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NICANOR LOPES
In Memoriam:
Idalina Soares Lopes,
mãe, discipuladora e motivadora ministerial.
Elias Boaventura,
ícone da resistência no sistema educacional do metodismo e motivador junto aos
movimentos populares.
Nós cremos na Igreja Universal porque ela é um sinal do Reino de Deus, cuja
fidelidade é revelada de muitas maneiras, onde as várias cores pintam uma só
paisagem, onde as várias línguas entoam um só louvor.
(9ª ASSEMBLÉIA DO CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS. Livro de culto e orações: em tua graça. Porto Alegre: [s.n.], 2006, p.60)
AGRADECIMENTOS
Glória ao Pai,
ao Filho
e ao Espirito Santo,
assim como era no principio, agora e sempre.
Amen.
Prof. Dr. Geoval Jacinto da Silva: que desde os meus primeiros passos no
Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista
de São Paulo foi um orientador firme e compassivo;
Prof. Clovis Pinto de Castro, Prof. Dr. Rui de Souza Josgrilberg e Prof. Paulo
Roberto Garcia: diretores da FATEO, pelo crédito e parceria nas ações
acadêmicas;
RESUMO
ABSTRACT
The aim of the present research, Social Responsibility, Preaching and Education:
missiological tensions in the Missionary Project of the Methodist Church on Brazilian
soil, is to examine the missionary action of the Methodist Church, since its
implementation up to the period referring to the 18th General Conference (2006 –
2011). The study rescued that the triad of Social Responsibility, Preaching and
Education represents a distinct identity of the Wesleyan Movement, and that such a
missionary principle has not been closely followed by the Brazilian Methodism. It is
noteworthy that the triad was especially significant in the missionary project, which is
particularly noticeable during its implementation, as well as in the constitution of the
so-called Plano para Vida e Missão (PVM). Once assumed that the missionary action
in the Brazilian Methodism has not fully been characterized by systematic theological
reflections, the triad of Social Responsibility, Preaching and Education has always
played a prominent role in the mission. In many instances, a considerable strain was
put on the Methodist missionary project. The intense focus on the number of
followers and geographic expansion did not contribute to maintain great fidelity to the
triad and its ideals. Along the way research is built in four chapters, in which one
seeks refine a historical understanding of the process unfolded in this study, it is
crucial that the essential regulatory framework of the triad as the Methodist mission.
The research highlights the importance of further studies so that Methodism can take
on a fundamental role in the Missio Dei, enlightened by the triad of Social
Responsibility, Preaching and Education.
RESUMO ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 7
ABSTRACT -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 8
INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 13
CAPÍTULO 1: O CONTEXTO SÓCIO-POLÍTICO-CULTURAL E ECONÔMICO QUE DÁ ORIGEM À
IGREJA METODISTA NO TERRITÓRIO BRASILEIRO --------------------------------------------------------- 23
1 Introdução do capítulo: a tríade missionária metodista — Responsabilidade Social, Pregação e
Educação -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 23
1.1 O processo de implantação do metodismo brasileiro e a tríade missionária --------------------------25
2 A tríade — Responsabilidade Social, Pregação e Educação — na formação do metodismo -- 34
2.1 A Responsabilidade Social como fruto do amor na formação do metodismo -------------------------------38
2.2 A pregação como elemento constitutivo da identidade na formação do metodismo -----------------------42
2.2.1 As mulheres pregadoras na formação do metodismo — uma inovação marcante ------------------44
2.3 A educação como elemento de inclusão social e crescimento espiritual na formação do metodismo 46
3 A tríade — Responsabilidade Social, Pregação e Educação — como paradigma missionário na
formação do metodismo brasileiro ------------------------------------------------------------------------------- 49
3.1 Paradigmas missionários do protestantismo de missão na implantação do metodismo brasileiro e
suas mutações --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------52
3.2 A Responsabilidade Social como elemento de inclusão social na implantação do metodismo
brasileiro ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------57
3.3 A pregação como elemento de construção de uma identidade religiosa na implantação do metodismo
brasileiro ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------61
3.4 A educação como elemento de transformação social na implantação do metodismo brasileiro -------64
Figura 1 — Primeira página do livro de matriculas aberto por Martha Hite Watts, em 1881. _______ 67
Figura 2 — Quadro comparativo da década de 1930 ____________________________________ 112
Figura 3 — Quadro comparativo da década de 1950 ____________________________________ 113
Figura 4 — Capa do PVM _________________________________________________________ 215
Figura 5 — A missão é dialogada do lado de fora do templo ______________________________ 216
Figura 6 — A fé conjugada com a discussão política ____________________________________ 217
1
SAID, Edward W. Reflexões sobre o exílio e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 93.
15
Esta pesquisa tem por referencial teórico a trajetória das reflexões teológicas
a partir do conceito da missio Dei. De acordo com David Bosch:
2
BOSCH, David. Missão transformadora: mudança de paradigma na teologia da missão. São Leopoldo: Sinodal,
2002, p. 466.
17
O conceito de missio Dei foi expresso pela primeira vez por Karl
Barth na Conferência do Conselho Missionário Internacional em
Willingen, em 1952. Fundamentado na teologia trinitária e na
natureza de Deus, apontou para uma compreensão de "Deus, o Pai
que envia o Filho, e Deus o Pai e o Filho que enviam o Espírito [e]
que foi expandida para incluir ainda outro movimento: Pai, Filho e
Espírito Santo que enviam a igreja para o mundo"3 (tradução nossa).
3
LLOYD-SIDLE, Patricia; LEWIS, Bonnie Sue. Teaching Mission in a Global Context. Louisville: Geneva Press,
2001, p. 125. Texto original: “The concept of the missio Dei was first expressed by Karl Barth at the Willingen
Conference of the International Missionary Council in 1952. Grounded in Trinitarian theology and God's very
nature, it pointed to an understanding of “God the Father sending the Son, and God The Father and the Son
sending the Spirit [and] was expanded to include yet another movement: Father, Son and Holy Spirit sending
the church into the world”.
4
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo:
Atlas, 2009, p. 107.
5
LAKATOS; MARCONI apud OLIVEIRA, Silvio Luiz. Metodologia científica aplicada ao Direito. São Paulo:
Cengage Learning, 2002, p. 45.
18
6
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. São Paulo: Saraiva, 2001, p. 37.
7
ALYRIO, Rovigati Danilo. Metodologia científica. Programa de Pós-Graduação em Gestão e Estratégia em
Negócios [PPGEN]. Rio de Janeiro: UFRRJ, 2008, p. 4.
8
BERG, Klaus. Hermenêutica do Novo Testamento. São Leopoldo: Sinodal, 1999, p. 232.
9
ROSENZWEIG, Franz. El nuevo pensamiento. Madrid: Visor, 1989.
19
1
Cf. RIBEIRO, Darcy. O processo civilizatório: etapas da evolução sociocultural. 2. ed. São Paulo: Companhia
das Letras, 1998. Neste livro o autor desenvolve a teoria global sobre as etapas da evolução do processo
civilizatório. Ainda, do mesmo autor, veja América Latina, a pátria grande. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
Darcy Ribeiro desenvolve neste livro a reflexão sobre a identidade latino-americana sob os aspectos histórico-
culturais, políticos e sociais.
2
Cf. BETHELL, Leslie (Org.). América Latina Colonial. Vol. 2. São Paulo: Editora Fundação Universidade de São
Paulo; Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2004. O texto investiga as relações de dominação na
América Latina, entre outros fatores, a questão da dominação geográfica. Com a independência dos países de
dominação espanhola, em especial no século XIX, as contribuições culturais diferentes foram fundidas, muitas
vezes, por missionários religiosos.
3
Ibidem, vol. 6. Neste volume o autor desenvolve os fundamentos da exploração econômica latino-americana,
em especial na segunda metade do século XIX, denominada de “Idade de Ouro”.
24
4
Para aprofundar esses conceitos (fundamentalismo e liberal) ver DREHER, Martin. Fundamentalismo. São
Leopoldo: Sinodal, 2006. Este livro trata do fundamentalismo religioso. O autor julga importante aprofundar por
todo o desenvolvimento do cristianismo desde o século XVII para esclarecer o que, mais recentemente, se
começou a chamar de fundamentalismo.
5
Cf. PIEDRA, Arturo. Evangelização protestante na América Latina. São Leopoldo: Sinodal, 2008. O livro de
Piedra discute o enfrentamento ocorrido no mundo político, econômico e religioso no continente americano. As
tensões entre o norte e o sul, pelas questões religiosas. O norte representado pelos EUA de religião
protestante e América Latina católica são analisados no texto numa abordagem da obra missionária promovida
pelos EUA na América Latina.
6
HOUAISS, Antonio. Dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
25
7
PANAZZOLO, João. Missão para todos: introdução à missiologia. São Paulo: Paulus, 2006, p. 17-18.
8
BOSCH, David. Missão transformadora: mudanças de paradigma na teologia da missão. São Leopoldo:
Sinodal, 2002, p. 25.
26
9
“Destino Manifesto” era a ideologia que entendia que os protestantes norte-americanos se sentiam
comissionados a levar a todo o mundo a religião e a cultura protestantes, isto é, anglo-saxãs – ou a doutrina da
“Igreja Espiritual”, que advogava completa separação entre Igreja e cultura. Cf. MENDONÇA, Antonio Gouvêa;
VELASQUES FILHO, Prócoro. Introdução ao protestantismo no Brasil. São Paulo: Loyola, 1990, p. 163.
10
A “Doutrina Monroe” foi formulada em 1823 pelo presidente norte-americano James Monroe. Sua tese principal
é “América para os americanos”. Essa doutrina foi assumida completamente no final do século XIX. Cf.
SANTOS, Marcelo. O poder norte americano e a América Latina no pós-guerra fria. São Paulo: Annablume;
Fapesp, 2007, p. 22.
11
PIEDRA, Evangelização protestante na América Latina.
12
SILVA, Geoval Jacinto da. A relevância do pensamento de John Wesley para a Teologia Pastoral. Revista
Caminhando, São Bernardo do Campo, v. 9, n. 18, p. 121-136, jan./jun. 2005.
13
REILY, Duncan A. História documental do protestantismo no Brasil. São Paulo: ASTE, 1984, p. 7.
14
SCHÜLER, Arnaldo. Dicionário enciclopédico de teologia. Canoas: ULBRA, 2002, p. 64: “Arminianismo. As
doutrinas de Armínio. Divergiu da doutrina da predestinação absoluta. Segundo ele, desde toda a eternidade
Deus predestinou à vida eterna aqueles que, de acordo com a presciência divina, haveriam de permanecer
firmes na fé até o fim; Cristo morreu por todos, não só pelos predestinados à vida; o livre-arbítrio humano
coopera na conversão; o homem pode resistir à graça e dela pode cair. Essas doutrinas foram condenadas
pelo Sínodo de Dort (1518-19)”.
15
Ibidem, p. 387: “Puritanismo. Principiou como movimento de protestantes ingleses que julgavam a Igreja da
Inglaterra da era de Elisabete I necessitava de reformas que eliminassem corrupções remanescentes,
tornando-a mais calvinista. Na luta em torno da ordem eclesiástica, surgiram várias correntes (presbiterianos,
congregacionalistas, etc). Como modo de vida, o puritanismo põe ênfase na santidade de todos os grupos do
27
movimento. O termo puritanismo passou a significar também moralismo, extrema severidade de costumes,
excessivo rigor na aplicação de princípios. ‘É difícil definir o puritanismo, já que foi ao mesmo tempo um estado
de espírito, um programa e um movimento dentro da Igreja da Inglaterra com raízes no período inicial da
Reforma’ (51: vol.II, p. 141)”.
16
LOMBARDI, José Claudinei et. al. (Org.) Navegando pela história da educação brasileira. Campinas: Graf. FE:
HISTEDBR; Unicamp, 2006. CD-ROM. “Movimento religioso nascido na Alemanha em fins do século XVII,
como reação ao dogmatismo da igreja oficial luterana. Seu principal representante foi o pastor luterano Phillipp
Jakob Spener (1635-1705). O Pietismo defendia a renovação da piedade com base em um retorno subjetivo e
individual ao estudo da Bíblia e à oração. Em termos educacionais, destacou-se neste movimento a figura de
August Francke (1663-1727) que, a partir da Universidade de Halle, difundiu seu sistema pedagógico. A
influência do pietismo atingiu o seu maior alcance através de John Wesley (1703-1791), fundador do
Metodismo. O pietismo inspirou as medidas educacionais adotadas pelos movimentos evangélicos
conservadores, nos Estados Unidos, no início do século XIX”.
17
MENDONÇA, Antonio Gouvêa. O celeste porvir: a inserção do protestantismo no Brasil. 3. ed. São Paulo:
USP, 2008, p. 337.
18
DUSSEL, Enrique. Tensiones en el espacio religioso: masones, liberales y protestantes em la obra de Mariano
Soler. In: BASTIAN, Jean-Pierre (Org). Protestantes, liberales y francmasones. México: Cehila, 1990, p. 35.
19
MESQUIDA, Peri. Hegemonia norte-americana e educação protestante no Brasil. Juiz de Fora: EDUJF; São
Bernardo do Campo: Editeo, 1994.
28
20
MESQUIDA, Hegemonia norte-americana e educação protestante no Brasil, p.133.
21
ENSLEY, Francis Gerald. John Wesley, o evangelista. São Paulo: Imprensa Metodista, 1960.
22
MENDONÇA; VELASQUES FILHO, Introdução ao protestantismo no Brasil, p. 159.
23
O’COLLINS, Gerald; LATOURELLE, René (Org). Problemas e perspectivas de teologia fundamental. São
Paulo: Loyola, 1993, p. 267.
29
24
CUNHA, Magali do Nascimento. A explosão gospel: um olhar das ciências humanas sobre o cenário
evangélico no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad; Instituto Mysterium, 2007, p. 37.
25
MENDONÇA, O celeste porvir, p. 327.
26
WEBER, Max. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. Edição de Antonio Flávio Pierucci. São Paulo:
Companhia da Letras, 2007, p. 288.
27
RAMOS, Luiz Carlos. Prática homilética de John Wesley. Revista Caminhando, São Bernardo do Campo, v. 9,
n. 13, p. 134-153, jan./jun. 2004.
28
MENDONÇA, op. cit., p. 86.
30
29
CAVALCANTI, Robinson. Cristianismo e política: teoria bíblica e prática histórica. Viçosa/MG: Ultimato, 2002,
p. 154.
30
RENDERS, Helmut. O Plano para a Vida e a Missão e sua espiritualidade correspondente. Revista
Caminhando, São Bernardo do Campo, v. 12, n. 20, p. 85-104, jul./dez. 2007.
31
Cf. VIEIRA, David Gueiros. O protestantismo, a maçonaria e a questão religiosa no Brasil. Brasília: Editora
Universidade de Brasília, 1980.
31
32
TILLICH, Paul. Teologia Sistemática. Três volumes em um. 5. ed. São Leopoldo: Sinodal, 2005, p. 668.
33
SANCHIS, Pierre (Org.). Catolicismo: modernidade e tradição. São Paulo: Loyola, 1992.
34
SANCHIS, Catolicismo, p. 270.
35
Cf. VIEIRA, David Gueiros. O Protestantismo, a maçonaria e a questão Religiosa no Brasil. Brasília: UNB,
1980.
32
36
FRAGOSO, Hugo. História da Igreja no Brasil: ensaio de interpretação a partir do povo, segunda época – a
igreja no Brasil no século XIX. Tomo II/1: História geral da Igreja na América Latina. 3. ed. Petrópolis: Vozes;
São Paulo: Paulinas, 1992, p. 188.
37
MOURA, Clóvis. Dicionário da escravidão negra no Brasil. São Paulo: USP, 2004, p. 15: “Abolição. Ato de
abolir. No caso da escravidão, o ato de extinguir esse sistema de trabalho. Ele podia acontecer ou por meio de
um movimento revolucionário, como no Haiti, ou por meio de uma norma jurídica, como no Brasil. A Abolição
no Brasil efetivou-se em 13 de maio de 1888, por ato da princesa Isabel, que exercia no momento as funções
de Regente do Império. O Brasil foi a última nação cristã do mundo a abolir o sistema escravo de trabalho pela
chamada Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel”.
38
IGREJA METODISTA. Expositor Cristão, Rio de Janeiro, v. XXII, n. 20, p. 2, 16 mai. 1907, p. 8.
33
Tucker, que trabalhara como missionário durante dez anos no Rio de Janeiro,
revela, nesta fala, o espírito de Responsabilidade Social presente na comunidade
metodista como projeto missionário. Fazer o bem aos trabalhadores na capital do
país era fazer alguma coisa em benefício das almas dessa numerosa multidão de
trabalhadores.
