Você está na página 1de 2

Weber falava sobre a influência da religião no sistema capitalista.

Ao analisar as cidades capitalistas


pensa sobre o conceito de racionalização a partir da reforma protestante. Chamado de racionalização ou
desencantamento do mundo/sociedade, são esses dois modos de pensar, que geram o capitalismo no
mundo. O que gera então uma discordância com Marx sobre o conceito de capitalismo, pois para Marx,
caracterizava-se como algo material. Já para Weber, o capitalismo surgia como algo interno, religioso.
Para pensar na questão de racionalização, deve-se pensar em Calvino, que seria o principal reformador
depois de Lutero. Ele acredita que tudo flui a partir da predestinação. Ou seja, Deus sabe, desde o
nascimento do indivíduo se ele vai ou não ser salvo, independente do que este faça ao longo de sua vida.
Porém, a pessoa não sabe, o que gera uma angústia. Para aliviar essa angústia, a partida é pelo
questionamento “como saber se sou salvo?”. Cada individuo tem uma profissão, ou seja, trabalha com
algo, tem uma vocação. Através dessa vocação, você professa sua fé e, se você tem frutos com essa
profissão é porque Deus já o salvou. Ou seja, se você está ganhando dinheiro com seu trabalho, você
passa a fazer mais dinheiro. A riqueza passa a ser conquistada não por privilégios, mas através de sua
profissão, o que quer dizer, você passa a racionalizar. Em suma, o individuo entende que o que salva é
Deus e, para ele entender se ele é salvo por Deus ele precisaria observar os ganhos em seu trabalho. Se
ele estiver indo bem lucrando com isso é, porque, de certa maneira, ele é salvo. Caracterizando, por sua
vez, o processo como interno, uma vez que ele é “descoberto” pelo próprio indivíduo. Acontece, porém,
que ao ganhar dinheiro, o indivíduo acaba esquecendo ou, colocando em segundo plano a ideia que
seria a principal e o ponto de partida: Deus. O dinheiro passa então a ser a força que o move, não mais
Deus.

Weber era interessado na racionalidade da sociedade Ocidental e pode-se ressaltar essa ideia como um
plano de fundo para compreender os acontecimentos que seguem sua teoria. Por meios do século
XXI/XIV a Europa não era tão grande para o mercado internacional. No final do século XV, início do
século XVI, os países da península ibérica estavam interessados em uma rota alternativa que os
conectasse com o mercado oriental. Essas rotas visavam evitar o controle alfandegário praticados pelos
turcos e pelos otomanos. E, nesse período a Europa consegue fazer com que sua situação perante o
mercado mude e se torne um modelo de desenvolvimento social, político e econômico. O weber vê,
então, essa situação como uma racionalização, ou seja, uma mudança de pensamentos. E a Europa é,
portanto, um grande ponto de referência quando se trata de Revoluções e, consequentemente,
mudanças. Esses marcos são fundamentais para compreensão da mudança de pensamentos,
racionalidade da sociedade Ocidental. Através de seus estudos, Weber percebe três importantes
questões para tal mudança europeia: o desencantamento da sociedade, emergência do capitalismo
industrial e, o advento da burocracia.

Como mencionado no início dessa questão, havia um certo tipo de encantamento da sociedade
Ocidental, visto que, ela seguia os parâmetros da igreja que, por sua vez tem um grande peso nesse
encantamento. A própria religião, por sua vez, também é, por partes, responsável por esse
desencantamento. É, então, que podemos incluir a Reforma Protestante como significativa, com a
mentalidade europeia e da perspectiva luterana e calvinista, que representam pilares de uma sociedade
liberal e individualista. O que, por sua vez, vincula-se ao fato de Weber associar a ética protestante e o
espírito capitalista. É, porém, importante ressaltar que não é o protestantismo que fez com que o
capitalismo vingasse, mas sim de que há uma certa ligação entre a ética protestante e esse tipo de
sociedade. Weber diz que as bases do capitalismo industrial não se devem ao fluxo de capital, não há
nada de muito novo, mas sim há uma nova mentalidade de caráter produtivo. Acredita no “novo
burguês”, no filho da burguesia que vai estudar grandes filósofos e volta para casa com a cabeça
iluminada, com pensamentos de inovação. Tal inovação reflete no processo produtivo e capacitaria
camponeses e trabalhadores a fim de que estes deem o melhor no processo de produção. O processo
passa então a ser calculado e racionalizado, pois, o pensamento é de produzir cada vez mais lucro.
Weber, portanto, propõe a questão da burocracia. As questões vinculadas a esse capitalismo, poderiam,
então, se perder caso não houvesse uma burocracia que, busca a otimização e a melhor rentabilidade do
trabalho. A relação entre privado e público passa, desse modo, a ser tratada distintamente. Ela é
responsável por acabar com o improviso, mas, por outro lado estabelece ordem e hierarquia.

Assim sendo, o “bem maior” passou a ser ganhar cada vez mais dinheiro, sem limite. Esse pode ser o
ponto ao qual definimos o capitalismo e como ele se fundiu e expandiu propriamente nesse território.

Você também pode gostar