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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS


DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS

ESTRUTURA TUBULAR DE EDIFICIOS ALTOS

EDDtE MANCINI

SÃO CARLOS, 1983


· PUBUCAÇÃO 004192
REIMPRESSÃO
-1-

En:;. Eddie .anc:.n:..

~este trabalho, estuda-se pela t~cnica do me1o con


tiruo, o efeito da carga lateral e, u~a estrutura tubular ~e
edificio alto. 0 edificio a ser analisado, castrado na :i~u-
ra (l), possui dois eixos :ie si::;.etria x e z.
~o processo utilizado, conheci~o como te~nica ~o

ce10 COntinuo, O nÚmero discreto de lajes e substituÍdo por


uma infinidade de diagramas rigidos e~ seu plano e sem çual-
quer rigidez transversal.

PN

P3

P2

Pl

.-""I --, ~- .-.


FIG. I ''

T
I I
APOSTILA

I
I
-2-

A carga, concentrada ao nivel dos andares, atua s~


gundo o eixo de simetria y. A estrutura possui secçao unifor
:ne com a altura.
Estuda-se a segu1r a deformação do painel de al:na,
-
isto e ' do painel cuja direção coi~cide com a direção da car
ga lateral.

PiLAR Pl PILAR P2

FIG.(2) PAINEL DE ALMA - (primeiro tramo l

Os pontos médios de vigas e pilares sao supostos


pontos de QOmento nulo. Utiliza-se a seguinte notaçao:

õ.1 e o deslocamento axial do pilar ~' positivo da base p~

o topo.

e.1 ê a rotaçao do nÕ do pilar i.


v' ê a distorçio do painel.
-3-

A forçâ cortante nas vigas, concentrada ao nível


dos andares ê substituÍda por uma força distribuÍda ao lon-
go da altura. Assim 9 a força cortante na viga i será q.h.
~

A equação de compatibilidade do ponto central


da viga 1 permite escrever:

1
=
3Ei

• • . • ( 1)

onde com ai indica-se o vão da viga i e por i denota-se a ri


gidez ~ flexão da viga horizontal que e suposta constante p~
r a todõs os tt~amo s.
C ~mau
,_~ d o ,_
~
1. a r1g~
. "d ez 7J
h do
.
p~lar
.
~, a equaçao
-

de equilÍbr'io ã rotação do nô do pilar 1 escreve-se

~ pelo equilÍbri~ à rotaçao do nô do pilar (2) vem:

As equaçoes (1), (2) e (3) permitem obter:

J[hai
ql . 12Ei + 48Ek
h·i
1

+ q2 [ :a:~: 2J = ••• • ( 4)

Estuda-se agora a deformação do painel de al-


~·~ ao nível da viga i
-4-

PILAR Pi

, v'
~

- I

FIG. (3) PAINEL DE ALMA- (tramo [)

Con a notaçao jã introduzida a equação de com-


patibilidade do deslocamento do ponto central da viga i es-
creve-se:

a. ai 3 1
o.~
n
C) i ---1.
2 + c-~
.h(-)
2 3Fi

a.
c.l+ 1 + 8.l+ 1 21 (5)

As equaç;es de equil!brio i rotação dos nos


dos pilares ·i e i+l -
sao:

12 E k . (v I -6 . ) ( 6)
l l

12Ek. (v'-9. ) = .. (7 )
~+ 1 l+ 1
.As equaçoes ( 5) ' (E ) e (7) permitem obter:

q i-1
I
I
Lh
a. 1a·]
~-
48Ek.
1.
1. +
çi
[ha 3
12~i +
h
48Fk.
2
a.
1.

1.
+
ha.
48E<+l_
2
l
+ ,.,
':i.i+l [
h a. a.l
1. + 1 1.
v' a.
1.
- ô.1. + ô.1."1-•1 (8)

Estudando ainda a defornaçio do painel de alma


estuda-se a deformação da viga prÕxiiTa ao eixo de simetria,
atribuindo-se a esta viga o nÚmero n-1 e ao pilar que esta
sobre o eixo de simetria o número n.

