FOLGA. Objetivos • Habilitar e aperfeiçoar o Policial Militar da CIPRED , nas técnicas do combate armado e o uso quando em uso velado. • Despertar a “Mentalidade de Combate” ou o Mindset (Modelo mental) quando em serviço ou na sua folga. • Virar a chave. Considerações iniciais • Agir em uma situação de confronto com armas não é uma decisão fácil e simples. • . Envolve riscos diversos, inclusive de ocorrências de mortes, fora as • repercussões jurídicas. • Fazê-lo durante o momento em que o policial está de folga é ainda mais complicado, por diversos fatores, mas vamos expor alguns: • − Nesse ato o policial não está de posse de todo o seu equipamento de trabalho e desprovido de sua proteção balística; • − Na maioria das ocorrências registradas ele se encontra sozinho, conquanto policial e em várias outras acompanhado da sua família; Fator surpresa Boa parte das ações de confronto no momento da folga o fator surpresa está contra o policial; − Durante essas ocorrências geralmente se exige padrões de resposta que não são treinados com frequência pelo policial, fazendo com que tenha de reagir com uma postura inabitual; − A superioridade numérica fica suprimida e em vários casos registrados passa a ser fator positivo para a criminalidade; − Durante a folga o policial está em um momento de maior relaxamento, o que reforça ainda mais a possibilidade de ser surpreendido e reduzir suas chances de sucesso na ação. Muitos seriam os fatores que poderíamos acrescentar a esta lista, mas até aqui já temos largo campo para a reflexão. O que fazer? (mindset)
É fator preponderante que o policial observe e esteja consciente
que após ingressar nos quadros de uma instituição policial e ostentar esse honroso título, sua vida não mais será a mesma. Isto é fato. São necessárias novas posturas, novos posicionamentos e incorporar de corpo e alma o SER POLICIAL. Isso já evitaria muitos problemas e confrontos desnecessários durante o período de folga. São ações simples, mas que ajudam a sobreviver e manter-se incólume. Algumas dicas − Escolher os locais que frequenta; − Evitar ambientes que tenham riscos de ocorrências de brigas, discussões acirradas e mancha criminal; − Acreditar que num confronto há risco de ser alvejado, ferido ou morto; − Levar a sério a regra de segurança que afirma que armas, álcool e drogas não se misturam; − Observar atentamente os locais por onde passa e os ambientes onde adentra, escolhendo, sempre que possível, o local onde vai sentar-se ou posicionar-se; − Manter uma rotina de atividade física e treinamento tático, pois isto ajuda o corpo e o cérebro a reagirem melhor durante uma situação de risco; − Em ambientes públicos tentar analisar rotas de fuga, caso seja necessário sair rapidamente; − Entender que não existe fórmula mágica de reação, mas a análise e a reflexão sob pressão e a necessidade urgente de tomar uma decisão, pois ficar indeciso é uma das piores coisas que podem acontecer; − Lembrar à sua família os riscos que você e eles passam a estar expostos em virtude da honrada profissão; − Fazer exercícios mentais de projeção de ocorrências e possíveis desdobramentos e posturas a serem adotadas. O cinema tem heróis com recursos e efeitos especiais. Nós temos a realidade, sangramos e somos vulneráveis. Nossa profissão é de heróis, mesmo que não reconhecido pela sociedade. Mas, tornar-se um herói público, após uma ação de alto risco, geralmente ocorre quando não houve possibilidade de ser evitado o confronto, pela surpresa ou pelas circunstâncias. Calcule os riscos. Conheça seus limites. Busque a ação consciente. Planeje, se houver tempo. Mas não se esqueça que em muitos casos, em se tratando do momento de folga, não agir, permanecer no anonimato, é a melhor alternativa, a que traz menos riscos e a que gera menos danos. Falamos de treinamento, mas não acentuamos da forma devida que é preciso incorporar também uma rotina de exercícios voltados para esses momentos de folga. Como sugestão listamos algumas práticas: − Treinar o saque velado; − Treinar o saque sentado; − Efetuar prática de tiro partindo dessas posições de saque; − Efetuar práticas de tiro com variações de altura, direcionamento e profundidade; − Conhecer técnicas de tiro não ortodoxas e praticá-las. Sua sobrevivência depende de 3 coisas Escrito por Humberto Wendling 18/04/2020
• Um policial à paisana caminha em direção a uma casa lotérica.
Ele porta uma pistola que está pronta (munição na câmara). Enquanto anda, o policial confere as contas que precisa pagar. Ele entra na casa lotérica, e então alguém aponta uma arma para ele e anuncia o assalto.
