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Oposta a essa relação com o sujeito, percebe-se o oriente, no qual é ausente a concepção
de perspectiva tão presente no ocidente. Ao passo que na cultura ocidental se concebe a
oposição entre interior e exterior, do modo já mencionado, relativo ao sujeito e como se dá
o seu olhar através da janela; na cultura árabe o foco é dado à luz, a qual adentra no
interior partindo do exterior, de tal forma que o muxarabi proporciona justamente esta
passagem da luz. Estando ausente a perspectiva no oriente e o foco do muxarabi sendo
na pura luz, já não cabe mais aqui falar sobre uma relação com o sujeito no mínimo como
a era no ocidente, contrariando ao que se concebia neste sobre a metáfora da janela.
Contrário a essa crença no olhar como algo que possa alcançar o mundo exterior,
mostrou-se Descartes em sua filosofia. Para o filósofo os sentidos, por serem diversas
vezes duvidosos, não são confiáveis, mas apenas a razão é que nos pode levar a uma
certeza indubitável, a qual para Descartes é o “eu”, isto é, nota-se a valorização do sujeito
em detrimento do mundo externo sensível.
Como foi dito que o olhar apaga a janela, uma vez que o foco está no mundo exterior, ele
apaga também o corpo de quem olha. “Se assim não fosse, o espectador deveria poder
ver-se e representar a si mesmo de costas”. Assim, posteriormente surge na perspectiva
uma obra na qual pode-se ver o sujeito de costas olhando através de uma janela. Deste
modo, nota-se agora na perspectiva a valorização do interior e do sujeito, isto é, aquilo que
era valorizado por Descartes e Leibniz em suas filosofias sobre o “eu” e sobre a “mônada”,
respectivamente.