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No Séc.

XXI a “Indústria do Sexo” ainda manipula, controla e direciona hábitos de seus usuários
Mirtzi Lima Ribeiro
mirtzi@gmail.com
Publicado em: https://pt.scribd.com
Não se trata de ter o pensamento “puritano” ou de obedecer a algum “fundamentalismo” religioso. Mentes
arejadas e avançadas não compactuam com a “Indústria do Sexo” ou com a permissividade, que se
constituem um aspecto virulento e pútrido que pulula no ambiente da web atualmente. Em épocas
precedentes, esses conteúdos se fixavam nas primeiras camadas da deepweb, escondidas da maioria
dos mortais. Hoje em dia estão explicitamente veiculadas em aplicativos diversos, até aqueles bem
comuns e de fácil acesso.

Hipnotizados pela destrutiva “Indústria do Sexo”, pela banalização de corpos femininos como se fossem
pedaços de carne apetitosos: com pernas, bundas e peitos à mostra ou se despindo aos poucos com
gesticulações grotescas, são encontrados vídeos e fotos, poucos com cunho “artístico” e uma
avassaladora maioria de espectro vulgar e degenerado.

Não adiantam dizer que não é vício, que são adultos, que não estão submetidos a isso e que a visita a
esses “endereços eletrônicos” é rara. Negar as evidências e a dependência, não fará desaparecer a
situação. É uma dependência sim, quer esse usuário ACEITE ou NEGUE o fato. O algoritmo da web o
desmente porque na mesma proporção em que acessa esse tipo de conteúdo, segue, curte e usa,
aparecerão muitos perfis desse tipo em sua linha do tempo ou como sugestão para seguir, assim como
também haverá muitos seguidores desse "nicho de mercado" indo ao encontro desse potencial “cliente”,
visando também lhe cooptar.

A perdurar por muito tempo essa preferência, tais usuários, invariavelmente, precisarão de ajuda
profissional para identificar a CAUSA dessa dependência ou “mania”. Eles são silenciosamente e
tragicamente USADOS por esse sistema para o enriquecimento de grupos, do mesmo modo que ocorre
com os traficantes de entorpecentes.

Atualmente, várias redes sociais acessíveis a crianças, jovens, adultos e idosos, veiculam massivamente
esses conteúdos, que geralmente são a porta para outros links e plataformas, com vistas à venda de
“serviços”, vídeos pornográficos ou com alto nível de degradação, acesso a fotos de sexo cru ou nudez
em posições das mais vulgares que se tenha conhecimento. Além disso, os visitantes desses links,
ganham de “presente” os Cookies, que são arquivos criados pelos websites visitados. Esses cookies
(facilitadores dos algoritmos), “viabilizam” experiências on-line, MEMORIZANDO ao mesmo tempo essas
informações de navegação, mantendo o usuário conectado e lembrando-lhes sempre de suas
“preferências” naquele tipo de site, mostrando diuturnamente conteúdos similares no visor ou na linha do
tempo de todas as redes sociais (atualmente todas conectadas entre si).

Para saber quem são, verifique o perfil de seus amigos, que pessoas “curtem” suas postagens, que perfis
ele segue e por quem é seguido. Se houver vários desses perfis, é provável que o seu amigo seja um
dependente desse esquema sórdido da “Indústria do Sexo”.
Para quem diz que esses procedimentos não são nocivos e são “normais”, experimente fazer postagens
abertamente com esses links em sua linha do tempo nas redes sociais. Sem nenhuma dúvida, mais de
50% de sua lista de amigos estranhará ou questionará sobre o fato, ou desfarão amizade ou criticarão,
ou ainda, formarão um péssimo conceito a respeito dele.

As perguntas que podemos fazer para saber se essa “atividade” corriqueira é adequada e aceita, são:

1) Você MOSTRARIA a seus filhos, à namorada, à esposa, à “crush”, aos amigos, à família e aos
conhecidos esses links que costuma visitar?

2) Você RECOMENDARIA PUBLICAMENTE tais conteúdos?

3) Você ficaria vendo e admirando essas imagens NA FRENTE de todo mundo como se estivesse
assistindo a um noticiário?

4) Você teria ORGULHO em mostrar que segue, curte e visualiza diariamente essas plataformas?

5) Você visualizaria esses vídeos e imagens na frente de adolescentes ou pós-adolescentes, ou até


mesmo aos diretores e aos colegas professores, se você trabalhasse em uma escola ou universidade?

Caso diga “NÃO” a uma, a algumas ou a todas essas perguntas, por que você acha que é “normal” o
hábito de acessar isso? Fica clara uma dependência apesar de NEGAÇÃO ao fato.

Então, qual a NECESSIDADE premente de visitar e acompanhar esses perfis?

Há algo errado sim, não pelo fato de religiosos dizerem que isso é “pecado”, NÃO, mas, pelo fato de que
não é aceitável a exposição da nudez de modo grosseiro de corpos femininos, especialmente se o “item”
é um objeto de venda crua e sórdida para deleite e para desvios de conduta, para a COMERCIALIZAÇÃO
VULGAR de um dos bens mais refinados e sagrados que é o corpo humano e sua sexualidade.

