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Combate velado

2ª Instrução
Instrutor: 1º SGT-PM-ARAGÃO

• COMPORTAMENTO POLICIAL DURANTE A


FOLGA.
Objetivos
• Habilitar e aperfeiçoar o Policial Militar da
CIPRED , nas técnicas do combate armado e o
uso quando em uso velado.
• Despertar a “Mentalidade de Combate” ou o
Mindset (Modelo mental) quando em serviço
ou na sua folga.
• Virar a chave.
Considerações iniciais
• Agir em uma situação de confronto com armas não é uma decisão
fácil e simples.
• . Envolve riscos diversos, inclusive de ocorrências de mortes, fora as
• repercussões jurídicas.
• Fazê-lo durante o momento em que o policial está de folga é ainda
mais complicado, por diversos fatores, mas vamos expor alguns:
• − Nesse ato o policial não está de posse de todo o seu equipamento
de trabalho e desprovido de sua proteção balística;
• − Na maioria das ocorrências registradas ele se encontra sozinho,
conquanto policial e em várias outras acompanhado da sua família;
Fator surpresa
Boa parte das ações de confronto no momento da folga o fator
surpresa está contra o policial;
− Durante essas ocorrências geralmente se exige padrões de resposta
que não são treinados com frequência pelo policial, fazendo com que
tenha de reagir com uma postura inabitual;
− A superioridade numérica fica suprimida e em vários casos
registrados passa a ser fator positivo para a criminalidade;
− Durante a folga o policial está em um momento de maior
relaxamento, o que reforça ainda mais a possibilidade de ser
surpreendido e reduzir suas chances de sucesso na ação.
Muitos seriam os fatores que poderíamos acrescentar a esta lista,
mas até aqui já temos largo campo para a reflexão.
O que fazer?
(mindset)

É fator preponderante que o policial observe e esteja consciente


que após ingressar nos quadros de uma instituição policial e
ostentar esse honroso título, sua vida não mais será a mesma. Isto
é fato.
São necessárias novas posturas, novos posicionamentos e
incorporar de corpo e alma o SER POLICIAL.
Isso já evitaria muitos problemas e confrontos desnecessários
durante o período de folga. São ações simples, mas que ajudam a
sobreviver e manter-se incólume.
Algumas dicas
− Escolher os locais que frequenta;
− Evitar ambientes que tenham riscos de ocorrências de brigas, discussões
acirradas e mancha criminal;
− Acreditar que num confronto há risco de ser alvejado, ferido ou morto;
− Levar a sério a regra de segurança que afirma que armas, álcool e drogas
não se misturam;
− Observar atentamente os locais por onde passa e os ambientes onde
adentra, escolhendo, sempre que possível, o local onde vai sentar-se ou
posicionar-se;
− Manter uma rotina de atividade física e treinamento tático, pois isto ajuda
o corpo e o cérebro a reagirem melhor durante uma situação de risco;
− Em ambientes públicos tentar analisar rotas de fuga, caso seja necessário
sair rapidamente;
− Entender que não existe fórmula mágica de reação, mas a análise e a
reflexão sob pressão e a necessidade urgente de tomar uma decisão, pois ficar
indeciso é
uma das piores coisas que podem acontecer;
− Lembrar à sua família os riscos que você e eles passam a estar expostos em
virtude da honrada profissão;
− Fazer exercícios mentais de projeção de ocorrências e possíveis
desdobramentos e posturas a serem adotadas.
O cinema tem heróis com recursos e efeitos especiais. Nós temos a realidade,
sangramos e somos vulneráveis. Nossa profissão é de heróis, mesmo que não
reconhecido pela sociedade. Mas, tornar-se um herói público, após uma ação de
alto
risco, geralmente ocorre quando não houve possibilidade de ser evitado o
confronto, pela
surpresa ou pelas circunstâncias.
Calcule os riscos. Conheça seus limites. Busque a ação consciente.
Planeje, se houver tempo. Mas não se esqueça que em muitos
casos, em se tratando do momento de folga, não agir, permanecer
no anonimato, é a melhor alternativa, a que traz menos riscos e a
que gera menos danos.
Falamos de treinamento, mas não acentuamos da forma devida que
é preciso incorporar também uma rotina de exercícios voltados para
esses momentos de folga.
Como sugestão listamos algumas práticas:
− Treinar o saque velado;
− Treinar o saque sentado;
− Efetuar prática de tiro partindo dessas posições de saque;
− Efetuar práticas de tiro com variações de altura, direcionamento e
profundidade;
− Conhecer técnicas de tiro não ortodoxas e praticá-las.
Sua sobrevivência depende de 3 coisas
Escrito por Humberto Wendling 18/04/2020

• Um policial à paisana caminha em direção a uma casa lotérica.


Ele porta uma pistola que está pronta (munição na câmara).
Enquanto anda, o policial confere as contas que precisa pagar. Ele
entra na casa lotérica, e então alguém aponta uma arma para ele
e anuncia o assalto.

