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MANUAL TÉCNICO

ÍNDICE

CONTEÚDO Total de Págs.


BT-01 - O que é um Ventilador - Terminologia de Definição de Ventiladores 4

BT-02- Leis dos Ventiladores 7

BT-03 - Curvas de Desempenho de um Ventilador

Curvas de Resistência do Sistema

Instabilidade do Sistema, instabilidade do Ventilador e Paralelismo 5

BT-04 - Tipos de Ventiladores 4

BT-05 - Seleção de Ventiladores

Selecionando o tipo de Ventilador

Requisitos de uma Consulta de Ventilador 5

BT-06 - Efeitos no Sistema na Aspiração do Ventilador

Efeitos no Sistema na Descarga do Ventilador 7

BT-07 - Vida dos Rolamentos dos Ventiladores 2

BT-08 - Características dos Sistemas de Ventilação dos Ventiladores 3

BT-09 - Desbalanceamento Residual Permissível 3

BT-10 - Cálculo da Potência Sonora do Ventilador 3

BT-11 - Modulação do Desempenho do Ventilador 4

BT-12 - Arranjos de Ventiladores 7

BT-13 - Rotação Crática dos Eixos 4

BT-14 - Torque de Partida do Ventilador 3

BT-15 - Fundamentos de Ruído 10

BT-16 - Efeitos do Sistema na Aplicação de Ventiladores Industriais 6

2
BOLETIM TÉCNICO Nº 1

O QUE É UM VENTILADOR

U
m ventilador é uma máquina que produz fluxo Ventiladores para aquecimento, ventilação e ar
de gás com duas ou mais pás fixadas a um condicionado, inclusive em sistemas de alta
eixo rotativo. Os ventiladores convertem a velocidade ou de alta pressão, raramente atingem
energia mecânica rotacional, aplicada aos seus mais que 2.500 - 3.000 Pa (250 a 300 mm de coluna
eixos, em aumento de pressão total do gás em de água).
movimento. Esta conversão é obtida através da
alteração do momento do fluido. Há três componentes principais em um ventilador: o
propulsor (também chamado de rotor), o meio de
Os códigos de teste de potência da Sociedade acioná-lo e a carcaça.
Americana de Engenheiros Mecânicos (ASME)
limitam a definição de ventilador a máquinas que Para prever com razoável exatidão o desempenho de
aumentam a densidade do gás em no máximo 7% à um ventilador na instalação, um projetista deve saber:
medida que percorre o trajeto desde a aspiração até a
descarga. Este é um aumento de aproximadamente (a) Como o ventilador foi testado e qual
7.620 Pa (762 milímetros de coluna d´água) com procedimento (norma) foi seguido.
base no ar padrão. Para pressões superiores a 7.620
Pa (762 milímetros de coluna d´água), o dispositivo (b) Os efeitos que o sistema de distribuição de ar
de movimentação do ar é um compressor ou terá no desempenho do ventilador.
soprador. Existem muitas outras definições, com
limites de pressão distintos, sendo que o Brasil não Ventiladores de tipos diferentes, ou ainda
adota, oficialmente, nenhuma especificamente. ventiladores do mesmo tipo fornecidos por
fabricantes diferentes, não irão interagir com o
sistema da mesma maneira.

TERMINOLOGIA E DEFINIÇÕES
DOS VENTILADORES
Ar Padrão (Sistema Internacional)

A
r seco a 20ºC e 101,325 kPa. Sob essas
condições, o ar seco tem uma densidade de
massa de 1,204 kg/m3. Fig.1 - Pressão Atmosférica

Pressão Relativa - Coluna d’água (ca)


É a medida de pressão acima da atmosférica
expressa como a altura de uma coluna de água em
mm (ou polegadas). A pressão atmosférica ao nível Vácuo
do mar iguala-se a 10.340 mm (407,1 polegadas) de
água ou 10m (33,97 pés) de água (Fig 1). 10.340 mm
Pressão de coluna d’água
Atmosférica ao nível do mar
Pressão Estática (Pe)
É a diferença entre a pressão absoluta em um
determinado ponto em uma corrente de ar ou câmara
pressurizada e a pressão absoluta da atmosfera
ambiente, sendo positiva quando a pressão neste
Água
ponto estiver acima da pressão ambiente e negativa
quando estiver abaixo. Atua igualmente em todas as
direções, independente da velocidade do ar e é uma
medida da energia potencial disponível em uma
corrente de ar.

1-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 1

Pressão de Velocidade/Pressão Dinâmica


É a pressão exigida para acelerar o ar da velocidade
zero para alguma velocidade e é proporcional à Fig.2 - Pressão Dinâmica do Ventilador
energia cinética da corrente de ar. A pressão de
velocidade apenas será exercida na direção do fluxo
de ar e é sempre positiva (Fig 2).

Pd = V 2 para ar padrão Pressão Total


1,3

Onde: Pressão
Pd = pressão dinâmica em Pa Dinâmica
V = velocidade em m/s

Ou Pressão
Estática
Pd = ( r V2 ) / 2g
Onde:
Pd = pressão dinâmica em mmca Pressão Dinâmica = Pressão Total - Pressão Estática
V = velocidade em m/s
r = densidade de 1,204 kg/m3
g = acelereção da gravidade de
9,81 m/s2

Fig.3 - Pe, Pd e Pt num ponto

Pressão Total
Soma algébrica da pressão dinâmica e estática. É Pe
uma medida da energia total disponível na corrente
Pe Pe
de ar. (Fig. 3)
Pt
Pt=Pe+Pd Pe Pe
Pe
Pd
Pressão Total do Ventilador
Diferença algébrica entre a pressão total média na
descarga do ventilador e a pressão total média na
aspiração do ventilador. É a medida da energia
mecânica total acrescentada ao ar ou gás pelo
ventilador. Fig.4 - Pressão Total do Ventilador
A Fig. 4 mostra como isto é medido. Tubo de Impacto

Ventilador
Vazão (Q)
Fluxo de Ar
É a quantidade de ar ou gás, em volume,
movimentada pelo ventilador na unidade de tempo,
portanto independente da densidade do ar. A unidade
usual é m3/h, mas no SI o correto é utilizar m3/s.
Pt

Tubo de
Impacto

2-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 1

Pressão Estática do Ventilador Fig.5 - Pressão Estática do Ventilador


A pressão estática do ventilador (Fig. 5) é uma
grandeza usada na medição do desempenho de Tubo Estático
ventiladores e não pode ser medida diretamente. É a Ventilador
pressão total do ventilador menos a pressão
dinâmica correspondente à velocidade média do ar Fluxo de Ar
na descarga do ventilador. Observa-se que não é a
diferença entre a pressão estática na descarga e a
pressão estática na aspiração, isto é, não é a pressão
estática do sistema externo.
Pe
Potência Absorvida pelo ventilador (Pabs) Tubo de
É a potência real que um ventilador requer para mover Impacto
um dado volume de ar a uma determinada pressão.
Pode incluir a potência absorvida por correias em V,
acessórios e quaisquer outras exigências de potência
além do suprimento de força do ventilador.

Pabs = Q x Pt
1.020 ht
Fig.6 - Pressão Estática com Vazão Nula

Onde: ht = rendimento total do ventilador


Q = vazão em m3/s
Pt = pressão total em Pa
Pabs = potência em kW
Ou Pe

Pabs = Q x Pt
270.000 ht

Onde: ht = rendimento total do ventilador Q


Q = vazão em m3/h
Pt = pressão total em mmca
Pabs = potência em cv

Rendimento Estático (he)


É a potência estática dividida pela potência absorvida
do ventilador.
Fig.7- Descarga Livre

he = Saída de Força Q x Pe
=
Suprimentos de Força 270.000 x Pabs

Rendimento Total (ht)


Pe=0
Também chamado de rendimento mecânico, ou
Pe
simplesmente rendimento. É a razão da saída de
potência sobre o suprimento de potência.

ht = Q x Pt
270.000 x Pabs Q

3-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 1

Pressão Estática com vazão nula Fig.8 - Intervalo de Aplicação


Condição de operação em que a descarga do
ventilador encontra-se completamente fechada,
resultando em nenhum fluxo de ar. (Fig. 6).
Intervalo de
Pressão Aplicação
Condição de descarga livre Estática
Nesta condição de operação a pressão estática
através do ventilador é zero, e a vazão é máxima.
(Fig 7).

Intervalo de Aplicação
É o intervalo de vazões e pressões de operação, 0
Q
determinado pelo fabricante, no qual um ventilador irá
operar satisfatoriamente. (Fig. 8)
Fig.9 - Velocidade Periférica

O intervalo de aplicação típica para ventiladores


centrífugos com pás voltadas para a frente é de 30% a
80% da vazão máxima, para ventiladores inclinados
para trás é de 40% a 85% da vazão máxima e para
ventiladores com pás radiais de 35% a 80% da vazão D RPM
máxima.

Velocidade Periférica (Vp)


É igual a circunferência do rotor multiplicada pela
RPM do ventilador e é expressa em m/s. (Fig. 9.)
Vp = p x DN
60

Onde :
D = diâmetro do rotor em metros
N = velocidade em RPM

OTAM VENTILADORES INDUSTRIAIS LTDA.


Av. Francisco S. Bitencourt, 1501
Fone: (51) 3364.5566 - Fax: (51) 3364.1264
Caixa Postal 7056 - CEP: 91150-010 - Porto Alegre - RS
e-mail: comercial@otam.com.br www.otam.com.br

4-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 2

LEIS DOS VENTILADORES

N
ão é exeqüível testar o desempenho de cada Mudanças na Rotação do Ventilador
tamanho de ventilador de uma linha de um
fabricante, em todas as velocidades às quais Primeiramente, devemos considerar as leis para
ele pode ser aplicado. Nem tampouco é possível ventiladores aplicadas a uma mudança apenas na
simular cada densidade do ar de aspiração que pode rotação (sistema constante) em determinado
ser encontrada. ventilador e em determinado sistema utilizando ar
numa dada densidade. (Fig. 1)
Felizmente, de acordo com o uso das Leis dos
Ventiladores, é possível prever com boa precisão o
desempenho de um ventilador em outras velocidades
e densidades diferentes daquelas do teste de Q 2= Q 1 x ( NN (
2

1
desempenho original.
2

É importante observar-se, entretanto, que essas Leis P2 = P1 x ( (


N2
N1
se aplicam a um determinado ponto de operação 3
segundo a característica do ventilador. Elas não
podem ser usadas para prever outros pontos nesta
W=
2
W1 x ( NN (
2

1
curva característica, ou seja, as leis dos ventiladores
calculam o novo ponto de operação do ventilador
dentro da curva de mesmo rendimento. O rendimento não é alterado.

Estas Leis são mais freqüentemente usadas para


calcular mudanças na vazão, pressão e potência de
um ventilador quando o seu tamanho, velocidade ou
densidade do gás forem alterados. Fig.1 - Mudança na RPM
Intervalo
de
As Leis dos Ventiladores serão exatas para Aplicação P @ N2
ventiladores com proporcionalidade geométrica; Curva do
entretanto, uma vez que as tolerâncias normalmente Sistema
não são proporcionais, um desempenho levemente P2
melhor é normalmente obtido quando for projetado a
partir de um determinado tamanho de ventilador para
um tamanho maior.
1
Equações das leis dos ventiladores: P @ N1
3
Q 2= Q 1 x ( NN ( x( DD (
2

1
2

1
P1

2 2 Q1 Q2
P2 = P1 x ( NN ( x( DD ( x( dd (
2

1
2

1
2

3 5
W=
2
W1 x ( NN ( x( DD ( x( dd (
2

1
2

1
2

1
Onde:
Q=vazão
P = pressão (total, estática ou
dinâmica)
d=densidade do gás
N=rotação do ventilador
D=diâmetro do rotor
W=potência do ventilador

1-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 2

Mudanças no Tamanho do Ventilador


As Leis dos Ventiladores contêm mudanças no
desempenho devido a mudanças proporcionais no
tamanho do ventilador, baseando-se numa
velocidade periférica constante, com rotação, Fig.2 - Mudança no Diâmentro do Rotor
(velocidade periférica constante)
densidade de ar e proporções do ventilador
constantes e um ponto de operação fixo. (Fig 2.)

Ventilador
( WW (
Q 2= Q 1 x 2

1
D2

2
Q x( (
D 2
1 D 1
Ventilador
D1
P2 = P1 P1 =P 2
D
N2= N 1 x 1
D2 ( ( 2

Q1 Q2
São usadas principalmente por projetistas de
ventiladores e raramente têm aplicação na seleção ou
aplicação dos equipamentos.

As Leis dos Ventiladores também referem-se a


mudanças no desempenho devido a mudanças
proporcionais no tamanho do ventilador, porém
baseando-se na rotação do ventilador, densidade do
ar e proporções do ventilador contantes e ponto de
operação fixo. (Fig. 3)

3 Fig.3 - Mudança no Diâmetro do Rotor


Q 2= Q 1 x ( (
D2
D1
(rotação constante)

2
D
P 2= P 1 x 2
D1 ( ( Ventilador
D2

5
W=
2
W1 x ( (
D2
D1
P2
Ventilador
Geralmente são usadas pelos fabricantes de D1 3
ventiladores para gerar dados quanto ao P1
desempenho para "famílias" de ventiladores
geometricamente proporcionados.
Q1 Q2

Mudanças na densidade do ar
A seguir, considera-se o efeito da mudança na
densidade do ar sobre o desempenho do ventilador,
sendo que três leis se aplicam a esta situação.

2-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 2

Leis dos Ventiladores (Fig. 4) com volume, sistema, Fig.4 - Efeito da Mudança na Densidade
(vazão constante)
tamanho do ventilador e rotação constantes.

A vazão do ventilador (Q) não será alterada em virtude Ventilador


da densidade. Um ventilador é uma máquina de D2
volume constante e produzirá a mesma vazão
independentemente da densidade do ar.

P2= P1 x ( WW (
2

1
P2
Ventilador
D1 3
P1 x ( dd (
2

1
P1

Q 2= Q 1 Q1 Q2

As Leis dos Ventiladores (Fig. 5) com pressão, Fig.5 - Mudança na Densidade


sistema e tamanho do ventilador constantes. Rotação (pressão estática constante)
variável.

( NN (
P @ d1
Q 2= Q 1 x 2

= Q x( (
W 2
P @ d2
1 W 1

= Q x( (
d 1 P1 = P2 5
1 d 2

ad
2
P2 = P1 em ad
1
Sist m
Siste
As Leis dos Ventiladores (Fig. 6) para vazão
constante, sistema constante e tamanho fixo do Q2 Q1
ventilador. Rotação do ventilador variável.

( NN (
Q 2= Q 1 x 2

1
Fig.6 - Mudança na Densidade
(vazão constante)
= Q x( (
P 2
P 1
1

= Q x( (
d 1
Sistema @ d1
d 1
2
2 P @ d2 e N 2
W= W x( (
d 1
2 d 1
2
P2
P @ d1
e N1
As Leis dos Ventiladores das figuras 4 e 6 são a base 6
d2
para selecionar ventiladores que não os de a
@
P1
densidade de ar padrão, usando as tabelas de st em
Si
catálogo dos ventiladores que se baseiam em ar
padrão. Q1 Q2

3-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 2

Exemplo No. 1 Exemplo No. 2

Um ventilador para ar condicionado está operando a Um ventilador está operando a uma velocidade de
uma velocidade de 600 rpm contra uma pressão 2.715 rpm a uma temperatura de 20ºC contra uma
estática de 500 Pa e exigindo potência de 6,50 kW. pressão estática de 300 Pa. Está liberando 3.560 m³/h
Está liberando 19.000 m³/h nas condições padrão. e requer 2,84 kW. Um motor de 5 kW está alimentando
Para manusear uma carga térmica de ar o ventilador. O sistema está com pouca capacidade
condicionado maior que a planejada originalmente, porém o proprietário não quer gastar dinheiro para
mais ar se faz necessário. A fim de aumentar a vazão mudar o motor. Qual é a capacidade máxima que se
de ar para 21.500 m³/h, quais são os novos valores pode chegar no seu sistema com o motor 5 kW
para a rotação do ventilador, a pressão estática e a existente? Qual é o aumento de rotação permitido?
potência? Qual será a vazão e qual será a pressão estática sob
as novas condições?

Q 2= Q 1 x ( NN (2

1
N 2= N 1 x ( WW (
2
1/
3

1
1/
Q
( (
3
N 2= N 1 x 2 = 2.715 x (5,0/2,84) = 3.280 rpm
Q1
= 600 x (21.500/19.000)
= 679 RPM
Q 2= Q 1 x ( NN (2

1
2
N
P2 = P1 x 2( (
N1
= 3.560 x (3.280/2.715)
= 4.300 m³/h
2
=500 x (679/600) = 640Pa
2

3 P2 = P1 x
N2
( (
W=
2
W1 x ( NN ( 2

1
N1
= 300 x (3.280/2.715) = 440Pa
2
3
=6.50 x (679/600) = 9.42 kW

Fig.7 - Mudança na RPM Fig.8 - Mudança na RPM

679 RPM 3.280 RPM


Curvas
9,42 kW kW
600 RPM Curvas do Curvas do
Ventilador Ventilador
6,50 Curvas do 2.714 RPM
kW Curvas do
640 Sistema Sistema
440
P P
500 300

19 21.5 3.560 4.300


3
Q x 10

4-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 2

Exemplo No. 3 Fig.9 - Mudança no Diâmetro

Um fabricante de ventiladores deseja projetar os


dados obtidos por um ventilador de 400 mm de
diâmetro para um ventilador de 800 mm de diâmetro. 800
Em um ponto de operação, o ventilador de 400 mm
entrega 7.750 m³/h a 20ºC contra uma pressão Curvas
do
estática de 100 Pa. Isto requer 694 rpm (velocidade P
Ventilador
periférica = 14,53 m/s) e 1,77 kW. Qual será a vazão
projetada, a pressão estática, a potência e a 400
velocidade periférica (Vp) para um ventilador de 800
mm na mesma rotação? 400

100

7.750 62.000
3

Q 2= Q 1 x ( DD (
2

= 7.750 x (800/400)
3 Exemplo No. 4
= 62.000 m³/h
Um ventilador aspirando ar de um forno está
entregando 18.620 m³/h a 116ºC contra uma pressão
estática de 250 Pa. Está operando a 796 rpm e requer
2
9,90 kW. Presumindo-se que o forno perca seu calor e
D
P 2= P 1 x 2
D1 ( ( o ar seja de 20ºC, o que acontece com a pressão
estática e a potência absorvida pelo ventilador?
2
= 100 x (800/400) Densidade do ar de 20ºC = 1,2 kg/m3
= 400 Pa Densidade do ar de 116ºC = 0,9 kg/m3

5
W2= W1 x ( DD (
2

1 Q 2= Q 1 =18.620 m³/h
5
= 1,77 x (800/400)
= 56,64 kW
P 2= P 1 x ( dd (
2

1
= 250 x (1,2/0,9)
Vp=
2
Vp1 x D 2
D1 ( ( = 335 Pa

= 14,53 x (800/400)
= 29,06 m/s W2= W1 x ( dd (2

1
= 9,9 x (1,2/0,9)
= 13,2 kW

Estas, mais as equações do exemplo 1, são as leis


usadas para projetar dados de catálogo, para muitos
diâmetros e rotações, a partir de um teste em um
único ventilador em uma única velocidade.

5-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 2

Fig.10 - Mudança na Densidade Fig.11 Mudança na Densidade

20°C Ar Padrão
1.120 RPM
116°C Curvas do 49°C & 1000 Curvas do
20°C Ar Padrão
Ventilador Ventilador
Curvas do 1.120 RPM Curvas do
335 Sistema 225 Sistema
P P
250 200

116°C
49°C & 1000

Q 18.620 Q 15.200

Este exemplo ilustra porque o motor do ventilador A partir da tabela do catálogo do ventilador, veremos
deve ser sempre selecionado na potência em que, para entregar 15.200 m³/h com 225 Pa, serão
densidade máxima, a qual estaria na temperatura de necessárias 1.120 rpm. A potência exigida é de 8,07
ar mais baixa esperada. kW. A rotação está correta em 1.120 rpm, mas uma
vez que o ventilador está lidando com ar menos
Exemplo No. 5 denso, então:

Um engenheiro especifica que quer 15.200 m³/h a


uma pressão estática de 200 Pa, com temperatura de
Wstd= Wreal x ( dd (
real

std
49ºC e a uma altitude de 300 m. Determine a rotação
do ventilador e sua potência. = 8,07 x 0,88
(Dica: há duas maneiras de resolver este problema, = 7,1 kW
usando-se as Leis dos Ventiladores mostradas na
Fig.4 ou 6). Observe também, a partir deste exemplo, que a perda
de carga do sistema varia diretamente com a
Usando-se as Leis dos Ventiladores 4 (Fig. 11): densidade do ar.

Para entrarmos nas tabelas dos ventiladores nos Usando-se a Lei para Ventiladores 6 (Fig. 12):
catálogos do fabricante que se baseiam no ar padrão,
devemos determinar a pressão estática que seria Neste caso, presuma que a condição de operação é a
exigida com ar padrão. padrão para determinar a rotação e a potência no
catálogo. Dessa forma, a potência e a pressão
A partir de um gráfico de proporções de densidade do estática do catálogo serão corrigidas de acordo com
ar, nós encontraríamos: a Lei para Ventiladores 6.

Densidade Real
Qstd= Q real x ( dd (
real
std
= 0,88
Densidade Standard = 15.200 x 0,88 = 13.400 m³/h

Pstd = Preal x ( dd (
std

=
200
real

= 227 Pa, digamos 225


Pstd = Preal x ( dd (
real
std
0,88
= 200 x 0,88 = 176 Pa, digamos 175

6-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 2

O ventilador irá entregar 13.400 m³/h com 175 Pa ao


operar em 988 rpm. A potência exigida é de 5,55 kW. Fig.12 - Mudança na Densidade
Corrigindo-se a rotação pela densidade, de acordo
com a Lei para Ventiladores 6, obtemos: 1.120 RPM
49°C & 1000
988 RPM Curvas do
Nreal= Nstd x ( dd (
std

real
Ar Padrão Ventilador
Curvas do
200 Sistema
P
= 988/0,88 = 1.120 rpm 175

Ar Padrão
2

( (
d
Wreal= Wstd x std
dreal 49°C & 1000
13.400 15.200
2
= 5,55/(0,88) = 7,1 kW Q

Como era de se esperar, a resposta é a mesma em


ambas as soluções. Este exemplo é útil naqueles casos em que uma
resistência é adicionada, tal como um filtro absoluto,
Exemplo No. 6 no sistema de ventilação, aumentando a pressão
estática requerida além da curva do ventilador
Presuma que um ventilador esteja trabalhando com catalogada pelo fabricante.
41.280 m³/h a uma pressão estática de 300 Pa,
funcionando a 418 rpm e exigindo 14,99 kW. Se a
velocidade permanecer constante em 418 rpm,
porém uma resistência adicional de 100 Pa (baseada
Q1 = Q 2 x ( NN (
1

2
418
nas velocidades existentes) for colocada no sistema,
a pressão estática seria de 400 Pa se a capacidade, ( )
= 41.280 x 454 = 38.000 m³/h
41.280 m³/h, permanecer a mesma. A partir da tabela
de seleção do fabricante de ventiladores, vê-se que a
2 2
velocidade teria que ser aumentada para 454 rpm e
exigiria 18,7 kW. Esta nova seleção do ventilador deve P1= P 2x ( (
N1
N2
= 400 x
418
454 ( )
= 339 Pa
ser reduzida à velocidade pré-determinada de 418
rpm ao longo da nova curva de resistência do duto
usando-se a Lei para Ventiladores 1. 3

W1 = W2 x
N1
N2 ( (
3
418
( )
= 18,7 x 454 = 14,6 kW

OTAM VENTILADORES INDUSTRIAIS LTDA.


