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PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DE SAÚDE NO CONTEXTO DAS ORGANIZAÇÕES

ALUNO: ANDRE DE LUNA COELHO

INSTRUÇÃO: Leia as reportagens abaixo e responda a questão ao fim do texto.


ESTUDO DE CASO
REPORTAGEM 1
E A SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE QUE TRATAM A COVID-
19?
À medida que comunidades em todo o mundo continuam a lidar com a disseminação do novo
coronavírus (COVID-19) e lidam com o número de casos em rápida proliferação, um estudo
chinês relata informações preocupantes sobre as ramificações psicológicas do COVID-19 nos
profissionais da saúde: uma pesquisa com mais de 1.200 enfermeiros e médicos que
trabalham em hospitais na região de Wuhan (onde o surto se originou) e na China continental
revelou que mais de 50% relataram sintomas de depressão e mais de 70% relataram sintomas
de sofrimento psíquico. Os resultados foram publicados hoje no JAMA (Jornal da Associação
Médica Americana). A proteção dos profissionais de saúde é um componente importante das
medidas de saúde pública para combater a epidemia de COVID-19. Intervenções especiais
para promover o bem-estar mental dos profissionais de saúde expostos ao COVID-19
precisam ser implementadas imediatamente, com mulheres, enfermeiras e trabalhadores da
linha de frente que requerem atenção especial. Os pesquisadores pesquisaram trabalhadores
da saúde de 34 hospitais na China com clínicas ou enfermarias para COVID-19 entre 29 de
janeiro de 2020 e 3 de fevereiro de 2020 (durante esse período, o total de casos confirmados
de COVID-19 ultrapassou 10.000 na China, de acordo com os autores). Os pesquisadores
avaliaram a depressão, ansiedade, insônia e angústia dos entrevistados, usando as versões em
chinês do Patient Health Questionnaire (PHQ), a escala do Transtorno de Ansiedade
Generalizada, o Índice de Gravidade da Insônia e a Escala dos Eventos de Impacto. Dos 1.257
pesquisados (493 médicos e 764 enfermeiros), 634 (50,4%) relataram sintomas de depressão,
560 (44,6%) relataram ansiedade, 427 (34,0%) relataram insônia e 899 (71,5%) relataram
sofrimento. Os profissionais de saúde envolvidos no diagnóstico direto, tratamento e
atendimento de pacientes com COVID-19 apresentaram maior probabilidade de relatar
sintomas de depressão, ansiedade, insônia, e angústia em comparação com aqueles não
envolvidos no diagnóstico, tratamento e atendimento de pacientes com COVID-19. “Esses
achados, consistentes com os observados na epidemia grave do sistema respiratório agudo
(SARS) de 2003, podem ajudar a orientar estratégias para responder às sequelas de saúde
mental desta e de futuras epidemias”, escreveu Roy Perlis, professor de psiquiatria da
Faculdade de Medicina de Harvard. “Embora o pico da epidemia do COVID-19 ainda esteja
por ser visto, ele acabará por diminuir. O trabalho de Lai et al. fornece um lembrete do
pedágio que provavelmente permanecerá: as consequências do estresse crônico, incluindo
depressão e distúrbios de ansiedade. […] Como o mundo uniu esforços para gerenciar a
infecção por COVID-19, será fundamental não negligenciar as conseqüências para a saúde
mental da luta contra a epidemia”.
Fonte:  “Coronavírus e saúde mental: cuidando de nós mesmos durante surtos de doenças
infecciosas”, de Joshua Morganstein, MD, presidente do Comitê de Dimensões Psiquiátricas
de Desastres da APA (Associação Americana de Psiquiatria)
(Retirado e adaptado de Rennó, J. Disponível em: https://emais.estadao.com.br/blogs/joel-renno/e-a-saude-
mental-dos-profissionais-de-saude-que-tratam-a-covid-19/ Acesso em: 23 mar 2020).

REPORTAGEM 2
PROFISSIONAIS DE SAÚDE: “OU A GENTE SE CUIDA, OU ADOECE”
Profissionais do SUS enfrentam o coronavírus no corpo a corpo e reivindicam testes,
equipamentos de proteção, e informação por parte de gestores e autoridades

