..., "-\.

"
• 1 .;·

.otgulhoso de sua branquidade, mania racial herda..ta pelo bisneto


. nutrindo, calmamente, seu lusitanismo no Brasil, ond~ até lhe de~
. r ctm a patente ele capitão, superior ao ficlalguismo arruinado dos . '· ·\ \

Távoras, que quase o matava, a seu nome por extenso acre~ccu ,,.,·.
:o nome do país que o <lctestou, subscrcvendo·s~ - "Joo.quim José . ' '
' .. __

..... . . _ ; ..ff : . .,. \ ,.


da Sib~ira Portugal ". 1 E' com o, nome antigo que · o encontra- ~ ·.< •. ·(. ... '\~ '\

mos pagaud0 im~ôsto, a 21 ele ma:ço de l~l, de outro engenho


que fondou na varzca do Vasabarns, o Retiro, ai mesmo no mu-
nicípio de Lagarto, sendo que .e ra proprietário ji\ de um outro
11') de San-Cri:st<>vam, o Mosquito. ' · · · '. ·'.. .. , , .~· ~ ...
Não sabemos como· se arranjou 110 ºQuebra maroto•• por · ·:: >\' 1

ocasião da Independência do Brasil. E' possível que os l>ra~iieiros .


o fo~çassem4! !'l elidi-lo da. velha locução anomâstica, ·fazt:ndo-o · · ' ..:,
cngul~r o acmtoso ".Portugal" .e•. porque; não perdeu a paten.te, ,,• . •\••
'.
I'

.,
,...
.
'l

I' ~ :,
~.

o ol.mgando a naturalizar-se brasileiro l E CQ°' semclhant<: adendo . .r


\ '\.. :l .
· ; o ·:~ . :-- :· ·..... "' .
... ,':~~;!t ~';: •' ... ~"'-': . . ..

~: ·. ~. : f~;t~;:J~jy· ,~:~~;.· ~-·.


"

.


.' ·;· :
..
,,·
.. ·:. .;

.• "· \ r1 1, • •
• .. '!""
. .•.•• _ ..,_ ...._____..._.,._ _ _ _"'""!"' ...
~
. i'!f!i'f

.... .. \:

"

- 70-
disso j{, demos sobejamente provas :itr{,s e ainda o faremos far-
tt-tmcntc.

nat:ivislé', que encontrámos seu nome, a 24 de novcmhro de rnt7,


r:u<'ndo, perante as testemunhas capitão-m6r M~umcl Vitorino de
l\frnr~cs e Antônio Francisco. ra~ados, se G1nsorciuu, <'lll La~~arto,
~u! íilha d. Maria Luduvina rla Silveira com o futuro major Gc n- ·
çalo Tavares ele Meneses, filho daquele cupitfio-mór, M.:.nucl Vi-
t0:·ino, e' de d. Fr2.ncisca Pimtntcl.
Tinha então, e disso nunca passou, a patente de simples ca-
pitão, o que contraria a Sílvio, que o armou , d~ último ~·pi~ã~-mór
pürtug-uês cm Sergipe e soknizou o ato, clcva'ndo-:> de pai a avó
de sua avó materna 1 · ·
Eis· a prole <lo capitão Joaquim .Tosé ela Sil vrira Portur;al com
<l. Joana Maria da Conceição, do Urubu :
l - . ;r'enentc Alexandre José da Silveira, que· antes, desde
janeiro de 1839, residia com sua mãe viúva, no en.~cnh0 Mosquito,
110 município de San-Cristovam, passando-se depois, j:í . C'asado,
para o engenho Moreira •. na ribeira do Piauí, no municípi':> de La-
1=.arto. engenho onde Sílvio, . naturalmente o trocando pd·:> ,.izinlw
<la Cachoeira, afirmou, naquele tão seu romantismo akandora<lo,
haver passado seu primeiro lustro vital, de 1851 a 1856. Dito te-
nente Alexandre casou-se com d. Ana Joanuina de San-José, fa-
miliam1ente Iaiá, irm5. do capitão Joaquim Rodrigues D:i.ntas Pc,r-
tela. do engenho Jequi," San-Cristovam, do l:acharel Dionísio Rc-
cJ.rigucs Dantas, formado, em 1856 e não cm 1851, como disse um
seu bióg"rafo; do bacharel Gervásio Rodrigues Dantas, cok.~:i <le
formatura, cm 1869, de Tobias Barreto e a quem veio acompanhan·
do, na mesma classe, desde 1867, de José Dantas Portcb. do cn-
~~t:nho Tombador, I taporanga; ele Vicente D~ntas Portel:~. Jo;'lo
J>:.:.ntas Portela. Pedro D~nt:is Portela, 1fannd Danta~ Portela,
d :M icacla Dantas Portt:.la, d. Rosa. d. C:.tt\\ rina e de d. j\b ria. ,.,
T<Jdot: css<.·s são fillms <lo capitão Antônil> R11dri1.~rn:s lhnta-.. do
engenho N os~a Senhora da Lapa <la CadlO~ ira, Est5.nda. e de d . .'
A na Joaquina ela Silva Dantas, netos p::itcrnos do ~nrg\':nto-mór
Dionísio Rodrigues Dantas e ele <l. Antônia G0mL·s <l-: Mdo. !'('n<.l•>
dito ~:an...rn10-mór filho <l<' Josó Hoclrigtws 1)ant;ts e d'-' •l :r...1ica<.'la
M <ti ia <la Purificação; e netos maternos de l\fanu~l Toaquim ela
~iiva Tortc!a, porlu~~uês, ex-capitão de Fornsh'iros, ·depú.sto do
3º de Qrd<.>n<lnças d.! Santa Lusia, em 1823, pr011rictário do eug<:nho
:!Ylfic de Deus do Amparo, Estúncia.
Eis os filhos do casal do· te~1c11tc Akxandrc:
A - Bac!larel Jo:sé Dà ntas da Silveira, que foi disdput•)
( ' Jll La1~arto, <lc T<>bias Barrl:to e se b4'charduu, cm 1>)71 no Rc~
.cih.:; c<m:>orci<>u-se com uma gaúcha; '
B - Coronel Joaquim· da Silveira Dantas. en~enho ~fang°''"'~ .
L.uKa~lu, \:a.:.:Hl~ ~viu t-ua prima . Céunal d. i\m~lia Rom.;,:r\I D;,uitu~ ·
(mna c,lc S1lv10); . .
. C - D. ,M<&~ia _d~ Silv<.·~~a Dantas, cns·enho Morí!irn. ca~d~
C..Qm o c.ororn:l D1onmo <la Silva Dantas. •
Z - D. Uo~a Luduviua dA Silveira, uc quem tratar~mo' d\.·pois.


. ...:
' "
- - -......- - - - - - ...!'Ili
. -.~.,.,,.-~~· -·"· -·-
' ~ ..

,,·.. ,.
; . ,.
..
' , ·. : ' '"•i
' ' 1 .~ • •

( : ~ .. .

' " _)- ,·~ : . . '.'.;'-:', ·f.~~


:·1 1:

Srns <lotes ele inteligência, os laços ele parentesco com as prin· · ,..
.·._·
cip:-.is famílias do município, sua casa aberta a toclol'l, como templo '
...
-:, _. ·~ ~ .:f.'
3 - Padre Fr:rncisco de Paula <la Silveira, residente ''m . ,•
1\ r<'i:ls, na Piauí. ,.·
4 - IJ. Jl.Jaria Lnd11-;•i11a da. SU·v cira, a que se casou C'>m o
li·.ajor Gonc:;alo Tavares <le Mencf.cs, engenho Canafhtula,. La-
garto, sc11clo que êlc faleceu cm janeiro de 1842 e tiverarn os filhos:
A '--- Martinho de Paula e Meneses;
B - padre Alexandra de Pnula e M rnt'Scs. residente cm Baía; . '·
·,·;,

C ·- José Francisco de Meneses (Zézé) ; J .. .'-'.


D - ·A1tlcinio ll·1Jt'1icses, escrivão cm Lagarto, cas~do com d.
Josefa Carvalho, filha do professor capit5.o Manuel Felipe de Car- :~· .

VJ.lho, mais conhecido por professor 'na.clu, o pseudo primeiro mes- · · :·


trc de Sílvio Romero, e de d. Josefa Maria dos Anjos. -
E - Manuel Tavares de · Meneses, · casado com sua . prima
carnal d. Francisca Pimentel dos Anjos, familiarmente · <l. Xixi,
110 engenho Mosquito, San-Cristovam; · · '·' ' •/
. 1
F - D. Ana Sil·vcim, casada, sem prole; : ,. · :-. . ~
·, i
G - D. Miquilina Maria da Silvcira,~asacla c<Jrr: :Manuel · de
J~sus Alvares Viana, -Lagarto; · "' .. · ,. '
H - D. Francisca Pimentel dos Anjos, tambêm vulgo Xixi,
casada, a 3 de abril de .· 1837, perante as testmetmhé.IP Tomé · da
·"'
1:
~1
Fra!_!a Pimentel e a capjtão Antônio Manuel da Fraga, com Ma-
nuel <la Fraga Pimentel, filho do capitão José da Fraga Pimentel .
e d. Antônia Margarida de Jesus, já falecidos;·
I - D. Oarolina d,ri Silveira., falecida sem prole.. ·
5 - D. A11p, Luduvina da Silveira, casada e com os filhos: . "' 1
-
A - D. Ana Josefa Ludovina da Silveira, casada C')Jn Fran- .. ·' l 1

cisco José Alvares; ·


B - D. Francisca Pimentel <los Anjos, vui~o Xixi, ('omo a '
1

prima. casada com o citado Manuel Tavares de Meneses, vulgo 1


1
r.;é·, <lo engenho Mosquito. ;
í
I2'noramos quando faleceu o capitão Joaquim José éa· Sil- '
1
veira Portugal, que ainda vivia cm 1831. D. Joana ·Maria <la
Con<:.<:ição, sua vi~va, passou depois, a 12 de janett..J de 1839, já i
nesse esta<lo, a residir no engenho Mosquito, no termo ele San-Cristo-
\•am, onde se lhe foz inventário amigável a 29 ,.le naio <lc 1856, C'inro-
0

cnta e nove anos após seu casamento, sendo que, então, ;i eram
falecidos os filhos e netos que estão em itálico.
• Vejamos, agora, d. Rosa Ludovina da Silveira, . familiarmente
tratada de Rosinha, filha (e não neta) do capitão (e não C'apitão·
mór) Joaquim José <la Silveira Portugal. . . ..
Carnu-sc com o português Luís Antônio <le Vas1.~oncclos, co-
. ' ....
nhecido por Lui:tinho Maroto, e com êle foi i-csi.<lfr uo · engenho ·
. .' ~ '
Cachoeira, no termo de Lagarto, onde Sílvio devi" estar até aos .... . .
cinco anos ele icla<le, <1uando · di'b)veio estudar na vila com o . pr°'"' '.
foswr Badu, saindo do colo da · mãe preta Antôuia, QllC f kara
inconsolável) ...
Luizinho Maroto; depois, foi residir no cnQenho Cassuru tudo
na ribeira do Piauí., e,· afinal, cm Laiarto, · • ..,,'\'
'· ·., ~ . ·.

.. •
1
' t i '
· 1
.
"' .
. . .....
. .... ..

