Você está na página 1de 36

UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg.

1 de 36

CAPÍTULO 4

CÁLCULO PRÁTICO DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO

4.1 – Considerações

No capítulo anterior foram deduzidas as equações gerais e, portanto, exatas das linhas de
transmissão. Para tanto, consideramos os parâmetros elétricos das linhas como uniformemente
distribuídos, o que, como veremos, mesmo não sendo rigorosamente exatos, não invalida as
expressões obtidas. Nos cálculos das linhas de transmissão, procura-se, em geral, obter valores
de tensões, correntes, potências etc. com erros inferiores a 0,5% e é essa precisão que dita,
geralmente, a necessidade de emprego de processos mais ou menos exatos e, por conseguinte,
mais ou menos trabalhosos. Esses processos, veremos, todos deriváveis do processo analítico
rigoroso, apenas admitem hipóteses simplificativas quanto a necessidade ou não de se
considerarem todos os parâmetros distribuídos ou não. A relação entre o comprimento real da
linha ℓ [km] e o seu comprimento de onda λ [km] é fundamental na escolha dos processos de
cálculo: quanto maior essa relação   mais rigoroso deverá ser o processo de cálculo.
Linhas de transmissão de energia elétrica normalmente fazem parte de sistemas elétricos
mais ou menos complexos e, como tal, devem ser representáveis através de seus circuitos
equivalentes ou modelos matemáticos, donde a necessidade de fazê-lo de forma mais simples e
racional compatível com o grau de precisão almejado.
As equações, conforme foram deduzidas no capítulo anterior se apresentam de forma
pouco prática para uso em cálculos correntes. Prova disso tivemos através de alguns exercícios
apresentados. Veremos agora, através de hipóteses simplificativas devidamente justificadas,
como poderemos representar as linhas através de circuitos elétricos equivalentes e os respectivos
modelos matemáticos.
A partir de agora, a não ser que venha expressamente especificado demodo diferente,
trataremos exclusivamente de linhas aéreas trifásicas. Estas, como já foram mencionado, são,
nos modernos sistemas de energia elétrica, suficientemente equilibradas para que, em cálculo de
desempenho, possam ser representadas através de circuitos unipolares, constituídos de fase e
neutro, admitindo-se este ultimo como não possuindo parâmetros elétricos.
De um modo geral, no cálculo elétrico das linhas de transmissão objetivamos:

a - conhecidas (ou especificadas) tensões e correntes em um ponto da linha, determinar essas


mesmas grandezas em outro ponto da linha;

b – conhecidas (ou especificadas) potencias ativas e reativas em um ponto da linha, determinar


essas grandezas em outro ponto da linha;

c – a determinação de grandezas de desempenho: regulação, rendimentos, ângulos de potência,


número de falhas em seu isolamento devido a sobretensões, radiointerferência etc.;

d – estudo de compensação para correção de desempenho.

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 2 de 36

4.2 – Relações entre Tensões e Correntes

As equações gerais das linhas de transmissão, Equações (3.51) e (3.52), podem ser
remanejadas e postas na forma abaixo. Nos cálculos de desempenho, normalmente o
comprimento das linhas já está especificado entre transmissor e receptor, o que nos permite,
igualmente, uma ligeira mudança de notação.

  e  e     e   e   
  
 U
U   I 2 Z C   [V] (4.1)
1 2
 2   2 


I  I  e  e   U 2  e  e  [A]
     

1 2  Z
   (4.2)
 2  C  2 

Onde:

U - fasor da tensão entre fase e neutro junto ao transmissor [V];


1
I - fasor da corrente na fase junto ao transmissor [A];
1

U - fasor da tensão entre fase e neutro junto ao receptor [V];


2
I - fasor da corrente na fase junto ao receptor [A];
2
ℓ - comprimento da linha [km].

As Equações (4.1) e (4.2) são equações exatas das linhas de transmissão, consideradas
como parâmetros distribuídos. Conhecidas as tensões e correntes no receptor, podemos
determiná-las no transmissor. Sua solução simultânea nos dá expressões que permitem calcular
as tensões e correntes no receptor, quando são estipuladas aquelas no transmissor.
Lembrando a forma exponencial das funções hiperbólicas, as Equações (4.1) e (4.2)
podem ser postas sob a seguinte forma:

 U
 cosh   I Z

2 Csenh [V]
U1 2
 (4.3)


I  I cosh   U 2 senh [A] (4.4)
1 2 
Z C

Sua recíproca será:

 U cosh   I Z



1 C senh [V]
U 2 1
 (4.5)


I  I cosh   U 1 senh [A] (4.6)
Z
2 1
C

Seja a Equação (3.56). Temos, por definição:

cosh   cosh(  j)  cosh  cos   jsenhsen (4.7)

senh  senh(  j)  senh cos   j cosh sen (4.8)

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 3 de 36

Esta forma das equações exatas é de mais fácil manejo numérico. Devemos lembrar que,
ao calcularmos βℓ, seu resultado virá em radianos sendo, pois, necessário cuidado no emprego
das Equações (4.7) e (4.8).
Vimos também que   z y , portanto,   z  y  ou   ZY onde Z [ohm] é
 [Siemens] é admitância total da linha. Portanto:
impedância total da linha [ohm] e Y

Y
cosh   cosh Z 

Y
senh  senh Z 

As funções hiperbólicas admitem sua expansão em série:

cosh   1 
 Z Y    Z Y   
2 4

(4.9)
2! 4!

   ZY    ZY   
3 5
 
senh  Y
Z (4.10)
3! 5!

Essas séries são rapidamente convergentes, conforme ilustrado na Tabela 4.1.

Tabela 4.1 – Exemplo de convergência de termos das séries de cosh  e senh
ℓ [km] Y
  Z   Z Y 2
 Z Y 3

2! 3!
50 0,06447034 0,002078212 0,000044610
100 0,12894084 0,008312870 0,000357289
150 0,19341126 0,018703958 0,001205852
200 0,25788136 0,033251398 0,002858305
250 0,32235171 0,051955312 0,005558263
300 0,38682205 0,0748115650 0,009646781
350 0,45129390 0,101832413 0,015318731
400 0,51576274 0,133005600 0,022866440
ARG 84,1º 168,2º 252,3º

4.2.1 – Linhas Curtas

É o nome genérico dado àquelas linhas cujo comprimento e características sejam tais que
somente os primeiros termos de cada série tenham valor significativo. As Equações (4.9) e (4.10)
se tornam:

cosh 
 1
Y
senh  Z 

Substituindo estes termos na Equação (4.3) temos para a tensão:

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 4 de 36


 U
U   1 I Z
 ZY   I Z Z
 U Y

1 2 2 C 2 2 
Y

 U
U   I Z [V] (4.12)
1 2 2

Substituindo estes termos na Equação (4.4) temos para a corrente:

 
I  I  1 U 2   I  U 2
Z Y Z Y
  I  U
 Y 
1 2

Z
2

Z
2 2
C

Y
 Y
Como, nos casos desse tipo, o produto U  é muito pequeno, comparado com o valor
2
 Y
de I 2 ( U  << I ) e pode ser desprezado. Neste caso, a equação das correntes será
2 2

I 1  I 2 [A] (4.13)

Ao examinarmos as Equações (4.12) e (4.13) vemos que elas representam um modelo


matemático de um circuito série. O circuito equivalente de uma linha curta é aquele indicado na
Figura 4.1.