“Nós estamos no começo da pandemia, e já estamos tendo contaminação de


funcionários e toda essa dificuldade com UTI. E isso com a orientação das pessoas de ficarem
em casa. Imagina se não tivesse essa orientação, como seria”, pergunta Waldir *, enfermeiro
que trabalha em duas unidades do SUS em São Paulo. “A palavra é descaso”, diz, referindo-se
ao presidente Jair Bolsonaro, depois de ouvir o discurso em rede nacional em que o presidente
minimizou a gravidade da pandemia e reclamou das quarentenas decretadas pelos
governadores.
Como a maioria dos 20 profissionais de saúde pública de cinco estados (São Paulo,
Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Sul) que falaram com a Agência
Pública nesta semana, W. pediu anonimato — o medo de processos administrativos e outras
retaliações é geral, apesar da diversidade das unidades do SUS. Enfermeiro há 15 anos, ele
trabalha em uma Unidade de Pronto Atendimento na zona noroeste, periferia da capital
paulista. Na quarta-feira, quando falou à reportagem por telefone, estava há uma semana
afastado do trabalho por apresentar sintomas de infecção por coronavírus, como tosse seca e
falta de ar. Outras quatro colegas da enfermaria foram afastadas do trabalho.
Nenhum dos profissionais conseguiu fazer o teste para coronavírus.
W. tem certeza que ficou doente por causa das condições de trabalho na UPA, com
capacidade de atender mais de 60 mil pacientes. “O pior é a falta de proteção”, diz. Segundo
ele, o único acessório que não falta são as luvas. “As máscaras estão totalmente racionadas,
quando tem. E, de acordo com a orientação do fabricante, o uso deve ser feito por duas horas
porque ela perde a eficácia depois desse tempo. Eles querem que a gente use por seis horas.
São quatro horas desprotegidos”, aponta. “Essa falta de EPIs está gerando uma exposição
desnecessária da nossa saúde e dos nossos familiares.”
Também os pacientes ficam expostos pela falta de equipamentos de proteção para os
profissionais. De acordo com o Victor Grabois, presidente da Sociedade Brasileira para a
Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp), em entrevista ao site da Abrasco
(Associação Brasileira de Saúde Coletiva) enquanto “se espera que, na comunidade em geral,
um portador do vírus infecte de 2 a 3 pessoas, no âmbito dos serviços de saúde um
profissional de saúde que esteja contaminado pode infectar até 9 pessoas”.
Na unidade de W., os aventais, que segundo o protocolo do Ministério de Saúde,
devem ser “impermeáveis e descartáveis” passeiam de uma ala à outra, já que também o
isolamento dos pacientes não é eficiente. “Os pacientes ficam na sala de emergência um do
lado do outro, os leitos divididos apenas por cortinas. E você cuida de pacientes que estão
com Covid-19, e dos que não estão, com o mesmo avental”, afirma, entre a indignação e a
frustração.
W. voltará ao trabalho em abril, quando se espera um pico de casos em São Paulo.
Enfermeiro há 15 anos por vocação — “eu gosto de cuidar das pessoas e as pessoas precisam
de cuidado” — ele quer participar da batalha, mas teme não dar conta se não houver um apoio
maior do governo ao SUS. “Eu não sei se vou aguentar voltar nessas condições. Para mim,
tem que ter material de trabalho. É frustrante, deprimente e agonizante saber que vai ter tubo
para um e não vai ter para outro. É algo que eu não quero nem pensar agora, vai ser muito
dano psicológico [para os profissionais da saúde]”, ele diz, que tenta controlar a ansiedade
fazendo terapia por Skype. “Ninguém cuida da gente. Ou a gente se cuida, ou adoece”, alerta.
O relato de W. é um retrato do que está acontecendo nesse momento em boa parte do
sistema público da Saúde. A maioria dos entrevistados desta reportagem — médicos e
enfermeiros de hospitais públicos, que dependem de verbas do SUS, e de unidades que
compõem a rede de atendimento primário, UBS, UPA, SAMU, em localidades grandes e
pequenas, no Sul, Sudeste e Nordeste do país, relataram como principais problemas a
persistente falta de equipamentos de proteção e a dificuldade de isolar pacientes com
segurança. Desde o dia 13 de março, o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) recebeu
1.374 denúncias de falta ou escassez de EPI. Um pouco menos do que as denúncias
registradas pelo Conselho Federal de Medicina: entre os dias 19 e 24 de março foram mais de
1500, principalmente por falta de equipamentos de proteção individual. O estado de São
Paulo, o mais afetado pela pandemia, lidera o ranking nacional, com 449 reclamações,
seguido por Minas Gerais, com 187; Rio Grande do Sul com 175 e Rio de Janeiro, com 148
denúncias.
Há exceções: médicos de hospitais bem aparelhados, como o Hospital de Transplantes
de São Paulo, o hospital Mário Covas, com UTIs de referência, ou como o Hospital Municipal
M’Boi Mirim, administrado pelo Einstein, disseram ter recebido os equipamentos completos e
as orientações de como usar.
Também no maior hospital de Recife, em Pernambuco, médicos e funcionários da
enfermagem receberam os EPIs nesta semana. Mas ali foi na marra; a presidente do Sindicato
dos Enfermeiros no Estado (Seepe), Ludmila Outtes, em Recife, chegou a ser ameaçada
depois que os enfermeiros anunciaram uma greve — considerada ilegal pelo governo estadual
—, por causa da alarmante escassez de material de proteção. No dia 19, véspera da data
marcada para a paralisação, equipes da Secretaria da Fazenda, Procon e Polícia Militar
entraram em uma loja de produtos hospitalares em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, e
recolheram máscaras para abastecimento da rede pública.
Mas apesar dos EPIs obtidos por médicos e enfermagem no Hospital da Restauração,
em Recife, as assistentes sociais, psicólogas, fisioterapeutas, que lidam diariamente com o
