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CENTRO UNIVERSITÁRIO CENTRAL PAULISTA - UNICEP 

CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL 

AMANDA FERNANDA DOS SANTOS

PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

SÃO CARLOS
2020
AMANDA FERNANDA DOS SANTOS

PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL:

Relatório de estágio-pesquisa apresentado como um


das exigências para a obtenção do título de
especialista em Psicopedagogia Institucional pela
UNICEP.

                                  Orientadora: Profa. Dra. Juliana Zantut Nutti

SÃO CARLOS
2020
Declaração de Autoria

Eu, Amanda Fernanda dos Santos devidamente matriculado no Curso de Pós-


graduação “lato sensu” intitulado Especialização em Psicopedagogia Institucional oferecido
pela Diretoria de Pós-graduação e Cursos de Extensão do Centro Universitário Central
Paulista - UNICEP, declaro a quem possa interessar e para todos os fins de direito que:

a. Sou o legítimo autor do trabalho de conclusão de curso cujo título é:

__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________.

b. Respeitei, a legislação vigente de direitos autorais, em especial citando sempre as


fontes que recorri para transcrever ou adaptar textos produzidos por terceiros.

Declaro-me ainda ciente que se for apurada a falsidade das declarações acima, o TCC
será considerado nulo e o certificado de conclusão de curso/diploma porventura emitido será
cancelado, podendo a informação de cancelamento ser de conhecimento público.

Por ser verdade, firmo a presente declaração

São Carlos ,

_______________________________

Amanda Fernanda dos Santos


Dedico este Relatório de Estágio-
Pesquisa, a minha mãe Cristina
Sebastiana dos Santos, que de
muitas formas me incentivou e me
apoiou para que fosse possível a
concretização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS

À Deus pelo sentido da vida e a oportunidade de poder concluir este trabalho.


A minha mãe que sempre esteve comigo, me apoiando e trocando experiências e de
um modo ou de outro, procurou indicar-me o caminho da perseverança e da conquista.
Ao meu namorado pela paciência e apoio.
Às minhas amigas Mariana e Jaqueline que são minhas colegas de curso e me
incentivaram a realizar a pós-graduação, uma sempre encorajando a outra.
À professora Juliana Nutti, por sua dedicação e orientação deixo minha admiração e
respeito.
Aos professores que contribuirão para o meu conhecimento e crescimento pessoal.
Às colegas de curso de pós-graduação, pela agradável convivência.
“Sabemos que o sentido de aprendizagem é
único e particular na vida de cada um, e que
inúmeros são os fatores afetivos e emocionais,
que podem impedir o investimento energético
necessário ás aquisições escolares.”

(Nádia Bossa)
RESUMO

Nas instituições de ensino o psicopedagogo atua como mediador auxiliando nas dificuldades
enfrentadas pelos professores e pela família em relação à aprendizagem, ao comportamento e
a socialização, realizando intervenções que possibilitem meios para que possibilitem a
compreensão de ambos para com as dificuldades dos alunos, para que seja possível orientá-lo
quanto as suas necessidades. Este trabalho tem por intuito possibilitar que o psicopedagogo
vivencie essas situações durante sua observação, sugerindo meios de intervenção e se possível
solucionando conflitos e auxiliando nas dificuldades apresentadas. Entretanto vivemos em
meio a uma realidade difícil que impossibilitou esse acesso às instituições de ensino, pois
estamos em meio a uma pandemia de um vírus mortal que tem definido como vivemos, vírus
esse que tem feito de nós prisioneiros em nosso próprio lar e nos separando ainda mais da
sociedade. Nunca foi tão importante um abraço ou um aperto de mão, o que nos faz repensar
muitas coisas, atitudes e a forma que vivemos, pois precisamos valorizar tudo aquilo que é
importante para nós. O presente trabalho seria desenvolvido em uma escola da rede privada
abordando inicialmente as dificuldades enfrentadas pelos professores em meio a essa
pandemia, na qual eles estão se reinventando buscando novos métodos e uma prática que
atendesse a todos os alunos e dificuldades, métodos esses que possibilitassem a aproximação
mesmo que distantes uns dos outros. Essa intervenção iria possibilitar que os professores
compreendessem a importância dessa reinvenção e o quão significativa estava sendo para
cada aluno, pois é uma forma de se aproximarem renovando os laços afetivos e auxiliando nas
dificuldades encontradas ao longo de cada disciplina sempre buscando por novas formas de
contribuir para o processo de ensino e aprendizagem.

Palavras-chave: Psicopedagogia Institucional; intervenção.


ABSTRACT

In educational institutions, the psychopedagogue acts as a mediator, assisting in the


difficulties faced by teachers and the family in relation to learning, behavior and socialization,
carrying out interventions that enable the means to enable both teachers to understand the
students' difficulties, so that it is possible to guide him as to his needs. This work aims to
enable the psychopedagogue to experience these situations during their observation,
suggesting means of intervention and, if possible, solving conflicts and helping with the
difficulties presented. However, we live in the midst of a difficult reality that prevented this
access to educational institutions, because we are in the midst of a pandemic of a deadly virus
that has defined how we live, this virus that has made us prisoners in our own home and
separating us even more from the society. A hug or a handshake has never been more
important, which makes us rethink many things, attitudes and the way we live, because we
need to value everything that is important to us. The present work would be developed in a
private school, initially addressing the difficulties faced by teachers in the midst of this
pandemic, in which they are reinventing themselves looking for new methods and a practice
that would serve all students and difficulties, methods that would make possible the
approximation even if distant from each other. This intervention would make it possible for
teachers to understand the importance of this reinvention and how significant it was being for
each student, as it is a way of getting closer, renewing affective bonds a nd helping in the
difficulties encountered throughout each discipline, always looking for new ways to
contribute. for the teaching and learning process.

Keywords: Psychopedagogy, intervention.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 8

2 OBJETIVOS .................................................................................................. 10

3 BREVE HISTÓRICO DA PSICOPEDAGOGIA ........................................... 11


3.1 Psicopedagogia Institucional.............................................................. 12

4 CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO DE PESQUISA............................... 14


4.1 Identificação da instituição..................................................................... 14
4.2 Clientela atendida...................................................................................... 14
4.3 Infraestrutura ............................................................................................ 14
4.4 Composição do corpo docente................................................................. 15
4.5 Composição da equipe dirigente............................................................... 16
4.6 Principais características do Projeto Político Pedagógico........................... 16
4.7 Relacionamento com a clientela e com a comunidade............................. 17
4.8 Cultura Oganizacional............................................................................... 17
18
5 CONTEXTO DA REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO................................................. 19
5.1 Entrevista.................................................................................................... 28
5.2 Minha experiência.......................................................................................
31
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O CURSO..............................................

7 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 34
8

1. INTRODUÇÃO

O estágio - Pesquisa é altamente recomendado na formação em Pós-Graduação em


Psicopedagogia Institucional, e no curso de especialização da UNICEP, estágio – pesquisa
supervisionado é parte integrante do currículo, com o intuito de proporcionar experiências
reais que os conhecimentos teóricos aprendidos durante o curso com a prática
psicopedagógica.

Portanto, é de suma importância para a formação acadêmica, pois possibilita captar a


realidade e rotina diária, o que enriquecerá nossa formação acadêmica, e durante o estágio que
o aluno tem como perspectiva a reflexão sobre sua própria prática, tem a finalidade de
promover ações reflexivas que o ajudam a compor e redefinir a sua identidade profissional.
Realizar o estágio - pesquisa significa conhecer de forma real todas as teorias obtidas durante
a formação acadêmica, uma vez que só a teoria não é suficiente para preparar o aluno em sua
atuação profissional.

O presente trabalho tem por finalidade propiciar a vivencia do psicopedagogo em


meio ao âmbito institucional e colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo da
pós-graduação.

É de suma importância antes de tudo compreender qual o papel do psicopedagogo em


meio à unidade escolar, e como é necessário nos dias de hoje ter esse profissional auxiliando
nas dificuldades que são encontradas pelos docentes durante o processo de ensino e
aprendizagem.

