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Sistemas de Informação em Gestão da Cadeia de Suprimento

Article  in  Revista de Ciência & Tecnologia · June 2012


DOI: 10.15600/2238-1252/rct.v17n33p25-38

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3 authors:

Daniele Morelli Fernando Celso de Campos Junior


Fondazione IRCCS Istituto Nazionale dei Tumori di Milano Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep)
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Alexandre TADEU Simon


Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep)
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Sistemas de Informação em
Gestão da Cadeia de Suprimento
Information systems in Supply Chain Management

Daniel Morelli
Mestre em Engenharia de Produção - Logística (PPGEP).
E-mail: daniel_1m@uol.com.br

Fernando Celso de Campos


Prof. Dr. em Sistemas de Informação.
E-mail: fccampos@unimep.br

Alexandre Tadeu Simon


Prof. Dr. em Logística e SCM.
E-mail: atsimon@unimep.br

Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar os Sistemas de Informação utilizados na
gestão das cadeias de suprimentos, tais como EDI, Internet, ERP e SCM. Os casos foram des-
critos de acordo com suas particularidades e diferentes aplicações em empresas fabricantes
de janelas e computadores. O trabalho apresenta também a definição de SI, suas principais
características, ferramentas e aplicações na gestão das cadeias de suprimentos, contribuindo
para o aperfeiçoamento e qualidade das decisões tomadas nas empresas. Mostra a evolução e a
importância dos casos estudados no Brasil e em países como Japão e Itália, suas contribuições
e o impacto das diferenças culturais. As características para que as informações possam ser
úteis nas tomadas de decisão relacionadas à SCM são precisão, acesso, utilidade e flexibilidade.
São apresentados outros sistemas de informação, como CRM, WMS, TMS, DRP, APS, MPS,
MRP II, CRP, SRM, SFC, MES e RFID. Essa integração está baseada em quatro níveis de
funcionalidade que são: sistemas transacionais, controle gerencial, análise de decisão e plane-
jamento estratégico. O método utilizado foi a pesquisa exploratória envolvendo levantamento
bibliográfico em artigos, dissertações, teses e livros.
Palavras-chave: gestão da cadeia de suprimentos, sistemas de informação, análise de de-
cisão, logística integrada.

Abstract The purpose of this paper is to introduce the information systems used in Supply
Chain Management such as EDI, Internet, ERP, and SCM. The cases were described accor-
ding to their particularities and different applications in window and computer manufacturing
companies. The work also introduces the definition of IS, its main characteristics, tools, and
applications in Supply Chain Management, contributing to the improvement and quality of

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decision-making in companies. It shows the evolution and importance of those cases studied
in Brazil and in countries such as Japan and Italy, their contributions and the impact of cultural
differences. The necessary characteristics that can make the information useful for decision-
-making related to SCM are precision, access, utility, and flexibility. Other information systems
such as CRM, WMS, TMS, DRP, APS, MPS, MRP II, CRP, SRM, SFC, MES, and RFID are
also introduced. This integration is based on four functionality levels: transactional systems,
management control, decision analysis, and strategic planning. The exploratory research me-
thod involved literature review of papers, thesis and books.
Keywords: supply chain management, information systems, decision analysis, integrated
logistics.

Introdução
A demanda por sistemas de informação para apoiar a SCM (Supply Chain Management)
direciona as empresas às mudanças influenciadas principalmente por seus clientes com inves-
timentos para melhor atendê-los. Neste sentido, Favilla e Fearne (2005) relatam que desde o
início dos anos 1990 as empresas se empenham em integrar todos os processos de negócios
dos fornecedores e clientes, reduzindo seu tempo de venda, melhorando sua receptividade e
requerendo aumento do nível de serviço ao consumidor. Há vários tipos de sistemas de infor-
mações que atendem às previsões de vendas, rotas, sistemas de entrega, estoques e transportes,
exigindo empresas e profissionais qualificados para entender e atender às operações buscando
a melhoria contínua. Ballou (2010b) discorre que as ações de compartilhamento e disponibi-
lização de informações com vendedores e compradores ao longo da cadeia de suprimentos
conseguem reduzir as incertezas.
Ballou (2010a) define os sistemas de informação como uma integração entre homem/má-
quina, provendo informações para apoio das funções de operação, gerenciamento e tomada de
decisão numa organização por meio da utilização de hardware e software de computadores. Entre-
tanto, Turban (2003) define que um sistema de informação coleta, processa, armazena, analisa e
dissemina informações com propósito específico. Inclui entradas de dados e saídas de relatórios
e cálculos, sendo possível incluir feedback para controle da operação dentro de um ambiente.
Na qualidade da informação e em sua gestão efetiva, considera-se que a informação é uma
conexão entre os diversos estágios da cadeia de suprimentos, coordenando ações e praticando
benefícios para maximização da lucratividade. Para cada estágio das operações é importante um
sistema de programação de produção que utilize informações sobre demanda e crie uma pro-
gramação permitindo à fábrica produzir itens eficazmente por meio de um sistema que visualize
estoques em determinado depósito, identificando se os novos pedidos podem ser atendidos.
A decisão fundamental é escolher qual informação é mais valiosa para reduzir custos e
melhorar a responsividade dentro da cadeia de suprimentos que varia de acordo com a estru-
tura e os segmentos de mercado atendidos permitindo um atendimento mais ágil aos clientes.
Os componentes das decisões sobre informação que devem ser analisados pela empresa para
aumentar a eficiência e aprimorar a responsividade são push versus pull. Os sistemas push exigem
uma informação no formato de sistemas elaborados de planejamento de materiais, tais como