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7-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 3

CURVAS DE DESEMPENHO
DE UM VENTILADOR

U
ma vez que cada tipo e tamanho de ventilador Uma curva típica de desempenho de um ventilador
tem características diferentes, curvas de encontra-se na Fig. 1.
desempenho dos ventiladores devem ser
desenvolvidas por seus fabricantes. Geralmente, estas curvas são determinadas por
testes de laboratório, conduzidos de acordo com
Uma curva de desempenho de um ventilador é uma uma norma de teste apropriada, como por exemplo
representação gráfica de seu desempenho. Esta as normas da Air Movement and Control Association
curva normalmente cobre todo o intervalo desde a International Inc. (AMCA).
descarga livre (sem obstruções ao fluxo) até vazão
zero (um sistema totalmente vedado sem nenhum É importante observar-se que as condições de fluxo
fluxo de ar). do setup do teste requerido pelas normas da AMCA
são praticamente ideais. Por este motivo, as curvas
Uma ou mais das seguintes características podem de desempenho, para a pressão estática e potência
ser representadas graficamente em função da vazão absorvida versus o fluxo de ar, são as obtidas sob
(Q). condições ideais, que raramente existem na prática.
Pressão Estática Pe
Pressão Total Pt As "Leis dos Ventiladores" são usadas para
Potência cv determinar as características de desempenho e
Rendimento Estático do Ventilador hs potência em outras rotações e tamanhos de
Rendimento Total do Ventilador ht ventilador; normalmente, conforme o mencionado
anteriormente, poucos tamanhos de ventilador e
A densidade do gás (r), o tamanho do ventilador e a rotações são testados para determinar a capacidade
rotação (N) são geralmente constantes durante toda de uma determinada "família" de ventiladores.
a curva e devem ser expressados.
Fig.1- Curva de Desempenho de Ventilador
Rendimento %

13
Tamanho 560
6 12
Diâmetro do rotor/ventilador de 560mm
Pt
11

5 10 100
Pe
9 90

4 8 80
ht
Pressão, P

7 70

3 6 60
kW - Potência

5 50
hs
2 4 40
kW
3 30

1 2 20

Operando a 1.000 RPM & 1,2 kg/m³ de densidade 1 10

0 0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Vazão, Q - m³/h x 1000

1-5
BOLETIM TÉCNICO Nº 3

CURVA DE RESISTÊNCIA DO SISTEMA

A
Fig. 2 - Curva de Resistência do Sistema
resistência do sistema é a soma total de todas
as perdas de pressão através dos filtros,
serpentinas, dampers e dutos. A curva de
resistência do sistema (Fig. 2) é simplesmente uma 400
representação gráfica da pressão exigida para mover
o ar pelo sistema. 300

Para sistemas fixos, ou seja, sem nenhuma alteração

Pe
200
nas regulagens dos dampers, etc., a resistência do
sistema varia conforme o quadrado do volume de ar
(Q). A curva de resistência para qualquer sistema é 100
representada por uma curva simples. Por exemplo,
considere um sistema trabalhando com 1.000 m3/h 0
com uma resistência total de 100 Pa. 0 1000 2000
Q
Se Q for duplicado, a resistência aumentará para 400
Q ² ² 4
Pa, conforme mostrado pelo quadrado do valor da
razão dada na Fig. 2. Esta curva modifica-se, no
Pe
Pe
¹
( ) (
² = ² = 2.000 =
Q
¹
1.000 1 )
entanto, a medida em que os filtros sobrecarregam-se
de sujeira, as serpentinas começam a condensar
umidade, ou quando os dampers de saída têm a sua
posição alterada. Fig. 3 - Ponto de Operação

Ponto de Operação Ponto de operação


O ponto de operação (Fig.3) no qual o ventilador e o
Potência absorvida
e Pressão estática

sistema irão funcionar é determinado pela intersecção


da curva de resistência do sistema e a curva de Curva do
Sistema
desempenho do ventilador. Observe que todo
Curva da
ventilador opera apenas ao longo da sua curva de
Potência
desempenho. Se a resistência do sistema projetada
não for a mesma que a resistência no sistema Curva do
Ventilador
instalado, o ponto de operação irá mudar e os valores
de pressão estática e vazão não serão iguais ao
calculado.
Observe na Fig. 4 que o sistema real tem uma perda de Q
pressão maior do que a prevista no projeto. Portanto, o
volume de ar é reduzido e a pressão estática é Fig. 4 - Variações do Projeto
aumentada. - Diminuição do Fluxo de Ar

O formato da curva de potência resultaria tipicamente Pe @ Q projeto


em uma redução da potência absorvida. Tipicamente,
a RPM seria então aumentada e mais potência seria Curva do
necessária para atingir a vazão desejada. Em muitos Incremento de Pe Ventilador
casos onde há uma diferença entre a capacidade do Curva Real
ventilador calculada e a real, isto deve-se a uma do Sistema
Pe

mudança na resistência do sistema, e não a falhas do Curva de


ventilador ou do motor. Freqüentemente erra-se ao Projeto
tomar a leitura da pressão estática do ventilador e
concluir que, se estiver abaixo ou acima das exigências
do projeto, a vazão também está abaixo ou acima das Redução de Q
exigências do projeto. A Fig. 4 mostra porque esta Q
conclusão é completamente inválida.

2-5
BOLETIM TÉCNICO Nº 3

INSTABILIDADE DO SISTEMA,
INSTABILIDADE DO VENTILADOR E PARALELISMO

O
s três principais motivos para um fluxo de ar
Fig.1- Instabilidade do Sistema
instável em um sistema de ventilação são (1)
Instabilidade do Sistema, (2) Instabilidade do Instabilidade do
Ventilador e (3) Paralelismo. sistema é possível

Instabilidade do Sistema
A instabilidade do sistema ocorre quando as curvas
da resistência do sistema e do desempenho do

Pe
ventilador não se cruzam num ponto único, mas, ao
contrário, sobre um intervalo de vazões e pressões.
Esta situação não ocorre com ventiladores com pás
voltadas para trás (Limit load), aerofólio e radiais.
Entretanto, esta situação pode ocorrer com um
ventilador centrífugo com pás curvadas para a frente
(Sirocco) quando estiver operando conforme Q
representado na Fig. 1.

Nesta situação, uma vez que a curva do ventilador e a


curva do sistema estão quase paralelas, o ponto de
operação pode estar num intervalo de vazões e Fig.2 - Explicação da Instabilidade do Ventilador
pressões estáticas. Isto resultará em uma operação
instável conhecida como instabilidade do sistema,
Alta
pulsação ou bombeamento. Pressão
Baixa
Pressão
A instabilidade do sistema não deve ser confundida
com "paralelismo", o que somente pode ocorrer
quando dois ventiladores forem instalados em
paralelo.

Instabilidade do Ventilador Isto aparece na Fig. 3 como flutuação no volume de ar


A instabilidade do ventilador é diferente da e na pressão. Esta instabilidade pode ser ouvida e
instabilidade do sistema; elas podem ou não ocorrer sentida, e ocorre em quase todos os tipos de
ao mesmo tempo (Fig. 2). ventiladores, em maior ou menor grau, quando a
pressão estática máxima (vazão nula) for atingida. O
Para qualquer ventilador, o ponto de pressão mínima ventilador de pás radiais é uma exceção notável.
ocorre no centro de rotação do rotor e a pressão Enquanto a magnitude da instabilidade varia para
máxima ocorre na descarga do rotor. Se o rotor não tipos diferentes de ventiladores, (sendo maior para
estivesse girando e esta pressão diferencial existisse, ventilador de aerofólio e menor para ventilador de pás
o fluxo seria do ponto de mais alta pressão até o ponto curvadas para frente), a flutuação da pressão próxima
de mais baixa pressão. Isto é o oposto da direção que à máxima (vazão nula) poderá ser na ordem de 10%.
o ar normalmente flui pelo ventilador. A única coisa Por exemplo, um ventilador com instabilidade,
que mantém o ar movendo-se na direção apropriada desenvolvendo cerca de 600 Pa de pressão estática
é o giro das pás. total poderá ter flutuação de pressão de 60 Pa. Isto
explica porque um ventilador grande com
Uma perda de sustentação aerodinâmica (stall) instabilidade é intolerável. As paredes da sala do
ocorrerá, a menos que haja ar suficiente entrando no equipamento podem chegar a partir-se com a
rotor do ventilador para preencher completamente o vibração dos dutos conectados a um ventilador com
espaço entre as pás. instabilidade.

3-5
BOLETIM TÉCNICO Nº 3

A seleção do ponto de operação não deve ser feita à Fig. 3 - Instabilidade do Ventilador
esquerda do "ponto de instabilidade" na curva do ventilador. Flutuação
Este ponto, o qual define uma curva de sistema quando na Pressão
todas as velocidades do ventilador são consideradas, varia Estática
para diferentes instalações do ventilador. Por exemplo, uma
operação estável pode ser obtida muito além à esquerda da 100 Limite do
curva quando o ventilador é instalado em uma situação ideal Intervalo de
Catálogo
de laboratório. Obviamente, estas condições são raramente Instabilidade

encontradas em aplicações de campo. Conseqüentemente,

Pe
a maioria dos fabricantes não catalogam intervalos de Margem de
operação ao longo de toda a curva até a linha de Segurança
instabilidade.
Entretanto, uma vez que o ponto de corte da curva do
catálogo é basicamente um julgamento de engenharia,
dados do desempenho de catálogo conservativos 0
fornecerão intervalos de operação, os quais permitirão uma 0 100
Q
operação estável, com qualquer projeto de sistema de dutos
razoável, no funcionamento em campo.

Paralelismo Fig. 4 - Operação Desbalanceada em Paralelo


A terceira causa para uma operação instável é o paralelismo,
(Fig. 4), que pode ocorrer apenas em uma instalação com Q1
Q2
múltiplos ventiladores conectada ou com uma aspiração
comum ou com uma descarga comum, ou ambas no
mesmo sistema, particularmente quando um grande volume
de ar deve ser movido. Neste caso, a curva combinada de
vazão-pressão é obtida acrescentando-se a capacidade de
Pe
fluxo de ar de cada ventilador à mesma pressão. (Fig. 5).

O desempenho total de múltiplos ventiladores será menor


que a soma teórica se as condições de aspiração forem
restritas ou o fluxo de ar na aspiração não for uniforme em
linha reta (não turbulento).
Fig. 5 - Operação de Ventiladores em Paralelo Q1 Q2
Operação não
Recomendada
neste Intervalo
vel

l
áve
stá

est
a In

ma
tem

te
Sis

Sis

100
Percentual da Pressão Estática do Ventilador

Curva
Combinada
de Ventiladores
em Paralelo

Ventilador Único

Percentual da Vazão 200

4-5
BOLETIM TÉCNICO Nº 3

Alguns ventiladores possuem um aclive "positivo" na Geralmente, são deixados nesta posição
curva pressão-volume de ar à esquerda do ponto do permanentemente. A curva gerada pelo damper
pico de pressão. Se os ventiladores operando em neste ponto tem um formato tal que a soma das
paralelo forem selecionados na região deste aclive curvas de desempenho interseccione a curva do
"positivo", isso poderá resultar em uma operação sistema em apenas um ponto.
instável .
Os ventiladores operados em paralelo devem ser do
A curva fechada em loop à esquerda do ponto de pico mesmo tipo, tamanho e velocidade de rotação. Caso
de pressão é o resultado da plotagem de todas as contrário, poderão resultar complicações
combinações possíveis do volume de ar em cada indesejáveis de desempenho. É altamente indicado
pressão. Se a curva do sistema interseccionar a curva que as recomendações do fabricante do ventilador
combinada de volume de vazão na área sejam seguidas ao considerar-se o uso de
compreendida pelo loop, é possível haver mais de um ventiladores em paralelo.
ponto de operação. Isto pode fazer com que um dos
ventiladores utilize mais ar e pode causar uma O uso dos ventiladores axiais em paralelo apresenta
sobrecarga do motor se os ventiladores forem problema potencial de ruído a menos que medidas
acionados individualmente. Esta condição especiais sejam tomadas no momento do projeto; o
desequilibrada de fluxo tende a se reverter acréscimo de controle de ruído normalmente não é
alternadamente, e o resultado é que os ventiladores possível.
irão carregar-se e descarregar-se intermitentemente.
Esta "pulsação" freqüentemente gera ruído e vibração Um problema de ruído freqüentemente encontrado
e pode causar dano aos ventiladores, ao em ventiladores operando em paralelo é o batimento.
funcionamento do sistema de dutos ou aos motores. Isso é causado por uma leve diferença na velocidade
de rotação de dois ventiladores teoricamente
Isto requer a instalação de dampers de vazão na idênticos. O ruído de batimento de baixa freqüência
voluta (Fig. 6). Eles servem para mudar o formato da resultante pode ser muito desagradável e difícil de ser
voluta do ventilador e, portanto, para cada posição do eliminado. O problema pode ser comparado ao efeito
damper, há uma curva de desempenho diferente estroboscópico de uma lâmpada fluorescente
correspondente. iluminando um rotor com uma leve diferença entre as
freqüências de rotação do rotor e o fornecimento
A curva do ventilador resultante de várias posições energia da lâmpada.
dos dampers de vazão encontra-se representada na
Fig. 6. O objetivo é mudar a curva suficientemente de Fig. 6 - Efeito de Dampers na Voluta
modo que o conjunto forneça uma operação estável.
Sendo o desempenho levemente reduzido, o
aumento correspondente em RPM deve ser tal a 100
atingir as condições especificadas. Entretanto, isso
raramente é feito, uma vez que a diferença é
Pe e Potência

tipicamente negligenciável.

(Ver Fig. 5, pág. 4) Para corrigir o problema, o damper


de volume da voluta é meramente empurrado para
baixo em ambos os ventiladores até que a pressão
estática e a pulsação do nível de ruído desapareçam.
0
0 100
Q Damper na Voluta
Ativo

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5-5
BOLETIM TÉCNICO Nº 4

TIPOS DE VENTILADORES

P
ara cobrir uma ampla gama de aplicações, os
ventiladores são fabricados em uma variedade
de tipos. Podem ser classificados sob três
tipos gerais: (a) Centrífugos, (b) Axiais e (c) Fluxo Fig. 1 - Rotores de Ventiladores Centrífugos
Misto. A Tabela 1 compara as características típicas
de alguns dos tipos de ventiladores mais comuns. R
r=B S
t
Ventilador Centrífugo
É um ventilador em que o ar entra no rotor axialmente
e é descarregado radialmente em uma carcaça do
tipo voluta. Os ventiladores centrífugos são divididos Pá Radial
em três classificações de acordo com o tipo de rotor: R
com rotor de pás curvadas para a frente (Sirocco), B r S
com rotor de pás voltadas para trás (Limit load e t
Airfoil), com rotor de pás radiais.

A rotação para determinado tipo de rotor de ventilador Limit Load - Pá Inclinada para Trás
centrífugo é determinada pela velocidade periférica
R
necessária para produzir a velocidade de partícula de
B S
gás absoluta requerida para a aplicação (Fig. 1). Este t
vetor de velocidade de partícula absoluta relativo ao
solo (S) tem dois componentes, um radial (r) e o outro
tangencial (t) ao rotor.
Sirocco - Pá Curvada para Frente
A velocidade do ar relativa à pá é indicada pelo vetor
r = Componente Radial
da pá (B) que é quase tangencial à pá, embora algum t = Componente Tangencial
escorregamento possa ocorrer. A extensão do vetor S = Velocidade Absoluta do Ar
da velocidade periférica (R), conforme representado B = Velocidade do Ar em Relação ao Rotor
no diagrama, indica a RPM relativa do rotor para R = Velocidade Periférica Relativa do Rotor
produzir uma determinada capacidade. Examinando-
se a extensão relativa do vetor R, pode-se ver que o
ventilador Sirocco requer a menor velocidade O ventilador Sirocco pode entrar em instabilidade,
periférica para uma determinada capacidade, porém a magnitude é tipicamente menor do que a dos
enquanto que o ventilador Limit Load requer a maior outros tipos.
velocidade periférica.
As vantagens do ventilador Sirocco são o baixo custo,
Ventilador Centrífugo com Rotor de Pás Curvadas para a rotação baixa que minimiza o tamanho do eixo e do
a Frente (Sirocco) mancal, e um amplo intervalo de operação. As
O ventilador centrífugo tipo sirocco movimenta-se a desvantagens são: o formato de sua curva de
rotações relativamente baixas e é geralmente usado desempenho que permite a possibilidade de
para produzir vazões altas com baixa pressão instabilidade por paralelismo, e uma sobrecarga do
estática. motor que pode ocorrer se a pressão estática do
sistema diminuir. Além disso, não é adequado para o
O intervalo de operação típico deste tipo de ventilador transporte de materiais devido à configuração de
é 30 a 80% da vazão em descarga livre (Fig. 2). O suas pás. É inerentemente mais fraco em seu aspecto
rendimento estático máximo de 60-68% geralmente estrutural que os demais tipos. Portanto, os
ocorre ligeiramente à direita do pico da pressão ventiladores sirocco, geralmente, não atingem as
estática. A curva da potência tem um aclive crescente altas rotações necessárias para desenvolver as
e é chamada de "tipo sobrecarga". pressões estáticas mais elevadas.

1-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 4

Fig. 2 - Curva Característica para Ventilador Siroco Fig. 3 - Curva Característica para Ventilador Limit Load

100 100
he, Pe e Potência Absoluta

he, Pe e Potência Absoluta


Curva de Rendimento 80
70 Estático
Curva de Potência
Absoluta
Curva de Pressão
Estática

0 0
0 30 80 100 0 40 85 100
Q Q

Ventilador com Rotor de Pás Voltadas para Trás (Limit


Load) Um refinamento do ventilador Limit Load com pás
Os ventiladores tipo Limit Load movimentam-se a planas utiliza pás de formato de aerofólio. Isso
aproximadamente duas vezes a rotação dos melhora o rendimento estático para cerca de 86% e
ventiladores Sirocco, conforme previamente indicado reduz ligeiramente o nível de ruído. A magnitude da
pelo diagrama do vetor de velocidade. O intervalo de instabilidade também aumenta com as pás aerofólio.
seleção normal do ventilador Limit Load é de Curvas características para ventiladores aerofólio
aproximadamente 40-85 % da vazão em descarga encontram-se representadas na Fig. 4.
livre (Ver Fig. 3). O rendimento estático máximo de
cerca de 80% geralmente ocorre próximo ao limite de Ventiladores com Rotor de Pás Radiais
seu intervalo de operação normal. Geralmente, Os ventiladores com pás radiais (Fig. 5) são
quanto maior o ventilador, mais eficiente ele se torna geralmente mais estreitos do que outros tipos de
para uma determinada seleção. ventiladores centrífugos. Conseqüentemente, eles
exigem um rotor de diâmetro maior para uma
A magnitude da instabilidade, quando ocorre, de um determinada capacidade. Isto aumenta o custo e é o
ventilador limit load é maior do que de um ventilador motivo principal de não serem usados para
Sirocco. aplicações de ar condicionado.

As vantagens do ventilador Limit Load são o maior O ventilador com pás radiais é bem adequado para
rendimento e a curva de potência de não-sobrecarga lidar com volumes de ar baixos em pressões estáticas
(carga limite). A curva de potência geralmente atinge relativamente altas e para o transporte de materiais.
um máximo no meio do intervalo de operação normal, As suas outras vantagens são a ausência de
portanto a sobrecarga geralmente não é problema. instabilidade e a presença de uma curva de potência
Inerentemente, um projeto mais forte o torna quase reta em uma relação linear com a vazão.
adequado para operação em pressão estática mais
elevada. Esta relação proporcional permite que o controle de
capacidade seja acionado a partir da entrada de
As desvantagens do ventilador Limit Load incluem, energia no motor. As desvantagens deste tipo de
primeiramente, a rotação mais alta a qual requer ventilador são o alto custo e um rendimento inferior.
tamanhos maiores de eixo e mancal e confere mais
importância ao balanceamento apropriado e, em
segundo lugar, uma operação instável ocorre na
medida em que a pressão estática de operação se
aproxima da pressão estática máxima (para vazão
nula). Este ventilador também é inadequado para o
transporte de materiais.

2-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 4

Fig. 4 - Curva Característica para Fig. 5 - Curva Característica para


Ventilador Airfoil Ventilador de Pás Radias

100 100

86
he, Pe e Potência Absorvida

he, Pe e Potência Absorvida


Curva de Rendimento
70
Estático
Curva de Potência
Absorvida
Curva de Pressão
Estática

0 0
0 50 85 100 0 35 80 100
Q Q

Ventiladores Centrífugos Tubulares


Os ventiladores centrífugos tubulares, conforme
Fig. 7 - Curva Característica para
ilustrado na Fig. 6, geralmente consistem de um rotor
Ventilador Centrífugo Tubular
Limit Load de simples aspiração colocado numa
carcaça cilíndrica para descarregar o ar radialmente
contra o lado interno do cilindro. O ar é, então, 100
desviado paralelamente ao eixo do ventilador para
fornecer um fluxo em linha reta. Pás de guia são
he, Pe e Potência Absorvida

usadas para recuperar pressão estática e endireitar o 70


fluxo de ar.

Fig. 6 - Ventilador Centrífugo Tubular

Rotor Centrífugo de
Simples Aspiração
Bocal de
0
Aspiração 0 50 85 100
Q
Entrada de Ar Saída de Ar

Ventiladores Axiais
Os ventiladores axiais dividem-se em três grupos:
propeller, tuboaxial e vaneaxial.
Pás de Guia
O ventilador tipo propeller (Fig. 8) é bem aplicado
para altos volumes de ar com pouca ou nenhuma
Curvas características estão representadas na Fig. 7. pressão estática diferencial.
O intervalo de seleção, de modo geral, é
aproximadamente o mesmo que o ventilador com Os ventiladores tuboaxiais e os ventiladores
voluta do tipo limit load de pás planas ou aerofólio, 50- vaneaxiais (Fig. 9) são simplesmente ventiladores
85% da vazão máxima em descarga livre. Entretanto, com um rotor axial (hélice) montados em um cilindro,
uma vez que não há controle do fluxo turbulento sendo similares, entre sí, exceto pelas pás de guia
através do ventilador, o rendimento estático é (endireitadores) nos ventiladores vaneaxiais.
reduzido para um máximo de, aproximadamente, Estas pás de guia removem grande parte do
72% e o nível de ruído é aumentado. turbilhonamento do ar e melhoram o rendimento.
Freqüentemente, o fluxo em linha reta resulta em uma Portanto, um ventilador vaneaxial é mais eficiente do
economia de espaço significativa. Esta é a principal que um ventilador tuboaxial e pode atingir pressões
vantagem dos ventiladores centrífugos tubulares. mais elevadas.

3-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 4

Fig. 8 - Curva Característica para


Observe que, com os ventiladores axiais, a potência Ventilador Propeller
absorvida é máxima na pressão estática máxima
(vazão nula). Com ventiladores centrífugos, a
potência absorvida é mínima na pressão estática
100
máxima (vazão nula).

As vantagens dos ventiladores tuboaxiais e


vaneaxiais são o peso e o tamanho reduzidos, e o
fluxo de ar em linha reta que freqüentemente elimina 50
curvas no sistema de dutos. O rendimento estático
máximo de um ventilador vaneaxial industrial é
aproximadamente de 85%. O intervalo de operação
para ventiladores axiais é de aproximadamente 65 a
90% da vazão máxima (descarga livre). 0
0 65 100
Q
As desvantagens dos ventiladores axiais são o alto
nível de ruído e o rendimento menor do que o dos
ventiladores centrífugos. Fig. 9 - Curva Característica para
Ventilador Vaneaxial
(alto desempenho)
Nos últimos anos, um projeto mais sofisticado dos
ventiladores vaneaxiais tornou possível o uso destes
ventiladores em pressões comparáveis àquelas 100
desenvolvidas pelos ventiladores Limit Load do tipo
aerofólio, com rendimento total igual. 80

Estes ventiladores possuem pás de passo variável as


quais podem ser ativadas por um controle externo.
Para ventiladores de grande porte que requerem
p o t ê n c i a m o t o r a a c i m a d e 7 5 k W, é
c o m p a r a t i v a m e n t e s i m p l e s m u d a r- s e a s
características do ventilador, quer com a utilização de 0
um controlador manual ou de um pneumático. A 0 65 90 100
Q
desvantagem destes ventiladores é seu alto nível de
ruído; atenuações de ruído geralmente são
necessárias tanto à montante quanto à jusante.

Fig. 10 - Ventilador de Fluxo Misto


Ventiladores De Fluxo Misto
Os ventiladores de fluxo misto possuem um fluxo de
ar através do rotor que é intermediário entre o dos
ventiladores do tipo centrífugo e do tipo axial. Pode
ser construído para propiciar descarga axial ou radial
e produzir mais pressão do que um ventilador de
vazão comparável. (Fig. 10)

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4-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 5

SELEÇÃO DE VENTILADORES

E
m qualquer sistema de ventilação, três (g) Estimativa de vida do ventilador versus custo
parâmetros básicos são exigidos para a inicial. Isto está intimamente ligado à construção e
seleção do ventilador: vazão de ar ou classe do ventilador.
capacidade (m3/h), o potencial exigido para mover o
ar pelo sistema, quer seja pressão total ou estática Há dois métodos de seleção do ventilador:
(mmca) e a velocidade de descarga (m/s).
(1) Método de Seleção pela Rotação Específica -
A vazão de ar é determinada pelo projetista do para selecionar o tipo de ventilador.
sistema a uma temperatura específica e de acordo
com a pressão barométrica na entrada do sistema. O (2) Método de Seleção do Ar Equivalente - para
desempenho do ventilador é uma função da obter o tamanho do ventilador.
densidade do ar na sua aspiração. Esta densidade
não apenas determina a capacidade volumétrica
para uma determinada massa de fluido, mas também Método de Seleção pela Rotação Específica
a pressão desenvolvida pelo ventilador. Fatores que Este método é comumente usado para selecionar o
afetam a densidade do ar são: pressão barométrica, tipo de ventilador, normalmente ventiladores maiores
temperatura e umidade relativa. Sempre que estas com acionamento direto. A seleção da rotação do
condições não forem especificadas, o fornecedor de motor que produzirá a seleção mais eficiente para o
ventiladores normalmente assume o ar em condições ventilador é uma questão de simular rotações
padrão (ar seco a 20oC e pressão barométrica de motoras padrão disponíveis. A partir destas
760mmHg). simulações, as rotações específicas
correspondentes poderão ser calculadas e, assim,
Embora um ventilador de praticamente qualquer usadas com as curvas de desempenho básicas para
tamanho, centrífugo ou axial, possa ser selecionado selecionar a vazão do ventilador e o rendimento para
para uma determinada vazão e resistência do uma determinada pressão estática e densidade do ar.
sistema, as reais possibilidades ficam limitadas pela Este método geralmente não é recomendado para
prática da engenharia e pelas considerações ventiladores acionados por dispositivos dotados de
econômicas: variação de velocidade, tais como polia variável e
correias em V comumente usadas para a maioria dos
(a) Espaço para o ventilador e seu mecanismo sistemas HVAC. Ilustração deste método poderá ser
motriz. encontrada posteriormente neste boletim sob o título
"Selecionando o Tipo de Ventilador".
(b) Condições de Serviço, tais como transporte de
materiais, temperatura do ar, operação em paralelo, Método de Seleção do Ar Equivalente
intervalo de pressão, e outros fatores listados sob o O segundo método é o "Método de Seleção do Ar
título "Tipos de Ventiladores". Equivalente" para selecionar o tamanho do ventilador
usando-se as leis dos ventiladores. Os mesmos
(c) Custo inicial do ventilador versus custo de resultados podem ser mais rapidamente obtidos
operação do mesmo (potência do ventilador e recorrendo-se às tabelas ou curvas de seleção
manutenção). publicados pelos fabricantes dos ventiladores,
normalmente baseadas em ar padrão.
(d) Tipo e intensidade do ruído produzido pelo
ventilador. Após as exigências de espaço, a aplicação do
ventilador, a vida esperada do ventilador, e outras
(e) Efeito de redução no desempenho do ventilador considerações terem sido estabelecidas, a seleção
provocada pelo sistema. do ventilador mais adequado é no ponto de
rendimento de pico (máximo), ou ligeiramente à
(f) Mecanismo motriz do ventilador e sua direita do mesmo, na curva de desempenho.
confiabilidade, particularmente correias em V versus
acionamento direto.