Fig. 4.1 – Circuito equivalente de uma linha curta.

Conclusão :

- Os parâmetros elétricos estão representados de forma concentrada;

- Foram desprezados inteiramente os efeitos da condutância G e da capacitância C.

Orientação para o uso das equações de circuito série no cálculo de LT’s :

 U  150 [kV]    80 [km]

 150  U  400 [kV]    40 [km]

 U  400 [kV]    20 [km]


NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 5 de 36

4.2.2 – Linhas Médias

Quando os comprimentos ou as tensões das linhas ultrapassam os limites acima


estabelecidos, tudo indica que dois ou mais termos das séries devem ser usados. Quando o
segundo termo não for insignificante perante o primeiro termo, mas se o terceiro o for, a linha
poderá ser classificada como linha média, ainda dentro deste critério clássico. Neste caso as
Equações (4.9) e (4.10) se tornam:

cosh   1 
 Z Y  2

2!

Y
senh  Z    Z Y  3

3!

Substituindo estes termos na Equações (4.3) e (4.4) temos:

 U
U

 1 
2
 Z Y    I Z 
2

Y
Z    Z Y   3

1
2!  2 C  3! 
   


I  I 1 
2
 Z Y    U 
2
2 Y
Z    Z Y  
3

1
2!   
Z 3! 
  c
 

Simplificando as equações temos:


 1  ZY   I Z

 U
U  1  ZY  [V]
1 2
2 
2  6 
(4.16)
 


I  I 1  ZY   U

 Y  1  ZY  [A]
1 2
2 
2  6 
(4.17)
 

O circuito equivalente que buscamos para as linhas médias deverá ser simples,
principalmente tendo em vista que deverá representar as linhas em circuitos bastante complexos
dos sistemas de energia. Deparamos com dois circuitos bastante conhecidos dos cursos de
circuitos elétricos.

a – Circuito Tee

Fig. 4.3 – Cirtcuito Tee de uma linha de transmissão.

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 6 de 36

As equações do circuito Tee são:


 1  ZY   I Z

 U
U  1  ZY  [V]
2 
4 
2
2 
1 (4.18)
 


I  I 1  ZY   U
 Y  [A] (4.19)
1 2  2
 2 

b – Circuito Pi

Fig. 4.4 – Cirtcuito Pi de uma linha de transmissão.

Suas equações são as seguintes:


 U
U  1  ZY   I Z

1 2   2 [V] (4.20)
 2 


I  I 1  ZY   U

 Y  1  ZY  [A]
1 2
2 
2  4 
(4.21)
 

Comparando as Equações (4.18), (4.19), (4.20) e (4.21) com as Equações (4.16) e (4.17),
verificamos serem pequenas as diferenças entre as mesmas, principalmente se considerarmos que
o produto Z Y  e I
 é bastante pequeno. A Tabela 4.2 dá uma idéia de diferença de valores de U
1 1
para linhas típicas, calculadas pelos três sistemas de equações.

Tabela 4.2 – Resultados comparativos dos valores calculados para uma linha típica média.

Circuito Equações U [V] I [A]


1 1

Pi (4.20) e (4.21) 83.5006,7 205,145  11,402


Tee (4.18) e (4.19) 83.4726,7 205,920  11,337
(4.16) e (4.17) 83.4936,692 205,305  11,524

Mesmo que ambos os circuitos sejam aceitáveis, prefere-se hoje o circuito Pi como
representativo das linhas médias, pois, ao estabelecer os modelos matemáticos de grandes
sistemas, o circuito Tee obrigaria o estabelecimento de mais uma barra ou nó por linha de
transmissão incluída, o que se traduz em um aumento correspondente do número de equações no
modelo do sistema, como mostrado na Figura 4.5.

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 7 de 36

Fig. 4.5 – Diferenças entre circuitos Tee e Pi para efeito de inclusão das linhas em sistemas de energia elétrica.

Conclusão :

- Os parâmetros elétricos estão representados de forma concentrada;

- os efeitos da capacitância C e condutância G são considerados;

- prefere-se o circuito Pi, pois o circuito Tee resulta em uma barra adicional.

Limites de emprego da equação:

 150  U  400 [kV]    200 [km]

 U  400 [kV]    100 [km]

4.2.3 – Linhas Longas

São aquelas em cujo cálculo os processos das linhas curtas e médias são considerados
insuficientemente precisos para os fins desejados. Nos cálculos isolados devemos usar as
equações exatas das linhas:

 U
 cosh   I Z

2 Csenh
U1 2
 [V] (4.3)


I  I cosh   U 2 senh [A] (4.4)
1 2 
Z C

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 8 de 36

Sua representação nos circuitos dos sistemas de energia elétrica e sua inclusão nos
modelos matemáticos dos mesmos exigem uma representação por circuitos equivalentes.
Admitindo que o circuito Pi possa representar o circuito equivalente de uma linha longa,
desde que, em seus parâmetros elétricos, efetuemos as necessárias correções para ter em devida
  as impedâncias e
conta o efeito de sua distribuição ao longo da linha. Sejam, respectivamente, Z
  as admitâncias totais da linha, corrigidas devidamente, e procuremos o fator de correção a
Y
empregar. A Equação (4.20) se torna:

 
 U 1  ZY   I Z

U 1 2  2  [V] (4.22)
 2 

Comparando a Equação (4.22) com (4.3) temos :

 Y
Z 
cosh   1 
2
(4.23)
 senh  Z
Z 
C

Resolvendo simultaneamente para obter Y ' 2 , encontraremos:


Y 1 cosh   1
  (4.24)
2 
Zc senh

Ou

 1
Y 
  tgh [Siemens] (4.25)
2 
Zc 2

Por outro lado temos que:

1 1  z y y 
Y
   

Z z y  z y z y  z y 
c

que introduzida na Equação (4.25) resulta em:

 Y
Y  
  tgh
2  2

ou

  tgh 
Y Y 2 Y [Siemens] (4.26)
   FC 2
2 2  2
2

Da equação (4.23) podemos obter:

 '  z y senh  z  senh


Z
 z y

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 9 de 36

ou

Z   senh  Z
Z   FC [ohm] (4.27)

1

As Equações (4.26) e (4.27) nos permitem concluir que o circuito Pi é adequado para a
representação das linhas longas, em regime permanente, desde que os valores de Z  e Y  2
sejam adequadamente corrigidos, para retratar a condição de parâmetros distribuídos. Os fatores
 eY
de correção (FCi) que devem ser aplicados a Z  2 são, respectivamente:

senh
FC1 


 
tgh
FC2  2
 
2

  Z
Z   FC1

 Y
Y 
  FC2
2 2

Figura – Linha longa representada por circuito equivalente Pi .