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MRP (Material Requirement Planning), para criar e acompanhar a programação da produção, pro-
gramação para fornecedores com tipos de peças, quantidades e prazos de entrega e redução
de custos. Os sistemas pull precisam da informação sobre a demanda real de peças e produtos
para transmiti-la por toda a cadeia de suprimentos, colaborando com a produção e distribui-
ção. Ao realizar o projeto do processo da cadeia de suprimentos deve-se determinar se ele fará
parte da fase push ou pull (CHOPRA; MEINDL, 2008).
As tecnologias disponíveis na SCM compartilham e analisam as informações integrando
empresas e parceiros. Algumas das tecnologias disponíveis relatadas por Chopra e Meindl
(2008) incluem transações eletrônicas EDI (Electronic Data Interchange) que permitem às em-
presas emitir pedidos de compras aos fornecedores com maior rapidez e precisão, sem utilizar
papéis, e reduzindo o tempo necessário para entrega dos produtos. A Internet compartilha as in-
formações com maior visibilidade, permite que todos acessem, transmite maior quantidade de
informações possibilitando uma melhor tomada de decisão, tem comunicação fácil em virtude
da infraestrutura padrão e tem o e-commerce como uma de suas principais forças. A integração
de sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) disponibiliza a informação em tempo real, tem
rastreamento e visibilidade global em qualquer parte da empresa e possibilita melhor qualidade
nas decisões operacionais. Os principais softwares de ERP são SAP, Peoplesoft, Oracle, JD Edwards,
Baan e software de SCM. O SCM (Supply Chain Management) é um software de gerenciamento da
cadeia de suprimentos que adiciona um nível mais alto aos sistemas ERP, oferecendo suporte
às decisões analíticas e visibilidade das informações. O ERP aponta o que acontece e o SCM
auxilia na decisão do que será executado na empresa.
Pires (2009) destaca que a internet na SCM é vista como facilitadora dos negócios a serviço
da geração de valor e tem aplicações como e-business, que se referem ao uso geral no mundo
dos negócios com portais de negócios ou marketplaces utilizados em B2B e B2C (transações
entre empresa-empresa e empresa-consumidor final) reduzindo os preços nas transações na
ordem de 5% a 15% se comparados aos modelos tradicionais de negócios, e o e-commerce que
está restrito às transações de compra e venda.
O objetivo deste artigo é relatar, a partir de revisão da literatura, as principais caracterís-
ticas dos SI (Sistemas de Informação) em SCM com experiências publicadas no Brasil e no
exterior fazendo uma análise das tendências dessas aplicações.
A estrutura geral do artigo é composta por mais quatro partes, sendo a segunda o mé-
todo, que apresenta os passos dados para realização da pesquisa. A terceira parte é composta
pelas definições, características, ferramentas e aplicações dos SIs na SCM. Na quarta parte
temos a análise dos SIs aplicados em SCM com suas tendências.

Método de pesquisa
A presente pesquisa é de cunho exploratório envolvendo levantamento bibliográfico de
artigos, dissertação e livros, utilizando-se as palavras-chaves: aplicações de SI, SCM, WMS,
DRP, TPS e SEM, tendo como principal período os anos de 2005 a 2011. O portal de perió-
dicos da Capes foi utilizado neste levantamento para se ter acesso a artigos nacionais e inter-
nacionais detalhados a seguir.