1-5
BOLETIM TÉCNICO Nº 5

Isto resulta em um ventilador ligeiramente menor. seleção possível de dois ou mais ventiladores
Entretanto, a seleção neste intervalo propicia uma adequados. A economia é normalmente o fator
operação mais estável do que em um ventilador determinante na seleção final. O custo inicial de cada
sobredimensionado. De fato, os ventiladores ventilador, que inclui todos os acessórios exigidos,
sobredimensionados devem ser selecionados atenuadores acústicos e isoladores de vibração,
apenas onde um aumento futuro de capacidade é deve ser determinado. A estes custos de
esperado, e deve-se ter um grande cuidado para não componentes deve-se adicionar o custo de
selecionar um ventilador dentro do intervalo instável instalação. O custo inicial pode ser traduzido em um
da curva. "custo de propriedade" anual, ao qual adiciona-se o
custo de energia anual para o funcionamento do
O rendimento de pico pode ser determinado a partir ventilador e o custo de manutenção anual. O
das curvas de desempenho do ventilador ou a partir ventilador cujos custos anuais de propriedade e de
de tabelas de multi-seleção, observando-se qual operação forem menores será, então, a seleção
ventilador atende às exigências do projeto com lógica.
potência absorvida mínima. Existe apenas um
tamanho de ventilador de qualquer tipo que pode A vibração e o ruído do ventilador são considerações
atender essas exigências. Se as exigências de projeto importantes e são influenciadas pelo tamanho e tipo
não coincidirem exatamente com os valores de de ventilador, sua rotação e seu rendimento. Em
catálogo de vazão ou pressão, a interpolação linear geral, os ventiladores axiais requerem tratamento
nestes valores fornecerá resultados precisos. O valor acústico tanto no lado da aspiração como da
tabulado de RPM é a rotação operacional exigida. No descarga. Por outro lado, os ventiladores centrífugos
entanto, o valor listado para potência absorvida normalmente necessitam de tratamento mínimo e, se
deverá ser multiplicado pela razão entre a densidade for o caso, somente na descarga. Para sistemas de
real e a densidade padrão, a fim de se obter a ventiladores de alta e média pressão, é aconselhável
potência operacional exigida. a orientação de um especialista em acústica. Alguns
fabricantes publicam dados certificados de valores
Curvas de seleção também são muito úteis para a de ruído para os seus ventiladores e estes devem ser
seleção de ventiladores. A sua principal vantagem consultados quando disponíveis.
refere-se à representação gráfica do desempenho
para uma família de ventiladores semelhantes. Para Além dos já citados métodos manuais de seleção de
uma melhor compreensão de como estas curvas são ventiladores, muitos fabricantes também tem
construídas e usadas, diversas referências programas computacionais disponíveis. Eles tornam
excelentes encontram-se disponíveis. a seleção mais rápida e dirigida, além de permitirem a
impressão de folhas de dados e curvas
Independentemente do método utilizado para personalizadas.
selecionar um ventilador, existe geralmente uma

SELECIONANDO O TIPO DE VENTILADOR

0,5
Método da Rotação Específica N s = 2.877 x N x Q

O
método da rotação específica (Ns) é P 0,75
freqüentemente usado como um critério para Onde N = rotação do ventilador, rpm
selecionar o tipo de dispositivo de Q = vazão do ar, m3/s
movimentação de ar mais adequado para uma P = pressão estática, Pa
aplicação. É definido por:
e é normalmente avaliado no ponto de rendimento
máximo.

2-5
BOLETIM TÉCNICO Nº 5

Em uma família geometricamente semelhante de Estas variações são típicas e não se aplicam,
sopradores ou ventiladores, a rotação específica é a necessariamente, aos produtos de qualquer
velocidade de rotação daquele membro que fabricante em particular. Sopradores tangenciais e
produzirá uma pressão estática de 248 Pa com uma ventiladores de fluxo misto não foram incluídos no
vazão de 0,000472 m3/s. Esta interpretação física não gráfico, porque estes dispositivos são selecionados
é em si muito significativa ou importante. principalmente com base no padrão de fluxo e não no
rendimento.
A utilidade da rotação específica como um critério de
seleção reside no fato de que, para dispositivos de Uma vez que a pressão estática e a vazão em uma
movimentação do ar geometricamente semelhantes, aplicação são mais ou menos fixas, a rotação
o valor da expressão acima é o mesmo nos mesmos específica pode ser variada somente se a rotação
pontos de seleção, independentemente do tamanho puder ser variada. O critério de rotação específica é,
ou rotação. Quando calculada no ponto de portanto, mais definitivo em aplicações de
rendimento máximo, por exemplo, a rotação acionamento direto, onde a rotação é fixada pela
específica depende apenas do tipo de dispositivo de velocidade do motor. Se a rotação puder ser variada,
movimentação do ar. então há uma gama maior de escolha ao selecionar o
tipo de ventilador ou soprador.
Gráfico de Rotação Específica
Os intervalos de rotação específica com rendimento
ótimo, para vários tipos de dispositivos de
movimentação do ar, encontram-se demonstrados na
Fig. 1.

Fig. 1- Gráfico de Rotação Específica

Intervalos Aproximados de Rotação


Específica para Vários Dispositivos
de Movimentação de Ar.
Propeller

AXIAL Tuboaxial

Vaneaxial

Limit Load

Sirocco CENTRIFUGO

Radial (PARA VENTILADORES EM PARALELO MULTIPLICAR POR 1,4)

10 15 20 30 40 50 60 70 80 90 100 150 200 300 400

Ns x 1000

3-5
BOLETIM TÉCNICO Nº 5

Exemplo menos que uma unidade duplex fosse usada).


(b) Se o dispositivo puder ser acionado por
Um dispositivo de movimentação do ar deve entregar correias, então, com redução de rotação apropriada,
1,51 m3/s a uma pressão estática de 248 Pa quando um único ventilador de pás curvadas para a frente
acionado por um motor de 6 pólos (1140 rpm) . Que poderia ser usado. Uma redução de rotação de 2 para
tipo de dispositivo é adequado para esta aplicação? 1 colocaria a aplicação bem dentro do intervalo do
ventilador Sirocco, e a exigência de potência
Referindo-se ao gráfico de Rotação Específica, novamente seria de aproximadamente 0,75 kW.

(a) Se acionamento direto for exigido, então um A rotação específica é principalmente útil para
soprador centrífugo de pás voltadas para trás (tipo selecionar o melhor tipo de ventilador ou soprador.
Limit Load) ou um ventilador vaneaxial seriam mais Uma vez que o tipo tiver sido determinado, outros
eficientes, e a exigência de potência seria de métodos de seleção devem ser usados para
aproximadamente 0,75 kW. (Um ventilador de pás encontrar o soprador ou ventilador em particular mais
curvadas para a frente Sirocco poderá operar em adequado para a aplicação.
Ns = 64.490 mas ele não seria muito eficiente a

REQUISITOS DE UMA CONSULTA DE VENTILADORES

C
ertas informações essenciais são
exigidas para que um fornecedor de (d) Densidade do Gás de Trabalho
ventiladores possa ofertar o equipamento Densidade de ar/gás que entra na aspiração do
que melhor atenda a aplicação para a qual será ventilador em massa por unidade de volume.
destinado. Unidade: quilograma por metro cúbico (kg/m³)

Além disso, informações posteriores, embora (E)Altitude do Local de Instalação do Ventilador


não essenciais, podem evitar que uma máquina Unidade: metros (m)
inadequada seja fornecida ou, ainda, assegurar
que a melhor seleção dentre um número de (f) Natureza do Gás
alternativas seja feita. É claramente de interesse Composição (se não for ar).
do usuário de ventiladores que sejam fornecidas Temperatura à qual (a), (b), (c) se aplicam.
todas as informações estabelecidas abaixo. Unidade: graus Celcius (ºC)
Se o gás é tóxico, explosivo, corrosivo ou possui
Informações Essenciais: sólidos arrastados.

(a) Vazão do Ar (g) Ruído


O volume real de ar/gás por unidade de tempo O nível de ruído máximo que se pode tolerar do
que entra na aspiração do ventilador. ventilador. Preferivelmente, este deveria ser o
Unidades: litros por segundo (l/s) nível de potência sonora dentro do duto, em cada
metros cúbicos por segundo (m³/s) banda de oitava. Com freqüência, o nível de
metros cúbicos por hora (m³/h) potência sonora irradiado da voluta do
ventilador é uma consideração importante, mas
(b) Pressão infelizmente muito poucos dados sobre isto são
Pressão de trabalho do ventilador disponíveis.
Unidades: Pascais (Pa) Unidade: (dB re 10-12 Watts)
mmca (milímetros de coluna d´água)
(h) Tipo de Ventilador e Disposição
(c) Velocidade de Descarga Detalhes das posições de aspiração e de
Velocidade de descarga do ventilador. descarga, tipo de arranjo desejado, tamanho dos
Unidade: metros por segundo (m/s) dutos de entrada e de saída aos quais o

4-5
BOLETIM TÉCNICO Nº 5

(i)Acionamento (a) Breves detalhes da aplicação do ventilador.


Detalhes do tipo de acionamento no ventilador, Exemplos: tiragem induzida, exaustão de
se é de eixo horizontal ou vertical, detalhes do pintura com pistola.
suprimento elétrico, etc. Se uma base de
isolamento de vibração é exigida. Vida e tipo dos (b) No caso de um ventilador ter que lidar com
rolamentos. Tipo dos Mancais. gases quentes, é necessário que se informe as
Supõe-se, a menos que haja alguma disposição condições ambientais às quais os mancais serão
em contrário, que os detalhes acima são as reais submetidos.
condições sob as quais o ventilador operará, isto
é, que todas as correções para densidade, (c) Se o ventilador ou acionamento deve ser
temperatura, etc, foram executadas pelo resistente a intempéries.
usuário. Se houver dúvida sobre quaisquer
exigências, o projetista/usuário Deverá notificar (d) Deve ser dada tolerância para futuro
o fabricante de ventiladores. aumento de rotação?

Informações Adicionais (e) Se a aplicação do ventilador é extra pesada


Informações adicionais podem incluir: no acionamento, necessitando de fatores
adicionais de segurança no projeto?

OTAM VENTILADORES INDUSTRIAIS LTDA.


Av. Francisco S. Bitencourt, 1501
Fone: (51) 3364.5566 - Fax: (51) 3364.1264
Caixa Postal 7056 - CEP: 91150-010 - Porto Alegre - RS
e-mail: comercial@otam.com.br www.otam.com.br

5-5
BOLETIM TÉCNICO Nº 5

Tabela 1 - Tipos de Ventiladores Tabela 1 - Tipos de Ventiladores

TIPO PROJETO DO ROTOR PROJETO DA CARCAÇA CURVAS DE DESEMPENHO* CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO APLICAÇÕES
- Rendimento mais alto de todos os projetos de ventiladores - Projeto do tipo voluta para uma conversão 10
Pt - Maiores rendimentos ocorrem em 50 a 60% da vazão máxima - Aplicações de aquecimento, ventilação e ar condicionado em geral.

PRESSÃO - POTÊNCIA
centrífugos. eficiente da pressão dinâmica em pressão estática. 8
Pe 10 (descarga livre). Estas vazões também apresentam características de - Usualmente aplica-se a sistemas grandes os quais são de aplicação
AEROFÓLIO

- 10 a 16 pás de perfil aerofólio curvado para trás em relação - Rendimento máximo requer ajustes finos
pressão boas. de baixa, alta ou média pressão.

RENDIMENTO
6 8
a direção da rotação. Pás profundas permitem expansão entre as peças e alinhamento entre o rotor e a h
t
eficiente dentro do intervalo entre as pás. aspiração. h 6 - A potência atinge o máximo perto do rendimento de pico e torna-se - Aplica-se a instalações industriais grandes de ar limpo para
4 s
- O ar sai do rotor a uma velocidade menor do que a velocidade We 4 menor, ou auto-limitante, em direção a descarga livre. economia significativa de energia.
2
periférica. Vazão 2
- Para determinada capacidade, apresenta a rotação mais 0 0
0 2 4 6 8 10
elevada dos projetos de ventiladores centrífugos.
CURVADOS PARA TRÁS

10
VOLTADOS PARA TRÁS

- Rendimento apenas ligeiramente menor do que o ventilador - Usa a mesma configuração de carcaça que o - Semelhante ao ventilador aerofólio, exceto quanto ao rendimento de - As mesmas aplicações de aquecimento, ventilação e ar

PRESSÃO - POTÊNCIA
aerofólio. 8
VENTILADORES CENTRÍFUGOS

ventilador aerofólio. 10 pico levemente inferior. condicionado do ventilador aerofólio.


(Limit Load)

RENDIMENTO
- 10 a 16 pás com espessura simples curvadas ou inclinadas 6 8 - Utilizadas em algumas aplicações industriais onde a pá de aerofólio
para trás em relação a direção da rotação. 4 6 pode sofrer corrosão ou erosão devido ao ambiente.
- Eficientes pelos mesmos motivos do ventilador aerofólio. 4
2
Vazão 2
0 0
0 2 4 6 8 10

- Características de pressão mais alta do que os ventiladores - Tipo voluta. Normalmente é o mais estreito de 10

PRESSÃO - POTÊNCIA
- Característica de pressão mais alta do que a dos ventiladores - Aplicado principalmente no transporte de materiais em plantas
aerofólio, curvados para trás e inclinados para trás. todos os projetos de ventiladores contrífugos. 8
aerofólio e curvados para trás. industriais. Aplica-se também em algumas instalações industriais de
10
R - Uma vez que o projeto do rotor é menos eficiente,

RENDIMENTO
- A curva pode ter uma interrupção à esquerda da pressão de
RADIAIS

R 6 8 - A pressão pode cair repentinamente à esquerda da pressão de alta pressão.


pico e o ventilador não deve operar nesta área. as dimensões da carcaça não são tão críticas pico, porém isso normalmente não causa problemas. - O rotor reforçado é simples de ser consertado em campo. O rotor
4 6
- A potência aumenta continuamente até a descarga livre. quanto para os ventiladores aerofólio e inclinados - A potência aumenta continuamente até a descarga livre. às vezes é revestido com material especial.
4
para trás. 2 - Não é comum para aplicações HVAC.
2
Vazão
M M 0 0
0 2 4 6 8 10
10
- Voluta semelhante e com freqüência idêntica a

PRESSÃO - POTÊNCIA
- Curva de pressão mais plana e rendimento menor do que os - Curva de pressão menos íngreme do que a dos ventiladores limit - Aplica-se principalmente em aplicações de HVAC de baixa pressão,
CURVADOS PARA

ventiladores aerofólio, curvados para trás e inclinados para trás. outros projetos de ventiladores centrífugos. 8
10 load. A curva apresenta uma cela à esquerda da pressão de pico. tais como fornalhas residenciais, sistemas de ar condicionado central

RENDIMENTO
- Não selecionar o ventilador na declividade da curva de pressão - O ajuste entre o rotor e a aspiração não é tão - |Maior rendimento à direita da pressão de pico em 40 a 50% da e aparelhos de ar condicionado.
(Sirocco)
FRENTE

6 8
no extremo esquerdo (cela) em relação a pressão estática de crítico quanto para os ventiladores aerofólio e 6
vazão máxima (descarga livre).
pico. inclinados para trás. 4 - Selecione o ventilador preferencialmente à direita da pressão estática
4
- A potência aumenta continuamente até a descarga livre. A 2 de pico.
Vazão 2
seleção do motor deve levar isso em consideração. - Considere a curva de potência, a qual aumenta continuamente em
0 0
0 2 4 6 8 10 direção a descarga livre ao selecionar o motor.
- Baixo rendimento. 10
- Anel circular simples, placa de orifício ou Venturi. - Alta vazão, mas com capacidade de pressão muito baixa. - Para aplicações de baixa pressão com movimentação de volumes

PRESSÃO - POTÊNCIA
- Limitado às aplicações de baixa pressão. - O projeto ótimo especifica proximidade às pontas 8 - Rendimento máximo atingido próximo a descarga livre. elevados de ar, tais como circulação de ar em um espaço ou
PROPELLER

10
- Normalmente, rotores de baixo custo têm duas ou mais pás de das pás e forma um fluxo de ar suave para dentro - Padrão de descarga circular formando redemoinhos. ventilação por uma parede sem dutos.

RENDIMENTO
6 8
espessura simples presas a um cubo relativamente pequeno. do rotor. - Utilizado para aplicações de renovação de ar.
4 6
- Transferência de energia primária pela pressão de velocidade.
4
2
2
0 Vazão 0
VENTILADORES AXIAIS

0 2 4 6 8 10
10

PRESSÃO - POTÊNCIA
- Um pouco mais eficiente e capaz de desenvolver pressão - Tubo cilíndrico com folga mínima em relação às - Alta vazão, com capacidade de pressão média. - Aplicações HVAC em sistemas de dutos de baixa e média pressão,
estática mais alta do que o ventilador tipo propeller. 8
pontas das pás. 10 - Curva de desempenho apresenta cela à esquerda da pressão de onde a distribuição de ar a jusante não é crítica.
TUBOAXIAL

RENDIMENTO
- Normalmente possui 4 a 9 pás em perfil aerofólio ou com 6 8 pico. Evite operar o ventilador nesta região. - Usado em algumas aplicações industriais, tais como estufas de
espessura simples. 6 - Padrão de descarga circular, ar formando redemoinhos. secagem, cabines de pintura à pistola e exaustão de fumos.
4
4
2
Vazão 2
0 0
0 2 4 6 8 10
10
- Um bom projeto da pá propicia um capacidade de média a - Características de alta pressão com capacidade de vazão média. - Aplicações em sistemas genéricos de HVAC de pressão baixa,

PRESSÃO - POTÊNCIA
- Tubo cilíndrico com folga mínima em ralação às
alta pressão com bom rendimento. pontas das pás. 8
10 - A curva de desempenho apresenta cela à esquerda da pressão de média e alta, onde o fluxo de ar em linha reta e uma instalação
VANEAXIAL

RENDIMENTO
- Os mais eficientes destes ventiladores possuem pás aerofólio. - Pás de guia na aspiração ou na descarga 6 8 pico devido à perda de sustentação aerodinâmica. Evite operar o compacta são necessárias.
- As pás podem ter passo fixo, ajustável ou variável. aumentam a pressão e melhoram o rendimento. 6 ventilador nesta região. - Possui boa distribuição de ar à jusante.
- Cubo é normalmente maior do que a metade do diâmentro da 4 - Pás de guia corrigem o movimento circular provocado pelo rotor e - Utilizado em aplicações industriais no lugar de ventiladores
4
hélice do ventilador. 2 melhoram as características de pressão e o rendimento do ventilador. tuboaxiais.
2
Vazão - Mais compacto que os ventiladores centrífugos para a mesma
0 0
0 2 4 6 8 10 função.
10
- Tubo cilíndrico semellhante ao ventilador
PRESSÃO - POTÊNCIA

- Desempenho semelhante ao ventilador limit load, exceto pela - Desempenho semelhante ao do ventilador limit load, exceto pela - Principalmente para aplicações HVAC de baixa pressão em
CENTRÍFUGOS

vaneaxial, exceto pela folga entre o rotor e a 8


vazão e pressão serem um pouco inferiores. vazão e pressão serem inferiores. sistemas de ar de retorno.
TUBULARES

10

RENDIMENTO
- Rendimento menor que o ventilador limit load. carcaça que não fica justa. 6 8 - Rendimento inferior do que o ventilador limit load porque o ar gira - Possui fluxo de ar em linha reta.
- Curva de desempenho pode apresentar uma cela à esquerda - O ar descarrega-se radialmente do rotor e gira 6 a 90°.
4
da pressão de pico. 90° para fluir através das pás de guia. 4 - A curva de desempenho de alguns projetos é semelhante a do
2
2 ventilador de fluxo axial e apresenta cela à esquerda da pressão de
Vazão pico.
0 0
PROJETOS ESPECIAIS

0 2 4 6 8 10
A - Aplicados em sistemas de exaustão de baixa pressão para - A carcaça normal não é usada, uma vez que o ar 10
- Normalmente operado sem conexão a um duto; portanto, opera com - Sistemas de exaustão de baixa pressão, tais como galpões
PRESSÃO - POTÊNCIA

galpões industriais, cozinhas, depósitos e algumas instalações


CENTRÍFUGOS

descarrega do rotor ao longo de toda 8 pressão muito baixa e vazão muito alta. industriais, cozinhas, depósitos e algumas instalações comerciais.
10
comerciais. circunferência.
RENDIMENTO
6 8 - Apenas pressão estática e rendimento estático são apresentados nas - Unidades centrífugas são um pouco mais silenciosas do que as
VENTILADORES DE TELHADO

- Fornece exaustão mecânica, o que é uma vantagem com - Normalmente não inclui configuração para curvas deste ventilador. unidades axiais.
4 6
relação às unidades de exaustão natural ou eólica. recuperar o componente de pressão dinâmica. 4
- Unidades centrífugas são ligeiramente mais silenciosas do que 2
as unidades axiais. 2
Vazão
0 0
B 0 2 4 6 8 10
10
- Aplicados em sistemas de exaustão de baixa pressão para - É essencialmente um ventilador axial montado
PRESSÃO - POTÊNCIA

- Normalmente operado sem conexão a um duto; portanto, opera com - Sistemas de exaustão de baixa pressão, tais como galpões
galpões industriais, cozinhas, depósitos e algumas instalações sobre uma estrutura de suporte. 8
10 pressão muito baixa e vazão muito alta. industriais, cozinhas, depósitos e algumas instalações comerciais.
comerciais. - A cúpula protege o ventilador do clima e atua
RENDIMENTO

6 8 - Apenas pressão estática e rendimento estático são apresentados nas - Unidades centrífugas são um pouco mais silenciosas do que as
AXIAIS

- Fornece exaustão mecânica, o que é uma vantagem com como calota de segurança. 6 curvas deste ventilador. unidades axiais.
relação às unidades de exaustão natural ou eólica. - A saída de ar se dá através do espaço anular da 4
4
parte inferior da cúpula. 2
2
Vazão
0 0
0 2 4 6 8 10

5-6
BOLETIM TÉCNICO Nº 6

EFEITOS DO SISTEMA NA
ASPIRAÇÃO DO VENTILADOR

O
desempenho de ventiladores registrado em Redemoinho ou Vorticidade
catálogos baseia-se em testes de laboratório Redemoinho na aspiração, ou vorticidade, é uma
realizados em condições ideais que quase causa freqüente de redução no desempenho do
nunca ocorrem na aspiração do ventilador. Este ventilador. Se o giro for imposto na direção da rotação
desvio do ideal produz perdas de pressão que do rotor, uma situação correspondente ao uso de pás
reduzem, com freqüência seriamente, os valores de de guia (vanes) surge: a vazão do ventilador, a
desempenho catalogados. pressão e a potência são menores do que o
esperado. Se o giro do ar for contrário à rotação do
Há três causas básicas ou várias combinações das rotor, a vazão e a pressão estática serão maiores do
três para as perdas de aspiração do ventilador: que o esperado e o potência absorvida também será
maior. Em ambos os casos, o redemoinho sempre
(a) Vazão não uniforme para dentro da aspiração reduz o rendimento. Estas condições são
do ventilador; prontamente superadas instalando-se veios ou um
(b) Redemoinho ou vorticidade; separador na aspiração do ventilador, conforme
(c) Bloqueio de fluxo ou restrições na aspiração. graficamente representado na Fig. 2.

Devido à variedade infinita das condições de


aspiração, em cada instalação de ventilador, é difícil
determinar valores de perda específica para as três
causas básicas de perdas de aspiração do ventilador. Fig. 1 Fluxo não uniforme para dentro
Entretanto, algumas orientações gerais serão úteis da aspiração de um ventilador induzido
para reduzí-las. Enquanto péssimas condições de por uma curva de 90º - sem veios.
aspiração afetam adversamente o desempenho dos
ventiladores axiais, os ventiladores centrífugos estão
extremamente suscetíveis a estas condições. Por
este motivo, muitas das discussões sobre as
condições de aspiração referem-se somente aos
ventiladores centrífugos.

Fluxo Não-Uniforme para dentro da Aspiração do


Ventilador
O fluxo não-uniforme para dentro da aspiração do
ventilador é tipicamente causado por uma curva
instalada perto demais da mesma. Isto não permitirá
que o ar entre no ventilador uniformemente,
resultando numa distribuição turbulenta e não-
uniforme do fluxo em seu rotor. Os efeitos de várias
conexões de aspiração encontram-se representados
nas figuras.

1-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 6

Fig. 2 Redemoinho na aspiração do ventilador

Plenum

(b) Com duas aspirações de tamanho desigual


para a câmara do plenum, estabelece-se um
(a) A inércia do ar tende a concentrá-lo
desequilíbrio, causando redemoinho na
na parte inferior, estabelecendo o
aspiração do ventilador.
redemoinho

Giro Contrário
Sem Giro

Curva de Resistência do Sistema


Ponto de Projeto (sem giro)

Giro a Favor Ponto de Operação (giro contrário)

Ponto de Operação
(giro a favor) Potência para Giro Contrário

Potência sem Giror

Potência para Giro a Favor

(c) Efeito do redemoinho na aspiração no desempenho do ventilador

Plenum

Separador
Separador

Veios

(e) Um separador resolve o desequilíbrio


(d) Veios e separador evitam o que é causado por aspirações desiguais
redemoinho na caixa de aspiração

2-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 6

Bloqueio de Fluxo ou Restrições na Aspiração um aumento correspondente da potência de


Restrições ou bloqueios na aspiração do ventilador aproximadamente 12%.
podem ser encontrados devido às condições de
instalação de campo. Nestes casos, uma perda na
pressão estática será imposta. Isto exigirá um
aumento na rotação do ventilador, com um aumento Fig. 3 - Perdas num Duto Reto de Aspiração
correspondente na potência absorvida, para corrigir a
situação.

