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Centro Universitário Central Paulista – UNICEP

Diretoria de Pós-Graduação e Cursos de Extensão Especialização


em Psicopedagogia

Elba Regina Gimenes Godoy

O papel do Psicopedagogo Institucional no contexto escolar:

A importância da prevenção.

Botucatu – SP

2019
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Centro Universitário Central Paulista – UNICEP

Diretoria de Pós-Graduação e Cursos de Extensão Especialização em


Psicopedagogia

O papel do Psicopedagogo Institucional no contexto escolar:

A importância da prevenção.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Diretoria de


Pós-Graduação e Cursos de Extensão da UNICEP, como
uma das exigências para obtenção do Título de Especialista
em Psicopedagogia Institucional, orientado e supervisionado
pela Profª. Drª. Juliana Zantut Nutti.

Aluna: Elba Regina Gimenes Godoy

Botucatu – SP

2019
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“A infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano.”

Jean Piaget
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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a meu Pai Maior “Deus”, por tudo, por ter me dado
força, saúde e sabedoria para conseguir realizar este grande trabalho. Por ter me dado fé,
por acreditar em mim mesma, que eu conseguiria e não iria desistir; por conseguir
administrar família, trabalho e os estudos e, mesmo em meio a tanta correria, ter tido
vitalidade, tempo e amor em tudo isso.

Agradeço aos meus pais mais uma vez por estarem ao meu lado me apoiando,
me dando força, amor e me encorajando sempre.

Agradeço a todos os professores que passaram nesta trajetória do curso, doando


um pouco de si, de sua sabedoria, nos fazendo sempre amar cada dia mais este belo
caminho a seguir.

Agradeço à minha orientadora pela dedicação, ajuda e compreensão com os


contratempos que surgiram durante esta jornada, enfim, conseguimos finalizar este belo
trabalho.

Agradeço a equipe da CEI que me receberam muito bem e em especial ao


Diretor por ter autorizado meu estágio-pesquisa em sua Instituição e todo apoio que me
ofereceu.
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Declaração de Autoria

Eu, Elba Regina Gimenes Godoy, devidamente matriculada no Curso de Pós-Graduação


“lato sensu” intitulado Especialização em Psicopedagogia Clínica oferecido pela
Diretoria de Pós-Graduação e Cursos de Extensão do Centro Universitário Central
Paulista – UNICEP, declaro a quem possa interessar e para todos os fins de direito que:

a- Sou legítima autora do trabalho de conclusão de curso, cujo título é: “Um estudo
sobre o agir do Psicopedagogo Clínico: A teoria na prática”.

b- Respeitei, a legislação vigente de direitos autorais, em especial citando sempre fontes


que recorri para transcrever ou adaptar textos produzidos por terceiros.

Declaro-me ainda ciente que se for apurada a falsidade das declarações acima, o TCC
será considerado nulo e o certificado de conclusão de curso/diploma porventura emitido
será cancelado, podendo a informação de cancelamento ser de conhecimento público.

Por ser verdade, firmo a presente declaração.

Botucatu, ________________ de ________________ de 2019

_______________________________________________

Elba Regina Gimenes Godoy


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RESUMO

Trata-se de um trabalho que irá abordar sobre um estágio-pesquisa na área da


Psicopedagogia Institucional, falando brevemente sobre a história da Psicopedagogia,
bem como o agir do profissional dentro da Instituição. Sabemos que o Psicopedagogo
Institucional trabalha de forma preventiva, no qual neste trabalho será apresentada a
proposta de um projeto a ser aplicado em uma CEI, no caso atividades para as crianças
de 4 a 6 anos, abordando temas como cultura, arte e tecnologia, abrindo novos olhares
para essas crianças, assim ampliando seus conhecimentos e saberes do mundo.

PALAVRAS-CHAVE: Psicopedagogia; Psicopedagogia Institucional; Intervenção do


Psicopedagogo; Projeto Escolar; Estágio-pesquisa.

ABSTRACT: It is a work that will address a stage-research in the area of Institutional


Psycho pedagogy, speaking briefly about the history of Psycho pedagogy, as well as the
professional's action within the Institution. We know that the Institutional Psycho
pedagogue works in a preventive way, in which this work will be presented the proposal
of a project to be applied in a CIS, in the case activities for children from four to six
years, addressing themes such as culture, art and technology, opening new looks for
these children, thus broadening their knowledge and knowledge of the world.