... ,.. '


,• .'
" "·:: ..... ''\!·,. _, "'.,.·

.\

.' .' . .. ·,' ,. .· .'


..

. i 1

De seu consórcio houve os filhos :


1 - Padre José Antônio de Vasconcelos, de quem tratarc~
inos na anotação núm. 81. , . d ua
2 Luis Antônio de Vasconcelos Jumor, casa o. com s
~ohrinh; d. Lídia Romero de Vasconcelos (irmã .de Sílvt~);
s - · Francisco Luís de Vasconcelos, falecido solteJro, com
uma filha: â. professora Lídia Vasconcelos ; . ~,
4 - D. ~ria .da .. Silveira Vasconcelos, uma vercladc1ra 'Ia-
! •

\
v0ra pela· beleza pcreg~ina, beleza 9'ue não murchou nc~n na ve-
lhice· senhora alta e elegante, e mais bela mulher daqueles pagoS;
o v;.Jho Luizinho maroto, .dei>ois do filho de se11 nome chegar a
•• idade viril, passou a assinar-se Luís Antônio de Vasconcelos Sc-
nior. . Diz Sílvio que esse seu avô era do norte de Portugal.
P ode ser. ·' , . '' ·
No decênio de 1840, negociava em· Lagarto um esbelto e for-
moso mancebo português, mais conhecido por André Maroto. Era
inteligente e hábil, negociando com. pequena casa de fazendas à
rua Duque de Caxias, hoje Olímpio Campos, casa que t\!m o nú-
mero 61 pequena então · e atualmente melhorada, pintada de v~n1K.._
lho, perto da praça da Matriz. : . Era: natural da aldeia de Joane, do·
concelho de Vila . Nova· de Famalicão, no distrito de Braga, ao
sul de Guimarães, onde Sílvio passara alguns meses em 1900, hós-
pcc.le dos parentes paternos, quo o acolheram fidalgamente. Aí fica ·
· H'<..'Ular igreja, que foi elos Tem1)lários, que fizeram sua entra<la cm
) Portugal cm 1125 e d. Dinis transformou sua ordem na de Cristo
cm 1319, virtualmente extinta sete anos antes, . em 1312. pelo papa
Clemente V, dominado pelo larápio rei de França, Felipe, o Belo.
Antes de estar cm Joane, estivera cm Gerês.
Era o futuro comendador filho de Bento José Ramos e de
d. Josefa Vaz (e não como afirmou, romântico sempre. Silvio
l.l:n11ero, de A!1dré l~omcro e. ll. Josefa Vaz <le Carvalho). Nas-
(CU cm ~814,. tmha tnnta e trcs anos, quando tomou · es~a<lo. l~nr·-
• ~a-~ ate hoJe porque tomou parn seu nome o a~lenllo espanhol
l<.umero, ~uan<lo seu pai era Bento José R amos e sua· mãe só d
Josefa Vaz. Seri~ dela? Romero é vocábulo espanhol, ~ cor res:
1

tH>ndtnte ao Romeiro luso.


O c~rto ~ que, no livro <le casamentos ela freguesia de La.
garto, sobe num. S e à págs. 157, se nos d~1>ara o termo ·de s •
c~uamcnto. Nele IC ve que, a 11 de fevereiro de 1847 eu
cs emunhas maJor
as t t . . Munue1 Sea\>ra Lc1~10s e 1'Iartinho , 'deperante
p \·
Meneli.es, aml.><>s casoulm1, o vigário Jo:sé Snruiva S4'1omão o au a
«Jm d Mana J · d . . casou
Sil . · oaqu.ma a 5 l1vc1ra, nome de moça da mãe d

'
.nascer:
. tm v1}&z6. qual ~ra ma11. nova que. .;r.~ubcntc doze' ª'~.os. pois
1

• ' Foram residir na ca~inha onde, · então, negociâ~a 0 bct6' e int~ ~


tglc:ntc ~ndré ~aroto, na rua que, posteriormcnt~, foi d~nominad •
uquc ~ Caxias e, ~~a . ~~~~~l~~~c, ..r.~~t~~amo~~ .-..9Umpio ' Ça~po:• .·
. .. . '

., "

'·\ ..
.. ' '

.> ,··
.:t .)
,
,
<
1
., D. luls'(Bernardo de Távora , o primogênito
que ' eria o 4.' marque, d9 Távora , nas'.
cldo 6a 29-Vlll -1723 e casado a O·Vll -1742 ~
cn
< o. com sua tia pa terna d. Tz r3:,a ,:e Távora ....
~
>
Le~nor Tomá~la da Tôv·~r~. nasclcl1 er:i
1700. Filha única, herdG:ra do rnarQlld·
zado. Casada a 21 de fe•erairo de 1718
com o herdeiro éo 2· cor:c'e de Alvor, d.
e Lorena, que se torncu amante do rei e'.
José e foi , assim, '! cau3?. d3 hnrrlvel tra-
gédia em que foram suµlôciado:; os seus,
't
;;;
\V
t. -<
f....
Francisco do Assis do Távora, que, por Isso,
foi o 3· marqusz e foi ";oa-rei da lnd o,
só escapanc'o e:::1, QU() foi Internada no
convzn'.o do Ralo, o~c!e faleceu em corr.-
..-;
,
cn O. A~tõnlo Luls de Thor a - 2· marquez (e nomeado em 1750. Ambos sup/iciacios~em pleta miséria.

••
o Tãvora. 1759, sendo exautorado de suas honras,
Condessa de Atouguia, casada com d. Jerõn'.-
o Lisboa.
dignidades, etc, plcancio-se as armas do
suas familias e prolblndO·S9 o uso cio ape - mo de Alaide, supllc:ado.
o
u
lido Távora, ex-vi a selor.ça de 12 de Ja·
ne:ro, quando se lnta/ava, em Serg·pe, a Josi 11".;;;ia de Távora, nasc:do a e-IX-1736 o
'Z
o e(
íl'
~
vila de Nova Távcra, criad a por Corta ré-
gia c:Je 22-Xl-1758.
suplic' ado com seu lrmi'.o Luís e s•us paie,
os marqi.ezos do Távora, tendo, como os ..,.
>

o 1-...
outros, part;das, antes, as canas dos bra-
~ o: >
ços e das pernas.
t--
> -3 Manuel da S'.!va!ra Nolete, casado com d.
-e( N í~a rla Joa ~ui na • Je Sin!a Clara. Morgado;.
... e
6-
Tabelião de San -Ctlstovam-Serglpe.

Ili E
;;; Jo':;é Inácio da Siive Ira, arrendat.lrlo do mor-
Antôn!;; de Távora d:i S.heira, casado com d.
o ;.. Ili Jarõnim<> das Neves.
gado de Angra.

UI e o Frei Manuel de Távora da Silveira.


Hospício do Rio-Real-Sergipe. { San-Crlstovam-Sergipe.
Cidade do Salva dor-Bah.
"
~

:;•
Ili o Cap.tão Antônio da Silveira Nolete, caoadi; '!

~ .,""
o cc;m d. Maria Vteira Távora. -:.
Santa Lusla-Se rgipe.
e( t:

Ili
o. Maria Joaquina t:e Santa Clara, prlmog~n!­
tJ;.
UI -3 ta do casa! e t.&rdelra do morgado. C~•a ­
3 ! '°ª con1 Manuel da Silveira Nolete, t.l!>.t-
i:ão de Sa.,·Cris'Ova:r1 - Serglp;,.

{
~ l O. M iria da Thora da Silveira, ex-freire,
querida éo cô~ego d. Anttnio Peraira Sar- o. Maria Vle;ra Távora, casada com o capitão
,:;
o •. me.itv, o va::iv. Primeiros morgauos Antônio da Sllvera No/ele. Santa Lusla - .i
~ de Angra. S3íg;pe. ~
Luís . cie Távora da s1:velr?, casado com d.! Manuel de Távora da Silveõra, casado com d.
M ;;rla Jcaquln3 de Sar.-José. Se!lunC:os Maria Joaquina de Santa Clara, a velha.
Ar.gra. morgados. Terceiros mor\J.idor,. Ant'inlo da Távora <:! Silveira, casado com d. {Capitão Joaquim Joié da Silveira Portugal, ça.
Jacinta RomualQ. sado com d. Joana Maria da Conc.!çio.
Angra. Angra. .. ·· · Angra. En11enho Moreira Velho - lagarto.

x A~tónlo Perelra Sartento, can1o


sefa rt.ar:a da lindade.
com d. Jo. {José Pereira Sar .,..,,to, casado com d. Fran-
cisca Gonçal- da Cruz.
Angra. Povoado ~ Eslàilcla-Santa Lusla.
o s
><
11..1 .a
z ~
-= ~
%
·1.,,
., . , '
"
' 1

73 -
. . ·..;
) '

f ôram que o ,qualif icara.m, · a · ·Pedro


Barreto ele ' Meneses,· saiham
.··.. . . . :·
.. '
disso os imprcviclcntcs leitores <lo sr. Hermes Lima .. ·
·... . .;

•' ...
. Foi aí, · nessa humilde casinha, hoje aumentada, melhorada . ... .
<' que tem o núm. 6, com toda sua frente pintada de vermelho, onde
n:1srnam · os filhos primcirns · do casal, inclusive Sílvio, não ha·
vrndo sido, portanto, na praça da Matriz, onde nunca rc!'idiu, na
(';isa que está litog-rafada no " .5y,lvio Romero" do ilustre dr.
, ;,
Carlos Sussekind de :Mend<Jnça. :,,
Sú muitos anos depois, quarniló Sílvio já aprendia e apanh.a va ..... '· :.
· . .
1~· 11us 11a escola de outro mestre, que não o professor Ba<lu (capitão /
;

;, i~nt1el Felipe <lc Carvalho)' e que os haveres do brasileiro natu·


r:d iza<lo cst:n:am bem amontoados, é que a família numcro~a <lc ' .
1\ 1l<lré :Maroto se i)assou para à rua de Estància, fixando -se: cm
u11;a g-rarnk casa, 011ck: residia e . tinha loja, casa que, depois, foi
di\'idida cm d11as, · scndo que uma, a. que tem . residência a valctu- . 1
, ·
..
- · .;

dinúria professora Lídia Vasconcelos (prima carnal bastarda de


S í1vio Romero), está já arruinada e a outra completamente mo-
ti i í i caJ(la. Nunca a família Romero residiu na que vem inscrta no
livro elo sr. Snssekincl de Mendonça!... Outro engano: aquela
Jll'l'ta do livro 11iio é Antônia, a mãe preta de Sílvio, que não dei·· i . - -.. t~~­

x1;u rl't:rato, ma:; uma outra escrava querida da família 1... \ ·.