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A pesquisa é de cunho exploratório por ter como foco proporcionar maior familiaridade
com o problema, tornando-o mais explícito ou construindo hipóteses para o aprimoramento
das ideias (GIL, 2002). Entretanto Miguel (2010) a classifica como teórico-conceitual com dis-
cussões conceituais a partir da literatura, revisões bibliográficas e modelagens conceituais. Seu
escopo consiste em identificar como as empresas adotam sistemas de informação nas cadeias
de suprimentos e as principais características existentes nos casos coletados. Esta pesquisa
proporciona uma visão geral sobre o tema estudado, levantando questões e hipóteses para
estudos futuros.
Os periódicos nacionais pesquisados no período de 2005 a 2011 no portal Capes são:
Brazilian Journal Operations & Production Management, Revista Produção Online, Revista Gestão &
Produção, Revista de Administração da Unimep (RAU), Revista de Administração de Empre-
sas Online (RAE) e Simpep. Os internacionais são: The Second International Conference on Machine
Intelligence, IJCSI (International Journal of Computer Science Issues), Journal of Human Environmental
Studies, IMA (Journal of Management Mathematics), Journal of Advanced Mechanical Design, System and
Manufacturing, Journal of Manufacturing Technology Management, Supply Chain Management: An Inter-
national Journal e International Journal of Physical Distribution & Logistics Management.

Sistemas de informação para SCM: definições e características


A informação na estratégia competitiva é um fator-chave que cresceu a partir do mo-
mento em que as empresas passaram a utilizá-la com objetivo de tornarem-se mais eficientes
e responsivas (CHOPRA; MEINDL, 2008). Neste sentido, Bowersox e Closs (2010) relatam
que os sistemas de informação logísticos LIS (Logistical Information Systems) interligam as ativi-
dades criando um processo integrado com base em quatro níveis de funcionalidade: sistemas
transacionais, controle gerencial, análise de decisões e planejamento estratégico. Os sistemas
de informação podem ser entendidos como a utilização de uma ou várias fontes para definir
estratégias de gestão de cadeia de suprimentos em uma empresa que possui muitos dados e
tem dificuldade em sua extração e utilização, dificultando o processo de tomada de decisão
para a média e alta gerências por sentirem-se incapacitadas para buscar e recuperar os dados.
O objetivo dos sistemas de informação é definir regras e técnicas para a formatação adequada
dos dados, visando transformá-los estruturadamente em informações para a SCM.
Rezende e Abreu (2003) descrevem que, nos últimos anos, o enfoque dos sistemas de
informação está no negócio empresarial e no objetivo de auxiliar os respectivos processos
decisórios atuando como ferramentas para exercer o funcionamento das empresas pelo viés
de uma avaliação analítica e sintética. Sistemas com esse enfoque também atuam como fa-
cilitadores dos processos internos e externos com suas respectivas intensidades e relações,
além de serem meios para suportar a qualidade, produtividade e inovação tecnológica orga-
nizacional, geradores de modelos para auxiliar nos processos decisórios, produtores e gera-
dores de conhecimento, valor agregado e complementadores da modernidade, perenidade,
lucratividade e competitividade.
Ainda de acordo com Rezende e Abreu (2003), a informação desempenha um papel
importante tanto na definição quanto na execução das estratégias competitivas para que per-