KEY-WORDS: Psycho pedagogy; Institutional Psycho pedagogy; Psycho pedagogy intervention; School
Project; Stage-research.
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SUMÁRIO

1.Introdução .................................................................................................................................. 8

1.1 Conceitos da Psicopedagogia e seu surgimento..................................................................................9

1.2 Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso..........................................................................14

2. A Instituição............................................................................................................................. 15

2.1 Característica da Instituição...............................................................................................................16

3 Avaliação em Psicopedagogia Institucional ............................................................................ 17

3.1 Proposta de Intervenção Psicopedagógica Institucional ..................................................................17

3.1.1 Objetivo.........................................................................................................................................19

3.1.2 Meta .............................................................................................................................................20

3.1.3 Estratégia.......................................................................................................................................20

3.2 Descrição e Análise das Sessões de Intervenção...............................................................................20

4. Considerações Finais ............................................................................................................... 22

5. Anexo.......................................................................................................................................23

6. Referências .............................................................................................................................. 26
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1.Introdução

O presente trabalho ressalta as informações sobre a Psicopedagogia


Institucional, sua trajetória e o agir do profissional. As informações aqui contidas tratam
de um estágio-pesquisa que foi realizado em uma CEI na cidade de Botucatu, localizado
em um bairro com crianças carentes, no qual a maioria dos frequentadores são filhos de
pescadores.
É de suma importância ressaltar que a Educação Infantil é a base de aprendizado
da criança, seus anos iniciais na escola são de grande importância para seu
desenvolvimento intelectual, no qual suas experiências ali vivenciadas irão refletir em
toda sua jornada.
Sabe-se que o problema de aprendizagem afeta grande parte das crianças de
nosso País, mas, infelizmente, nem todos têm a possibilidade de consultar um
especialista para ajudá-los a solucionar esse problema, tão pouco as escolas possuem
um especialista para dar o apoio pedagógico aos docentes e alunos.
Precisamos entender que o problema de aprendizagem não quer dizer que a
criança não tenha inteligência. Alicia Fernández, no livro O Saber em Jogo, afirma: Comentado [J1]: Espaço simples na citação abaixo ok

“O problema de aprendizagem pode afetar a inteligência, mas não é o


déficit cognitivo que o justifica. Com certeza, uma das questões
principais que aborda a Psicopedagogia Clínica refere-se à análise do
porquê e de como muitos humanos, bem-dotados intelectualmente,
ainda assim não aprendem” (2001, p. 80).

Com essa afirmação, podemos entender que qualquer sujeito está propício a ter
problema com aprendizagem, seja ela qual for, seja a área que for, está submetido a não
ter a compreensão de tal objeto.
Iremos abordar sobre o a ampliação de conhecimentos e se necessário reforço
escolar nas creches-escolas. Pode-se parecer sem necessidade alguma aplicar reforço
escolar em anos iniciais como pré-escola, mas na verdade é que quando encontramos
nos alunos a necessidade de apoio escolar, não há grau que o justifique. Encontramos
crianças com inúmeros contextos de vida, cada um há sua problemática em sua
bagagem quando chega à escola, o importante é dar à este aluno o auxilio que ele
precisa, para que não apresente dificuldades mais agravantes nos próximos anos.
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1.1 Conceitos da Psicopedagogia e seu surgimento

Para entender um pouco mais sobre o que é Psicopedagogia, é preciso iniciar


pelo seu surgimento.
A Psicopedagogia originou-se na Europa, no século XIX, por médicos, filósofos
e professores. O primeiro centro médico-psicopedagógico foi na França, no qual
tentaram conjungir as áreas Medicina, Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, a fim de
acharem solução para os problemas de comportamento e aprendizagem. Os pioneiros
da psicopedagogia foram os educadores Itard, Pereira, Pestalozzi e Seguin.
Em 1898, o professor de psicologia Édourd Claperède e o neurologista François
Neville, iniciaram na escola pública as “classes especiais”, destinadas a atender crianças
com retardo mental. Mas foi apenas em 1904 que se iniciaram as primeiras consultas
médico-pedagógicas para encaminhar as crianças que necessitavam ir para essas salas.
Houve um progresso nessa área e nesse mesmo século, o educador Seguin e o psiquiatra
Esquirol formaram uma equipe médico-pedagógica para tratar dos problemas
neurológicos que afetavam a aprendizagem.
Ainda no século XIX, muitos psiquiatras se interessaram por investigar as causas
e os problemas de aprendizagem das crianças, como Maria Montessori, Ovide Decroly,
descobrindo algumas técnicas e soluções para ajudar nesses casos, sendo ainda
utilizadas por alguns profissionais da área.
Em 1946, J. Botoniere e George Mauco fundaram o primeiro Centro
Psicopedagógico, com a unificação dos conhecimentos da Psicologia, da Psicanálise e
da Pedagogia, com o objetivo de tratar as crianças que apresentavam comportamentos
socialmente inadequados e com dificuldades escolares. Assim, consequentemente,
surgiram outros centros.
A Psicopedagogia era conhecida como Pedagogia Curativa, pois era definida
como terapia, a qual tratava de crianças que, embora inteligentes, não apresentavam
bom rendimento escolar. O objetivo era auxiliar a criança a adquirir conhecimento e
desenvolver sua personalidade. Então, adotou o termo Psicopedagogia para tratar
dessas causas.
A Psicopedagogia teve um grande marco na Argentina, tanto como atuação e
pesquisas, como na literatura. Nos anos 70 chega a Psicopedagogia no Brasil, com
grande influência da Argentina. Em 1980 foi fundada a Associação Brasileira de
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Psicopedagogia – ABPp, a fim de promover o aperfeiçoamento dos profissionais e a