Vl'jam11s, agora, a clcscenclência do casal André Ramo:- Ro-


1;1.-r11 e d. 1\ifaria Joaquina ela Silveira, depois, apenas, d. Maria ·"
da Silveira Hamos, porque o VASCONCELOS, pesar de ser
•· portugut·s elo norte". era pkhcu, sú Sílvio, <los irmão:;. o usou,
t". assi1)1 1;1cs1!10. ullla vez por 011tra. Vt·ntilarcmo:\ o assunto cm
asaclc:l. oportunidade. Eis os filhos de André Ramos Romero cm
urckm crnnológica:
1) Nilo Hamos Homc-ro e rnmca da Silveira Ramos, como
faz acreditar um scn ilustre biógrafo. Apenas, depois de ingressar
r.:-~ m~v~istr:.itura, simplificou, um pouco, o Ramos. Na5-t-cu a 4
de oitubr<l de 1847 e recebeu as ftg11as lustrais do batism-0 1 minis··
t:·ado pelo vi1d1rio Josc'.~ Sar:iiva Salomão, a 24 de julho de 1848, - i
!
1
s.::1 vindo-lhe de 1~adi·iul1os os avós matern0s. Contava, então, nove
meses e vinte dias, cmhora SC'U rc1Tistro afirme crrôneamente qtte
so' tm . lia dois
. meses. C) ' '

2) Sílvio, nascido a 21 11c abril de 1851 e batizado, segundo se


<kprcmde pelo livro núm. 7 de Batizados, à págs. 76, pelo mesmo . ..!i
·1i g-úrio, a 12 de junho desse referido ano, contando seis semanas e
tr~s dias e não como, lá está rcgistrad?, sete semanas. Foi seu pa-
dnnhu B..::rnard~ Josc da Cunha, que ignoramos quem fosse, talvez 'it;..

algum ·· portugucs do norte", a1)cnas se sebe que era soltc·iro. Como . 1


'
t~rdo se mcv.oa na inf ânda de Sílvio, não c::>t{\ registrado 0 uome
.de sua m~dr.ml~a. Naturah~1~ntc;. foi. a Glória, a exceha deusa. que
c1 ~levou a;1s cimos onde vivia fobias Barreto. Reportar-nos-emo
a ele, depois. · s
3) Lídia, que Sí.lvio cliz haver nas~id(> em
1852 e que falecera
tom quatro anos de ld~LUC, Clll 1856, vituna da Cólera•morb!tS,
i

1
·1
....
.. 1
1

, :. :·· .ti! .- jl
·. . .',
i4
Noutro l uga1· mais culto, esse cicbdão' chcg-:i.ría, cm verdade,
~ alturas cicvadas, por si, por s~u valor .moral e intckctt1al.

4 ) J.êc nila I~omcrn Hora, casada com Roscrnlo Horn, te;;icknte


t•:n l .:: :~:-.rto e fakri<la sem prole. .
5) n. J\:néli:i Romero Dantas, a qttc ~e C~!SOU cnm :'CU ~.nmo
e:: • ;;;d cn;w1cl Joaquim ela Silvci;·a Dantas, propri<:túrio do cngc-
11 ?. : : :d :: :1;~·~ws. no termo de Lag~rto.
(:) i>. Líd;a Romero Va~~concclos , fa:n:li~rn~rnlc rnnhccída de
C oe: :'.:2, c'.c-:.:crto 112.:,cicla apús ü tn:sp::i.:;;; ~· d:t pri iiiCÍ ra. c1 n 1856 cu
1l.~57 : cc;rnu-sc com seu tio Lt:L> Antônio 'ele Vascuncclos Júnior.
7) Joviniano !(amos Romero, depois . só ] ovinia1w Homem,
m1~;ci(in a 5 de maio de 1858.
g) Iknilüc Romero.
9) Emílio I~omcro.
10) D. Ri~a Romero, casada com José de Lima Fontes, rcs1-
dcntc cm Lagarto.
11) Cdso Romero, o c:1çnl0. O único ~obrc\'ÍVC'nte <b innan-
d~1clc. Foi intensa a prole <lc Ioiô e Iaiú, como eram todos no lar
venerando e puro dos Romcros.
() (; 11 ~ é i11co11tcstávcl é que, com. seu casamento, mudou, sobrc-
m2.1~~:.!·~ ~ !~~:: tc, ;i s!·(:;acf~o cconômk<l-soc~al de A:1<lré Romero, que
a m~:B10rou, de tnt:).1~cÍi"a consicl~r5.vcl, c0m sua atividade inteligente,
tt1:·:~1.cd.1-sc m:ia. dt:!~; principai s p0.rson;)li tladcs do munidpio de "La-
~:ffto. ::isc~:n<lc:mio <Í2. ~:implc:..; patente ele alf crcs a comendador e a
u :11 cks ~níluntcs chcks libera is aii. A' füblga co'.lso rte foi elidido
. o colc::.ial ] oac;uim e, assim. é que, cm 1864, qm:n<lo a m~lher se:-
~Íí.<tn:-. '.·;e cutizou p:ira contribuir com 10 :Of:(rB (!e dote p<~ra o casa-
n :cílto cl:ts [w:nc~:;as impr.:·ia is. entrem n . :n ~ '.JO:~ . sc1do das que mais
1

clcr~m. a::.'.~'.:1~ndo -sC', 11;1. list:t lionro'. :a. co~llO "l'.'fo ria da Silv('ira Ra-
m.os ", sem o reino! fo(!quina e, igualmente, sem o burg-u~-:; Vasc(IH-
rcios e !;cm o aci.itivo /?0111c,-o, ;~ :·rnnjacl() pelo cspôsn, qnanclc•, ainda,
!<OÍl 1.'.Í rn. Se o g-randc Sílvio s0uhc.::•sc q~!C ela tivera J (-.11q1tina, ao
i11vé::~: 1k sú ~íirn:::ir que se chamava •· iVbria Vasconcelos da Sit-
v•~:: a l~.;-:i.r,1:.is lforn:::ro ", ali~Ls trocado pelo que ckvia ser "l\{aria <la
S'.lv.::i-:·1. Va:·;conc(:h:> lbmos !fo:ncro ,. diria S('r, e nisso ~-cria m:i:s
<h {icl:-1: :1·.:a lusa, Maria J o:Jquina <l;~ ~;iivcira \T;isconcelos Ramos
Romero, se consentisse antq)or o nobre apdido Sil veira da avó ao
pkhcu V ;isconcclos do avô. O Joaquina. era rccorc!ai,;ão do fugitivo
no'.:rc ;1nç-n. Romero só cm du:.s ocasiô('S lhe ckram, ambas tris·
tis)~ima:> e sem o hierárquico Si/i1cim.
D:i. v!cl.:.i política do comendado r e <lc seus filhos, alguns ind-
lk:1 tc:>, fa1a:·cmos noutra parte.'.
Como mostrúmos, Sílvio foi o scgurnlo filh•) do ,·a~al. ~penas
• 111;:i:i novo q11c Nilu, mais vdllo qll'~ ~k quai.;c: (1\ntro :lllo~ . . Se houve
mais al;::-um, entre éks, íakccu, pois l!UI.! os demais nasceram após
!.i,. <~ r,!tll! acreditamos. No cnt:int(), eterno romàntico, escrevera:
•· Cn2.1.o f~ra até aos cinco anos, cu era, no princípio, como estranho
cio:.- m:: us .1r111ão!j m:iis velhos, C[~tc me faziam troças e me maltra··
t:r.·~::1 mmtas vezes com essa malignida<le propria dos meninos" l


BachMel José 0 2.n:as da S'lv,;ra.

( Ter.ar.te Alexandre Jo~é


.
c!a !:':lv3:rn! cas3dO f Coro~el .Joaquim da Silveira o3 r.!::is. casado
com d. Améli a Romero Dantas. - Engenho
.•
,.
;~

com d. Ana Joaq1J!n3 c!e San-,Jo!e. ~ Mangues - Lagarto. <

En!l~nho Moreira - Lagar :o. t D. · Maria da ~ily~lra Dantas, casada com o


coro:i~I O onis10 da .Silva o antas.
.í>

f f'aóre José Antônio de Vasconce:os. RlachãÓ.


Luls Antônio do Va$COncelos Júnior, c~.sado
com d. Líd'a Romero de Vascor.cclos. ·

Francisco Luís de Vasconce'. os. solto:ro, en-


s;snho Mo.;qu;to - San-Cris:ovam.
Bacharel Nilo Rome~o . ca~a-::o com d. fiari a
éa Agu!ar Ts:es c!e f1'.eMses, fami~arrr>(ln.
te laiá - Ro.
BachJrel S'lvio Romsro, casad:>, S'1~~ ;r1amom­
te, em i876 . c -:;m d. Clarir.c!a G:ama.-.:ina de
D. Rosa Ludov!na · da Silveira, caso.da com Araujo, familia~m~n!e :::;oo:é0:l, d. ViC,nh'l
Luís An:ônio de Vasconcelos Sê;i:cr ~:1 \02- e d. Maria 8aoreto ( .',:ocir.ha). - R;o_
.J
nho Caçhoo3ira ....,. Lagarto•
<( Lídia, falecida em 1656.
i.')
O. Leonila Romero Hora, casada com RIYoer.<:o
J Hora - La~arto.
;-
o: O. A"l'élia Romero Dantas, c~n::a c=.m o co-
oa. oo
1<( t ronal Joac;uim éa Sil•n :ra Da~:.a.s - E.n-
ger. ho Manguas - Lagarto .
<( o- .i
- 01
. O. ~'.::·ia -J:>a:;uina da Silveira, ·c asaC:a com o
[C l comar.datlor A:idré Ramos Romero. · O. Lídia Romero Vas.:once;os, ca;ada com
Ili
IJJ"
o .J Luís Antônio de \'a5conce!os Jú;iior.

>
.J '
Z1
oo .eo Dr. Jovlniano Rorr.ero, casado com d. Josefina
Simões. Madureira - R.o.
UI
<( ~ Bacharel Benilde Romero, casado com d. L,ês
<(
o O> Araujo.
'Ili ILI <( li Capitão Emílio Romeri>; casado com d. Ana
Ul ii ~ Dantas Romero - Lagar to.
o'
.,, <(
~
~o O. Rita Romero Fontes; : casada com José de
Lima Fontes - Lagar.o,
~ ~
-
:::> z<( .eo . Capitão Celso ~omero, casado com d . Fabiana
l Lobão - Rio. -:
O <( e
<( Oe '
,o ,. eDl
o Ili
Padre Francisco de Paula da Silveira - oc:ras
- Piauí.
~

o
i<(
Martinho de Paul a Meneses.
.... Pa~re A!exandre de Paula Meneses, Saia •
ii: José Frar.cisco de Meneses.
<(
Antônio T. f/.eneses, casado com d . Josefa
o Carvalho - Tabelião -: Lagarto.
Manuel Tavares de Meneses, casado com "'!
O. Maria Ludovlna da Silveira, casada com d. Francisca Pimentel dos AnJos - Enge-
o major Gonçalo Tavares de Meneses. - nho Mosquito - . San·C'ristovam. '•
Engenho Canafistula - Laga:to.
O. Ana Silveira.
~~
O. Miquillna Maria da Silveira, casada com
Manuel de Jesus Alvares Viana - Lagarto.
O. Francisca Pimentel ·dos An)os, casada eom
Manuel da Fraga Pimentel.

D. Carolina Sllve!ra.
O. Ana Josefa Ludovlna da Sllvelra, casada

. O. Ana Josefa Ludovlna da Silveira, c:isada


l com Francisco José Alvares. \ D.
· f
com Francisco José Alvares.