Sob certas condições, um ventilador poderá ter um


duto de aspiração reto relativamente curto iniciando
num plenum, através de uma parede, ou um duto com

~
~
flanges. Em alguns casos, o duto termina

~
~
bruscamente (Ver Fig. 3). Quando o duto termina num
plenum, através de uma parede, ou num duto com
Plenum de Através Duto de Aspiração
flanges, há uma perda de pressão correspondente a Aspiração da Parede Flangeado
metade da pressão dinâmica do duto de aspiração.
Perda de Pressão na Aspiração = 0,5 x pressão dinâmica no duto de aspiração
Quando o duto termina bruscamente, a perda de
pressão é 9/10 pressão dinâmica do duto de
aspiração. Em todos esses casos, um bocal de
aspiração reduziria a perda de aspiração para 1/20 da
pressão dinâmica do duto de aspiração. Aspiração Reta

Em algumas aplicações, os ventiladores são


Perda de Pressão na Aspiração = 0,9 x pressão dinâmica no duto de aspiração
instalados em câmaras tipo plenum com aspirações
abertas. Ocasionalmente, a parede do plenum
poderá estar suficientemente próxima à aspiração do
ventilador restringindo o fluxo de ar. Paredes ou
obstruções similares devem ser mantidas a uma
Aspiração em forma de Bocal
distância mínima "A" correspondente a meio diâmetro
do rotor do ventilador (Ver Fig.4). Um espaçamento
de 1/3 do diâmetro do rotor reduzirá a pressão e a
Perda de Pressão na Aspiração = 0,05 x pressão dinâmica no duto de aspiração
vazão em aproximadamente 10%.

Instalações de ventiladores, que empregam pás de


guia variáveis na aspiração, freqüentemente resultam Fig. 4 - Efeito do Espaço no Desempenho
numa resistência adicional ao fluxo que diminui o
desempenho catalogado. Há uma tendência 100
crescente na indústria de ventiladores de montar pás
de guia variáveis na aspiração dentro do bocal do
Percentual da Pressão Estática de Pico

75
ventilador, contrastando com a prática de montar um Aspiração Livre

conjunto acessório de pás à montante da aspiração, A = 50% do


diâmetro do rotor
(aspiração livre)

com um diâmetro maior, e numa área de mais baixa 50 A = 30% do


velocidade. As pás de guia na aspiração, montadas diâmetro do rotor
Parede Parede
no bocal, freqüentemente apresentam o seu
mecanismo de atuação no centro, e isso 25
A A

parcialmente obstrui o fluxo da mesma forma que as


próprias pás. Este bloqueio representa percentual
Ventilador
maior em ventiladores menores e, assim sendo, a 0
0 25 50 75 100
perda de desempenho é proporcionalmente maior
(Ver Fig. 5). Por exemplo, um ventilador de 300 mm de Percentual da Vazão Máxima
(aspiração livre)
diâmetro deve funcionar com rpm 4% mais alta para
atender a capacidade informada no catálogo, com

3-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 6

Ve n t i l a d o r e s d e s i m p l e s a s p i r a ç ã o s ã o
Fig. 5 - Restrição das Pás de Guia na Aspiração
freqüentemente testados, com objetivo de avaliação
de desempenho, num arranjo sem mancal na

Percentual de Acréscimo na RPM e Potência


aspiração; conseqüentemente, o desempenho 15
destes ventiladores com um mancal na aspiração
será ligeiramente menor do que o valor catalogado. A
redução do desempenho será proporcionalmente 10
Potência Absorvida
maior para ventiladores menores do que para
ventiladores maiores devido à área de bloqueio
relativamente maior. A redução será maior para 5
ventiladores de pressão mais alta do que para RPM
ventiladores de baixa pressão devido ao mancal e seu
suporte serem maiores. 0
30 40 60
Diâmetro do Rotor do Ventilador (polegadas)
Ventiladores de dupla aspiração são freqüentemente
avaliados usando-se uma extensão no eixo motriz. Além do bloqueio da transmissão e das correias,
Isto elimina o efeito de bloqueio das correias e da potência adicional é necessária ao utilizar-se mancais
polia movida. O desempenho catalogado é e graxa para serviço pesado (heavy duty). Perdas nas
ligeiramente reduzido pela transmissão normal por correias são uma função da tensão, da quantidade e
correias. Esta redução é maior em ventiladores de do tipo de correias. Perdas típicas de transmissão por
pressão maior devido às polias e correias serem mais correias representam 2 a 6%, e podem ser
largas. O comentário feito a respeito dos efeitos do significativamente maiores com ventiladores
suporte de mancal para os ventiladores de simples menores em velocidades lentas. Ao selecionar um
aspiração também se aplica a este caso. Estes motor em ou próximo a sua capacidade nominal, isto
efeitos são geralmente inferiores a 4% na rotação ou
deve ser levado em consideração.
vazão e 12% na potência.

EFEITOS DO SISTEMA NA
DESCARGA DO VENTILADOR

C
ondições de descarga do ventilador não por completo a área de descarga.
alteram as características de seu Quando o desempenho dos ventiladores é testado,
desempenho da mesma forma que ocorre eles apresentam tipicamente muitos diâmetros
com turbulências na aspiração. As condições de equivalentes de comprimento de duto, de área
descarga do ventilador podem ser responsáveis por constante, anexos à descarga, incluindo um
perdas do sistema que, com freqüência, são endireitador de fluxo. Conseqüentemente, há uma
mensuráveis. Basicamente, estas perdas são o grande distância para que o fluxo se redistribua e a
resultado de um ou ambos dos seguintes fatores. espiral desaparecerá, parcialmente por sua própria
natureza e parcialmente devido ao endireitador.
Redução na Recuperação da Pressão Estática Como resultado, na estação de medição, o fluxo será
O ar que sai de um rotor de ventilador do tipo muito uniforme, exibindo um perfil típico de
centrífugo é liberado com um componente de velocidade de regime turbulento. Parte da energia
velocidade radial, o que resulta em vórtices de dinâmica é convertida em pressão estática, e assim o
descarga de ar. Além disso, a velocidade de fabricante de ventiladores tabula os dados de
descarga do ventilador não é uniforme através da desempenho do ventilador, derivados destas
área de descarga, atingindo seu valor máximo pela condições de descarga ideais.
concentração de ar no raio externo da voluta. O fluxo
de ar resultante da descarga do ventilador é, portanto, Infelizmente, estas condições de saída quase nunca
de natureza espiral e não-uniforme, e não preenche são obtidas na prática.

4-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 6

Ou o projeto do sistema deveria tentar usar um duto Recomenda-se que a perda de descarga e num
reto de 3 a 5 diâmetros equivalentes de comprimento plenum seja obtida do fabricante do ventilador, pois a
à jusante do ventilador e, através disso, obter uma magnitude desta perda varia com o tipo de ventilador.
recuperação estática ou, então, se isto não for A seguinte tabela mostra um aumento aproximado
possível, fornecer potência adicional para compensar em RPM e potência absorvida dos ventiladores para
as perdas dinâmicas. os valores catalogados quando não há duto de
descarga.
Quando dutos de descarga retos são usados, não é
recomendado que qualquer transformação repentina
para áreas maiores seja usada. Recomenda-se que a Tipo de Ventilador Aumento % em RPM % mínimo Pot ABS
transição para um duto de área maior seja realizada
com uma peça que apresente um ângulo de não mais Sirocco 6 20
do que 15º (inclusive) para minimizar as perdas. Isso Limit Load 4 13
é uma prática comum e boa para projetos de dutos.
(Fig. 6) Aerofólio 3 9

Fig. 6 - Transição na Descarga de Ventiladores


Centrífugos A descarga de um ventilador para dentro de um
plenum pós-filtro deve levar em consideração, além
das perdas já citadas, os danos aos filtros,
especialmente do tipo manga, devido ao impacto do
ar em alta velocidade a uma curta distância. Por esta
15ºmax. razão, tanto pré-filtros de metal laváveis de 50 mm de
Pobre Correto espessura ou uma placa perfurada de metal,
colocados na frente do banco de filtros os protegerão
15ºmax. de danos. Infelizmente, isto também acrescenta uma
ligeira perda de pressão para que o ventilador supere.
A perda de pressão pelos filtros laváveis de 50 mm de
espessura geralmente não excede 2,5 mmca,
enquanto que a resistência de uma placa perfurada
Quando os ventiladores sopram para dentro de um depende do tamanho dos furos e da área livre. Esta
plenum, como fazem em muitos sistemas de perda pode ser estimada consultando-se os dados
ventilação, ocorre uma perda devido ao alargamento de desempenho de grelhas no catálogo de qualquer
repentino na seção de fluxo. Teoricamente, se o fabricante.
ventilador tivesse uma velocidade uniforme em toda
sua área de descarga, a perda de pressão de Curvas nos Dutos
descarga seria equivalente a pressão dinâmica, As curvas nos dutos, imediatamente na saída de
calculada em função da velocidade de descarga do descarga do ventilador, criam uma queda de pressão
ventilador. Esta é a velocidade que é tabulada nos estática maior do que o esperado devido à
catálogos de ventiladores. Entretanto, a velocidade turbulência e ao perfil de velocidade existente na
real não é absolutamente igual ao valor tabulado; descarga.
velocidades de descarga reais médias são de 120 a
180% do valor do catálogo. Isto resulta em perdas Quando uma curva tiver que ser usada na descarga
reais de pressão de descarga de 150 a 300% do que do ventilador, não se recomenda que seja de raio
se computaria da velocidade de descarga do pequeno e anexada diretamente à descarga do
catálogo. A adição de um duto curto de descarga, de ventilador. Preferivelmente, uma curva de raio médio
apenas um ou dois diâmetros equivalentes, ao deve ser usada (raio médio mínimo 1,5 x diâmetro do
comprimento reduzirá significativamente esta perda duto equivalente) ou um duto reto com comprimento
repentina devida ao alargamento. Esta curta distância de um diâmetro equivalente seguido por um curva
até mesmo permite uma redistribuição significativa quadrada com veios, resultarão numa perda menor,
da velocidade com a recuperação estática mas somente se a velocidade de descarga nominal
correspondente. A perda de descarga será, então, do ventilador for menor que 10 m/s para minimizar
consideravelmente reduzida. problemas de geração de ruído.

5-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 6

Presumindo-se que uma curva de raio médio de Para a posição A, a porção de alta velocidade do fluxo
seção transversal retangular é ajustada à descarga da ar fica no mesmo lado da voluta e da curva. Isto
do ventilador, ela pode conduzir o ar em qualquer resultará na menor perda das quatro posições.
uma das quatro direções. Deveria ser usada sempre que possível.
Se a velocidade de descarga do ventilador fosse Assume-se uma perda igual a 0,5 vezes a pressão
uniforme, poderíamos calcular rapidamente a perda dinâmica correspondente à velocidade de descarga
na curva, e qualquer direção para a qual a girássemos nominal, tanto para os ventiladores de simples
seria irrelevante. quanto para os dupla aspiração.
Com uma velocidade de descarga não-uniforme e em
forma espiral, não podemos aplicar qualquer dos Para a posição B, a segunda posição de menor perda
fatores de fricção para dutos e curvas normais que se para um ventilador de simples aspiração, a
encontram no Manual ASHRAE ou outras referências. velocidade alta saindo da voluta continua pelo lado
Isso se aplica somente quando o fluxo for uniforme de fora da curva.
através do duto, sem qualquer espiral. Se o fluxo Assume-se uma perda igual a 0,6 vezes a pressão
fosse uniforme, tal curva teria uma perda de pressão dinâmica correspondente à velocidade de descarga
de 0,25 x velocidade de descarga do ventilador. nominal para os ventiladores de simples aspiração e
0,75 vezes a pressão dinâmica correspondente à
O fluxo numa curva localizada na descarga de um velocidade de descarga nominal para os ventiladores
ventilador difere em cada uma das quatro posições, de dupla aspiração.
tanto para ventiladores de simples como de dupla A perda dos ventiladores de dupla aspiração é maior
aspiração. (Fig. 7 mostra uma ilustração das quatro porque a velocidade máxima de descarga do
posições). ventilador fica no centro e deve ser desviada no lado
de fora da curva.
Energia deve ser gasta para desviar o fluxo e,
consequentemente, uma perda adicional é
introduzida.
Fig. 7 - Padrões de Fluxo em Curvas de Descarga
Para a posição C, assume-se uma perda igual a 1,0
vez a pressão dinâmica correspondente à velocidade
de descarga nominal, tanto para os ventiladores de
simples quanto para os dupla aspiração.
Nestes ventiladores, a velocidade máxima de
descarga fica no lado oposto da curva.
A redistribuição de fluxo resultante gera perdas altas.
Esta posição é a mais desfavorável das quatro.
Simples e Dupla Simples Dupla
Aspiração Aspiração Aspiração
Posição A Posição B Para a posição D, assume-se uma perda igual a 0,9
vezes a pressão dinâmica correspondente à
velocidade de descarga nominal para os ventiladores
de simples aspiração e 0,75 vezes a pressão
dinâmica correspondente à velocidade de descarga
nominal para os ventiladores de dupla aspiração. O
ventilador de simples aspiração tem sua velocidade
Simples e Dupla Simples Dupla Aspiração de descarga máxima no lado oposto àquele que é
Aspiração Aspiração Posição D normal para uma curva. Conseqüentemente, a
Posição C redistribuição de velocidade nesta situação resulta
em uma perda mais alta do que para os ventiladores
de dupla aspiração, onde a velocidade de descarga
máxima está centrada como na posição B. Estes
fatores de perda são somente aproximados, porém
eles realmente estabelecem um nível de perda
adequado para fins de projeto.

6-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 6

Os ventiladores são freqüentemente instalados em


caixas retangulares também chamadas de Fig. 8 Construção Apropriada de uma conexão
“gabinetes". Ventiladores de gabinete, com bifurcada numa unidade de dois ventiladores
freqüência, possuem dois ventiladores
descarregando para dentro de um mesmo duto por
meio de uma conexão bifurcada. A Fig. 8 mostra as
exigências para a conexão bifurcada, a fim de que o
ventilador alcance o desempenho do catálogo. 30º
max.
Deveria haver um duto reto de 1,5 diâmetros
equivalentes de comprimento antes da transição,
com um ângulo de convergência de, no máximo, 30º
em cada lado. Se estes parâmetros de projeto não
1¹/² dia
puderem ser atendidos, a descarga do ventilador é
tratada como se fosse uma descarga livre para dentro
de um plenum, e as perdas já explicadas são então
usadas.

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7-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 7

VIDA DOS ROLAMENTOS DOS VENTILADORES


Vida do Rolamento Valor do Fator de Ajuste de Vida

A
vida de um rolamento é definida como o
número de horas de operação numa
determinada rotação constante (ou número
de revoluções) à qual o rolamento é capaz de Grau de vida Confiabilidade Fator de Ajuste
%
resistir, antes que o primeiro sinal de fadiga
(escamação, fissuras, etc.) ocorra numa de suas L10 90 1
pistas ou elementos de rolamento. L5 95 0,62
L4 96 0,53
Entretanto, é evidente, tanto em testes de L3 97 0,44
laboratório quanto na experiência prática, que L2 98 0,33
rolamentos aparentemente idênticos operando sob L1 99 0,21
condições idênticas têm vidas diferentes.
Ocasionalmente, o termo "vida média" ou L50 é
Uma definição mais clara do termo "vida" é, usado. Este é o número de horas que 50% de um
portanto, essencial para o cálculo do tamanho do grupo de rolamentos idênticos e com carga idêntica
rolamento. Todas as informações apresentadas deverá sobreviver.
aqui sobre taxa de carga dinâmica baseiam-se na É calculada, multiplicando-se a vida L10 por 4. Por
vida que espera-se que 90% de um grupo bastante exemplo, um rolamento com uma L10 de 60.000
grande de rolamentos, aparentemente idênticos, horas possui uma vida L50 de 240.000 horas.
venha a atingir ou exceder. Isto é chamado de vida A seleção da polia movida é muito importante para
nominal básica, L10 (ou vida nominal) e concorda assegurar que a vida L10 não seja abreviada.
com a definição ISO.
Cálculo da Vida do Rolamento
Equação de Vida do Rolamento
O método mais simples de cálculo da vida é a (1) Velocidade angular, w = 2p n rad/s
equação ISO para vida nominal básica. Para 60
rolamentos operando em uma rotação constante, é
mais conveniente lidar com uma vida nominal
(2) Torque Máximo, cv = P Nm
básica expressa em horas de operação, como
W
segue:
p
n ( (
L10h= 16.667 x C
S
horas (3) Carga Dinâmica da polia, T = cv x 1.000 N
(D/2)

Onde: (4) Carga Dinâmica de Partida da Polia,S = T x 2 N


n = velocidade de rotação, rpm
C = índice de carga dinâmica básica, N (5) Horas de Operação, p
S = carga dinâmica equivalente do
rolamento, N onde:
L10h= 16.667 x
n ( (
C
S
horas

p = expoente de vida, onde: n = velocidade de rotação, rpm


p = 3 para rolamento de esfera P = potência instalada, W
p = 10/3 para rolamento de rolos D = diâmetro da polia, mm
S = carga máxima do rolamento, N

Fator de Ajuste de Vida


O fator para confiabilidade é usado para determinar
outras vidas, que não a nominal básica, L10, isto é,
vidas que são atingidas ou excedidas com uma
probabilidade maior que 90%. Queira consultar a
tabela abaixo para fator de ajuste.
1-2
BOLETIM TÉCNICO Nº 7

Exemplo

Dadas as seguintes especificações, determine a vida


do rolamento.
Tipo de ventilador =RSD 800 arr.3 CL.I
Potência instalada, P = 30kW
Rotação, n = 700 rpm
Diâmetro da polia movida, D = 450 mm
Tipo de rolamento, = GRAE 55
Carga máxima do rolamento, C = 52.700 N

(1) Velocidade angular, w = 2p n = 2p 700=73,3


rad/s
60 60

(2) Torque Máximo, cv = P = 30.000 = 409,3 Nm


w 73,3

(3) Carga Dinâmica da polia,


T = cv 1.000 = 409,3 x 1.000 = 1819 N
(D/2) (450/2)

(4) Carga Dinâmica de Partida da Polia,


S = T x 2 = 1.819 x 2 = 3.638 N

((
(5) Horas de Operação,
( (
L10h =16.667 x C ³ = 16.667 x 52.700 3 =72.378 horas
n S 700 3.638

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2-2
BOLETIM TÉCNICO Nº 8

CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS


DE VENTILAÇÃO E DOS VENTILADORES
Sistemas de Ventilação simplesmente a pressão hidrostática apresentada

U
m sistema de ventilação consiste de um pelo líquido. Esta pressão hidrostática será
ventilador (ou vários ventiladores) e vários proporcional à profundidade do reservatório e ao
elementos através dos quais o fluxo de ar peso específico do líquido (portanto, será bastante
pode passar. Esses elementos podem ser dutos, elevada para o ferro em fusão). No entanto, a pressão
curvas, transições de expansão ou convergentes, hidrostática obviamente não dependerá do volume
serpentinas de aquecimento e resfriamento, telas e de ar forçado pelo líquido. (O volume de ar dependerá
grelhas, dampers, venezianas, bocais, filtros de somente da quantidade de ar disponibilizada pelo
mangas e outros filtros ou reservatórios de líquidos. ventilador.) Nenhum ar pode borbulhar se a pressão
Cada componente oferecerá alguma resistência ao máxima produzida pelo ventilador for menor do que
fluxo, e o ventilador deve desenvolver pressão essa pressão hidrostática. Isso encontra-se ilustrado
estática suficiente para superar estas resistências. O na Fig. 1. Observe que a característica do sistema é
total destas resistências é chamado de resistência do uma linha horizontal reta. No entanto, se a pressão
sistema ou perda de carga/pressão. A pressão produzida pelo ventilador for adequada, as bolhas
estática produzida pelo ventilador tem que ser igual à fluirão. Deste ponto em diante, nenhuma pressão
perda de carga. extra (apenas mais capacidade do ventilador) é
necessária para forçar mais ar pelo líquido. A Fig. 2
Um sistema de ventilação também terá uma curva apresenta a característica do ventilador e a
característica de perda de pressão versus vazão. Isso característica do sistema para este caso.
mostrará as pressões estáticas diferentes que serão
necessárias para forçar determinados volumes de ar
através deste sistema específico. Esta curva é
Fig. 1 Característica do ventilador e característica
chamada de curva característica do sistema. do sistema para um reservatório de bolhas
sem qualquer ponto de intersecção. Nenhuma
Uma curva de um ventilador mostra uma bolha pode passar pelo líquido
representação típica de pressão estática versus
vazão. Ela mostra as diferentes pressões estáticas
Característica do Sistema
que um ventilador específico produz, quando Pe = K
obstruído, em cada ponto de vazão de ar. Esta curva
pode ser chamada de curva característica do
Pe Característica
ventilador. do Ventilador
K
Se plotarmos as curvas característica do ventilador e
característica do sistema no mesmo gráfico, haverá
um ponto de intersecção das duas curvas. Este ponto Q
de intersecção será o único ponto que irá satisfazer
tanto a característica do ventilador quanto a
característica do sistema. Este será, portanto, o ponto Fig. 2 Característica do ventilador e característica
do sistema para reservatório de bolhas
de operação. com ponto de intersecção. Bolhas
de gás poderão passar pelo líquido
Fluxo de Ar através de um Reservatório de Líquido
Estacionário
Normalmente, a resistência do sistema (i.e., a
pressão estática necessária) deverá aumentar com a Característica
do Ventilador
velocidade e, portanto, com o volume de ar Pe Ponto de Operação
atravessando o sistema. Uma exceção é um
reservatório de líquido estacionário através do qual o
Característica do Sistema
ar ou um gás é forçado em bolhas, como acontece na K Pe = K
ventilação de esgotos ou de ferro em fusão. Aqui a
resistência do sistema será constante, Q
independentemente do volume de ar, porque é

1-3
BOLETIM TÉCNICO Nº 8

Repetindo, a característica do sistema é uma linha Esta é uma linha reta inclinada através da origem,
reta horizontal, indicando que a pressão estática conforme mostra a Fig. 3. A constante K determina o
necessária para forçar bolhas pelo líquido é declive da linha reta: K = tana. À medida que os filtros
constante, independentemente da velocidade do ar, ficam tapados pelo pó, a eficiência do filtro melhora, e
desde 0 m3/s ao ponto de operação e além dele. A a resistência do sistema e o ângulo a aumentam,
fórmula para esta característica de sistema é: porém, a característica do sistema continua sendo
uma linha reta.
Pe = K (Q)0 = K

A constante K determina a altura da linha horizontal


Fig. 3 Característica do ventilador
acima da linha de vazão de ar.
e característica do sistema para fluxo laminar, tal como
ar passando pelas mangas de filtragem
À parte essa exceção, a pressão estática necessária
para soprar ou extrair ar por um sistema de ventilação
não é constante, mas aumenta com a vazão de ar ou
Característica do Ventilador
a velocidade. A pergunta agora é: com que rapidez
aumentará? A resposta é: depende da velocidade do Ponto de Operação
Pe
ar e do tipo de fluxo de ar resultante (laminar ou
turbulento). Característica do Sistema
Pe = K x Q

Fluxo através de Filtros de Manga a

A área total das mangas, numa câmara de filtragem, é Q


grande a fim de manter a resistência ao fluxo de ar
baixa, mesmo quando os filtros começam a ser
bloqueados pelo pó. Como resultado da área grande,
a velocidade do ar passando pelo tecido é muito
baixa, aproximadamente 0,015 a 0,020 m/s, e o Fluxo através de um Silo de Grãos
Número de Reynolds (Re) é pequeno. Para ar padrão, Vários grãos, tais como milho, arroz, soja, cevada e
podemos calcular o número Reynolds a partir da trigo devem ser secados após a colheita para evitar
seguinte equação: que o grão estrague. Com esse objetivo, eles são
Re = rVD armazenados em silos cilíndricos para grãos, que
m podem ter de 4 a 25 m de altura. Ventiladores axiais ou
Onde: r = densidade do gás, em kg/m³ ventiladores centrífugos são usados para forçar ar
V = velocidade média do ar, m/s aquecido para dentro do silo.
D = diâmetro do duto, m
m = viscosidade do ar, Ns/m² A pressão estática necessária para superar a
resistência do sistema depende da altura do silo e do
Para o ar padrão, r = 1,22 kg/m² e tipo de grão. Pode variar de 750-5000 Pa. Para
m = 1,82 x 10-5 Ns/m² pressões menores, os ventiladores axiais podem ser
usados; porém, para pressões mais altas, são
Para diâmetro de duto de 1 pé = 0,305 m necessários ventiladores centrífugos. No entanto,
qualquer que seja a pressão estática, a velocidade do
Re = (1,22)(0,015)(0,305) ar que passa pelo grão fica em torno de 0,1 m/s,
1,82x10-5 aproximadamente seis vezes o valor de 0,015 a 0,020
Re = 307 m/s que passa pelos filtros de manga já analisados.

