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UNESA – UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MARIANA SANTIAGO FERRAZ CHRISTIANO DE CARVALHO

ATIVIDADE COMPLEMENTAR DA DISCIPLINA ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM


TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL I:
RESUMO DO CAPÍTULO 9 – CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVA DE CASOS
ADULTOS.

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ


2020
As psicoterapias Cognitivo-Comportamentais têm uma característica semelhante:
um alto grau de estruturação e planejamento, que ocorre ao longo de todo o
tratamento psicoterápico.
Durante o processo terapêutico, segue-se uma série de processos, como por
exemplo, a avaliação do cliente, a fim de determinar a suposições diagnósticas e
listar as dificuldades apresentadas pelo próprio cliente, de forma hierárquica.
A conceitualização consiste na fase entre o momento que o paciente entra e é
adequadamente ouvido no consultório e a execução da proposta de tratamento;
sendo útil como ferramenta educativa a cerca do tratamento e como um norteador
para o profissional. Uma conceitualização bem feita funciona como uma investigação
mental profunda do paciente, que orientará o profissional quanto ao modus operandi
do paciente, favorecendo a realização de um tratamento mais promissor e ético e
que, mesmo após meio século de sua criação permanece como um marco na TCC.

Uma das características das TCCs é o trabalho com protocolos de tratamento, mas
diante do fato de que ‘’cada vez mais autores descobrem novas maneiras de utilizá-
la como veículo de mudança cognitiva para seus pacientes’’ (De-Oliveira et al, 2010;
Kuyken, Padesky e Dudley, 2010), surge a questão: a respeito de uma formulação
cognitiva de caso, devemos seguir os protocolos empiricamente validados ou
realizar uma conceitualização individual para cada paciente? Diante desta questão,
é necessário lembrar que, apesar dos protocolos serem empiricamente validados e
utilizados com sucesso, não há no mundo dois pacientes depressivos idênticos em
suas vivências, crenças e sintomatologia e, partindo deste pressuposto, a realização
da conceitualização individualizada irá garantir os resultados positivos dos
protocolos e um tratamento especificamente direcionado para aquele paciente em
questão visto que ela ‘’é a ferramenta que gera sinergia entre as técnicas já testadas
e o respeito às individualidades do paciente’’.

Há vários modelos de formulação cognitiva. No capítulo estudado, é apresentado o


seguinte modelo:

1. Dados de identificação do paciente:


a) Nome do paciente
b) Idade
c) Escolaridade
d) Profissão e ocupação
e) Estado civil e com quem reside
f) Religião
g) Genetograma
h) Outros profissionais que atendem o paciente (motivo)
i) Tratamentos psicoterápicos anteriores

2. Uso de medicações
a) Uso de entorpecentes atuais
b) Medicações psiquiátricas atuais (com dose)
c) Medicações não psiquiátricas atuais
d) Todas as três classes acima, anteriormente utilizadas

3. Motivo da busca de atendimento


4. Forma de encaminhamento
5. Informações históricas relevantes
a) História familiar: pais e sua relação com eles; relacionamentos com
irmãos; fatos marcantes da infância e da adolescência; possíveis traumas.
b) História escolar: percepção geral; amizades; desempenho acadêmico;
situações traumáticas.
c) História social: amizades; nível de atividades sociais; interesses pessoais.
d) História sexual: interesses e preferências; início da atividade sexual
(masturbação e relacionamentos); crenças vinculadas; possíveis traumas.
6. Lista de Problemas
Neste ponto é fundamental listar todas as dificuldades do paciente, de
forma objetiva e em termos concretos e comportamentais.
7. Diagnóstico Ateórico (Multiaxial)
Elaboração de hipóteses diagnósticas conforme os manuais classificatórios
(DSM-IV-TR e CID-10).

8. Diagnóstico Teórico
a) Tríade Cognitiva: i – Visão de Si, ii – Visão dos Outros/Mundo e iii – Visão
do Futuro.
b) Diagrama de Conceitualização Cognitiva
c) Esquemas Iniciais Desadaptativos e Estilos de Enfrentamento (Young)
d) Pontos fortes e recursos
e) Crenças que podem interferir no atendimento
f) Aspectos ambientais relevantes
g) Aspectos familiares ou do estilo de vida que podem prejudicar a terapia

9. Foco do Tratamento
10. Plano de Tratamento

Conclui-se que a Conceitualização Cognitiva em adultos é de suma


importância para a realização de uma psicoterapia forte, consistente e
fundamentada teoricamente de maneira adequada, funcionando como um
verdadeiro mapa esquemático do paciente, permitindo que ambos, paciente e
terapeuta, possam elaborar através dos ricos materiais colhidos, hipóteses de
trabalho para modificar crenças e distorções antigas, propiciando uma vida
mais satisfatória.
Referências bibliográficas:

Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria/ Bernard


Rangé ...[et al.]. -2. Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2011.

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