qualidade de sua prática e pesquisas; o primeiro curso regulamentado foi em 1985, na
Faculdade de São Marcos.
Em 2001 foi aprovado o Projeto de Lei nº 128/2000, de autoria do Deputado
Claury Santos Alves da Silva, essa lei estabelece a assistência psicopedagógica em
todas as instituições de Ensino Básico, da rede Pública do Estado de São Paulo. A
Psicopedagogia teve uma grande evolução na parte de pesquisas, descobertas e técnicas,
e também se tratando de profissão, uma grande procura, o que fez surgirem várias
Instituições que oferecem o curso.
A Psicopedagogia estuda o processo de ensino e aprendizagem; processo de
construção de conhecimento e suas dificuldades, a gênese da aprendizagem. Com
caráter preventivo e terapêutico, irá identificar, analisar, planejar e intervir, através de
etapas de diagnósticos e tratamento, utilizando de ferramentas como entrevista,
anamnese, contato com a escola, devolutiva, encaminhamento e procedimentos de
intervenção psicopedagógicos. Os psicopedagogos atuam em clínicas, atendendo o
paciente em sessões, esses que são encaminhados pelos pais ou pela própria escola.
Conforme o Código de Ética em seu Artigo I,

“A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e


Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem Comentado [J2]: idem
considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e o
contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios,
fundamentados em diferentes referenciais teóricos”.

O objetivo do Psicopedagogo é entender a dificuldade do sujeito que ele está


atendendo, levantando as causas e pensar em um caminho de intervenção, assim
achando soluções possíveis e as oferecer.
O foco da Psicopedagogia é um processo terapêutico, no qual terá uma
abordagem individual ou coletiva, com o objetivo de solucionar o problema de
aprendizagem.
O processo terapêutico será realizado através do Diagnóstico psicopedagógico, o
qual trata-se de um processo de investigação a partir de uma queixa, essa feita pela
família ou escola, ou seja, a investigação é feita quando há um motivo pelo qual os pais
procuram um profissional para que ele possa ajudar a encontrar o problema de
aprendizagem do filho.
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Um grande desafio para as escolas é lidar com as dificuldades de


aprendizagem e ao mesmo tempo traçar uma proposta de intervenção capaz de sanar os
problemas de aprendizagem dos alunos, no qual o Psicopedagogo Institucional irá
trabalhar através da observação e análise profunda de situações, identificando possíveis
problemas no processo de aprendizagem, procurando soluções para tais, achando a raiz,
no qual esta pode vir do aluno ou da metodologia aplicada, com o resultado da analise,
o Psicopedagogo Institucional irá providenciar orientações didático-metodológicas de
acordo com as necessidades do aluno ou uma sala em geral.

Para identificar o problema, o psicopedagogo deverá colher dados, a partir de


observações, entrevistas e questionários. Há instrumentos que são utilizados para
diagnosticar o paciente, que o profissional deverá utilizar, conforme cada caso, até que
chegue em um prognóstico.