Esses fatores, para valores pequenos de   , se tornam unitários.


Os circuitos com parâmetros corrigidos recebem o nome de circuitos Pi equivalentes,
para diferenciá-los dos anteriores, designados como circuitos Pi nominais. De forma análoga
será possível estabelecer, igualmente, circuitos Tee equivalentes.

Exercício 4.12 – Fuchs – Uma linha de transmissão da classe de 230 [kV] tem um comprimento
de 362 [km] de comprimento e entrega no receptor uma potência de 150 [MVA] sob fator de
potência de 90% (ind) com a tensão de 200 [kV] entre fases. Pelo processo exato, determinar
U 1 , I 1 , N
 1 bem como o rendimento na transmissão. São dados:

f = 60 [Hz] ; r = 0,107 [ohm/km] ;


L = 1,355.10-3 [H/km] ; C = 0,00845 [F/km]

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 10 de 36

Solução:

z = r + jL = 0,107 + j.2601,35510-3 = 0,107 + j0,511 = 0,52278,2 [/km]


y = g + jC = 0 + j2600,00845.10-6 = 3,186.10-690 [Siemens/km]


    362 0,52278,2  3,186.10 6 90
=  z  y


  = 0,46784,1 = 0,0480+j0,465

  z 0,52278,2
Z  = 404,774-5,9 [ohm]
3,186  106 90
c
y

  200  10 0 = 115,47 0 [kV]


3
U 2
3

  150
N arccos0,9 = 50 25,84 = 45 + j21,8 [MVA/fase]
2
3

I  N 2  50  10   25,84  433 -25,84 [A]
6

2 
U 115,47  103 0
2

Para se calcular pelo processo exato usaremos as expressões:

 U
 cosh I Z

2 Csenh [V]
U1 2
 (4.3)


I  I cosh   U 2 senh
1 2  [A] (4.4)
Z C

cosh   cosh(  j)  cosh   cos   jsenh  sen


cosh 
  cosh(0,0481  j0,465) = cosh 0,0481  cos 0,465  jsenh 0,0481  sen0,465
cosh   0,8949  j0,0215  0,8951,38

senh   senh(  j)  senh   cos  j cosh   sen 


  senh(0,0481  j0,465)  senh0,0481 cos 0,465  j cosh 0,0481 sen0,465
senh
senh  0,0429  j0,449  0,45184,5

 = 115.47000,8951,38 + 433-25,8 404,774 -5,9  0,45184,5


a) U 1

 = 164.67223,42 [V]
U 1

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 11 de 36

115.4700
b) I1 = 433-25,8 0,8951,38+  0,45184,5
404,774  5,9
I = 353,37-5,17 [A]
1

 U
c) N   I = 164.67223,42x 353,37 5,17 = 58,1928,57 [MVA/fase]
1 1 1

  51,10 + j27,83 = P1 + jQ1 [MVA/fase]


N1

  5025,8 = 45 + j21,76 [MVA/fase]


d) N 2

P2 45
%  100%  100%  88,06%
P1 51,1

Exercício – 4.1-(Fuchs) Uma linha de transmissão trifásica, de 100 [km] de comprimento,


possui os seguintes parâmetros:

r = 0,107 [ohm/km] ; L = 1,355 [mH/km] ; C = 0,00845 [F/km] ; f = 60 [Hz].

Fazer sua representação através do circuito Pi nominal.

Solução:

Inicialmente iremos calcular a impedância total Z (representada pela letra z maiúscula) bem
como sua admitância total Y  (representada pela letra y maiúscula), pois para a representação da
linha pelo seu circuito Π é necessário considerar seus parâmetros com valores concentrados.

   (r + jL) = 100.(0,107 + j.2601,35510-3 )


Z

= 10,7 + j 51,1 = 52,278,2 []

   (g + jC) = 100(0 + j2600,00845.10-6 ) = 0,3186.10-390 [Siemens]


Y

Para fazermos a representação da linha pelo seu circuito Pi devemos colocar, na figura
representativa deste circuito, o valor total de Z em série e a metade do valor de Y
 em paralelo.

  52,278,2
Z


Y 
Y
j0,1593.10-3 j0,1593.10-3
2 2

Figura – Linha representada pelo seu circuito Pi nominal.


NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 12 de 36

Exercício 4.2 – (Fuchs) Sendo a tensão no barramento receptor da linha igual a 135 [kV],
quando a carga no sistema é de 50 [MVA] sob cos=0,95 (ind), calcular a tensão no barramento
transmissor, bem como a potência entregue à linha usando o circuito Pi nominal. Calcular a
regulação e o rendimento da transmissão.

Solução:

  135 10 0 = 77,942 0 [kV]


3
U 2
3

  50 arccos0,95 = 16,67 18,2 = 15,84 + j5,21 = P2+jQ2


N [MVA/fase]
2
3


I  N 2  16,67  10   18,2  213,88-18,2 [A]
6

2 
U 77,942  103 0
2
Temos que:

Y
Z  = 52,278,2 0,3186.10-390 = 0,016662768,17 = -0,01627 + j 0,00341

Z Y

 - 0,008135 + j 0,0017
2

Z Y
 - 0,004068 + j 0,00085
4

 Z Y
  
U1  U 2 1    I 2 Z

a) [V] (4.20)
 2 

  77.942(0,991865 + j 0,0017) + 52,278,2  213,88 -18,2


U1

  83.476,986,735 [V]
U1

 
I  I 1  ZY   U
 Y  1  ZY 
b) 1 2
2 
2  4 
[A] (4.21)
 
I 1  213,88 -18,2(0,991865 + j 0,0017) +
77.942  0,3186.10-390 (0,995932 + j 0,00085)

I 1  205,68-11,54 [A]

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 13 de 36

c)  U
N   I = 83.476,986,735x 205,68 11,54 = 17,1695418,275 [MVA/fase]
1 1 1

  16,30355 + j 5,38399 = P1 + jQ1 [MVA/fase]


N1

d) A regulação da linha será:

U1  U 2 83.476,98  77.942
Re g%  100%  100%  7,101%
U2 77.942

e) O rendimento da transmissão será:

P2 15.840
%  100%  100%  97,16%
P1 16.303,55

4.3 – Linhas de Transmissão como Quadripolos

Como vimos nos itens anteriores, uma linha de transmissão trifásica pode ser
representada por um circuito consistindo em dois terminais através dos quais a energia elétrica
entra na linha, que designamos de transmissor, e por dois terminais através dos quais a energia
elétrica deixa a linha, designados por receptor. Dadas as suas características próprias, os circuitos
que representam as linhas podem ser classificados como circuitos a dois portos ou quadripolos,
que conhecemos da teoria da análise de circuitos elétricos. De acordo com esta mesma teoria, um
circuito desse tipo pode ser definido por seis pares de equações lineares, todas elas inter-
relacionadas entre si:

(1)   z (I , I )
U (4) I  y (U ,U  )
1 1 1 2 1 1 1 2
  z (I , I )
U I  y (U  ,U  )
2 2 1 2 2 2 1 2

(2) U  a (U , I ) (5) U  b (U , I )


1 1 2 2 2 1 1 1
I  a (U , I ) I  b (U , I )
1 2 2 2 2 2 1 1

(3) I  g (U
 , I ) (6) U  h (U
 , I )
1 1 1 2 1 1 2 1
  g (U
U  , I ) I  h (U , I )
2 2 1 2 2 2 2 1

Essas equações possuem cada qual, duas variáveis independentes e duas variáveis
dependentes relacionadas entre si pelos parâmetros dos respectivos circuitos, aos quais as
seguintes restrições são impostas:

a – devem possuir apenas uma entrada e uma saída, representadas por dois pares determinais,
podendo um deles ser comum a ambos;

b – devem ser passivos, o que exclui a presença de fontes de tensão;

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 14 de 36

c – devem ser lineares, a fim de que a sua saída (resposta) tenha a mesma forma que o estímulo
aplicado à entrada, exigindo, pois, impedâncias e admitâncias de valores constantes
independentes do valor da corrente e da tensão a elas aplicados. Estão excluídos, portanto,
reatores de núcleo de ferro, podendo incluir transformadores, desde que sua corrente de
magnetização seja considerada linear, ou mesmo desprezada;

d – devem ser bilaterais, significando que a sua resposta a um estimulo aplicado a um par de
terminais é a mesma que a um estimulo aplicado ao outro. Essa exigência exclui os retificadores
de corrente.

 e I se
Escrevendo novamente as equações gerais e exatas das LT’s observamos que U 1 1
 e I através de Z e Y
relacionam com U  (embutidas nos cosh  e senh ).Assim:
2 2

 U
 cosh I Z

2 Csenh [V]
U1 2
 (4.3)


I  I cosh  U 2 senh [A] (4.4)
1 2 
Z C

Se  e I do quadripolo da Figura (4.6) forem consideradas variáveis independentes


U 2 2

U e I serão suas variáveis dependentes, relacionadas com as primeiras através da impedância


1 1
Z e a admitância Y
 do circuito.

I I
1 2

1 2

U 
U
1 2
1’ 2’

Fig. 4.6 – Quadripolo típico.

O quadripolo fica definido pelo par de equações:

  a (U
U  , I ) (4.28)
1 1 2 2

I  a (U
 , I ) (4.29)
1 2 2 2

onde x  f ( y )

y – variável independente;
x – variável dependente;
f – parâmetro elétrico do circuito.

ou
 1  AU
U   2  BI
  2 [V] (4.30)

I1  CU
  2  DI
  2 [A] (4.31)

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 15 de 36

Adotando a forma matricial,

U 1  A B
  U
 2

      (4.32)
 I 1   C D  I 2 

Igualmente, se considerarmos U  e I as variáveis independentes e  e I as


U
1 1 2 2
variáveis dependentes, a solução das Equações (4.30) e (4.31) nos dará:

 D
U U
 B
 I [V] (4.33)
2 1 1

U
I  C  I [A]
 A (4.34)
2 1 1

Que correspondem ao par:

  b (U
U  , I ) (4.35)
2 1 1 1

I  b ( U
 , I ) (4.36)
2 2 1 1

ou

U  D  B   U 
  
2 1
     (4.37)
 I 2   C A   I1 

É necessário lembrar que, em circuitos circuito simétricos, temos sempre:

 D
A  (4.38)

Uma outra propriedade dos quadripolos a ser lembrada é que vale sempre:

A B

 
     AD  BC  1 (4.39)
 C D 

As linhas de transmissão satisfazem inteiramente às condições restritivas impostas aos


quadripolos no início deste estudo. Sua representação como quadripolos não somente é
perfeitamente possível como conveniente, pois o modelo matemático assim obtido, definido
pelas Equações (4.32), é bastante flexível. As características das linhas são definidas pelas
constantes A  ,B
 ,C
 ,D que recebem o nome de constantes generalizadas das linhas de
transmissão. A facilidade com que diversos quadripolos podem ser associados, para sua
representação por um modelo matemático único, constitui uma vantagem adicional na análise de
problemas que envolvem linhas e equipamento terminal ou de compensação, como um todo.
As constantes generalizadas das linhas serão definidas da seguinte forma:

A – Linhas Curtas

Reescrevendo as Equações (4.30) e (4.31) na forma de quadripolos e as Equações (4.12)


e (4.13) para a linha curta temos:

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 16 de 36

 1  AU
U   2  BI
  2 [V] (4.30)
 U
U   I Z [V] (4.12)
1 2 2

I1  CU   2  DI
  2 [A] (4.31)
I 1  I 2 [A] (4.13)

Se compararmos as equações acima encontraremos para as equações de tensão e corrente,


respectivamente:

 1
A  Z
B  (4.40)

 0
C  1
D (4.41)

A equação na forma matricial será:

U  1 Z U 
1
   2
   (4.42)
 I1  0 1  I2 

B - Linhas Médias

Os valores das constantes generalizadas, se compararmos as Equações (4.30) e (4.31)


com as equações correspondentes aplicáveis aos circuitos Tee nominal e Pi nominal, serão:

B.a – Circuito Tee nominal


  1  ZY 

A B  1  ZY 
 Z
 2   4 
(4.43)
 


 Y
   1  ZY 
D
C  2 
(4.44)

B.b – Circuito Pi nominal


  1  ZY 
A  Z
B 
 2 
(4.45)

 
  1  ZY 
C   1  ZY 
D
 4   2 
(4.46)
 

C – Linhas Longas

As constantes generalizadas das linhas longas poderão ser obtidas por comparação das
Equações (4.30) e (4.31) com as Equações (4.3) e (4.4), obtendo-se:

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 17 de 36

  cosh 
A   Z senh
B (4.47)
C

  1 senh
C D  cosh  (4.48)
Z C

Em forma matricial:

 cosh   C senh 


Z
U 1 
 1  U 2 
     senh  cosh    I 
(4.49)
 I1   2
 ZC 

Exercício 4.22 – Fuchs - Determinar as constantes generalizadas da linha do Exercício 4.12.