39
RENDERS, Helmut; SOUZA, José Carlos de. História da Igreja Metodista no Brasil: dos inícios até 2009. São
Bernardo do Campo, 2009. Disponível em:
<https://arkheia.metodista.br/jspui/bitstream/123456789/129/1/Historia%20da%20Igreja%20Metodista%20no%
20Brasil.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2010.
40
Cf. Autobiografia. In: WAY, Anita Betts. Instituto Central do Povo: 100 anos em missão. São Bernardo do
Campo: Umesp, [s.d.], p. 20-21.
34
41
Este artigo trata a ação missionária com a expressão “missionarismo”, termo que não utilizaremos por não ser
comum nas reflexões teológicas. Segundo o Dicionário de Língua Portuguesa Houaiss (Rio de Janeiro:
Objetiva, 2001), “o uso do sufixo ismo se disseminou para designar movimentos sociais, ideológicos, políticos,
opinativos, religiosos e personativos, através dos nomes próprios representativos, ou de nomes locativos de
origem, e se chegou ao fato concreto de que potencialmente há para cada nome próprio um derivado”.
42
SILVA, Eliane Moura. Gênero, religião, missionarismo e identidade protestante norte-americana no Brasil ao
final do século XIX e inícios do XX. Mandrágora, São Bernardo do Campo, ano XIV, n. 14, p. 31-32, 2008.
43
CARBONELL, Charles-Olivier. Historiografia. Lisboa: Teorema, 1992, p. 6.
35
44
VELHO, Otávio. Globalização: antropologia e religião. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/mana/v3n1/2458.pdf>.
Acesso em: 01 mar. 2010.
45
ARRUDA, J. J.; TENGARRINHA, J. M. Historiografia luso-brasileira contemporânea. Bauru: EDUSC, 1999, p.
11.
46
MADDOX, Randy L.; RUNYON, Theodore. Rethinking Wesley's Theology for Contemporary Methodism.
Michigan: Kingswood Books, 1998, p. 213. Texto original: “From the time of his death through the nineteenth
century the vast majority of publications dealing with Wesley fit in the category of biography. Far from being
detached scholarly accounts, these biographies were typically triumphalist panegyrics and/or defenses of
Wesley”.
36
Por uma parte, o século XVIII é um século de alta geral dos preços
[...], é ainda o século das grandes fortunas edificadas sobre o ouro
do Brasil, a prata mexicana, do açúcar e do rum das ilhas, do
algodão da América e da Índia, tudo isso extraído do trabalho dos
povos colonizados. [...] Constata-se, contudo, que o século XVIII,
especialmente nos países mais avançados como a Inglaterra, vê
desaparecer senão a carestia e a falta de pão, pelo menos as
fomes mortais.47
Tudo isso acabou modelando uma nova sociedade, com tensões próprias, e
certamente esses períodos proporcionam ambiguidades sociais. Assim como o
século XVIII promove fome e crise social, ele também proporciona acúmulo de
riquezas, como analisado por Santiago.
47
SANTIAGO, Theo. Do feudalismo ao capitalismo: uma discussão histórica. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2006,
p. 48.
48
RENDERS, Helmut. O metodismo nascente como Movimento. Revista Caminhando, São Bernardo do Campo,
v. 9, n. 1, p. 121-136, jan./jun. 2005.
49
RENDERS, O metodismo nascente como Movimento, p. 134.
37
50
SOUZA, José Carlos de. Introdução a Wesley. In: ______ (Org.) Wesley. São Paulo: Editeo; CEDI, 1991 (Série
Leituras da Bíblia: Wesley), p. 12-13.
51
SOARES, Luiz Carlos. A Albion revisitada: ciência, religião, ilustração e comercialização do lazer na Inglaterra
do século XVIII. Rio de Janeiro: 7Letras; FAPERJ, 2007, p. 80.
52
REILY, Duncan A. Wesley e sua Bíblia. São Bernardo do Campo: Editeo, 1997, p. 25.
38
O movimento metodista do século XVIII nasce com uma base sólida no que
diz respeito à Responsabilidade Social como fruto do amor e da nova vida. Essa
atitude tinha no seu núcleo uma resposta da fé às crises sociais que o povo inglês
já enfrentava há muito tempo. A Inglaterra, desde o século XIV, tinha cunhado o
conceito de Welfare State (Estado de Bem-Estar) e por “perceberem que a
caridade cristã não daria conta de controlar a miséria generalizada”,53 com base
neste conceito aprovam leis de proteção aos pobres (Poor Laws).
53
PEREIRA, Potyara A. P. Política social: temas e questões. São Paulo: Cortez, 2008, p. 65.
54
Ibidem, p. 68.
55
BORGES, Célia Maia. Escravos e libertos nas irmandades do Rosário: devoção e solidariedade em Minas
Gerais – séculos XVIII e XIX. Juiz de Fora: UFJF, 2005, p. 102.
56
DIGGINS, John Patrick. Max Weber: a política e o espírito da tragédia. São Paulo: Record, 1999, p. 163.
39
57
CAMBI, Franco. História da pedagogia. São Paulo: Unesp, 1999, p. 440-441.
58
REILY, Duncan Alexander. A influência do metodismo na reforma social na Inglaterra no século XVIII. São
Paulo: Junta Geral de Ação Social, 1953, p. 3.
59
Cf. RAUSCHENBUSCH, Walter. A Theology for the Social Gospel. New York: Macmillian, 1917 [New York:
Westminster John Knox Press, 1997]. O termo Evangelho Social (Social Gospel) foi cunhado por teólogos
protestantes no final do século XIX como oposição às práticas capitalistas da época. A tese central deste
movimento é o ser humano como guardião do próximo. Os principais articuladores desse movimento foram
Washington Lis (1836-1918) e Walter Rauschenbusch (1861-1918).
40
60
WESLEY, John. Obras de Wesley. Tomo VII. Editor General: Justo González. Franklin: Providence House
Publishers, 1996-1998 (Edición auspiciada por Wesleyan Heritage Foundation), p. 99-128.
61
HALÉVY, Élie. A History of the English People in the Nineteenth Century. Vol. 4. California: California
University Press, 1951.
62
BARBOSA, José Carlos. Negro não entra na igreja: espia da banda de fora. Protestantismo e escravidão no
Brasil Império. Piracicaba: Unimep, 2002, p. 221.
63
RENDERS, O metodismo nascente como Movimento, p. 133.
41
64
ALONSO, Angela. Joaquim Nabuco: os salões e as ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 153.
65
MATHISEN, Robert R. Critical Issues in American Religious History. Waco: Baylor University Press, 2001, p.
206. Texto original: “Above all, women were especially likely to engage in acts of practical benevolence, which
demonstrated their obedience to God´s law. Phoebe Palmer herself was a pioneer in urban philanthropy,
establishing a mission in Five Points, New York City´s most notorious slum, and dispensing assistance to
inmates in New York´s Tombs prison”.
66
BARBIERI, Sante Uberto. Aspectos da pobreza humana. São Bernardo do Campo: Imprensa Metodista, 1980,
p. 9.
67
Ibidem, p. 24.
42
Portanto, vale apontar que a Inglaterra, desde o século XVI, enfrenta tensões
religiosas e, já em 1535, na reforma do Parlamento, “estabeleceu uma forma
Erastina de governo, isto é, proclamaram Henrique VIII como cabeça tanto da
Igreja como do Estado”.72 Logo a seguir, surge o Movimento Puritano73; depois, o
Movimento dos Quakers74. Estes e outros movimentos articularam o campo
religioso inglês. Isso proporcionou um ambiente de tensões definido como “um
período de liberdade religiosa, de acordo com a opinião de um número cada vez
maior de pessoas, havia resultado no surgimento de um fanatismo religioso”.75
Certamente tal cenário exerce influência sobre os Wesley e sobre as suas relações
com os seus pregadores e movimento.
72
HEITZENRATER, Wesley e o povo chamado metodista, p. 5.
73
Cf. BREMER, Francis J. The Puritan Experiment: New England Society from Bradford to Edwards. New
England: University Press of New England, 1976, p. 1: “Em 06 de fevereiro de 1556 no reinado de Queen Mary,
o bispo John Hooper foi trazido para Glouchester, a sede da sua diocese, onde foi queimado na fogueira”. Esse
movimento valorizava a pregação bíblica como a verdadeira lei de Deus e por isso propunha reformas na Igreja
e no Estado inglês. A partir de 1600, os puritanos ganharam força no Parlamento e os conflitos com a Igreja da
coroa se aprofundaram.
74
Cf. MORA, José Ferrater. Dicionário de filosofia. Tomo IV (Q-Z). São Paulo: Loyola, 2004, p. 2422: “A principal
doutrina é a da ‘luz interior’. Outras doutrinas são: oposição à predestinação, a idéia de que o homem pode
vencer o pecado se segue por si mesmo a revelação cristã, a idéia de que a crença religiosa quaker é assunto
de responsabilidade exclusivamente pessoal. Além disso, os quakers defenderam o valor da palavra
empenhada e a completa sinceridade”.
75
HEITZENRATER, Wesley e o povo chamado metodista, p. 13.
76
METHODISTS. Webster´s Quotations, Facts and Phrases. New York: ICON Group International, 2008, p. 128.
44
Quando Arturo Lake, bispo de Bath e Wells, descobriu que uma das
pregadoras era de sua própria diocese, desencadeou uma fúria e
uma venenosa ira sobre seu rebanho errante. Certamente vocês se
têm mostrado indignos de ser homens e tão débeis a ponto de ser
estudantes de uma mulher.79
77
HEITZENRATER, op. cit., p. 329.
78
CHILCOTE, Paul Wesley. Ella ofreció a Cristo: el legado de las mujeres predicadoras en el metodismo
primitivo. Nashville: Abingdon Press, [s.d.], p. 9.
79
Ibidem, p. 11.
45
Diante dos desafios dos Wesley para com o movimento, isso significava um
compromisso de submissão a Cristo. E na organização das sociedades, classes e
bands, Graciela Murray se destaca como uma líder modelo83 do movimento. Sobre
Graciela Murray, Chilcote afirma:
80
REILY, Duncan Alexander. Suzana Wesley: a mãe do metodismo. Revista Voz Missionária, São Paulo: II
Trimestre 1999.
81
HEITZENRATER, Wesley e o povo chamado metodista, p. 25-26.
82
Ibidem, p. 193.
83
CHILCOTE, Ella ofreció a Cristo, p. 34.
84
Ibidem, p. 35.
46
85
KIENZLE, Beverly Mayne; WALKER, Pámela J. (Ed.). Women Preachers and Prophets: through Two Millennia
of Christianity. Los Angeles: University of California Press, 1998. Este livro trata da discriminação das mulheres
como pregadoras. A texto analisa as pregadoras “oficiais” e “oficiosas” no mundo cristão. A relevância do
estudo está na compreensão de vocação “chamada divina” para pregar ou no “chamado institucional” na
organização eclesiástica nos processos de ordenação. O livro analisa o papel de várias mulheres no século
XX, dentre elas Bárbara Ruckle Heck.
86
NASCIMENTO, Amós. John Wesley, o Iluminismo e a educação metodista na Inglaterra. Revista de Educação
do COGEIME, Piracicaba, ano 12, n. 22, p. 89, jun. 2003.
87
Ibidem, p. 95.
47
educação e as obras sociais. Francke foi considerado o “pai” da virtude social. Ele
“fundou famoso orfanato, o qual, ao tempo de sua morte, abrigava cento e trinta e
quatro crianças”.88
91
LAW, William. A Serious Call to a Devout and Holy Life. Newcastle: J. Backer Printer, 1845. Texto original:
“And as the only end of the physician is to restore nature to its own state, so the only end of education is to
restore our rational nature to its proper state. Education, therefore, is to be considered as a reason borrowed at
second-hand, which is, as far as it can, to supply the loss of original perfection. And as physic may justly be
called the art of restoring health, so education should be considered in no other light, than as the art of
recovering to man the use of his reason”.
92
Expressão para designar, de modo geral, a todos os metodistas de um determinado local, os quais, quando se
reuniam, evitavam utilizar o termo ”igreja”, a fim de não darem a impressão de que estavam competindo com a
Igreja paroquial da localidade (Cf. Heitzenrater).
93
Cada metodista era membro de uma classe, um grupo com mais ou menos doze membros, e tendo um líder
(guia). Reuniam-se semanalmente para oração, estudo bíblico e companheirismo, exame de consciência. Era
um grupo de apoio a pessoas arrependidas e que buscavam a fé pessoal (Cf. Heitzenrater).
94
HEITZENRATER, Wesley e o povo chamado metodista, p. 118.
95
Literalmente significa “banda”, no sentido de pequeno grupo. Tem uma semelhança com as classes menores
(além do líder, mais ou menos seis pessoas do mesmo sexo). Para ser membro era preciso ter experiência
pessoal de fé, solicitar admissão, concordar com uma total franqueza, para ouvir e falar, nas conversações
grupais (Cf. Heitzenrater).
96
McDONALD, W. El Wesley del Pueblo. México: Casa Unida de Publicaciones, 1985.
49
missionário. Renders afirma que, “sem ela, como sua parte integrante, a
soteriologia será incompleta”.97
97
RENDERS, Helmut. Andar como Cristo andou: a salvação social em John Wesley. São Bernardo do Campo:
Editeo, 2010, p. 303.
98
PIEDRA, Evangelização protestante na América Latina.
99
MENDONÇA; VELASQUES FILHO, Introdução ao protestantismo no Brasil, p. 31.
50
104
SOUZA, José Carlos de. Leiga, ministerial e ecumênica: a Igreja no pensamento de John Wesley. São
Bernardo do Campo: Editeo, 2009, p. 222.
105
PIEDRA, Evangelização protestante na América Latina, p. 20.
106
BARBOSA, José Carlos. Salvar & educar. Piracicaba: CEPEME, 2005, p. 45.
52
107
NEILL, Stephen. História das missões. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 1989, p. 566.
108
MENDONÇA, Antonio Gouvêa. O movimento ecumênico no século XX - algumas observações sobre suas
origens e contradições. Tempo e Presença Digital, ano 3, n. 12. Disponível em:
<http://www.koinonia.org.br/tpdigital/detalhes.asp?cod_artigo=236&cod_boletim=13&tipo=Artigo>. Acesso em:
02 mar. 2010.
109
Extratos da Constituição do CMI. In: BOYER, C.; BELLUCCI, D. (Org.). Unità cristiana e movimento
ecumenico, p. 86-89, doc. 18 apud VERCRUYSSE, Jos. Introdução à teologia ecumênica. São Paulo: Loyola,
1998, p. 50.
53
110
PIEDRA, Evangelização protestante na América Latina, p. 159.
111
WIRTH, Lauri Emilio. Protestantismos latino-americanos: entre o imaginário eurocêntrico e as culturas locais.
Revista Estudos de Religião, ano XXII, n. 34, p. 105, jan./jun. 2008.
112
PIEDRA, Evangelização protestante na América Latina, p. 122.
113
CUNHA, Magali do Nascimento. Quando a vida supera as fronteiras. Revista Caminhando, São Bernardo do
Campo, v. 12, n. 19, p. 121, jan./jun. 2007.
54
114
DREHER, Martin Norberto. A igreja latino-americana no contexto mundial. São Leopoldo: Sinodal, 1999, p.
195.
115
Cf. CÉSAR, Ely Eser Barreto. Por que o Plano para a Vida e Missão falou? Revista Caminhando, São
Bernardo do Campo, v. 12, n. 20, p. 58, jul./dez. 2007. O Plano Vida e Missão foi acolhido, em seu tempo,
pelas lideranças de um corpo eclesial em profunda crise como uma resposta promissora.
55
116
Do relatório do encontro apud HORTAL, Jesus. “CESE”. In: Guia ecumênico: informações, normas e diretrizes
sobre ecumenismo. 3. ed. São Paulo: Paulus, 2003 (Estudos da CNBB, 21), p. 82s.
117
RIBEIRO, Claudio de Oliveira; LOPES, Nicanor. 20 anos depois: a vida e a missão da Igreja em foco. São
Bernardo do Campo: Editeo, 2002.
118
CUNHA, Magali do Nascimento. Tempo de nostalgia ou de recriar utopias? Um olhar sobre os anos de 1980
vinte anos depois. In: Ibidem, p. 43.
119
CÉSAR, Por que o Plano para a Vida e a Missão falhou?, p. 59.
56
120
MENDONÇA; VELASQUES FILHO, Introdução ao protestantismo no Brasil, p. 69.