Esses instrumentos são:

 Anamnese, entrevista feita com o paciente, família e com a escola;


 Roteiros de Observação, o qual verifica se as queixas feitas pelo professor
confirmam com aquilo que está sendo observado nas sessões;
 Análise da Mochila Escolar, esse observam-se os materiais e os cuidados com os
mesmos; Bilhetes e Recados enviados;
 Atividades que são ou não concluídas e a importância que o paciente dá sobre
isso;
 EOCA – Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem, trata-se de um
instrumento que irá avaliar a aprendizagem em uma entrevista, variando de
acordo com a idade e a escolaridade do paciente;
 Prova da noção de soma, Prova de noção de multiplicação e divisão, essas
provas ajudam a analisar as dificuldades encontradas nas construções de contas e
as estratégias que as crianças desenvolvem para superarem essas dificuldades;
 Informe Psicopedagógico, que será o último instrumento utilizado pelo
psicopedagogo, pois este será o encerramento com o levantamento de dados
sobre a criança recolhido em todo o processo.

Os instrumentos que podem ser utilizados pelo psicopedagogo são:


observar a Leitura e a Escrita, aplicar Provas de Construção Narrativa, Provas Projetivas
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e Jogos, em que os Jogos podem ser utilizados tanto no processo de diagnóstico como
na intervenção.
Os problemas apresentados pela criança, algumas vezes são considerados como
fracasso escolar, em que nem sempre depende apenas da criança para uma insuficiência
escolar. Segundo Maria Lúcia L. Weiss:

“Considera-se como fracasso escolar uma resposta insuficiente do


aluno a uma exigência ou demanda da escola. Essa questão pode ser
analisada e estudada por diferentes perspectivas: a da sociedade, a da
escola e a do aluno” (WEISS, 2002, p. 16).

Diante dessa afirmação, pode-se perceber que o problema nem sempre é apenas
da criança, e sim de um todo, pois terá que ser analisada sua vida social, sua escola, seu
cotidiano e seu eu para que se possa chegar a uma conclusão sobre o problema. Segundo
Maria Lúcia L. Weiss no livro Psicopedagogia Clínica (2002)

“(...) o fracasso escolar é causado por uma conjunção de fatores Comentado [J3]: idem
interligados que impedem o bom desempenho do paciente (aluno-
aprendente), embora se tente identificar, em alguns casos, um ponto
inicial no nível interno ou externo.”

A autora fala sobre três perspectivas a serem analisadas: a primeira é a da


sociedade, ela é mais ampla e intervém pelas demais, a qual engloba tipo de cultura,
condições sociais e econômicas, estrutura familiar e social, ideologia dominante,
religião. Esse tipo de perspectiva é muito significativa na vida escolar, pois o ambiente e
a cultura que a criança vivencia influenciam muito no seu desenvolvimento intelectual.
A segunda perspectiva é a da escola, na qual diz respeito a uma análise da
instituição: que informação ela está passando para o aluno? De que maneira está
passando? Qual é a qualidade de ensino desta instituição? Segundo Weiss (2002, p. 17),
o sistema de ensino, seja público ou particular, reflete sempre a sociedade em que está
inserido, ou seja, a escola não está isolada do sistema socioeconômico, é um reflexo
dele. Então pode-se entender que a escola é uma das responsáveis pelo problema de
aprendizagem do aluno, por não lhe ofertar uma boa qualidade de ensino e uma
oportunidade de êxito nos estudos.
A terceira perspectiva é a do aluno, nas suas condições internas de
aprendizagem, nesse caso tem-se então alguns tipos de problemas apresentados pelo
aluno enquanto aprendente, aquele que não consegue ter avanço na construção de
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conhecimento, apresentando condutas inalteradas ou regressivas, ou seja, crianças que


não conseguem aprender, evoluir no seu grau escolar, não conseguindo absorver novos
conhecimentos e crianças que adquirem um bloqueio nesse período, seja por acidente ou
emocional.
É preciso ressaltar que o saber da criança envolve muitas coisas tais como a
sociedade em que ela vive, sua cultura, enfim, seu meio corresponde muito sobre seus
saberes e costumes. Todo ser humano é um ser pensante, e todos têm a capacidade de
aprender, a não ser que haja algum problema. Alicia Fernández, no livro O Saber em
Jogo, considera:

“A inteligência não se constrói no vazio: ela se nutre da experiência de


prazer pela autoria. Por sua vez, nas próprias experiências de
aprendizagem, o sujeito vai construindo a autoria de pensamento e o
reconhecimento de que é capaz de transformar a realidade e a si
mesmo. É sobre a dramática do sujeito, com suporte das significações,
que a inteligência trabalha” (FERNÁNDEZ, 2001, p. 82).