Francisca
·
Pimentel dos AnJos, casada com b
Manuel Tavares de Meneses, engenho
l
Mosquito - San-Crlstovam. .r.·
~ -...;;. .4-. · · .. - ~: y· -

' .•

1 •

~ i5 ' ,1

. nao _ e1llVH
.· 1.... . mos <tttc · ci1egasr;-c, ' ·.
Se C ampns fosse Pans, . · · .· . sem
·~
1~,.,nhumo
... · -n Duma~ J:.>·.11,
~xag<'r<'l, n c1m1hlr-~c • ta <111c <::.se h'fc:-;,.e
• am<
o
oriKcm pior que êk, sq;undo t~o~to etnologista.· ~ ·

Is~.0 <lis~~c para fo Z(.'.r crer qttc sua " 1.c .,1s ,.·a'' ' sua
-· t··ULL "bclícn~i·
<.hdc"· se on~·mara!H
. . 1 . q11arn. 1o, c1 11 vci·<l·ick
<ai. . ' •,'ª""
· hcrdon. como 0:1
1
;,.11·=-1l>S <ln l"li <b krnív(·l r (imrndaclor Andrc 1'.omc rn. . . . .•
. .. Duplo . ' . romantismo
.. . r
de Síh·io é ~ st!a c:-\l<H iíl n~.-csco •
1a .. mtxt~
. ; "~
do prnkssor Badu e s~us an~orcs a ftlha do me~,t.c: <t~_c :01111 ·"'ª 4

a trindade com ~s filhas dn juis da comarca e elo t:i f)~.lr ao · .


\i(.'jamos 0 qnc nos ~liz, in~~ênuo, o dr. Carl< ~s Su,.;sckin.cl de
!\ kmlonça : . : · ."
•· l\ias não havia só meninos no coleg10. E entre as m~ninas ..•

" Entre as meninas meigas e inocentes


Que douravam. ali 'aquele meio .
Havia tn~z que n todas excediam .•.
A {ilha do juiz lá da comarca, ·
A <lo tabdião. . . e, quem diria.?
A filha do mestre-escola! ·

1
.A crcançacw- <lº1v1c
das P<'qucnas ., .
-
. 1·m-se em trcs partes " e1·tSP.ttt~m1o a he11 t"za

O <lc Sílvio foi . o ela filha do mestrc·cscola. Dela faria, nos versos
e na vida, o centro de seus amores infantis ".
Antes de tudo, 2ntrs ele outra refutação (jnal".'!uer. asseye1-ar po-
<it.:~!1os <111c, naqu<>la época, <le 1856 a 1863, niio havia em Serg1pe
""<:ola •· mixta ··. que só foi tolerada co:n a execução do ~.rt. 45 do
H ~'.g·í1bmrnto ela I1~slruçft{1 Pública. de 9 de jant"iro. (apr•.wado tX'la
J:·:~oin<;:io JH«w. núm. 1079, ele S de. maio de 1877, isso nH.'3mo nas
:iuh": ilirigída~ por pr.i f~!; ;;q ras, isto é, nas <'sl'olas dc.mc..1ina", <.i11<.le
pn<tc~·iam ser a.tlmitir!~,!• 11~e:ninos até :\ i(!:tde de no.ve aau~; n1as,
r .t'-'Z'Í o art. l ", § 15 dt>~sa lei, só em locali<lades· inferic)n.'s, como
os pr,v.:);:idos. ·· <l'Hl:- ni"h houv-~ r tnl a fflu1?11cia de ai u110s qm.• e:\. ij a
o cstabclec:im<'nto da Gideira t:iar:\ am:1os os sc.~os,,. La~arto nàu
1·~'. tí~"'ª nesse caso. 1•>1trctanto, a!mh assim, ~:e pod~rú c.l i·::.cr <tlt~ o
•· .-of,:11io" do prnfcs~~or Badu era particular. Por~'m, havendo cs~ola
púhlic;t ou n:lo parn. im.·11i117ls. o c«:rto ô f)uc o juii da lY-m\arc-;\ ou o
l.aÍ>l'li~:' llio l.h>taria111 ai; filha,.;, nac:u~lc tempo l'lt<'io d(' ~s~'. l'lll>l\bs,
para aprender no 1m:io de m í;"ninos namoradures ou uào, e, P' iud.
p:dmc11te, com um ho1i1 r 111 l "' ..
Ora, os juizl'g ela · connrc<\ & J.: gnrto cl-:-lõses S<'t~ ~rnns foram:
1

1frmucl de Frcitai; Ct•sar G:líct•s atú 6 de junho <k" 18:~, \fic('nte ·


/\lvc!; ele Paula Pcss(>a a té ó <lo nov<·mhro <kss<;', H~ N.'.ll\;\t\o Cia··
1
c1111Ck~ ele Carvalho at(: d~zcmhro de l~óJ. N(:nh11m (}d~'~ foi o
íde:>lizaclo pai da romúntica garota da escola "mixta •• do professor 1
Badu!
~ l
Acresce como já vimos, que uma de suas filhas se casou com 1
um primo c~rnal de d. Maria, m:ic d<7.. ~ílvio e, :\$Sim, q~t:\ndo Sílvio 1
se diz namorar uma delas, entre 1->~o R J86.1, toua~ 14 eram se• · ..', 1
.1
.. . J
<. ·,

'
. . Para reforçar nosso arguniento, <~t.1adra. -nos · transérevermo~
' apreciação ati1l<'ntc ~o assunto, isto é, a Dumas Pai, que céilha per-
feitamente aqui. . ·
Essa apreciação foi feita por alguêm de Paris, a 21 de oitubro

----
11hc°>ras. Para· mdhor t>°rnva, sl!rá bastante afirmar· que o {ilho ir.ais
ll'J\'O <lc füulu e de d. Josefa Maria <los Anjos, ·o caçula, foi o bravo
1<1.gartense, g1_6ria do Exército Nacional. coronel de infantaria Vcn-
C\.·~lau Freire ele Carvalho, oficial da Ordem da Rosa e cavaleiro
lia:; de San-Bento de A viz e do ·Cruzeiro, com medalhas de opcra-
~~i.'o no Uruguai e Paraguai e de mérito militar. .
Venceslau nasceu a 28 de junho de 1840 !. . . ·
. Se a namorada de Sílvio tivesse nascido em 1839, seria mais
vdha que êle doze anos e quando, :aos cinco, entras.s e na ,!sc·)la,
ela teria dezesete 1. . . · .
Acabemos com tudo isso. Nosso amado Sílvio .nunca foi discí~
pulo do professor Badu, porque ·esse professor é o capitão Manud
Felipe de Carvalho, que tem longa descendência na cidade de I .a-
garto e que faleceu, escutai bem, no ano de 1854, quando o pretenso
discípulo mal contava três anos e estava a dar suas primeira~ cor-
ridas nos pastos do engenho Cachoeira, na ribeira do Piauí, sôbe os
oll-10:; de mãe Antônia, que se ach.i retratada por outra negra da
...
casa.... ' . .
.. Era o professor Badu substituto oficial de Pitangueir~ desde
l845, e é possível que, até então, 1854, lecionasse pa.rticularmentc.
t-'alcc(;ndo, passou a faze-lo Tobias Barrctt>, nesse ano, \!, assim, entre
~utros alunos seus, foram Nilo e José Dantas. Quando Sílvio che-
~~oll, cm 1856, Tobias já ha.via })artido. Depois, teremos que :cpor-
far-nos ao professor Badu. '
' Em 1863, quando Tobias estava em Recife, seguia Síh:io para
õ Rio. Depo\s daquele não havia outro professor particula,· em
Lagarto e, assim, se Sílvio deixasse o engenho, em 1856, pel:l
~· vila", para aprender a ler, o gue não acreditamos, pois que nào
havia., ainda, escola·maternal ou jardim de infância e êlc só tinha
dnco anos, sendo que, só, aos sete, em que se matriculayam meni-
Úos, provável é que, só no ano <le 1858, ing-rcssasse na cartinha
manuscrita do A B C e, assim, .seu professor primário, no duro,
úrw podia ter sido outro que o capitão. Miguel Teotônio de Castro,
que, de íilhos, só teve um menino tamhé:u, Salustiano Anísio, o qual
náo l·O<lia ser musa insi>iradora dos vu~os do excelsll Sílvio. Ade-
mais, aos cinco anos de idade, por .rrais vivaz que seja a criança,
muito pouco e cnsoml>ra<lamente lX>de guardar, na memória, oi
~rimeiros paineis do que se lhe apresente 1 .
· Deixemo~. porém, tal circunstfmcia e retornemos ao comen-
cfador . Andró Romero.
, Era. sua intenção, homem inteligente, cd11ca1· 11 tod0s os sei~
filhos varões, mas a malfadada polít;c,\ e. outras C:\usas dcfi·
cicntcl!i da criie comercial, nos dccênioii <l\! 1870 .a 1890, o obriga·
;am a só faze-lo aos quatro mais . velhos :
· 1) . Nilo, que; segundo Sílvio, citado ~d.:> . ~escmbarsador· A1·..
• • i .:.,.
..
1\ '


...

,. ' ·.' ~
·\ "~ .'
,' 1. ....
O. Francisca Xavier da Siiveira, casada com o 11
AI feres Roberto José de Oliveira.
·~
.;
..:~ íl
,r ...
o. Maria Jerõnlma da Siiveira, casada com
José Alvares Chaves. Falecida antss de 1829 { O. J!rônlma Maria da Silveira, casada com
José Joaquim de Jesus. ·~.;·
..~
'
"is~ ~-
Padre José Caitano da Silveira Nolete. Fez .i,
. testamento a 25 de setembro de 1829 e
faleceu a 27; de maio de 1631. San· "
:•

Crlstovam. 1;
:f
.superior Barnabé Francisco Teles, mali moço que Jod Gul-
Comandante casou-se com d. Rosa de San José Sobral, nascida em 1817
lherme,não houve próle. Residiam no engenho ·Tabua de Baixo, San:
~# e nela m· casaram-se em 1839. D. Rosa ' 11"'4
Cristova
Siiveira Sobral. •
:· de d. Felismina da

• ...-O Maurlcl~
da Silvelra Fontes, casada com o ca):>ltão-m6r comendador

''
D. Ana rtlns Fontes nascido, a 27 de Julho de 1798, no engenho
Joaquim 8 rra em 1ta'balaninha~ e falecldo, a 20 de agõsto de 1860,
ª
.'
Campo
do engen °
de Janeiro de 1882. .~.
·
dah 5ª an-'Franclsco, mu.1lc1plo de Laran/elru. Ela faleceu a 2
O. Joana Narcisa de Jesus da Silveira, ou
... Joana Narcisa da Sil veira Rocha, casada . d S'lvelra Andrade, casada duu vezes : a 1.•, com o ba-
com o capitão Eugênio José Teles. Ela fez D. Maria Franc1ªs co' Alve!i de Brito e, a 2.ª, com., Manuel Joaquim da
Jesuina
charel
testamento a 5 de julho de 1852 e faleceu Andrade.
a 7 de se!embro do mesmo ano, antes do
' 4Q: espôso. o. Clara Jú:la da S i:ve:ra Garcês._ casada com seu parente bacharel Manuel
" ..1
4 de Freitas César Garcês (Vide anéxo l ). :~
~ u Coronel José Guilherme da Siiveira Teles, casadÓ com d. Ana Porflrla Freire
~ Teles, em quem não houve próle. Ela fez testamento a 17 de agõsto
.it ...z de 1883 e faleceu a 10 de setembro de 1887. Por cessão de seu primo
mais velho, Francisco Fel/e/ano, foi o 7. morgado. Destinava-o a se~
1 -4: Irmão, Barnabé, mas esse faleceu antes dele e . sem próle tambêm.
• Ili Resolveu vende-lo e o fez por bagatela. Foi, assim, o ultimo. Faleceu
em seu engenho Rio Comprido, San-Crlstovam, c9m mais de noventt1
i Ilie anos, a IS de outubro de 1905. ·, ·.

