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Campo Mourão, 19 de Julho de 2017.

À
Supervisão e Manutenção Cereais.
BRF - TOLEDO
Av. Senador Atílio Fontana, 4040 - Centro
Fone/Fax: 55 (45) 2103-4215 / 6603-4215

RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA

Venho por meio deste apresentar parecer referente ao princípio de


incêndio ocorrido no dia 18/07/2017 no secador Comil CM 100 ( Secador 02), da
unidade da BRF de toledo.

Cordialmente!

JOÃO REZENDE
(44) 9 9918 8656
DIRETOR COMERCIAL
DELTA ENGENHARIA INDUSTRIAL
Fatos:

- No dia 18/07/2017 houve um principio de incêndio no secador 02, nos deslocamos


até o local, onde constatamos que o operador alegava que o incendio se iniciou por
depósito de produto na lateral do secador.
- Feitas as avaliações, decidimos coletivamente que resolveriamos o referido
problema, e em seguida o secador seria liberado para trabalho, pois os dutos afetados,
não influenciariam negativamente na secagem, focamos na solução do problema, ficou
acertado que até as 18:00 o secador seria devidamente avaliado e liberado.

- Foi feito o procedimento de manutenção corretiva, e no andamento do mesmo,


constatamos que o local onde foi indicado pelo operador como possivel foco de
incêndio e deposito de grãos, não teria sido a real causa do problema, pois o mesmo se
encontra na camara de resfriamento de grãos, na altura da decima quinta pingadeira,
como foi constatado com o mecânico presente Paulo Aparecido, sendo assim, nesse
setor não há calor e consequentemente nenhuma possibilidade de foco de incêndio,
subimos então avaliar o local do incêndio, e o mesmo se iniciou logo após o duto de
entrada de ar quente, o que indica excesso de fogo na fornalha e consequentemente a
projeção de fagulhas dentro do secador.
Após esta constatação em conversa com o Sr. Luis Padova, o mesmo me relatou que
a temperatura média usual de operação seria de 160 graus.
Confirmei tal fato, ao observar o secador ao lado trabalhando a 180 graus no ponto
de saída da fornalha, sendo assim, temos a real causa do início do principio de
incêndio.
-Após tais constatações, comuniquei o gerente Marcio já com um parecer do
fabricante dizendo que a temperatura média de operação é de 100 graus, e que acima
disso assume-se um risco muito grande de incêndio, e com isso grandes
consequencias.
O mesmo em seguida chamou o sr. Luis Padova e orientou o mesmo a trabalhar
conforme a especificação do fabricante.
- Outro ponto de constatação de excesso de temperatura no secador é a presença de
fumaça no exaustor do secador, pois usando-se uma lenha de qualidade, a fumaça sai
em sua maior parte na chaminé da fornalha, o exaustor solta unicamente em sua
maior parte ar quente, e uma pequena porcentagem de fumaça.
Em algumas cooperativas, quando há excesso de fumaça no exaustor é indicativo de
alerta, pois pode ser principio de incêndio.
-Acompanhamos o procedimento até as 18:30 juntamente com os mecânicos, sendo
que após a correção do problema, e avaliação do secador, o mesmo ficou liberado,
mas até o momento não tinha sido iniciado o carregamento do mesmo.

- Orientei também aos operadores a observar o secador periodicamente, pois o


aquecimento do mesmo deformou alguns dutos, mas se trabalhassem na temperatura
ideal, não teriam problemas.

Plano de ação imediata:

- Retirar dutos danificados.


- Revisar secador, e liberar o funcionamento do mesmo.
- Trabalhar na temperatura recomendada pelo fabricante, entre 90 e 100 graus.

Conclusão:

- Avaliando todos os dados acima podemos concluir que a principal causa de focos de
incêndio no secador, é a operação do mesmo com temperatura excessiva, falta de
orientação aos operadores do risco deste procedimento e com isso, a avaria no
equipamento é inevitável.

Plano de ação a longo prazo:

- Estudar a possibilidade de saida de grãos do secador com mais de 20% de umidade;


para tal procedimento seria necessário um sistema de aeração mais eficiente nos silos,
e dimensionamento correto da vazão de ar e respiros, possibilitando a secagem final
do produto no silo.

- Implantar um rotina padrão de secagem, observando as recomendações dos


fabricantes, e principalmente investindo em qualificação para os operadores.

- Implantar um painel com monitoramento no secador, equipamento que grava todos


os dados de temperatura, carga e descarga do secador (equipamento já existente no
mercado), sendo assim possivel identificar falhas futuras, e aplicar a correção correta
das mesmas.
Sendo o que tinha-mos para o momento, encerro este relatório.

Qualquer duvida estou disposição!

João Rezende.
(44) 9 9918 8656

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