Segundo MENDES (2006):

O psicopedagogo é o profissional oriundo de diferentes graduações: Pedagogia,


Psicologia, Fonoaudiologia, Letras, etc., que através de sua consciência busca uma
transformação de suas concepções e do seu fazer – busca sair da mesmice de uma
práxis, busca sair da identidade mito, isto é, de uma aparência de não transformação,
constituindo sua história neste processo.(MENDES, 2006).

Pode-se afirmar que o psicopedagogo busca por métodos inovadores que possam
contribuir para o processo de ensino aprendizagem, auxiliando os professores e
principalmente os alunos, que devem ser os maiores beneficiários. Essa implantação do
psicopedagogo nas instituições é uma forma de contribuir para que o docente encontre
9

métodos de intervir e contribuir para uma aprendizagem que agregue aos conhecimentos
adquiridos de cada aluno.

Ao longo do relatório do estágio irei discorrer sobre como os pedagogos e os


profissionais da instituição estão se reinventando, adaptando o sistema de ensino, material
escolar, e realocando as aulas diárias para que os alunos mesmo que distantes tenham acesso a
um ensino de qualidade que vise contribuir para o seu processo de ensino e aprendizagem sem
prejudicar o seu desenvolvimento do aluno.
Em meio ao desconhecido, é necessário buscar por métodos que sejam eficazes e
inovadores e que possam amenizar o impacto que esse distanciamento irá causar tanto
emocionalmente quanto pedagogicamente, o que pode interferir no processo de ensino e
aprendizagem, por isso é de suma importância que o foco seja o bem estar do aluno e sua
aprendizagem, mesmo que para isso todos os conteúdos sejam reformulados e os métodos
modificados para que assim possibilite um ensino de qualidade, para isso o docente pode
contar com o auxilio do psicopedagogo, que poderá ajudá-lo a buscar por novos métodos que
favoreçam o ensino a distância.
No decorrer do trabalho iremos abordar o quão se faz necessário o papel do
psicopedagogo hoje em dia nas instituições de ensino, orfanatos, casas de idosos entre outros,
demonstrando o quanto suas habilidades em meio às dificuldades encontradas ao longo dos
tempos podem contribuir juntamente com o pedagogo atuando lado a lado buscando por
soluções e intervenções que contribuam para esta nova realidade que estamos vivenciando.
No início do estágio – pesquisa, nos deparamos com uma situação inusitada na qual
precisamos nos reinventar e buscar pelo desconhecido, modificando a prática pedagógica
adaptando-a de forma que o aluno possa compreender mesmo que distante, é um momento de
reformular o ensino buscando atender as dificuldades e limitações de todos os alunos, porém
sabemos que os obstáculos são inúmeros e agora mais do que nunca contamos com o apoio e
a parceria da família, pois irão precisar também se realocar e contribuir para que os alunos
possam obter um ensino de qualidade que agregue ao seu conhecimento.
Mesmo que seja um acontecimento inesperado, nos fez refletir o quanto devemos estar
preparados para todos os tipos de situações e dificuldades e sempre buscando se aprimorar e
inovar sua prática pedagógica sem acomodar-se, estar se atualizando sempre sobre novos
métodos e novas tecnologias que proporcionem um ensino de qualidade.
10

2. OBJETIVOS

O presente relatório tem por objetivo integrar a aprendizagem acadêmica contribuindo


para um crescimento profissional que só se adquire na prática. Assim entendido, o estágio
aponta a situação ideal para a formação do psicopedagogo, possibilitando-lhe conhecer e
interagir com a diversidade do campo de trabalho.
O intuito do estágio - pesquisa em si, seria propiciar a vivência sobre acontecimentos
concretos, que pudessem aproximar a prática para o psicopedagogo, porém como vivemos em
meio a uma pandemia de um vírus que, muitas vezes, tem sido letal, não podemos realizá-lo o
que fez com que precisássemos nos reinventar e buscar por novas formas que contribuíssem
para a nossa formação educacional e profissional.
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3. BREVE HISTÓRICO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia decorreu da necessidade de uma compreensão melhor do processo


de ensino e aprendizagem, ou seja, auxiliar na busca de soluções para as dificuldades de
aprendizagem que fossem ocorrendo com o passar dos anos, dificuldades essas que foram se
tornando difíceis de ser trabalhado apenas pelo pedagogo, o que resultou na colaboração entre
os profissionais.
Portanto,
A Psicopedagogia é uma área de estudo bastante recente, existindo há
aproximadamente 30 anos no Brasil, e tem por objetivo estudar, compreender e
intervir na aprendizagem humana. Ao contrário do que o senso comum imagina, a
Psicopedagogia não se restringe ao estudo das dificuldades e dos distúrbios de
aprendizagem, mas à aprendizagem de um modo geral, seja no seu estado normal ou
patológico. (SERRA, 2012, p.5).

De acordo com Bossa (1994), a Psicopedagogia iniciou na Europa, na década de 70.


Durante essa década as dificuldades apresentadas pelos alunos durante o processo de ensino e
aprendizagem eram temas abordados pelos profissionais da saúde, como médicos, psiquiatras
e por educadores, que muitas vezes estudavam o cérebro o comportamento, quando em alguns
casos era só a maneira de transmitir esses conteúdos que deveria ser modificada para que
assim possibilitasse a compreensão do aluno.

Segundo Mery (BOSSA, 1994), os primeiros centros pedagógicos surgiram na Europa


na metade do século XX, com um objetivo inicial de atender pessoas que apresentavam
dificuldades de aprendizagem, desconsiderando os conhecimentos prévios que cada criança já
possuía, mesmo sendo inteligentes, por meio da inserção de conhecimentos pedagógicos.

A Psicopedagogia no Brasil surgiu há poucos anos sendo considerada uma área


que ainda está sendo explorada e compreendida.
Assim,
Ela contempla uma abordagem ampla e integrada do sujeito a fim de compreender
o seu aprender em todos os sentidos, a saber, em relação ao significado de
aprender, à construção da estruturação lógica, a um aprisionamento do corpo, a
uma ressignificação de um organismo com problemas e outros.
(WOLFFENBUTTEL, 2005, p.18).

Para exemplificar a história da psicopedagogia no Brasil, Masini (2015) destaca


os principais eventos:
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 Na década de 1950, a pedagoga Genni Colubi Moraes coordenou a formação em


psicopedagogia na PUC- SP, com influência da psicopedagogia francesa. O que
marcou foi à procura maior por pedagogas do que psicólogas, que de modo geral, não
se interessavam pela área;
 A psicóloga Ana Maria Poppovic, na década de 1970 realizou pesquisas sobre
psicopedagogia, publicando livros e artigos sobre a realização escolar, crianças
culturalmente marginalizadas, escola, comunidade, currículo, orientação cognitiva e
ensino- aprendizagem;
 Em 1980, foi fundada a Associação Estadual de Psicopedagogia de São Paulo;
 Em 1982, teve início a publicação do Boletim da Associação de Psicopedagogia;
 No ano de 1985, na Universidade São Marcos em São Paulo, iniciou o primeiro curso
pós lato sensu em psicopedagogia;
 A Associação Estadual de Psicopedagogia de São Paulo passa a ser em 1988, a
Associação Brasileira de Psicopedagogia com núcleos em vários estados do país.

Com base nos destaques levantados por Barroso (2018 apud Massini, 2015) é possível
observar que a Psicopedagogia obteve uma longa jornada até conseguir o reconhecimento
devido, pois com a falta de conhecimento quando iniciou, impossibilitava que as pessoas
acreditassem que resultaria na solução das dificuldades encontradas no processo de
aprendizagem.

Já se pode observar o quanto esta realidade vem se modificando, pois vemos o quanto o
psicopedagogo já vem adquirindo seu espaço, como por exemplo, a maioria das instituições
de ensino já possui um psicopedagogo em sua equipe de funcionários, nos hospitais ocorrem
os processos seletivos, acredito que ainda falte um pouco para o reconhecimento merecido,
porém vemos que aos poucos este profissional vem conquistando seu espaço.