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maneçam sincronizadas entre si, mantendo o ambiente competitivo na SCM. McGee e Prusak
(1993) corroboram discorrendo que a informação sobre o ambiente competitivo e a organi-
zação auxilia os executivos a identificarem tanto as ameaças quanto as oportunidades para a
empresa, criando o cenário e a resposta competitiva mais eficaz na definição de estratégias
alternativas. A aplicação de novas tecnologias de informação permite às organizações execu-
tarem suas estratégias empresariais nos processos que criam e fornecem produtos e serviços.
Neste sentido, White et al. (2008) relatam que o RFID (Radio Frequency Identification) está
sendo utilizado por varejistas como Wal-Mart, Metro, Tesco, Marks & Spencer e Carrefour e
teve um impacto positivo perceptível na performance de suas cadeias de suprimentos.
Vieira (2005) define que a informação é consequência do processo de refino de dados
que eram apenas registrados. Sua disponibilidade possibilita ao gerente o planejamento, ava-
liação e execução das diretrizes com visibilidade, acuracidade e rapidez. Chopra & Meindl
(2008) corroboram descrevendo que a informação é crucial para o desempenho da cadeia de
suprimentos porque alicerça os gerentes na estrutura de suas decisões. As características da
utilidade das informações nas tomadas de decisão na SCM são: a) precisão, que deve estar em
conformidade com a realidade; b) acesso (disponibilidade) e atualização em tempo hábil para
tomada de decisões sem defasagem; c) utilidade, cujos tomadores de decisão aproveitam como
fonte valiosa e não desperdiçada com dados insignificantes, e d) flexibilidade para se adaptarem
às necessidades dos usuários e clientes.
Vieira (2005) relata que desde a segunda metade da década de 1990 estão sendo introdu-
zidos os sistemas de gestão da cadeia de suprimentos que foram rotulados de software de SCM
ou SCM applications. Esses sistemas podem ser considerados uma nova geração de software ana-
lítico de gestão empresarial, gerenciando o relacionamento entre empresa, cliente e fornecedor
e transcendendo as fronteiras organizacionais e imprescindíveis para a gestão. Os principais
SIs são classificados em sistemas legados, transacionais e analíticos. Os analíticos permitem
que o gerente tome decisões em tempo real em situações de emergência por meio de sua
funcionalidade de planejamento e estratégia, oferecendo ferramentas como algoritmos sofisti-
cados incluindo programação linear, mista e inteira, algoritmos genéticos, teoria das restrições,
análise de cenários, e muitos tipos de heurísticas que permitem uma operação mais eficiente.
Dependem dos sistemas legados e transacionais com capacidade de armazenagem da infor-
mação, considerando a eficiência em sistemas que geram produção, entregas programadas e
serviços de baixo custo com alta rentabilidade. Esse conjunto de sistemas integrados sustenta
o planejamento estratégico que define se a empresa deverá fechar ou abrir plantas ou centros
de distribuição, estratégias de vendas, compras, produção, distribuição, racionalização e lança-
mento de novos produtos, investimentos com propaganda e redução ou aumento dos estoques
de acordo com as estratégias planejadas para atingir os objetivos traçados para sua SCM.
Os elementos transacionais ou analíticos, segundo Vieira (2005), são: o CRM (Custo-
mer Relationship Management), que é um sistema para gerenciamento do relacionamento com o
cliente, interferindo na entrada dos pedidos e na previsão de demanda por meio de acesso às
análises e dados do mercado e interações dos históricos de vendas, atendendo às necessidades
do cliente; o WMS (Warehouse Management System), que atua com interação direta com o DRP

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(Distribution Resource Planning) e gerencia o armazém, minimizando a movimentação do estoque,
otimizando tempos, reduzindo atrasos e perdas, e o inventário com sistemas e equipamentos
de suporte. Para otimizar os fretes, interagir diretamente com o DRP e com o módulo de
compras utiliza-se o TMS (Transportation Management System). O DRP é uma abordagem mais
sofisticada de planejamento que conduz cada estágio da distribuição e suas características. É
uma extensão do MRP com diferenças baseadas em programação de produção e demanda dos
clientes. Para fazer o planejamento estratégico e a programação avançada que envolvem esto-
que e previsão de demanda, utilizando um sistema analítico com interface direta com o DRP,
MPS e MRP II há o APS (Advanced Planning and Scheduling).
O sistema transacional MPS (Master Production Schedule) coordena a demanda do mercado
com os recursos internos da empresa por meio da programação de produção dos produtos
finais com formação mínima de estoques considerando os custos envolvidos, elaborando o
plano de produção item a item, período a período e servindo como dado de entrada para o
MRP. Na área de manufatura para as atividades de PCP há o MRP II (Manufacturing Resource
Planning) que é uma versão ampliada do MRP e tem como grande diferencial a possibilidade de
funcionar de forma integrada na SCM. Ele avalia as implicações da futura demanda nas áreas
financeira e de engenharia e também as necessidades de materiais. O CRP (Capacity Requirement
Planning) é um módulo do ERP que se comunica diretamente com o MRP II calculando a capa-
cidade do plano de produção por meio de informações dos centros produtivos, roteiros e tem-
pos, necessidades de capacidade para cada centro de trabalho período a período, interferindo
em compras e produção. O sistema que fornece as ferramentas necessárias para avaliar, capa-
citar e habilitar seus fornecedores é o SRM (Supplier Relationship Management) que analisa as rela-
ções com fornecedores podendo escolher as melhores opções, reduzindo riscos e diminuindo
tempos de fornecimento. O SFC (Shop Floor Control) é um módulo do ERP responsável pelo
sequenciamento das ordens de fabricação nos centros produtivos e pelo controle da produção
no nível da fábrica, garantindo as prioridades calculadas e fornecendo feedback do andamento
para os demais módulos do MRP II. Por último, o MES (Manufacturing Execution System) é um
aplicativo de chão de fábrica orientado para a melhoria do desempenho, aperfeiçoamento do
planejamento e controle da produção com duas funções, sendo a primeira a de controlar a pro-
dução considerando o que e como foi produzido, permitindo comparações com o planejado e
ações corretivas. A segunda é liberar as ordens definidas pelo MRP garantindo o cumprimento
do plano (VIEIRA, 2005).