PILAR N-1 PILAR N

q h
I fi•(

0 n-2/2 On-1/2 0 n-l-/2

FIG.(4)PAINEL DE ALMA-(tromo n-1)


-6-

~
-
equaçao de compatibilidade de deslocaFtentos
do ponto central da viga n-1 permite escrever:

an-1 3 1
ê
n-1
- s n-1 + q _,h(-?--)
D ~ - 3Ei
=

a a
n-1 _ ' ( n-1)3 1
é
n
+ en 2
ç n- lü -~--
.:. 3Ei
(9)

onde 6
n
= O, pela simetria.
Pelo equilÍbrio do no do pilar n-1 tem-se: -
12Ek (v'-e ) (lO)
n--1 n- 1

e pelo equilÍbrio do no do pilar n veJCJ.: -


a
l2Ek (v'-e ) = 2
n-1 (11)
n n

C c~ -
as equaçoes (9), (lO) e (ll) encontra-se

h a n- "a
L n- 1.... l
c
[
•n-2 48 El<n_ 1
+
J

= v'a
r:-1
- cr:.-1 (12)

Estude-se agora a defor~ação do painel de ilan


;e anterior (situado na face onde esta aplicada a carga late
r a 1) •
~a figura (5) utiliza-se a notaçao:

~. é a rotação do nõ do pilar _i.


~

~
-
p.h e a força cortante no tramo i da viga horizontal (p.
~

é a força cortante distribuÍda ao longo da altura).


y. é o deslocamento axial do pilar ~ positivo da base pa
~

ra o topo.

b. é o vão do tramo ~ da vi~a horizontal.


~
PILAR Pl := Cl

\.l)l
PILAR C2

F I G. 5- PAI N E L DE FLANGE - (primeiro tramo)

A equacao de compatibilidade de desloca~entos

para o ponto ~~dio da v~?a (1) escreve-se:

t.l
- cl 3 l
y
1
- -l 2 plf.(""';)) y-
..::.j

b t .. . .,
1 r C 1
y,., + -2 2
+
~1' 2'
l'..)
y-
r J
cl:: )

onde J representa o monento de in~rcia a flex~o da vl;a hori


zontal.
As equaçoes de equilitrio ã rotacao dos -
r:o"
dcs ?ilares ( l) e (2) sao:
-8-

bl
12Ek 0 = ;\h (14)
1'1 2
t ]:;2
l
12Fl:...,l!J"
L L
= pll: ')
+ ?2h
h
2
(15)
-

f_s -
.squaçoes (13) ' (:!.4) e (15) peroiten: otter ê.
-
equaçao
2
h b2 r~1blb2
J~
ü 1 1 1
['
P1 12Ej
b3 +
48EL
1
+ h b
'"'p
' _, -r'
c t-.........
~-
] + P~
- L
l t,_STCl-
' •'-2

- y,..., (16)
"-

onde Y
1
= o1

;\ -
seguir passa-se as equaçoes de - co~patibilica

de e de equillbrio dos nÕs dos ?Ílares para o tran:o ~ da vi-


ga horizontal.

PILAR Ci+l

~+1/2
t
FIG_ 6- PAINEL DE FLANGE - {tramo i.)
_.._!_
,

:!':stas ec;uacoes sao: . ~

1:; •
~
"f: - ~ T

b.
-y. 1 + '.;;.
f
1 -2:.
.., + (17)
::.+.... l.+

b.1.- 1 b .
l.
12I1:. '=-~.
1. 1
= h-+
2
(18)

b. c.l.+ l
12Ek. lh. l = p.h ~ + p. lh -")- (19)
:t+ 1 '1.+ l. 2 :t+ -"-

As equaç~es de equilibrio e de compatibilidade


permite~
-
obter a equaçao

hb._,b.J h b~ h b~1.
~ 1. - 1 + ~1
:;'1.·_,
- [ 48Ek..
-

l.
p.
1 [
-1 +
'!:.]
48Ek.
1

hb. 1b.
1+ ~
+ .....
~ 1.+ 1
: Y. - y . • . • (:o)
f:.O"C'r- '1. i+l
. VJ- 'i+ 1

?inalnente representa-se na figura (7) a cefor


-
~açao do trecho ~~ co painel de flange.
~
- de
equaçao coL~atibiliclade escreve-se:

b b
m-J . :w.-1 3
v1 - '" -- -T' n.(-)
rr--l 'Y-:::.-1 2 "l:!-1 2

1
( 21)
3 ;:'.
~ J

e a equação de equilÍbrio do nô do pilar c~-1)

(22)

Das duas equaçoes anteriores resulta: -


h b2m-1 ]
y -y
n-1 ::--
(23)
-lO-

Pl LAR Cm-l

i Ym-1

I
I ---t-
j .