público, além de maqueiros e serventes, só receberam luvas; dependem da solidariedade das
enfermeiras para conseguir as máscaras. “Elas sabem o risco que estamos correndo nesse
hospital, que recebe pacientes do Estado inteiro, em ambientes que contrariam totalmente o
protocolo do MS, e não tem janelas, e o ventilador fica o dia todo espalhando tudo”, contou
uma dessas profissionais. Ela também chama a atenção para a presença de idosos, como ela,
no atendimento direto aos pacientes, muitas vezes sem equipamento de proteção. “Se a
Vigilância Sanitária chegar no hospital, vai ver muitos idosos trabalhando no atendimento ao
público, e trabalhando sem as EPIs necessárias”, diz.
Outra entrevistada, funcionária do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência), que realiza o atendimento pré-hospitalar e o transporte de pacientes para unidades
hospitalares, disse que os profissionais de sua unidade, mesmo com sintomas respiratórios,
estão sendo “orientados a ir ao hospital e não a ficar em casa, como as autoridades
informam”. Questionada sobre as orientações transmitidas às unidades, em especial ao SUS,
em referência a profissionais de saúde com sintomas, a Secretaria de Saúde do Estado de São
Paulo respondeu após a publicação da reportagem que as orientações aos profissionais de
saúde têm sido comunicadas por meio de webconferências, documentos técnicos e nos
serviços de saúde. A resposta completa está aqui.
“Pessoalmente, estou extremamente abalada, com medo de contaminar nossa família
ou qualquer outra pessoa. Não tenho conseguido dormir e meus colegas fazem o mesmo
relato”, desabafou.
Como disse um médico, referindo-se à desigualdade na distribuição dos recursos do
SUS: “Tudo depende de onde você está” — em qual unidade, cidade e região.
Testes é reivindicação unânime, apesar das diferenças
A falta de testes para o coronavírus, porém, é uma preocupação de todos os
profissionais ouvidos. Com exceção de médicos do Hospital de Transplantes de São Paulo,
nenhum outro profissional relatou a realização de testes para os trabalhadores do setor.
Ontem, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo enviou um ofício ao Ministério da
Saúde pedindo que todos os médicos e profissionais da área que estejam em contato com
pacientes sejam testados, caso apresentem sintomas da doença, leves ou graves. A medida,
segundo o Conselho, é “fundamental para a contenção da doença e uma forma de evitar uma
possível falta de médicos”.
“O ideal seria testar todo mundo como a Coréia fez. Nós não podemos fazer isso,
somos 210 milhões de habitantes, mas os profissionais de saúde sem dúvida nenhuma devem
ser testados”, diz a médica pneumologista, pesquisadora e docente da Fundação Oswaldo
Cruz, Margareth Dalcolmo.
Sem os testes, que poderiam descartar a presença de vírus nos profissionais, também
há casos de funcionários com sintomas que são afastados por um período maior do que seria
necessário se fosse descartada a presença do vírus.
Uma realidade que já atinge profissionais da saúde da família e em outras unidades de
saúde básica. “Recebemos apenas dois kits para exames de sintomáticos com jalecos
descartáveis que já foram usados e não houve reposição”, afirmou uma profissional de
Unidade da Família (USF) em Jordão, na zona sul de Recife. Com a falta de segurança,
trabalhadores com mais de 60 anos ou doenças crônicas procuraram seus médicos e
solicitaram afastamento. Restou apenas uma técnica de enfermagem para três equipes de
saúde, pois não houve substituição de profissionais. A unidade tem recebido cerca de cinco
casos de sintomas característicos da Covid-19 por dia.
No interior de São Paulo, a médica Nádia Miatta, que atua na coordenação da rede
básica de saúde da região de Fernandópolis, disse à Pública que dois médicos (de um total de
20) e 20 profissionais da enfermagem (de 60) já foram afastados, o que aumenta o nervosismo
das equipes, que se sentem despreparadas para lidar com a situação. “Tem muito médico
entrando em pânico aqui, que não tem preparo psicológico, não tem preparo técnico para lidar
com respirador, paciente grave em UTI”.
Na outra ponta do sistema, a sobrecarga dos médicos residentes nos grandes hospitais
públicos — que já costumam acumular funções, também preocupa. “Muita gente ficou
sintomática, foi afastada mas ainda não teve a confirmação e nem houve nenhuma
comunicação oficial sobre os casos”, contou Mário*, residente da Santa Casa de São Paulo,
que conversou com a Pública por telefone de casa, onde está desde que foi afastado por
suspeita de coronavírus. Naquele mesmo dia (25), todos os residentes, independentemente da
especialidade em que atuam, foram convocados a trabalhar em rodízio na tenda de triagem,
montada na frente do hospital para atender os casos com sintomas respiratórios. Segundo ele,
foi o colega, que tinha feito o exame em um hospital particular, quem o comunicou do
resultado positivo para o vírus. Naquele momento ele já apresentava os sintomas que o
levaram ao afastamento.
Procurada pela reportagem para comentar a questão dos profissionais afastados e das
notificações, a Santa Casa de São Paulo informou “que os números relacionados ao Covid-19
são diariamente transmitidos aos órgãos oficiais”. E reafirmou seu “compromisso com a saúde
da população acreditando que com ações em conjunto conseguiremos enfrentar esse momento
difícil com sucesso”.
Não há estatísticas específicas divulgadas pelo Ministério da Saúde sobre casos de
coronavírus entre profissionais de saúde, embora essa categoria tenha sido classificada como
de “risco muito alto de exposição”, pelo Ministério Público do Trabalho. Na sexta-feira
passada, duas profissionais de saúde — uma médica e uma técnica de enfermagem —
morreram em São Paulo por suspeita de coronavírus. Nenhuma das duas estava entre os casos