Sexo não é objeto de obscenidade, antes, é um PRESENTE Divino ou da Natureza, concedido aos
humanos conscientes para o exercício do amor, para o desenvolvimento da AFETIVIDADE, para a
formação de famílias e de lares, onde os sentimentos mais sublimes existem como laços afetivos que
viabilizam o crescimento pessoal e integral do ser humano, jamais para luxúria ou degradação. Um
excelente texto nesse caso é a Encíclica Papal “Deus Caritas Est”1, do ano de 2005, do então Papa Bento
XVI, que belamente descreve sobre a ascensão da energia de “EROS”, da sexualidade, quando diz:

“O eros foi, pois, celebrado como força divina, como comunhão com o Divino.” (...)

“Mas, nem o espírito ama sozinho, nem o corpo: é o homem, a pessoa, que ama como criatura
unitária, de que fazem parte o corpo e a alma. Somente quando ambos se fundem verdadeiramente
numa unidade, é que o homem se torna plenamente ele próprio. Só deste modo é que o amor —
o eros — pode amadurecer até à sua verdadeira grandeza.” (...)

“A aparente exaltação do corpo pode bem depressa converter-se em ódio à corporeidade. Ao contrário,
a fé cristã sempre considerou o homem como um ser uni-dual, em que espírito e matéria se

1Fonte: link para leitura e com opção para baixar o inteiro teor em PDF, a Encíclica Papal “Deus Caritas Est”:
http://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/encyclicals/documents/hf_ben-xvi_enc_20051225_deus-caritas-est.html
compenetram mutuamente, experimentando ambos precisamente desta forma uma nova nobreza. Sim,
o eros quer-nos elevar « em êxtase » para o Divino, conduzir-nos para além de nós próprios,
mas por isso mesmo requer um caminho de ascese, renúncias, purificações e saneamentos”. (...)

“Concretamente, como se deve configurar este caminho de ascese e purificação? Como deve ser vivido
o amor, para que se realize plenamente a sua promessa humana e divina? Uma primeira indicação
importante, podemos encontrá-la no Cântico dos Cânticos, um dos livros do Antigo Testamento bem
conhecido dos místicos. Segundo a interpretação hoje predominante, as poesias contidas neste livro
são originalmente cânticos de amor, talvez previstos para uma festa israelita de núpcias, na qual
deviam exaltar o amor conjugal”.

O erro da banalização do sexo é a INVERSÃO DE VALORES e a dependência emocional e em alguns


casos, a dependência física que essas plataformas consolidam. Causam também um dano ao
desenvolvimento emocional e tornam o usuário desumanizado, cauterizando seu lado afetivo de tal
maneira que não queira firmar responsabilidades afetivas. Esse tema da dependência física e
emocional ao sexo virtual foi explorado na série brasileira “As five”, veiculada na GloboPlay2.

Tão tóxico quanto os religiosos que se autoflagelam, chamando tudo de “pecado”, no outro lado extremo
estão os usuários da Indústria do Sexo. Por isso, ambos os segmentos precisariam de tratamento para
se identificar o que causa esse excesso.

Estamos para mudar de perspectiva de modo coletivo. Por isso todo o lodo humano está vindo à tona
para ser identificado e saneado, refinado, de modo a podermos curar essas anomalias comportamentais.

Não se trata de puritanismo, mas, da elevação do quociente de CONSCIÊNCIA COLETIVA, de novos


hábitos, da sacralidade dos aspectos mais íntimos do ser humano. Quanto mais se eleva o nível do
desejo, mais conscientes serão os indivíduos. Quanto mais laços saudáveis conseguirem construir, mais
elevarão as consciências envolvidas. O século XXI trouxe consigo os apelos de inclusão, de corretas
relações pessoais, respeito aos direitos humanos e à diversidade, mas, também inaugura a ERA DA
CONSCIÊNCIA, onde se valoriza a essência, o que de mais engrandecedor existe no ser humano.

A sopa quântica que é o caos que vivenciamos atualmente irá gerar uma Nova Era de Ouro: a ERA DA
CONSCIÊNCIA. Por isso é urgente educar os corações e LIBERTAR os indivíduos dos seus próprios
equívocos e da degeneração emocional e afetiva. É uma época de RECONSTRUÇÃO, de
RESSIGNIFICAÇÃO e de RESSALTAR a REALEZA DA ALMA.

Que possamos DESPERTAR para esse aspecto e COLABORAR com o PROCESSO de ELEVAÇÃO do
quociente humano primoroso e das corretas relações. Vamos banir todo o LIXO e DEGRADAÇÃO que
pudermos.

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2 Fonte: https://globoplay.globo.com/as-
five/t/XNH9T9JnR8/?gclid=CjwKCAjwjuqDBhAGEiwAdX2cj3Se85PnceBizDQz7RFZWqDe96nty5FZGKzl6tpk80IvOKynXZZ3tR
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