O. Ana Maurícia da Siiveira, que foi a segunda D. Maria da Silveira, casada com o brigadeiro 7.
•. <t espõsa do sargento-mór Lourenço da Ro.:ha Manuel Fernande; da Silveira, nascido em
z 1757, em Estância e f31~cldo a 26 de no-

.
Pita, que, tambêm, foi casado com d. e .ara ,.·
de Almeida Co.,lho, a primeira. Tamb~m vembro de 1829 , em Bafa.
• 5 se chamava de Ana Mauricía de Santa
. ;:,.

a Clara. Ainda vivia em 1829. Sou espõso Francisco Feliciano Ferreira, que herdou o morgado, é~mo sobrinho mais
velho do tenente José Plácido ; mais, não podendo, econômlcamente,
• 4 faleceu em 1818. Residiam no sitio Plnhi>iro,
. o rege -lo, o cedeu, com sua espõsa, d. Eflgênla Maria de Jesus, por es-
, en:P.o do município do San-Cristovam. Era
a mais velha das Irmãs. Capltão Frand sco Félix da Rocha. Faleceu crllura de 7 de oltubro d.e 1839, a seu primo corop el José Guilherme.

.
antes ce 1829 . Casado. '·.
~ { D. Maria Pastõra Perpétua da Silveira, querida do cônego José Francisco de
Meneses Sobral, de quem houve próle, que foi perfflhada por escritura
• o: de 14 de dezembro de 1852. .$ .
~
~ Tenente José Plácido da Silveira Plta. Residia ::_;,
...:
no engenho San-Luls, Laranjeiras. Faleceu
posteriormente ao últ 1rno, s e m de:;cen·
~;
-~~ .,.. -·-
• ci ~ência. Era o primogênito. ,_.;~~

•• O. Ana Vitória da. ~:lve r~. que foi a segunda


espôsa do cap1tao Jose Sotero de Meneses,
falecida a 9 de març~ de ~815, sendo que
a primeira foi d. Mana Ca1tana de Mene-
Tenente-Coronel Manuel Fernandes da Siiveira, antes .·Manuel da Silveira

o.
Nolete, nascido em 1809, casado com d. Felismina da Siiveira Sobral,
engenho Olra. Sua espõsa nasceu em 1821.
Clara Maria da Vitória, nascida em 1811.
~'
;:;
~

••
ses, falec!da em fim de agõsto d~ 1807. . .:::
{
Residiam no e ll.9 e n h o Concelçao-San- o. Joana Narcisa da Silveira, antes Joana Maria da Vitória, n asc'.da em 1813,
Crlstovam. casada com Guilherme José Pinto e falecida a 2~;: de agôsto d• 184 3 .
Antõnlofda Silveira Nolete, o moço. 5.0 mor- . ~

•. gad:>. Faleceu a 25 de Junho de 1829.


San-Crlstovam. Não deixou rdescendêncla.
Era o mais velho dos Irmãos.
·.1:.
-~j-

º'

• ~~~a
Joaquim de lemos. Mascarenhas, nascido em 1833•
Padre Guilherme José da Silveira N_olete, vi- has casou-se com Guilherme de Lemos Mascarenhas, nascido em 1834. '
Ma~are!
a ass M~scarenhas. Fa-
•.
gárlo geral
ueridadadVara
0RosadeBenta
Ser gipe. Viveu com
Mascarenhas, Vicente Josédedel im
d. Lulsa D. Florlana de Barros Lemos Mascarenhas, nascida em 1836.

1
1850
qdo un.:a
Ca ltanla das
Já era principais
ordenado, fami
como o l!as _dar
irmao, teceu a 25 de abril de · Alferes
. José
d Caitano de Távora, antes José Caltano de Lemos Mascarenhas
enf1800 'e já era falecido em 1829. O. Maria ª Glória Guerra, antes d . Maria da Glória Lemos Mascarenhas.
'

''
77 ..
"
de 1883, e a inseriu. tran~crcvcntlo-a, o Jornal ·de Sergipe, de Ara·
caju, cm ~cu núm. 94, <lc 5 de dezembro <lêsse mesmo ano, e se i11ti-
~ulava: "ALEXANDRE DUMAS I E O SEU TEMPO".

mimlo Guaranú, .. era o maior talento e 'J or~ulor mais ílncntc


dos irmão-"'' , matriculado um ano dcpoi.~ de Sí1•1io, na Faculdade
de Dir~ito ele Recife, cm 1870, bacht1rdotHi\~ em 1874.
2) Sílvio, como se sabe, mat.ri1;~!;vb cm 1869 e ~e formou
C' !H 187...).
· 31 Joviniano, que recebeu o grau de doutor pela Faculd~de
d e 1\ktíicina da Baía, a 14 de dezembro de 1881.
4 ~ Ilcnilclc, matriculado na ele Rccifo cm 1879, bacharclo\1-se
cm 1883. ..( ..
_ A quebra de um banco cm Baía, onde tinha clepo5itado rcle-
V;{ntc quantia, enfraqueceu, bastante, .10 comendador e isso in-
flui ria, ·de-certo, na educação dos outros uois:
5) Emílio, surdo, obteve a patente ele capitão da Guarda . ..
Nacional e concluiu seus dias, risonhamente, ~ozanclo a apost>n-
tadoria de fiscal federal elo imposto de consumo, qaerido de todo
contribuinte, . porque nunca fez mal a ninguém. Casou-se com ·
sua prima. d. Ana Dantas Romero, filha do cornnel Dionísio da
Silva Dantas e d. Maria da Silveira Dantas, <lo ~ngenho Moreira. ·-
· 6) Celso Romero, que ainda vive no Rio, reformado em ca- i
p~tão de marinha, que foi criado e educado por Sílvio, que o levou
<·onsigo cm 1875. Casou-se com . a sergipana d. Fahiana Lolx"'io,
.,: I
c-.ri1111da <lc família <lc Itabaiana. ·
A lei áurea <lc 13 de maio de 188~, c..rruinou os grnn<l~s haveres ~-
,.' .... . . .
do comcn<laclor e, com a Hepública, êle se dementou precocemente. ~ :

V clho alto, espigado, cabeleira basta e cncanecida, grossa beugala -' : 1


~la déstra, percorria as ruas de Lagarto, vociferando contra o noyo
i i
.
r<·v.ime, satisfazendo as necessidades fisiológicas onde tivesse von- ''
'!
t~1de. saudando a Baco onde desejasse e isso até que 9 kvassem
p:::.ra · casa, onde a consorte bem-amada, com que velhinh:t, mas
sempre santa e linda, muito bela ainda, o recebia com toda pa-
ciência <le seu supremo desvelo. ·
Afinal, cm tudo hú crepúsculo. Ce rto dia, os sinos da matriz
de Lagarto dobraram a finados. Foi a 3 de julho ele 189~ e o
vigário da frcguc5ia anotou, omitindo ·lhc o 1>rcnom: J~· comendador,
•Ju ;· ._. :\1:•1···· J< a mo:. l<•>llll'ro de HO •m :1;; 1 casadn ,·~-,m 1\lari.i Han ~ a.s
· H...111crc. '' ha\·ia ' t;.!lu:ido de nwló ; d:i, Jcsc•Jnhcdd<1. ..'. Sepultou-se
no <lia imediato.
Assim como havia nascido clozc ..anos <lq)<1is dele, Deus deter~
shin<tra que se íôsse juntar doze .mos d~p\>is, para c.1uc clcixàssc a
vida na mesma idade <1uc o cspôso idolatrnd,> e, (4ssim, é Ql!C, a 19
<lc novembro de 1906, taml>êm ;10s oitenta anos, vitima. do cc>raçfi o
sof:-c<lor, íalccia, diz o tênno de óhito :l., m<.:.; mo vi~úrio, agora mais
justiceiro, "cJ. M}..ria Hom~ro, viuv.i <lo com<:nda<lor André Ro·
J,J1e:-'J " . Sepultou-se no dia 1egui11te. ' .

, . F.spôsa e mãe extremosíssima, orgu\lmva-se . como Corn~lia,


• J~,3 filhos, homens e mulheres, mormente de Sílvio, sua ·"estrela
dnha ", achando a todoa intcli6'cntc1 ~ IJ\,lc.11 pOJa çomplriçlo fbica:
... · ·~, ' -; : ~ . -··

..' ·,. ...


~ ~,

78
kntrc outr:i.s co;isicl~raçõci;, <fofa. ser êk '"um dos .mais not~·
VC'is cxc1~1ph)s · dos mystl':-ios do :Havismo", p9rquc era neto de 11ma
"f)<.Jbrc tlC'gTa ck J l'l<'mic, cm s. Domingos " (jllC o nvú f ôra CO· e
lc.nn titular ou "traficante t'pirurco ". Contava. ser filho d·:1 general

~l 1l •..s 0 e1cga n t·0s. ·~


,r_,,t1,"'rcl.-.
1,,a· todas ::i.q cartas de $ílvio e dizia cscrc,.
·v·.T <':·k c•m li:!stanlo para ('la podei· )('r.
Amor de Mãe! E quem se nfü) orgulha · de tais filhos?!

*
Os :i.n0~~os. a<lcante. fab.111 da família Túvnra <1~ Sílv!o Romero
e o elaboramos num preito de sinccr.l homcna~;·cm ao pa rrntC' <' ao
inc1111fun<lívd amigo de Tobias· Barreto. ·

••
Naturalmente, e isso é c.l;;! importância afirma-l,1, qt1c i:;ó nos
1·cferimos aos Távoras de Sergipe. Subt.raim<.1-110~ de ,aludir aos
Mouras da Silveira. aos condes de Sõrtcla, aos Pires de 'f{woras,
:i.os RR.pÓsos da Silveira, aos Silveiras Tcixeiras, aos .s1·:r.h·n·es de
Sarzcdas, ·aos Alvares de Távoras, ::tos Sousas Távoras, aos Silveiras
Leite, aos Pimcntcis de Távoras. a·o s Fcrn::indcs Carrniniu, ;1os Dei·
gados ele Távora, aos Tavares de Tá.•mras, etc , kdos êlcs de Por·
tugal, troncos de famílias brasileiras 1 ··1