3.1 Psicopedagogia Institucional

O Código de Ética da Psicopedaogia, no Artigo 1º, afirma que:

“A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do


processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e
o contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em
diferentes referenciais teóricos”. (ABPp, 2011, )
13

A Psicopedagogia é uma área relativamente nova de estudos, mas que vem se tornando
uma considerável fonte de pesquisa para a área da educação. O trabalho do Psicopedagogo é
primordial, pois o mesmo auxilia na busca de soluções nas dificuldades de aprendizagem
introduzindo novas formas de ensinar como, por exemplo, o ensino através de jogos
educativos que necessitam de raciocínio lógico e estratégias, o que contribui para a construção
de um processo de aprendizagem que se diferencie do pedagogo

Massini (2015, p. 71) define a psicopedagogia como:

Área que estuda o ato de aprender, entendendo-se o ato de aprender como os


sentimentos, as ações, as elaborações do sujeito durante o seu processo de aprendizagem e a
consciência que ele tem do que ele realiza, inclusive quando há dificuldades

Ou seja, o psicopedagogo estuda não somente o ato de aprender, mas a aprendizagem


em si de modo que ele busque por maneiras intermediárias que se diferencie do que o aluno
esteja aprendendo, pois é necessário buscar novas possibilidades que sejam adequadas as
limitações apresentadas por cada aluno, maneiras essas que muitas vezes vão além do papel e
lápis são mais abrangentes para que o aluno consiga diferenciá-las dos métodos do professor
contribuindo assim para a sua aprendizagem.

De acordo com Wolffenbuttel (2005), a psicopedagogia oferece um olhar diferenciado


sobre a aprendizagem de todos os alunos que estão em processo de construção de
conhecimento, auxiliando na busca das soluções dos problemas de aprendizagem buscando
por formas que contribuam e facilitem o processo de ensino e aprendizagem, amenizando os
problemas encontrados que causam as limitações dos alunos.
Dessa forma, cabe ao psicopedagogo identificar as dificuldades de aprendizagem e
porque elas ocorrem e porque precisam ser modificadas, assim como conhecer e acompanhar
a evolução da aprendizagem.

A especialização em Psicopedagogia Institucional possui o foco de atender as


necessidades de uma educação que seja inclusiva que vise a formação dos psicopedagogos
atuando com crianças e adolescentes que possuem dificuldades de aprendizagem em parceria
com os docentes e com a instituição de ensino.

O estágio tem por finalidade à aquisição do título de especialista em Psicopedagogia


Institucional, com o intuito de possibilitar a experiência sobre os vários campos de atuação
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que podemos trabalhar e como por em prática as intervenções que serão realizadas nas
unidades escolares.
15

4. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO DE PESQUISA

4.1 Identificação da instituição

O presente estágio foi realizado na unidade escolar privada localizada na cidade de


Araraquara a maior parte de suas unidades são localizadas no bairro Vila Harmonia e uma
unidade no Shopping Jaraguá. A escola possui uma secretária, que realiza o trabalho para
todas as unidades que são: Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II,
Ensino Médio e Cursinho Pré-Vestibular.

4.2 Clientela atendida

A clientela da escola é formada, em sua maioria, por alunos de uma comunidade


formada por famílias da classe média e classe média alta.

A escola atende um total de 608 alunos em todos os seus segmentos, incluindo o


cursinho pré-vestibular, as turmas não são muito numerosas, para que assim o professor
desenvolva sua prática com uma quantidade de alunos que favoreça a aprendizagem de cada
aluno.

4.3 Infraestrutura

A escola possui amplas instalações, um parque infantil, pátio coberto, brinquedoteca,


anfiteatro, sala de informática, quadra esportiva, arborização, jardins e gramados, uma horta,
lanchonetes, bibliotecas e espaços para estudo. A escola possui várias alas interligadas por
corredores nos quais situam diversas salas e espaços definidos para os diferentes tipos de
atendimento, toda a infraestrutura atende as necessidades dos alunos as salas de aulas são
amplas e arejadas, e a escola possui adaptações como rampas de acesso, elevadores, banheiros
adaptados, tornando acessíveis todos os espaços para os alunos que possuem necessidades
especiais ou deficiência física.

A unidade escolar possui sistema de documentação toda informatizada, possui


laboratório de ciências e química, laboratório de informática e alguns computadores que são
disponibilizados para pesquisa do docente e para os alunos são disponibilizados tabletes no
qual eles possuem acesso a internet com o auxílio de professores que são capacitados para
auxiliá-los.

4.4 Composição do corpo docente


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Em relação à capacitação dos professores a escola proporciona no início do ano um


congresso para que o docente não fique estagnado em sua prática, no qual eles têm palestras
durante todo o dia e tem um encontro com os autores das apostilas, o que facilita os
questionamentos e dúvidas que muitas vezes ficam sobre o material e qual a melhor forma de
aplicar determinado tema ou exercício.

Os professores possuem acesso livre ao autor e no site do sistema anglo, que permite
que eles solucionem dúvidas e aprendam mais sobre os diversos aplicativos que o programa
sugere para que assim o professor tenha uma melhor prática pedagógica e acesso livre online
ao autor com perguntas e respostas á prontidão, é oferecido também pelo sistema minicursos,
capacitações que são realizadas no colégio ao fim do ano letivo e cursos online que viabilizam
o acesso para que assim os docentes se mantenham atualizados, pois o material é bem extenso
o que pede maior dedicação e melhor desempenho do professor em sua aplicação.

São disponibilizados no site do sistema anglo textos para leitura de diversos temas de
inclusão as dificuldades apresentadas pelos alunos este sistema é totalmente completo, os pais
e alunos também têm acesso cada um possui seu usuário e senha, neste site é possível
solucionar dúvidas com professores online, possuem dicionários, programas que incentivam a
leitura, apresentação, exposição e explicação do material com o autor e muitas outras funções
que tem facilitado à prática docente e a compreensão do aluno.

Em parceria com os docentes e os discentes existe um projeto muito interessante no


colégio no qual todos os professores são capacitados e são realizadas reuniões mensais para
aprimorar seus conhecimentos o projeto é denominado “O líder em mim”, um projeto que visa
não formar líderes, mas um aluno que possua autonomia e independência, líder das suas
escolhas que seja proativo pense no próximo e compreenda que pra ser um líder não se deve
apenas só ganhar e sim possibilitar que o colega ganhe também, ajudar o próximo, fazer o
bem mesmo que ninguém veja é um projeto que é trabalhado em todas as disciplinas em
parceria com a aula de habilidades socioemocionais que aderiu ao projeto na integra.

Juntamente ao corpo docente atua um Psicólogo acompanhando as aulas diariamente de


todos os professores que solicitam auxílio quando percebem dificuldades no processo de
aprendizagem do aluno e no comportamento, inicialmente é realizada a observação
juntamente com a coordenação e assim pedem o auxílio dos pais através de um atendimento
individualizado que e realizado mensalmente, e os pais são orientados a procurarem o auxílio
de psicopedagogo se for o caso, ou fonoaudiólogo, por exemplo, esta parceria da família com
17

a escola é essencial e possibilita que a família confie na escola e nas suas indicações em
relação à criança.
No total a escola possui 20 funcionários e 60 professores, a maior parte possui
licenciatura e especializações que a escola propicia com as parcerias que possui com algumas
universidades, alguns professores possuem mestrado e doutorado.

A carga horária dos funcionários é de oito horas e dos professores é de cinco horas,
dentre as habilidades que competem se presa à organização, pontualidade e dedicação dos
funcionários, para que assim se tenha um melhor desempenho.

4.5 Composição da equipe dirigente

A Diretora Pedagógica é responsável por todas as unidades e cada unidade tem seu
Coordenador Pedagógico, ambos possuem graduação em pedagogia e algumas
especializações como Psicopedagogia institucional e Gestão escolar.

Para estas funções é necessário possuir graduação em pedagogia e pelo menos três
anos exercendo a função em sala de aula para que assim esteja apta a exercer a função.