121
Cf. HILSDORF, Maria Lúcia Spedo. História da educação brasileira: histórias. São Paulo: Thompson, 2003, p.
43.
57
122
MENDONÇA, O movimento ecumênico no século XX, p. 73.
123
KENNEDY, L. James. Cincoenta annos de methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928, p.
13.
124
BARBOSA, Salvar & educar, p. 12.
125
REILY, Duncan A. História documental do protestantismo no Brasil, p. 81-82.
58
Apesar da permanência de Pitts no Brasil ter sido breve, suas ações foram
eficazes. Com a chegada de Spaulding, em 29 de abril de 1836 126, a tríade
missiológica — Responsabilidade Social, Pregação e Educação — fica evidente. Já
em maio ele organiza a primeira Escola Dominical Metodista no Brasil, bem como o
projeto da abertura de uma escola que, segundo Barbosa, não era sua iniciativa,
mas “alguns amigos recomendaram e até pediram que abrisse uma escola,
alegando que faltava na cidade uma escola de qualidade”.127 — certamente
envolvidos pelo espírito metodista norte-americano nas questões da
Responsabilidade Social:
126
BARBOSA, op.cit., p. 13.
127
Ibidem, p. 14.
128
PERROTTI, Edmir. Confinamento cultural, infância e leitura. São Paulo: Summus, 1990, p. 48.
129
BARBOSA, Salvar & educar, p. 19.
130
LONG, Eula Lee Kennedy. Do meu velho baú metodista. São Paulo: Junta Geral de Educação Cristã; Igreja
Metodista, 1968, p. 16.
131
REILY, História documental do protestantismo no Brasil, p. 84.
59
132
Ibidem, p. 88.
133
MENDONÇA, O movimento ecumênico no século XX, p. 44.
134
Cf. BARBOSA, Salvar & educar, p. 25.
135
Ibidem, p. 31.
60
136
Ibidem, p. 33.
137
SIQUEIRA, Mirella Loterio. Entidades religiosas e política de atendimento a Infância e adolescia: reflexões
sobre os desafios de efetivação do Estatuto da Criança e Adolescente. In: Libertas: Revista Eletrônica do
Programa de Pós Graduação em Serviço Social, Juiz de Fora, v. 2, n. 2, p. 79, jul. 2008.
138
SILVA, Livingstone dos Santos. Instituto Central do Povo – 100 anos em Missão [WAY, Anita Betts. Instituto
Central do Povo – 100 anos em Missão. São Paulo: Umesp, 2006]. In: Revista de Educação do COGEIME,
Piracicaba, ano 15, n. 29, p. 100, dez. 2006.
61
139
SILVA, L. S., Instituto Central do Povo, p. 101.
140
CUNHA, A explosão gospel, p. 37.
62
141
DREHER, Martin N. A crise e a renovação da igreja no período da Reforma. São Leopoldo: Sinodal, 1996,
p.98.
142
Cf. HILSDORF, História da educação brasileira, p. 43.
143
BAÉZ CAMARGO, Gonzalo. Gênio e espírito do metodismo wesleyano. São Bernardo do Campo: Imprensa
Metodista, 1986, p. 6.
63
148
MENDONÇA, Antonio Gouvêa. Gênese dos protestantismos brasileiros. Lusotopie, p. 299-306, 1998.
Disponível em: <http://www.lusotopie.sciencespobordeaux.fr/somma98.html>. Acesso em: 05 abr.2010.
149
ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 19 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 8.
150
MÍGUEZ BONINO, José. Metodismo: releitura latino-americana. São Bernardo do Campo: Editeo; Piracicaba:
Unimep, 1983, p. 4.
151
METHODIST EPISCOPAL CHURCH. Minutes. Boston: New England Conference, 1868, p. 29: “That we
believe the Woman's Foreign Missionary Society of the Methodist Episcopal Church to be an agency well
calculated to increase the interest of the Church in the Missionary enterprise and to render important assistance
in the work of the church”.
65
152
MESQUIDA, Hegemonia norte-americana e educação protestante no Brasil, p. 147.
153
MESQUIDA, Hegemonia norte-americana e educação protestante no Brasil, p. 105.
154
MESQUITA, Zuleica. Evangelizar e civilizar: cartas de Martha Watts (1881-1908). Piracicaba: Editora Unimep,
2001, p. 17.
66
Vale ressaltar, segundo os relatos de Watts, que ela era muito observadora e
sempre procurava estar presente em todos os acontecimentos e festejos religiosos
da cidade para se contextualizar e se sentir segura de cada passo que deveria dar.
155
Ibidem, p. 22.
156
MESQUITA, Evangelizar e civilizar, p. 26.
67
Figura 1 — Primeira página do livro de matriculas aberto por Martha Hite Watts, em 1881.
157
Fonte: ELIAS, Vieram e ensinaram, p. 58.
157
ELIAS, Beatriz Vicentini. Vieram e ensinaram (Colégio Piracicabano, 120 anos). Piracicaba: Editora Unimep,
2001.
158
ALMEIDA, Jane Soares de. Ler as letras: por que educar meninas e mulheres? São Bernardo do Campo:
Universidade Metodista de São Paulo; Campinas: Autores Associados, 2007, p. 154.
68
159
Ibidem, p. 154.
160
BOAVENTURA, Elias. El papel del metodismo em la educación brasileña – contexto actual. In: DUQUE, Jose
(Org.). La tradición protestante em la teologia latinoamericana. Primer intento: lectura de la tradición metodista.
San Jose: DEI, 1983. Texto original: “Nuestro sistema educacional es dicriminatorio, elitista, pretende mantener
las especificaciones sociales existentes y hasta profundizarias y em nada han contribuido para la
transformación social que se desea”.
69
161
NARDI, Roberto (Org.). Educação em ciências: da pesquisa à pratica docente. São Paulo: Escrituras Editoras,
2003, p. 37.
162
CUNHA, A explosão gospel, p. 65.
CAPÍTULO 2
AS INFLUÊNCIAS DA TRÍADE —
RESPONSABILIADE SOCIAL, PREGAÇÃO E
EDUCAÇÃO — NO PROJETO MISSIONÁRIO
METODISTA BRASILEIRO
1
FISCHER, Joachim H. Reforma: renovação da Igreja pelo evangelho. São Leopoldo: Sinodal, 2006, p. 16.
71
5
MENDONÇA, Antonio Gouvêa. O celeste porvir: a inserção do protestantismo no Brasil. 3 ed. São Paulo:
Edusp, 2008, p. 72.
6
RIBEIRO, Claudio de Oliveira. Por uma eclesiologia metodista brasileira. Revista Caminhando, São
Bernardo do Campo, v. 9, n. 1, p. 44, 2004.
7
LIENHARD, Mac. Martim Lutero: tempo, vida, mensagem. São Leopoldo: Sinodal, 2003, p. 309.
73
8
NEILL, História das missões, p. 566.
9
MENDONÇA, Antonio Gouvêa. O movimento ecumênico no século XX - algumas observações sobre suas
origens e contradições. In: Revista Tempo e Presença Digital, ano 3, n. 12. Disponível em:
<http://www.koinonia.org.br/tpdigital/detalhes.asp?cod_artigo=236&cod_boletim=13&tipo=Artigo>. Acesso
em: 02 mar. 2010.
10
Extratos da Constituição do CMI. In: BOYER, C.; BELLUCCI, D. (Org.). Unità cristiana e movimento
ecumenico, p. 86-89, doc. 18 apud VERCRUYSSE, Jos. Introdução à teologia ecumênica. São Paulo:
Loyola, 1998, p. 50.
74
11
PIEDRA, Arturo. Evangelização protestante na América Latina. São Leopoldo: Sinodal; CLAI, 2006, p. 159.
12
Ibidem, p. 13.
75
Esta ação do metodismo dos EUA permitiu que, em 1835, fosse enviado
para o Brasil o primeiro missionário, Fountain Elliot Pitts, com objetivo de
observação do campo.
Pitts foi comissionado pelo bispo James Osgood Andrew para uma viagem de
reconhecimento da América do Sul. As cidades escolhidas foram: Rio de Janeiro
(Brasil); Montevidéu (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina).16 Pitts atuou como um
13
Cf. SALVADOR, José Gonçalves. História do metodismo no Brasil. São Bernardo do Campo: Imprensa
Metodista, 1982.
14
REILY, Duncan Alexander. História documental do protestantismo brasileiro. São Paulo: ASTE, 1984, p. 80.
15
BARBOSA, Jose Carlos. Salvar & educar. Piracicaba: CEPEME, 2005, p. 10.
16
REILY, op. cit., p. 81.
76
“espia”, conforme o conceito de Números 13, 17-18: “Enviou-os, pois, Moisés a espiar a
terra de Canaã; e disse-lhes: Subi por aqui para o lado do sul, e subi à montanha. E
vede que terra é, e o povo que nela habita; se é forte ou fraco; se pouco ou muito”.
Assim foi também o papel de Pitts, que verificou as condições das cidades visitadas
e, com empolgação, em especial por sua estada no Rio de Janeiro, relatou: “já
realizei diversas reuniões e preguei 8 vezes em diferentes residências onde fui
respeitosamente convidado e bondosamente recebido pelo bom povo”. 17
17
SALVADOR, História do metodismo no Brasil, p. 16.
18
Cf. PIEDRA, Arturo. Evangelização Protestante na América Latina: Análise das razões que justificaram e
promoveram a expansão do protestante. São Leopoldo: Sinodal; Equador: CLAI, 2006, pp. 30-57.
19
MÍGUEZ BONINO, José. Rostos do protestantismo latino-americano. São Leopoldo: Sinodal, 2003, p. 119.
20
PITTS, Fountain E. A Defense of Armageddon: or Our Great Country Foretold in the Holy Scriptures.
Baltimore: J. W. Bull, 1859, p. iii.
77
21
PITTS, A Defense of Armageddon, p. iii. Texto original: “The theory of Armageddon, by the Rev. F. E. Pitts,
has been in course of preparation for years. Immense research and mental labor have brought it into being.
Por nearly two years it has been before the public and met the favorable notice of many of the ablest journals
and reviews in America. Learned theologians, civilians and statesmen have freely accredited its truthfulness,
and mathematicians pronounce its chronological argument demonstration. Indeed, almost all who examine it
believe it. The exceptions to this rule are generally found amongst the subjects of the British Crown, or those
who imagine that England, par excellence, is the model of the nations”.
22
YOUNG, Robert Anderson. Reminiscences. Nashville: Publishing House Methodist Episcopal Church,
South, Barbee & Smith, agents, 1900, p. 43. Texto original: “At the opening of the conference session Rev.
Fountain E. Pitts closed the great revival in McKendree Church. The meeting had occupied the three closing
mouths of his pastorate. Over five hundred members had been added to the Church, among whom was
Willian R. Elliston, afterwards so long treasurer of our missionary society. As I was his guest during the
Conference, of course I heard much of the wonderful revival. The pastor conducted it, the pastor did all the
preaching, the pastor led the congregational singing, etc. Fountain E. Pitts was the man”.
78
23
BARBOSA, Salvar & educar, p. 13.
24
TRACY, Joseph at al. History of American Missions to the Heathen: from Their Commencement to the
Present Time. Worcester: Sponner & Howland, 1840, p. 559. Texto original: “Mr. Spaulding, on arriving,
found sufficient encouragement to enter immediately on his missionary labors. He formed a small society,
and commenced regular preaching. He wrote, July 4th, 1836, that his prospects were exceedingly
encouraging—the congregation increasing— Sabbath School established, and good impressions apparently
made on many minds. He consented to open a day school, and commenced preaching on board English and
American ships, distributing Bibles and tracts. Reports that a way was opened for spreading Portuguese
Bibles, and they were introduced into schools—Wrote for the Board to send a female teacher qualified to give
a finished education. As more help was needed for an efficient mission, Mr. Daniel P. Kidder was appointed
to assist Mr. Spaulding in his arduous labors. Mr. Kidder, his wife, together with a male and female teacher
sailed from Boston on the 12th of November 1837, and arrived and entered on their work with cheerfulness
and diligence”.
79
escola, que teve seu início no bairro da Glória e depois se mudou para o Engenho
Velho. Essa mudança se dá por ocasião da transferência da família Kidder para o
Engenho Velho, local este de concentração dos imigrantes norte-americanos.25 Tal
fato indica que a pregação e a educação representam ações inseparáveis neste
primeiro momento missionário do metodismo brasileiro.
Porém, a escola terá uma vida muito curta. Em menos de seis meses
Spaulding anuncia que McMurdy havia renunciado ao papel de professor na
escola metodista e estava se preparando para retornar aos EUA.
25
Cf. KIDDER, Daniel P.; FLETCHER, J. C. O Brasil e os brasileiros: esboço histórico e descritivo. Rio de
Janeiro: Companhia Editora Nacional, 1941, p. 127-128: “Nossa mudança para o Engenho Velho foi
motivada pelo fato de quási tôdas as famílias norte-americanas residentes no Rio de Janeiro estarem lá
instaladas, e, por isso, bastante distantes de qualquer culto Protestante”.
26
Ibidem, p. 227-228.
80
27
BARBOSA, Salvar & educar, p. 20.
28
LÉONARD, Émile G. O protestantismo brasileiro. 3. ed. São Paulo: ASTE, 2002, p. 33.
81
hipótese para ação missionária protestante fora dos EUA, que nesta pesquisa se
aplica ao Brasil.
29
LUCCOK, Halford E. Linha do esplendor sem fim. São Paulo: Junta Geral de Educação Crista Igreja
Metodista do Brasil, [s.d.], p. 88.
30
REILY, História documental do protestantismo brasileiro, p. 84.
31
MENDONÇA, O celeste porvir, p. 45-46.
82
Mesmo considerando que cinco anos (abril de 1836 a maio de 1841)32 seja
um curto período da presença metodista no final do século XIX, pode-se
evidenciar, a partir desta análise, que a tríade Responsabilidade Social, Pregação
e Educação está presente no primeiro momento missionário metodista. Se, por um
lado, a motivação missionária tinha como pano de fundo o Destino Manifesto e a
Doutrina Monroe33, por outro, observa-se que os missionários trabalhavam esta
tríade como meta missionária. O envolvimento com a capelania dos marinheiros
revela que, no primeiro momento, essa foi a atividade mais intensa dos
missionários e representa a dimensão da responsabilidade social do movimento
missionário. Não de menor valor é o comprometimento de Spaulding e Kidder com
a abertura da primeira Escola Dominical e a primeira escola secular para crianças,
inicialmente instalada na Rua do Catete34, na Glória e depois no Engenho Velho.
Tais ações educativas comprovam a ênfase na educação religiosa e secular. Não
será diferente quanto ao tema da pregação. O engajamento nesse campo é, sem
dúvida, a ação principal do projeto missionário, em especial no metodismo, que
tem raízes profundas com o tema. Pitts, o espia do metodismo norte-americano,
afirma que em apenas duas semanas pregou oito vezes. 35 Os relatórios da missão
Spaulding revelam: “Imediatamente após a minha chegada, iniciei cultos públicos
na minha residência. A assistência logo aumentou de trinta para quarenta, e assim
fomos obrigados a procurar um lugar maior e mais conveniente”.36
32
BARBOSA, Salvar & educar, p. 22.
33
Cf. PIEDRA, Evangelização protestante na América Latina, p. 27: “Os autores que abordavam esse tema
consideravam que na América Latina eram lembrados os efeitos negativos da Doutrina Monroe e se
rejeitava a leitura oculta da geopolítica norte-americana, que subentendia a frase ‘América para os
americanos’ como ‘América Latina para os Estados Unidos’”.
34
KIDDER, Daniel P. Reminiscências de viagens e permanência no Brasil. Rio de Janeiro; Província de São
Paulo: Senado Federal, 2001, p. 121.
35
REILY, História documental do protestantismo brasileiro, p. 81.
36
Ibidem, p. 83.
83
O mais nobre resultado, que jamais cessou, desde aquele dia até
os dias de hoje, de remediar a culpa, a ignorância, o sofrimento
físico, a degradação social dos perdidos e dos pobres... Produziu
uma nova filantropia que reformou nossas prisões, infundiu
demência e sabedoria às nossas leis penais, aboliu o tráfico de
escravos e deu o primeiro impulso à educação popular.38
37
KEENER, Craig S. Matthew. Downers: InterVarsity Press, 1997 (New Testament Commentary Series), p.
718.
38
ENSLEY, Francis Gerald. John Wesley, o evangelista. São Paulo: Imprensa Metodista, 1960, p. 12.
39
Ibidem, p. 46.
40
REILY, Duncan A. Situações missionárias na história do metodismo. São Bernardo do Campo: Editeo,
1991, p. 9.