Solução:

Do exercício anterior já foram calculados: cosh 


  0,8951,38
senh 
  0,45184,5
 C  404,774  5,9
Z
Assim:

  cosh 
A   0,8951,38

  Z senh  404,774  5,9  0,45184,5  182,55378,6 [ohm]


B C

  1 senh  0,45184,5  1,114  10 3 90,4 [Siemens]


C

Z 404,774  5,9
C

 A
D 

4.3.1 – Interpretação do significado das Constantes das LT’s

As constantes generalizadas das linhas de transmissão em corrente alternada são


geralmente números complexos. Nestas condições poderemos defini-las como:

  A A  a   ja 
A (4.51a)

  B B  b   jb 
B (4.51b)

  C C  c   jc 
C (4.51c)

  D D  A A  d   jd   a   ja 
D (4.51d)

Uma vez que elas definem o comportamento das linhas em operação, devem possuir um
significado físico bem definido. Colocando as Equações (4.30) e (4.31) sob a forma:

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 18 de 36

 1  (a   ja  )U
U  2  (b  jb )I 2 [V] (4.52)

I1  ( c   jc ) U
 2  (a   ja )I 2 [A] (4.53)

que representamos graficamente através do diagrama da Figura 4.7, no qual usamos como
referência o fasor U  2 . Admitamos ainda que o diagrama represente a linha operando com carga
N  2.
 2  P2  jQ 2 , sendo 2 o ângulo de defasamento entre I 2 e U

C’’U2

Fig.. 4.7 – Diagrama fasorial do quadripolo em carga.

a - Linha operando a vazio: Na Equação (4.52) a corrente no receptor é nula, I 2 = 0.

a.1. O triângulo OPQ, na Figura 4.7, representa a expressão:

 10  AU
U   2  (a   ja ) U
2 (4.52a)

Onde:
 no transmissor necessária para manter no receptor a tensão U .em
  2 - valor da tensão U
AU 1 2
operação a vazio;
a U  - componente em fase com U ;
2 2

a  U - componente ortogonal com U  . É a parcela necessária à alimentação do campo elétrico


2 2
da linha.

A Equação (4.52a) nos fornece a relação entre as tensões de transmissor e receptor para a
linha operando a vazio. Esta relação é dada pela constante A A :


  U10  U10 0  U10 0  A A
A
2
U U 2 0 U2

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 19 de 36

Observando a igualdade entre as equações acima verificamos que o módulo da constante


 nos fornece a relação do Efeito Ferranti
A A
A  U10 U 2 . Esta relação de Efeito Ferranti pode
ser melhor compreendida referindo-se à Figura 3.15 do Capítulo anterior. Da Figura 3.15
notamos que, para linhas curtas operando a vazio, U10  U 2 , fazendo com que a constante A=1.
Para linhas médias e longas temos que U10<U2 resultando em valores para a constante A < 1.
Podemos observar ainda, da equação acima, a igualdade entre as fases da constante A e
da relação entre as tensões, assim temos que A  0 que representa ângulo de potência com
operação em vazio da linha de transmissão. Assim, pode-se dizer que o ângulo Ө0 representa o
ângulo de potência relativo à potência ativa que a linha absorve para a sua energização a vazio.

a.2. O triângulo OTW representa a expressão

I10  CU
  2  (c   jc ) U
2 (4.52b)

Onde:
  2 - corrente de carga da linha;
CU
c U
 - componente da corrente através da condutibilidade g;
2

c U
 - corrente através da susceptância capacitiva b.
2
 - admitância da linha considerando seus parâmetros distribuídos.
C

b - Linha operando em curto-circuito: Na Equação (4.53) a tensão no receptor é nula,  = 0.


U 2

b.1. O triângulo QRS representa a expressão:


 1CC  BI
U   2  ( b   jb )I 2

Onde:
  2 - tensão necessária no transmissor para assegurar a circulação da corrente I 2 através da
BI
impedância da linha, ou seja, é a queda de tensão provocada na impedância distribuída da linha,
quando esta entrega I 2 no receptor;
b  I 2 - queda de tensão através da resistência distribuída;
b  I 2 - queda de tensão através da reatância indutiva distribuída;
 - impedância da linha considerando seus parâmetros distribuídos.
B

b.2. O triângulo OVZ representa a expressão

I1CC  DI
  2  AI
  2  (a   ja )I 2

Onde:
  2 - valor da corrente que a linha absorve no transmissor, quando em curto-circuito no receptor
AI
e excitada pela tensão U  B  I .
1CC 2

a  I 2 - componente da corrente de curto-circuito que produz a queda ôhmica de tensão(OV//QR);


a  I 2 - componente da corrente de curto-circuito que produz a queda de tensão indutiva
(VZ//RS).

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 20 de 36

4.3.2 – Medida Direta das Constantes das LT’s

As constantes generalizadas de uma linha de transmissão, como de qualquer quadripolo,


podem ser obtidas através de medidas efetuadas diretamente em seus terminais.
Uma maneira de se conseguir isso é sugerida pelas Equações (4.30) e (4.31), o que, no
entanto, envolve a realização simultânea de medidas no receptor e no transmissor quando a linha
opera em curto-circuito e em vazio.

A - Medições no transmissor

 1  AU
U   2  BI
 2 (4.30)

I1  CU
  2  DI
 2 (4.31)

A.1 – com o receptor a vazio


.
I1
1 2

. . . . . .
~ U1 A B C D U2

1` 2`

Fig. – Medições das constantes de quadripolo: ensaio no transmissor com o receptor em vazio.

Nas Equações (4.30) e (4.31) fazemos I 2 = 0. Dividindo a Equação (4.30) pela Equação
(4.31) resulta:
 10 A
U 
 110
 Z (4.54)
I10 
C

Onde:

 - impedância de admissão no transmissor quando a linha está aberta junto ao receptor.


Z110

A.2 – com o receptor em curto-circuito

. .
I 1cc I 2cc
1 2

. . . . .
~ U1cc A B C D

1` 2`

Fig. - Medições das constantes de quadripolo: ensaio no transmissor com o receptor em curto-circuito.

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 21 de 36

 = 0. Dividindo a Equação (4.30) pela Equação


Nas Equações (4.30) e (4.31) fazemos U 2
(4.31) resulta:

 1CC B
U 
 11CC
 Z (4.55)
I1CC 
D

Onde:

Z 11cc - impedância de admissão no transmissor quando a linha está em curto-circuito junto ao


receptor.

B - Medições no receptor
 D
U U
 B
 I [V] (4.33)
2 1 1

U
I  C  I [A]
 A (4.34)
2 1 1

A fim de se obterem as expressões das impedâncias no receptor,empregamos as Equações


(4.33) e (4.34) e devemos inverter o sinal dos termos que envolvem as correntes, pois, sendo a
tensão aplicada no lado do receptor, o sentido da corrente considerado naquelas equações é
oposto àquele que ocorrerá durante a medição.

B.1 - com o transmissor a vazio

.
I2
1 2

. . . . . .
U1 A B C D U2
~
1` 2`

Fig. - Medições das constantes de quadripolo: ensaio no receptor com o transmissor em vazio.

