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TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO ESCRITA

Através da história "Quem não escreve bem... perde o trem" o autor menciona a importância da correta
utilização e aplicação da gramática para a comunicação escrita e também da comunicação falada.

Para o caso mencionado escrever bem é:

 Obedecer às regras gramaticais, evitando erros de sintaxe, de pontuação, de ortografia etc;

 Procurar a clareza, evitando palavras e frases obscura ou de duplo sentido;

 Agradar o leitor, empregando expressões elegantes e fugindo de um estilo muito seco.

Existem três tropeços comuns na comunicação escrita:

Primeiro tropeço – escrita errada = resposta errada

Primeiro segredo - mensagem correta = resposta correta

Podemos afirmar que escrever bem implica necessariamente a obtenção de uma resposta correta e uma
resposta correta é aquela que corresponde à idéia que temos em mente e desejamos passar ao leitor

O primeiro segredo da comunicação escrita é constituído de três princípios:

 Toda comunicação escrita deve gerar uma resposta a uma determinada idéia ou necessidade que
temos em mente

 A comunicação escrita será correta e eficaz se produzir uma resposta igualmente correta;

 Resposta correta é a que esperamos, isto é, aquela que corresponde à idéia ou necessidade que
temos em mente;

 para avaliarmos a correção e a eficácia de uma comunicação escrita, temos de verificar sempre se
houve uma resposta e se a resposta corresponde à idéia ou necessidade.

Segundo tropeço – idéia só na cabeça do autor

Segundo segredo - escrever bem = comunicar bem = tornar comum

Não basta comunicar e tornar comum nossas idéia; é preciso que o destinatário da nossa comunicação seja
estimulado ou persuadido a produzir a resposta. Se não nos preocuparmos com essa motivação, poderemos
levar um tombo feio.

Terceiro tropeço –  Não é com secura ou aspereza que vamos atrair a simpatia de ninguém

Terceiro segredo  - escrever bem = persuadir

Esta relação com a idéia de doçura e suavidade reforça ainda mais a recomendação de que a comunicação
escrita deve ser agradável e ter uma função persuasiva, a fim de que as pessoas, a quem solicitamos a
colaboração, sejam estimuladas a produzir a resposta de que necessitamos. Escrever bem é, também, saber
persuadir.

Tripé da comunicação escrita

Diremos então que, a comunicação escrita eficaz está apoiada num tripé, como abaixo:
Na prática, entretanto, haverá sempre interferências que poderão abalar o tripé:

 Interferência física: dificuldade visual, cansaço, falta de iluminação;

 Interferência cultural: palavras ou frases complicadas ou ambíguas, diferenças de nível social;

 Interferência psicológica: agressividades, aspereza, antipatia etc

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA COMUNICAÇÃO

A autêntica estrutura da comunicação é formada por

 Remetente

 Destinatário

 Mensagem

Todos nós sabemos que no ato comunicativo, há sempre um emissor ou remetente que envia a mensagem a
um receptor ou destinatário.

Se houver o estímulo desejado com o destinatário, a comunicação terá então o seguinte formato:

Não basta ter uma boa idéia... tem de ser uma boa mensagem!!

Assim, nessa história deveríamos ter tido duas etapas:

 Elaboração da idéia e associação aos estímulos físicos;

 Captação dos estímulos de natureza visual e extração da idéia.

A Mensagem é feita através de signos

A mensagem é um conjunto de unidades menores que resultam de uma associação entre um estímulo físico e
uma idéia. Cada uma destas unidades pode ser formada por um ou mais signos.

O signo é a unidade formada por um estímulo físico (sons, letras, imagens, gestos etc) e uma idéia. O estímulo
físico é o significante, e a idéia é o significado, significante e significado são as duas faces da mesma unidade
que é o signo.
As palavras escritas ou orais, são significantes e as idéias ou conceitos a elas associados são os significados.