84
41
LONG, Eula Lee Kennedy. Do meu velho baú metodista. São Paulo: Junta Geral de Educação Crista; Igreja
Metodista, 1968, p.18.
42
Ibidem, p. 18
43
Cf. BARBOSA, Salvar & educar, p. 17-18: “O Padre Perereca foi o opositor mais radical do metodismo, ele
chegou a escrever três livros recheados de denúncias e acusações, conforme se pode perceber a partir dos
próprios títulos, que são os seguintes: 1) Desagravos do Clero e do Povo Católico Fluminense; ou Refutação
das Mentiras e Calúnias do Impostor que se Intitula Missionário do Rio de Janeiro, e Enviado pela
Sociedade Metodista Episcopal de New York para Civilizar e Converter ao Cristianismo os Fluminenses; 2)
O Católico e o Metodista; ou Refutação das Doutrinas Heréticas que os Intitulados Missionários do Rio de
Janeiro, Missionários de New York tem vulgarizado nessa Corte; 3) Antídoto Católico contra o Veneno
Metodista, ou Refutação do Segundo Relatório do Intitulado Missionário do Rio de Janeiro”.
44
REILY, Situações missionárias na história do metodismo, p. 86.
85
48
BLACKBURN, Robin. A queda do escravismo colonial: 1776-1848. Rio de Janeiro: Record, 2002, p. 117.
49
REILY, Situações missionárias na história do metodismo, p. 87.
50
HARTER, Eugene C. The Lost Colony of the Confederacy. Jackson: University Press of Mississippi, 1985, p.
7. Texto original: “The Reverend Junius C. Newman, pastor of the Methodist church, had tried in vain to
console the window. Now, he took the boys in, sharing with them the little food available to his family.
Sherman's bummers had stolen almost everything they owned, leaving them little more than a few items of
furniture and the clothes on their backs. The union troops had torn up Newman's fences, driven away his
cattle, and stolen the food that was stored on his once thriving plantation. Stunned by these events and the
desolation that overwhelmed Meridian, Newman began his plans for moving his newly enlarged family to a
safer area. The civilian population was almost beyond help. With no place to live and little food to eat, many
sought refuge in the shade of trees or in borrowed tents until they rebuilt or migrated to other parts. Newman
wondered whether life in Brazil, about which he had read, might not be preferable to this living hell that
General Sherman had created”.
87
51
KENNEDY, J. L. Cinqüenta anos de metodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928, p. 16.
52
BARBOSA, Salvar & educar, p. 24.
53
Ibidem, p. 26.
88
54
BARBOSA, José Carlos. Negro não entra na Igreja: espia da banda de fora. Protestantismo e escravidão no
Brasil. Piracicaba: Unimep, 2002, p. 96.
55
SMITH, Julia Floyd. Slavery and Rice Culture in Low Country Georgia, 1750-1860. Knoxville: University of
Tennessee Press, 1991, p. 19. Texto original: “There is no doubt about the benevolent intentions and
reforming zeal of Oglethorpe, thought he himself owned slaves and a plantation in South Carolina. He also
was deputy governor for the Royal African Company that king, parliament, and merchants supported; the
African slave trade was considered "the great pillar and support of the British plantation trade in America".
George Whitefield, the distinguished evangelist who founded Bethesda Orphanage near Savannah, and
James Habersham, a colonial official within the governing body of President William Stephenes, both
strongly supported the movement to make slavery legal in Georgia. Withefield launched Bethesda with
monies received from his investments in land and slaves in South Carolina”.
89
56
GALLAY, Allan. The Origins of Slaveholders Paternalism: George Whitefield, the Bryan Family, and the
Great Awakening in the South. The Journal of Southern History, Athens, GA, v. 53, n. 3, p. 391-392, Aug.
1987: “Whitefield acquired a slave plantation in the mid-1740s, ‘through the bounty of my good friends… in
South-Carolina.’ His ‘eight working hands . . . raised [more] in one year, and with a quarter the expense, than
has been produced at [the] Bethesda [orphan house] for several years last past.’ Whitefield deduced from
this ‘that Georgia never can or will be a flourishing province without negroes.’ The same man who had
argued so cogently against the inhumane treatment of blacks in 1740 had five years later changed his
argument. Admitting that blacks ‘are brought in a wrong way from their own country’ and asserting that the
slave trade was ‘not to be approved of,’ Whitefield believed that the slave trade ‘will be carried on whether we
will [it] or not; I should think myself highly favored if I could purchase a good number of them…’ He
rationalized enslavement by saying it was Christian duty ‘to make their lives comfortable and lay a foundation
for breeding up their posterity.’ Whitefield may have believed that transporting Africans thousands of miles
from their home and enslaving them was justified by the chance to "make their lives comfortable’ and to
convert their children to Christianity, but he still felt the need to deny his responsibility for the legalization of
slavery in Georgia: ‘I had no hand in bringing them into Georgia; though my judgment was for it.’ But once
the act was done, he wrote the Bryans, ‘let us reason no more about it, but diligently improve the present
opportunity for their instruction”.
90
Whitefield justifica sua atitude afirmando que a Georgia não terá como se
desenvolver sem a força dos negros africanos. Como diz Adam Hochschild:
Isso não significa que Whitefield estava abdicando das teses iniciais do
metodismo inglês, que assumiu um formato distinto no processo de inclusão de
todas as classes e raças. Robinson Cavalcanti afirma que certo político trabalhista
inglês certa vez afirmou: “o meu socialismo não procede de Marx, mas do
metodismo”.58 Segundo o pensamento de Cavalcanti, em sua análise sobre o
movimento missionário metodista de caráter estrangeiro, este nunca dissociou o
anúncio das Boas Novas dos cuidados filantrópicos. Porém, é importante destacar
as tensões que o campo religioso enfrenta na fronteira missionária. Assim, vale
ressaltar que Newman, ao chegar à cidade do Rio de Janeiro, em 1867, não
estabelece nenhum trabalho missionário. Conforme relata José Gonçalves
Salvador:
Newman retorna aos EUA para buscar sua família e se estabelece como
proprietário de terras em Saltinho. Esse período sem a organização de uma
57
HOCHSCHILD, Adam. Enterrem as correntes. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 116.
58
CAVALCANTI, Robinson. Cristianismo e política: teoria bíblica e prática. Viçosa/MG: Ultimato, 2002, p. 154.
59
SALVADOR, História do metodismo no Brasil, p. 32.
91
60
SALVADOR, História do metodismo no Brasil, p. 34.
61
EC, 11 de julho de 1901, p. 2.
92
Através das suas cartas, Newman insistiu para que os metodistas norte-
americanos abrissem uma missão em nosso país. Em fevereiro de 1876, cinco
anos após a organização da primeira Igreja Metodista no Brasil, chega John
James Ransom, agora como missionário oficial da Junta de Missões da Igreja
Metodista Episcopal do Sul, despertada através da publicação das cartas nos
jornais metodistas nos EUA. Newman, nomeado Superintendente em 1879,
juntamente com a família, mudou-se para Piracicaba (SP). Após,
aproximadamente, um ano, entre 1879-1880, suas filhas Annie e Mary
organizaram um internato e externato para meninas. O "Colégio Newman" é
considerado a gênese do Colégio Piracicabano, uma das instituições mais
significativas na história da educação metodista em terras brasileiras — o que nos
leva a reafirmar que a segunda missão metodista em terras brasileiras será a
precursora de um sistema educacional inequívoco, reforçando o conceito da tríade
pesquisada neste estudo.
62
BARBOSA, Salvar & educar, p. 28.
63
SALVADOR, História do metodismo no Brasil, p. 38.
93
64
SALVADOR, História do metodismo no Brasil, p. 72 e 78.
65
RUBIN Jr., Louis Decimus. The Wary Fugitives: Four Poets and the South. Baton Rouge: Louisiana State
University Press, 1923, p. 10. Texto original: “If we look at the early career of John Crowe Ransom, we can
see this process almost perfectly exemplified. Ransom was born in Pulaski, Tennessee, in 1888. His father,
John James Ransom, was a Methodist minister, as had been his father before him. Dr. Ransom had served
as a missionary in Latin America. He was known as a scholar and linguist, and he had translated the Bible
into Portuguese”.
66
Cf. SALVADOR, op. cit., p. 43.
94
não optou de imediato por Piracicaba. Antes fez um reconhecimento da região sul
do Brasil, em especial o Rio Grande do Sul, como relata Salvador:
Após suas análises, optou pelo Rio de Janeiro como centro estratégico
para propagar o metodismo, obviamente por ser, na época, o centro político e
econômico do país. Em janeiro de 1878, Ramsom iniciou sua pregação em inglês
e português. O recebimento dos primeiros brasileiros à comunhão da Igreja
Metodista se deu, como afirma Salvador:
67
SALVADOR, História do metodismo no Brasil, p. 37.
68
Ibidem, p. 49.
95
69
SALVADOR, História do metodismo no Brasil, p. 102.
70
Ibidem, p. 67.
96
73
ALMEIDA, Vasny. O metodismo e a ordem social republicana. Revista de Estudos da Religião, São
Bernardo do Campo, ano 3, n. 1, p. 41, 2003.
74
TERCI, Eliana Tadeu. A cidade na primeira república: imprensa, política e poder em Piracicaba. Tese
(Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo,
São Paulo, 1997, p. 290.
75
SANTOS, Lyndon. O protestantismo no advento da República no Brasil: discursos, estratégias e conflitos.
Revista Brasileira de História das Religiões- ANPUH, São Paulo, ano III, n. 8, p. 112, set. 2010.
98
76
SALVADOR, História do metodismo no Brasil, p. 82.
77
Para aprofundamento do tema Escolas Paroquiais recomenda-se a leitura do texto de BOAVENTURA,
Elias; MALUSÁ, Silvana. Escolas paroquiais metodistas. Revista de Educação do COGEIME, São Paulo,
ano V, p. 83-98, dez. 1996.
78
Ibidem, p. 89.
79
ENCYCLOPAEDIA BRITANICA. Or A Dictionary of Arts, Sciences, and Miscellaneous Literature. London:
Archibald Constable and Company, 1823, p. 262. Texto original: “Philanthropy is compounded of two Greek
words which signify the love of mankind. It is therefore of nearly same import with benevolence; and differs
from friendship, as this latter affection subsists only between a few individuals, whilst philanthropy
comprehends the whole species”.
99
somente na religião, mas também de forma intensa nos últimos anos nas
empresas.
80
SALVADOR, História do metodismo no Brasil, p. 79.
81
LONG, Do meu velho baú metodista, p. 62.
100
82
JOSGRILBERG, Rui de Souza. O movimento da autonomia – nasce a “Igreja Metodista do Brasil”, 2 de
setembro de 1930. In: SOUZA, José Carlos de (Org.). Caminhos do metodismo no Brasil: 75 anos de
autonomia. São Bernardo do Campo, Editeo, 2005, p. 12.
83
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. A questão nacional na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, 1990, p.147.
101
84
OLIVEIRA, Cilas Ferraz. Protestante na política: O caso Guaracy Silveira. X Simpósio Internacional –
Processo Civilizador, 1, 2, 3 e 4 de abril, Campinas: Unicamp, 2007. Não paginado.
85
FAUSTO, Boris. Getulio Vargas: o poder e o sorriso. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 36.
86
REILY, Duncan Alexander. Metodismo brasileiro e wesleyano. São Bernardo do Campo: Imprensa
Metodista, 1981, p. 23.
87
REILY, Metodismo brasileiro e wesleyano, p. 23.
102
88
Ibidem, p. 35.
89
JOSGRILBERG, Rui de Souza. A autonomia e a cultura brasileira: Revista Caminhando, São Bernardo do
Campo, v. 10, n.2, p. 47, jul./dez. 2005.
103
90
OLIVEIRA, Cilas Ferraz de. O movimento de autonomia da Igreja Metodista do Brasil. Dissertação
(Mestrado em Ciências da Religião) – Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião, Universidade Metodista
de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2001, p. 106.
91
OLIVEIRA, Cilas Ferraz de. Nunca, na história deste país... a contribuição de Guaracy Silveira ao
Metodismo do Brasil. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Ciências Humanas, Universidade
Metodista de Piracicaba, Piracicaba, 2008, p. 100-101.
104
92
TUCKER, Huch C.; CERILLANES, J. I. Relatório da Comissão de Temperança e Serviço Social. In: Atas do
1° Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1930, p. 40.
93
RENDERS, Helmut. Andar como Cristo andou: a salvação social em John Wesley. São Bernardo do
Campo: Editeo, 2010, p. 24.
94
CONCILIO GERAL DA IGREJA METODISTA. A atitude da Igreja Metodista do Brasil perante o mundo e a
nação. In: Atas do 2° Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil, Porto Alegre, 4 a 19 de janeiro de 1934.
São Paulo: Imprensa Metodista, 1934, p. 96.
105
95
A Doutrina social da Igreja Metodista se expressa no Credo Social. Para aprofundar no tema a 57ª. Semana
Wesleyana promovida pela FaTeo, por ocasião do centenário do Credo Social, debateu o tema e os
registros estão no livro. RENDERS, Helmut (org). Sal da Terra e Luz do Mundo. São Bernardo do Campo:
EDITEO, 2009.
96
SILVEIRA, Guaracy. EC, v. 49, n. 3, p. 12, 24 jan. 1934.
106
97
SERBIN, Kenneth P. Diálogos na sombra: bispos e militares, tortura e justiça social na ditadura. São Paulo:
Companhia das Letras, 2001, p. 84.
98
JAIME, Eduardo Mena Barreto. O evangelismo wesleyano. Expositor Cristão, São Paulo, v. 52, n. 37, p. 2, 4
out. 1938.
107
A nossa Igreja nasceu com este profundo desejo na vida dos seus
fundadores: evangelizar o indivíduo para que o mesmo aceite a
Jesus como seu salvador pessoal, e cresça em santidade,
tornando-se digno e útil da sociedade e do meio em que vive,
como filho de Deus.100
99
ESCOBAR, Samuel. Missiologia evangélica: olhando para o futuro na virada do século. In: TAYLOR, Willian
(Org). Missiologia global para o século XXI. Londrina: Descoberta, 2001, p. 40.
100
SCHWAB, Augusto. Evangelismo. Expositor Cristão, São Paulo, v. 54, n. 42, p. 4, 21 nov. 1939.
101
SOUZA, José Carlos de. Faculdade de Teologia: um passo consistente da Igreja a caminho da autonomia.
In: ______ (Org.). Caminhos do metodismo no Brasil: 75 anos de autonomia. São Bernardo do Campo,
Editeo, 2005, p. 29.
108
102
BOSCH, Missão transformadora, p. 28.
103
MÍGUEZ BONINO, Rostos do protestantismo latino-americano, p. 126.
104
Ibidem, p. 21.
105
BEIRED, José Luiz. Sob o signo da nova ordem: intelectuais autoritários no Brasil e na Argentina. São
Paulo: Loyola, 1999.
109
106
Ibidem, p. 159.
107
Ibidem, p. 160.
108
LIBANIO, João Batista. Os carismas na Igreja do terceiro milênio: discernimento, desafios e práxis. São
Paulo: Loyola, 2007, p. 213.
110
Inglês, nos tempos de Wesley, foi dirigido com “’mão de ferro’ [...] até sua morte
em 1791”.109 Odilon M. Chaves certifica que:
113
SOUZA, José Carlos de. Linha do Tempo: Cronologia abreviada do metodismo brasileiro (1835-2001). In:
RAMOS, Luiz Carlos; SANTOS, Suely Xavier dos; LIMA, Luciano José (Ed.). Anuário Litúrgico 2004. São
Bernardo do Campo: Editeo, 2004, p. 16.
114
Ibidem, p. 16.
115
CONCILIO GERAL DA IGREJA METODISTA. A atitude da Igreja Metodista do Brasil perante o mundo e a
nação. Atas do 6° Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil, Porto Alegre, 12 a 16 de fevereiro de 1950.
São Paulo: Imprensa Metodista, 1950, p. 138-140.
112
116
REILY, Duncan A. Cruzada metodista de evangelização. Expositor Cristão, São Paulo, ano 70, n. 41, p. 1,
13 out. 1955. Os alvos para o período eram: para a EE.DD, 58.200 matriculados (foram alcançados 48.800)
e para novos membros, 45.000 (foram alcançado 40.500).
117
BOAVENTURA; MALUSÁ, Escolas paroquiais metodistas, p. 94.
113
118
OLIVEIRA, José Lisboa Moreira de. Pastoral vocacional e cultura urbana: desafios e perspectivas de
interação. São Paulo: Loyola, 2002, p. 20.