Nos casos em que a aprendizagem da criança está em com seu desenvolvimento


normal e começa a aparecer algum desequilíbrio, sem que ele tenha tido algum dano
orgânico, é importante começar a pesquisar de onde vem essa ruptura. Segundo Maria
Lúcia L. Weiss, no livro Psicopedagogia Clínica, sobre o diagnóstico psicopedagógico
clínico:

“Na prática diagnóstica é necessário levar em consideração alguns


aspectos ligados às três perspectivas de abordagem do fracasso
escolar. A interligação desses aspectos ajudará a construir uma visão
gestáltica da pluricausalidade desse fenômeno, possibilitando uma
abordagem global do sujeito em suas múltiplas facetas” (WEISS,
2002, p. 22).

O foco do Psicopedagogo Institucional é auxiliar os profissionais de educação,


na melhor forma de elaborar um plano de aula para que os alunos possam entender
melhor as aulas e as atividades nelas aplicadas. Cabe ao Psicopedagogo ajudar na
elaboração de projeto pedagógico, orientações aos professores, realização de
diagnóstico institucional, afim de averiguar possíveis problemas pedagógicos, no qual
podem prejudicar o processo de ensino e aprendizagem.
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Algumas vezes não cabe apenas ao Psicopedagogo Institucional solucionar o


problema de aprendizagem apresentada pelo aluno, pode ser que haja a necessidade de
um Encaminhamento para outro profissional, como um Psicopedagogo Clínico, para
realizar uma análise mais profunda e assim em alguns casos conduzir o paciente para
um outro profissional como por exemplos: neurologista, psicanalista, fonoaudiólogo,
entre outros, já que as vezes o problema de aprendizagem está no cognitivo e não no
intelecto.

1.2 Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso

O Trabalho de Conclusão de Curso é fruto do estágio - pesquisa supervisionado


proposto como uma atividade extraclasse, desenvolvido no decorrer do curso e
vinculado à proposta pedagógica curricular do curso, ou seja, deve-se informar que o
estágio - pesquisa é composto por etapas, elaboradas em estreita relação com os
módulos que compõem o curso de Psicopedagogia da UNICEP.
O objetivo geral do estágio - pesquisa é possibilitar a vivência da prática
psicopedagógica no âmbito institucional, através da avaliação psicopedagógica de um
escolar com queixa de dificuldades de aprendizagem, seguido do trabalho de
intervenção psicopedagógica a fim de possibilitar a reabilitação do processo de
aprendizagem do aluno, além da elaboração de propostas para a prevenção dos
problemas e/ou dificuldades de aprendizagem para a instituição educacional da qual se
origina, como também desenvolver habilidades de pesquisa nos psicopedagogos em
formação.
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2. A Instituição

O estágio-pesquisa foi realizado em uma CEI localizada no bairro Rio Bonito,


um bairro á 30km da cidade de Botucatu, atendendo uma clientela de classe baixa,
alguns com condições precárias habitacional, maioria das crianças são filhos de
pescadores, crianças cujo conhecimento cultural é bem diferente das crianças que
moram na cidade.
São atendidas cerca de 45 crianças, dividias em três turmas: berçário, maternal e
pré escola, a equipe é composta por: Diretor, coordenadora pedagógica, duas
professoras, duas monitoras, uma cozinheira e uma auxiliar de serviços gerais.
O horário de funcionamento é das 6h:50min às 18 horas. As crianças que já
estão na Etapa 2 – pré-escola, saem as 12h:30min, exceto as que os pais trabalham. As
outras crianças do berçário e maternal são em tempo integral.
A instituição conta com um prédio, este sendo utilizado para todas as atividades.
Sua estrutura física conta com:
 Sala do diretor - administração/secretária;
 Cozinha ( fogão, geladeira, micro-ondas, pia e freezer);
 Lavanderia (tanque e maquina de lavar roupa);
 Banheiros ( feminino e masculino para as crianças, outro para funcionários e
visitantes);
 Sala de multimídia e brinquedos ( equipamentos como televisor, DVD, aparelho
de som, piscina de bolinha, bonecas, carrinhos, entre outros brinquedos);
 Refeitório equipado com mesas e cadeiras;
 Sala de aula equipada com mobília adequada para atender 15 alunos;
 Sala de aula equipada com mobília adequada para berçário e maternal, sala
ampla para atender até 25 crianças, contendo 5 berços e 20 colchonetes, roupas
de cama, travesseiros e cobertores, trocador e lavatório, brinquedos e material
didático adequados para essa faixa etária;
 Sala multifuncional equipada com computadores, biblioteca, mesa e pufs;
 Parque infantil;
 Amplo quintal ocioso;
 Estacionamento no lado externo.
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2.1 Característica da Instituição