II
I
l bm-2/2

FIG.7-PAlNEL DE FLANGE - (Último tramo)

/>_s equaçoes - (4), (8) e (12) para o painel de


al::ta e as equaçoes (16), (20) e (23) para o painel de alra
podem ser escritas en conjunto através da equação matricial:
-11-

!
1 v

q2 5
l
q;
J.. '- ,.,
-'-

r l c
·r:.-1 = jcl on-1
LRJ '- '- J
.,.,
""l y2
y
p2 3

D.
~ J.

y ( 24)
p:'l-1 m

O equilibrio ã força cortante do painel de


alma da esçuerda perrr.ite escrever, levando em conta a siGe-
tria

r:l + + n~3 (25)

onde

i) Q ~ a força cortante ~o carrefaEento

i i) -
Qi e a força cortante no pilar J. do painel de alrr.a.

Observa-se ainda que

'.
SJ.
o.
'J.
= 2
11 c2 6)

1{
SJ.
= 6 E l~ .
J.
(v' - e J.. ) (27)

onde, -
pelas equaçoes de equilibrio dos nós dos pilares os 8 .
J.
-12-

rodem ser pontos em função dos çi, que por sua vez, sao fun
soes de v', cl, 2 • • • 6 n conforme a equaçao
f;
~ - (24).
Deve-se agora proceder ã imposição de equili-
brio ã força normal em todos os pilares, lembrando que os
cieslocamentos ?OSÍtivos são no sentido da base para o to?O
e z força normal positiva ê de traçao.
llira o pilar que esta na intersecção dos pal-
neis de alma e de flange o equilibrio ã força normal pode
ser expresso:

(23)

logo,

(29)

e entao:

( 3 o)

L, onde com a - a
letra S indica-se a are
do pilar.

Para o pilar ~do painel de alma da esquerda,


o equilibrio â força normal permite escrever:

t P; + dP; dP.
~
= qi-1 - q. (31)
dz ~

!i 1
t <+i
f
de onde

E s'D

. y'!l.
~
=
qi-1 - Q•
-~
c3 2)

~ Pi
-13-

ImpÕe-se a segulr o equilÍbrio ã força norsal


para os pilares do painel de flange. Fara o pilar situado na
intersecção dos paineis êe alna e de flange a equação de e-
q~ilibrio jã foi escrita.
?ara O pilar l do DêÍLel de flange Vec:

c.c.l
- L; ( 3 3)
C.z . i -1

Pi-1
t ~ P;
tI i e daí

Jc, ':'C:
~~ci
y"
i

Para o painel ~ do pilar de :lange a eçuaçao


de equilÍbrio ã força normal escreve-se~

dC::-,
Cm+ dCm = -2 ( 3 5)
dz

tI
t t Pm-1
e portanto

t t
I
em
ES
Crr: rr:
y'' = -2 p
m-1
( 3 6)

A e~uação de equilíbrio ã força cortante

(37)

pode ser escrita:

q" a, + • a • +
L ~

(3 8)
-14-

uma vez que

y .
Sl
o. =
·~
2
h
?o\
( _, ..,.,- I

onde
, al
.L
1-L
sl
::: -
")
(c
•l yh)
.:..

al a,
1
:-r s2 =
2 (ql -2h + c;.2 24- h)

ai-L a.
1
H
si = 2 (qi-1 -2- n + G.
"1.
2!.h)

an-1
H
sn
= -12 (2 q
n-1
h ---)
2 '
( 4 o)

As equaçoes de equillbrio dos pilares ã força


normal e de equilibrio à força cortante da estrutura podem
ser reunidas em uma sô equaçao matricial

1
v

5"
111

I
q1
q')
Q/4

o
1 '-

r\" c
~n-1 "'n-1
[c] v"
I
' + [H J 1?1
=
o
'2
y" p2 o
3

ll
Ym p (41)
m-1
)

Utilizando a equaçao - (24), com a notaçao

[RJ {q} "'[s] {u} (~r 2)


-15-

chega-se a

[c] {F"}+ [T] {r}= (4 3 )

onde

( 4 4)

e {C} -e a ~oluna
-
dos termos conhecidos da equaçao ( 41) .