Como definição:

 A mensagem é constituída de uma ou mais unidade a que denominamos signo;

 O signo resulta da associação entre o significante (estímulo físico) e o significado (idéia ou conceito)

No ato comunicativo, as idéias do remetente serão comuns ao destinatário, quando:

 O remetente transformar tais idéias em mensagem, isto é, associa-las a estímulos físicos ou


significantes, formando signos;

 O remetente enviar a mensagem constituída de signos ao destinatário

 O destinatário receber os signos, captando os significantes ou idéias

Tornar comum

Para que o significado de saída seja o mesmo que o significado de chegada, é preciso que a ligação entre o
significante e significado permaneça intacta ao longo de todo o fluxo comunicativo que vai do remetente ao
destinatário.

O código

O código pode ser definido como um programa ou uma instrução que cria, e depois controla , a relação entre
significante e significado; o estabelecimento da relação significante / significado é que possibilita a geração do
signo.

Sem código...não há signo

Codificação e descodificação

Quando o remetente liga uma idéia ou significado a um estímulo físico ou significante, formando um signo, ele
realizou uma codificação.

Código aberto ou código fechado

Em determinados contextos culturais e profissionais que utilizam sistemas de comunicação com objetivos bem
delimitados e precisos, o código aberto pode ser inconveniente e bastante permeável a ruídos.

Nas organizações administrativas, em que há necessidade de respostas rápidas e uniforme, utilizam-se


sistemas fechados de comunicação, com significados igualmente fechados.

Exemplos de códigos abertos:

 Aguardo sua resposta o mais breve possível.

 Verifique como anda a produção.

Bagagem ou repertório

Dentro de uma vasta e variada experiência de um indivíduo como: lugares, filmes, teatros, escola, igreja,
viagem, trabalho...Podemos dizer que este indivíduo tem uma grande bagagem ou repertório.

Lista das condições necessárias a uma descodificação eficaz:

1) Conhecimento do código;

2) Utilização de códigos fechados;

3) Conhecimento do repertório do destinatário;


4) Conhecimento do repertório do contexto cultural ou profissional em que atuamos

Sem veículo... a mensagem não chegará ao destinatário

Há diferentes tipos de veículos, e a sua utilização depende de alguns fatores como:

 Conteúdo e condições de emissão da mensagem;

 Objetivos do remetente;

 Situação e contexto da comunicação entre remetente ou destinatário.

Ferramentas para prender a atenção do leitor

Primeiro gancho - Mensagem: enviar mensagens "frias", que não exigem grande esforço e atraem o leitor.

Quente Frio
+ Informação - Informação
+ Definição - Definição
+ Formalização - Formalização
+ Rigidez - Rigidez
+ Tensão + Distensão
+ Complexidade - Complexidade
+ Esforço - Esforço
- Atração + Atração

Segundo gancho – Imagem: Não adianta falar ou escrever muito...é preciso mostrar. Sabe-se que numerosos
signos verbais podem ser substituídos. Os símbolos visuais têm o nome de símbolos icônicos (significa imagem)

Característica dos tipos de signos:

 Convencional;

 Visual;

 Linear;

 Contínua

Terceiro gancho – Comover e assustar o leitor: é muito comum que embora redigida corretamente, se
apresente meio sem graça, e até feia, aos olhos do leitor. É bom temperá-la com alguns elementos emotivos e
poéticos, para atrair a simpatia do leitor.

RECEITA PARA A EFICÁCIA DA COMUNICAÇÃO ESCRITA

Ingredientes

 Remetente

 Destinatário

 Mensagem

 Código

 Repertório

 Veículo

Apresentação

 Remetente
 Destinatário

 Código

 Aberto

 Fechado

 Mensagem/veículo

 Quente

 Frio

 Mensagem

 Seca

 Emotiva / poética

Acompanhante

 Contexto

 Estereótipos

 Ruídos

Indicações

 Tornar comum

 Persuadir

 Gerar resposta

Modo de Preparar

 Empregar vocabulário-padrão

 Manter a direção, não perder o objetivo

 Estruturar as idéias

 Utilizar os ganchos

Precauções

 Ter uma visão global e crítica da situação

 Evitar ruídos negativos

 Procure sempre verificar se o destinatário descodificou corretamente a mensagem.

Contra-indicações

 Não deseje ser claro e explícito

 Pretenda que a mensagem seja aberta

 Procure provocar diferentes descodificações e respostas

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