A missão da Instituição é oferecer educação e acolhimento as crianças cujos pais


trabalham em tempo integral, e não tem um local para deixar seus filhos, pois trata-se
uma creche-escola, no qual seu público alvo são crianças de 0 a 7 anos,
Foco da instituição é a qualidade de ensino, o bom acolhimento as crianças, o
bom atendimento e relacionamento com seus pais e responsáveis. A alimentação das
crianças é supervisionada por uma nutricionista da prefeitura prestadora serviço na
CEI.
O Diretor apresentou uma queixa sobre a dificuldade que alguns alunos estavam
tendo para conhecer e entender o alfabeto, desânimo para participar das atividades, e a
necessidade de inclusão cultural, já que se trata de um bairro afastado da cidade. Isso
acontece porque alguns alunos entram no meio do ano e outro fato é que muitos alunos
não tem auxilio dos pais em casa com as tarefas. A preocupação do Diretor era que as
crianças que estariam indo para o próximo ano, e iriam inicia-lo já apresentando uma
problemática nos estudos.
Assim vimos a importância de estabelecer à esses alunos em período pós turno
aulas de reforço escolar e a criação de uma proposta de projeto para ampliar seus
conhecimentos, atividades não apenas para as crianças que os pais trabalham, mas para
todos os frequentadores.
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3 Avaliação em Psicopedagogia Institucional

3.1 Proposta de Intervenção Psicopedagógica Institucional

A intervenção Psicopedagógica Institucional ocorre de forma passiva e


terapêutica, analisando e estudando o meio que está inserido. De acordo com a estrutura,
clientela da CEI, vimos a necessidade de ampliar as atividades para que as crianças
possam ficar menos ociosas e as crianças que não ficam no pós-turno não fiquem nas
ruas e assim possam exercer atividades sócio-educativa.
A criança na fase inicial tem a necessidade de brincar, assim que ela aprende,
brincando, por isso se utiliza muitos recursos e atividades lúdicas nesta fase
educacional.
Segundo Alicia Fernández, no livro “O Saber em Jogo”, a arte de brincar
favorece a realidade da vida:

“Brincar permite-nos fazer a experiência de tomar a realidade do


objeto para transformá-la ou, o que é mesmo, de transformar a
realidade aceitando os limites que ela nos impõe. O pensamento nasce
nesse momento com o intuito de resolver tal desafio” (FERNÁNDEZ,
2001, p.128).

Para realizar a intervenção e melhor aproveitamento do tempo das crianças na


CEI, foi realizada uma programação semanal para que eles possam realizar suas
atividades sem que apresentem exaustão, pois não é esse o objetivo proposto, e sim um
ensino de qualidade e satisfação para as crianças, para que elas tenham a oportunidade
de crescer socialmente, culturamente e aproveitar de sua infância da melhor maneira, no
qual as crianças frequentando a escola em tempo integral, não ficarão nas ruas, e seus
responsáveis terão onde deixar seus filhos para que possam trabalhar.
A ideia de criar um projeto “Ampliando conhecimentos” tem como objetivo
geral de oferecer as crianças frequentadoras da CEI de 4 a 6 anos, conhecimento
cultural, arte e lazer. Segundo o ECA:

Art. 59. Os Municípios, com apoio dos Estados e União, estimularão e


facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações
culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.
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De acordo com esse Artigo do ECA, vimos que é direito da criança e dever do
Estado, possibilitar o acesso as crianças à cultura e lazer. Assim a criação deste projeto,
necessitaria a construção de uma mini-quadra de esportes que não tem na CEI.
Com esse projeto, as crianças que apresentam queixas de dificuldade com
aprendizagem, seriam beneficiadas, pois estariam tendo a oportunidade de aulas
extracurriculares para tirar dúvidas, para que assim não apresente problemas futuros e
consiga acompanhar a cronograma da sala de aula, bem como aproveitar o espaço e
tempo para aprender e se desenvolver intelectualmente.
Sabemos que a dificuldade pode aparecer em qualquer época escolar, porém é
importante proporcionar a esses alunos um estudo de qualidade e prazeroso.
Algumas crianças por conta do meio que vivem, muitas vezes não tem ajuda dos
pais em casa para fazer as tarefas da escola, trabalhinhos, entre outros. A realidade que
vivem não lhe dão a oportunidade de crescimento intelectual, a maioria dos pais são
analfabetos, moram na favela e não possuem acesso á computadores.
Com a criação do projeto, as crianças estariam sendo inseridas no mundo virtual
e aprenderiam desde já sobre tecnologia, cultura e arte, no qual já faz parte do cotidiano
da atual conjuntura.
Acredito que é direito da criança que haja uma inclusão social e educacional,
independente de sua classe social e o meio em que vive, acompanhando a evolução
humana e tecnológica, no qual para essas crianças, muitas vezes aparecem vários
obstáculos impedindo seu acesso a esse desenvolvimento intelectual.
Podemos entender a importância da existência de uma implantação de um
projeto para essas crianças:.