Nas Equações (4.33) e (4.34) fazemos I1 = 0. Dividindo a Equação (4.33) pela Equação
(4.34) resulta:

 20 D
U 
  Z 220 (4.56)
I 20 
C

Onde:

Z 220 - impedância de saída no receptor quando a linha está aberta junto ao transmissor.

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 22 de 36

B.2 – com o transmissor em curto-circuito

. .
I 1cc I 2cc
1 2

. . . . .
A B C D U2cc ~
1` 2`

Fig. – Medições das constantes de quadripolo: ensaio no receptor com o transmissor em curto-circuito.

 = 0. Dividindo a Equação (4.33) pela Equação


Nas Equações (4.33) e (4.34) fazemos U 1
(4.34) resulta:

 2CC B
U 
 22CC
 Z (4.57)
I 2CC 
A

Onde:

Z 22cc - impedância de saída no receptor quando a linha está em curto-circuito junto ao


transmissor.

Das relações das impedâncias obtidas teremos:

 B
A  A D
 B 
C 1

Z110  Z    
11CC  D
C  D
C  D
C 

Igualmente:


Z110  Z 1 C 1
11CC
   2

Z D
C  D
 D 
220

Logo:

  Z 220 (4.58)
D
Z 110  Z 11CC

Conhecido o valor de D  , os valores das demais constantes podem ser calculadas a partir
das Equações (4.56). (4.55) e (4.54).
No caso de um circuito simétrico A  D  , basta então realizar as medições no
transmissor. Neste caso a Equação (4.55) se torna:


 11CC  B
Z (4.59)

A
NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 23 de 36

 B
A  A  2 B 
C 1

Z110  Z    
11CC
 A
C  C
A  C
A 


 
Z110 Z110  Z 11CC 
A

 A
1
C
 1
 2
 C
C

logo
  1 (4.60)
C
 110 Z
Z  11CC 
 110  Z

podendo as demais constantes ser calculadas a partir das Equações (4.54) e (4.59).

4.3.3 – Quadripolos Representativos de outros Componentes dos Sistemas de Potência

Muitas vezes é interessante incluir no estudo de uma linha de transmissão também a


influência de seu equipamento terminal e mesmo das cargas supridas. Nesse caso, dentro das
mesmas restrições apresentadas no item 4.3, esses mesmos elementos podem ser representados
como quadripolos.

A – Impedância em Série

Z

Pela Tabela 4.3a, No 1 , temos

A B
  1 Z

     (4.61)
 C D  0 1 

B – Admitância em Paralelo Y


Y

Pela Tabela 4.3a, No 2 , temos

A B
   1 0
    (4.63)
 C D Y 1

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 24 de 36

C – Transformadores

Circuito Tee –

Pela Tabela 4.3a , No 3 , temos :

 Z t Y   Z Y 
 
 B 1  t
Z t 1  t t 
A
 
2  4 
(4.64)
 C D  Y  Z Y 
 1 t t 

t
2

4.3.4 – Constantes Generalizadas de Associações de Quadripolos

a – Associação em cascata

I 1
I I 2

U  1, B
A  1, C
 1, D
1

 ,B
A  ,C
 ,D 2
U
1 U 2 2 2 2

Pela Tabela 4.3b, No 13 , temos :

 A
 A  
A 1 2  B1C 2 (4.74a)

B  1B
 A 2 B
 1D
2 (4.74b)

 C
 A
 
C 1 2  D11C 2 (4.74c)

 B
 C   
D 1 2  D1 D 2 (4.74d)

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 25 de 36

b – Associação em Paralelo


A 
B 
C 
D
1 1 1 1


A 
B 
C 
D
2 2 2 2

Pela Tabela 4.3b, No 17 , temos:

   
  A1 B 2  B1 A 2
A (4.85a)
1 B
B 2

 
  B1 B 2
B (4.85b)
B1 B2

  A1  A 2 D 2  D1 
   
 C
C  C (4.85c)
1 2 1 B
B 2

   
  D1 B 2  D 2 B1
D (4.85d)
1 B
B 2

4.3.5 – Linha Artificial

São compostas de um grande número de células. Cada célula poderá representar, por
exemplo, o circuito Pi nominal. Cada célula pode ser representada através de quadripolos.

Fig. Circuito de linha artificial: cascata de quadripolos.

Teremos então a associação de n quadripolos em cascata.

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 26 de 36

4.4 – Relações de Potência nas LT’s

Ao estabelecer os circuitos equivalentes e modelos matemáticos das linhas, através de


relações entre tensões e correntes, admitimos as linhas terminadas em impedâncias.

I 1 I 2


U  B
A  C
 D
 2
U Z 2
1

Fig. – Linha terminada por impedância.

As impedâncias de carga podem ser definidas pelas relação:


  U2
Z [ohm] (4.86)
2
I
2

Experiências efetuadas em sistemas reais mostram que a representação das cargas por
impedância é apenas aproximada.
Na prática as concessionárias especificam as cargas em termos das demandas em
potências ativas e reativas, ou potências aparentes e seus fatores de potência correspondentes.
Essas demandas variam com o valor da tensão aplicada, porém, para efeito de cálculo, são
especificadas em relação às tensões nominais do sistema.
A partir das equações anteriormente desenvolvidas, poderemos obter equações
que relacionem as potências ativas, reativas ou aparentes, no transmissor e receptor com tensões
aí existentes. Assim, seja a definição de potência aparente:

N  2  I 2
  P jQ  U [VA/fase] (4.87)

onde:

 [VA/fase] – potência complexa por fase em um sistema trifásico;


N
P [W/fase] – potência ativa fase;
Q [VAr/fase] – potência reativa fase;
U  2 - fasor da tensão entre fase e neutro;
I 2 [A] – conjugado da corrente

4.4.1 – Relações de Potência no Receptor

Retomemos as equações dos quadripolos:

 1  AU
U   2  BI
  2 [V] (4.30)

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 27 de 36

que dividimos por B e de que extraímos o valor da corrente I 2 , ficando:

 
I 2  U1  A U
 [A] (4.88)
B  2
B

Tomando a tensão do receptor como referência  2  U 2 0 e explicitando os


U
módulos e fases dos vários fasores, temos:

I 2  U1 e j(   B )  AU 2 e j( A   B ) [A]


B B

sendo Ө o ângulo de potência da linha, já definido anteriormente. O conjugado de I 2 será:

I 2  U1 e j( B  )  AU 2 e j( B   A ) [A] (4.89)


B B
 2 fica:
De acordo com a definição adotada a potência N

 2  U 2  U1 e j( B  )  AU 2 e j( B   A )  [VA/fase]


N  B B  (4.90)

e as potências ativas e reativas são:

U1U 2 AU 22
P2  cos( B  )  cos( B   A ) [W/fase] (4.91)
B B

U1U 2 AU 22
Q2  sen( B  )  sen( B   A ) [Var/fase] (4.92)
B B
As Equações (4.90), (4.91) e (4.92) contem termos em que as tensões aparecem como
produtos, ou elevadas ao quadrado. Em equações deste tipo, quando as tensões forem
especificadas em kV, as potências calculadas automaticamente serão obtidas em MW. Tensões
entre fases podem ser usadas para se obterem potências trifásicas.
As Equações (4.91) e (4.92) mostram que as potências ativas máximas transmissíveis
para valores de U1 e U2 conhecidos ocorrem para  = B:

U1U 2 AU 22
P2 max   cos( B   A ) [W/fase] (4.93)
B B
á qual corresponde uma potência reativa necessária:

AU 22
Q 2 nec   sen( B   A ) [Var/fase] (4.94)
B

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 28 de 36

A condição de operação na qual se fixam os valores de U1 e U2 ocorre, em geral, nas


linhas de interligação de sistemas de interligação ou partes destes. Para o caso de linhas radiais
apenas U1 é pré-fixado. Neste ultimo caso, sendo fixados os valores de U1, P2 e Q2 podemos
empregar as Equações (4.91) e (4.92), a fim de obter o valor de U2:

U1 U2 = ?
P2 , Q2

Inicialmente fazendo as equações [Eq.(4.91)] 2 + [Eq.(4.92)] 2 e eliminando-se  temos :

2
   U1U 2
2
AU22 
 2
P  cos( B   A  
) cos(B  )
 B   B 
2
 
2
AU22  U1U 2 
Q 2  B sen(B  A )   B sen(B  )
   

2 2
    U U 
2
AU 22 AU 22
 2
P  cos( B   A 
)   2
Q  sen ( B   A )   1 2  (4.95)
 B   B   B 

Essa equação pode ser posta sob a seguinte forma:

2B  U12  N 22 .B 2
U U 
4
2 P2 cos( B   A )  Q 2 sen( B   A ) 
2
2  0 (4.96)
A  2AB A2

fazendo-se :

2B  U12 
b P2 cos( B   A )  Q 2 sen( B   A )   (4.96a)
A  2AB 

N 22 B2
c (4.96b)
2
A

a sua solução geral será :

 b  b 2  4c
U2   (4.96c)
2

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 29 de 36

Analisando a equação acima temos:

- para b2  4c  0  existe solução aceitável ;

- para b2  4c  0  não se pode transmitir P2 pela linha de transmissão para os valores pré-
fixados de P2 ; Q2 e U1;

- das raízes reais deve ser aceita a maior.

A Figura 4.13 mostra as curvas de variação das tensões no receptor de uma linha em
função da variação das potências ativas e reativas no receptor, alimentado no transmissor por um
barramento de tensão constante. As curvas demonstram claramente a possibilidade de existência
de duas raízes para uma mesma potência ativa transmitida, bem como os limites máximos de
transmissão. A raiz menor não possui significado prático, pois a operação com tensões baixas
envolveria correntes elevadas e perdas inadmissíveis.

Fig.4.13 – Variação da tensão U2 no receptor em função de P2 e Q2 com tensão U1 constante.

Exercício 4.26 (Fuchs) - Uma Linha de transmissão de interligação de sistema, da classe de


380/420 [kV] possui as seguintes constantes generalizadas:

 D
A   0,73631,7
  160,7686,7
B
  0,00286190,4
C

A tensão entre fases no barramento receptor deve ser mantida a 380 [kV] enquanto que
aquela do transmissor é mantida constante e igual a 400 [kV]. A fim de que o ângulo de potência
não exceda  = 28, quais as potências transmissíveis no receptor?

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 30 de 36

Solução:

Aplicamos as Equações (4.90) ou (4.91)

 2  U 2  U1 e j( B  )  AU 2 e j( B   A ) 
N (4.90)
 B B 

  380  400 . 1 (86,7  28)  380 . 0,7363 (86,7  1,7)


N 2  
3  3 160,76 3 160,76 

 2  152,82418,97 [MVA/fase]
N

P2 = 144,523 [MW/fase]

Q2 = 49,680 [MVAr/fase]

Exercício 4.28 (Fuchs) – Qual deverá ser a tensão no barramento 2 (receptor) para que a linha
do exercício 26 transporte 500 [MVA] sob cosφ2 = 0,95 (ind), mantendo-se em 1 (transmissor) a
tensão de 420 [kV]?

Solução:

Aplicaremos a Equação (4.96)

2B  U12  P22  Q 22 2
U U 
4
2 P2 cos( B   A )  Q 2 sen( B   A ) 
2
2  B 0 (4.96)
A  2AB A2

Temos:

A = 0,7363
βA = 1,7º
B = 160,76
βB = 86,7º
1
P2   500.000  0,95  158.334,0 [kW/fase]
3

1
Q 2   500.000  0,31225  52.041,67 [KVAr/fase]
3

  420  242,5 [kV]


U 1
3

Substituindo os valores na Equação teremos:

2B  U12 
b P2 cos( B   A )  Q 2 sen( B   A )   (4.96a)
A  2AB 

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 31 de 36

b
2 160,76 
158.334 10 cos(86,7  1,7)  52.041,67 10 sen (86,7  1,7) 
3 3 242,5 10 3
2


 
0,7363  2  0,7363 160,76 

b = -7,981.1010

N 22 B 2
c
A2

c
500  10 3 160,76
6 2 2

 1,32417  10 21
0,7363 2

Substituindo os valores na Equação abaixo, teremos

U42  7,9811010 U22  1,32417 1021  0

A solução será dada por:

 b  b 2  4c
U2  
2

U2  

  7,9811010    7,98110  10 2
 4 1,32417 10 21
2

7,9811010  1,072956110 21
U2  
2

7,9811010  32.756.008.609,1
U2  
2

A solução desta equação fornece quatro raízes, porém uma única possui valores aceitáveis:

U '2  237.240,39 [kV]

U "2  153.385,12 [kV]

Encontramos duas raízes positivas, somente a maior tem significado prático.

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 32 de 36

Exercício – Uma linha de interligação de dois sistemas tem as seguintes características:

A D  0,8951,28
  181,3778,6 [ohm]
B
  0,0011190,47 [Siemens]
C
Z0 = 400 [ohm]

Se forem mantidas as tensões U1 = U2 = 230 [kV] no transmissor e no receptor:

a) qual será o valor do ângulo de potência Ө da linha quando ela alimentar uma carga no receptor
igual a 0,5P0 sob fp2 = 0,9 (ind)?

b) o que acontecerá com o valor do ângulo de potência Ө quando a linha alimentar uma carga no
receptor igual a P0 ainda sob fp2 = 0,9 (ind)?