suspeitos de coronavírus registrados nas estatísticas oficiais. A Secretaria de Saúde de São
Paulo diz não ter a contabilidade dos casos separadamente para os profissionais de saúde. Já
no Rio Grande do Sul, médicos afirmam que a orientação é notificar e afastar os casos de
trabalhadores da saúde com sintomas gripais e febre, que deverão passar por testes, raramente
realizados. Em Gravataí, no interior, os médicos chegaram a chamar a Vigilância Sanitária
para exigir o teste de uma trabalhadora de saúde, que deu positivo. No Rio de Janeiro, os
próprios profissionais passaram a contar os casos, como revelou hoje o UOL. O Sindicato dos
Enfermeiros do RJ contabilizou 80 profissionais em quarentena.
Quanto aos testes, apesar das reivindicações da Cremesp e das promessas do
Ministério da Saúde de distribuir 22 milhões de testes, especialmente para os profissionais de
saúde e segurança, o site do MS informava até ontem que apenas 32.576 testes haviam sido
distribuídos. Podem ter sido menos, podem ter sido mais. Como mostrou a reportagem “A
caixa-preta do coronavírus no Brasil”, transparência não é o forte do Ministério da Saúde, o
que contribui para a insegurança dos profissionais de saúde e da população em geral.
Até falta de água e sabão para lavar as mãos
Profissionais que atuam há muito tempo no SUS lembram que já enfrentavam uma
situação difícil antes da epidemia, principalmente depois de 2016, quando o governo Temer
editou a Emenda Constitucional 95 — conhecida como emenda “do fim do mundo”, que
congelou por 20 anos os gastos com a saúde. Segundo um estudo da Comissão de Orçamento
e Financiamento (Cofin) do Conselho Nacional de Saúde (CNS), publicado pelo site Marco
Zero, de Recife, o SUS já perdeu R$ 20 bilhões de 2016 para cá. Além do déficit, o
“investimento per capita anual é muito baixo e desigual nos territórios: há municípios em que
o gasto por pessoa é de R$ 5 mil; em outros, R$ 280”, disse Islândia Carvalho, pesquisadora
da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco em entrevista ao site.
Em Maceió, uma médica de um hospital referência para o tratamento de Covid-19
relatou à Pública que “a emergência conta com uma sala apenas de isolamento, sem banheiro,
sem carrinho de parada, e sem ventilador mecânico”, o que a preocupa ainda mais pelo fato
do hospital atender muitos pacientes com HIV, que já possuem a imunidade comprometida.
“As enfermarias também não têm ventilador mecânico e, por muitas vezes, faltam medicações
básicas como dipirona”, ela diz.
Goretti*, que há mais de 40 anos trabalha no Hospital da Restauração, em Recife, tem
longa prática em trabalhar em condições precárias. Atuando na maior emergência do estado
de Pernambuco, estado que já contabiliza três mortos e 48 casos confirmados pelas contas do
Ministério da Saúde, ela conta que faltava sabão — e até água — nos banheiros públicos do
hospital, o que foi confirmado à Pública por mais quatro colegas. “Os profissionais estão
angustiados, higienizando as salas por sua própria conta, levando álcool em gel e até sabão de
casa”, diz.
“A gente deixou de fazer o atendimento nos leitos, mas as salas são muito pequenas,
sem janelas, e não há como manter os 2 metros de distância dos pacientes”, diz uma
psicóloga. Ela também relata, que além do risco inerente ao trabalho, especialmente pela falta
de EPIs, a chefia pediu aos profissionais que distribuíssem panfletos aos pacientes e
acompanhantes sobre o Covid-19. “Não tem como panfletar sem se aproximar das pessoas”,
lamenta.
Nas cidades vizinhas à capital pernambucana, além da falta de equipamentos, muitos
trabalhadores do interior têm vínculos precários, não são concursados, e estão se submetendo
a qualquer condição ruim para não perder seus empregos. Conversamos com trabalhadores da
saúde de Caruaru, Goiânia, Moreno, São Lourenço que disseram que estão comprando por
conta própria materiais, capacete de proteção e até roupas de soldador, de construção civil,
por meio da internet. “Estamos confeccionando nossos escudos faciais com folha de acetato e
diadema (arco de cabeça). Quem está na ponta está morrendo de medo de adoecer”, desabafou
uma profissional de unidade básica de saúde.
Procurada, a Secretarias de Saúde de Pernambuco não retornou até a publicação desta matéria.
Sorteio de máscaras
Em Minas Gerais, nem mesmo os profissionais que trabalham no hospital Eduardo de
Menezes, referência para o tratamento de casos suspeitos de coronavírus de Belo Horizonte,
estão se sentindo minimamente seguros. “Nós estamos passando um medo muito grande
dentro do hospital nessa situação de coronavírus”, desabafou a técnica de enfermagem,
Gabriela*, que trabalha no CTI.
Segundo ela, os técnicos de enfermagem estão usando o mesmo capote para atender
duas pessoas. “A contaminação aumenta mais ainda porque se a gente usa um capote para dar
banho no paciente ao lado, se um for positivo, o outro vai acabar virando um paciente
positivo. O que vai aumentar o número de coronavírus aqui no nosso Estado, por falta de EPI
(equipamento de proteção individual)”, denunciou.
Em apenas cinco dias, — 20 a 24 de março —, o Conselho Regional de Enfermagem
(Coren-MG) recebeu quase trezentas denúncias de falta de equipamentos por telefone e email.
O Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais informou hoje que recebeu “quase 100
denúncias de diversas cidades mineiras sobre as condições de trabalho, que estão sendo
cadastradas e triadas”. Segundo o MPT-MG as denúncia vêm de trabalhadores da rede pública
e privada “e são provenientes tanto de grandes cidades como Belo Horizonte, Betim,
Contagem e Uberlândia, como de pequenas cidades”. “Esses dados serão usados para
subsidiar as próximas atuações do MPT-MG”, conclui a resposta à Pública.