“A educação, entendida de forma ampla e não restrita a escola deve ter


como foco a formação de cidadãos autônomos, responsáveis por seus
atos, éticos. Esse deve ser o compromisso dos que se julgam
cuidadores, educadores, na situação em questão, em que família já não
pode cumprir esse papel, cabe ao Estado propiciar isso, buscando
oferecer um atendimento de qualidade, com afeto, buscando auxiliar
esses sujeitos em sua formação cognitiva, intelectual e afetiva.” Comentado [J4]: Coloque a referência correta... peguei da
(UNICEP VIRTUAL, 2017, p.34) apostila, não sei como colocar, te mandei no e-mail

Segue a baixo o quadro de atividades para as crianças de quatro a seis anos,


frequentadores do pré-escola:
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Dia da Semana Horário Atividade


Segunda-feira 1- Das 13h as 14h 1 – Reforço escolar/tarefa de casa
2- Das 14h10min as 14h30min 2 – Lanche da tarde
3- Das 14h30min as 15h30min 3 – Teatro
4- Das 15h30min as 17h 4 – Aula de dança
Terça-feira 1- Das 13h as 14h 1 – Aula de música
2- Das 14h10min as 14h30min 2 – Lanche da tarde
3- Das 14h30min as 15h30min 3 – Cultura/arte
4- Das 15h40min as 17h 4 – Aula de esporte
Quarta-feira 1- Das 13h as 14h 1 – Reforço escolar/tarefa de casa
2- Das 14h10min as 14h30min 2 – Lanche da tarde
3- Das 14h30min as 15h 3 – Aula de computação
4- Das 15h as 17h 4 – Aula de esporte
Quinta-feira 1- Das 13h as 14h 1 – Leiturinha
2- Das 14h10min as 14h30min 2 – Lanche da tarde
3- Das 14h30min as 15h 3 – Aula de computação
4- Das 15h as 17h 4 – Cineminha
Sexta-feira 1- Das 13h as 14h 1 – Reforço escolar/tarefa de casa
2- Das 14h10min as 14h30min 2 – Lanche da tarde
3- Das 14h30min às 15h 3 – TV livre
4- Das 15h as 17h 4 – Brincadeiras no pátio
Sexta-feira Período noturno, datas Reunião com os pais; palestras,
esporadicamente. atividades entre pais e filhos.
Sexta-feira Das 13h as 17h Atividades externas

3.1.1 Objetivo

Com a criação do Projeto, as crianças ficariam em período integral na escola,


com acesso ao mundo tecnológico, arte e cultura, assim ampliando seu conhecimento de
mundo, dando oportunidade de um aprendizado de qualidade, unindo o lúdico e o
teórico. Melhorar o desempenho escolar; oferecer oportunidades de melhorar a
oralidade; racionalizar o uso dos computadores e sala ociosos existentes na instituição.
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3.1.2 Meta

Com a ampliação de conhecimentos, iremos proporcionar as crianças que


chegam ao próximo clico com um preparo melhor; tornar os espaços ociosos em um
ambiente agradável e de aprendizagem significativa, bem como fazer o bom uso dos
computadores, que não possuem uso algum e a biblioteca que pouco que é de pouco
acesso.

3.1.3 Estratégia

Aproveitar mais o tempo em que as crianças passam na escola, unindo o lúdico


com aprendizagem de qualidade, para que essa rotina não vire uma atividade exaustiva e
sim prazerosa. Para os pais oferecer a oportunidade de palestras, cursos e participação
em seminários voltados a motivação, assim podendo auxiliar mais seus filhos com os
deveres escolares; aos professores incentivar a formação continuada.