4.6 Principais características do Projeto Político Pedagógico

No Projeto Político Pedagógico encontramos o contrato de locação da escola, a planta,


avara do corpo bombeiro, da prefeitura, da vigilância sanitária por conter uma cantina, nele
também encontramos a clientela da escola, os principais bairros que a instituição atende, onde
é localizada cada série, a área total de cada série, de cada espaço da escola, as salas que
existem fora as salas de aula espaço todo do parque da educação infantil, projetos que são
abordados em todas as faixas etárias, passeios pedagógicos de acordo com a proposta de
ensino na apostila, os objetivos que a escola busca alcançar, meios para concretizá-los, todos
os projetos, os passeios, tudo que é realizado no colégio é descrito no PPP as Diretrizes
pedagógicas e no Plano de Gestão, podemos encontrar uma versão exemplificada de todos
esses itens, porém sem os anexos que estão presentes no Plano de Gestão, perspectivas de
aprendizagem, os recursos que a escola possui e estão disponíveis para o acesso do professor.

O PPP é revisado todo ano pela equipe dirigente e o conselho de professores, é aberto
aos familiares para opinarem ou solucionarem dúvidas é de fácil acesso a comunidade.

4.7 Relacionamento com a clientela e com a comunidade


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A unidade escolar não possui nenhum projeto organizado que inclua a comunidade
como o Programa Escola da Família por exemplo que é um projeto implantado pelo governo
para as escolas estaduais, por ser uma escola que não possui nenhum benefício do governo, é
difícil implantar projetos com a comunidade por ter um material extenso e tradicional no qual
os pais se preocupam e muito com a aplicação de cada conteúdo e com o processo de
aprendizagem do aluno, o que impossibilita projetos com a comunidade o que são realizados ,
é uma visita no quarteirão da escola para conhecer o espaço escolar, ações solidárias
juntamente com as famílias dos alunos, arrecadações de agasalhos, brinquedos, alimentos,
material escolar, colaborando assim com algumas ações aderidas pela comunidade.

O que impede a escola de não implantar estes projetos é talvez a dificuldade de


realizá-los estando em comum acordo entre todos e por ser algo tão novo acabam se
prendendo ao que já conhecem e tem propriedade para realizar e não buscam por meios que
viabilizem essa parceria de ambas as partes.

4.8 Cultura Organizacional

A cultura organizacional dentro da instituição de ensino é tradicional e segue os


padrões, com salas de aulas padronizadas, carteiras e cadeiras. As salas de aula possuem as
mesmas cores e são bem arejadas, todos os alunos usam uniformes e os funcionários e
professores também utilizam, a documentação da escola fica em posse da secretária que é
responsável por todas as unidades Educação Infantil, Ensino Fundamental 1 e 2, Ensino
Médio e cursinho pré- vestibular.

A unidade escolar não estipula padrões de comportamento, cabe aos pais de alunos,
funcionários e professores o bom senso de utilizar vestimentas que se adéquem a instituição,
porém não existem “pré- conceitos” em relação a tatuagens e piercings, pois isso não interfere
nos valores que a escola transmite aos alunos. O clima organizacional parece ser bem
tranquilo, alegre e motivador, o corpo docente parece ser bem comprometido e engajado de
acordo com proposta pedagógica da escola.
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5. Contexto da realização de estágio

O presente estágio ocorreu no ano de 2020, em meio a uma pandemia de um vírus


muitas vezes mortal, que é transmitido pelo contato físico vírus esse denominado Covid – 19,
devido ao contágio muitas vezes por aproximação foram necessárias medidas extremas e uma
paralisação total de todas as atividades, paralisação nunca vista que foi adotada no mundo
todo seguindo as normas legais de quarentena e distanciamento social, com a utilização de
máscara e álcool para evitar a contaminação, esse vírus iniciou o contágio na China e foi se
espalhando pelo mundo, ocasionando milhões de mortes e muitos infectados, é um vírus que
ainda não se tem uma cura que possa prevenir as pessoas e sabe-se muito pouco sobre sua
letalidade, pois a cada dia recebemos novas informações sobre o vírus.

Todas as atividades em instituições de ensino, asilos, orfanatos, empresas foram


suspensas, o que dificultou o presente estágio, pois o estágio tem o intuito de propiciar uma
vivência próxima à realidade que o psicopedagogo tem em sua prática, por esse motivo o foco
do estágio foi alterado de avaliação e intervenção para a realização de entrevistas online,
observando todas as mudanças necessárias que precisaram ser realizadas para esta nova
realidade em que estamos vivendo.

A instituição que realizei o estágio foi escolhida por ser a instituição que trabalho
como auxiliar de classe, o que facilitou na aquisição de informações e na participação de aulas
ao vivo, reuniões pedagógicas e entrevistas, obtive um acolhimento imprescindível que
proporcionou uma experiência de estágio excelente mesmo que a distância.

Inicialmente busquei algumas informações com a secretária do colégio que me


forneceu tudo que eu pedi e me auxiliou muito, realizei uma entrevista com ela por telefone
para compor todas as informações da caracterização da unidade, sobre funcionários, o Projeto
Político Pedagógico e sobre os funcionários e professores e suas formações, informações estas
que contribuíram para que eu pudesse realizar a caracterização da unidade escolar.

Após participei de uma aula ao vivo juntamente com uma professora do 1º ano com os
alunos, inicialmente observando a aula e após participei de uma das atividades, durante a live
observei que a professora dava segmento como se estivesse em sala, com os cumprimentos
iniciais, correções da tarefa, e aplicando novas atividades da apostila, todos os alunos
participavam e interagiam entre si e acompanhavam o que a professora falava , solucionando
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dúvidas e dificuldades, percebi que para alguns alunos os pais intervirão durante as atividades
para auxiliar quando percebiam dificuldades, todas as aulas são realizadas na casa de cada
professora em campos visuais neutros e silenciosos que facilitem a concentração dos alunos.

Observei que essa faixa etária tem sido a maior prejudicada durante essa pandemia,
pois o processo de aprendizagem deles foi interrompido no início da alfabetização é algo que
talvez prejudique todo o processo de ensino ao longo dos anos, pois o aluno pode ficar com a
aprendizagem defasada devido a essa lacuna que foi esse ano, mesmo com as aulas online ao
vivo, não substitui estar em sala de aula , pois em casa a criança não tem um ambiente
propício para desenvolver a aprendizagem o que muitas vezes pode interferir nesse processo
de ensino e aprendizagem.

Acompanhei uma das reuniões pedagógicas da educação infantil para compreender


com as professoras estavam lidando com essas mudanças e como a escola havia se preparado
para esta situação inusitada que estamos vivenciando, observei que a escola aderiu a novas
plataformas que facilitassem o acesso dos alunos e dos pais, com vários meios de
comunicação que aproxime os alunos dos professores, realizaram drive thrus para que eles
retirassem as apostilas e realizaram uma atividade com o nome de “carinhos quentes” com o
intuito dos alunos reverem as professoras.

Realizei algumas entrevistas com um questionário que criei para expressar como tem
sido passar por essa situação desconhecida que estamos enfrentando há alguns meses, não irei
divulgar os nomes das professoras. Segue abaixo as perguntas que foram realizadas, por
ligações, whatsapp, e-mail e aplicativos de vídeo.

5.1 Entrevistas

Questionário

1- Em relação ao início da pandemia como você descreveria a paralisação e as aulas


online?
2- Como a instituição se organizou para realizar e como ainda estão realizando as
atividades pedagógicas no decorrer da pandemia?
3- O fluxo de trabalho aumentou ou diminuiu?
4- Como tem conciliado sua rotina em casa, de modo que não atrapalhe as aulas ao vivo?
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5- Para você o convívio familiar tem colaborado com o trabalho do professor ou


prejudicado?
6- Em relação aos seus alunos, todos têm acompanhado as aulas ou não? A presença de
cada um tem sido acompanhada?
7- Os alunos que já possuíam dificuldades de aprendizagem estão conseguindo
acompanhar as aulas online?
8- Qual a postura da escola em relação a esses alunos que já apresentavam dificuldades e
aos que estão apresentando agora?
9- Sua prática pedagógica mudou, foi uma mudança positiva ou negativa?
10- Como as avaliações têm sido aplicadas?
11- Em sua opinião os alunos têm condições cognitivas e emocionais para serem
aprovados para o próximo ano letivo?
12- Algumas escolas irão aprovar os alunos e aplicar uma revisão em dois meses de todos
os conteúdos trabalhados neste ano, você considera suficiente para sanar todas as dúvidas e
dificuldades que apareceram durante esse ano?
13- Quais as dificuldades que encontraram e ainda estão encontrando para realizar as
atividades de ensino e aprendizagem?
14- Como estão procurando resolver essas dificuldades?
15- Quais são os impactos que estão sentindo no processo ensino – aprendizagem de
alunos e professores no decorrer desse período?
16- Como está sua saúde emocional?
17- Você se sente segura em retornar as aulas em Outubro? Em relação ao aluno você
acredita que o retorno é a melhor opção?