Dentre os relatos ao Coren, enfermeiras contam que estão tendo de sortear máscaras
cirúrgicas, ou que as máscaras estão sendo fornecidas apenas para os médicos, além dos casos
de ausência total de material. Até o álcool está sendo racionado. Tem quem está tirando
dinheiro do próprio bolso para comprar os equipamentos. Diante deste cenário, há enfermeiras
que estão se isolando da família para preservar os filhos e companheiros, ou pedindo
demissão.
Bruna*, enfermeira de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Uberaba, no
Triângulo mineiro, deixou o emprego na quarta-feira passada para preservar seus filhos de
uma possível contaminação. “Lá onde eu trabalhava fornecem apenas uma máscara que vale
por duas horas, para um plantão de 12 horas. O capote não é adequado, é um tecido muito
fino. A gente não teve nenhum treinamento até hoje de manejo com esses pacientes. Nem o
fluxo que está tendo em alguns lugares, que é o certo a se fazer, que é uma entrada específica
para esses pacientes, o distanciamento, nós não tivemos”, contou.
Segundo Bruna, as pessoas que chegam na UPA com suspeita de coronavírus ficam
em locais que não são isolados porque “só tem dois isolamentos com banheiro”. “A gente está
trabalhando sem nenhuma condição, está muito tenso. Os médicos também estão muito
nervosos, a maioria está alugando hotel para ficar isolado da família. Alguns enfermeiros
também que tem essa possibilidade ou deixa com algum parente, ou está alugando hotel para
ficar isolado”.
A enfermeira lamenta ter sido levada a se demitir: “Foi muito contra a minha vontade.
Eu gosto de ser enfermeira, é um ideal meu. Se eu tivesse condições adequadas e treinamento,
com certeza eu ficaria trabalhando. A gente se sente mal com isso porque não é o que eu
gostaria. Eu gostaria de ter condições de treinamento, segurança para continuar trabalhando”.
Procurada, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais não retornou até a publicação da
matéria.
A Rede Fhemig, responsável pelo hospital Eduardo de Meneses, disse que todas as
redes estão abastecidas com equipamentos de proteção individual e seguem as orientações das
suas diretorias, amparadas pelo contingenciamento necessário estabelecido nos protocolos
clínicos e nas portarias das instâncias estaduais e federais sobre a epidemia do COVID-19. Os
EPI’s estão sendo fornecidos, especialmente as máscaras, de forma responsável aos
profissionais cujo seu uso no atendimento é indispensável. Sabemos que esses itens se
encontram em falta no mercado e é necessário que haja um contingenciamento para evitar
extravios e o uso indiscriminado, o que acarretará, realmente, em riscos para servidores e
pacientes.
Todos os critérios e materiais referentes aos equipamentos de proteção individual,
assim como outras orientações aos profissionais de saúde, estão descritos na Norma Técnica
nº 04/2020 – Orientações para Serviços de Saúde: Medidas de Prevenção e Controle que
devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo
novo coronavírus (SARS-CoV-2).
“O risco é ficar paralisado, não acordar no dia seguinte para trabalhar”
Na UBS Francisco Dias, em Osasco, região metropolitana de São Paulo, a médica
Nathalia Neiva dos Santos está há uma semana na linha de frente porque sua unidade – que já
atende muitos idosos – passou a ser referência para atendimentos de pacientes com sintomas
respiratórios. Além de muitos pacientes com sintomas de gripe, ela diz que atendeu muita
gente buscando orientação, sem saber como agir nesse momento, e casos de ansiedade, com a
somatização de sintomas em pacientes idosos e ansiosos. “Os casos de ansiedade e síndrome
do pânico estão começando, então a previsão é um aumento de casos de saúde mental”, diz.
Inclusive entre a equipe médica.
“Enquanto trabalhadores, estamos com medo, lidamos com técnicos de enfermagem e
agentes de saúde com medo, e temos que trabalhar para lidar com o stress e a fadiga dos
trabalhadores. O risco é ficarmos paralisados e não conseguirmos acordar no dia seguinte para
trabalhar. Então começamos, há dois dias, a fazer um momento de alongamento e
relaxamento aqui na unidade, entre os profissionais, para nos dar mais condições de nos
manter nesses dias”, conta.
A situação de tensão diante dos casos da pandemia, que se avolumam entre nós, a fez
lembrar de outra crise, “com algumas semelhanças.” Em 2018, Nathalia trabalhou em Barra
Longa (MG), em 2018, uma das cidades atingidas pela lama da Samarco na região de
Mariana. O pior momento, lembra, foi quando as pessoas começaram a fazer exames que
identificaram a contaminação por metal pesado. “Como não sabiam a fonte da contaminação,
se era a água, os alimentos, o solo, as pessoas começaram a entrar em um pânico geral, por
não conseguir identificar a fonte transmissora”, lembra. “Eu tinha a sensação de impotência.
Enquanto profissional de saúde a gente quer dar conta do problema colocado, mas a solução
não vem de mim, vem de um esforço de pessoas, e do próprio Estado na construção de
políticas públicas. Então nos sentimos muito pequenos diante do problema”, diz.
Nathália também ficou revoltada com o discurso de Bolsonaro de quarta-feira,
principalmente pelas informações equivocadas sobre a importância do isolamento social. “O
que Bolsonaro faz agora é gerar confusão nas pessoas. A gente faz uma orientação em
trabalho de formiguinha, em um esforço diário por meio de um protocolo internacional, e o
presidente, usa de uma rede de transmissão para disseminar uma informação que entra em
conflito com a nossa, em relação ao isolamento. Então é como enfrentar uma grande maré e
perder a força. Estamos na frente das pessoas, expostas a uma contaminação, enquanto ele
está no Palácio da Alvorada, na casa dele. Me sinto frustrada e injustiçada como grande parte
dos trabalhadores de saúde”, diz.