• Enquanto isso, outro policial sai do supermercado empurrando o
carrinho de compras. Ele também porta uma pistola que está carregada, mas não pronta. Durante o trajeto até seu carro, o policial observa o ambiente à sua volta. A poucos metros do veículo, ele percebe a aproximação de dois suspeitos. Então, o policial precisa tomar uma decisão e agir. Mas qual desses policiais está realmente pronto para o confronto? • A resposta é: NENHUM. Por quê?
• Porque muito da capacidade para estar a salvo depende de três
fatores básicos. Esses três elementos formam um triângulo de autodefesa sustentável. Contudo, basta retirar um dos elementos para que o triângulo se desfaça. Os princípios da autodefesa ou sobrevivência policial são o estado de alerta, o preparo mental e a prontidão para agir ou reagir rápido e de modo eficaz. Então, uma análise dos eventos mostra que embora os policiais possuíssem planos de autodefesa, ambos eram falhos, pois faltava um dos elementos. O primeiro policial estava pronto, porém desatento. O segundo estava alerta, mas incapaz de ser rápido o suficiente. O estado de alerta • O estado de alerta é o atributo mais importante que alguém pode possuir, pois é a capacidade de observar as pessoas e as situações visando à antecipação ao perigo que está à espreita. E quanto mais cedo você detecta e reconhece um problema em potencial, mais opções tem para decidir como resolvê-lo. Apesar disso, algumas pessoas relatam que criminosos costumam surgir do nada. A verdade é que as vítimas estão tão desatentas que são incapazes de perceber a presença e a aproximação dos suspeitos. • Noutras ocasiões, a falta de atenção conduz você para situações perigosas. E até que você perceba o que está acontecendo, já não há muita esperança. É como se você estivesse caminhando e olhando para os pés e, quando olhasse para frente, se deparasse com os becos duma favela. Então, quão rápido você percebe o que está realmente ocorrendo? Como já disse: quanto mais atento você estiver, menor a sua chance de ser pego de surpresa. O treino mental • O preparo mental surge da necessidade de não cometer erros nas situações mais importantes e decisivas. Situações que fazem a diferença entre viver ou morrer. Como o nome diz, o preparo mental é um treino prévio baseado na imaginação. Funciona, grosso modo, da seguinte maneira: um colega lhe conta uma história sobre outro policial que foi assassinado durante um assalto num cruzamento qualquer. E o que você faz? Você vivencia mentalmente essa história como se você fosse a vítima, mas analisando a ocorrência e reagindo de modo que sobreviva ao confronto. Treino mental • É como se você se perguntasse: “O que eu faria de diferente se fosse comigo?” Com esse tipo de treinamento, sua mente diz ao corpo o que fazer. Mas sem esta preparação antecipada, você pode hesitar porque não tem um ponto de partida. Na confusão, descrença e incerteza de uma agressão, você precisa forçar seu corpo para reagir a tempo. E é aí que entra o preparo mental, pois ele diminui o tempo de paralisia, já que você aprendeu com a experiência alheia Treino mental • Você já pensou se seu modo de vida atual e o cuidado com a própria segurança permitem perceber a aproximação do suspeito? Será que sua mente está realmente preparada para ordenar que você saque sua arma? Você se sente capaz, de verdade, para acertar seus disparos antes que o suspeito dê o primeiro tiro? Quando você imagina um confronto, você perde ou sobrevive? Treino mental • Enquanto algumas pessoas escolhem não utilizar a força física como meio de sobrevivência, outras não têm tanta delicadeza. Mas cada uma das escolhas carrega responsabilidades e é preciso pensar e decidir sobre isso ANTES, e não no momento do confronto. E o antes também inclui o treinamento consciente e profissional. Prontidão • O terceiro elemento é frequentemente difícil de definir. Significa quão PRONTO você está para fazer o que tem que ser feito nos poucos segundos que restam. É a capacidade para agir ou reagir rápido e de modo eficaz quando a hora da verdade chegar.
• Como policial, você deve saber quando usar ou não a
força, pois mesmo a violência possui diferentes níveis. Você precisa saber qual combate lutar e qual deve deixar passar. Prontidão • Sua reação não tem relação com uma disputa insignificante, mas tem relação em não ser ferido ou morto em função da violência. Quando uma situação chega ao extremo e for a hora de usar a força, você deve estar pronto, do contrário, o despreparo tomará de você aqueles segundos que você não pode se dar ao luxo de perder. Prontidão • Alguns policiais acreditam tanto que são capazes de sacar rápido que acabam apostando a própria vida na crença de que o tempo gasto para estar realmente pronto é muito curto. Contudo esse tempo não significa simplesmente aquilo que se gasta para sacar. O tempo também inclui o período que se leva para perceber e decidir o que fazer, bem como o efeito desejado de incapacitação ou neutralização, porque mesmo a força letal leva tempo para se manifestar.
• Portanto, nunca esqueça que se você falhar em qualquer dos
três elementos do triângulo, a chance é de que a pessoa caída no chão seja você.