Entrevista da professora Roberta da Educação Infantil:

1- Acredito que foi um susto, que eu nunca esperava em 37 anos que eu tenho foi algo
bem atípico, não sabia muito que fazer eu não possuía muitos conhecimentos tecnológicos, eu
tive que superar meus obstáculos e me reinventar. Tudo foi uma experiência nova quando me
deparei com aquele contato só por telas e sem o contato físico, foi tudo muito estranho e
muito triste por não tê-los por perto e a insegurança de errar, pois era tudo muito novo e muito
incerto principalmente por estar na presença dos pais , pois educação infantil nós possuímos
uma rotina, porém ela é flexível e está sempre sendo mudado , nas aulas online não eu tenho
que seguir o que está na rotina sem flexibilizar muito, pois se eles estão cansados na sala de
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aula nós vamos para outro local realizar atividades , paramos para brincar o que não
conseguimos fazer nas aulas online.
2- Não obtivemos tempo para realizar um treinamento completo, obtínhamos uma
plataforma na qual aprendemos a utilizar as ferramentas, então obtive muita dificuldade de
aprender com as dificuldades que vão sendo apresentadas ao longo de cada aula, mas
obtivemos muito suporte da unidade escolar e da coordenação.
3- O fluxo de trabalho aumentou, pois eu acabo exigindo demais de mim e me pressiono
e tento dar o melhor possível para ajudá-los, por ser uma fase de pré-alfabetização que seria
primordial o contato físico em sala de aula para auxiliar na compreensão de cada aluno, essa é
uma fase muito lúdica então ensinamos brincando o que fica quase impossível online, então
eu reinvento o que é proposto na apostila para adaptar de acordo com a nossa realidade, então
fico 24 horas procurando novos caminhos que possibilitem o mais próximo possível do que
estavam acostumados.
4- É muito difícil conciliar o ambiente escolar com o ambiente em casa, pois tenho uma
rotina, tenho filhas e preciso me organizar com a rotina, para aplicar as aulas busco por
ambientes mais tranqüilos arejados, para aplicar as aulas online.
5- O convívio familiar tem contribuído com auxílio das atividades, pois tenho percebido
que os alunos que possuem o apoio da família não têm apresentado dificuldades na realização
das atividades, pois a família tem se empenhado muito em ajudar seus filhos.
6- A maioria tem acompanhado e compreendendo com um bom resultado de participação
dos alunos e da família, alguns acompanham as aulas gravadas e outros conseguem assistir
online, o que facilita na solução de dúvidas, a maioria faz todas as atividades e são muito
comprometidos.
7- Os alunos que possuem problemas de aprendizagem estão conseguindo acompanhar
sim, somente um aluno que os pais não têm muito tempo de acompanhar as aulas, mas tenho
feito o possível para ajudar.
8- A escola possui um plano de reforço que irá auxiliar todas essas crianças que estão
relatando problemas, com o retorno das aulas aplicaremos uma sondagem com cada aluno
para que assim possamos averiguar as dificuldades apresentadas por cada aluno, para que
assim ele consiga atingir as habilidades que são esperadas de cada faixa etária.
9- Minha prática pedagógica mudou sim e evoluiu muito foi uma mudança positiva, pois
aprendi muito e estou me reinventando como professora as tecnologias que estão sendo
aplicadas são inovadoras e possibilitam uma prática melhor e mais atualizada, pretendo
continuar utilizando-as.
23

10- As avaliações estão sendo realizadas no dia a dia, estamos enviando as atividades para
os alunos e eles fotografam as atividades, após envio um feedback para os pais sobre como foi
realizada estas atividades.
11- Os alunos tem condições de passar para o ano seguinte, é claro que não estão 100 %
nos aspectos de aprendizagem, pois essa fase é muito concreta então muitas vezes é o que
mais sentimos falta durante as aulas online.Nos aspectos emocionais eles estão sentindo
bastante , tanto no convívio social entre eles , no lúdico e naquela proximidade junto a
professora, sinto que eles estão cansados , pois é algo metódico que mesmo que sejam
atividades diferentes eles estão no mesmo ambiente em casa sem os amigos e a professora.
12- Não irá resolver em dois meses para sanar as dúvidas e as dificuldades, o ideal é ser
realizado todo um planejamento o longo do próximo ano para que eles consigam recuperar o
que foi perdido esse ano, pois não devemos querer apressar as coisas, pois isso irá prejudicar a
aprendizagem de cada aluno e esse é um momento que devemos buscar por maneiras que eles
não sejam tão prejudicados.
13- As dificuldades que estamos encontrando são em relação à parte lúdica que nos
impede de interagir e ter o contato físico, pois a proposta do colégio vincula muito isso, então
para mim tem sido muito frustrante para aplicar as atividades de jogos e brincadeiras tem sido
o maior empecilho. Estamos procurando resolver estas dificuldades, modificando as
atividades de modo que as crianças consigam atingir o que é proposto na atividade.
14- Uma reinvenção de tudo, pois estamos apostando que pelo menos 80% do que fizemos
dê certo não contamos que seja 100% , pois foi algo totalmente inesperado que muitas vezes
buscamos por auxílio e precisamos reformular , buscar por novos métodos que se adequassem
a nova realidade, talvez esse despreparo não possibilite que obtenhamos 100% de eficácia em
nossa prática pedagógica. Não me sinto tranqüila em voltar em Outubro, pois a maioria das
famílias irão querer ficar em casa e alguns irão, o que fará que nós tenhamos ainda mais
trabalho, pois precisaremos modificar as atividades que serão realizadas em sala de aula para
adaptá-la a realidade virtual, acredito que o melhor seja retornar somente no próximo ano,
pois acredito que dois meses não irá fazer diferença no processo de ensino e aprendizagem,
ainda mais nessa época tão incerta sobre o contágio desse vírus, e como a faixa etária que
trabalho é de 5 anos , acredito que teremos muita dificuldade quanto ao uso de máscara ,
quanto a higienização e ao distanciamento social , pois são crianças que estavam acostumados
com o contato físico , demonstração de afeto tudo isso terá que ser bem trabalhado com a
família em parceria com a escola.
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15- Minha saúde emocional está um pouco abalada em relação a tudo em que estamos
vivendo o medo e a incerteza tem sido frequentes, porém não podemos ficar estagnados
procuro sempre buscar por formas que me aproximem dos alunos e das famílias de forma que
amenize um pouco tudo o que estamos vivendo.
16- Os impactos que estamos sentindo é a parte psicológica, todo mundo muito cansado,
tem sido muito desgastante, não fico tranqüila se estou atingindo o nível de aprendizagem de
cada criança, mesmo que os pais tem sido solícitos conosco não é o mesmo que nós estarmos
aplicando as atividades, não é o mesmo comprometimento que as crianças tem relação às
atividades realizadas junto com a família, sinto tanto um desgaste dos alunos, quanto da
família, pois eles também precisaram se reinventar para se adequar a nova realidade de ensino
domiciliar, outro impacto que obtivemos foi por ser um ano de formatura, é tudo muito
incerto não podemos realizar ensaios , talvez tudo seja realizado por um drive-in ou talvez no
próximo ano a entrega dos certificados , vejo o quão impactante será na vida de cada aluno.
17- Não me sinto tranquila em voltar em Outubro, pois a maioria das famílias irão querer
ficar em casa e alguns irão, o que fará que nós tenhamos ainda mais trabalho, pois
precisaremos modificar as atividades que serão realizadas em sala de aula para adaptá-la a
realidade virtual, acredito que o melhor seja retornar somente no próximo ano, pois acredito
que dois meses não irá fazer diferença no processo de ensino e aprendizagem, ainda mais
nessa época tão incerta sobre o contágio desse vírus, e como a faixa etária que trabalho é de 5
anos , acredito que teremos muita dificuldade quanto ao uso de máscara , quanto a
higienização e ao distanciamento social , pois são crianças que estavam acostumados com o
contato físico , demonstração de afeto tudo isso terá que ser bem trabalhado com a família em
parceria com a escola.