Números do front
Não é fácil saber quantos profissionais de saúde estão na linha de frente do combate à
epidemia nos 200 mil estabelecimentos que compõem o Sistema Único de Saúde, que reúne a
rede pública e a rede privada filantrópica/conveniada. Em artigo recente no jornal O Globo, a
pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fiocruz, Maria Helena
Machado, falou em “mais 3,5 milhões de funcionários de saúde que nele atuam”,
qualificando-os de “patrimônio nacional” no âmbito da Saúde.
Nem todos, porém, atuam no front do atendimento direto ao paciente. Se restringirmos
a busca no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil para as categorias que
enfrentam a maior exposição – médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem,
chegamos a 1,147 milhão de profissionais que atendem no SUS (dados de fevereiro de 2020).
Destes 303 mil são médicos, a maioria clínico geral, e 31 mil residentes. Trabalham na
enfermagem do SUS 843 mil profissionais – sendo 232 mil enfermeiros, 441 mil técnicos e
quase 169 mil auxiliares. O estado de São Paulo, sozinho, concentra aproximadamente um
quarto dos médicos (81 mil) e mais de 20% dos enfermeiros (50 mil).
A remuneração destes profissionais acompanha a desigualdade do SUS. Segundo o
Cremesp, a rede privada concentra 3 vezes mais médicos do que a pública, o que contribui
para a variação de salários dentro da mesma categoria. Em São Paulo, 62,4% dos médicos tem
remuneração de até 16 mil reais, enquanto 20,4% recebem de 16 a 24 mil, e 13% mais do que
24 mil mensais.
Os dados são mais escassos em relação à enfermagem, que compõe o grosso da linha
de frente. Os mais completos, embora desatualizados, são da Pesquisa Nacional da
Enfermagem do Brasil, feita em parceria entre Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) e
Fiocruz e divulgada em 2015. Dos técnicos e auxiliares de enfermagem, 84,7% eram
mulheres, maioria esmagadora também entre os enfermeiros, onde elas representavam 86% da
categoria. Os brancos são maioria entre os enfermeiros, com 57,9% se declarando dessa
cor/raça; já entre os técnicos e auxiliares o percentual maior se inverte: pretos e pardos somam
56%. Para efeito comparativo, já que os dados são de 2013, mais de 50% dos auxiliares e
técnicos ganhava entre 681 e 2000 reais enquanto 58% dos enfermeiros recebiam entre 2 mil e
5 mil reais. Um dado importante que a pesquisa traz é o número de ocupações que cada
profissional exerce: 28% dos enfermeiros e 24% de técnicos e auxiliares trabalhavam em duas
atividades, e cerca de 3% em três.

