Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
didi‑huberman,
o que nós vemos,
o que nos olha.
porto: dafne editora, 2010 (1992)
c r i st i n a va s con ce los de a l me i da
Instituto de História da Arte
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Universidade Nova de Lisboa
r e v i s ta d e h i s t ó r i a d a a r t e n.o 1 0 – 2 0 1 2 309
recensões · o que nós vemos, o que nos olha
310 r e v i s ta d e h i s t ó r i a d a a r t e n.o 1 0 – 2 0 1 2
recensões · o que nós vemos, o que nos olha
que se perdeu”. Razão pela qual, Didi-Huberman afirma que a oposição da noção
de aura à de traço não é assim tão polarizada como poderia pensar-se.
Na obra O que nós vemos, o que nos olha, a experiência entre sujeito e objecto
desencadeia imagens que passam a integrar o próprio objecto, disseminando-se
de modo descontínuo na amálgama de discursos que constituem a história desse
objecto. Ao abrir-se no olhar do sujeito, expelindo imagens, um objecto nunca
será apenas um objecto, obrigando o historiador de arte a “dialectizar permanen-
temente – logo a cindir, logo a inquietar – o seu próprio discurso”, a percorrer o
gume das contradições.
Sendo ainda rara em Portugal a discussão das questões levantadas pelos discursos
teóricos sobre os quais assenta a construção dos objectos de investigação da his-
tória da arte e escassas as traduções de textos que apontem no sentido do envol-
vimento teórico e ideológico, é de acolher a primeira tradução para português do
livro Georges Didi-Huberman, publicado pela primeira vez em 1992 (Les Éditions
de Minuit) sob o título Ce que nous voyons, ce qui nous regarde. •
r e v i s ta d e h i s t ó r i a d a a r t e n.o 1 0 – 2 0 1 2 311