Solução:

- cálculo da potência natural P0

U 2 230
2
P0    132,25 [MW]
Z0 400

Como foi utilizada a tensão entre fases a potência calculada é a trifásica.

a)P2a = 0,5P0 → P2a = 66,125 [MW]

Da Equação (4.91) isolando para o ângulo de potência Ө temos:

B  AU 22 
   B  arccos P2  cos B   A 
U1 U 2  B 

Na equação acima usaremos os valores entre fases para as tensões U1 e U2 e a potência


trifásica para P2. Se usarmos valores fase-neutro para as tensões devemos ser coerentes e
usarmos potência monofásica para P2.

181,37  0,895230 
2

 a  78,6  arccos 66,125  cos78,6  1,28


230.230  181,37 

Өa = 78,6º-64,97º

Өa = 13,63º

b) P2b = P0 → P2b = 132,25 [MW]

181,37  0,895 .230 


2

 b  78,6  arccos 13225  cos78,6  1,28


230.230  181,37 

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 33 de 36

Өb = 78,6º-49,47º

Өb = 29,13º

Conclusão: Com o aumento da potência ativa transmitida de P2a para P2b pela linha de
transmissão houve um aumento no ângulo de potência de Өa = 13,63º para Өb = 29,13º.

Exemplo
Uma linha de transmissão trifásica, que interliga uma central e uma carga passiva, possui as
seguintes constantes generalizadas:

 D
A   0,73631,7
  160,7686,7 [ohm]
B
  0,00286190,4 [Siemens]
C
A tensão no transmissor é mantida em 550 [kV] e a do receptor é igual a 500 [kV]. A
linha deve alimentar uma carga no receptor de 1000 [MW] com fp2=0,9 (ind).
A linha consegue atender a demanda de reativos exigida pela carga ?
Em caso afirmativo, quantificar o reativo entregue pela linha à carga.
Em caso negativo, quantificar o valor de reativo necessário a ser gerado junto ao
receptor.

Solução:

U1 = 550 [kV] P2 = 1000 [MW]


U2 = 500 [kV] fp2 = 0,9 (ind)  2 = 25,84

A - reativo entregue pela linha ao receptor

- cálculo do ângulo de potência a partir de P2

Da Equação (4.91) resolvendo para 

B  A  U 22 
   B  ar cos P2  cos( B   A )
U1  U 2  B 

160,76  0,7363  (500) 2 cos 85 


  86,7 ar cos 1000  
550  500  160,76 

 = 36,7

- conhecido o ângulo de potência pode-se calcular o reativo necessário à potencia P2

U1 U 2 A  U 22
Q2  sen( B  )  sen( B   A )
B B
NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 34 de 36

550  500 0,7363  (500) 2


Q2  sen(50 )  sen(85 )  169,74 [MVAr]
160,76 160,76

B - reativo necessário na carga

P2 1000
N2    1111,11 [MVA]
fp 2 0,9

Q 2'  111111
. ,  sen(25,84 )  484,29 [MVAr]

A linha não consegue atender a demanda de reativo da carga. Será necessário gerar junto ao
receptor:

g
Q 2  Q 2'  Q 2  484,29  169,74  314,55 [MVAr]

4.4.2 – Relações de Potência no Transmissor

Da Equação (4.33), da qual extraímos o valor de I1 , após dividirmos todos os seus
 obtemos (considerando a tensão de transmissor como referencia U  U 0 ):
membros por B 1 1

 1
DU  2 DU1 j(   ) U 2  j(  )
U
I1    e D B  e B
B 
B B B
ou

DU1 j( B   D ) U 2 j( B  )


I1  e  e (4.97)
B B

 1 fica :
a potência N

   DU12 j( B   D ) U1U 2 j( B  )


N1  U1  I1  e  e [VA/fase] (4.98)
B B

E as potências ativas e reativas são:

DU12 U U
P1  cos( B   D )  1 2 cos( B  ) [W/fase] (4.99)
B B

DU12 U U
Q1  sen( B   D )  1 2 sen( B  ) [Var/fase] (4.100)
B B

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 35 de 36

O valor máximo de P1 ocorre para B +  = 180

DU12 U U
P1max  cos( B   D )  1 2 [W/fase] (4.101)
B B

Com o reativo necessário


DU12
Q1nec  sen( B   D ) [Var/fase] (4.102)
B

4.4.3 – Perdas de Potência e rendimento

O rendimento de uma linha de transmissão é:


P
%  2  100% (4.103)
P1
Onde:

P1 – potência ativa absorvida pela linha no transmissor;


P2 - potência ativa entregue pela linha no receptor.

A diferença P = P1 – P2 representa as perdas de potência durante a transmissão. Como a


corrente I não é constante ao longo das linhas as perdas de potência na transmissão serão
calculadas como:

 N
P  Re N1 
  Re N
2 1 
  Re N
  P P
2 1 2

 N
Q  Im N 1 
  Im N
2 1 
  Im N
 Q Q
2 1 2

Logo:

U12 D U 22 A 2U1 U 2
P  cos( B   D )  cos( B   A )  cos  B cos  [W] (4.107)
B B B
U12 D U 22 A 2U 1 U 2
Q  sen( B   D )  sen( B   A )  sen B cos  [Var] (4.108)
B B B

ΔQ [Var] representa a energia de que a linha necessita para a manutenção de seus campos
elétricos e magnéticos. Pode ser positivo, o que significa que a energia reativa necessária ao seu
funcionamento provém dos sistemas interligados pela linha. Pode ser também negativo, o que
indica que a linha está gerando energia reativa, que fornece aos sistemas. Somente será nulo em
caso de operação com potência característica.

Q  0  LT gera energia reativa capacitiva;

Q  0  LT absorve energia reativa capacitiva;

Q = 0  LT não gera e nem absorve energia reativa capacitiva. LT opera com potência
característica.

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2
UFU – Faculdade de Engenharia Elétrica Transmissão de energia Elétrica (Apostila uso interno) – Cap. 4 – pg. 36 de 36

A convenção adotada para o sinal das potências reativas é mostrada na Figura abaixo.

+Q1 +Q2
Q1  positivo quando sai do transmissor

Q2  positivo quando entra no receptor

Exemplos

1)
10 10 ΔQ =10 – 10 = 0

LT não gera nem absorve reativo

2)
10 10 ΔQ = –10 – 10 = – 20 LT gera 20 MVAr

Transmissor absorve 10 MVAr


Receptor absorve 10 MVAr

3) 10 10 ΔQ = 10 – (–10) = 20 LT absorve 20 MVAr

Absorve 10 MVAr do Transmissor


Absorve 10 MVAr do receptor

4)
5 10 ΔQ =5 – 10 = –5 LT gera 5 MVAr

Absorve 5 MVAr do transmissor, gera 5 MVAr e


entrega 10 MVAr ao receptor

5)

5 10 ΔQ = –5 – 10 = – 15 LT gera 15 MVAr

Entrega 5 MVAr ao transmissor e 10 MVAr ao


receptor. Receptor absorve 10 MVAr

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas Prof. Sebastião Camargo Guimarães Júnior – 2014/2

Você também pode gostar