A equação diferencial (43) resolvida permite


cieterminar todos os deslocamentos incÓgnitos da estrutura.
As condiçÕes de contorno são:

v (o) == O

õ.(o) = c~(H) =O
1. 1.

y. (o)
1
= y ~(R)
1.
= O

EXEHPLO

Como exemplo cle cálculo foi utilizada a estru-


tura tubular representada parcialmente na figura abaixo.

r
VIGA i

2.0 2.0
j
J 1.44t
~ "
d im. e n s o e s de t o do s o s p :_ l 2. ~: ss: 3J z.. :::, ..,' em

as vigas horizontais te~ ~~=e=sces: 2:


altura dos andares: n = ~.r-

altura do edificio:

carga aplicada ao L.o::go

o \7&lor adotado pa:r2 r· fci_: ;~

r1 r•
de ias Diferenças Finitas '..!.as r 1.g=._

r as (8) ( 2 Q) e COlfl a-
ztm l

I
I
I
r
I

I
anoiise discreta
I
processo proposto

(em l

2 3 5

FIG. 8 - I>ESLOCAMENTO HORIZONTAl


21

24

21

16

FIG. 9 - FORCA NORMAL NO PILAR


I

15

12

(t )
------------ ----------r---------------- - - - 1
o 10 15
_, c.-

t z{m l

!
27N~.:
I !
I ~
l

Zl

'
18 -t---------
1

i5 t---------'-"'1--.
I

I
12

9
I

6 -+-----

~ FIG. 10 - FORCA

NO
NORMAL

PILAR 2

(t )

0.5 1.5 2 2.5


-.::_ 1~,-

~ z ( m)

27

15

12

6
FIG. 11- FORCA NORMAL NO PILAR 3
'

( t )

0.5 1.0
1z !m)

i
21 -!

FIG. 12- FORS:A NORMAL NO PILAR 4


I
I
15 -1
I
i

i
l2...Í

( t)
I I I I I p
0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0
FIG. 13- FORÇA NORMAL

NO PILAR 5

{t )

0.5 1.0
! Zlm;

18

15

12

FIG.I4- FORÇA NORMAL NO


PILAR 6

t
0.5 1.0
-24-

27

21

FIG. 15- FORÇA CORTANTE


NA VIGA 1

~
discreto
\
\
"( contínuo
\
\
\
\
\
\
3
\

t
!.0 2.0 3.0 4.0 5.0
À Z( m)

27j I

24-:

2 i -i

18

F I G. 16 -FORCA CORTANTE NA V I GA 2
15

discreto

12 contínuo

t
2. 3 4 5
-2E-

• Z(m)

:
24 ~
I
I
I

"i I

I FI G. 17 - FORÇA CORTANTE NA
12~ VIGA 3
II
I

.~
discreto

contínuo

lI
6

t
2 3 4 5
Az (m)

24

21

j
I 6-;
I
I

I
lsJ
I

I
!2 -1 F I G. 18 - FORÇA CORTANTE
i
NA VIGA 4

I discreto

'1 contínuo

I
s

OI
~--r----.---.-----1
1 1 . . - - 1- - , . . . - ,

o 2 0.3 04 QS
..
!
I
Z (m)
27-;

'
24
' '\I
!'
! I
I
i
/
21 ~ I
i I
I I

18 ~
I
I
15 i
i

,l ! FIG. 19- FORÇA CORTANTE


NA VIGA 5

-discreto

- - - - contínuo

t
O. I 0.2
Z\

2.4 -i
I

18
FiG 20- COFTANTE
~JA V!

l
15 I
l
I
12
I
I
J
I
9
I
I
J
6 I
I
I
i
i

05 LC 1.5 2.0 2.

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