Entrevista com a professora Amélia da Educação Infantil:

1- No início da pandemia achava que a paralisação fosse algo temporário e que tudo
voltaria ao normal em curto prazo de tempo.
2- Eu tive um pouco de dificuldade no início. Para solucionar as minhas dificuldades eu
tive que assistir muitos tutoriais oferecidos pelas plataformas da escola que leciono, pois não
tive um treinamento oferecido pela instituição.
3- O fluxo de trabalho aumentou durante as aulas remotas, ficou mais trabalhoso e
cansativo.
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4- Estou procurando manter a mesma rotina (carga horária) que tinha durante as aulas
presenciais para não sobrecarregar a minha vida particular, mas o trabalho remoto requer mais
tempo do meu dia.
5- O meu convívio familiar não mudou muito do ritmo que era, pelo contrário o apoio
familiar é que me dá força para continuar trabalhando.
6- Com relação aos meus alunos a maioria deles tem assistido às aulas e todos que
assistem são acompanhados pelos pais ou responsáveis.
7- Por se tratar de alunos da Educação Infantil, minha turma tem conseguido trabalhar
juntamente com o auxílio dos pais e juntos estamos conseguindo auxiliar o aluno.
8- A escola irá fazer sondagens para avaliar o ritmo de aprendizagem dos alunos que
apresentem dificuldades e dar aulas de apoio para sanar as mesmas.
9- Sim mudou, e foi bem positiva, pois tive que aprender a usar a tecnologia a meu favor
e isto só enriqueceu minha prática pedagógica.
10- As avaliações estão sendo diárias, através de relatórios e fotos das atividades
realizadas pelos alunos.
11- Como meus alunos possuem idade entre 4 e 5 anos, acredito que não serão
prejudicados cognitivamente e, acredito que emocionalmente estão tendo um ganho
emocional pois estão convivendo mais com a presença dos pais.
12- Acredito que não, pois as aulas presenciais seguem outro caminho e temos mais
ferramentas para avaliar os alunos constantemente.
13- A minha saúde mental ficou um pouco abalada no início das aulas remotas, com
inseguranças e muita ansiedade, agora estou voltando ao normal, pois consegui me adaptar ao
novo ritmo de vida.
14- Cada aula é um novo desafio e às vezes sabemos que o conteúdo não será atingido
para todos no mesmo ritmo e nível, causando séries de angústias.
15- Para tentar resolver estas dificuldades procuro sempre me orientar com palestras, lives
e webnários para me orientar e achar um ponto de partida novamente.
16- Os impactos encontrados são muitos: falta de tecnologia para alunos e até mesmo
professores para dar ou assistir as aulas, falta de apoio técnico e respaldo financeiro, sem
contar a falta de estrutura emocional por conta do distanciamento social, causando estresse e
ansiedade.
17- Não me sinto segura e tampouco acho seguro para os alunos, pois mesmo tendo
protocolos de segurança os alunos da Educação Infantil não conseguirão manter o
distanciamento e tudo mais.
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Entrevista com a professora Juliana do Ensino Fundamental:

1- No início da pandemia, tudo muito perdido, sem muita orientação por parte da escola,
pois a escola também estava sem saber como lidar com tudo isso. Com muito trabalho e
estudo, começamos a gravar vídeos remotos, para depois de um tempo, começar com as aulas
online.
2- Sim. No começo tive um pouco de dificuldade para me adaptar ao uso da ferramenta,
tivemos alguns tutoriais e lives para melhor entendimento da plataforma. A escola muito
solícita em nos ajudar e contribuir para o sucesso do nosso trabalho.
3- Aumentou, praticamente dobrou.
4- Tive que me adaptar com os horários, estudando muitas vezes a noite o conteúdo a ser
trabalhado no dia seguinte, mais só depois de uns dois meses consegui conciliar rotina escolar
com a rotina de casa. Precisei de muita paciência, dedicação e apoio do meu esposo para o
sucesso do meu trabalho.
5- Sim, tudo é muito válido. Como tenho meu filho também em aulas remotas, muitas
vezes aprendo com ele e com a professora dele. Tem sido uma troca de experiências.
6- Graças a Deus meus alunos estão participando. Quase 100% da turma, poucas faltas, e
quando faltam justificam. Uma turma bem empenhada e a família muito participativa.
7- Estão conseguindo acompanhar tranquilamente, pois nesse período remoto, consegui
abranger mais os assuntos abordados de uma maneira mais lúdica, com vários vídeos
explicativos. Quando o aluno tem dificuldade em entender a professora, ele consegue captar
através de uma música, uma brincadeira e até mesmo um vídeo.
8- A escola oferece plantões de dúvidas, após nosso horário de aula e, além disso, aulas
de apoio para alunos com mais dificuldades no período contrário a aula.
9- Mudei bastante minha postura. Mudei com certeza para melhor. Trago novidades a
cada dia, experiências, músicas, várias atividades para chamar a atenção da turma e para que
absorvam bem o conteúdo, e pude observar os resultados através das avaliativas.
10- No primeiro trimestre, aplicamos uma avaliação formal em sala de aula e mais duas no
modelo online. Enviamos as avaliativas pela agenda virtual com prazo de 5 dias para a
entrega.
11- Eu acredito que no ensino privado sim, eles têm condições de avançar, pois todos têm
acesso fácil as ferramentas, suporte de dúvidas, suportes de apoio. Acredito que as dúvidas
desses alunos estão sendo sanadas dentro de sala de aula remota.
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12- No caso da nossa realidade, da nossa escola sim. Vai dar tudo certo nessas revisões,
pois como eu disse, muitas dúvidas são sanadas ao vivo.
13- Estou muito cansada emocionalmente. Muito conteúdo para estudar, muita parte
burocrática, reunião de pais, datas comemorativas. Bem exausta para que tudo funcione bem
para as crianças.
14- No começo as crianças perdidas em relação aos materiais, dificuldade para encontrar
as páginas, ligar e desligar os microfones, acabava que prejudicando toda a aprendizagem,
cumprir horários, mais aos poucos as famílias foram se adaptando a nova rotina, cumprindo
horários, tarefas e foi ficando mais tranquilo, sem grandes dificuldades.
15- Através das reuniões de pais, fui pedindo ajuda, comprometimentos das famílias foram
adotando algumas regras e combinados da nossa turma e tudo foi ficando redondo.
16- No começo foi bem pesado, puxado com vídeos gravados. Os alunos chegavam há
demorar 3 horas para realizar uma atividade de um vídeo de 30 minutos. Quando passamos
para as aulas online, com as devidas rotinas, horários, apostilas já separadas para aquele dia,
começou a funcionar de uma maneira bem bacana o trabalho e desenvolvimento dos alunos.
Hoje posso dizer que estão cansados, mais bem adaptados a nova rotina, cumprem prazos,
horários e abraçam as atividades propostas pelas professoras.
17- Não me sinto segura em voltar as aulas, nem sair de casa enquanto não houver uma
vacina. Se precisar voltar, irei com muito medo, apesar de todos os cuidados. Acredito que
voltar não seria a melhor opção no momento. Já que estamos todos adaptados (na nossa
realidade privada), não deveria voltar esse ano, somente após as vacinas.

Entrevista com a professora Maria do Ensino Fundamental.