Isso está bem abaixo do valor 2000 onde o fluxo O valor do Número de Reynolds correspondente,
turbulento pode iniciar. Isto significa que o fluxo pelos então, é de aproximadamente 2100, o início de um
filtros de mangas é laminar. A característica do fluxo ligeiramente turbulento, e a fórmula para a
sistema para fluxo laminar pode ser calculada a partir característica do sistema é
da fórmula.
Pe = K x Q Pe = K(Q)1,5

2-3
BOLETIM TÉCNICO Nº 8

Esta é uma curva através da origem, como mostra a


Fig. 4. A constante K determina o declive da curva. A fórmula para a característica de sistema agora é
Para silos mais altos e para uma maior compactação
dos grãos (tal como trigo), a curva fica mais íngreme. Pe= K(Q)²

Esta é uma parábola pela origem, como mostra a Fig.


Fig. 4 Característica do ventilador e 5. Se um ponto da característica do sistema for
característica do sistema, para fluxo ligeiramente
turbulento, como ar passando por silos para grãos conhecido, os outros pontos podem ser calculados e
a parábola pode ser plotada.

Característica do Ventilador
Fig. 5 Característica do ventilador e
característica do sistema para fluxo turbulento,
Ponto de Operação prevalecendo em sistemas de ventilação
Pe

Característica do Ventilador
Característica do Sistema
Pe = K x Q1,5 Ponto de Operação

Q
Pe

Característica do Sistema
Vazão por um Sistema de Ventilação Pe = K x Q²
Em um sistema de ventilação convencional, como os
usados em prédios, tanto a velocidade do ar quanto o
valor de Reynolds é consideravelmente maior do que Q
em filtros de mangas ou em silos para grãos.
(Somente na seção dos filtros estas grandezas ainda
são pequenas).
É interessante observar que a equação básica da
Por exemplo, um ventilador axial de 710 mm distribuiu perda por atrito, para um duto redondo e reto com
4,0 m³/s contra uma pressão estática de 600 Pa. O diâmetro constante e paredes lisas:
duto de 715 mm de diâmetro interno possui uma área
de 0,4015m²; conseqüentemente, a velocidade do ar f = 0,0195 L Pd
será de V = 4,0/0,4015 = 9,96 m/s e a pressão D
dinâmica será Pd = (9,96/1,3)2 = 59 Pa. Suponhamos
que o nosso sistema consista deste duto de 715 mm é proporcional a (Q)², indicando a mesma coisa que
de diâmetro interno mais algum outro equipamento, para um sistema de ventilação.
resultando em uma pressão de resistência total de
600 Pa. Nosso valor de Reynolds será de Re = A Tabela 1 resume os quatro tipos diferentes de
477370. Uma vez que este valor de Reynolds está sistemas de ventilação.
muito acima de 2000, este é um fluxo definitivamente
turbulento, o que é normal em sistemas de ventilação.

Tabela 1- Comparação das Condições de Fluxo para Quatro Sistemas de Ventilação

Tipo de Tipo de Velocidade Número Fórmula para a


Sistema Fluxo do ar (m/s) de Reynolds característica do sistema

Resevatório borbulhante - Pe = K (Q) 0


Filtro de Mangas Laminar 0,015 307 Pe = K (Q)
Silo para Grãos Ligeiramente turbulento 0,100 2100 Pe = K (Q) 1,5
2
Sistema de Ventilação Turbulento 9,960 477000 Pe = K (Q)

3-3
BOLETIM TÉCNICO Nº 9

DESBALANCEAMENTO RESIDUAL
PERMISSÍVEL

U
m rotor desbalanceado pode causar Excentricidade significa não ter o mesmo centro ou
vibrações e tensões no próprio rotor e em sua eixo de rotação.
estrutura de suporte. Torna-se, portanto,
necessário que se balanceie o rotor para obter uma Por exemplo, considere um disco com raio, R (mm) e
ou mais das seguintes condições: massa m (kg) deslocada devido a um excesso de
massa me (g), em um ponto em particular. Quando o
(a) Aumentar a vida do rolamento disco está em movimento de rotação, uma força
(b) Minimizar a vibração centrífuga, F, age sobre me e é transmitida para o eixo.
(c) Minimizar ruídos Isso resulta no deslocamento do eixo de sua posição
(d) Minimizar tensões de operação de repouso, sua extremidade descrevendo um
(e) Minimizar fadiga e aborrecimento dos círculo, pequeno, ao redor de sua posição normal.
operadores Este deslocamento é chamado de excentricidade.
(f) Minimizar perdas de potência Vide Fig. 1.
(g) Aumentar a qualidade do produto
(h) Satisfazer os consumidores
Esta excentricidade, e (mm), está ligada ao valor do
O desbalanceamento de apenas um componente desbalanceamento me (gramas) para um rotor de raio
girante de um conjunto pode fazer com que todo o R (mm) e massa m (kg) através da fórmula abaixo. O
conjunto vibre. Esta vibração induzida, por sua vez, valor de "e" também expressa a tolerância de
pode causar desgaste excessivo nos rolamentos, balanceamento ou a excentricidade residual. Vide
buchas, eixos, engrenagens, etc., reduzindo Fig. 2.
substancialmente sua vida útil.
e = me . R
As vibrações exercem tensões alternantes altamente M
indesejáveis nos suportes e elementos estruturais e
podem terminar causando seu colapso total. O Desbalanceamento Residual Permissível ou Tolerância
desempenho diminui por causa da absorção de de Balanceamento, Equação eT
energia pela estrutura de suporte. Este método está de acordo com a norma ISO
1940/1-1986. Uma vez que não é possível haver um
As vibrações podem ser transmitidas pelo solo até às balanceamento de 100%, torna-se necessária uma
máquinas adjacentes e prejudicar seriamente sua tolerância para balancear. Referindo-nos à Fig. 3,
precisão ou funcionamento adequado. estamos seguindo a recomendação ISO e usando
um grau de qualidade de balanceamento de G6.3
Objetivo da Balanceadora (amplitude de velocidade de vibração = 6,3 mm/s)
Uma balanceadora, ou máquina de balancear, é para balancear os rotores.
necessária para detectar, localizar e medir o
desbalanceamento. Os dados fornecidos pela Usando a recomendação ISO G4.0 para valor de
balanceadora permitem a mudança da distribuição balanceamento, G em mm/s está ligado ao
de massa de um rotor, e essa mudança, quando feita desbalanceamento residual máximo, eT em mm e
de forma correta, irá equilibrar o rotor. para a velocidade de rotação, n em rpm pela fórmula:

O balanceamento é detectado pela observação da


ausência de desbalanceamento, nunca pelo
balanceamento em si. eT = 10 x G
(N/1.000)
Definições
Desbalanceamento é a distribuição desigual da
massa nos corpos girantes (rotor, eixo, polia, etc.).

1-3
BOLETIM TÉCNICO Nº 9

Exemplo

Considerando-se os seguintes dados, determine o


desbalanceamento residual permissível e o valor
mínimo do desbalanceamento residual. F

me
Rotação, n = 800rpm

Rotação
Massa da polia, m = 8,1 kg Eixo
Raio da polia, R = 152mm
Grau de balanceamento, G =4(significa
velocidade de vibração = 4mm/s para a polia).

Cálculo do Desbalanceamento Residual Permissível ou


Tolerância de Balanceamento Fig. 1

eT = 10 x G = 10 x 4 = 50mm
(n/1.0 00) 800/1.000

Cálculo do Valor Máximo de Desbalanceamento F


Posição de Repouso
Residual, p

e = me . R => me = e . m = 50 x 8,1 = 2,66g


m R 152
E

Portanto, a Excentricidade Residual Permissível é 50


mm e o Desbalanceamento Residual Permissível é de
2,66 g para esta polia.

Fig. 2

2-3
BOLETIM TÉCNICO Nº 9

Fig. 3 Valor de Desbalanceamento Máximo Residual


Permissível correspondente aos diversos Graus
de Qualidade de Balanceamento

100 000
(Deslocamento Residual Permissível do Centro de Massa, e per , em micrometros, para balanceamento em um plano de correção)

G
50 000

63
0
G
20 000
25
0

10 000
G
10
0

5 000
Desbalanceamento Residual Permissível por Unidade de Massa do Rotor, U per/m = e per em g.mm/Kg

2 000

1 000

500
G
40

200
G
16

100
G
6,

50
3
G

20
2,
5

10
G
1

5
G
0,
4

0,5

0,2

0,1
30 50 100 200 500 1000 2000 5000 10 000 50 000 100 000
r/min

0,5 1 2 5 10 20 50 100 200 500 1000 2000


Velocidade de Rotação Máxima de Serviço r/s

NOTA - O valor numérico após a letra G é igual ao produto de eper x rotação,


expressa em milímetros por segundo

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3-3
BOLETIM TÉCNICO Nº 10

CÁLCULO DA POTÊNCIA SONORA


DO VENTILADOR

O
ruído do ventilador é uma função de seu
projeto (Kw), vazão de ar (Q), pressão total (Pt)
e rendimento (h).
Tabela 1- Banda de Oitava em que o
Incremento de Freqüência da Pá (BFI) ocorre
A geração de potência sonora de um determinado
ventilador, realizando determinado trabalho, é melhor
obtida a partir dos dados de teste reais do fabricante Tipo de Ventilador Banda de Oitava
do ventilador, sob condições de teste aprovadas. em que BFI ocorre
Entretanto, se tais dados não estiverem disponíveis
prontamente, os níveis de potência sonora, nas Centrífugo
- Aerofólio, curvado para trás 250 HZ
bandas de oitava, para vários ventiladores, poderão ou inclinado para trás
ser estimados através do seguinte procedimento. - Curvado para frente 500 HZ
- Pá radial, soprador 125 HZ
O ruído do ventilador pode ser classificado em termos Vaneaxial 125 HZ
Tuboaxial 63 HZ
do nível de potência sonora específica, que é definida Propeller 63 HZ
como o nível de potência sonora gerada por um
ventilador operando a uma capacidade de 1 m³/s (ou
1 cfm) e uma pressão de 1 Pa (ou 1" de água).
Reduzindo-se todos os dados de ruído do ventilador
para esse denominador comum, o nível de potência Os níveis de potência sonora específicos e os
sonora específico serve como base para incrementos de freqüência da pá encontram-se
comparação direta dos níveis de banda de oitava de listados na Tabela 2. Para uma descrição mais
vários ventiladores, e como base para um método completa dos tipos de ventiladores, construção e
convencional de calcular os níveis de ruído de aplicações, veja os Boletins Técnicos nº 4 e 12.
ventiladores em condições de operação reais.

Freqüência da Passagem das Pás (Bf) Ponto de Operação


Estudos recentes mostram que, baseado no nível de Os níveis de potência sonora específicos fornecidos
potência sonora específica, os ventiladores menores na Tabela 2 são para ventiladores que estiverem
são um pouco mais barulhentos do que os maiores. operando no, ou próximo do, ponto de rendimento de
Embora qualquer divisão desse tipo seja pico da curva do ventilador. Isto está de acordo com a
necessariamente arbitrária, as divisões de tamanho prática recomendada para a seleção de tamanho e
indicadas são práticas para se estimar o ruído do rotação de um ventilador, de forma que a operação
ventilador. Os ventiladores geram um tom na caia neste ponto ou perto dele; é vantajoso para a
freqüência de passagem da pá, e a força desse tom conservação de energia e corresponde aos níveis de
depende, em parte, do tipo de ventilador. Para ruído mínimos para aquele ventilador. Se, por
registrar esta freqüência de passagem da pá, deve-se quaisquer motivos, um ventilador não for ou não
fazer um incremento na banda de oitava em que recai puder ser selecionado de forma ótima, o nível de
a freqüência da pá. O número de decibéis a ser ruído produzido irá aumentar e um fator de correção
acrescentado a esta banda é chamado de C, conforme mostra a tabela 3, deverá atender essa
incremento de freqüência de pá (BFI). A freqüência da situação.
pá (Bf ) é:

Bf = (rpm x Nº. de pás)/60

O número de pás e a rotação do ventilador podem ser


obtidas no catálogo de seleção de ventiladores. Se
este catálogo não estiver disponível, a Tabela 1 pode
ser usada.

1-3
BOLETIM TÉCNICO Nº 10

Tabela 2 - Níveis da Potência Sonora Específicos (dB re 1pW)


e Incrementos de Freqüência da Pá (BFI) para
Vários Tipos de Ventiladores

Freqüência Central das Banda de Oitava, HZ

Tipo de Ventilador Tamanho do Rotor 63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 BFI

Centrífugo > 0,9m 32 32 31 29 28 23 15 13 3


Aerofólio, curvado para trás < 0,9m 36 38 36 34 33 28 20 15
inclinado para trás
Curvado para frente Todos 47 43 39 33 28 25 23 20 2
Pá radial > 1m 45 39 42 39 37 32 30 27
Soprador 1m a 0,5m 55 48 48 45 45 40 38 37 8
< 0,5m 63 57 58 50 44 39 38 37

Vanexial > 1m 39 36 38 39 37 34 32 26 6
< 1m 37 39 43 43 43 41 38 35

Tuboaxial > 1m 41 39 43 41 39 37 34 32 5
< 1m 40 41 47 46 44 43 37 35

Propeller Todos 48 51 58 56 55 52 46 42 5

Onde:
Lw = nível de potência sonora estimado
Tabela 3 - Fator de Correção Devido o Ponto do ventilador (dB re 1 pW)
de Operação Fora do Rendimento de Pico
K w= nível de potência sonora específico
Rendimento Estático Fator
(ver tabela 2)
% de Pico de Correção C Q = vazão de ar, m³/s (cfm)
Q1= 0,000472, quando a vazão estiver
90 a 100 0 em m³/s (1 para cfm)
85 a 89 3
75 a 84 6
P = pressão total em Pascal (ou
65 a 74 9 polegada H 2 O)
55 a 64 12 P1= 249, quando a pressão for em
50 a 54 15 Pascal (1 polegada H O) 2
C= fator de correção em dB, para o
ponto de operação do ventilador.

Este fator de correção deverá ser aplicado a todas as Os valores do nível de potência sonora estimado são
bandas de oitava. calculados para todas as oito bandas e o BFI é
acrescentado à banda de oitava na qual a freqüência
Previsão de Potência Sonora do Ventilador (Lw) de passagem da pá cair.
Os níveis de potência sonora nas condições de
operação reais poderão ser estimados usando-se a Exemplo:
vazão e a pressão total do ventilador, conforme
segue: Um ventilador Sirocco RSD 500 foi selecionado para
suprir 4,15 m³/s a 750 Pa. Ele possui 41 pás e opera a
904 rpm, com rendimento estático de 56%. Qual é o
Lw = Kw + 10log(Q/Q1) + 20 log (P/P1) + C nível sonoro estimado?

2-3
BOLETIM TÉCNICO Nº 10

Passo 1: Obtenha o nível de potência sonora O BFI cai na banda de oitava de 500Hz, que
específico (Kw) da Tabela 2 para ventilador engloba o intervalo de 355 a 710Hz.
curvado para a frente.
Passo 4: Determine o fator de correção C para
Passo 2: Calcule os níveis de potência sonora rendimento fora de pico.
adicionais devido a vazão de ar e pressão.
De acordo com os dados de desempenho no
10 log( )
Q
Q1
+ 20 log
P
P1 ( ) catálogo, este ventilador apresenta um
rendimento de pico de 62%.

= 10 log ( 0,000472
4,15
) + 20 log ( 750
249 )
Percentual de rendimento estático de pico =
(56/62) x 100 = 90,3

= 39,44 + 9,57 = 49 De acordo com a Tabela 3, C = 0.

Passo 3: Calcule o Bf para determinar em qual Combine todos os quatro passos, como mostra a
banda de oitava recai o BFI Tabela 4.

Bf = (rpm x no. de pás)/60 = (904 x 41)/60 = = > Lw (linear) = 98,2 dB


617 Hz = > LwA = 85,8 dB(A)

Tabela 4 - Exemplo de Cálculo

Freqüência Central das Banda de Oitava, HZ


Referência Potência
63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 Sonora

Passo 1 47 43 39 33 28 25 23 20
Passo 2 49 49 49 49 49 49 49 49
Passo 3 - - - 2 - - - -
Passo 4 0 0 0 0 0 0 0 0

Lw (dB) Linear = 96 92 88 84 77 74 72 69 98,2

Fator Escala A -25,5 -15,5 -8,5 -3,0 0 +1 +1 -1


LwA (dB) = 70,5 76,5 79,5 81 77 75 73 68 85,8

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3-3
BOLETIM TÉCNICO Nº 11

MODULAÇÃO DO DESEMPENHO
DO VENTILADOR

A
lguns sistemas de ventilação têm exigência de O tipo de modulação tipicamente usada em
capacidade variável durante a operação, tais aplicações com dutos são:
como sistemas de volume de ar variável,
enquanto outros têm exigências de pressão variável; (a) Controle do volume de ar na voluta
tanto a vazão quanto a pressão são alterados, com (b) Dampers de aspiração
freqüência, durante a operação. A fim de acomodar (c) Dampers de descarga
estas variações, alguma forma de modulação de (d) Registro radial de aspiração
desempenho do ventilador é exigida. (e) Modulação da rotação
(f ) Variação do passo das pás do ventilador

Fig. 1 Tipos de Modulação para Ventilador Centrífugo

DAMPER DE PÁS PARALELAS


PARA CAIXA DE ASPIRAÇÃO

CAIXA DE DIFUSOR
DAMPER DE PÁS OPOSTAS ASPIRAÇÃO
PARA CAIXA DE ASPIRAÇÃO

REGISTRO RADIAL
TIPO CÔNICO

DAMPER DE DESCARGA
COM PÁS OPOSTAS
HORIZONTAIS
REGISTRO RADIAL
TIPO CILÍNDRICO DAMPER DE DESCARGA
COM PÁS PARALELAS
HORIZONTAIS

DAMPER DE DESCARGA
COM PÁS OPOSTAS
DAMPER DE DESCARGA VERTICAIS
COM PÁS PARALELAS
VERTICAIS

1-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 11

Controle do Volume de Ar na Voluta completamente. Para uma interrupção liga-desliga


Isto é discutido sob o título "Instabilidade do Sistema, (on-off) a fim de evitar a circulação do ar, motores
Instabilidade do Ventilador e Paralelismo". Dampers devem ser colocados nos dampers para fechá-los
de volume na voluta às vezes são usados em depois que o motor do ventilador tenha desligado;
pequenos ventiladores como um meio de ajustar reciprocamente, o motor do ventilador não deve
rapidamente o fornecimento de ar. Entretanto, este iniciar seu funcionamento até que esses dampers
não é considerado um bom meio de controle de estejam pelo menos parcialmente abertos. Isso pode
capacidade. O rendimento é reduzido, e a própria ser feito através de um sensor de fim-de-curso nos
natureza do controle do volume de ar na descarga faz dampers que impede a operação do motor do
com que seja difícil operar, automaticamente, a partir ventilador quando os dampers estão completamente
de um dispositivo sensor de pressão estática. Assim, fechados e permite a operação do ventilador somente
embora o damper de volume na voluta sirva um quando os dampers estiverem suficientemente
propósito útil de controlar o efeito de paralelismo de abertos para impedir uma alta pressão estática de
ventiladores, não é recomendado para modulação de sucção.
capacidade.
Dampers de Descarga
Dampers de Aspiração Dampers de descarga são um método de variar a
O objetivo principal dos dampers de aspiração é vazão em um intervalo de desempenho um tanto
evitar o retorno e a circulação de ar quando a unidade estreito. Uma vez que os dampers de descarga são
é desligada. tipicamente montados sobre a descarga do
ventilador, a área dos dampers fica relativamente
Os dampers de aspiração meramente adicionam pequena. Portanto, geralmente não há necessidade
resistência ao sistema, causando uma mudança de se preocupar com a pressão estática excessiva vir
correspondente na pressão estática do ventilador e a danificar os dampers. Eles operarão
variando a vazão. satisfatoriamente na condição de 100% fechado a
menos que a pressão estática do ventilador exceda a
Há duas desvantagens básicas referentes aos capacidade estrutural dos dampers. Normalmente, a
dampers de aspiração. Primeiro, eles permitem resistência do damper deveria suportar pelo menos
pouca modulação de capacidade sem forçar o 1000 Pa de pressão estática.
ventilador a operar em uma parte instável de seu
intervalo de desempenho. Em segundo lugar, uma A Fig. 2 mostra o desempenho dos ventiladores com
vez que eles são freqüentemente montados na frente dampers de descarga. Estes dampers aumentam a
de uma abertura de ar externa ou na frente de uma pressão estática do sistema para modular o fluxo de
série de serpentinas, são muito maiores no tamanho ar. Os dampers de descarga não alteram a área de
do que a aspiração do ventilador. Portanto, o instabilidade do ventilador. Portanto, eles não devem
diferencial de pressão estática através do damper é ser usados para a modulação da vazão, em
distribuído em uma grande área. ventiladores centrífugos tipo aerofólio, abaixo de
aproximadamente 50% da vazão máxima (descarga
Devido a essa segunda desvantagem, deve-se tomar livre), conforme indica o gráfico ao lado.
cuidado a fim de se certificar de que o ventilador não é
capaz de produzir uma pressão estática suficiente Nem dampers de descarga nem dampers de
para empenar ou ruir os dampers. O diferencial de aspiração têm muito efeito no nível de ruído do
pressão estática através da maioria dos dampers de sistema na posição totalmente aberto, em aplicações
aspiração usados nas "air handling units" (AHU) numa de pressão média e baixa. Entretanto, eles realmente
central de ventilação não deve exceder 1000 Pa, ao aumentam o nível de ruído à medida que se
todo. Se o ventilador for capaz de desenvolver uma aproximam de uma posição fechada. A magnitude do
pressão estática maior do que essa na RPM operante, aumento é uma função da velocidade do ar e do
deve-se tomar cuidado para assegurar que os diferencial de pressão estática.
dampers de aspiração não possam ser fechados
enquanto o ventilador estiver operando. Se os
dampers forem usados para regular o sistema, uma
trava manual pode ser colocada no mecanismo dos
dampers a fim de evitar que eles se fechem

2-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 11

Fig. 2 - Desempenho de um Damper de Descarga


para Ventilador Tipo Aerofólio
140
Curva do sistema a 52% da vazão máxima
Percentual de Potência Absorvida Máxima (vazão nula)

130
Potência absorvida
120
1’
Percentual de Pressão Estática Máxima e

110 5 4 3
6 2’
2
100
1 Seleção original nas condições de projeto
90
3’
80
70 4’
60
5’
50
40 6’
30
20 Variação
estável
10 da vazão
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Percentual de Vazão Máxima (pressão nula)

Registro Radial na Aspiração 100 cv, os quais são providos de acionamento direto.
Registros radiais na aspiração às vezes são Isso resulta da dificuldade em se usar acionamentos
chamados erroneamente de registros de vortex. Na de velocidade variável como correia em V, em tais
verdade, embora chamados de registros, seu único ventiladores grandes.
objetivo é iniciar um giro do ar na direção da rotação
à medida que este entra no ventilador. A vorticidade Há três desvantagens em se usar registros radiais de
resultante tem, como conseqüência, uma redução na aspiração para modulações de capacidade.
vazão, na pressão estática e na potência absorvida. Primeiro, o ventilador pode ser forçado a operar num
Além disso, para cada posição do registro, curvas intervalo instável de funcionamento. Isto deve
separadas para a pressão estática e potência provavelmente ocorrer quando ele é usado para
absorvida versus vazão são geradas. modular um sistema de pressão estática constante. O
ruído e a vibração resultantes são conhecidos por
Como as pás do registro são moduladas, a curva da sacudirem todo um andar.
potência absorvida gerada é menor do que a curva da
potência absorvida com as pás bem abertas. Segundo, a redução de capacidade também ocorre
Portanto, o registro radial realmente propicia alguma quando as pás estão na posição totalmente abertas.
economia no custo de operação. A magnitude desta A construção do registro, com o cubo e o mecanismo
economia é geralmente de, aproximadamente, 20 a de rotação localizados no centro, cria uma queda de
30 %, se ele for operado na maior parte do tempo no pressão cuja magnitude é uma função do tamanho
intervalo de 60 a 80 % da vazão de projeto. Uma vez do ventilador. Para ventiladores muito pequenos, o
que o registro radial custa de duas a três vezes o valor cubo é um percentual relativamente grande da área
dos dampers de descarga de pás paralelas, não vale total de aspiração. Portanto, a redução de
a pena usá-los a menos que a redução da capacidade é substancial. Por outro lado, com
capacidade seja pelo menos 50%, em longos ventiladores muito grandes, a área do cubo é um
períodos de tempo, já que a economia de potência percentual muito pequeno do total e a redução é
gerada, em relação aos dampers de pás paralelas e negligenciável. Com aplicações de acionamento por
de pás opostas, fica em média aproximadamente 25 correia, isto não apresenta nenhum problema em
% nestas condições. particular, uma vez que a velocidade do ventilador
pode prontamente ser aumentada para compensar.
Independentemente dessa economia, o registro Porém, a potência absorvida também aumenta.
radial é útil para a redução de capacidade em
ventiladores centrífugos grandes que exijam mais de

3-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 11

Por exemplo, a RPM deve ser aumentada em Deve-se tomar cuidado ao usar esse tipo de
aproximadamente 3% com um rotor de 900 mm de modulação em um sistema que requeira pressão
diâmetro para atingir capacidade total, se tiver um estática constante no ventilador, na medida em que a
registro radial na aspiração com pás na posição pressão estática no ventilador se reduz
totalmente abertas. Isto aumenta a potência proporcionalmente ao quadrado da redução de RPM.
absorvida em aproximadamente 9,3%, o que pode vir
a ser um problema se a potência absorvida estiver Variação do Passo da Pá do Ventilador
muito próxima à potência nominal do motor indicada Ventiladores axiais encontram-se disponíveis com
pelo fabricante. pás de passo ajustável para permitir a variação do
seu desempenho. Isto pode ser usado para aumentar
Em unidades com acionamento direto, todavia, o uso ou diminuir a capacidade do sistema em ventiladores
do registro radial torna-se mais do que um problema. com acionamento direto, dependendo da seleção
Meios razoavelmente precisos devem estar original. Em ventiladores acionados por correia, a
disponíveis para estimar a redução da capacidade variação poderá permitir algum aumento no
para vários tamanhos de ventiladores. rendimento se a pressão estática tiver sido
grosseiramente superestimada quando a seleção
Terceiro, o registro radial aumentará o nível de ruído original tiver sido feita. Esta forma de modulação de
do ventilador, até mesmo em uma posição totalmente capacidade geralmente reduzirá a potência
aberto. Uma vez que os dados de teste são limitados, absorvida, mais do que qualquer um dos métodos
uma boa regra a seguir é adicionar 5 dB ao nível de anteriores para uma dada vazão e pressão estática.
ruído do ventilador quando um registro radial for Isso também evidencia o problema de acionamento
usado. por correia em V, para ventiladores maiores que
exijam mais de 100cv, uma vez que a modulação de
Antes de se usar um registro radial, o fabricante de controle pode ser realizada facilmente.
ventiladores deve ser consultado para informações
referentes ao intervalo instável de operação, à Um método de variação do passo das pás do
redução de capacidade devido à restrição de área de ventilador permite uma alteração no passo enquanto
aspiração, e aos níveis de ruído resultantes. o ventilador estiver em operação. Isto torna o
ventilador bem adequado para aplicações tal como
Modulação da Rotação controle automático da pressão estática para
A variação de rotação nos ventiladores pode ser sistemas de volume de ar variável.
realizada de diversas maneiras, incluindo: motores de
multivelocidade; transmissões hidráulicas; redutores Uma vez que o ventilador axial deve, geralmente, ter
mecânicos de velocidade; e dispositivos de estado algum tratamento acústico, a geração de ruído
sólido (inversores de freqüência). devido à mudança no passo da hélice é facilmente
trabalhada. Por isso, a maior desvantagem neste tipo
Nos dispositivos de estado sólido o controle deve de modulação de ventilador é o custo adicional do
estar intimamente associado ao motor para operar dispositivo. Quanto mais sofisticada a modulação e
apropriadamente. seus controles, maior será o custo.