Sistemas de informação para SCM: experiências publicadas no Brasil


As experiências relatadas nesta seção referem-se aos setores aeronáutico e eletrônico,
apresentando os resultados obtidos na SCM com a introdução de sistemas de gestão da quali-
dade e os benefícios do ERP.
Cunha e Alves (2010) relatam que foram desenvolvidas várias soluções com objetivo de
garantir qualidade dos produtos e serviços sendo a certificação SGQ (Sistemas de Gestão da
Qualidade) uma das possibilidades para conseguir vantagens competitivas e superar os concor-
rentes, enfrentando os desafios futuros e tendo a internet como ferramenta fundamental neste

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processo. A evolução do mercado aeronáutico mundial conduziu as organizações que integram
essa cadeia de suprimentos a se adequarem para obter esta certificação buscando melhorar seus
processos com a implementação de ferramentas de gestão caracterizando o processo ganha-
-ganha que é a união dos participantes na busca de ganhos globais. Para a Embraer é muito
importante a escolha correta da organização para garantir preços menores, prazos de entrega,
melhor qualidade, maior flexibilidade, melhoria na comunicação entre cliente-fornecedor, com-
partilhamento de riscos, serviços pós-venda, descentralização produtiva e economia entre 10%
a 20%. As organizações do escopo aeroespacial cadastram-se no banco de dados Oasis (On Line
Aerospace Supplier Information System) no site do IAQG (International Aerospace Quality Group) para se
tornarem conhecidas na SCM da indústria aeronáutica mundial, permitindo o acesso a diversas
informações, como o SCMH (Supply Chain Management Handbook), que fornece as diretrizes para
melhoria contínua do tempo e qualidade da entrega em todo o fluxo de valor.
Gonçalves e Lima (2009) descrevem a implantação do ERP nos setores fiscal e finan-
ceiro em uma indústria eletrônica. Essa é outra experiência de SI que garante o sucesso de uma
organização por meio de um sistema ERP eficiente e que causa grande impacto nas estratégias
corporativas. O planejamento para a implantação do ERP iniciou-se em março de 2008 com a
inserção dos primeiros dados em novembro na fase de testes. Inicialmente, a meta era entrar
com os módulos comercial (emissão de nota fiscal) e financeiro (contas a pagar) para iniciar o
ano fiscal de 2009 completos. Entretanto, a implantação dos cinco módulos não foi finalizada,
tendo como prazo estipulado um total de 24 meses. O processo de implantação do ERP foi
elaborado pelo setor de TI da empresa, em conjunto com os responsáveis pelos setores fiscal e
de contas a pagar da matriz. O desempenho do ERP na matriz foi analisado porque o software já
era utilizado havia mais de três anos. O manual para operador não foi disponibilizado, exigindo
que se fizessem anotações em cadernos, o que pode incorrer em erros em virtude do grande
volume de informações. O treinamento pré-implantação realizado na matriz não foi adequado
porque dos três operadores, dois o julgaram insuficiente. O terceiro foi treinado na filial por
um dos treinados na matriz. É necessário enumerar as dificuldades e dúvidas, fazer uma reci-
clagem e solicitar um novo treinamento. O acompanhamento e suporte após a implantação
é importante e indispensável porque as dúvidas nem sempre são sanadas e o operador tem
como função corrigir ou apontar problemas a serem resolvidos. A avaliação do processo de
implantação torna-se necessária à medida que este se concretiza. É preciso saber se o SI está
se desenvolvendo conforme as expectativas e o planejamento.
Neste contexto, Haynes (2001) relata que somente um pequeno número de indivíduos ver-
dadeiramente entende a arquitetura dos sistemas e o domínio do problema. Esses fatores apon-
tam para uma importância crescente de esforços para desenvolver melhores modelos e métodos,
e prioridades organizacionais centradas no gerenciamento e reúso dos sistemas de informações.
Gonçalves e Lima (2009) continuam sua narrativa de que após a aplicação do questio-
nário sobre eficiência, flexibilidade e segurança, constatou-se que diretores e operadores não
estavam satisfeitos. As principais mudanças ocorridas na empresa estudada após a implantação
do Sistema ERP foram: maior rapidez na obtenção de dados (operacionais e gerenciais) e inte-
gração de dados matriz/filial.

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Essas mudanças foram possíveis após a implantação do ERP com o propósito de contro-
lar as operações, ajudando a alta administração na tomada de decisões e constatando-se que os
departamentos financeiro e fiscal atualmente usam intensamente o novo sistema.
O quadro 1, a seguir, apresenta a síntese de alguns artigos destacados nesta temática que
apresentam aspectos relevantes de aplicações de SI em SCM.