*
Permita-se-nos esta anotação: O !-.anq:1Jc rcmântico dos T fivor<ls
:ilia<.lo não só ao cérebro infantil dos avoen~os cio casal GC'rr.ldo
Con~ia-rl. Ana Josefa, mas, tambêm, ao meio lcncl;í.r!.,) ela i1hcrc
terra lagartense, tudo concorreu para as·fantasias g'C'JH~al0gica:; pró.
prias . de Sílvio Romero. Aquele intruso Ca,..;•alho qu~ <iú, gratui-
tanwntc, à avó paterna, d. Jnsc:fa Vnz, foi assimilação d(' 1m1 cida-
clfto Vaz de Ca.rvalho, aliás recente entre nós, contcmpor:i.ncl).
De feito, pela Rrsolucão prov. núm. 1.271, de 7 de maio de 1883,
foi concedido a Alberto Vaz de Carvall1!) privilégio, por vinte ano~
para montar cm Neópolis, então Vilan•.rv<.1., "ui11a fábrica para ex-
tração de olco de caroço de ah;oclüo " ; mas, pelo D<.-1.'r~to esta<l. \~
núrn. 26, de 26 de fevereiro ele 1890, foi consic10rado ele lK'nlnnn ·I
dc-ito essa {Onccssão, porque criavn "embaraços à libc rd:.hle de
industria " e porque resultava " prcj uizo 1>ara os cofrc.:s do Estado,
~
cm virtude da. isenção de direitos de exportação de que go~am os
produtos da <lita fabrica ", ·
~
.
Era governador o dr. Felisbclo
•'
Firme ele Oliveira Freire, então
amigo de Sílvio, o r1ual <lev1a conhecer todos os atos daquele e ~
assim, veio a saber que havia um Va.: de Carvalho e que '$Cnd~ ~
a~·6 elo mu11idpio. d<! Vila-Nova-dc-Familicão um Vas, tal' Va.: de· ~
v•a ter um acr~sc1mo de C,arvalho, como o Alberto do ninho de Ar- ~
~
.. ·~
'-'::