119
LIBÂNIO, João Batista. A vida religiosa na crise da modernidade brasileira. São Paulo: Loyola, 1996, p. 14.
120
GRINGS, Dadeus. A evangelização da cidade: o apostolado urbano. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004, p.
90.
121
MÍGUEZ BONINO, Rostos do protestantismo latino-americano, p. 25-26.
115
122
SAMPAIO, Jorge Hamilton. Os difíceis anos 60 In: SOUZA, José Carlos de (Org.). Caminhos do
metodismo no Brasil: 75 anos de autonomia. São Bernardo do Campo: Editeo, 2005, p. 22.
123
Cf. SAMPAIO, Jorge Hamilton. Sobre sonhos e pesadelos da juventude metodista brasileira nos anos
sessenta. Tese (Doutorado em Ciências da Religião) – Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião,
Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 1998.
124
ANDRADE, Paulo Fernando Carneiro. Fé e eficácia: o uso da sociologia na Teologia da Libertação. São
Paulo: Loyola, 1991, p. 52.
116
vive quanto à sua missão. São essas as palavras do Secretário de Ação Social da
Igreja Metodista:
125
WILLIAMS, Colin W. Igreja, onde estás? Formas dinâmicas do testemunho da Igreja. São Paulo: Imprensa
Metodista, 1968, p. 3.
126
MESQUITA, Zuleica de Castro. Crise da Faculdade de Teologia em 1968 à luz do pensamento de Edgar
Morin. Piracicaba: Atlas, 1997.
117
127
SILVA, Elena Alves. João Parahyba Daronch da Silva. In: SINNER, Rudolf; WOLF, Elias; BOCK, Carlos
Gilberto (Org.). Vidas ecumênicas: testemunhas do ecumenismo no Brasil. São Leopoldo: Sinodal; Porto
Alegre: Padre Réus, 2006, p. 124.
128
MATTOS, Paulo Ayres. Evangelização para a realidade brasileira. Expositor Cristão, São Paulo, ano 80, n.
24, p. 5, 15 dez. 1965.
118
129
HORTAL, Jesús. E haverá um só rebanho: história, doutrina e prática católica do ecumenismo. São Paulo:
Loyola, 1996, p. 194.
130
AÇO, Isac. A evangelização na década de 70. Expositor Cristão, São Paulo, ano 85, n. 19, p. 4, 15 out.
1970.
131
HORTAL, E haverá um só rebanho, p. 194.
119
132
SAMPAIO, Sobre sonhos e pesadelos da juventude metodista brasileira nos anos sessenta, p. 115.
133
PADILHA, Anivaldo. Depoimento de Anivaldo Padilha. In: LOPES, Nicanor. Responsabilidade social e
Terceiro Setor: uma análise crítica da Associação Beneficente Campineira à luz da teologia prática.
Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) – Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião,
Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2003, p. 27.
120
Com todas essas tensões o final desse período não poderia ser outro: frágil
desempenho missionário, desconfiança nos relacionamentos internos da Igreja,
disputas exacerbadas pelos espaços de poder para garantir opiniões antagônicas
e muita fragilidade na concepção teológica de missão. A tríade —
Responsabilidade Social, Pregação e Educação — viveu nessa ocasião uma
dicotomia jamais observada na história do metodismo brasileiro. No caso da
educação, Ely Eser Barreto César assegura:
134
LOPES, Responsabilidade social e Terceiro Setor, p. 28.
135
SAMPAIO, Sobre sonhos e pesadelos da juventude metodista brasileira nos anos sessenta, p. 244.
121
136
CÉSAR, Ely Eser Barreto. O projeto de escola metodista confessional sob a luz da espiritualidade
wesleyana. Revista de Educação do COGEIME, São Paulo, ano 12, n. 22, p. 66, jun. 2003.
137
ARIAS, Mortimer. Salvação hoje. Petrópolis: Vozes, 1974, p. 12.
122
138
SANT’ANA, Júlio de. A Igreja e o desafio dos pobres: tempo e presença. Petrópolis: Vozes, 1980, p. 30.
139
RIBEIRO, Claudio de Oliveira; LOPES, Nicanor (Org.). Vinte anos depois: a vida e a missão da Igreja em
foco. São Bernardo do Campo: Editeo, 2003, p. 12.
140
Cf. SILVA, Geoval Jacinto da. Educação Teológica e Pietismo: a influência na formação pastoral no Brasil,
1930-1980. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2010.
141
Essa frase tornou-se popular no Brasil no período da presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. O escritor
Marcelo Tas publicou livro com este título em 2009, pela editora Panda Books.
123
bases teóricas com tanta clareza de seu projeto missionário. Stanley da Silva
Moraes declara que:
142
MORAES, Stanley da Silva. Uma Igreja que tem coragem de definir sua identidade. Revista de Educação
do COGEIME, São Paulo, ano 12, n. 23, p. 48, dez. 2003.
143
A Terceira Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano foi realizada em Puebla de Los Angeles
(México) no período de 27 de janeiro a 13 de fevereiro de 1979.
144
ALMEIDA, João Carlos. Teologia da solidariedade: uma abordagem da obra de Gustavo Gutiérrez. São
Paulo: Loyola, 2005, p. 168
124
145
Cf. LONGUINI NETO, Luiz. O novo rosto da missão. Viçosa/MG: Ultimato, 2002, p.11: “O movimento
evangelical é uma iniciativa de cristãos e não de igrejas; portanto, trata-se de um movimento de pessoas
[...], tendo como paradigmas: evangelização, fundamentalismo e conscientização”.
146
LONGUINI NETO, O novo rosto da missão, p.185.
147
MORAES, Uma Igreja que tem coragem de definir sua identidade, p. 51.
148
RAMOS, Luiz Carlos. A pregação na idade mídia: os desafios da sociedade do espetáculo para a prática
homilética contemporânea. Tese (Doutorado em Ciências da Religião) – Faculdade de Filosofia e Ciências
da Religião, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2005, p. 70.
125
149
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Vida e missão: decisões do XIII Concílio Geral da Igreja
Metodista. Piracicaba: Unimep, 1982, p. 7.
150
OLIVEIRA, Claudio de Oliveira. Por uma eclesiologia metodista brasileira. Revista Caminhando, São
Bernardo do Campo, v. 10, n. 2, p. 141, jul./dez. 2005.
151
OLIVEIRA, Clory Trindade de. A trajetória da educação metodista PVM e DEIM: 20 anos de história.
Revista de Educação do COGEIME, São Paulo, ano 12, n. 23, p. 117, dez. 2003.
126
152
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA, Vida e missão, p. 9.
153
Cf. BOSCH, Missão transformadora, p. 468: “Desde Willingen, a compreensão da missão como missio Dei
foi adotada praticamente por todas as ramificações cristãs – primeiro pelo protestantismo ligado ao CMI,
mas subseqüentemente, também por outros agrupamentos eclesiásticos, como os ortodoxos orientais”.
154
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA, op.cit., p. 14.
127
155
CÉSAR, Ely Eser Barreto. A visão educacional originada do PVM e das DEIM. Revista de Educação do
COGEIME, São Paulo, ano 12, n. 23, p. 11, dez. 2003.
156
CÉSAR, Ely Eser Barreto; LOPES, Nicanor. Manual de estudos para o Plano para a Vida e Missão (14
estudos). Piracicaba: Agentes da Missão, 1992, p. 6
157
Ibidem, p. 6
128
A dimensão da ação fora dos limites do templo ou fora das quatro paredes
do templo dá origem ao Programa Agentes da Missão que, assim como na
construção do PVM, criou um Plano Diretor Missionário e, inspirado neste
158
Cf. COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Carta pastoral: servos/as, sábios/as, santos/as,
solidários/as. São Paulo: Imprensa Metodista, 1989. A publicação desta Carta Pastoral se deu em 1989,
porém o Colégio Episcopal se reuniu nos dias 20 e 21 de dezembro de 2005, com o propósito de dar
continuidade ao preparo do 18º Concílio Geral. Na reunião, recebeu o resultado da Avaliação Nacional e
aprofundou sua reflexão sobre o eixo definido para o Concílio, que é “eclesiologia cristã e metodista”. E o
bispo Adriel de Souza Maia produziu um Manual de Estudos com o título “Pistas para aprofundamento da
compreensão da Carta Pastoral do Colégio Episcopal: Servos/ Servas/ Santos/ Santas/ Sábios/ Sábias/
Solidários/ Solidárias”. Assim a Igreja pôde ampliar sua compreensão sobre o tema.
159
MAIA, Adriel de Souza. Pistas para aprofundamento da compreensão da Carta Pastoral do Colégio
Episcopal: Servos/ Servas/ Santos/ Santas/ Sábios/ Sábias/ Solidários/ Solidárias. São Paulo: Imprensa
Metodista, 2006, p. 5
129
160
MANUAL MISSIONÁRIO DO POVO METODISTA. Piracicaba: Editora Agentes da Missão, 1988 (Coleção
Dons e Ministérios), p. 7-23.
161
COLÉGIO EPISCOPAL. Mensagem do Colégio Episcopal da Igreja Metodista ao Encontro Nacional de
Pastores e Pastoras. EC, São Paulo, p. 6, out. 1998.
130
162
COLÉGIO EPISCOPAL, Atas e Documentos do 18° Concílio Geral. São Paulo: IM, 2006, p. 22.
131
Esse período, dos anos de 1980 até a virada do século (2000), foi marcado
por reações positivas na nova dinâmica missionária da Igreja. A tríade —
Responsabilidade Social, Pregação e Educação — estava em perfeita sintonia. Os
relatórios oficiais revelavam esse ufanismo. Os testemunhos nos periódicos da
Igreja também reafirmam a dinâmica do PVM e Dons e Ministérios. Porém, assim
como as influências externas que motivaram as mudanças internas na Igreja nos
anos 1980, como visto no quadro elaborado por Cunha, as influências do final do
século XX não pouparão a Igreja, como demonstra o novo quadro:
O Brasil experimenta o ajuste às políticas A Igreja Metodista recebe forte influência dos
neoliberais e a crise das esquerdas e dos movimentos pentecostais e de avivamento
movimentos sociais religioso e do movimento gospel em
ascensão
Visibilidade da globalização econômica e no O avanço da implantação de Dons e
campo das comunicações Ministérios
Maior crescimento numérico em relação às
A prática e a lógica da exclusão social décadas anteriores
Maior clericalização e menor participação
Reforço do individualismo e da competição leiga nos níveis decisórios da Igreja, em
como valores sociais especial no plano local
Desenvolvimento da Teologia da
Crise no “socialismo real” e nos movimentos Prosperidade e da Guerra Espiritual
sociais Busca de maior presença da Igreja na mídia
Crise no ministério pastoral com os diversos
Despolitização dos setores populares e da modelos de ingresso no pastorado e
juventude banalização da ordem presbiteral
Crise de liderança em todos os níveis da
Reforço da cultura de violência Igreja; maior politização do encargo
episcopal — bispos que representam
Desarticulação dos movimentos populares e tendências
fortalecimento das propostas neoliberais Fortalecimento da “política de ascensão” e
da competição entre os pastores
Desinteresse do povo pelos processos Ausência de um projeto missionário
políticos e eleitorais coerente com os documentos da Igreja e
fechamento para os temas sociais
163
COLÉGIO EPISCOPAL, Atas e Documentos do 18° Concílio Geral, p. 22.
132
164
CUNHA, A explosão gospel, p. 176.
165
CÉSAR, Ely Eser Barreto. Por que o Plano para a Vida e Missão falhou? Revista Caminhando, São
Bernardo do Campo, v. 12, n. 20, p. 59, jul./dez. 2007.
133
166
BORELLI, Viviane (Org.) Mídia e religião: entre o mundo da fé e o do fiel. Rio de Janeiro: E-papers, 2010,
p. 112.
167
STOLL, David. Is Latin America Turning Protestant? The Politics of Evangelical Growth. Los Angeles:
University of California Press, 1990, p. 153. Texto original: “Jimmy Swaggart's impact on popular
consciousness was unclear. But he attacked the Catholic Church more openly than other major evangelists
did, and his view of the politics of the regions was simple one, derived mainly from rhetoric about the evil
empire. As result, the religious right regarded Swaggart as its strongest bulwark against communism in Latin
America. In 1987, he was received by President José Napoleon Duarte in El Salvador and General Augusto
Pinochet in Chile”.
168
Sobre esse assunto, veja RAMOS, A pregação na idade mídia, p. 80-92.
134
169
MARIANO, Ricardo. Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. 2. ed. São Paulo:
Loyola, 2005, p. 47.
170
Ibidem, p. 52.
171
Ibidem, p. 170.
172
Ibidem, p. 61.
135
173
RIBEIRO, Claudio de Oliveira. O Plano para a Vida e a Missão Morreu? Reflexões sobre a ação
evangelizadora e os desafios missionários da Igreja Metodista em terras brasileiras. Revista Caminhando,
São Bernardo do Campo, v. 12, n. 20, p. 81-82, 2007.
CAPÍTULO 3
MAPEAMENTO DAS AÇÕES MISSIONÁRIAS DA
IGREJA METODISTA
periódicos regionais não alimentarão a pesquisa, como já dito, elas devem ser
analisados dentro da dimensão própria da apologia metodista regionalizada.
1
GAARDER, Jostein. O Livro das religiões. São Paulo: Cia. Das Letras, 2000, p. 306.
2
Ibidem, p. 306.
138
3
Cf. DREHER, Martin Norberto. Imigrações e história da Igreja no Brasil. Aparecida: Santuário, 1993.
4
Cf. KENNEDY, James L. Cincoenta annos de methodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1928.
139
5
CENNI, Franco. Italianos no Brasil. 3. ed. São Paulo: EDUSP, 2003, p. 49.
6
BARBOSA, Maria de Fátima Medeiros. As letras e a cruz: pedagogia da fé e estética religiosa na experiência
missionária de José de Anchieta. Roma: Edrice Pontificia Università Gregoriana, 2006, p. 157.
7
CENNI, op. cit., p. 50-51.
140
Atividade: Frequência:
8
KENNEDY, Cincoenta annos de methodismo no Brasil, p. 7.
9
REILY, Duncan A. História documental do protestantismo no Brasil. São Paulo: ASTE, 1984, p. 81.
141
Atividade: Frequência:
10
REILY, História documental do protestantismo no Brasil, p. 88.
11
LONG, Eula Kennedy. Do meu velho baú metodista. São Paulo: Junta Geral de Educação Cristã; Igreja
Metodista, 1968, p. 36.
142
Atividade: Frequência:
Membros 66 (60 membros estrangeiros e 6
brasileiros)
Escola Dominical 4 (2 no Rio de Janeiro; 1 em Santa
Barbara e 1 em Piracicaba)
Igrejas organizadas 3
Escola diária Colégio Piracicabano
Fonte: KENNEDY, Cincoenta annos de methodismo no Brasil, p. 23.
Atividade: Frequência:
12
Cf. KENNEDY, Cincoenta annos de methodismo no Brasil, p. 16.
13
Ibidem, p. 22.
143
Tabela 8 — Mapeamento da missão metodista no Brasil: Primeira Conferência Anual Brasileira (1886)
Igrejas 2 2
14
GIROLETTI, Domingos. Industrialização de Juiz de Fora: 1850-1930. Juiz de Fora: EDUFJF, 1988, p. 24.
15
O termo Conferência Anual é uma herança do movimento metodista inglês. Wesley, em sua eclesiologia,
organizou a Igreja de tal forma que anualmente os líderes constituíam um fórum de debate e avaliação das
ações missionárias. No Brasil o termo foi utilizado do início até a autonomia (1930) e, daí para frente, uma
tradução mais livre denominou esta reunião de concílio.
144
Há relatos de que a Igreja Metodista Episcopal (norte dos EUA), por meio de
um programa denominado missão de autossustento, estabeleceu um projeto
missionário no norte do Brasil. Esse formato de missão foi liderado por William
Taylor18 que, em 1879, publicou o livro “Pauline Methods of Missionary Work”. Sua
tese principal é a designação missionária para obreiros metodistas para outros
continentes, porém sem a responsabilidade do sustento. Os obreiros designados
deveriam prover a sua subsistência. Esse conceito gerou um conflito na Junta
Missionária da Igreja Metodista Episcopal19. Porém, em 1874, a Conferência Anual
16
LONG, Do meu velho baú metodista, p. 62.
17
Ibidem, p. 62.