Sobrenome do Autor/
Título do Artigo Objetivo Principal Aspectos Relevantes
Ano/Periódico

Fragmentação no fluxo
O fluxo de informações
NOGUEIRA NETO; Investigar a existência de de informações com
em cadeia de suprimentos:
SACOMANO, 2010, um fluxo de informações visões divergentes no
prospecção em dois
RAU/Unimep na cadeia de suprimentos. compartilhamento das decisões
grupos de empresas
entre dois grupos.
Identificar as práticas de
O impacto de um SI no
carregamento em boxes, Agendamento/programação
MULATO; OLIVEIRA, agendamento antecipado
docas e baias e como as de carregamento com SI e
2006, Produção Online de docas para carga/
empresas enfrentam esse melhorias no serviço prestado.
descarga na SCM
desafio.

Trata do fluxo de Propõe sistemas de gestão nos


SAAB JUNIOR;
Cadeia de abastecimento: informação e material quais o distribuidor coordena
CORRÊA, 2008, RAE –
gestão do estoque pelo em uma cadeia de os fluxos de informação e
Revista Administração de
distribuidor abastecimento de produtos produtos acabados na cadeia de
Empresas Online
de quatro níveis. suprimentos.

Identificar/analisar
Quais são os impactos que a TI
Impacto da Tecnologia da os impactos da TI no
MAÇADA et al., 2007, aplicada ao processo da SCM
Informação na SCM – um processo da SCM e validar
Gestão e Produção causa nas variáveis estratégicas
estudo de casos múltiplos o conjunto de variáveis
organizacionais.
selecionadas.
Conduzir um estudo
SCARVADA; et al., exploratório a respeito da Propiciar a pesquisadores
A Reference Matrix for
2006, Brazilian Journal matriz SCM para SI com suporte para outras pesquisas
Information System in
Operations & Production fatores pertinentes para em nível de decisão dos
SCM
Management o pesquisador entender a processos de SCM.
organização do SI.

Quadro 1. Experiências de aplicações de SI em SCM publicadas no Brasil

As publicações no Brasil apresentadas neste quadro confirmam o suporte às decisões