Todos estes dispositivos afetam o desempenho do


ventilador segundo as seguintes leis:
2 3

( (( ( ( (( (
Q2
Q1
=
N2
N1
Q2
Q1
=
N2
N1 ( (( (
W2
W1
=
N2
N1

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4-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 12

ARRANJOS DE VENTILADORES

A
Associação Internacional de Controle e (c) Arranjos para Ventiladores Axiais com ou sem
Movimentação do Ar (AMCA) adotou uma Difusor e Caixa de Aspiração
norma que define os arranjos para vários (d) Designações para Sentido de Rotação e
tipos de ventiladores usados em aplicações de Posição de Descarga de Ventiladores
ventilação em geral. Centrífugos
(e) Posições de Motor de Ventiladores Centrífugos
Os tipos de arranjos incluem: com Acionamento por Correias
(f) Posição da Caixa de Aspiração para
(a) Arranjos para Ventiladores Centrífugos Ventiladores Centrífugos
(b) Arranjos para Ventiladores Centrífugos
Tubulares

ARRANJOS PARA VENTILADORES CENTRÍFUGOS CONFORME NORMA AMCA 99-2404

SWSI = Ventiladores de Simples Aspiração


DWDI = Ventiladores de Dupla Aspiração
Os Arranjos 1, 3, 7 e 8 também são disponíveis com mancais montados em pedestais
ou conjunto de bases independentes da carcaça do ventilador.

Para designação de sentido de rotação e posição de descarga ver norma AMCA 99-2406
Para posições de motor em transmisão por correias ver norma AMCA 99-2407
ARR.1 SWSI Para acionamento por correias. Rotor em
Para designação da posição das caixas de aspiração ver norma AMCA 99-2405 balanço. Dois mancais ou mancal monobloco na base.

ARR.2 SWSI Para acionamento por correias. Rotor em ARR.3 SWSI Para acionamento por correias. Um mancal ARR.3 DWDI Para acionamento por correias. Um mancal
balanço. Mancais apoiados em mão-francesa fixada na de cada lado apoiados na carcaça do ventilador. de cada lado apoiados na carcaça do ventilador.
carcaça do ventilador.

ARR.4 SWSI Para acionamento direto. Rotor em balanço ARR.7 SWSI Para acionamento por correias ou conexão ARR.7 DWDI Para acionamento por correias ou conexão
montado no eixo do motor. Nenhum mancal no direta.Equivalente ao arranjo 3 mais base para motor. direta. Equivalente ao arranjo 3 mais base para motor.
ventilador. Motor montado na base ou conectado
diretamente através de flanges (4K).

ARR.8 SWSI - Para acionamento por conexão direta ARR.9 SWSI Para acionamento por correias. Rotor em ARR.10 SWSI Para acionamento por correias. Rotor em
através de luva elástica. Equivalente ao arranjo 1 mais balanço, dois mancais com motor montado do lado de balanço, dois mancais com motor montado do lado de
base estendida para o motor. fora da base. dentro da base.

1-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 12

ARRANJOS PARA VENTILADORES CENTRÍFUGOS CONFORME NORMA AMCA 99-2404

SWSI = Ventiladores de Simples Aspiração


DWDI = Ventiladores de Dupla Aspiração
Os Arranjos 1, 3, 7 e 8 também são disponíveis com mancais montados em pedestais
ou conjunto de bases independentes da carcaça do ventilador.

Para designação de sentido de rotação e posição de descarga ver norma AMCA 99-2406
Para posições de motor em transmisão por correias ver norma AMCA 99-2407
Para designação da posição das caixas de aspiração ver norma AMCA 99-2405

ARR. 1 SWSI COM CAIXA DE ASPIRAÇÃO ARR.3 SWSI COM PEDESTAL INDEPENDENTE ARR.3 SWSI COM CAIXA DE ASPIRAÇÃO E
Para acionamento por correias. Rotor em Para ventilador com acionamento por P E D E S TA I S I N D E P E N D E N T E S Pa r a
balanço, dois mancais ou mancal correias. Carcaça auto-portante. Um ventilador com acionamento por correias.
monobloco na base. Caixa de aspiração mancal em cada lado apoiados em Carcaça auto-portante. Um mancal em
pode ser auto-portante. pedestais independentes. cada lado apoiados em pedestais
independentes, com eixo estendendo-se
pela caixa de aspiração.

ARR.3 DWDI COM PEDESTAL INDEPENDENTE ARR.3 DWDI COM CAIXA DE ASPIRAÇÃO E ARR. 8 SWSI COM CAIXA DE ASPIRAÇÃO
Para ventilador com acionamento por P E D E S TA I S I N D E P E N D E N T E S Pa r a Para acionamento por conexão direta
correias. Carcaça auto-portante. Um ventilador com acionamento por correias. através de luva elástica. Rotor em balanço,
mancal em cada lado apoiados em Carcaça auto-portante. Um mancal em dois mancais ou mancal monobloco na
pedestais independentes. cada lado apoiados em pedestais base que é estendida para abrigar o motor.
independentes, com eixo estendendo-se Caixa de aspiração pode ser auto-
pela caixa de aspiração. portante.

2-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 12

ARRANJOS PARA VENTILADORES CENTRÍFUGOS TUBULARES CONFORME NORMA AMCA 99-2410

ARRANJO 1
Para acionamento por correias.
Motor à
Rotor em balanço fixado num eixo
Esquerda
apoiado por mancais montados
dentro da carcaça. Motor
montado independente da
carcaça. Descarga horizontal.

Vista da
Descarga

ARRANJO 4
Para acionamento direto. Rotor
em balanço fixado ao eixo do
motor. Motor montado dentro da
carcaça. Para descarga
horizontal e vertical.

Vista da
Descarga

360 ARRANJO 9
315 45 Para acionamento por correias.
Rotor em balanço fixado num eixo
apoiado por mancais montados
dentro da carcaça. Projetado
270 90 para instalação do motor do lado
de fora da carcaça em uma das
posições padrão ilustradas. Para
225 135 descarga horizontal e vertical.
180
Motor Mostrado na Posição 360
Vista da
Descarga MONTAGEM VERTICAL

A seta indica a direção do fluxo de ar.


O sentido de rotação dos ventiladores é determinado visualizando-se a partir da extremidade da
descarga do ventilador.
Especificar se a descarga de ar do ventilador é para cima ou para baixo nos ventiladores montados
verticalmente.
Especificar se o fluxo de ar é do motor em direção à helice (M-H) ou da hélice em direção ao motor (H-M).
As posições dos motores, suportes, portas de inspeção, etc., são determinadas visualizando-se a
descarga do ventilador conforme apresentado na figura do arranjo 9. Suportes de Montagem
no Teto
Os Arranjos 4 e 9 podem ser equipados com suportes para instalação no piso, na parede ou no teto. A
posição destes suportes determina quais posições de motor estarão disponíveis para sua fixação.
Geralmente, as fixações de motor 135, 180 e 225 não estão disponíveis para ventiladores no piso, parede
ou invertidos instalados no teto, e as fixações de motor 45, 90, 270 e 315 poderão não estar disponíveis
para ventiladores suspensos no teto.

Outro método para instalar ventiladores na vertical encontra-se ilustrado à direita. Especifique se o
ventilador deve ser equipado com suportes para instalação no teto, suportes para instalação no piso ou
ambos. Suportes de Montagem
no Piso

3-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 12

ARRANJOS PARA VENTILADORES AXIAIS COM OU SEM DIFUSOR E CAIXA DE ASPIRAÇÃO-NORMA AMCA 99-3404

ARR.1 ARR1. DOIS ESTÁGIOS


Para acionamento por correias ou conexão direta por luva elástica. Rotor em balanço. Dois mancais
localizados à montante ou à jusante da hélice.

ARR.3 ARR.4 ARR4. DOIS ESTÁGIOS

Para acionamento por correias ou conexão Para acionamento direto. Rotor em balanço
direta. Hélice entre mancais que estão sobre montado no eixo do motor. Nenhum mancal
suportes internos. Acionamento pela no ventilador. Motor sobre suportes internos.
aspiração.

ARR.7 ARR.8 (1 OU 2 ESTÁGIOS)


Para acionamento por correias ou conexão Para acionamento por correias ou conexão
direta. Equivalente ao arr. 3 mais base comum direta. Equivalente ao arr. 1 mais base comum
para o motor. para o motor.

ARR.9 MOTOR NA CARCAÇA ARR.9 MOTOR EM BASE COMUM


Para acionamento por correias. Rotor em balanço. Dois mancais sobre suportes internos.
Motor na carcaça ou na base comum. Acionamento através da carenagem das correias.

Observação: Todas as orientações dos ventiladores podem ser horizontais ou verticais.

4-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 12

DESIGNAÇÃO PARA SENTIDO DE ROTAÇÃO E POSIÇÃO DE DESCARGA DE VENTILADORES CENTRÍFUGOS

Horário Horário Horário Horário


Descarga para cima Topo angular para cima Topo horizontal Topo angular para baixo
H/90o H/135o H/180o H/225o

Horário Horário Horário Horário


Descarga para baixo Base angular para baixo Base inferior horizontal Base angular para cima
H/270o H/315o H/0o H/45o

Anti-horário Anti-horário Anti-horário Anti-horário


Descarga para cima Topo angular para cima Topo horizontal Topo angular para baixo
AH/90o AH/135o AH/180o AH/225o

Anti-horário Anti-horário Anti-horário Anti-horário


Descarga para baixo Base angular para baixo Base inferior Base angular para cima
AH/270o AH/ 315o horizontal AH/0o AH/45o

Observações:

1. A direção da rotação é determinada a partir do lado do acionamento do ventilador.


2. Em ventiladores de simples aspiração, o lado do acionamento sempre é considerado o lado oposto
da aspiração do ventilador.
3. Em ventiladores de dupla aspiração com acionamento em ambos os lados, o lado do acionamento
é aquele que tiver a unidade de acionamento com maior potência.
4. O ângulo da descarga está relacionado ao eixo horizontal do ventilador, e sua designação é feita em
graus a partir de tal eixo de referência padrão. O ângulo de descarga poderá ser qualquer ângulo
intermediário, conforme a necessidade.
5. Para o ventilador invertido para suspensão no teto ou instalação em parede lateral, a direção da
rotação e da descarga é determinada com o ventilador em repouso no chão.

5-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 12

POSIÇÕES DO MOTOR PARA VENTILADORES CENTRÍFUGOS DE


ACIONAMENTO POR CORREIA CONFORME NORMA AMCA 99-2407

A localização do motor é determinada posicionando-se de frente para o


lado do acionamento do ventilador, e designando-se as posições do
motor com as letras W, X, Y ou Z, conforme o caso.

6-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 12

POSIÇÕES DA CAIXA DE ASPIRAÇÃO PARA VENTILADORES CENTRÍFUGOS CONFORME NORMA AMCA 99-2405

360

315 45

360°
315°
45°

270 270° 90° 90

225° 135°
180°

225 135

180

Observações:

1. A linha de referência é o eixo do ventilador.


2. A posição da caixa de aspiração e da entrada de ar para a caixa de aspiração é determinada a
partir do LADO DE ACIONAMENTO DO VENTILADOR.
3. A posição da caixa de aspiração é designada em graus no sentido horário do eixo vertical
superior, como mostra a ilustração, e poderá ser qualquer ângulo intermediário que venha a ser
necessário.
4. As posições 135º a 225º podem interferir com estrutura do piso em alguns casos.

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7-7
BOLETIM TÉCNICO Nº 13

ROTAÇÃO CRÍTICA DOS EIXOS

Q
ualquer eixo rotativo, mesmo na ausência de 1.1) L
carga externa, sofre flexão durante a rotação.
O peso combinado de um eixo e de um rotor
pode causar uma deflexão, que irá criar uma vibração dst1= 5wL³
ressonante em determinadas rotações, conhecida 384EI
como Rotação Crítica.
1.2) L
A magnitude da deflexão depende do seguinte:
(a) rigidez do eixo e seu suporte
(b) massa total do eixo e peças anexas a ele dst1= wL³
8EI
(c) desbalanceamento da massa com relação
ao eixo da rotação (2) Deflexão estática máxima somente devido à
(d) quantidade de amortecimento no sistema carga (dst2)

Portanto, o cálculo da rotação crítica para o eixo dos 2.1) W


L/2 L/2
ventiladores é necessário.

Equação da Rotação Crítica (Nc) L


Existem dois métodos utilizados para calcular a
rotação crítica, as Equações Rayleigh-Ritz e dst2 = WL³
Dunkerley. Ambas as equações são aproximações à 48EI
primeira freqüência natural de vibração, que é a 2.2) W
velocidade crítica de rotação. A B

Em geral, a equação de Rayleigh-Ritz superestima e a


equação de Dunkerley subestima a freqüência L
natural.
dst2=WB(L² - B²)³ ²
A equação ilustrada abaixo é a de Rayleigh-Ritz. A 9 3 EIL
prática sugere que a rotação de operação máxima
não deve exceder 75% da rotação crítica. 2.3) W W
A A
Rotação Crítica, Nc= 30 g
p dst
L
onde:
g = aceleração da gravidade (9,81 m/s²)
dst2=WA(3L² - 4A²)
dst = deflexão estática máxima total 24EI
2.4) W
A rotação crítica depende da magnitude, da
L
localização e do tipo de carga carregada pelo eixo, do
comprimento do eixo, de seu diâmetro e do tipo de
suporte de mancal.
dst2 = WL³
3EI
Deflexão Estática Máxima Total (dst)
A deflexão estática máxima, dst, é obtida através da onde:
soma da deflexão estática máxima do eixo rotativo e w = massa do eixo, kg
da deflexão provocada pela carga. W = massa do rotor, kg
E = módulo de elasticidade, kg/m² para eixo
SAE 1045 =200 x 108 kg/m²
(1) Deflexão estática máxima do eixo (dst1) I = momento de inércia = pD4/64, m4
L = comprimento do eixo, m

1-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 13

Tabela 1

Diâmetro do Eixo Momento de4 Inércia Massa por Metro


D (mm) I (m ) (kg/m)
20 7,85 x 10-9 2,47
25 19,17 x 10-9 3,85
30 39,76 x 10-9 5,51
35 73,66 x 10-9 7,99
40 125,66 x 10-9 9,87
45 201,29 x 10-9 13,00
50 306,79 x 10-9 15,40
55 449,18 x 10-9 18,70
60 636,17 x 10-9 22,20
70 1178,59 x 10-9 30,20

Exemplo No. 1
(b) Deflexão a partir da carga somente (dst2)
Dadas as seguintes especificações, encontre a
rotação crítica. dst2= WA(3L² - 4A²) Ver figura 2.3
24EI
Modelo: Ventilador Tipo Duplex com Dois Mancais
= 7,5(0,205)[3(1,37)² - 4(0,205)²]
W W 24(200x10 8)(125,66x10 -9)
A A
=0,000139 m

L (c) Deflexão estática máxima total (dst)

Diâmetro do eixo, D = 40 mm dst = dst1 + dst2


Massa do rotor, W = 7,5 kg
Comprimento do eixo, L = 1,37 m = 0,00018 + 0,000139
Cota A = 0,205 m
Momento de inércia, I = 125,66 x 10-9 m4
= 0,000319 m
Módulo de elasticidade, E = 200 x 108 kg/m2
Massa do eixo, w =1,37 x 9,87
=13,52 kg (ver Tab.1) (d) Rotação crítica (Nc)

(a) Deflexão a partir do peso do eixo somente (dst1) NC=30 g


p dst

dst1 = 5wL³ Ver figura 1.1 =30 9,81


384EI p 0,000319

= 5(13,52)(1,37)³
384(200x10 8 )(125,66x10-9) =1675 rpm

=0,00018 m Considerando um coeficiente de segurança de 25%,


a rotação máxima de operação seria de: 1675 x 0,75
= 1256rpm

2-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 13

Exemplo No. 2 (c) Deflexão estática máxima total (dst)

Verificar a rotação crítica de um ventilador triplex com dst = dst1 + dst2


dois mancais, sendo um lado do mancal em balanço.
= 0,000109 + 0,000107

= 0,000216 m

Balanço
Entre Apoios

(d) Rotação crítica para o trecho entre apoios


(Nc)
Diâmetro do eixo, D = 35mm
NC=30 g
Massa do rotor, W = 5,4kg p dst
Momento de inércia, I = 73,66 x 10-9 m4
Módulo de elasticidade, E = 200 x 108 kg/m2 =30 9,81
p 0,000216

=2.035 rpm
Verificação da rotação crítica no trecho entre apoios
W W
A A Considerando um coeficiente de segurança de 25%,
a rotação máxima de operação seria de:

2.035 x 0,75 = 1526 rpm


L

Cota A = 0,197m
Cota L = 1,114m Verificação da rotação crítica no trecho em balanço
Massa do eixo, w = 8,9kg W
A
(a) Deflexão a partir do peso do eixo (dst1)
dst1 = 5wL³
384EI

= 5(8,9)(1,114)³ L
384(200x10 8 )(73,66x10-9)
Cota A = 0,5215m
=0,000109 m Cota L = 0,534m
Massa do eixo, w = 4,27kg

(a) Deflexão a partir do peso do eixo (dst1)


(b) Deflexão a partir da carga somente (dst2)
dst1= Wl³
8EI
dst2= WA(3L² - 4A²)
24EI 4,27(0,534)³
=
8(200x10 8 )(73,66x10-9)
= 5,4(0,197)[3(1,114)² - 40(0,197)²]
24(200x10 8 )(73,66x10-9)
=0,000055 m
=0,000107 m

3-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 13

(b) Deflexão a partir da carga somente (dst2) Considerando um coeficiente de segurança de 25%,
a rotação máxima de operação seria de:
dst2= WA³
3EI 1.980 x 0,75 = 1.485 rpm

= 5,4(0,5215)³
Conclusão:
3(200x10 8 )(73,66x10-9)
Trecho entre Apoios
=0,000173 m
Rotação Crítica =2.035 rpm
Rotação de operação máxima =1.526 rpm

(c) Deflexão estática máxima total (dst) Trecho em Balanço


Rotação Crítica =1.980 rpm
dst = dst1 + dst2 Rotação de operação máxima =1.485 rpm

= 0,000055 + 0,000173 Portanto, a rotação de operação máxima para este


ventilador deve estar de acordo com o trecho em
= 0,000228 m balanço, isto é, a menor rotação obtida, que é = 1.485
rpm.

(d) Rotação crítica para o trecho entre apoios


(Nc)

NC=30 g
p dst

=30 9,81
p 0,000228

=1.980 rpm

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4-4
BOLETIM TÉCNICO Nº 14

TORQUE DE PARTIDA DO VENTILADOR

T
orque, também conhecido como o momento da estruturas, tamanhos de carcaça, número de pólos e
força, é uma medida de energia exigida para custo do motor.
iniciar a movimento de um corpo que gira sobre
um eixo fixo, no qual a força está agindo. A Tabela 1 apresenta aproximações para o tempo de
partida do motor. Para o tempo real de partida, é
Quando o motor dá a partida, ele possui um torque necessária uma série de outros cálculos, que não
relativamente alto, geralmente de 1,5 a 2,5 vezes o serão apresentados aqui.
torque de plena carga, dependendo do tipo de
máquina sendo acionada; porque a freqüência de Tabela 1
partidas, a temperatura, o tipo e a quantidade de
lubrificante, etc., e outras variáveis devem ser levadas Número de pólos Tempo de Partida (s)
em consideração. Durante o período de partida, o 2 3-4
torque inicialmente apresenta uma ligeira queda para 4 4-6
o torque mínimo e, então, sobe para o torque máximo, 6 4-8
caindo novamente, conforme representado na Fig. 1. 8 5 - 10

Equação do Torque de Partida


Torna-se, portanto, necessário calcular o torque de O tempo de partida do conjunto motor/ventilador
partida do ventilador. Isso nos habilita a determinar se nunca pode ser maior que 80% do tempo de rotor
o motor selecionado é capaz de produzir torque bloqueado informado no catálogo do motor.
suficiente para levar o ventilador da rotação zero até a
rotação de operação, sem exceder suas limitações Fórmulas para Cálculo do Torque de Partida
de projeto.
(1) Momento de inércia do ventilador;
Ts = J x a
g
JF = PD² = M x (R² + r²) kgm²
Onde: 4 2
J= momento total de inércia, kgm²
a= aceleração angular, rad/s² (2) Momento de inércia da polia;
g= aceleração por gravidade (9,81 m/s²)
JFP , JMP = m x R² kgm²
2

% Torque (3) Momento de inércia total;

200 - J MP

150 - JF

100 -

n1n0 nM
Rotação
JM
nF

J FP
Tempo de Partida do Motor
O tempo de partida de um motor de indução é o fator
mais crítico, pois um período de partida ²
J =(J F + J FP) x nF + JMP+ J M kgm²
( (
excessivamente longo provoca um aumento de nM
temperatura prejudicial ao motor. Não há qualquer
tempo de partida padrão que possamos seguir; ele
varia de acordo com fabricantes diferentes,

1-3
BOLETIM TÉCNICO Nº 14

(4) Velocidade angular, w = 2pn M rad/s Momento de inércia do motor, JM = 0,19 kgm²
60 Torque de partida do motor, TM = 30,9 kgfm
Diâmetro da polia do ventilador = 450 mm
Peso da polia do ventilador = 12,1 kg
(5) Aceleração angular, a = w/t S rad/s² Diâmetro da polia do motor = 250 mm
Peso da polia do motor = 5,5 kg
Velocidade real do ventilador = 808 rpm
PD² do ventilador = 105 kgm²
(6) Torque de partida, Ts = J x a Kgfm
g
(1) Momento de inércia do ventilador;
onde:
m = massa do rotor/polia, kg
R = raio externo do rotor/polia, m JF = PD² = 105 = 26,3kgm²
4 4
r = raio interno do rotor/polia, m
JFP =momento de inércia da polia do (2) Momento de inércia da polia do ventilador;
ventilador, kgm²
JMP =momento de inércia da polia do motor, J FP = m x R² = 12,1 x 0,255²
kgm² 2 2
JM =momento de inércia do motor, kgm² =0,31 kgm²
nF = velocidade de rotação do ventilador,
rpm (3) Momento de inércia da polia do motor;
nM =velocidade de rotação do motor, rpm
tS =tempo de partida do motor, s J MP = m x R² = 5,5 x 0,125²
2 2
Exemplo =0,4 kgm²

Considerando-se as seguintes especificações: vazão (4) Momento de inércia total;


70.000 m3/h e pressão estática 450 Pa, selecione um ²
ventilador adequado. J =(JF + J FP ) x nF + JMP+ JM
( (
nM
²
Solução ( (
=(26,3 + 0,31) x 808 + 0,04 + 0,19
1455
Ventilador selecionado = RSD 1000 = 8,44 kgm²
Rotação do ventilador, nF = 747 rpm
potência absorvida = 17,3 kW
potência instalada = 22 kW (5) Velocidade angular;
(inclui 20% de perdas para transmissão de potência;
outros fatores não considerados) w = 2pn M = 2p(1455) = 152,4 rad/s
60 60
Pergunta
(6) Aceleração angular;
Podemos selecionar um motor de 4 pólos? Ele
a = w/t S= 152,4/4 = 38,1rad/s²
consegue dar a partida no ventilador? Verifique o
torque de partida.

Do Fabricante do Motor: (7) Torque de partida;

Ts = J x a = 8,44 x 38,1 = 32,8 kgfm


Rotação do motor = 1455 rpm g 9,81
Tempo de partida = 4s

2-3
BOLETIM TÉCNICO Nº 14

O motor selecionado deve apresentar um torque de (4)Momento de inércia total;


partida no mínimo igual ou maior do que o torque de ²
partida da carga no ponto de operação. J =(JF + J FP ) x nF + JMP+ JM
( ( nM
Uma vez calculado Ts >TM, o motor de 4 pólos não é ²
adequado para este caso. ( (
=(26,3 + 0,31) x 761 + 0,124 + 0,488
965
= 17,16 kgm²
Experimentar um motor de 6 pólos?