*Os nomes foram modificados para preservar a identidade das fontes.


(Retirado e adaptado de Amaral, M. et al. Profissionais de saúde: “ou a gente se cuida, ou adoece”. Disponível
em: https://apublica.org/2020/03/profissionais-de-saude-ou-a-gente-se-cuida-ou-adoece/ Acesso em: 27 mar
2020).

QUESTÃO
A partir da leitura das reportagens acima, suponha que seja um(a) Psicólogo(a)
Organizacional e do Trabalho de um grande Hospital que seja referência nos
atendimentos ao COVID-19. Elabore um plano de ação na perspectiva da prevenção e
promoção de saúde que contemple a saúde mental para os trabalhadores do hospital
justificando cada proposta de intervenção.

1. INICIAÇÃO

O plano de ação tem como objetivo ajudar os profissionais de saúde que trabalham no
hospital, na perspectiva de prevenção e promoção de saúde contemplando a saúde mental.
Queremos garantir um ambiente de trabalho que por mais turbulento que seja haja vista a
pandemia na qual nos encontramos ainda assim consiga oferecer as ferramentas necessárias
para que os funcionários superem qualquer eventual problema ou não deixar que eles
aconteçam.

2. PLANEJAMENTO

Tendo em vista as crises que a pandemia do novo corona vírus vem desencadeando em
todo mundo, é necessário criar estratégias de intervenção que venham a atender as novas
demandas que estão sendo impostas, com isso em mente irei tentar propor algumas possíveis
intervenções no âmbito da psicologia organizacional e do trabalho referentes ao contexto
hospitalar, e tentarei discuti-las levando em conta o contexto atual do nosso pais, visto que
possuímos uma realidade muito única no cenário mundial, especialmente levando em conta a
tomada de decisão e a competência dos nossos órgãos gestores.
No cenário mundial o principal problema que acarreta sofrimento aos profissionais de
saúde é relacionado a questão da saúde mental, quadros depressivos e ansiosos se tornaram
comuns a esses profissionais e vem preocupando justamente por conta da necessidade de se
fornecer estratégias de apoio para eles. Tendo em vista o grande número de novos
profissionais ou profissionais com pouco experiencia nessas situações, a primeira proposta de
intervenção alguns ciclo de capacitação profissional, especialmente voltados a questões de
apoio psicológico, tendo em vista que médicos e enfermeiros serão majoritariamente as
pessoas que escutaram queixas e precisaram estar capacitados para oferecer apoio psicológico
de forma correta, com isso poderíamos ajudar a diminuir o impacto psicológico que os
profissionais sofreriam e melhorar o atendimento para com os pacientes. É especialmente
essencial dar esse tipo de suporte pois em nossos pais um dos desafios que os profissionais
vem sendo convencer as pessoas diagnosticadas com covid-19 a seguir as orientações
sanitárias cabíveis, promover esse debate é um primeiro passo importantíssimo. (SCHMIDT;
2020)
Como segunda intervenção, pensando em como distanciamento que os profissionais
tem vivido em relação a família e amigos por conta dos riscos do Covid-19, proponho
estabelecer um grupo terapêutico com os profissionais, mediado por outro profissional da
psicologia de preferencial alguém que possua experiencia nesse tipo de atendimento, para que
possamos criar um espaço de compartilhamento de experiencias que é importantíssimo no
fortalecimento das redes de apoio. Nessas reuniões estimular a manutenção frequente do
contato dos profissionais com suas famílias, seja por mensagens, telefonemas ou vídeo
chamadas, sempre que possível em intervalos durante o trabalho, ajudando a mantê-los
sempre informado sobre o que acontece com as pessoas a sua volta e assim aliviar um pouco
emoções como o medo que podia o estar atrapalhando. Ainda nas reuniões tentar psicoeducar
um pouco os profissionais acerca de sintomas psicológicos que podem estar acometidos,
ofertando e estimulando formas de os mesmos buscarem ajuda individualizada, bem como
propor algumas estratégias de enfrentamento e autocuidado visando a prevenção e promoção
da saúde. Mesmo pensando isso vale destacar que a psicologia ainda enfrenta uma barreira
muito difícil de superar que é a baixa adesão ao tratamento, tendo em vista a alta carga
preconceituosa que isso ainda carrega, que é agravado pelo excesso de trabalho e cansaço que
os profissionais vêm enfrentando, também são razoes a serem consideradas tendo em vista a
possível baixa adesão. (SCHMIDT; 2020)
Outra medida importante é a criação de um espaço onde os profissionais possam tirar
um tempo para relaxar e descansar um pouco da rotina estressante é importante proporcionar
esses locais ao mesmo tempo em que é interessante orienta-los sobre algumas atividades de
lazer e relaxamento que podem ser uteis para aliviar um pouco o stress. Tendo essa medida
em mente faz-se também necessário em conjunto tomar estratégias que possam otimizar a
carga horaria dos trabalhadores desse hospital levando em conta as necessidades encontradas
e a saúde do profissional, são sabidas que jornadas de trabalho melhor construídas tendem a
favorecer um melhor desempenho e consequentemente melhora a qualidade de vida.
Organizar o melhor o ambiente hospitalar seria uma importante ferramenta, mas tendo em
vista as dificuldades do nosso país essa estratégia pode ser um pouco mais situacional visto
que muitas vezes nossos hospitais estão lotados e acabamos tendo que usar estratégias
incorretas para conseguir dar conta de toda a demanda necessária. (SCHWARTZ; 2020)