que os SIs trazem, beneficiando seus usuários com melhorias nas estratégias organizacionais e
decisões adotadas para solução de problemas na SCM. Os aspectos relevantes foram propiciar
fatos a pesquisadores para novas abordagens no nível de decisão da SCM por meio da melho-
ria trazida para o serviço prestado pelo gestor a partir da adoção de sistemas que coordenam
carregamento e agendamento e o impacto causado pela TI nas variáveis estratégicas da GCS e
na fragmentação do fluxo de produtos com visões divergentes.
Sistemas de informação para SCM: experiências publicadas no exterior
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As experiências dos SIs em SCM descritas nesta seção foram destacadas do trabalho de
Chopra e Meindl (2008) e incluem fabricante de janelas (Andersen Windows), computadores
(Dell Computers), compatibilidade do ERP, estilo japonês de gerenciamento e compartilhamen-
to de informações em cadeias de suprimentos na Takeda farmacêutica. As experiências ajudam a
descrever o que as empresas estão realizando no exterior em SCM.
A Andersen Windows investiu em um sistema de informação que permite levar produtos
customizados ao mercado possibilitando aos seus clientes projetar janelas que atendam a suas
necessidades. As opções estão disponíveis a partir de uma janela com mais de 50 mil compo-
nentes que podem ser totalmente combinados. O sistema fornece orçamento, envia o pedido e
realiza a compra automaticamente. A variedade de produtos é maior e a Andersen torna-se mais
responsiva ao enviar seu pedido à fábrica.
A operação da Dell Computers é diferente da dos demais fabricantes porque tem seu próprio
canal com os clientes. Quase todos os fabricantes de PCs vendem seus produtos a distribuido-
res que vendem aos clientes. Na Dell, o pedido é recebido diretamente do cliente por telefone ou
internet visualizando a demanda antes da maioria dos fabricantes e respondendo às mudanças nas
necessidades com rapidez. Com essa vantagem, a Dell modifica sua oferta de produtos sendo a
empresa mais responsiva em virtude do fluxo de informação entre clientes e fornecedor.
Takeda farmacêutica. No caso do compartilhamento entre ERP e estilo japonês de geren-
ciamento da SCM relata-se que os méritos do ERP são completamente apreciados quando é
usado por todos os aspectos para integrar todas as pequenas partes de dados da companhia.
Na introdução do ERP no mercado japonês, a produção em massa estava baseada em indús-
trias farmacêuticas, químicas e de petróleo. A falta de entendimento entre os gerentes corpo-
rativos japoneses e os conceitos de sistemas de informação e como eles podem ser usados
dentro do estilo japonês de gerenciamento ainda é muito séria. Entretanto, o estilo japonês
de gerenciamento adotou diferentes caminhos. As características são o interesse em manter
recursos gerenciais dentro da companhia e dividir informações com todos os empregados. As
práticas não são standard porque sua implementação é rígida, ao contrário dos EUA e Europa.
A Takeda farmacêutica instalou o SAP´s R3 em alguns de seus domínios de negócios, incluindo
a manufatura. Nas companhias farmacêuticas, a maior fonte de competitividade é a pesquisa
e o desenvolvimento de novos medicamentos e não há interesse em direcionar recursos para
outras áreas. Os domínios chamados de logística incluem compras, produção, controle de
qualidade, carregamento e distribuição de produtos e não são tão importantes. Essas compa-
nhias fazem pequenas modificações em seus sites de trabalho individuais para os sistemas de
negócios serem constantemente melhorados.
Okabe et al. (2008) relatam que 44,7% das empresas utilizam o ERP por ser adaptável
a operações específicas da corporação. De acordo com o questionário aplicado às empresas
japonesas, 42,2% delas estão satisfeitas com a introdução dos sistemas de informação corpo-
rativos enquanto 63,4% não estão. Ao introduzirem o ERP, os gerentes corporativos deveriam
considerar cuidadosamente os méritos e deméritos tanto quanto sua facilidade de uso. O ERP
mais apropriado para o estilo de gerenciamento japonês deveria ter três características que
são a separação do processamento de dados e processo de negócios, a instalação baseada em
módulos e o design específico para as práticas de negócios das empresas.
Cimino et al. (2010) apresentam a simulação para modelagem da SC utilizando o modelo
SCOPS (Supply Chain Order Performance Simulator) que pesquisou os problemas de gerenciamen-
to do inventário ao longo de três estágios da cadeia de suprimentos e permitiu aos usuários tes-
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tar diferentes cenários em termos de intensidade de demanda. O modelo conceitual de cadeia
de suprimentos inclui fornecedores, centros de distribuição, lojas e consumidores finais. Ge-
ralmente as lojas atendem o consumidor final, os CDs atendem às lojas e as fábricas atendem
aos CDs. Para cada tipo de produto, cliente e demanda das lojas adotou-se uma posição com
processos de chegada independentes. As quantidades solicitadas pelas lojas têm como base a
distribuição triangular com diferentes níveis de intensidade e variabilidade. O cenário definido
para esta aplicação tem 50 lojas, 3 CDs, 10 fornecedores e 30 itens diferentes. A interface gráfica
do SCOPS fornece aos usuários comandos como simulação do tempo de duração, partida,
parada, reinicialização dos botões, exportação para txt e planilhas eletrônicas. Para cada nó,
um botão permite o acesso para acompanhar a informação dos números de ordens, tempos
de chegada, quantidades pedidas, quantidades recebidas, tempos de espera e abastecimento de
dados. Um dos mais importantes aspectos é a flexibilidade para definição de cenários e o uso
para problemas de logística reversa em larga escala no varejo.
O quadro 2, a seguir, apresenta a síntese de alguns artigos destacados nesta temática que
apresentam aspectos relevantes de aplicações de SI em SCM no exterior.

Sobrenome Autor/Ano/
Título do Artigo Objetivo Principal Aspectos Relevantes
Periódico
Propõe um modelo com
Desenvolveu um sistema
TANIMIZU et al., 2010, A two-layered model for base em duas camadas
de simulação dinâmica
Journal of Advanced dynamic supply chain dinâmicas da gestão de
para verificar tempos de
Mechanical Design, management considering cadeia de suprimentos
transporte e capacidade de
System and Manufacturing transportation constraint considerando as restrições
carga.
de transportes.
Introduzir um novo plano de
Coordenação entre estrategia
SINDHU; et al., 2009, execução e controle da cadeia
Multi-agent system nas organizações nos níveis
IJCSI International de suprimentos com a ajuda de
interaction in integrated de operações táticas para
Journal of Computer sistemas multiagentes atuando
SCM liderar mais eficiente e
Science Issues dentro da organização por
eficazmente a SCM.
meio do OEM.
WALSH et al., 2008, IMA Investigation of rolling Mede a performance de OEM e
Efetuar uma simulação
Journal of Management horizon flexibility contracts CM operando sob diferentes
serial dos nós em cadeias de
Mathematics/Oxford in a SC under highly variable níveis de informação
suprimentos.
Journal stochastic demand compartilhada
A proposta é uma nova A empresa virtual
DANIEL et al., 2008, aproximação para o SCM está definida como
Multi-agent architecture for
Journal of Manufacturing baseado no paradigma reagrupamento de nós que
SCM
Technology Management de uma empresa virtual estão lincados junto com
/Emerald utilizando o conceito de informação e o fluxo de
multiagente. materiais.
Integrar parceiros de
GERYVILLE et al., 2006, A collaborative framework Descrever a estrutura de
negócios colaborando para
Second International to exchange and share sistemas para trocar e dividir
aperfeiçoar o PLM Process
Conference on Machine product information within informações envolvidas
com alguns elementos da
Intelligence a SC context na SC.
SCM