Do Fabricante do Motor: (5) Velocidade angular;

Rotação do motor = 965 rpm w = 2pn M = 2p(965) = 101,1 rad/s


Tempo de partida = 5s 60 60
Momento de inércia do motor, JM = 0,488 kgm²
Torque de partida do motor, TM = 46,62 kgfm
Diâmetro da polia do ventilador = 450 mm (6) Aceleração angular;
Peso da polia do ventilador = 12,1 kg
Diâmetro da polia do motor = 335 mm a = w/t S = 101,1/5 = 20,22rad/s²
Peso da polia do motor = 7,8 kg
Velocidade real do ventilador = 761 rpm
PD² do ventilador = 105 kgm²
(7) Torque de partida;

(1) Momento de inércia do ventilador; Ts = J x a =17,16 x 20,22 = 35,4 kgfm


g 9,81
JF = PD² = 105 = 26,3kgm²
4 4
Uma vez calculado Ts < TM , o motor de 6 pólos
(2) Momento de inércia da polia do ventilador; selecionado será adequado para a operação.

J FP = m x R² = 12,1 x 0,255²
2 2

=0,31 kgm²

(3) Momento de inércia da polia do motor;

J MP = m x R² = 7,8 x 0,178²
2 2

=0,12 kgm²

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3-3
BOLETIM TÉCNICO Nº 15

FUNDAMENTOS DE RUÍDO

Nível de Potência sonora energia. O nível de pressão sonora é proporcional,

P
or definição, a potência sonora é o taxa em que em campo livre, à pressão sonora dividida pela
a energia acústica é irradiada a partir de uma pressão sonora de referência (ao quadrado) sendo
fonte sonora. Pode ser expressa em Watts ou portanto:
em decibéis.
L P =10 log10 p
²
p0² ( (
dB
O nível de potência sonora (Lw) é definido como a
razão logarítmica da potência sonora emitida dividida
por uma potência sonora de referência. onde po, a pressão sonora de referência, é 2 x 10-5 Pa
para ruído transmitido pelo ar.
L W =10 log10 ( WW ( dB
0 Enquanto que os níveis de potência sonora não
onde: podem ser medidos diretamente, o nível de pressão
W = potência sonora sonora, em determinada localização, pode ser
Wo = potência sonora de referência medido. No entanto, o nível de pressão sonora não é
= 10-12 Watts um meio conveniente de especificação do índice de
ruído de um equipamento, uma vez que depende do
A Tabela 1 é uma listagem da potência sonora e do ambiente em que o equipamento está localizado e a
nível de potência sonora equivalente para fontes localização da estação de medição em relação ao
acústicas comuns. equipamento. Se níveis de pressão sonora forem
usados para especificar índices de ruído do
Fonte Níveis de Potência
equipamento, então o ambiente acústico em que o
Potência
(dB re 10-12 W) (W) equipamento for testado e a localização da estação
de medição devem ser referenciados.
Foguete Saturno 180 1.000.000
Motor de turbo-jato 170 100.000
com pós combustão
Nível de Intensidade Sonora
Motor de turbo-jato, 160 10.000 A potência acústica passando através de uma área
impulsão de 7000 lb unitária é definida como a intensidade sonora. Pode
Avião de linha com 4 propulsores 140 100 ser expressa em W/m².
Orquestra com 75 instrumentos 130 10
Martelo grande de rebarbamento 120 1
Buzina de carro 110 0,1 Já que ondas sonoras irradiam esfericamente a partir
Rádio hi-fi 100 0,01 de uma fonte pontual, a intensidade sonora diminui
Voz, gritando (média) 90 0,001 pelo quadrado da distância. Quanto mais longe da
Escritório 80 0,0001
Voz, nível de conversação 70
fonte, menos energia por unidade de área.
0,00001
Quarto 60 0,000001
Sussurro 50 0,0000001 O Nível de Intensidade Sonora é definido como:

A potência sonora é um parâmetro significativo para


L 1 =10 log 10 ( ll ( dB
0

especificar o desempenho acústico de um onde:


componente de equipamento que emita ruído.
Independe do ambiente em que o equipamento está I = intensidade
localizado; porém, não pode ser medida diretamente. Io = intensidade de referência = 10-12 W/m²

Nível de Pressão Sonora Decibéis


É a pressão acústica em um ponto do espaço em que Trata-se de uma unidade matemática usada para
o microfone ou o ouvido do ouvinte estiver localizado. expressar o nível da potência sonora ou pressão
Pode ser expressa em unidade de pressão ou em sonora.
decibéis.
O decibel é uma expressão logarítmica da razão de

1 - 10
BOLETIM TÉCNICO Nº 15

A unidade "bel" é usada em engenharia de Outro método popular e fácil de usar, porém menos
telecomunicações como uma unidade adimensional acurado, para combinação de níveis de decibéis,
para a razão logarítmica de duas quantidades de utiliza o gráfico apresentado na Fig. 1.
potência. O decibel representa um décimo de um bel.
Portanto:
L =10 log 10 [ Potência Sonora
Potência Sonora de Referência [ Fig.1- Gráfico para Combinar
ou Adicionar Níveis Sonoros
3
Combinando Decibéis
2,5

Decibéis a Adicionar ao Maior


Na maioria dos ambientes industriais, o som é emitido

dos Dois Níveis Sonoros


a partir de mais de uma fonte ou em freqüências 2
diferentes, e é necessário que se calcule o nível de
pressão total ou cumulativo ou, em alguns casos, o 1,5
nível de potência sonora. Obviamente, uma vez que 1
as escalas em decibéis são logarítmicas por
natureza, elas não podem ser somadas 0,5
algebricamente. Por exemplo, se o nível de pressão
0
sonora de uma máquina em determinado ponto for de 0 2 4 6 8 10 12 14
70 dB e uma segunda máquina for ligada, também Diferença dos Níveis Sonoros

produzindo um nível sonoro de 70 dB, o nível sonoro


combinado não é de 140 dB, que é quase o nível Exemplo
sonoro a poucos metros da decolagem de um Boeing
747. O nível de ruído de um ventilador centrífugo pequeno
é de 75 dB. O nível de um ventilador maior adjacente é
Para desenvolver um método que combine estes de 81 dB. Qual é o nível combinado?
valores de níveis, permita que LP1, LP2, LP3, ..., LPn sejam
os níveis de pressão sonora n a serem combinados Diferença entre os dois níveis:
para produzir o nível de pressão sonora total ou = 81 dB- 75 dB = 6 dB.
cumulativo, e use a seguinte expressão a fim de
determinar o nível de pressão sonora total, Lpt De acordo com a Fig. 1 em 6, a curva passa pela
ordenada de 1 dB.

( ( dB
n L P , i /10
L P , t=10 log10 S 10 Adicione 1 dB ao mais alto dos dois níveis:
i=1
= 81 dB + 1 dB = 82 dB, é o nível combinado.

Exemplo Mais do que dois níveis desiguais podem ser


combinados tomando-se as combinações em pares,
Três ventiladores produzem, a determinada distância, conforme ilustra o exemplo seguinte.
níveis de ruído de 86, 84 e 89 dB quando operados
individualmente. Qual é o nível sonoro cumulativo no Exemplo
ponto determinado se todos estiverem operando ao
mesmo tempo? Quatro fontes distintas possuem níveis de ruído LP de
81, 75, 75 e 73 dB, respectivamente. Qual é o nível de
( (
n
L P , t=10 log 10 S 10
L P , i /10 ruído total?
i=1

Se tomássemos o primeiro par, 81 dB e 75 dB, o nível


=10 log 10 ( 10 86/10
+ 10
84/10
+ 10
89/10
( combinado seria 82 dB, como vimos no exemplo
anterior.
=10 log 10 ( 10 8.6
+ 10
8.4
+ 10
8.9
(
= 91dB
2 - 10
BOLETIM TÉCNICO Nº 15

Para o segundo par, 75 dB e 73 dB, a diferença é 2 dB Fig. 3 - Combinando Bandas de 1/3 de Oitava
para Obter Nível Sonoro de Banda de Oitava
e, de acordo com o gráfico da Fig. 1, o número de
decibéis a ser acrescentado ao maior nível é de 2 dB.
Frequência Central de Banda de 1/3 de Oitava
Portanto, 75 dB + 2 dB = 77 dB.
1600 2000 2500 Hz
Agora temos os níveis combinados resultantes, 82 dB Lp 90 (-2) 92 93
e 77 dB, para combinar. A diferença = 82 dB- 77 dB =
+2, 2
5 dB. A partir do gráfico na Fig. 1, o número de
decibéis a ser acrescentado ao maior nível é de 94,2 (-1) 93
aproximadamente 1,5 dB. Assim, 82 dB + 1,5 dB = (+ 2,6 )
83,5 dB.
96,8 db
A Fig. 2 apresenta um formato recomendado para
realizar esta soma recursiva. Observe que as
diferenças entre os níveis estão entre parênteses e
que os números a serem adicionados, de acordo com Conforme ilustrado na Fig. 3, os níveis são
o gráfico, estão inseridos como mneumônicos. combinados de acordo com a Fig. 1, e o nível na
banda de oitava total, na faixa de 2000Hz é de 96,8
Fig. 2 - Formato Recomendado para dB.
Combinar Níveis Sonoros
Torna-se óbvio, de acordo com o exemplo
precedente, que, se níveis sonoros para todas as 24
Lp 81 (-6) 75 75 (-2) 73
bandas de um terço de oitava de 50 a 10000Hz
+1 +2 fossem combinados, em grupos de três, sobre as
freqüências centrais de banda de oitava, uma análise
82 (-5) 77
da banda de oitava seria obtida. Esta é uma exigência
+ 1, 5
comum em controle de ruído.

83,5 db De modo semelhante, o nível de potência sonora


combinado ou total cumulativo, LWt de n níveis de
A partir deste exemplo, fica claro que o método potência sonora é:
recursivo pode ser estendido a qualquer número de
níveis sonoros. Existem alguns "truques" para
( ( dB
n L W, i /10
economizar tempo. Quando dois níveis são iguais, L W , t=10 log 10 S 10
i=1
sua soma é apenas 3 dB maior, e quando a diferença
exceder 10 dB ou mais, a contribuição do nível menor
é inferior a 0,5 dB. Na maioria dos problemas de onde LWt é o i-ésimo decibel de nível de potência
controle de ruído, níveis de ruído combinados ou sonora. Observando-se a semelhança com a
medidos podem ser arredondados para o inteiro mais equação para nível de pressão sonora total, Lpt, o
próximo com erro negligenciável. método do gráfico discutido há pouco é igualmente
aplicável para combinar níveis de potência sonora.
Um outro erro que freqüentemente ocorre, no controle
de ruído, refere-se à combinação de níveis de um Freqüentemente é desejável combinar níveis de ruído
terço de oitava para obter níveis de oitava. Considere iguais. Para este caso especial, o gráfico apresentado
o seguinte exemplo. na Fig. 4 pode ser muito útil. Este gráfico pode ser
muito valioso na avaliação do impacto da operação
Exemplo de várias máquinas idênticas na mesma área.

Os níveis de pressão sonora de um terço de oitava


para as bandas 1600, 2000, e 2500 Hz eram,
respectivamente, 90, 92 e 93 dB, de acordo com a
Fig. 3. Quais são os níveis sonoros combinados para
a banda de oitava cuja freqüência central é 2000 Hz?

3 - 10
BOLETIM TÉCNICO Nº 15

Fig. 4 - Gráfico para Combinar Uma vez que temos quatro conjuntos de 6
Níveis Sonoros Iguais ventiladores, o aumento, de acordo com a Fig. 4, é de
6 dB; ou seja, 82,8 dB + 6 dB = 88,8 dB.
10

8 ESPECTRO DE FREQÜÊNCIA

O intervalo de freqüência, ou o espectro, de maior


Incremento (dB)

6
interesse na engenharia de controle de ruídos varia de
aproximadamente 50 a 20000 Hz. Devido ao amplo
4
intervalo de variação, engenheiros acústicos
concordam, para fins de análise, em dividir o espectro
2 em bandas geometricamente relacionadas e fáceis
de usar.
0
2 3 4 5 6 7 8 9 10
NÚMERO DE FONTES Bandas de Oitava
Uma oitava é um intervalo de freqüência entre dois
Exemplo sons cuja razão de freqüências é 2, por exemplo, de
707 a 1414 Hz. Uma banda de oitava inclui todas as
O nível de ruído de um ventilador centrífugo pequeno freqüências entre as duas extremidades de
a 1 m é de 88 dB. Qual é o nível de ruído combinado a freqüência. O intervalo de freqüência sonora que
1 m se quatro ventiladores forem operados em pode ser ouvido é dividido convencionalmente em
proximidade? oito bandas de oitava.

Número de fontes = 4 A Tabela 2 fornece as freqüências centrais e os limites


De acordo com Fig. 4, aumento em dB = 6 dB de banda de oitava que foram padronizados através
Nível combinado = 88 dB + 6 dB = 94 dB de acordo internacional. A Fig. 5a mostra um exemplo
de plotagem de nível de banda de oitava como
O gráfico na Fig. 4 foi construído de acordo com a função da freqüência.
seguinte equação em um intervalo de 0 a 10:
Bandas de 1/3 de Oitava
Incremento em dB = 10 log10 (N) dB Quando informações mais detalhadas do que as
fornecidas por uma análise de banda de oitava forem
onde N é o número de fontes. necessárias, uma análise de banda de 1/3 de oitava
poderá ser aplicada.
Exemplo
A Tabela 3 fornece as freqüências centrais e o limite
No teto de uma "sala limpa", 24 ventiladores de banda de bandas de 1/3 de oitava que foram
pequenos deverão ser instalados como parte de um padronizados por convenção internacional. A Fig. 5b
sistema de filtragem de pó. Calcule os níveis nos mostra um exemplo de plotagem de medição de
combinados (pior caso) dos sopradores se cada um ruído em bandas de 1/3 de oitava.
produz 75 dB .

Incremento em dB = 10 log10 (24) = 13,8 dB

Considerando que um ventilador produz 75 dB, o


nível combinado = 75 + 13,8 = 88,8 dB

Alternativamente, 24 fontes podem ser consideradas


como quatro conjuntos de 6 ventiladores. De acordo
com a Fig. 4, o nível de incremento é de 7,8 dB para 6
ventiladores, portanto, o nível combinado = 75 dB +
7,8 dB = 82,8 dB.

4 - 10
BOLETIM TÉCNICO Nº 15

Tabela 2 Bandas de oitava ANSI (Valores Calculados Arrebatados)


As Bandas de Oitava mais freqüentemente usadas são definidas por Normas ANSI para Filtros de Bandas de Oitava ou 1/3 de Oitava

Banda Nº (AMCA) 1 2 3 4 5 6 7 8
Banda Nº (ANSI) 18 21 24 27 30 33 36 39

Freqüência Central, Hz 63 125 250 500 1000 2000 4000 8000


Freqüência Superior, Hz 90 180 355 710 1400 2800 5600 11200
Freqüência Inferior, Hz 45 90 180 355 710 1400 2800 5600
Largura de Banda, Hz 45 90 175 355 690 1400 2800 5600

Tabela 3 Bandas de 1/3 de Oitava ANSI (Valores Calculador Arrebatados)


As Bandas de 1/3 de Oitava mais freqüentemente usadas são definidas por ANSI S1.6 - 1984 e S1.11 - 1986

Banda Nº1 (AMCA) Banda Nº2 (AMCA) Banda Nº3 (AMCA) Banda Nº4 (AMCA)
Banda Nº (ANSI) 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

Freqüência Central, Hz 50 63 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630
Freqüência Superior, Hz 56 71 90 112 140 180 224 280 355 450 560 710
Freqüência Inferior, Hz 45 56 71 90 112 140 180 224 280 355 450 560
Largura de Banda, Hz 11 15 19 22 28 40 44 56 75 95 110 150

Banda Nº5 (AMCA) Banda Nº6 (AMCA) Banda Nº7 (AMCA) Banda Nº8 (AMCA)
Banda Nº (ANSI) 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

Freqüência Central, Hz 800 100 1250 1600 2000 2500 3150 4000 5000 6300 8000 10000
Freqüência Superior, Hz 900 1120 1400 1800 2240 2800 3550 4500 5600 7100 9000 11200
Freqüência Inferior, Hz 710 900 1120 1400 1800 2240 2800 3550 4500 5600 7100 9000
Largura de Banda, Hz 190 220 280 400 440 560 750 950 1100 1500 1900 2200

Fig. 5a - Exemplo de Plotagem de Medição Fig. 5b - Exemplo de Plotagem de Medição


de Ruído por Bandas de Oitava de Ruído por Bandas de 1/3 de Oitava

16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42
NÍVEL PARA BANDA 1/3 DE OITAVA (dB re 2,0 x 10-5Pa)
NÍVEL DE PRESSÃO SONORA (dB re 2.0 x 10-5Pa)

100
90

90
80

80
70

70
60

60
50

50
40

5 1 2 6 1 2 6 1

100 1000 10000


63 120 250 500 1000 2000 4000 8000 FREQÜÊNCIA CENTRAL 1/3 DE OITAVA (Hz)
FREQÜÊNCIA CENTRAL BANDA DE OITAVA(Hz)

5 - 10
BOLETIM TÉCNICO Nº 15

Outra Banda de Oitava? Escala de ponderação C - para simular a resposta do


Não se deve inferir desta discussão que as bandas de ouvido humano ao som de nível de pressão alta, e
oitava e de 1/3 de oitava sejam as únicas escalas fornece resposta aproximadamente igual em todas
geométricas usadas atualmente por engenheiros as freqüências.
acústicos. Certamente, as escalas geométricas de ½
de oitava e 1/10 de oitava são usadas, porém, Escala de ponderação D - para simular a resposta do
apresentam aplicações bastante limitadas e ouvido humano ao ruído de avião.
especiais.
Escala de ponderação E - é uma ponderação proposta
Escala de Ponderação de Freqüência para possibilitar a mensuração do nível de ruído
Por definição, uma escala de freqüência ponderada percebido (PNL), determinado acuradamente de
simplesmente é uma tabela de correções que é acordo com as leituras de nível de pressão sonora em
aplicada a níveis de pressão sonora, com base na bandas de 1/3 de oitava.
energia, como uma função da freqüência. A Fig. 6
apresenta as correções para diferentes ponderações A escala A é o sistema mais amplamente usado
em um intervalo de 20 a 20000 Hz. Escalas de devido à sua correlação excelente com testes
ponderação comuns são A, B, C e D. realizados. As Escalas B e C foram baseadas em
experimentos que incorporaram tons puros, que não
Escala de ponderação A - para simular a resposta do são normalmente encontrados em aplicações de
ouvido humano ao som de nível de pressão baixa. ventiladores.

Escala de ponderação B - para simular a resposta do


ouvido humano ao som de nível de pressão média.

Fig. 6 - Característica da Resposta de Freqüência


das Ponderações em Medidores de Nível de Ruído

90

10
D
RESPOSTA RELATIVA EM DECIBÉIS

A
0
BeC
C B
-10
D

-20

-30
A

-40

-50
20 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000 20000
FREQÜÊNCIA EM HERTZ

6 - 10
BOLETIM TÉCNICO Nº 15

PROPAGAÇÃO DO SOM O nível de pressão sonora é, então, 73 dB a 20m.

Uma das perguntas mais freqüentemente formuladas A equação pode ser colocada de outra forma útil
quanto ao controle de ruído é: Dada uma fonte sonora como segue: Permita que LP,1 e LP,2 sejam a pressão
no ponto A, qual é o nível sonoro no ponto B? Para sonora a uma distância radial r1 e r2 respectivamente,
responder esta pergunta e outras de natureza conforme mostrado na Fig. 7. A pressão sonora em r1
semelhante, deve-se ter uma compreensão das e r2 é:
propriedades básicas da propagação do som. O
termo “básico” aqui usado não deve inferir em L P,1= L W - 20log 10 (r1) - 11 dB
simplicidade. As características de radiação da
maioria das fontes sonoras são geralmente L P,2= L W - 20log 10 (r2) - 11 dB
complexas, e a grande variedade de superfícies de
reflexão, especialmente nos ambientes industriais e
públicos, ainda acrescentam complexidade ao Fig. 7 - Fonte Pontual Irradiando
campo sonoro. Fonte
Pontual

r1 r2
Fonte Pontual r
A fonte sonora mais básica é chamada de fonte
pontual. Em sua forma mais elementar, a fonte
pontual é freqüentemente comparada a uma esfera
pulsante. A pulsação rápida produz um Subtraindo-se as duas equações e observando que o
deslocamento de moléculas e uma flutuação de nível de potência sonora LW para a fonte é o mesmo,
pressão dinâmica correspondente. Uma vez que as obtemos:
frentes de onda geradas com cada pulsação sempre
L P,1 - L P,2 = 20log10 (r2 ) - 20log10 (r1 )
ocorrem em fase, o movimento da onda resultante
= 20log10 r2
diverge uniformemente numa forma esférica.
1r
( )
Uma relação útil entre o nível de pressão sonora Lp e o
nível de potência sonora LW é dada por: ou reescrevendo,
L P = L W - 20log 10 (r) - 11 dB L P,2 = L P,1 - 20log10 r2
( ) dB
r1
onde: Desta forma, a dependência do nível de potência
LW= nível de potência sonora da fonte sonora, que não pode ser medida, é eliminada. Se
pontual (re 1012 W) medirmos o nível de pressão sonora LP,1 em r1,
r = distância radial a partir da fonte (m) podemos calcular o nível de pressão sonora LP,2 em
O termo constante foi arredondado para o decibel qualquer distância r2 na mesma linha radial.
mais próximo.
Exemplo
Exemplo
O nível de pressão sonora medido a 5 pés de uma
Uma pequena fonte, cujo nível de potência sonora LW fonte sonora de radiação é 98 dB. Qual é o nível de
é 110 dB, está pendurada livremente ao ar livre. Qual é pressão sonora a 20 pés ao longo da mesma linha
o nível de pressão sonora a 20 m da fonte? radial?

Nível de pressão sonora, LP é dado por:


L P (a 20pés) = L P (a 5 pés) - 20log 10 20 ( )
L P = L W - 20log 10 (r) - 11 dB 5
= 98 - 12 = 86 dB
= 110 - 20log 10 (20) - 11
= 110 - 26 - 11
= 73 dB

7 - 10
BOLETIM TÉCNICO Nº 15

É interessante observar que, se tomarmos o caso


especial de r2/r1 = 2, a diferença entre os níveis de
pressão sonora é de 6 dB. L P, 30° = 75 dB

L P,1 - L P,2 = 20log10(2) ~


= 6 dB L P,re = 100 - 20log 10 (10) - 11
= 100 - 20 - 11
= 79 dB
Uma vez que r2 /r1 = 2 corresponde ao dobro da
distância da fonte, temos a origem da regra DI 30° = L P,q - L P, re = 75 - 79 = 4 dB
freqüentemente citada " 6 dB para duplicar a
distância." Vale observar, no entanto, que, para Se o nível de pressão sonora a 30º e raio de 10 m
distâncias suficientemente grandes, a maioria das tivesse sido de 85 dB, o índice seria
fontes podem ser consideradas uma fonte pontual,
e isso resulta em radiação esférica para resultados DI 30° = 85 - 79 = + 6 dB
de primeira ordem.
Se os padrões de irradiação não forem
A maioria das fontes sonoras, encontradas em extremamente direcionais, digamos menos que ±6
ambientes industriais e públicos, não são não- dB, uma forma mais útil e simplificada de equações
direcionais. Para considerar a direcionalidade, um pode ser escrita a fim de se obter uma boa
termo DIq deve ser adicionado à equação de aproximação de primeira ordem do campo sonoro:
propagação básica que acrescenta
consideravelmente à sua generalidade.
L P = L W - 20log 10 (r) + (L P,q- L P ) - 11 dB
L P = L W + Dl q - 20log 10 (r) - 11 dB
onde:
Onde DIq = índice de direcionalidade. LP,q = nível de pressão sonora medido a
uma distância radial r e ângulo q
Mais especificamente, o índice de direcionalidade é _
normalmente definido conforme segue: LP = média dos níveis de pressão
sonora medidos em 12 ou mais pontos
Dlq = L P, q - L P,re dB eqüidistantes circunferencialmente
ao redor da fonte
Onde,
LP,q = nível de pressão sonora medido na Exemplo:
distância r e ângulo q a partir de uma
fonte de potência sonora W irradiando O nível de potência acústica de um ventilador axial
em um espaço livre. é de 112 dB. O fator de direcionalidade em um
LP,re = nível de pressão sonora medido na ângulo de 40º a partir da linha de centro, obtido por
distância r a partir de uma fonte pontual 12 medidas circunferenciais é de +4dB. Qual é o
não diretiva de potência W irradiando nível de pressão sonora a uma distância de 10m no
em um espaço livre. mesmo ângulo?