18
William Taylor (1821-1902) nasceu no condado de Rockbridge, na Virgínia, Estados Unidos. Filho de Stuart e
Martha (Hickman) Taylor, converteu-se ao evangelho num acampamento Episcopal Metodista, em 1849. É
apontado como missionário metodista para a Califórnia em 1849. Em outubro desse mesmo ano, William se
casa com (Isabel) Anne Kimberlin of Fincastle, na Virgínia. Juntamente com ela, tem cinco filhos e uma filha,
dos quais apenas quatro sobrevivem à infância. Em 1856, escreveu o primeiro de dezessete livros chamado
“Seven Years: Street Preaching in San Francisco” (Sete anos de pregação de rua em São Francisco), editado
por W. P. Strickland. De 1863 a 1866, Taylor faz várias viagens missionárias de forma a levantar fundos na
Austrália, Nova Zelândia e, por fim, em 1866, na África do Sul, onde realiza várias campanhas evangelísticas
revolucionárias. De 1870 a 1875, viaja para o sul da Índia onde estabelece várias Igrejas Episcopais Metodistas
autônomas. Em 1874 entra em ruptura com a missão Metodista de Nova York devido às missões na Índia,
assim como o recrutamento de missionários autossuficientes descritos e apontados no seu livro “Pauline
Methods of Missionary Work” (Métodos paulinos de trabalho missionário), em 1879. Em 1884, Taylor é eleito
como Bispo Missionário da Igreja Episcopal Metodista para a África, estabelecendo igrejas no sul da Libéria,
Serra Leoa, Angola, Moçambique e no Zaire. As suas experiências na África são narradas no seu livro “Story of
My Life” (A história da minha vida), em 1897, ou na versão de 1897, como “William Taylor of Califórnia”. Após a
publicação deste livro, William retira-se para a Califórnia, onde vem a falecer em 18 de Maio de 1902, na
cidade de Palo Alto. Cf. <http://digilib.bu.edu/mission/missionary-biographies/taylor-william-1821-1902>. Acesso
em: 27 jun. 2011.
19
ANDERSON, Justice C. An Evangelical Saga. Longwood: Xulonpress, 2005.
145
20
BARDAY, Wade Crawford. History of Methodist Missions: The Methodist Episcopal Church 1845-1939. New
York: The Board of Missions of the Methodist Church, 1957.
21
EC, 1887, p.5.
22
REILY, Duncan Alexander. O metodismo na Amazônia: a obra pioneira de Justus Nelson (1880 – 1925). São
Bernardo do Campo: IMS; Faculdade de Teologia, 1982, p. 4.
146
c) 219 membros.
a) Na região amazônica duas igrejas (Pará e Manaus) e uma escola que não
subsistiu. O trabalho em Manaus, no ano de 1889, sofreu uma cisão e
deixou de fazer parte da missão;
b) No sul a missão estava mais articulada. Havia quatro igrejas (Porto Alegre,
Forqueta, Bento Gonçalves e Alfredo Chaves) com um total de 151
membros.
23
REILY, O metodismo na Amazônia, p. 10.
147
Juiz de Fora/MG
Rio de Janeiro/RJ
São Paulo e Piracicaba/SP
Belém/PA
Manaus/AM
Rio Grande do Sul/RS
O trabalho metodista no Rio Grande do Sul teve seu início em 1875 com a
chegada de João C. Correa, que veio da Igreja Metodista Episcopal do Uruguai. É
importante destacar que essa atividade missionária do metodismo no Rio Grande
do Sul teve origem não pela Igreja Metodista Episcopal do Sul dos EUA, mas sim
pelo metodismo do norte dos EUA, como afirma Eduardo M. Barreto Jaime:
24
JAIME, Eduardo Mena Barreto. História do metodismo no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Gráfica Moderna,
1963, p. 39.
25
ABRAHAM, William James; KIRBY, James E. The Oxford Handbook of Methodist Studies. Oxford Handbooks Online,
2009, p. 144. Disponível em
<http://www.oxfordhandbooks.com/oso/public/content/oho_religion/9780199212996/toc.html>. Acesso em: 17 jan. 2012.
Texto original: “The Pacific coast of South America received its first missionary in 1859 when the first Methodist,
James Swaney, arrived. He preached first in English to the foreign residents living in Lima and the port city of El
Callao. The following year he organized a congregation and thus began the Methodist mission in Peru”.
149
como obreiro metodista foi desenvolvido por Samuel Elliot em Capivari durante um
curto período, entre 1883 e início de 1884”. 26
26
BARBOSA, José Carlos. Salvar & educar: o metodismo no Brasil do século XIX. Piracicaba: CEPEME, 2005,
p. 55.
27
CASTRO, Clovis Pinto de; CUNHA, Magali do Nascimento; LOPES, Nicanor (Org.). Pastoral urbana: presença
pública da Igreja em áreas urbanas. São Bernardo do Campo: Editeo/Umesp, 2006, p. 8.
28
JAIME, História do metodismo no Rio Grande do Sul, p. 54.
150
29
KENNEDY, Cincoenta annos de methodismo no Brasil, p. 187.
30
ABRAHAM; KIRBY, The Oxford Handbook of Methodist Studies, p. 144. Texto original: “In 1891, Thomas Wood
arrived from Montevideo as a missionary. As he done there, he began an important educational enterprise”.
31
REILY, O metodismo na Amazônia, p. 5.
151
Juiz de Fora/MG
Rio de Janeiro/RJ
São Paulo e Piracicaba/SP
Rio Grande do Sul/RS
32
PONTES SOBRINHO, José. Metodismo no Nordeste do Brasil: Análise Crítica da Implantação e Configuração
do Metodismo na Perspectiva da Práxis Religiosa. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) – Faculdade
de Filosofia e Ciências da Religião, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2004, p.
223.
33
LONG, Do meu velho baú metodista, p. 66.
152
Pregadores Membros: Esc. Dom.: Alunos da Esc. Alunos das Escolas Alunos dos Colégios:
locais: Dom. Paroquiais:
Pregadores Membros: Esc. Dom.: Alunos da Esc. Alunos das Escolas Alunos dos Colégios:
locais: Dom. Paroquiais:
Igrejas: Membros: Esc. Dom.: Alunos da Esc. Alunos das Escolas Alunos dos Colégios:
Dom. Paroquiais:
Fontes: KENNEDY, Cincoenta annos de methodismo no Brasil, p. 320; BOAVENTURA; MALUSÁ, Escolas
paroquiais metodistas, p. 83-98.
36
OLIVEIRA, Clory Trindade de. Situações missionárias na história do metodismo. São Bernardo do Campo:
Editeo, 1991, p. 22.
155
37
OLIVEIRA, C. T., Situações missionárias na história do metodismo, p. 22.
38
LOPES, Lucia Helena Coelho de Oliveira. Educação, missão e gênero: as cartas de Martha Hite Watts (1881-
1895). Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Humanidades e Direito, Universidade Metodista
de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2010, p. 53.
156
39
BOAVENTURA, Elias; MALUSÁ, Silvana. Escolas paroquiais metodistas. Revista do COGEIME, Piracicaba, v.
5, n. 9, p. 83-98, 1996.
40
BITENCOURT, B. P. Frutos da visão de um bravo. Lins: Instituto Americano de Lins da Igreja Metodista, 1997.
41
JOSGRILBERG, Rui de Souza. O movimento da autonomia – nasce a “Igreja Metodista do Brasil”, 2 de
setembro de 1930. In: SOUZA, José Carlos de (Org.). Caminhos do Metodismo no Brasil: 75 anos de
autonomia. São Bernardo do Campo, Editeo, 2005, p. 12.
42
SILVA, Geoval Jacinto da. O fim do período missionário! Surge a nova Igreja! Reflexão pastoral sobre a
autonomia da Igreja Metodista e seus reflexos na Terceira Região Eclesiástica, berço da autonomia. Revista
Caminhando, São Bernardo do Campo, v. 10, n. 2 [16], p. 150-161, jul./dez. 2005.
157
43
ABRAHAM, William James; KIRBY, James E. The Oxford Handbook of Methodist Studies. Great Britain: SPI
Publisher Services, 2009, p. 150. Texto original: “A key in the history of Latin American Methodism was the year
1969. In this and the following year two important, related events took place, with a third following in 1971. The
first was the recognition of the autonomy of the Methodist churches in Latin America in relation to the UMC; the
second was the creation of CIEMAL. These two events went hand in hand and should be understood as the
culmination of a long process, the convergence of different lines of action in which theological, political, and
missionary issues were intertwined”.
44
IGREJA METODISTA. Atas do 1° Concílio Geral da Igreja Methodista do Brasil. São Paulo: Imprensa
Metodista, 1930, p. 34.
158
45
IGREJA METODISTA. Atas do 2º Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista,
1934, p. 81-83.
46
IGREJA METODISTA. Anuário do Concílio Regional do Norte. Belo Horizonte, 29 de janeiro a 4 de fevereiro
de 1935.
159
47
CHAVES, Odilon Massolar. Avivamento e o compromisso social metodista na Inglaterra, no século XVIII: uma
busca de subsídios para a identidade do metodismo brasileiro no 3° milênio. Tese (Doutorado em Ciências da
Religião) – Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo
do Campo, 2002, p. LXXXI.
48
IGREJA METODISTA. Atas do 4° Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil. Piracicaba: Editora IEP, 1942,
p. 21.
49
Ibidem, p. 23.
160
Com a crise política que se alastra por toda América Latina e com os regimes
militares assumindo os governos, a interferência na expansão missionária do
metodismo brasileiro é percebida. Jesus Hortal faz a seguinte análise:
50
IGREJA METODISTA. Atas do 4° Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil, p. 217.
51
HORTAL, Jesus. E haverá um só rebanho: história, doutrina e prática católica do ecumenismo. São Paulo:
Loyola, 1996, p. 113.
52
EC, n. 17, p.14, set. 1970.
53
SALVADOR, José Gonçalves. História do Metodismo no Brasil. São Paulo: Imprensa Metodista, 1982, p.10.
161
Sob o lema “Vamos aos 100 mil”, procura-se motivar toda a Igreja para
atividades intensivas de evangelização. A advertência do Rev. William Richard
54
EC, n. 15, p. 9, 15 ago. 1972.
55
Cf. CASTRO, Clóvis Pinto de; CUNHA, Magali do Nascimento. Forjando uma nova Igreja: dons e ministérios
em debate. São Bernardo do Campo: Editeo, 2001.
162
Schisler Filho teve efeitos: “os dados comprovam: a igreja parou. (...) Não há
dúvidas estamos desorientados. Estamos parados. E os números aí estão
gritantes, para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir”.56 O paradigma de
crescimento a partir da análise da adesão de novos membros será objeto de
estudos de Marcos Antonio Garcia com a tese “A Igreja em busca do crescimento.
Uma análise pastoral do não crescimento da Igreja Metodista na Região
Metropolitana de São Paulo”.57 Isso posto, a discussão sobre as dificuldades da
expansão missionária impulsionará um novo momento na Igreja.
A ênfase nesse plano foi formulada com o titulo “Missão e Ministério”. Pode-
se encontrar nesse documento as raízes do Programa Dons e Ministérios, pois
suas ênfases e orientações para as ações missionárias revelam a busca por uma
presença da Igreja para diversos ministérios, a saber: Ministério Cristão, Missão e
Evangelização, Ação Social, Educação, Unidade da Igreja, Patrimônio e Finanças
e Comunicação.
56
EC, n. 14, p.12, 1978.
57
GARCIA, Marcos Antonio. A Igreja em busca do crescimento: Uma análise pastoral do não crescimento da
Igreja Metodista na Região Metropolitana de São Paulo. (Doutorado em Ciências da Religião) – Faculdade de
Filosofia e Ciências da Religião, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2000.
58
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Plano Quadrienal 1979-1982. In: Atas e Documentos do XI
Concílio Geral, 1979. São Paulo: Imprensa Metodista, 1978, p. 223.
163
59
Ibidem, p. 225.
60
IGREJA METODISTA. Anais do 4° Concílio Geral da Igreja Metodista, Piracicaba: 8 a 19 de fevereiro de 1942,
p. 67.
61
IGREJA METODISTA. Atas e Documentos do 7° Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil, Rio de Janeiro:
10 a 21 de julho de 1955, p. 86.
62
COSTA, Nelson de Godoy. César Dacorso Filho, príncipe da Igreja Metodista do Brasil. São Paulo: Imprensa
Metodista, 1967, p. 335.
164
63
BITTENCOURT, B. P. As origens da UMESP – Universidade Metodista de São Paulo. São Bernardo do
Campo: Umesp, 1999, p. 22.
165
Para dar sustentação ao Plano para Vida e Missão, em 1981 foi realizada a
“Consulta Nacional Sobre a Vida e a Missão da Igreja” em suas diversas áreas. Na
tese de Castro e Cunha65 o resultado dessa consulta agradou aos setores mais
progressistas da Igreja, enquanto despertou o desprezo dos carismáticos. Mesmo
assim, o acento ou ênfase na dimensão da Responsabilidade Social foi acolhido
com um consenso nas divergências, procurando corresponder às expectativas dos
dois grupos, progressistas e carismáticos. Sobre a mesma consulta, Ribeiro,
analisando os documentos daquele período, expõe que:
64
VERNETTE, Jean. Parábolas para os nossos dias. São Paulo: Loyola, 1993, p. 102.
65
CASTRO; CUNHA, Forjando uma nova Igreja, p. 44.
66
RIBEIRO, Claudio de Oliveira. Trindade: a vida e a missão da Igreja nos documentos da década de 60. Revista
Caminhando, São Bernardo do Campo, v. 10, n. 2, p. 139, jul./dez. 2005.
67
PROBLEMAS para um metodista pensar. [s.l.]: [s.n.], 1982.
166
Se, por um lado, Plano Diretor Missionário foi motivador para a abertura de
novos trabalhos missionários dos metodistas, dentro os quais muitos se
desenvolveram e permitiram que a expansão missionária da Igreja revelasse um
novo momento por outro, a ênfase nas periferias ao invés de centros e na
população pobre e não nas classes média e alta gerou dificuldades no sustento
econômico-financeiro desses novos campos missionários. Estes, por sua vez, por
longo tempo, não conseguiram gerar recursos próprios para manutenção e assim
possibilitar que novos campos fossem abertos.
68
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Plano para Vida e a Missão. 3. ed. São Paulo: Cedro, 2001,
p. 69.
168
Essa reflexão também é desenvolvida por teólogos brasileiros, tais como Rui
de Souza Josgrilberg, que afirma: “A teologia é um discurso possível que
pressupõe a fé e a revelação”71. Portanto, é necessário que a teologia wesleyana
entenda a expressão de fé também como exercício da razão. Por ser o metodismo
uma religião que reconhece os elementos da história do pensamento cristão e se
alimenta do diálogo constante com as manifestações da fé, ele, o metodismo, é
considerado uma religião do equilíbrio, como afirma José Carlos Barbosa:
72
BARBOSA, José Carlos. O caminho para a cabeça precisa ser aberto pelo coração. In: RIBEIRO, Claudio de
Oliveira et al. (Org.). Prática e teologia na tradição wesleyana: John Wesley, 300 anos. São Bernardo do
Campo: Editeo, 2008, p. 91.
73
CUNHA, Magali do Nascimento. A Igreja Metodista e a cultura brasileira. In: SOUZA, José Carlos de (Org.).
Caminhos do metodismo no Brasil: 75 anos de autonomia. São Bernardo do Campo: Editeo, 2005, p. 36.
74
RENDERS, Helmut. Um precursor do PVM na época da autonomia: a declaração A Atitude da Igreja Metodista
do Brasil perante o Mundo e a Nação, de 1934. Revista Caminhando, São Bernardo do Campo, v. 12, n. 20, p.
167-176, jul./dez. 2007.
170
75
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Vida e missão: decisões do XIII Concílio Geral da Igreja
Metodista. Piracicaba: Unimep, 1982, p. 57 (o texto do Credo Social colocado no Plano Para a Vida e a Missão
da Igreja foi aprovado pelo X Concilio Geral da Igreja Metodista no dia 5 de fevereiro de 1971, na cidade do Rio
de Janeiro).
76
MURAD, Afonso. Este cristianismo inquieto: a fé cristã encarnada em J. L. Segundo. São Paulo: Loyola, 1994,
p. 84.
77
IGREJA METODISTA. Manual missionário do povo metodista. Piracicaba: Editora Agentes da Missão, 1988
(Coleção Dons e Ministérios), p. 12.
171
78
SUNG, Jung Mo. Sementes de esperança: a fé em um mundo em crise. Petrópolis: Vozes, 2005. No quinto
capítulo o autor reflete que a “espiritualidade do consumo” mostra o aspecto da vida cotidiana dessa
“religião econômica”, enquanto que a fé idolátrica no mercado é o fundamento da dinâmica estrutural da
economia e de sua legitimação. A “espiritualidade do consumo” é a espiritualidade onde o ser humano, com
o mito de progresso, busca satisfazer sua sede de ser mais humano através do consumo sem fim para dar
satisfação ao desejo de poder e de reconhecimento.