,\ .
i. \
··' ·
.. .
.... ' 1
\.. . .. . ·. . ... .. ' 'a
-·---- ~- "&~
T ronel João de Andrade ViiJlra, ~ue foi o 1. es~o de ó . Joana~
enente-Co Vieira que ainda se casou com João de Mélo Vieira e fa'eceu em
DeUJ sendj que o tenente-coronel fa!ec9u a 5 de agôs~o de lf.131 . En-
o 184 ' a õa Real. · ·
z
<i:
AI g9n~o L â~ de Aquino Soares Vielra, casado com d. Francis::a Ro:;a do
udante o~ ·no 8 S" onforcou ao demandar-lhe uma questão o famoso ba-
uz o.
- 1 Amor ivi Ma-;,uel José da Silva Pôr!?. ·
<i:
Maria Rosa do Carmo, cas Jda com
0
charel padr 'lhorm'.l José da S:ive:ra No'et<!, casado com d. Ms.ria Di-
capltão Luls da Andrado P~a:heco, 1 Tener.te-Cor<?nelc!e u,~ 010 ~e:;ld;a no engá;ih~ Siive:ra, :J1·1ina ?a:;~ôra, onde
~
(j,
falecido a a de ju.1t':o da 1::;33. 1 nis V1e1ra •d~ ~. bro · .9 18152
Engenho Qulti·Cape:a. falecE)U a _26 ªsº"uJ• od" casada·
~ D. Vitorina Maria de an- -~. ·
0 Joana Luisa de Andrade, casada. .
o · M I do Monte do Carmo, falec:dã !:C.lt~ira.
0 · ar.ª carmo, fa!e:ida so'teira.
~
<i:
o::
K
~~~~\~c~ºf:a~~ da San-José, casada com o tenente .!o:i.qi;:m José da
1· Rocha.
.. J - dª Aguiar CalC:eira Bõto casado com d. Margari da Cortona
Bngaueiro oa 0 "'. '
co
Leite sampaio. -
d dor Sebastião Gaspar de Almeida Boto, nasci o a
'd 17 d e se.emoro
• ·
í O. Ana Josefa da Silva!ra. casada com ª
meJ 0 18o2, casado, suc_e:ssivamente, em Sa:it·:> }":ª'~· a 29 d;~. no,~e~b<o
Antônio Ro:bgu's Vi9ira. da 1823, com s;;a prima em 2 . ~rau, d. Ma. 1a '-ª··:'ôcra Ac~!vo. 1, viuva
de José lnâc:o Gomes de Argolo, morgado de Porto ~a • olh~ ; e as
c:u~s irmá.r.S d. Rosa Een:a de Arau]o e Molo, a.m 1e!:3, fale_c1da a 9
c:e Julho d9 185ô e d. Ana mas de Araujo e r-..e'o a 23 da iunho de
1E57 S9!1ÓO qi.;e es-sa era viuva d:> engenh91ro c:vil Padro R.;)c!:'ig •.;es
Oant~s e Melo. ;~i:;sidia no engenho ?oxim, San-Cristova.rn, onde fa:sceu
- rl D. Ana Jerõnima da Silveira, casada 1 a 31 de maio de 1ee4. .
D. Ce-::i:ia Eufr'.\sla Mar:a da Almeida, casada c~m º·1tenente-corcnel Jose
"' com o coronel João de Ag:;!ar Boto,
>..
...liJ o..
UJ )
..J "1J
o 1- o
<(
ll'.
falecido a 5 de cut.ibro c!e 1818 e
ela em 1849. Residiam no _en11enho
Marulm ce 1 C 1 ma, mcn:c1!)10 oe
Sari!o Am:iro.
l
, Lemdro ~e A'rn e'c!;;., er.genho C;d6s, Neópo::s (V1 ano"1a}.
D. Maria Vitória de A lme1da Barros, c_::sada ~om o tenent e-co~on~l .!ose de
Sarro > F1mer.!o 1.. Passos, er.2er.no Maru1m de Cima, San .() ,.::ia:.).
.

D. Frar.cisca é ·3 f .g..:i:ir, 2.' esp.5s:a do como:idad-:>r Ben:o ~ r1léto Perciõl.,


z,,, > ~arão do Cctingulba, pois a 1.' foi d. Teresa Rabelo Leite Sampa io.
<( .!: ~ E:e nasceu em 1780 e fa!ec6u, a 23 de seie:nbro de 1866, r:o encenho
D: ~ 1- sa.1-Bento-Vilar:ova e não cm Ceará!
D. Ar.a Pinto da Açu!ar, cas:-.da com o portcgcés .Josá P;n!o e!" Carva:ho,
-
- - <( nascido a 13 de d~zE)ml>ro ds 1783, veio para o Brasil em 1804 e para
UJ iii tr
> -
..J ~· IJJ
Sergipe em setsmoro de 1816. Naturalizou-se brasileiro e fa!acsu de-
pois de 1850.
iii 'O - D. Ant~r.!a Eufrás'a ~e. A~ular, cas.?.c!a com o tenent.,-corone! .kião P!.achado
o > de. Novais. Res1d1am no engenho Maruim ds Baixo Maruim onde ela
falicau a 16 ds novembro da 1855. ' '
e<( <O-e -<(o:
ºz e
- <(
<(
~
(Brigadeiro Manusl Fernandes c!a Sil-
veira, casado com d. Mari3 Si:veira.
Se'.11 pro:e.
;.
cO ~, •
1- 2o Monse11hor /l.ntõnlo Fernandes d:i Si'veira, na!!'c!c!os em 1795, ordenou-se em
1620 a fundou a imprensa em ~-ergipe, em 1832, com o RECO?l!..J.D<?.~
z e f S~~GIPENSE.
de 1862. ·Faleceu na ent2o vila de ltapic~rú,.. Baia, a 30 de Ja-
' ~ rJ •· ,... •
João Batis:a da Si: vo:ra, c:is ad·J com l neiro
Coronel Manuel Farnar.des da Siive'ra, residente em Santa Lus!a, casado.

'• d. Maria Zeferina de Ar.érade.


·
Padre Jofo de Campos da Sil\·eira, ordenado a 29 de setemb;o de 1831 e
professor de latim da ent~o v:1a de Santa Lusia, nom3ado por Carta
lmper. de 22 c!a oitubro de 1824.
Padre RaimundC' ds Campos da Silveira, professor de latim ele Estância (já
o era em Janeiro de 1835). -
D. Francisca Catarina Souto Maior, ca·
sada com o sargento-mór Antõ11lo · João Martins Fontes, casado com d Lulsa do Coração de Jesus. Engenho
Fernandes. 1 ~. Salgac!o. ' .
D. Ana Franêlsca da Si!velra, casada a 8 de janeiro de 1822, com o coronel
D. Ana Erancisca da Silveira, 1.' espôsa . _oo,.,!ngos José de Carvalho e Oliveira. ·
docapitâo-mór João Martins Fontes, Cap1tao-MorFor:tes.
-Jo:l:;ui;n Martins Fontes, casado com d. Ana Maurfcla da Silvolra
casados a 23 da no•1embro ca 1796.
0 . Mariana i=r~ ncisca da Silveira Oanhs, que 1ol a segunda espêsa i:fo CO·
' ronel Joao Dantas dos Rêis, havendo sido a primeira, sem prole, d.
Rosa Perpétua de Meneses Dantas. Fazenda Caritá, Geremoab~. Era
• >
>< l êle con1endador de ordem da Rosa, cavaleiro professo na de Cristo e
coronel de Legião.

o D. Maria Francisca da Silveira, 2.' es- l


pôsa do referido capitão-mór João
Antônio Martins Fontes (comandante superior), casado com d. Maria Fran-
cisca da Costa Fon:es. Estância. .
><
11.j Martins Fontes, casados a 24 de D. Micaala Maria dos Sacramentos, casada com o coronel Joaquim da Silva
z Junho de 1807 e ela faleceu a 12 Cardoso. Engenho Pedras.
~ . de março de 1815. José Diogo Martins Fontes.
l Engenho Campo da Barra-ltabaianinha. Maria Francisca da Silveira Fontes.
- 79 -
l uni:i!', Qt1c fokctu <'lll 1~~07 e foi hcroi cm Bri7.cl1, e a quc111 1-fa·
l"-)kào denominava o Horácio Coclcs elo Tirol. •
E. por fim :
~. ,\ns ~k·:rnito :mnos teve (l\1C rntrar para o cartorio de un: tal~ l­
li~o '-'n not;lrin, :'.\fim d\• g;~ nh;ff a propria vida e ajudar él 11.ãc •.
lia 1',)\h'· lS t'S'-Tiptn '.'<.'s lk r;<(a -- ni'io fatio <los csc1Tvi11l:;1d 1;r.cs - ·
H<' n .io \""H ~ rn'l'<' 1)11r a hi l'll p1 ir ·q11;dq11 : r \:ou~a a11 ;.tlu).{;l. O tabc l l io-
1

n;,to é <..' omo o jom:\li~mo, conduz a tudos 0s r.imu:;, ct,11ta11to c;uc a


s·c~1~e :::e lin-c (!.clk!' qua11tl1 antt·s.
Dnm=ts só ficou uns dons annos como terceiro ama111.1~·11.-;<.: r.o
cst::-ipt~1ri~1 do nota rio i\-kn~sson ".
N ;'.1q c..-.;tá lon~~"<'. tXJi~. <le ser a1>rovado o que uissl.'.lllus. Port-m,
u n·l:t n11t1·a impnm11s: é qm~ filhos <lc padre e de tabelião sãn intc-
lig-ci1i:~s, cn:bora odiados da caprichosa Fortuna, que lhe,:; <li., sipa
º·" Ji;:.,~~·r<..·s. Scrg\p~ é um atcstatb vivo do que afirmamos e, ('ntrc
$ -:-11: f:li;~ 1s i!ui-tr<'s.° é a m:iioriá" produto da igreja e do tinteiro, fi-
guramlo o nosso excelso Tobias Barreto e todos os irmãos, esses
m(·no:' c.iu <.J'1~ êlc, 11ãa só pot!êiue estudou, mas, tambêm, Pl)rquc her-
d o :1. d~ <L E:rn.:rcnc!~na ~faria ck J csus :Meneses, vi veza ele fa.:u 1-
<la<~(·s ;.:p;.ff~d as .. knclo nisso razão Emílio de Gcrar<lin cm s<:u pos-
tü l.ado <lc que .. os filhos pertenciam às mães" e tanto 4~1c, sci1<lo
ela sua prime.ira mestra, claro é que poderia ensina:- a ,)utr~m se
.~ q ui :;cs ~~- Tnhi<!s ido quis seguir ·.'L carreira 1~atcrn:i e o Í<.':! ;\ 111a-
\cr11a, puis ' !'.lC nem t<1lla mãe se sc:1tc i11dina<la a ensinar :\ p role,
com~) é de d'.'\ ~r rco.;trito :t quem a~;sumc tão sagrado n"ii.,ter.
...
!~ ::J.li11t·:1~<:. mcstn:. professor, (oi o que, cm vcnhdl.!, ft">ra t·lc
c:ru toda a existência, até. dele próprio, <Juan<lo vcnlalli:irnmcn~c se ·
ap~ rf v~çn;~ \'a. E· :.na a <ln:b:·a(;:io: •· suu compktam<.·11lc um auto-
1
di{btu - ou mestre de mim 111c~111u ". O juvcm histuriad,1r b:·asi-.
l•..:iru P .:r:ro CJJi;1·:J11 apoda-o, co m u critério ciuc lhe é n~culi;u·, de
1 .!\
. - u JW.t.is e!:pan~osu auto-didúta <la nossa histllria i11tdcx·{u~tl ".
J'.: ra rt istu 'l' i.; 1 1unbmo'i cht·gar e, servindo-nos d a clivi;;:i tle 1
Fuuq u<:t, aplicanuo-a 11c::osc ~sfôn;o, tambêm iutcrrv~i.unos: Q-uo ..•.
11 011 asrr J1tl11 111t"
A c<Hkira de Gra11d1tica Latina uc Lagarto tiuha , lks<k: 18-H,
• 1:m :-t.! b.,,1it11tu. o qual era u ra })it i\o M;11i\1d Fdipc d<.: Carvalho, u
Jm;fc_,s()r H:1.c!11. «!ti': c .~ pcra \·a, 11~t 11rahnc· 11tt', CJU'-' o scrvculuál"i ...> dl.!..
ti \ "<1, pruprí-:-t ;°1 ri'J d da. a alJandona s.·;c, se j uhi la ssc uu S\! un1dassc

t
'ttr A lf rc-du Pa~.>O~, o llHJlkla r »a<.:\.'fdlJh.: e ~úlJiu <liriKcntc dv
E:.l'.vlar "Olímpio Cç.un1x» ".
e rlll'\) '
H ~cunkrn11 - no:• ljlll.: o i11qu~rilu lk J1 1?'to do Hio foi hi~·q ap,\1
e <JUC o Decreto 1ilm1. 26 Í1>i t1111 do~ n:l:.1."·i,1uadus 11a (Vlllt'i ia'\flu
.1!
J:rído Cardu:m-Bt:nildc HunH'I'», l~111 l.~99, da qual ~iÓ ~aiu u111 \'1.•lu·
me, "a contar <lo iuícío <la fkpúl1lka cm 188~ até ;\ im.>111ul~<l\\\o
'!
<.la Constituição vigente, cm 1692 ", ' 1
1

1
1

1
I .

·-·· · - -- --~ --- - ·- - --

. - 80

para o outro mundo, para sucede-lo. Eis, porén~. que Pitang\1cira


a
não resolvia nada disso C O suhstitnto foj quem faleceu Cl\l 1854,
.. 6C
sendo aberto concurso cm oituhro. Mal sabia. o pobre velho du
professor Badu qut, anos depois, Sílvio lfomcro tentaria rein-
carna-lo! ...
Com que tendo, apenas, dois anos e sete meses ( inclusivl! os
meses de íérias) de estudo da língua latina, já era Tobias :nane-
j ador <lesse idioma, falando-o e escrevendo-o cúmo incstn~.
Nesse ano ele 1854, a capital <la Província arrastava-se, cx;i.1\imc,
ri:.1. legendária San-Cristovam e, entre intrigalhas política:;, co1110 o
resto do Brasil, marcava passo Sergipe. Nã~ raro, pelas tocaias,
troava o certeiro bacamarte do sicário cm vin<lictas parvas <lc ~om­
.. pctições honorificentcs ou memorativas <las sangrentas lutas das
guerrilhas <le Santo Amaro, advento da politicagem na ProvÍn•.:ia.
Fôra marcado o concurso para ser realizado cm a núvcl <"i•ladc
. . . . ~
<lc Maru1111 (23).
Concorreu Tobias Barreto, que sj tinha quirize a'nos de idade.
Saiu-se tão admiravelmente que não so lhe 1)assaram título ~!e rnhs-
tituo da ca<.kira aln<lida, mas, até, de qualquer uma ont.ra, qm: va-
gasse.
Escutemo-lo: "Com esse título fiquei no La,garto, tt1crando
( ' ll1 e.asa ,10 rl'Ícrido Pitangueira, a quem substitui algumas vezes

e ('tlsinando particularmente primeiras letras - mat.cria em que


furam meus discípulos, entre outros, Nilo · Romer·) e Joaé Da11tas
<la Silveira".
Ainda que essas substituições só lhe rendessem a mesa c1o 11adrc
l-'itangucira, pois <leias nunca obteve um i·cal (24) ; com que tivesse
lu::i<.nado primdras ktras, <> número pago de alu~ws devia ser di-
minuto, pois o lagartensc é prático e, ali, havia excelente proks~or
· c.lc graçci, -:;ó sendo presumível que muito pouco ou nada fizesse!
Só estava cm Lagarto esperando c1ue o mestre ~e jubilasse i·ara
'~ubstitui-lo.

(23) Criada vila com a denominação de SantJ Amaro \le Ma-


ruim ·pela Lei Prov. de 19 de fevereiro de 1835 e, com o nome de
Maruim, pela de 11 de agôsto dêsse mesmo ano. Ci<lack pela Lei •
. prov. núm . .374. de 5 de maio de 185-1, e coma:-ca i•da <lc 11úm. 379,
de 9 dêsse mesmo mês e ano.

·---
(24) Provemo-lo. lkcd.>cu, pcssoa.lmmt.1~,' ':> referido ·padrc-