1- A Pandemia nos pegou de surpresa, achei que ficaríamos nessa situação por pouco
tempo. As aulas presenciais, inicialmente, foram substituídas por aulas gravadas e
disponibilizadas na plataforma utilizada pelo colégio e na agenda virtual.
2- As dificuldades existiram, mas tivemos palestras online e o apoio de toda a equipe.
Trocamos muitas informações.
3- O trabalho aumentou, uma vez que é preciso adaptar atividades, montar
apresentações para que as aulas fiquem mais atrativas, editar vídeos, participar de
reuniões e palestras online.
4- Fico sozinha em casa, então, não precisei de grandes adaptações.
5- As famílias têm colaborado bastante com o meu trabalho.
28

6- No início, quando as aulas eram gravadas, nem todos os alunos participavam. Assim
que passamos a ter 100% de aula ao vivo todos os alunos começaram a participar. A
maiorias dos alunos não têm acompanhamento durante as aulas online.
7- Os alunos com dificuldade de aprendizagem estão participando das aulas e estão
sempre acompanhados pela mãe.
8- O colégio está oferecendo momentos (lives) somente com o aluno com dificuldade e
a professora, com atividades diversificadas.
9- A prática pedagógica mudou. Não consigo trabalhar a oralidade como gostaria e não
conseguimos aprofundar os conteúdos.
10- Enviamos as atividades e explicamos para as famílias. Enviamos, também, um vídeo
com as explicações e pedimos que as crianças fizessem sozinhas.
11- Os alunos têm condições para serem aprovados e acompanharem o próximo ano.
Preocupo-me com o emocional. Acredito que no retorno, possivelmente no próximo ano,
o trabalho terá que ser diferente. Será preciso acolher de uma forma diferente, cuidar
mais do emocional...
12- Não conseguiremos recuperar em dois meses. Muita mudança terá que ocorrer. As
crianças não serão as mesmas. Os professores não serão os mesmos. Nesse tempo,
perdemos a “socialização” tão significante, principalmente, na educação infantil.
13- Alguns dias são melhores e outros piores. Tivemos que aprender a lidar com os
imprevistos e frustrações em pouco tempo. Ver as coisas fugirem do controle e não
conseguir fazer nada, é bem difícil. Todo dia é um recomeço, adaptação constante.
14- O início foi bem difícil as crianças estavam perdidas em relação ao material e as
atividades propostas, dificuldades no acesso e em cumprir com os horários, o que
prejudicava a aprendizagem de certa forma, mas aos poucos as crianças foram se
adaptando a nova rotina o que contribuiu para uma aprendizagem melhor.
15- Durante as aulas sempre contava com o apoio das famílias e nas reuniões de pais
enfatizei a importância do acompanhamento junto aos alunos e do auxílio para com as
atividades.
16- Inicialmente foi tudo muito atropelado muito incerto, os alunos tinham dificuldade de
participarem das aulas, não compreendiam o que estava ocorrendo e estavam muito
dispersos. Após algumas semanas de aula começamos a realizar as aulas online o que
facilitou, pois tínhamos uma rotina a seguir e respeitando o horário o que contribui para
o desenvolvimento do aluno.
29

17- Não me sinto segura para voltar. Em minha opinião o retorno não é a melhor opção.
À volta, requer outra adaptação e será pior se tivermos que “parar” novamente.

5.2 Relato da experiência da autora

Em relação a minha experiência trabalho na escola como auxiliar de classe, na qual


escolhi fazer o estágio, fiz esta escolha pela acessibilidade que obtive na instituição por parte
da equipe dirigente e do corpo docente que me auxiliaram e se disponibilizaram a responder
minhas perguntas, meu questionário e facilitaram o meu acesso a todas as informações, na
questão da pandemia estou sem trabalhar desde o dia 23 de março, quando houve a
paralisação total. Inicialmente a empresa nos deu férias de 30 dias, após o período de 30 dias
assinamos outro adiantamento de férias, quando terminou os 60 dias, assinei a primeira
suspensão de contrato de 60 dias, no qual comecei a receber meu salário 70% pelo governo e
30% pela empresa, já assinei a segunda suspensão por 60 dias a data para retornar será no dia
04 de outubro, porém o Rh da escola acredita que só voltaremos no próximo ano letivo,
devido a instabilidade do vírus e sua letalidade.

Hoje, me vejo em uma situação de incerteza, pois caso não retorne em outubro
acredito que exista a possibilidade de que seja dispensada de todas as minhas atividades, pois
por ser uma empresa privada é mais difícil ainda manter os funcionários nas condições atuais
em que vivemos alguns setores tem funcionado tomando todas as precauções de higienização
e prevenção os setores essenciais como do administrativo, RH e as coordenações de cada
unidade, com funcionários reduzidos mantendo o distanciamento social, tenho buscado por
caminhos intermediários que me deem possibilidades como dar aulas particulares para alguns
alunos em suas residências, essa pandemia nos fez sair da nossa zona de conforto nos
reinventar e buscar por novos meios que nos insiram nessa nova realidade.

No início da pandemia, eu estava cursando o penúltimo módulo da minha pós


graduação em psicopedagogia institucional, na qual as aulas foram suspensas e as atividades
foram realizadas remotamente e as aulas assistidas por vídeo conferência com essa
experiência que obtive com as aulas online puderam sentir o quão essa situação é
desconhecida o quanto ela nos deixa receosos, pois é tudo tão novo tão diferente do que
estávamos acostumados não é o mesmo que as aulas presenciais, tanto para sanar as dúvidas
porque muitas vezes quando não entendemos o que está sendo explicado o professor percebe
pela nossa fisionomia se compreendemos ou não já nas aulas por vídeo não temos esse
30

contato acaba nos afastando e dificultando a nossa compreensão, o que me faz pensar quanto
ao processo de ensino e aprendizagem se isso ocorre conosco na graduação que já possuímos
formação, imagine com os alunos que ainda estão nesse processo.

Acredito que seria necessário cancelar o ano letivo e recomeçar, para que assim os
alunos não fossem os maiores prejudicados, pois uma revisão de dois meses não irá suprir
todas as dúvidas que apareçam durante o ano, mesmo com o auxílio dos pais não é o mesmo
que ter o professor para solucionar as dúvidas e transmitir os conteúdos agregando ao
conhecimento do aluno, e também o risco que isso pode gerar na vida dos nossos alunos e das
famílias, pois poderá ser uma morte em massa, pois as crianças são seres indefesos que não
sabem se defender e não tem noção da dimensão desse vírus e quão letal ele é.

Durante a realização das entrevistas, pude constatar o quanto será necessário a


presença de um psicopedagogo na instituição de ensino, principalmente nesse momento tão
incerto no qual os alunos têm apresentados tantas dificuldade de aprendizagem e problemas
emocionais, que ocasionará a necessidade do trabalho conjunto entre pedagogo e
psicopedagogo, pois os alunos necessitarão de todo a ajuda, pois será primordial para que não
existam lacunas em seu processo de aprendizagem, para que seja completo e que seja sanado
todas as dúvidas que surgirão ao longo das aulas online, o que possibilitará que o pedagogo
possa dar continuidade em sua prática, respeitando o tempo e as limitações de cada aluno.

Mesmo não podendo realizar o estágio presencialmente as professoras foram muito


solícitas e contribuíram e muito para a minha formação, todas sanaram todas as minha
dúvidas e apresentaram mesmo com muita sinceridade como elas tem se reinventado em meio
a essa situação atípica em que vivemos, essa experiência que estamos vivenciando nos faz
repensar na forma em que vivemos , na forma em que os alunos estão aprendendo e se é
válido cada método, acredito que esse seja uma forma de sairmos da zona de conforto e
buscarmos por soluções que atendam as necessidades dos alunos com problemas de
aprendizagem de forma que ele se sinta parte da turma , pois a mudança deve iniciar no
professor que deve ensinar os alunos a respeitarem as adversidades de cada um, pois o
psicopedagogo tem a função de realizar intervenções que possibilitem um processo de ensino
e aprendizagem de qualidade e que se adéqüe a necessidade de cada aluno, transmitindo ao
professor como aplicar e como modificar sua prática de forma que ela inclua e não exclua o
aluno, e essa mudança deve ocorrer com o professor , com a turma e na instituição para que
assim seja válida e tenha sucesso.
31

Com a experiência vivenciada durante a pandemia e considerando as afirmações de


Sampaio pude observar o quão se faz necessário um profissional resiliente, pois são pessoas
que consegue ultrapassar obstáculos e resistir a pressão de forma flexível , são pessoas
equilibradas que não se deixam abater e não desistem de seu propósito, quando erram buscam
por soluções tentando compreender onde erraram para que assim possam acertar em cima
desse erro, porém cabe a instituição propiciar um ambiente harmonioso e tranquilo que
estimule em sua equipe a resiliência.