79
CASTRO, Clóvis Pinto de. Igreja Metodista: ação pedagógica do Colégio Episcopal na implantação de um
novo modelo de Igreja organizada em Dons e Ministérios (1987-1991). Dissertação (Mestrado em Educação) –
Faculdade de Educação e Letras, Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, 1992, p. 33.
80
Ibidem, p. 41.
81
IGREJA METODISTA. Registros, atas e documentos do 16º Concílio Geral da Igreja Metodista. São Bernardo
do Campo: IMS, 1988, p. 102.
172
Se, por um lado, existe toda essa empolgação para o novo modo de ser
Igreja, por outro, não se pode minimizar uma nova tensão em seu meio. Trata-se
do papel dos Grupos Societários nessa nova organização. Geoval Jacinto da Silva
e o autor desta pesquisa afirmam que:
82
EC, p. 17, ago. 1987.
173
83
SILVA, Geoval Jacinto da; LOPES, Nicanor. Igreja de dons e ministérios e os grupos societários: reflexão
histórica da evolução e não evolução dos grupos societários na perspectiva da Igreja de Dons e Ministérios.
Revista Caminhando, São Bernardo do Campo, v. 12, n. 20, p. 135-148, jul./dez. 2007.
84
REILY, Duncan Alexander. Situações missionárias na história do metodismo. São Bernardo do Campo: Editeo,
1991, p. 9.
85
NEWPORT, Kenneth G. C. The Sermons of Charles Wesley: A Critical Edition with Introduction and Notes.
New York: Oxford University Press, 2001, p. 39.
174
Assim, o projeto missionário Uma Semana pra Jesus nasceu no ano de 1996
com o objetivo de cumprir a missão precípua da Igreja, como afirma o PVM: “a
missão acontece quando a Igreja sai de si mesma, envolve-se com a comunidade
e se torna instrumento da novidade do Reino de Deus”.87
Nós também somos uma igreja 24-7 [24h por dia e 7 dias por
semana], mas as nossas ênfases são diferentes, mais inclusiva e
mais espiritual. Não é preciso uma estrutura desbloqueada 24 horas
por dia, sete dias de semana, para realizar o ministério. O ministério
é feito em qualquer lugar, fora das quatro paredes de uma estrutura.
Vamos à estrutura chamada igreja para celebrar e ser reabastecido,
re energizados, e para dedicar-se a obra do ministério e missão88
(tradução nossa).
86
SOUZA, Maruilson Menezes de. Teologia salvacionista em ação: análise do Caso Torre. São Paulo: Arte &
Ciência, 1999, p. 17.
87
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA, Plano para Vida e a Missão, p.14.
88
WILLIAMS, Jerry Ruth. Sighing Forth My Soul. Bloomington: Xlibris Corp., 2007, p. 52. Texto original: “We, too,
are a 24-7 church, but our emphases are different, more inclusive, and more spiritual. One does not need an
unlocked structure twenty-four hours a day, seven days week, to do ministry. Ministry is done elsewhere,
outside the four walls of a structure. We come to the structure called church to celebrate and to be refueled,
reenergized, and rededicated for the work of ministry and mission”.
175
Tabela 14 – Mapeamento das ações missionárias do Projeto Uma Semana pra Jesus (1996-2011)
Ano da realização Local: cidade / UF Quantidade de voluntários
do Projeto
Fonte: http://www.reunionlive.org/web/umasemanaprajesus/inicio.
89
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Livro de Atas e Documentos do 17° Concílio Geral da Igreja
Metodista, realizado em Maringá/PR. São Paulo: Editora Cedro, 2003, p. 96.
177
90
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Atas e Documentos do 18° Concílio Geral da Igreja
Metodista, realizado em Aracruz/ES e São Bernardo do Campo/SP. Edição eletrônica. Disponível em
<www.metodista.org.br/conteudo.xhtml?c=9904>. Acesso em: 12 mai. 2011.
91
Ibidem (Relatório da COGEAM).
92
MÍGUEZ BONINO, José. Rostos do protestantismo latino-americano. São Leopoldo: Sinodal, 2002, p. 112.
178
93
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Livro de Atas e Documentos do 17° Concílio Geral da Igreja
Metodista, p. 79.
94
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Carta pastoral do Colégio Episcopal sobre o G-12.
Disponível em: <http://www.metodista.org.br/arquivo/documentos/download/carta_G12.pdf>. Acesso: em 20
mar. 2011.
95
Ibidem.
179
Mais um modismo
Um movimento centrado e
sob a dominação de um
líder
96
Fonte: LEITE, Discipulado e graça, p. 15.
96
LEITE, Nelson Luiz Campos. Discipulado e graça: o “estilo” ministerial de Jesus. Mosaico Apoio Pastoral, São
Bernardo do Campo, ano 16, n. 42, p. 12-17, jun./set. 2008.
97
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Atas e Documentos do 18° Concílio Geral da Igreja
Metodista (Relatório do Colégio Episcopal).
98
COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Atas e Documentos do 18° Concílio Geral da Igreja
Metodista.
181
99
ALVES, Rubem. Dogmatismo & tolerância. São Paulo: Loyola, 2004, p. 67.
100
CÉSAR, Ely Eser Barreto. Projeto Missionário presente no Plano para a Vida e Missão confrontado com a
tradição wesleyana e a programação missionária da IM de 2003. In: RIBEIRO, Claudio de Oliveira et al. (Org.).
Teologia e prática na tradição wesleyana: uma leitura a partir da América Latina e Caribe. São Bernardo do
Campo: Editeo, 2005, p. 248.
101
BRAKEMEIER, Gottfried. A autoridade da Bíblia: controvérsias – significado – fundamento. São Leopoldo:
Sinodal, 2003, p. 84.
182
PVM. Uma leitura cuidadosa da Bíblia permite que essa problemática se revele,
como ocorre no exemplo de Paulo, que “viveu na constante tensão de fazer
compreender, de forma adequada, o anúncio da salvação aos povos que
evangelizou”.102
102
CASALEGNO, Alberto. Ler os Atos dos Apóstolos: estudo da teologia lucana da missão. São Paulo: Loyola,
2005, p. 429.
103
BRANDÃO, Carlos Rodrigues; PESSOA, Jadir de Morais. Os rostos do Deus do outro: mapas, fronteiras,
identidades e olhares sobre a religião no Brasil. São Paulo: Loyola, 2005, p. 72.
104
CASTRO; CUNHA, Forjando uma nova Igreja, p. 69.
105
RIBEIRO, Claudio de Oliveira; LOPES, Nicanor (Org.). 20 anos depois: a vida e a missão da Igreja em foco.
São Bernardo do Campo: Editeo, 2002, p. 20.
183
106
RENDERS, Helmut. Andar como Cristo andou: a salvação social em John Wesley. São Bernardo do Campo:
Editeo, 2010, p. 22.
107
RENDERS, Andar como Cristo andou, p. 95.
108
Ibidem, p. 84.
109
SOUZA, José Carlos de. Leiga, ministerial e ecumênica: a Igreja no pensamento de John Wesley. São
Bernardo do Campo: Editeo, 2009, p. 226.
184
110
RIBEIRO, C. O. et al., Prática e teologia na tradição wesleyana, p. 96.
111
LIBÂNIO, João Batista. Teologia da Libertação: roteiro didático para um estudo. São Paulo: Loyola, 1987, p.
99.
112
Sobre esse tema, veja LOPES, Nicanor. Formação teológica na modalidade da Educação a Distância. Revista
Caminhando, São Bernardo do Campo, v. 14, n. 2, p. 67-79, jul./dez. 2009.
185
Fonte: Dados Estatísticos da Igreja Metodista e do IBGE (obs.: em 1930 não houve
censo oficial; a proporção foi feita por projeção).
113
LIBÂNIO, João Batista. A religião no início do milênio. São Paulo: Loyola, 2002, p. 209.
186
Resta afirmar que o mapeamento do metodismo brasileiro não pode ser visto
somente da perspectiva numerológica, até mesmo porque a Igreja vive uma
constante tensão nesse campo. Pois, por um lado, temos uma NUMEROFOBIA
(medo de números), que é compreensível no meio metodista brasileiro pelo
insucesso de meta numérica proposta ao longo de nossa história, quando os
resultados nem sempre corresponderem ao proposto. Em contraparte, nossa fobia
em alguns casos é convertida em NUMEROLATRIA (obsessão ou idolatria por
números), na qual é comum nos esquecermos do princípio bíblico “Eu plantei;
Apolo regou; mas Deus deu o crescimento (1 Co. 3,6)”.
114
JACOB, Cesar Romero et al. Atlas da filiação religiosa e indicadores sociais no Brasil. Rio de Janeiro: Editora
PUC-Rio, 2003, p. 8.
115
Cf. IBGE, Censo Demográfico 2000.
187
116
MATTOS, Paulo Ayres. INGRATA SURPRESA? Kyrie eleison! Mensagem recebida por e-mail em 05 de julho
de 2011.
117
MAIA, Almir (Org.). “A educação é nosso mundo”. Visão retrospectiva da IAMSCU e suas perspectivas,
Piracicaba, 2011, CD-ROM.
CAPÍTULO 4
RESPONSABILIDADE SOCIAL, PREGAÇÃO E
EDUCAÇÃO COMO PARADIGMA MISSIONÁRIO DO
METODISMO BRASILEIRO
Aos seis momentos esboçados por Küng e adaptados por Bosch denomina-
se paradigmas históricos da missão, quais sejam:
1
CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de. Construindo o saber: metodologia científica. Fundamentos e técnica.
Campinas: Papirus, 1989, p. 76-77.
2
BOSCH, Missão transformadora, p. 230.
3
Ibidem, p. 232.
4
Ibidem, p. 229.
5
Cf. ibidem. Este é o título da segunda parte do seu livro (p. 227-415).
189
7
Justo L. González e Carlos Cardoza Orlandi avaliam que o movimento
missionário no Brasil por parte do catolicismo foi débil em comparação ao alcance
que os missionários espanhóis tiveram na América Latina. No campo do
protestantismo, os autores afirmam que “a proliferação de igrejas protestantes e
pentecostais no Brasil deveu-se às muitas divisões que elas experimentaram”. 8
6
BOSCH, Missão transformadora, pp. 227-228.
7
Para compreender melhor este tema, veja GONZÁLEZ, Justo L.; CARDOZA ORLANDI, Carlos. História do
movimento missionário. São Paulo: Hagnos, 2008, p. 440-454.
8
Ibidem, p. 453.
9
Sobre os resultados e influências das Conferências Missionárias Mundiais, veja BOSCH, Missão
transformadora, p. 443-446.
10
O termo “o novo rosto da missão” é utilizado com objetivo de apresentar um panorama do protestantismo da
América Latina. As noções de “movimento evangelical” e “movimento ecumênico” são fundamentais para a
compreensão das mudanças ocorridas no movimento missionário protestante no continente latino-americano.
Cf. LONGUINI NETO, Luiz. O novo rosto da missão: os movimentos ecumênico e evangelical no
protestantismo latino-americano. Viçosa/MG: Ultimato, 2002.
190
11
RENDERS, Helmut. Andar como Cristo andou: a salvação social em John Wesley. São Bernardo do Campo:
Editeo, 2010, p. 24.
12
BOSCH, Missão transformadora, p. 444.
13
SUNDERMEIER, Theo, Missio Dei Today: On the Identity of Christian Mission. In: International Review of
Mission, Genève, vol. 92, ed. 367, p. 560, Oct. 2003. Texto original: “The concept of missio Dei was only used
in passing at the conference, and it was only later, through the publication of G. Vicedom, that it came to sum up
the new approach and message of the conference so precisely. Willingen 1952 was the first time that mission
was so comprehensively anchored in the doctrine of God. That was a source of relief, to start with, since
mission had again fallen into crisis after the second world war, albeit proclaimed the great event of the 20th
century at the first world mission conference in Edinburgh”.
14
BOSCH, op. cit., p. 444.
191
formulação mais precisa para sinalizar o marco que a identidade e obra de Deus
oferecem à existência humana”.15
15
MATTHEY, Jacques. Reconciliação como missão de Deus – Igreja como comunhão reconciliante. Revista de
Estudos Teológicos, São Leopoldo, v. 45, n. 2, p. 32, 2005.
16
Para compreender esse debate, cf. BOSCH, Missão transformadora, p. 584-608.
17
Ibidem, p. 586.
192
18
MÜLLER, Karl. Teologia da Missão. Petrópolis: Vozes, 1995, p. 40.
19
BLAW, Johannes. A Natureza missionária da Igreja. São Paulo: ASTE, 1966, p.66.
193
20
Para aprofundar o tema, veja LOCKMANN, Paulo. Jesus, o messias profeta. São Bernardo do Campo: Editeo,
2011.
21
CARRIKER, Timóteo C. A visão missionária na Bíblia: uma história de amor. Viçosa/MG: Ultimato, 2005, p. 24-
25, p. 24.
194
22
BLAW, A Natureza missionária da Igreja, p. 86.
23
Cf. HENGEL, Martin. The Son of God: The Origin of Christology and the History of Jewish-Hellenistic
Religion.Nwe York: Wipf & Stock Publishers, 2007. A pesquisa de Hengel avança significativamente a
discussão crítica da cristologia do Novo Testamento. O sugestivo título: o Filho de Deus aponta para uma
coerência interna e dinâmica do desenvolvimento da cristologia no cristianism o primitivo. A natureza da
cristologia do Novo Testamento é consistente enquanto uma abordagem dogmática. Portanto é de vital
importância unir pesquisa histórica e teológica a busca da verdade cristológica e missionária.
24
BIRD, Michael F. Jesus and the Origins of the Gentile Mission. New York: T&T Clark International, 1988, p. 19.
Texto original: “This leads Hengel to look for the origin of the early Christian missions in Jesus pre-Easter
195
activity. Hengel colourfully labels Jesus the ’primal missionary’. Jesus proclamation of the kingdom of God, his
offer new life to the outcasts of Jewish society, and his announcement of the coming judgment all possess a
’missionary character’”.
25
Para aprofundar o tema, veja GARCIA, Paulo Roberto. Bases bíblicas para a missão. In: CONSELHO
LATINO-AMERICANO DE IGREJAS (Org.). Missão, unidade e identidade da Igreja. Quito: Departamento de
Comunicações do CLAI, 2000, p. 1-18.
26
FABRIS, Rinaldo. As cartas de Paulo. Vol III: Tradução e comentários. São Paulo: Loyola, 1992, p. 11.
196
27
BOSCH, Missão transformadora, p. 160.
28
GARCIA, Paulo Roberto. O sofrimento e a missão: reflexões a partir de 2 Coríntios 10-13. Revista
Caminhando, São Bernardo do Campo, v. 15, n. 1, p. 30, jan./jun. 2010.
197
29
BÜRKLE, Horst. Missionstheologie. Stuttgart: Kohlhammer, 1979, p. 19. Texto original: “Am deutlichsten ist das
bei den Auswirkungen der durch Karl Barth bestimmten sog. dialektischen Theologie zu erkennen. Hier hat die
cristozentrische Entfaltung der Kirchlichen Dogmatik ihren unmittelbaren Niederschlag in der Theologie der
Mission gefunden. Die These Christus selbst ist der Missionar und die Vorstellung, dass die missio Dei vom
menschliche Mis-sionswerk nicht zur zu unterscheiden, sondern letztlich unabhängig sei, entsprach dabei der
Relativierung alles vorläufigen Tuns im Lichte der Endgültigkeit göttlichen Han-delns”.
30
MOLTMANN, Jürgen. Teologia da Esperança: estudos sobre os fundamentos e as conseqüências de uma
escatologia cristã. 3. ed. São Paulo: Teológica; Loyola, 2005, p. 408.
31
IGREJA METODISTA. Vida e missão: decisões do XIII Concílio Geral da Igreja Metodista. Piracicaba: Editora
Unimep, 1982, p. 11.
198
questão foi analisada por Antonio Gouvêa Mendonça e Prócoro Velásquez Filho,
que alegam:
32
MENDONÇA, Antonio Gouvêa; VELASQUES FILHO, Prócoro. Introdução ao protestantismo no Brasil. São
Paulo: Loyola; São Bernardo do Campo: IEPG, 1990, p. 137.
33
GUTIÉRREZ, Gustavo. Teologia da libertação: perspectivas. 3. ed. São Paulo: Loyola, 1979, p. 238.
34
LOCKMANN, Paulo Tarso de Oliveira. O Reino de Deus – seu lugar bíblico-teológico no Plano para a Vida e a
Missão da Igreja. Revista Caminhando, São Bernardo do Campo, v. 12, n. 20, p. 49, jul./dez. 2007.