Quadro 2. Experiências de aplicações de SI em SCM publicadas no exterior


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As experiências listadas e publicadas neste Quadro 2 corroboram as necessidades das
empresas na adoção de SI buscando conhecer seus negócios em detalhes. Diante disso, tem-
-se como aspectos relevantes a necessidade de integração na SCM, a constante medição da
performance nos diferentes níveis de informação, o reagrupamento de nós com link no fluxo
de materiais, a simulação dinâmica para verificar tempos de transporte e carga e um plano de
controle e execução da cadeia de suprimentos com ajuda de multiagentes.

Análise e ponderações dos SI aplicados em SCM


Nas aplicações dos SI em SCM avaliadas, comprova-se que houve melhora considerável
nos processos de SCM das empresas, embora em alguns casos ainda dependa de fatores críti-
cos de sucesso que acontecem em sua implementação e que devem ser tratados e resolvidos.
As experiências publicadas em periódicos no Brasil e exterior, apresentadas nos quadros 1 e 2,
respectivamente, confirmam a necessidade das empresas de adoção de SI para conhecer seus
negócios e detalhes pertinentes à tomada de decisões estratégicas e de correção das operações.
O crescimento do mercado dos SI e de suas ferramentas será cada vez mais disputado
nos próximos anos por grandes empresas que dedicarem esforços para sua implementação e
acompanhamento com foco na obtenção de vantagem competitiva em relação a seus players.
Os softwares como ERP (Enterprise Resource Planning), EDI (Electronic Data Interchange) e SCM
(Supply Chain Management) permitem às empresas se estruturarem para enfrentar os desafios
de competir em suas cadeias de suprimentos, melhorando os serviços, produtos, estoques e
sistemas de entrega.

Ponderações sobre correlações das aplicações de SI


As ponderações sobre correlações nas aplicações de SI em SCM trazem reflexões como a
frequência de utilização dos sistemas de informação implantados nas empresas com aumento
considerável após sua implementação. Em alguns casos, levou ao prolongamento ou início do
desenvolvimento de novos projetos para melhoria dos serviços e produtos.
Outra reflexão está relacionada ao desenvolvimento e implantação que demandaram es-
forços de todos para superar as dificuldades como desconhecimento do sistema, barreira à sua
utilização e quebra de paradigmas com relação à sua confiabilidade.
Por fim, a utilização nos casos nacionais, nas indústrias eletrônica e aeronáutica, confirmou
que as organizações devem trabalhar integradas, havendo relacionamento e cooperação na SCM.

Considerações finais
Neste artigo apresentaram-se os SIs em SCM dando ênfase ao seu desenvolvimento
e utilização definindo suas aplicações em indústrias nacionais e no exterior. Embora os SIs
tenham sido aplicados em diferentes países e empresas, as dificuldades assemelham-se por-
que há ainda uma grande barreira a ser vencida, que é seu conhecimento e correta utilização.
As etapas de planejamento, implementação e acompanhamento nem sempre são conduzidas
como deveriam, criando problemas aos usuários e certa frustração para quem apostou na sua
confiabilidade. O SI traz suporte à tomada de decisões em todos os casos estudados. Entretan-

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to, no caso japonês, no qual existe uma abertura para debates face a face e flexibilidade, ainda
há dúvidas com relação à sua utilização em virtude de seu estilo gerencial ser diferente dos
encontrados nos EUA e Europa.
Os sistemas utilizados nos EUA e Europa distinguem-se do japonês porque tendem a
ser padrão e possibilitam a tomada de decisão de acordo com as informações fornecidas. Em
determinados casos existem as extensões ou um upgrade para adaptação e conformidade com
as necessidades de cada negócio. Com informações de qualidade em tempo real é possível con-
trolar, gerenciar e melhorar os resultados na SCM fazendo frente aos players de cada mercado
com inovações, serviços e produtos de melhor qualidade.

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