De acordo com SAMPAIO (2005):

Isto também se aplica aos alunos. Não teremos alunos resilientes se estes não forem
respeitados, não tiverem a oportunidade de errar e alguém lhes dizer que errar é
normal e que é uma forma de aprendizagem, se não forem olhados como sujeitos em
processo de formação de caráter e identidade à medida que se desenvolvem e
amadurecem.

Ou seja, cabe ao Pedagogo e ao psicopedagogo estimular no aluno essa confiança em


acreditar no seu potencial que é possível superar os obstáculos presentes no processo de
ensino e aprendizagem, pois se o aluno acredita que ele é capaz é mais provável que se tenha
êxito na solução das dificuldades apresentadas por ele.
32

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final do estágio, é possível observar que se construiu um novo olhar sobre o


Psicopedagogo no âmbito escolar, pois em relação a esta situação inusitada que vivemos ,
podemos presenciar o quanto o processo de ensino e aprendizagem precisa de mudanças que
se adéquem a todo o tipo de aluno e atenda a todas as suas necessidades, pois o que vimos foi
o professor tendo que se reinventar reformular atividades, para que elas atendessem a todos os
alunos e hoje em dia buscamos por métodos e propostas que sejam inclusivas, pois se isso
ocorresse não havia ocorrido tanta dificuldade em aplicar os conteúdos propostos.

O presente trabalho confirma os resultados dos autores estudados e dos artigos


pesquisados, no qual citarei alguns deles, Mendes (2006) considera que o psicopedagogo
procura por métodos que sejam inovadores que possibilitem ao pedagogo inúmeras formas de
solucionar as dificuldades apresentadas pelos alunos de forma que possibilite ao aluno um
conteúdo que seja adequado as suas limitações lhe proporcionando um aprendizado de
qualidade.

Serra (2012) nos mostra que a Psicopedagogia é uma área de estudo bem recente que
tem estudado sobre a aprendizagem em sua patologia , para que assim possam compreender a
origem das dificuldades que nos deparamos ao longo dos anos, podendo assim elaborar
métodos que sejam eficazes.

Wolffenbuttel (2005) nos faz observar que, mais do que um estudo sobre a
aprendizagem a psicopedagogia possui uma abordagem que consiga compreender como
ocorre o processo de ensino e aprendizagem como ele é construído, como a lógica é
estruturada é muito mais do que um apoio para o professor vai, além disso, é uma parceria que
deve caminhar lado a lado, pois quando o psicopedagogo está presente na instituição ele pode
realizar um trabalho de intervenção que seja preventivo no qual ele poderá trabalhar
juntamente com os professores para que assim conheça todos os alunos e isso permita
conhecê-los e talvez contribuir com as dificuldades que são apresentadas que muitas vezes são
percebidas tardiamente.

A integração de todos envolvidos no processo educativo, família, escola e professores,


irá proporcionar ao aluno a possibilidade de ter um aprendizado mais significativo. Cabe ao
educador investir em vínculos afetivos, recuperar no aluno a esperança e o prazer em
aprender. Espera-se que os educadores reflitam sobre o seu papel e busquem pela parceria do
33

psicopedagogo para que assim ocorra eficácia no processo de ensino e aprendizagem.


Acredito que dessa forma existirão condições de tomar decisões comprometidas com o
desenvolvimento do aluno, decisões essas que contribuam para uma aprendizagem de
qualidade que considere suas limitações e supra suas necessidades. O trabalho do
psicopedagogo é relevante para o desenvolvimento de uma educação significativa, implica
atividades que tenham importância para o aluno e para o educador.

Com base nas informações apresentadas pela autora Sampaio (2005) pude observar
que a resiliência é um fator de suma importância para o processo de ensino e aprendizagem,
pois s alunos necessitam sentir-se seguros e capazes de superar suas dificuldades, pois se o
aluno não acreditar em seu potencial não há método que seja capaz de solucionar as
dificuldades que o mesmo apresentar, este deve ser um processo diário que deve ser
construído em parceria do professor e do psicopedagogo construindo uma autoestima para o
aluno que contribua para que ele possa crer em seu potencial.

O papel do psicopedagogo vem sendo reformulado e modificado com o passar dos


anos, porém algumas instituições ainda são resistentes quanto a necessidade de um
profissional de psicopedagogia compondo sua equipe e corpo docente não acreditam ou
simplesmente acham que o educador consegue lidar com todas as dificuldades apresentadas
pelos alunos sem precisar trabalhar individualmente com cada aluno, o que tem dificultado a
inserção do psicopedagogo no âmbito escolar.

Os autores estudados proporcionaram uma visão mais aprofundada sobre a história da


Psicopedagogia, os aspectos legais, sua cultura e dificuldades, o que nos possibilitou uma
dimensão de levantamentos, pois em decorrência desses levantamentos foi possível observar o
quanto ainda se faz necessário muitas mudanças, compreensão do quão imprescindível é o
psicopedagogo na instituição de ensino e assim conquistasse seu espaço dentro da unidade
escolar.

Em vista dos argumentos apresentados pude constatar que mesmo que o estágio foi
realizado de uma maneira remota o mesmo contribuiu e agregou a minha experiência
profissional, pois se tornou possível observar como devemos estar preparados para as
situações atípicas que encontramos no decorrer da profissão, como essas situações interferem
em nossa prática e como irão agregar aos nossos conhecimentos, pois buscamos por métodos
que sejam inovadores e que possam ser adaptados as situações inusitadas que surgirem
contribuindo assim para que não fiquemos estagnados e possamos nos reinventar.
34

O processo de estágio foi de suma importância para compreender de forma objetiva e


clara, que o trabalho de avaliação psicopedagógico é um processo longo e precisa de
dedicação e estudo para ser concluído com êxito. A unidade escolar, entretanto, se mostrou
receptiva e aberta para receber à estagiária e disposta a ajudar da melhor forma possível a
mesmo estando em uma situação atípica que foge do planejamento anual da instituição. O
processo de estágio foi enriquecedor para aprimorar os conhecimentos que adquiri durante a
pós-graduação, pois foi imprescindível para a compreensão da teoria sendo vivenciada na
prática. O curso de psicopedagogia possibilitou a diferenciação e a identificação das
dificuldades de aprendizagem.
35

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROSO, Taís. A Psicopedagogia. Universidade Estácio de Sá: Rio de Janeiro, 2018.

BOSSA, Nadia. A Psicopedagogia no Brasil. Porto Alegre. Artmed, 2000.

CÓDIGO DE ÉTICA da ABPp. Conselho Nacional do Triênio 2008/2010, reformulado


triênio 2011/2013. São Paulo, 2011.

MASSINI, Elcie. O psicopedagogo na escola. São Paulo: Cortez, 2015;

MENDES, Mônica. Psicopedagogia: uma identidade em construção. Universidade


Presbiteriana Mackenzie: São Paulo, 2006.

NUTTI, Juliana. Estágio- Pesquisa I Institucional Avaliação. UNICEP: São Carlos, 2016.

NUTTI, Juliana. Modelos de Caracterização Institucional, roteiro para caracterização do


estágio- pesquisa institucional outros locais para intervenção (Psicopedagogia Hospitalar
e Empresarial). UNICEP: São Carlos, 2016.

SÁ, Marcia, VALLE, Bertha , DELOU, Cristina , OLIVEIRA, Eloiza et al. Introdução à
Psicopedagogia. 2. Ed Curitiba: IESDE Brasil S.A, p. 144, 2008.

SAMPAIO, Simaia. A psicopedagogia como promovedora de resiliência. Salvador: BH, 2005.

SERRA, Dayse. Teoria e práticas da Psicopedagogia Institucional.1.ed., rev, Curitiba:PR,


2012.

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