mcstrc os vcncimrntos de julho <lc 1854 a junho de 1855. A 9 de
oitubro dêssc último ano, pur seu procurador Antônio R<,<lrigucs
· dos Cotias, constitui<lo tal a l", recebeu de ju\h.) a setembro quando
já Tobias Barreto ·abandonara Lagarto para scm1Jre, para' Úmprc
anvtc-se bem, porque disso fazemos questão capitai \ldeante1 cp.1and<; ..
tivc~mos de confw1dir um caluniador dos muitos que tivera na vida.

...
---- ---·---------~
-.
...
_ ,.,
~

;
·,"!.~
..... ~;
<
~
\rJ
~
Cll
José Pereira Sarme:ito, casad:>.
\~
O. J:>sefa Maria da Trindade, casada com o alferes Jo~6 ·
z
- ::::>
.J Antênlo de Morais, nascido em 1799.
< N !
<
- ,.,, eaS
J ·,·

o"' "'.g
O. Ana, casada com o capitão João Cardoso de Meneses.
~
<
~ o  o O. Maria ~osa, que foi segunda espôsa do ma}or Antônio Ro.
o-

:E
z
L

liJ
o g
'""

,,., 8,
"O

Domingos Pereira Sarmento, casado com d.


drlgues Pereira, pois que a primeiro foi 'd. Maria Ale-
xandrina Eugênia de Meneses, a que de'e teve prole.
< ~ .,, Rosa Maria de Jesus, a quem sobreviveu. Engenho San-Miguel do Baracho - Rosário. . ...~.: ~.

CC: a: )l&J ,g Faleceu no engenho Tabua, no município ,


~ e d' Itabaiana, a 4 de oltubro de 1832, sen-
Pejro Vieira Sarmento, falecido com prole.
f/) ~ e> do que fizera testamento pouco antes, a 21
'"" ri de setembro.
~ 1
o-
z -g O. Joana, f aleclda solteira.
a:
-
o !!
Cll
~

liJ ~ UI Leandro Morelra, idem. ...,


a: -~
·~ .r~

~-f
.,,
bl  ., ."r'•

Q. '"" Q: D. Mariana, Idem.


o o :..:.
......
"" f/) ir O. Emerenciana, Idem.
f/) õ 1
,o z
~
a: 7e
~
o
João, Idem, êste, como os cinco acima, antes de 1832.

> lL tlS
>< (J) (O~l~")ras papa-cebolas alcanforaram-sa : . dev~rou-os a
..:'' o à ~ Guaratüba, para produzi-los, depois, · mlito depois, de
1865 para cã, desde o florescimento do oiro branco nas
,
"' ><
UJ
.,
OI
e
Matas de Itabaiana, na ubertosa Chan de Genipapo,
onde frei Paulo Antônio de Casas-Novas faria surgir à
..
f.
;~ Z UI
be!a e apruivel cidade sergipense do santo de .:seu nome
\. < - San·Pjulo! ••• ) :?::
~
,
:;:~'·

:l ,..
- -'
.,,.,.....-1~i""""""-~·
" ""' i!llfl"'. !9!11
. -~·1•!11
. ..... ~1",;~,,·---;
.. 7
' 1 ,/ í ' .. • ~~~ ,:"\.~ , ... .., , ;ir..~-/ ~( 1!. ·~
•... ,/"': '• ~,
. ,- ,r ~.

81 -
.....
' -- t:~ ~ ~ ~ .;~
Eis que :l e5.trcl~ 11n!l do poeta asce.n<lc no horir.onte e, mais uma -:
vcx, viria bater-lhe à l)Orta da Vida o anjo do Infortúnio. ' '.

lSSS aurcolotHiC com dois fatos notúveis: a transferência da


c;:pital, a 17 ele março, de San-Cristovam para <J povoado Santo
Aut6nio de A rat·aj ~1. t~ o aparecimento, cm scl:(·n~bro, de uma JW')·
lé~t1:1 dcst•o11h1..·rida, l'lll Cam'plls, que era o mal da!l ú~ua:; d·:.> Ga11gc~,
a fatal cJh·ra-morlms, que ceifava, dolorosa111í!nk, vidas e n •ais . ,.
,·idas preciosas, sendo raro o que escapava, por dcsconheci111c11to.
Sc!"gipc pagou caro tributo: excetuando i\bruim e o distrito de
Sa.:1~:i Rosa, muni~pio . de l tabaiana, morr·.;rnm, ele sctt:mbro <.k
185~ n janeiro de 1856, 15.122 pcssôas, quando, rn1 1850 a nossa
1>0pul.~çào sc1·gipa11a contava, apenas, com 219.620 ::ilma!'i !
Desditoso Tobias Barreto t. Irrompendo o mal cm :.ua terra ria·
ta.1. onde tomb~ram 89 pcssúas, inclusive seu padrinho, levado pdo
amor :~us seu~ , csqttl'Cenclo ali, em Lagarto, o mé\'d da permanência,
qu.:- et a st·'• futuro, corn.:-u, presurnso; para C.unp•.lS, m<.'~mo porque
o n.:tl se pro:>;i.g-4ra. logo, naquela vila, cujo municípi:> ~\!VC um:i
pc:--'h de l.374 criaturas, fechando-se as escola:>. porque, conw ?·ias
demais localida<lcs sergipenses, quem podia, fugia para . o campo,
i :.-:bnd:J ·se d1'.s coléricos. Foram quatro 1m·scs ;ic pr;tnt-J em Ser·
·gipc ... Além dos prejuizos ·vitais, enormes, como é de pr<:vcr-sc,
ê!.1ora os materiais, sossobrando aPfovíncia, já. <l'..! si paupérrima, ·
em cnonuc crise financeira, pois que o pequeno comércb e: a hu-
mil1h· :l)ll ;rnJtura paralizaram. nain<lústri.1. rudim~ntar, nem ~e
fala! F0i debelado o mal. mas sru CÍ<!itó cimtinuou. O r=t, Pnln3
Parrcto cl•: )kncst'.S, sohrcrarrr:;ado com duas famílh;;, ~lÍo.ira outros
· n.:111.prl):,,:..,,us de ocasião, tkYia estar cm cri•:·! fin:mrcira t:, assim.
o })Qbrc de Tobias Barreto teria que esperar, no doce lar, paterno,
que •l Drst:11-.> Sl' apiedasse <!t• sua t<·rra 'e o 111-,1.i. •pa::-::as::;<,:.,
Eis ..i:<c, a 1.2 ck oittt!.iro tksse ano ( l~:i•.l). é u padre Piwn-
_gueird. ;ulii'ado. Tobias Barr<.'to fôra avisa(~~) l)("lo 111~stre do que
iria haver: sendo seu legal substituto, caberia a si, llOr direito. l\
11•)1;1C4<;;i:Í'J.Era caso resolvido. Sendo :rc111 :r de d~iejete ano.s.
<·ma11cipotHJ ') pai a 19 <l~ julho desse ano. De feito, nesse dia. o
w.~i11r p, '11 o Barreto, no rartório <lo t.1bi:li!'Lo interinu Fnmcisco
da Silva C~&ar, pcrantt! a11 ·testemunhas Frund~w <lo La~\) A<lomo e
M;.nuel Maria da Costa Fern·ira, C'm escritura públir'-4, disse que
•· tem um íilho kgítimo l><>I' nome Tohias Barreto <le ~kue::..cs <lc Lai-
X'J do seu p:i.trio poder e rcco11h<.~ce11do udlc ter juizo e cfücrcçb \">ara
.!!.C rtgcr J)()f ~ j e t'lltrar 110 A:'l>ll) de uircitos civis C f1J\iti : 1H, hé ~ua.
1

vunlítdc <·•11;•:1cipal·o ".


Dc:>1lc julho, poi:S, 11uc esperava ver r1..·:tlit:H'-se o svnÍ\v l\virndu.
fkhaJiJ1: ,, cit1x.:rou 1 A tadcirn <k l.a.~a rlo u~o ~cria tl l' l.'(11\"11id~l ! 1
'j'j11!Ja titulo 1iaru :.li c.kmais 1 lrnpossív, 1. Fôrn, tnist'n\vdmwtc ·I
t~bulha.do em 'cu' cou<'urllo ! J\Jmiraç:\u? Pvr lJUC ~ ! Pvis n:\u 1
era p óprio do Tobiaa Harn't<> de Mc1mic-i 1 • ••
Qlle l o bach~rcl ~alyii<lor Çonçi~ c.l<: ~4 4.) Ut1w,·idcs, 2'i11 lll'C•

·' •

- 82
-· ~ . ;··. ;,
s;drntc de Scrg-irw, ~atisfazcr ·liberais ele ll<l~i.1, como ·J ·fizera seu
éLntcCl'Ssor •los conscrvadm-cs e qu~. J>or i:\so, mJrrcra (25) ? 1 Era
far.cr pouco ca~;o ck~ um doutor e a li!J1.•r::!ad<i CJU>! fosse dormfr ! . .. ·
Pouco se lhe clava Lagarto e toda politicagem de Sergil)I! !
· Ex:•sp~'r:i.<lo, cks:nqrona<lo. todo seu fo t tll\), procurava Tobias
l ::: 1TC't" os 1t1g-:1 rC'!: ermos cl·: Campos, •J111.le ia •:a rpi r as dc.wcntur as.
<Juant;i vez n:-lo fn i t•1 1t..· ontrn<10, <k-: ín~<'ttdo -s.,• <..•111 ·1;'L~rima'I ! Vira111-
n0. as sim, o s poços <le bantlO .d o Rio Real <~. <~muHb alguêm, co n-
0

cofdo de seu pranto, lhe perguntava o motivo, rcspon<Ea, rom a q uela


franqueza que · tanto o ca~cterizaria após, que suas lamentações
eram pro<luto de desventura.• porque não Únha •>·bastante com qnc
fosse estudar, de que se sentia infeliz, pois enqu:intQ êle queria e
ntio podia ·ó pai satisfaze-lo, os "à111arclos de B ordci- Ja J1ct.;, "' · ( 26 ),
srnclo ricos, podendo estudar, eram uns burros, não g-ostavam d<.'
livros l O 1mrnto; cm Tobias Barreto. era inato (27) . Pobre i1g uia. t •
V c.1ar a <Ígnfr.i (Ié asas cortadas ? Sim. pois o fci: Tobias. a · 1-~~tc­
jar-se, como a inhampupé, para, depois, sulcar a luminosidad:: elo
;nu!. sem que outrem o i:nitassc na cstrato!' Í~~ra <lo peus;;.mcntn.
P or m n rt ·.~ de seu 11roprictário, p:i.dre .l\ lcx:rndre Pinto de l\.ku-
<lo11ça ( 2S); v:i;.;a r a a ca<lt.;ira da f.C<! 11 ~· !1a vila. de Itabaiana {n i:o

(:?.1) R cfrrê ncia :w 25n Prr~; i<! ~n tc ( or<lcm cronológ·ica) ba-


d 1;1n·l l 11!1cio Tcm ~1 : t i m n:i1·hn!ia. q ue at<:'nclcnd·) a pedido do Bar5o
úe Marnim, chefe .conserva<lo r, transferiu a capital de San-Cristo-
· vam. d e p~ · rto r(q~; lilv.~ rai s do S11 l, para ;\ ..aca itt (rnoti~·os íntimos
"'> gcwcrn:ulor inpl'di ram-no ck ser C'lll 1.arnn iciras), aproximz..ncb-a
clu Norte. onde grirnpavam cunscrvat.lorcs, e ~"> resultado foi ser
at:>.cad.-: d ~: fo!ires e ~1 w 1-rc11 . · '· · ·
(2<1) Fa2('.nda c 1~1 C1 n11lo~; . então de propricdaclc de seus pa-
n:ntcs.
( 27) J k k cli.~sc Síh-io R omero: "Nunca \·i nem rir rn.·m C~l(lrar
l .11 i~' '· J) i··.' ., d un tcst cnnmho, c;H(! o çq 1heci e:~- i:l't"t:) e o a.1m·i l''1ttJO
h r.1ão ". D l:ssc tempo data, certamente, o prcnúlll·io de sua rcv<•Ha.
fntima contra os potentados. Seu irmão Frnnó... t.'t), c1uc C\·a muito
~·n;.: !";•.1,<:.do, g oshn·a de fa::e-lo chorar, co ni:;mdo-lhc graças \! t-k,
T óHas. rfo. tnn~o. qu~ chc-g-ava às Júgril!1::is.
•i
( 28) La ra uj circns ~. filho de Gonçalo P in~o d~ 'M endonça e <l.
l(:ta J\farí: t de Goi ..;, i:r::to paterno c.h> tc:111~11t~ J oã0· <le ~l<..'ndon,a
· Pinto do La !.~O e · cl. lVfaria. Francisca Fd izard.l. Era irm5.o rlc outro
]1>.'i'-' 1vfrmlüiiç:i P in to <lo J,ag-o, pn :pri:::t!u·iD rh cn~cnh.:> Camarn·
-. tu:ia, carn<lo com d. :r'o'f a ria Joaq\.iina Vir1 r:i de ~1 do, e de •l Luciada
Pasi-ôrn d<:: Gois (m.'ie de outro Gonçalo Pinto tl·~ 1\i[cnd·)nça). Des-
de 18~ 5 era cap~lãn da então ca.~)':~l a de D ôrci;, fr<.'J~úc,;ia do Pé do
n ~ni::i.1. <.~í.:pois Sirid, c;:~ando. a 6 de abril de 184~. foi 1101m·a<lo pro-
fc~:s,_.. r ci~ cé'..ck i.rn de Graú1{:tira Lati1~a de Vila:1ova". cm su bstitui ,ii.o 1

:-. o ;H·cri'.1.~s!;~>r j ubilado Jo~o ffa!ist:.'. Gomes. Port'·m a Rc-solttç5o


p1 ov. núm. 379, ele 5 <lc maio ele 1854, a suprirnitt e ~lc foi n 1andado
para a de Itabaiana, qu<.: estava vagÚ. Faleceu no ;uio seg·uintc, <"m
o mfa; de julho.

..
'.
1
- 83 -
f
era a c1uade importante" do sr. Hermes Lima). Se não ~ouvesse
" • J_

11 reterido o direito, seria o nomeado. Promotor público de Lagarto,


conheceu-o, em Campos, o inteligente bacharel Salustiano Orlando
de Araújo Costa, também filho de tabelião, que o incitou a concorrer
ao concurso aberto para a mesma.
Aceitou, prontamente, os conselhos do hóspede de seu pai (29).

;
. 1
. 1

(29) E' conveniente saber-se que, com o casamento de sua mãe,


sairam ambos da humilde casinha onde nascera e foram residir na
do capitão Pedro Barreto, que ficava à rua Caldas Barreto, casa ·!
!1
grande e espaçosa, onde o notário tinha o cartório, e tão confortável
que nela se hospedavam as autoridades judiciárias da Comarca e
1
outras pessôas gradas e amigas dêsse funcionário digno. Juno Inter-
duca, quando a digna Merência e o filho ~ôram habitar a nova casa,
não precisou que se lhe invocasse para proteger a noiYa ao ser con-
duzida à residência do amado. Afora pequenos senões maritais,
tudo correu bem.
Antecipemo-nos num aviso necessário: A casinha cm que nas-
ceu Tobias não era tão pequena como a que, até pouco, C'onservava
0 Estado. Era maior na frente e foi recuada quando, há muito,
foi feito o alinhamento ela. rua e isso se descobriu, faz pouco, quando
foi reconstruida, pois que foi ~contrado o antigo alicerce de sua
base na calçada e um pouco alem. ·
Devemos essa informação ao inteligente cavalheiro sr. Ma-
nuel Ramos, o distinto fannacê?tico Pia, '!IIl grande espírito. ram-
poano e irmão do não menos di~o sr. Joa'? ,~mos, cavalheiro de
fino trato social e honesto prefeito do mumClp1~.
Em outra parte, teremos que reportar-nos a ela.

.· .
.. ··.·· .· :

.i.
. '-1' ..~ .;J~~i. .'.:'

Você também pode gostar