Observe-se que o índice de direcionalidade é


algébrico, ou seja, positivo ou negativo.
L P = 112 - 20log10 (10) + 4 - 11
Exemplo: = 112 - 20 + 4 - 11
= 85 dB
Uma fonte de nível de potência sonora de 100 dB
irradia em um espaço livre. O nível de pressão
sonora a 10 m e ângulo de 30º é de 75dB. Qual é o
índice de direcionalidade para 30º?
Admitindo radiação uniforme

8 - 10
BOLETIM TÉCNICO Nº 15

Um outro fator que pode influenciar grandemente a instalado (1) na parede, (2) em uma parede perto do
direcionalidade de uma fonte pontual irradiante, e chão e (3) na base da parede perto do canto da
que deve ser levado em consideração, é a presença sala?
de superfícies refletoras. Por exemplo, se uma fonte
pontual sonora de potência acústica W fosse (1) Para a instalação no meio da parede, temos
colocada em uma superfície refletora dura, digamos irradiação hemisférica (Fig. 8b):
que no centro de um estacionamento, duas vezes a
quantidade de energia prevista seria irradiada em Q=2
qualquer direção. Ou seja, o campo sonoro conteria ~ 3 dB
DI = 10log10 (2) =
energia sonora refletida do asfalto e também a
energia sonora irradiada diretamente para um Então o nível de pressão sonora a 2 m,
observador. Sendo assim, em um hemisfério
hipotético acima do plano refletor, a intensidade L r = 110 + 3 - 20log10 (2) - 11
sonora seria duplicada e, para um observador, = 110 + 3 - 6 - 11
pareceria que a potência acústica da fonte também
fora duplicada. = 96 dB

Portanto, para considerar a presença de superfícies (2) Com o aparelho de ar condicionado perto do
refletoras, um fator de direcionalidade geralmente chão, isto é, na junção de dois
simbolizado como Q é definido segundo o índice de planos (Fig. 8), Q = 4 e o DI é:
direcionalidade como segue:
~ 6 dB
DI = 10log10 (4) =
DI = 10log10 (Q) dB

A Fig.8 ilustra os valores para o fator de De novo, o nível de pressão sonora a 2 m,


direcionalidade Q e os índices DI de direcionalidade
correspondentes para algumas localizações de
L r = 110 + 6 - 20log10 (2) - 11
fonte sonora comuns.
= 110 + 6 - 6 - 11
= 99 dB
Fig. 8 - Exemplos de Planos Reflexivos

Observe que a colocação perto do chão aumentou


o nível de ruído em 3 dB, de 96 para 99 dB. De
acordo com as considerações de potência sonora
isso é o que devemos esperar, uma vez que a
intensidade duplicou.
a) Q=1 b) Q=2
Dl = 0 Dl = 3 dB
(3)Com relação à localização do aparelho de ar
condicionado em um canto, o fator de
direcionalidade seria Q = 8, conforme ilustra a Fig.
8. Conseqüentemente, o DI = 9 dB e o nível
resultante a 2 m é:

c) Q=4 d) Q=8 L = 110 + 9 - 20log10 (2) - 11


Dl = 6 dB Dl = 9 dB
= 110 + 9 - 6 - 11
= 102 dB
Exemplo
Observe novamente que o nível de pressão sonora
O nível de potência sonora total de um ar aumentou 3 dB com relação à instalação no chão e
condicionado é de 110 dB. Qual é o nível de pressão 6 dB com relação à instalação no meio da parede.
sonora a 2 m se o aparelho de ar condicionado for

9 - 10
BOLETIM TÉCNICO Nº 15

É fácil perceber que as características de Uma expressão mais genérica e útil para a
propagação de uma fonte pontual podem ser divergência do nível de pressão sonora de uma
fortemente influenciadas por elementos refletores fonte em linha é:
comuns tanto em ambientes industriais quanto
públicos. Entretanto, se a direcionalidade da fonte e
a localização relativa às superfícies refletoras forem
L P,2 = L P,1 - 10log 10 ( rr ) (r < r )
2
1
1 2 dB

consideradas, uma aproximação útil e bastante


precisa das propriedades de propagação pode ser onde:
obtida. LP,2 = nível de pressão sonora na distância
radial r2 (dB)
Fonte em Linha LP,1 = nível de pressão sonora na distância
Outro tipo de fonte comum em indústrias é a fonte radial r1 (dB)
em linha. A Fig. 9 ilustra uma fonte em linha de
irradiação e padrões frontais de ondas cilíndricas Exemplo
correspondentes associadas.
O nível de ruído a 10m de um cano longo
Fig. 9 - Frente de Onda Cilíndrica Divergente carregando vapor em alta velocidade era de 95
de uma Fonte em Linha dBA. Qual é o nível de ruído a 100m?
Frente de Onda Cilíndrica Divergente
L P,2 =95 - 10log10 100 ( )
r Fonte em Linha 10
=95 - 10
=85 dbA
h
Aqui, mais uma vez, dado um nível de pressão
sonora, que é fácil de medir, numa dada distância
radial, o nível sonoro em qualquer distância pode
ser calculado. Deve-se também observar que no
Dois exemplos comuns de fontes em linha são uma exemplo do nível de ruído total, esse foi ponderado
rodovia de tráfego intenso e o ruído de um cano na escala A. Isto pode ser feito geralmente com erro
longo cheio de vapor em alta velocidade. negligenciável, desde que não haja quaisquer
influências no meio que alterem a propagação
O índice de divergência radial de uma fonte em linha espectralmente, isto é, com respeito à freqüência.
é muito menor do que o índice para uma fonte
pontual. Na seção anterior, vimos que o índice de
divergência para uma fonte pontual era de 6 dB por
duplicação de distância. Para uma fonte em linha, o
nível de pressão sonora cai apenas 3 dB por
duplicação de distância radial, ou metade do índice
de uma fonte pontual.

OTAM VENTILADORES INDUSTRIAIS LTDA.


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10 - 10
BOLETIM TÉCNICO Nº 16

EFEITOS DO SISTEMA NA APLICAÇÃO


DE VENTILADORES INDUSTRIAIS

O
desempenho de ventiladores industriais é o fabricação do modelo testado tenham repetibilidade
item de maior preocupação dos fabricantes. nos exemplares produzidos na linha de montagem.
A confecção de curvas de catálogo deve Pode o ventilador, ainda assim, apresentar
refletir esta preocupação representando da melhor desempenho insatisfatório na instalação? A resposta
maneira, o comportamento aerodinâmico do modelo é sim, e as várias alternativas para explicar este fato
testado. Feita a curva, devem ser tomadas serão abordadas a seguir.
providências para que as folgas e tolerâncias de

TESTES DE VENTILADORES

V
entiladores são testados em arranjos que Devido ao fato de que é impraticável testar todos os
simulam uma instalação. Existem quatro tipos tamanhos de ventiladores de uma determinada linha
padronizados de instalações: em todas as rotações possíveis, os fabricantes
utilizam as chamadas "Leis dos Ventiladores". Elas
Tipo A: aspiração e descarga livres; são uma série de equações que permitem calcular
Tipo B: aspiração livre e descarga dutada; com boa precisão o desempenho de um ventilador
Tipo C: aspiração dutada e descarga livre; em outras rotações, tamanhos e densidades. Estas
Tipo D: aspiração e descarga dutadas. equações tem origem na Teoria Clássica de Mecânica
de Fluidos e só se aplicam ao mesmo "ponto de
Muitos fabricantes de ventiladores utilizam a norma operação".
AMCA 210 Laboratory Methods of Testing Fans for
Rating (Métodos de Laboratório para Testar Um ponto de operação é um ponto determinado na
Ventiladores para Tabulação) para levantar o curva de desempenho do ventilador. As equações
desempenho de seus produtos. Esta norma possui são apresentadas abaixo, onde o índice "c"
diferentes arranjos ou figuras, que servem para representa a condição desejada:
simular a maneira como o ventilador será usado em
campo, reproduzindo um dos quatro tipos de Qc=Q(Dc /D)³(Nc /N) (1)
instalação já citados. Existem dois métodos básicos Ptc=Pt (Dc /D)²(Nc /N)²(rc /r) (2)
de medida: o tubo de pitot e o bocal com raio longo. A
norma determina o desempenho em termos de Pvc=Pv (Dc /D)²(Nc /N)²(rc /r) (3)
vazão, pressão, potência, densidade do ar, Psc=Ptc - Pvc (4)
velocidade de rotação e rendimento.
Hc=H(Dc /D)5(Nc /N)³(rc /r) (5)
Os arranjos de laboratório propiciam condições h tc=(Qc Ptc )/(11217Hc ) (6)
ideais pela exigência de endireitadores e
uniformizadores de fluxo, medições em planos onde hsc=h tc(Psc /Ptc ) (7)
se tem um perfil de velocidade totalmente
desenvolvido e transformações de seção com
ângulos limitados. Estas providências fazem com que Onde Q é a vazão em m3/h, D é o diâmetro do rotor em
o ventilador apresente seu máximo desempenho. metros, N é a rotação em rpm, Pt é a pressão total em
Qualquer instalação real que não propicie condições Pa, r é a densidade em kg/m3, Ps é a pressão estática
para um fluxo uniforme reduzirá o desempenho do em Pa, Pv é a pressão dinâmica em Pa, H é a potência
ventilador. em W e h é o rendimento (adimensional).

1-6
BOLETIM TÉCNICO Nº 16

VENTILADORES E SUAS APLICAÇÕES

O
s ventiladores industriais podem ser divididos de ar-condiconado,aparelhos de ar-condicionado de
em centrífugos, axiais e construções janela e equipamentos "roof top".
especiais (AMCA 201, 1990). Os centrífugos,
quanto ao projeto do rotor, classificam-se em: Os ventiladores axiais podem ser classificados como:

Pás de perfil aerofólio inclinadas para trás: são os de Propeller: o rendimento é baixo. A hélice tem
maior eficiência entre os centrífugos. São construção barata e é limitada a aplicações de
aplicados em sistemas de aquecimento, baixa pressão. Aplicados como circuladores de
ventilação e ar-condiconado. Usados em ar e para ventilação através de paredes sem a
tamanhos grandes para aplicações onde o ar é presença de dutos.
limpo e a economia de energia significativa.
Tuboaxial: Algo mais eficiente que o propeller, é capaz
Pás retas inclinadas ou curvadas para trás: de de desenvolver mais pressão. Aplicados a
rendimento um pouco inferior que o anterior, sistemas de aquecimento, ventilação e ar-
possui as mesmas aplicações. Também é usado condicionado de baixa e média pressão onde a
em algumas instalações industriais onde a pá distribuição do ar a jusante não é crítica. Também
aerofólio não é aceitável devido ao ambiente usados em aplicações industriais como fornos,
corrosivo ou abrasivo. cabines de pintura e exaustão de gases.

Pás radiais: o mais simples e o menos eficiente de Vaneaxial: Um bom projeto das pás permite
todos os centrífugos. Usados basicamente para capacidade de média e alta pressão aliada a um
transporte de materiais em plantas industriais. bom rendimento. Aplicados em sistemas de
Também utilizado para aplicações que exigem aquecimento, ventilação e ar-condicionado de
altas pressões de trabalho. baixa, média e alta pressão. É vantajoso quando
se quer uma instalação compacta e quando o
Pás curvadas para frente: O rendimento é menor que o ventilador precisa estar em linha com os dutos.
dos ventiladores aerofólio e o dos de pás retas.
Normalmente de construção leve e de baixo Entre os ventiladores especiais pode-se citar os
custo. Usado basicamente em sistemas de centrífugos tubulares e os centrífugos e axiais de
aquecimento, ventilação e ar-condicionado de telhado.
baixa pressão. Ex. fornalhas domésticas, centrais

SISTEMAS DE VENTILAÇÃO

U
m sistema de ventilação é uma instalação que O ventilador é o componente do sistema que fornece
pode incluir dutos, filtros, dispositivos de a energia para a corrente de ar superar a resistência
condicionamento, registros, grelhas, ao fluxo que os outros componentes oferecem.
ventiladores, etc... e cujo objetivo é mover o ar de um
lugar a outro de forma controlada. Um sistema de A Curva do Sistema
ventilação contém um ou mais dos seguintes
componentes: Para um determinado sistema com uma vazão fixa
haverá uma correspondente perda de carga. Se a
a) entrada do sistema; vazão for mudada, a perda de carga resultante
b) sistema de distribuição; também mudará. A relação que governa a maioria
c) ventilador; dos sistemas de ventilação é:
d) dispositivo de controle;
2
e)
f)
dispositivo de condicionamento;
saída do sistema. PRESSÃO
= (
PRESSÃO C VAZÃOC
VAZÃO ) (8)

2-6
BOLETIM TÉCNICO Nº 16

PERCENTUAL DE VAZÃO MÁXIMA DO VENTILADOR


A curva característica de um sistema, de acordo com
0 20 40 60 80 100
a expressão acima é uma parábola. Três curvas 200 -
típicas de vazão versus perda de carga de sistemas

PERCENTUAL DA PRESSÃO MÁXIMA DO VENTILADOR


180 -
são apresentadas na figura 1.

A
EMA
PERCENTUAL DE RESISTÊNCIA DO SISTEMA
160 -

SIST

AC
Tomando-se um ponto de operação no sistema A em 140 -

M
TE
CURVA DO VENTILADOR
100% da vazão e 100% de pressão requerida, se a

SIS
120 - 2
vazão é incrementada para 120% da vazão de - 100
projeto, a resistência do sistema aumentará para 100 - 1
- 80
144% da pressão de projeto requerida. Um 80 -
PONTO
DE 3
decréscimo para 50% da vazão de projeto resultará PROJETO - 60
60 -
na diminuição para 25% da pressão requerida. Estas - 40

B
relações são típicas para sistemas de ventilação de 40 -

A
EM
- 20

ST
ponto de operação fixo.

SI
20 -
. 0
0-
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Interação da Curva do Sistema com a Curva PERCENTUAL DE VAZÃO DO SISTEMA - Q
Característica do Ventilador
Fig.2 Interação das curvas do sistema e do ventilador
Uma vez determinada a curva do sistema através do
cálculo da resistência ao fluxo e dos "efeitos do Perdas no Sistema
sistema", espera-se que tendo o ventilador bem
selecionado, o sistema operará na vazão de projeto. Estimar a perda de carga de um sistema de
O ponto de intersecção da curva do ventilador com a distribuição de ar é uma tarefa complexa que requer
curva do sistema determina a vazão real ou o ponto um considerável número de simplificações por parte
de operação do sistema (figura 2). A vazão de um do projetista. A situação é posteriormente
sistema pode ser variada mudando-se a sua complicada pelo fato de que o instalador muitas
resistência, ou perda de carga, através de registros, vezes não consegue montar o sistema exatamente
caixas de mistura, etc... como especificado no projeto.

As perdas de pressão total para o escoamento


200 - através de um sistema de ventilação são causadas
por dois fatores: perdas por atrito devidas a
PERCENTUAL DE RESISTÊNCIA DO SISTEMA

180 -
viscosidade pelo escoamento do ar ao longo da
C
A

160 - superfície dos dutos e outros componentes do


M
TE
SIS

140 - PONTO
sistema, e perdas dinâmicas devidas à turbulência
120 - DE causada por mudanças na direção e separação do
PROJETO fluxo ao redor de obstruções.
100 -
80 - Em adição às perdas de pressão total num sistema
A
A

causadas pelo atrito e perdas dinâmicas, existem as


B

EM

60 -
A

ST
M
TE

perdas causadas devido aos Efeitos do Sistema.


SI
S
SI

40 -
Efeitos do Sistema ocorrem por causa das diferenças
20 - entre as conexões de aspiração e descarga do
0- ventilador instaladas no sistema, e aquelas usadas no
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
laboratório para levantar as curvas do ventilador.
PERCENTUAL DE VAZÃO DO SISTEMA - Q

Fig.1 Curvas típicas de sistemas Como as perdas por atrito e as perdas dinâmicas são
extremamente conhecidas e estudadas, nos
deteremos em apresentar mais detidamente aquelas
devidas aos Efeitos do Sistema.

3-6
BOLETIM TÉCNICO Nº 16

FATORES DOS EFEITOS DO SISTEMA

U
m fator de efeito do sistema é uma perda de velocidades maiores no lado oposto ao defletor junto
pressão causada pelo efeito de restrições na à boca de descarga. Por este motivo a perda de carga
aspiração e na descarga dos ventiladores, ou numa curva na descarga de um ventilador será muito
outras condições que influenciem o desempenho do maior do que os valores publicados para as curvas
ventilador quando instalado no sistema. Condições inseridas ao longo do sistema. A complexidade deste
estas que não estavam presentes quando do problema pode ser ilustrada na constatação de que
levantamento da curva do ventilador no laboratório. A existem 224 diferentes fatores, que podem ser
norma AMCA 210, já citada, que é usada para teste de aplicados conforme o tipo de configuração (AMCA
ventiladores, foi concebida de tal forma que o 201, 1990).
ventilador sendo testado, tenha uma distribuição
uniforme do ar na aspiração e uma descarga Outras Considerações quanto à Descarga.
desobstruída. Outros dispositivos como endireitadores de fluxo,
registros de controle de vazão e derivações na
Infelizmente, muitos sistemas de ventilação não canalização podem ser instalados na descarga do
gozam destas condições, e a conseqüência é uma ventilador ou próximos dela.
perda de desempenho do ventilador que pode Endireitadores de fluxo aplicados em curvas,
chegar a até 50% (Williamson 1997). A publicação normalmente reduzem a perda de carga através das
AMCA 201 Fans and Systems (Ventiladores e mesmas. Entretanto, quando um perfil de velocidade
Sistemas) possui tabelas e gráficos que permitem a não uniforme entra numa curva, os endireitadores
quantificação das perdas conforme o tipo de atuam conservando este perfil através da curva e
problema da instalação. além dela, resultando em perdas maiores nos
componentes localizados após a mesma.
Fatores Relativos à Descarga do Ventilador
Perdas de carga publicadas para registros são
O ar desenvolve um perfil de velocidade uniforme à baseadas no funcionamento dos mesmos com perfis
medida que aumenta a distância da descarga do de velocidade uniformes. Quando um registro é
ventilador. O comprimento de duto necessário para instalado próximo à boca de descarga do ventilador, o
obter-se 100% de recuperação de pressão estática é perfil de velocidade que dele se aproxima não é
função da velocidade de descarga (AMCA 200, uniforme e perdas de carga muito maiores que as
1995). Entretanto podemos afirmar que são previstas serão experimentadas.
necessários, no mínimo, dois e meio diâmetros,
podendo ser precisos até seis diâmetros para altas Condições de fluxo não-uniformes devem sempre ser
velocidades de descarga. Como regra geral utiliza-se evitadas. Derivações na tubulação muito próximas à
o comprimento de um diâmetro de duto para cada boca de descarga causarão perdas de carga e em
1000 pés por minuto (5,08 m/s) de velocidade de conseqüência vazões, muito diferentes daquelas do
descarga (AMCA 201, 1990). Quando não se pode ter projeto. Sempre que possível uma porção de duto
um comprimento de duto adequado, um fator de reto deve ser colocada entre a descarga do ventilador
efeito do sistema deve ser adicionado à perda de e qualquer derivação na tubulação.
carga estimada total.
Fatores Relativos à Aspiração do Ventilador
Curvas na Descarga.
Os valores publicados, para perda de carga em Em geral, a aspiração do ventilador é mais sensível,
curvas de sistemas de ventilação, partem do princípio ao efeito das condições do sistema, que a descarga.
que um perfil de velocidade uniforme está entrando Como os ventiladores muitas vezes são testados com
na curva. Como se sabe, o perfil de velocidade que dutos na aspiração, ou com bocais de aspiração que
deixa a descarga de um ventilador, tanto axial como simulam um duto na aspiração, ventiladores
centrífugo, não é uniforme. instalados sem estas peças sofrerão a formação de
No ventilador axial tem-se velocidades maiores no uma "vena contracta", surgindo uma perda de carga
anel circular compreendido entre o círculo do cubo da adicional não computada no projeto. Um fator de
hélice e o duto. No ventilador centrífugo tem-se efeito do sistema deve ser aplicado.

4-6
BOLETIM TÉCNICO Nº 16

Curvas na Aspiração. Existem fatores conforme o percentual de área de


Curvas instaladas na aspiração de ventiladores, ou aspiração obstruída.
muito próximas dela, produzirão fluxos não-
uniformes, formando, em muitos casos, um vortex na Ventiladores que Operam em Série e em Paralelo
aspiração. Conforme o tipo de curva e sua distância
em relação à aspiração do ventilador devem ser Ventiladores Operando em Série.
aplicados diferentes fatores de efeito do sistema. Podem ser considerados em série os ventiladores
Além disso outros efeitos podem ocorrer como: que operam consecutivamente no mesmo sistema,
instabilidade do ventilador causando danos ou aqueles ventiladores que possuem dois ou mais
estruturais ao mesmo devido à vibração, flutuações estágios. Em teoria a curva de pressão-vazão
na pressão e aumento no nível de ruído de até 10 combinada é obtida somando-se as pressões
decibéis em algumas bandas de oitava (AMCA 201, mantendo a mesma vazão. Na prática, porém, haverá
1990). Curvas na aspiração devem ser instaladas no uma redução na vazão devido ao aumento na
mínimo a três diâmetros de distância do ventilador. densidade do ar após o primeiro ventilador (ou
estágio). Normalmente ocorre uma significativa perda
Vortex na Aspiração. de desempenho no segundo ventilador (ou estágio),
Outra causa importante na redução do desempenho provocada pelas condições de fluxo não-uniforme de
do ventilador é uma condição de aspiração que sua aspiração.
produza um vortex (rotação da corrente de ar) na
boca do ventilador. A condição ideal de aspiração é Ventiladores Operando em Paralelo.
aquela em que o ar entra axialmente em fluxo laminar Ventiladores são comumente instalados em paralelo
na boca do ventilador. Uma rotação do ar, na mesma quando é necessária a movimentação de grandes
direção que a rotação do ventilador, diminuirá o volumes de ar. A curva de pressão-vazão combinada
desempenho do mesmo dependendo da intensidade é obtida pela soma das vazões de cada ventilador à
deste vortex. Uma contra-rotação do ar, na aspiração mesma pressão. O desempenho real não será igual
do ventilador, resultará num pequeno aumento da ao teórico se as condições de aspiração não forem
curva vazão-pressão do ventilador, mas num grande favoráveis. Ventiladores que possuem uma curva de
aumento da potência consumida. pressão-vazão com inclinação positiva à esquerda
do ponto de maior pressão (ventiladores de pás para
Outras Considerações quanto à Aspiração. frente, por exemplo), não devem ser selecionados
Obstruções na aspiração, como paredes nas nesta região, pois podem apresentar funcionamento
proximidades, tubulações, telas, estruturas, colunas, instável.
etc.., também devem ser levadas em consideração.

EFEITO DE ERROS NA ESTIMATIVA DA


PERDA DE CARGA DO SISTEMA
Resistência do Sistema Subestimada Resistência do Sistema Superestimada

Conforme pode ser verificado na figura 3, quando a Considerando que a resistência do sistema tenha
perda de carga do sistema é subestimada, a curva sido superestimada, a curva real (C) levará o
real (B) do sistema levará o ventilador a funcionar no ventilador a trabalhar no ponto 3, fornecendo mais
ponto 2, fornecendo menos vazão que o previsto. vazão que o desejado. Neste caso a rotação do
Para que o ventilador forneça a vazão desejada, sua ventilador deverá ser diminuída até que seja atingido
rotação deve ser aumentada para que atinja o ponto o ponto 4. Esta situação traz como conseqüência um
5. Neste caso deve-se consultar o fabricante para ter- desperdício de potência instalada, e também de
se informações sobre os limites de emprego do investimento num motor maior que o necessário.
equipamento, e deve-se calcular a nova potência
consumida, que variará com o cubo do aumento de
rotação.
5-6
MT - 001/2003

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BOLETIM TÉCNICO Nº 16

CURVA B (Programa de Curvas Certificadas-Desempenho


PERDA DE CARGA REAL SISTEMA REAL
Aerodinâmico).
MAIOR QUE O VENTILADOR
PROJETADO ENTREGARÁ Em razão destes fatos, todo sistema possuirá uma
CURVA A
EM 2 SISTEMA CALCULADO área provável de funcionamento, limitada pelas
tolerâncias inferior e superior de operação do
5
CURVA C ventilador e pelas tolerâncias inferior e superior de
SISTEMA REAL estimativa de perda de carga do sistema. Avaliar
PRESSÃO MÁXIMA 2 estes limites torna-se importante para saber se o
DO VENTILADOR sistema terá um funcionamento aceitável.
1
PERDA DE CARGA REAL
MENOR QUE CONCLUSÃO
O VENTILADOR
PRESSÃO DE PROJETO

3
PROJETADO ENTREGARÁ
EM 3
Para estarmos certos, de que um sistema de
4 ventilação funcionará corretamente, devemos levar
em conta todos os Fatores de Efeito do Sistema, e
proporcionar fluxos de ar uniformes tanto na
aspiração quanto na descarga do ventilador. Como
CURVA foi visto, as conseqüências de um projeto equivocado
PRESSÃO-VAZÃO
DO VENTILADOR podem ser muito danosas: aumento da potência
consumida, funcionamento instável do ventilador,
diminuição da capacidade do sistema, vibrações,
VAZÃO DE PROJETO aumento do nível de ruído, etc... O mal funcionamento
de um sistema pode ter um sem número de causas, e
todas as alternativas devem ser estudadas. O
Fig.3 Curvas de Desempenho do Ventilador/Sistema
desempenho do ventilador, caso seja contestado,
pode ser verificado no laboratório, pela já citada
TOLERÂNCIAS DO norma AMCA 210, ou em campo pela publicação
AMCA 203 Field Performance Measurements of Fan
SISTEMA E DO Systems (Medição de Campo do Desempenho de
VENTILADOR Ventiladores em Sistemas).

A
experiência mostra que variações de mais ou REFERÊNCIAS
menos 10% na perda de carga estimada do
sistema, em comparação com a real, podem Air Movement and Control Association, Inc., 1995,
ocorrer. Air Systems, Publication 200-95.
O ventilador também possui tolerâncias de Air Movement and Control Association, Inc., 1990,
funcionamento que são estabelecidas na publicação Fans and Systems, Publication 201-90.
AMCA 211Certified Ratings Program-Air Performance Williamson, Dick, 1997, System Effects, AMCA
Paper 2337-97, Illinois.

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