3.2 Descrição e Análise das Sessões de Intervenção.

As crianças realizarão essas atividades em período pós-turno, no qual terão a


oportunidade de realizar as tarefas de casa, proposta pelo professor, mas com a
supervisão de uma monitora. O reforço escolar, será aplicado apenas aos alunos que
apresentaram alguma dificuldade e que tenham tido queixa do professor, afim de
auxiliá-los e que esclareçam suas dúvidas.
As atividades de cultura e lazer, serão aplicadas de acordo com a faixa etária das
crianças, ou seja, irão ter acesso as informações que conseguiram entender e assimilar
para realização de trabalhos.
As aulas de computação serão para que eles conheçam e tenham acesso ao
mundo digital e virtual, utilizando ferramentas como jogos de formação de palavras,
jogos de desenhos, todas as atividades irão respeitar sua faixa etária, sem força-los a
adiantar seu grau escolar.
Esporadicamente nas sextas-feiras, as crianças terão a oportunidade de realizar
atividade com seus pais, a fim de aproximá-los, fazendo com que os pais participem
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mais da vida estudantil do filho, pois muitos pais não tem a possibilidade de realizar o
mesmo em casa.
Algumas sextas-feiras também serão realizadas atividade externa, como passeios
em museus, parque ecológicos, pique níqueis, entre outras atividades que assim
tivermos acesso e oportunidade de aproveitar.
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4. Considerações Finais

No estágio-pesquisa foi analisado a importância de aplicar atividades


extracurriculares às crianças frequentadoras da CEI, assim elas poderão ter a
oportunidade de aprender, brincar, desenvolver seu intelecto, sua autonomia e
confiança.
No estagio-pesquisa, foi oportuno aplicar algumas atividades extracurriculares
com algumas crianças que ficam no pós-turno. As atividades foram exercidas da
seguinte maneira: as crianças com queixa de aprendizagem tiveram aulas de reforço, no
qual foram utilizadas ferramentas como jogos; tiveram aulas de computação e acesso á
biblioteca (“leiturinha”). Todas essas atividades as crianças mostraram interesse em
participar, assim tivemos um retorno positivo das aplicações dos mesmos.
Vejam em anexo fotos de algumas atividades aplicadas nas intervenções,
infelizmente nem todas as atividades puderam ser registradas. Nos registros constam
atividades como aula de arte, jogo da memória de imagens e letras, jogo de formação de
palavras e jogo de lego “educação no trânsito”.
Analisando este contexto, podemos perceber a necessidade de ampliar, aplicar
atividades sócio-educativas à essas crianças, bem como a inclusão social e cultural.
Através do estagio-pesquisa pode-se ter a oportunidade maravilhosa de conhecer
as crianças e a cultura do bairro, bem como ampliação dos conhecimentos na área de
Psicopedagogia Institucional, podendo apreciar a teoria na prática. Acredita-se que essa
etapa é de suma importância para a contribuição de conhecimento na área.
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5. Anexos

Foto: Arquivo pessoal

Foto: Arquivo pessoal


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Foto: arquivo pessoal

Foto: Arquivo pessoal


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Foto: Arquivo pessoal

Foto: Arquivo pessoal


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6. Referências

Biografia de Jean Piaget. Disponível em: <


http://www.10emtudo.com.br/artigo/biografia-de-jean-piaget >. Acesso em: 07 mar.
2017.

Código de Ética da Psicopedagogia. Disponível em: <


http://www.saopauloabpp.com.br/codigo_de_etica.pdf >. Acesso em: 05 mar. 2017.

COSTA, A. A.; PINTO, T. M. G., ANDRADE, M. S. Interface Educação: Análise


Histórica do surgimento da Psicopedagogia no Brasil. Disponível em: <
https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/234/258 >. Acesso em: 03 mar.
2017.

FERNÁNDEZ, A. O saber em jogo: A psicopedagogia propiciando autorias de


pensamento. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. 179p.

FERNANDES, E. Adaptação e equilibração. Associação Nova Escola. 2016.


Disponível em: < http://acervo.novaescola.org.br/formacao/formacao-
continuada/adaptacao-equilibracao-626714.shtml?page=1 >. Acesso em: 04 mar.
2017.

OLIVEIRA, A.M. Unidade 2: Preparação para iniciar a intervenção do projeto pesquisa


Institucional. São Carlos: Unicep, 2017. p. 34. Apostila Unicep Virtual.

SAMPAIO, S. Breve histórico da Psicopedagogia. Acesso em: <


http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/em-branco-cmlo >. Acesso em: 05 mar.
2017.

SPENGLER, F. Fases do desenvolvimento infantil. Disponível em: <


https://www.psicoinfantil.net/fases-do-desenvolvimento > . Acesso em: 04 mar.
2017.

WEISS, M. L. L. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de


aprendizagem escolar. 19. ed. Rio de Janeiro: DP & A, 2002. 192p.

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