3. MONITORAMENTO

Como estratégia de para monitorar a efetividade e a qualidade das medidas planejadas,


pensamos em estabelecer algumas reuniões ordinárias com um grupo de representantes dos
trabalhadores para que possamos avaliar de forma qualitativa as implicações e os benefícios
observados, além de entendermos quais pontos podem ser otimizados e se necessário
substituídos por novas diretrizes. Ofereceremos também locais com formulários de avaliação
para que ao longo do tempo as pessoas que desejarem podem dar dicas ou fazer criticas a
cerca das novas medidas tomadas.
Outro importante ponto a ser devidamente monitorado é quanto a questão da resolução
de problemas individualizados, caso acontece de alguma das estratégias apresentar pessoas
que não se adequaram ou são discordantes é necessário estabelecer uma rede de comunicação
mais especifica com essa pessoa para entendermos melhor o contexto e as concepções dela e
assim buscarmos uma solução que possam satisfaze-la ao mesmo tempo em que garante a
manutenção e continuidade das nossas intervenções.
Por fim para garantir uma pratica aprimorada, executar reuniões com os gestores para
tentar garantir a manutenção e compra dos equipamentos de proteção, junto com os kits de
testagem, ferramentas importantíssimas para que os profissionais de saúde se sintam mais
seguros. Estimular os gestores a cobrarem de órgãos competentes os devidos insumos para
conseguirem executar suas funções na totalidade.
4. ENCERRAMENTO

Esse programa consta estratégias de atuação do psicólogo em meio a pandemia, com o


fim dela é necessário talvez mudar algumas dinâmicas, apesar do sofrimento psíquico ainda
ser o fator a ser considerado na vida dos profissionais de saúde, o distanciamento social ainda
sim é apontado como principal fator de agravamento e/ou surgimento de sintomas psíquicos,
sendo muitas das estratégias montadas justamente para lidar com essas questões. Vale ao fim
do processo revisar as atividades desenvolvidas e quem sabe até dar continuidade
especialmente as reuniões em grupo que imagino ser algo importante independente do
momento.
Ao fim da pandemia provavelmente estaremos vivendo um realidade diferente do que
tínhamos antes dela, os cuidados com relação a saúde devem se intensificar então precisamos
buscar explorar as consequências desse novo normal, e os desafios que os profissionais irão
enfrentar daqui para frente provavelmente mudaram, então cabe a nos profissionais da
psicologia organizacional e do trabalho através da pesquisa e observação buscar novas
soluções para os desafios que nos encontraremos daqui a alguns anos.

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

SCHMIDT, Beatriz et al. Impactos na Saúde Mental e Intervenções Psicológicas Diante da


Pandemia do Novo Coronavírus (COVID-19). 2020.

SAIDEL, Maria Giovana Borges et al. Intervenções em saúde mental para profissionais de
saúde frente a pandemia de Coronavírus [Mental health interventions for health professionals
in the context of the Coronavirus pandemic][Intervenciones de salud mental para
profesionales de la salud ante la pandemia de Coronavírus]. Revista Enfermagem UERJ, v.
28, p. 49923, 2020.

CHEN, Qiongni et al. Mental health care for medical staff in China during the COVID-19
outbreak. The Lancet Psychiatry, v. 7, n. 4, p. e15-e16, 2020.

SCHWARTZ, Jonathan; KING, Chwan-Chuen; YEN, Muh-Yong. Protecting healthcare


workers during the coronavirus disease 2019 (COVID-19) outbreak: lessons from Taiwan’s
severe acute respiratory syndrome response. Clinical Infectious Diseases, v. 71, n. 15, p.
858-860, 2020.

HELIOTERIO, Margarete Costa et al. Covid-19: Por que a proteção de trabalhadores e


trabalhadoras da saúde é prioritária no combate à pandemia? Trab. educ. saúde, Rio de
Janeiro, v. 18, n. 3, e00289121, 2020 .

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