199
obras, mas em virtude do seu desígnio, da graça que desde a eternidade nos
destinou em Cristo Jesus”, 2 Timóteo 1, 9) e a carta comunitária aos Efésios
(“Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de
vossos méritos, mas é puro dom de Deus”, Efésios 2, 8) permitem observar o
delineamento de uma soteriologia no pensamento paulino.
35
WESLEY, John. Obras de Wesley. Tomo VII. Editor General: Justo González. Franklin: Providence House
Publishers, 1996-1998 (Edición auspiciada por Wesleyan Heritage Foundation), p. 124.
36
TILLICH, Paul. Teologia sistemática. São Leopoldo: Sinodal, 2005, p. 289.
200
protestantes e católicos podem ser citados Leonardo Boff, Clodovis Boff, Gustavo
Gutiérrez, José Comblin, João Batista Libânio, Antônio Moser, Benedito Ferraro,
Hugo Assmann, Marcelo Barros, Alberto Antoniazzi, Faustino Teixeira, José
Duque, Julio de Sant’Ana, Sante Uberto Barbieri, José Miguez Bonino, Mortimer
Arias. Não pelo valor da respectiva contribuição, mas sim pela proximidade com o
metodismo brasileiro, destaca-se o pensamento dos dois últimos da lista acima.
Míguez Bonino, ao debater sobre a face liberal, considera como muito frágil e
reducionista a “análise do que Jean-Pierre Bastian qualifica – e descarta – como a
‘hipótese conspirativa’”.38 Sua opção é pela análise que o próprio Bastian chama
de “hipótese associativa”.
37
MÍGUEZ BONINO, José. Rostos do protestantismo latino-americano. São Leopoldo: Sinodal, 2002.
38
Ibidem, p. 10.
39
Ibidem, p. 11.
201
40
MÍGUEZ BONINO, Rostos do protestantismo latino-americano, p. 35.
202
41
MÍGUEZ BONINO, Rostos do protestantismo latino-americano, p. 62.
42
Ibidem, p. 61.
203
43
MÍGUEZ BONINO, José. A fé em busca de eficácia: uma interpretação teológica latino-americana sobre
libertação. São Leopoldo: Sinodal, 1987.
44
Ibidem, p. 107.
45
MÍGUEZ BONINO, José et al. Luta pela vida e evangelização: a tradição metodista na teologia latino-
americana. São Paulo: Paulinas, 1985, p. 137.
46
FORD, David. The Modern Theologians: An Introduction to Christian Theology in the Twentieth Century.
Malden: Blackwell Publishing, 1997, p. 419. Texto original: “Miguez Bonino's work demonstrates the
centrality of history in Latin American liberation theology, and the sociopolitical understanding of history. It is
important to underscore that socialpolitical history is central to understanding not only because of sociological
arguments, that is, that all knowledge is historically conditioned, but also because of scriptural arguments:
History is the arena of God's action, action which is the transformation of history love”.
204
49
MENDONÇA; VELASQUES FILHO, Introdução ao protestantismo no Brasil, p. 97.
50
GUDER, Darrel L. (Org.). Missional Church: A Vision for the Sending of the Church in North America. Grand
Rapids: B. Eerdmans Publishing, 1998, p. 92. Texto original: “Two tendencies in the long history of Christendom
help to explain this troublesome pattern. First, the Church has tended to separate the news of the reign of God
from God's provision for humanity's salvation. This separation has made salvation a private event by dividing
"my personal salvation" from the advent of God's healing reign over all the world. Second, the church has also
tended to envision itself in a variety of ways unconnected to what must be fundamental for it - its relation to the
reign of God. If it was Jesus announcement of the reign of God that first gathered the fledgling church into
community, and if that church grew and matured around the way that reign found meaning and hope in his
death and resurrection, then the church must always seek its definition with the reign of God in Christ as its
crucial reference point”.
207
51
GEORGE, Sherron Kay. Participantes da graça: parceria na missão de Deus. São Leopoldo: Sinodal, 2006, p.
24.
52
ARIAS, Mortimer. Anunciando el Reinado de Dios. Costa Rica: Varitec, 1998, p. 127.
53
BOTTA, Alejandro F.; ANDIÑACH, Pablo R. The Bible and the Hermeneutics of Liberation. Atlanta: Society of
Biblical Literature, 2009, p. 233. Texto original: “What has the Bible to say to us while liberation does not arrive?
It is a fact of history that the faithful communities, and those working for human liberation, have to live most of
their lives and for a whole generation without the coming of the liberative event. The Bible is not a handbook for
liberation. Rather, the Bible has the word of assurance about God's love, God's presence in every human life,
God's forgiveness and consolation in times of defeat and loss, and God's plan for humanity and for the world -
the reign of God”.
54
ARIAS, Mortimer. De Lutero a Wesley e de Wesley a nós. Revista Caminhando, São Bernardo do Campo, v.
8, n. 2, p. 34, 2003.
208
55
IGREJA METODISTA, Vida e missão, p.38.
56
COSTAS, Orlando. Hacia una teologia de la evangelizacion. Buenos Aires: Ed. La Aurora, 1973, p. 147.
57
Cf. GENNEP, Arnold van. The Rites of Passage. Chicago: Chicago University Press, 1960, p. 189-194: Ritos
de passagem são celebrações que marcam mudanças de status de uma pessoa no seio de sua comunidade.
Os ritos de passagem podem ter caráter religioso, por exemplo. Cada religião tem seus ritos de
passagem,sendo parecidos com de outras religiões, ou não. O termo foi popularizado pelo antropólogo alemão
Arnold van Gennep no início do século vinte.
210
58
MILBANK, John. Teologia e teoria social: para além da razão secular. São Paulo: Loyola, 1995, p. 165.
59
LONGUINI NETO, O novo rosto da missão, p. 182.
211
60
CLAI. Oaxtepec 1978: unidad y misión en América Latina. Costa Rica: Comité Editorial del CLAI, Consejo
Latinoamericano de Iglesias, 1980, p. 206.
61
IGREJA METODISTA. Atas e Documentos do XIII Concílio Geral. Belo Horizonte: Igreja Metodista, 1982, p.
47.
62
Cf. AQUINO, Rubim Santos Leão de. Sociedade brasileira: uma história através dos movimentos sociais. Rio
de Janeiro: Record, 2007, p. 803: “A conjuntura internacional foi marcada pela acentuado contraste entre a
crescente agressividade dos governos norte-americanos de Ronald Reagan (1981-1988) e George Bush
(1989-1992) e a cada vez mais evidente crise da URSS. [...] Foram os casos das intervenções ocorridas em El
Salvador, Nicarágua, Guatemala, Jamaica, Suriname, Granada e Panamá”.
212
63
IGREJA METODISTA, op. cit., p. 68.
64
CASTRO, Clovis Pinto de; CUNHA, Magali do Nascimento. Forjando uma nova Igreja: dons e ministérios em
debate. São Bernardo do Campo, Editeo, 2001, p. 15.
65
IGREJA METODISTA. Cânones 2007. São Paulo: Cedro, 2007, p. 36.
213
66
IGREJA METODISTA, Vida e missão, p. 12.
67
Para aprofundar este tema ver: CASTRO, Clovis Pinto de; CUNHA, Magali do Nascimento. Forjando uma nova
Igreja: dons e ministérios em debate. São Bernardo do Campo, Editeo, 2001.
68
CASTRO; CUNHA, Forjando uma nova Igreja, p. 25.
214
O Bispo Isac Aberto Rodrigues Aço detecta em sua fala que a decisão
precisa ser avaliada com cuidado. Ele categoriza que foi criada uma situação sui
generis:
69
COLEGIO EPISCOPAL. A Igreja de Dons e Ministérios: a visão dos bispos. Piracicaba: Agentes da Missão,
1991, p. 25.
215
capa, como se pode observar abaixo, engloba o mapa da América Latina como
forma de fortalecer os movimentos sociais que emergiam no continente.
Fonte: IGREJA METODISTA. Vida e Missão: decisões do XIII Concílio Geral da Igreja Metodista.
Piracicaba: Editora Unimep, 1982.
70
GOULART, Acir; ROMERO, Francisco; ROMERO, Maria Rosa. A vontade de Deus. Piracicaba: Unimep, 1983
(Cadernos Vida e Missão), p. 3.
216
71
JOSGRILBERG, Rui de Souza. Qual o sentido de “Social” na “Religião Social” de John Wesley? In:
RENDERS, Helmut et al. Sal da terra e luz do mundo. São Bernardo do Campo: Editeo, 2009, p. 64.
219
72
GONZÁLEZ; CARDOZA ORLANDI, História do Movimento Missionário, p. 418.
73
CASTRO, Emilio. Servos livres: missão e unidade na perspectiva do reino. Rio de Janeiro: CEDI, 1986, p. 27.
220
76
IGREJA METODISTA. Como criar e desenvolver o Ministério de Ação Social na Igreja local. São Paulo: Cedro;
Coordenação Nacional de Ação Social, 2000, p. 3.
77
Em 2010, Jorge Schütz Dias defendeu tese de doutorado com o título “Pastoral em situação de rua: análise
das ações pastorais da Comunidade Metodista do Povo de Rua na cidade de São Paulo – 1992-2009” pelo
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Faculdade de Humanidades e Direito da
Universidade Metodista de São Paulo.
222
78
RAMOS, Luiz Carlos. A prática homilética de John Wesley. Revista Caminhando, São Bernardo do Campo,
ano IX, n. 13, p. 133-152, jan./jun. 2004.
223
79
A Semana Wesleyana é um evento anual que acontece, geralmente, na terceira semana de maio e tem por
objetivo desenvolver reflexões teológicas em perspectiva wesleyana. Trata-se de uma semana acadêmica
promovida pela Faculdade de Teologia da Igreja Metodista que não somente oportuniza a participação dos
docentes e discentes da casa, mas é extensiva a comunidade externa. Em 2011 a Faculdade de Teologia
celebra a 60ª Semana Wesleyana. De 1982 em diante todas as apresentações deste evento foram publicados
pela Editeo.
80
RIBEIRO, Claudio de Oliveira. Leituras de aquecer o coração. São Paulo: Cedro, 2001.
81
IGREJA METODISTA. O culto da Igreja e missão. São Paulo: Cedro, 2006, p. 8.
82
Ibidem, p. 12.
224
83
As Escolas Paroquiais foram analisadas no segundo capítulo desta tese. Boaventura e Malusá afirmam que
“as Escolas Paroquiais cumpriam uma função religiosa. Visavam representar um espaço na Educação para o
professorado brasileiro, visto que nos Colégios Confessionais, administradores e professores norte-americanos
não abriam mão de suas presenças”.
84
MATTOS, Paulo Ayres. Mais de um século de educação metodista. Piracicaba: COGEIME, 2000, p. 8.
225
85
CÉSAR, Ely Eser Barreto. O projeto de escola metodista confessional sob a luz da espiritualidade wesleyana.
Revista do COGEIME, São Paulo, ano 12, n. 22, p. 59-68, jun. 2003.
86
Sobre o tema da confessionalidade nas escolas metodistas recomenda-se a leitura do amplo debate registrado
na Revista do COGEIME de 1/1992. Julio de Sant’Ana escreveu sobre Confessionalidade e educação: uma
visão ecumênica; Elias Boaventura sobre Confessionalidade metodista; Paulo Ayres Mattos sobre
Confessionalidade, educação e escola: um enfoque histórico; Paulo Lockmann sobre Confessionalidade e
educação: uma abordagem pastoral missionária; e Rui de Souza Josgrilberg sobre O que é filosofia cristã e
confessionalidade no metodismo e Confessionalidade e educação: uma visão ecumênica.
87
MATTOS, Paulo Ayres. Confessionalidade, Educação e Escola: Um enfoque histórico. Revista do COGEIME,
São Paulo, ano 1, n. 1, p. 52, 1991.
88
Este documento faz parte da discussão do PVMI, também aprovado, não sem tensões, no XIII Concílio Geral
de 1982. Assim como o PVMI, o DEIM está carregado de ambigüidades e revela as mudanças de paradigmas
da missão quanto à educação que a Igreja Metodista assume a partir desse momento.
226
89
MATTOS, Mais de um século de educação metodista, p. 88.
90
RIBEIRO, Claudio de Oliveira; LOPES, Nicanor (Org.). 20 anos depois: A vida e a missão da Igreja em foco.
São Bernardo do Campo: Editeo, 2003, p. 65.
91
IGREJA METODISTA, Cânones 2007, p. 60.
92
Ibidem, p. 60.
227
93
BOSCH, Missão transformadora, p. 492.
228
94
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Aula: gênese, dimensões, princípios e práticas. Campinas: Papirus, 2008,
p.19.
95
MESQUIDA, Peri. Hegemonia norte-americana e educação protestante no Brasil: um estudo de caso. Juiz de
Fora: EDUFJF; São Bernardo do Campo: Editeo, 1994, p. 111.
96
MESQUITA, Zuleica de Castro Coimbra. Evangelizar e civilizar: cartas de Martha Watts, 1881-1908.
Piracicaba: Editora Unimep, 2001, p. 12.
229
Tal postura revela que a Igreja necessita manter-se sempre alerta ao princípio
missionário, como já afirmado. O essencial da missão é de ser agente de serviço,
cura e reconciliação para a humanidade.
97
MATTOS, Paulo Ayres. A obra educacional da Igreja Metodista no Brasil: um sumário histórico-teológico.
Revista de Educação do COGEIME, ano 9, n. 16, p. 69, jun. 2000.
98
JOSGRILBERG, Rui de Souza. A autonomia e a cultura brasileira. Revista Caminhando, São Bernardo do
Campo, v. 10, n. 2 [16], p. 43-56, jul./dez. 2005.
99
REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007, p. 48.
230
coerência interna do sistema religioso”. 100 Diante disso, líderes religiosos assumem
a postura de gestores da experiência religiosa alheia, com atitudes autoritárias e
dominadoras, utilizando-se da mesma lógica do capitalismo em causar
necessidades, em especial pelos meios midiáticos. Esse tipo de liderança religiosa
desperta desejos e interesses em pessoas com crise de sentido de vida. “Mais, o
indefinido do desejo coaptado ao infinito de Deus significaria a morte do desejo e,
de certa forma, a inaptidão de Deus a ser cada vez mais desejado”. 101 Essa pode
ser uma das explicações dadas pelos projetos missionários contemporâneos.
Essa atitude envolve uma vontade de partilhar e ouvir, bem como uma abertura
para a possibilidade de mudanças em perspectiva de ambas as partes. Todas as
tradições religiosas têm algo a aprender com tais diálogos na medida em que elas são
capazes de aceitar a especificidade cultural do outro. As heranças religiosas podem
ser e são transformadas por tais encontros. “Sabe-se que na história do cristianismo
tem havido significativas mudanças culturais, talvez a mais importante seja o
movimento para além do judaísmo e sua aculturação no mundo greco-romano”.107
105
JENKINS, Philip. A próxima cristandade: a chegada do cristianismo global. Rio de Janeiro: Record, 2004, p.
210.
106
BOSCH, Missão transformadora, p. 553.
107
ORMEROD, Neil J.; CLIFON, Shane. Globalization and the Mission of the Church: Ecclesiological
Investigations. New York: T&T Clark, 2009, p. 173.
108
SOUZA, José Carlos de. Leiga, ministerial e ecumênica: a igreja no pensamento de John Wesley. São
Bernardo do Campo: Editeo, 2009, p. 223.
233
109
ZABATIERO, Júlio. Fundamentos da teologia prática. São Paulo: Mundo Cristão, 2005, p. 127.
110
Cf. RUNYON, Theodore. A nova criação: a teologia de John Wesley hoje. São Bernardo do Campo: Editeo,
2002. No capítulo seis (p. 211-274) Runyon trata da dimensão “Wesley para os dias de hoje”. Para Runyon
elementos como os direitos humanos, direitos da mulher, cuidado com o meio ambiente, ecumenismo e
tolerância religiosa representam compromissos essências para uma teologia metodista contemporânea.
111
RUNYON, A nova criação, p. 270.
112
Cf. ARIARAJAH, S. Wesley. Repensando a Missão para os Nossos Dias. São Bernardo do Campo: EDITEO,
2011.
234
113
ARIARAJAH, Repensando a Missão para os Nossos Dias, p.41.
114
Cf. FLORISTAN, Casiano. Teologia Practica: Teoria y Praxis de La Accion Pastoral. Salamanca: Sigueme,
1993.
115
FLORISTAN, Teologia Practica, pp. 213-229.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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3
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