• Enquanto isso, outro policial sai do supermercado empurrando o


carrinho de compras. Ele também porta uma pistola que está
carregada, mas não pronta. Durante o trajeto até seu carro, o
policial observa o ambiente à sua volta. A poucos metros do
veículo, ele percebe a aproximação de dois suspeitos. Então, o
policial precisa tomar uma decisão e agir.
Mas qual desses policiais está realmente
pronto para o confronto?
• A resposta é: NENHUM. Por quê?

• Porque muito da capacidade para estar a salvo depende de três


fatores básicos. Esses três elementos formam um triângulo de
autodefesa sustentável. Contudo, basta retirar um dos elementos
para que o triângulo se desfaça. Os princípios da autodefesa ou
sobrevivência policial são o estado de alerta, o preparo mental e a
prontidão para agir ou reagir rápido e de modo eficaz. Então, uma
análise dos eventos mostra que embora os policiais possuíssem
planos de autodefesa, ambos eram falhos, pois faltava um dos
elementos. O primeiro policial estava pronto, porém desatento. O
segundo estava alerta, mas incapaz de ser rápido o suficiente.
O estado de alerta
• O estado de alerta é o atributo mais importante que
alguém pode possuir, pois é a capacidade de observar
as pessoas e as situações visando à antecipação ao
perigo que está à espreita. E quanto mais cedo você
detecta e reconhece um problema em potencial, mais
opções tem para decidir como resolvê-lo. Apesar
disso, algumas pessoas relatam que criminosos
costumam surgir do nada. A verdade é que as vítimas
estão tão desatentas que são incapazes de perceber a
presença e a aproximação dos suspeitos.
• Noutras ocasiões, a falta de atenção conduz você
para situações perigosas. E até que você perceba o
que está acontecendo, já não há muita esperança. É
como se você estivesse caminhando e olhando para
os pés e, quando olhasse para frente, se deparasse
com os becos duma favela. Então, quão rápido você
percebe o que está realmente ocorrendo? Como já
disse: quanto mais atento você estiver, menor a sua
chance de ser pego de surpresa.
O treino mental
• O preparo mental surge da necessidade de não cometer
erros nas situações mais importantes e decisivas.
Situações que fazem a diferença entre viver ou morrer.
Como o nome diz, o preparo mental é um treino prévio
baseado na imaginação. Funciona, grosso modo, da
seguinte maneira: um colega lhe conta uma história sobre
outro policial que foi assassinado durante um assalto num
cruzamento qualquer. E o que você faz? Você vivencia
mentalmente essa história como se você fosse a vítima,
mas analisando a ocorrência e reagindo de modo que
sobreviva ao confronto.
Treino mental
• É como se você se perguntasse: “O que eu faria de
diferente se fosse comigo?” Com esse tipo de
treinamento, sua mente diz ao corpo o que fazer.
Mas sem esta preparação antecipada, você pode
hesitar porque não tem um ponto de partida. Na
confusão, descrença e incerteza de uma agressão,
você precisa forçar seu corpo para reagir a tempo. E
é aí que entra o preparo mental, pois ele diminui o
tempo de paralisia, já que você aprendeu com a
experiência alheia
Treino mental
• Você já pensou se seu modo de vida atual e o
cuidado com a própria segurança permitem
perceber a aproximação do suspeito? Será que
sua mente está realmente preparada para
ordenar que você saque sua arma? Você se
sente capaz, de verdade, para acertar seus
disparos antes que o suspeito dê o primeiro
tiro? Quando você imagina um confronto,
você perde ou sobrevive?
Treino mental
• Enquanto algumas pessoas escolhem não
utilizar a força física como meio de
sobrevivência, outras não têm tanta
delicadeza. Mas cada uma das escolhas
carrega responsabilidades e é preciso pensar e
decidir sobre isso ANTES, e não no momento
do confronto. E o antes também inclui o
treinamento consciente e profissional.
Prontidão
• O terceiro elemento é frequentemente difícil de
definir. Significa quão PRONTO você está para fazer o
que tem que ser feito nos poucos segundos que
restam. É a capacidade para agir ou reagir rápido e
de modo eficaz quando a hora da verdade chegar.

• Como policial, você deve saber quando usar ou não a


força, pois mesmo a violência possui diferentes
níveis. Você precisa saber qual combate lutar e qual
deve deixar passar.
Prontidão
• Sua reação não tem relação com uma disputa
insignificante, mas tem relação em não ser
ferido ou morto em função da violência.
Quando uma situação chega ao extremo e for
a hora de usar a força, você deve estar pronto,
do contrário, o despreparo tomará de você
aqueles segundos que você não pode se dar
ao luxo de perder.
Prontidão
• Alguns policiais acreditam tanto que são capazes de sacar rápido
que acabam apostando a própria vida na crença de que o tempo
gasto para estar realmente pronto é muito curto. Contudo esse
tempo não significa simplesmente aquilo que se gasta para
sacar. O tempo também inclui o período que se leva para
perceber e decidir o que fazer, bem como o efeito desejado de
incapacitação ou neutralização, porque mesmo a força letal leva
tempo para se manifestar.

• Portanto, nunca esqueça que se você falhar em qualquer dos


três elementos do triângulo, a chance é de que a pessoa caída
no chão seja você.

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