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Revisão: Gêneros e tipos textuais

Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle do Câmpus PTB Impresso por: Kricia Helena Helena Barreto
Curso: Língua Portuguesa (Log A) Data: Sunday, 4 Apr 2021, 16R15
Livro: Revisão: Gêneros e tipos textuais

Sumário

1. O que é um texto?

2. Os gêneros textuais
2.1. Suporte textual

3. Os tipos textuais
3.1. Texto descritivo
3.2. Texto narrativo
3.3. Texto dissertativo/expositivo
3.4. Texto argumentativo
3.5. Texto injuntivo

1. O que é um texto?

Um texto é toda e qualquer unidade de informação no contexto da interação.

Ele pode ser: verbal, não-verbal ou misto.

Lembrem-se! Todas as manifestações abaixo (imagem, gesto e conto escrito) são textos. Afinal, na nossa cultura, elas são unidades com
significado, certo?

2. Os gêneros textuais

Gêneros textuais (ou discursivos) são as estruturas com as quais se compõe os textos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois
se mantêm sempre muito parecidas.

Pensem, por exemplo, no gênero notícia. Cada jornalista irá escrever a sua própria notícia, porém, percebam como toda notícia produzida (ainda
que escrita por pessoas diferentes, distantes no tempo e no espaço) possui algumas características em comum (formato, linguagem, estilo,
etc.), além de procurarem atingir intenções comunicativas semelhantes (informar ao leitor sobre algum evento ocorrido).

Cereja (2003) diz que quando estamos numa situação de interação, a escolha do gênero não é completamente espontânea, pois leva em
conta um conjunto de imposições dadas pela própria situação comunicativa.

2.1. Suporte textual

O suporte é o meio pelo qual os gêneros textuais circulam.

'Paulo, te amo, me ligue o mais rápido que puder. Te espero no fone 55 44 33 22. Verônicaʼ

Se isto estiver escrito num papel colocado sobre a mesa da pessoa indicada (Paulo), pode ser um bilhete; se for passado pela secretária
eletrônica, é um recado; se remetido pelos correios num formulário próprio, pode ser um telegrama; se exposto num outdoor, pode ser
uma declaração de amor.

O certo é que o conteúdo não muda, mas observe como a definição do gênero é sempre dependente do suporte no qual ele circula.

3. Os tipos textuais

A categoria tipo textual, segundo Marcuschi, é um conceito que abrange de cinco a dez categorias, designadas narração, argumentação,
exposição ou dissertação, descrição, injunção. Sendo que esse agrupamento é de natureza linguística.

Os tipos textuais constituem os elementos fundamentais da infraestrutura geral dos textos, que por sua vez, é responsável pela organização
sequencial ou linear do conteúdo temático. Além disso, um texto pode conter uma, várias ou todas as sequências ao mesmo tempo.

Dessa forma, os tipos textuais, ou tipologias textuais, são a forma sob a qual o texto se apresenta determinando a estrutura padrão que rege
como cada um será construído. A tipologia textual é classificada de acordo com objetivo, estrutura e finalidade do texto.

3.1. Texto descritivo

A descrição pode ser objetiva ou subjetiva, sendo que na primeira o ser/objeto/espaço é descrito tal qual se apresenta ao mundo e na segunda,
diferentemente, o ser/objeto/espaço é descrito a partir das impressões pessoais (subjetivas) de quem está realizando a caracterização.

A finalidade desse tipo textual é criar na mente do interlocutor uma imagem do que está sendo descrito. Podendo utilizar recursos como a
enumeração, a comparação e os cinco sentidos.

“Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara,
incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. [..] As portas das latrinas não descansavam, era um
abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas.”

(O Cortiço - Aluísio Azevedo)

3.2. Texto narrativo

Os textos narrativos são formas básicas globais muito importantes da comunicação textual. A estrutura narrativa é caracterizada pela marcação
temporal cronológica, além do destaque dado aos agentes das ações. Na narrativa, predominam as ações, sendo que as descrições de
situações e estados lhe são subordinadas.

Assim, tais textos literalmente narraram, ou seja, contam uma história que envolve personagens e acontecimentos. Aqui são apresentadas
ações e personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando.

ATENÇÃO! Os discursos da narração podem ser:

f. Discurso direto: caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador.
g. Discurso indireto: caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as
falas das personagens.
h. Discurso indireto livre: caracterizado por permitir que os acontecimentos sejam narrados em simultâneo, estando as falas das
personagens direta e integralmente inseridas dentro do discurso do narrador.

“E ele, caminhando devagar sob as acácias, sentia no sombrio silêncio as pancadas desordenadas do seu coração. Subiu os três degraus de pedra — que lhe
pareciam já de uma casa estranha. (…) Ali ficou. Melanie, com o xale na mão, veio dizer-lhe que a senhora estava na sala das tapeçarias… Carlos entrou. (…) E
correu para ele, arrebatou-lhe as mãos, sem poder falar, soluçando, tremendo toda.”

(Os Maias - Eça de Queirós)

3.3. Texto dissertativo/expositivo

Dissertar é falar sobre algo, sobre determinado assunto; é expor; é debater. Este tipo de texto apresenta uma explanação detalhada de
determinados temas e conhecimentos. Além disso, para construção deste tipo de texto há a necessidade de conhecimentos prévios do
assunto/tema tratado.

Aqui a ênfase é temática, ou seja, a organização se dá através de componentes ligados entre si por várias relações lógicas: premissa e
conclusão, problema e solução, tese e evidência, causa e efeito, analogia, comparação, definição e exemplo. Além disso, são mais raros os
marcadores da presença de um sujeito enunciador e de sinais que indicam avaliações.

“No seu aspecto exterior, na sua constituição geográfica, o Brasil é um todo único. Não o separa nenhum lago interior, nenhum mar mediterrâneo. As montanhas
que se erguem dentro dele, em vez de divisão, são fatores de unidade. Os seus rios prendem e aproximam as populações entre si, assim os que correm dentro
do país como os que marcam fronteiras.

Por sua produção e por seu comércio, é o Brasil um dos raros países que se bastam em si mesmos, que podem prover ao sustento e assegurar a existência de
seus filhos. De norte a sul e de leste a oeste, os brasileiros falam a mesma língua quase sem variações dialetais. Nenhuma memória de outros idiomas
subjacentes na sua formação perturba a unidade íntima da consciência do brasileiro na enunciação e na comunicação do seu pensamento e do seu
sentimento.”

(Três livros - Gilberto Amado)

3.4. Texto argumentativo

Já o texto argumentativo , diferente do texto dissertativo, procura-se formar a opinião do leitor ou ouvinte, objetivando convencê-lo de que a
razão (o discernimento, o bom senso, o juízo) está com o ponto de vista defendido, de que o texto está de posse da verdade.

O raciocínio argumentativo implica, primeiramente, a existência de uma tese, admitida supostamente, sobre um dado tema. Sobre o pano de
fundo dessa tese, são propostos dados novos, que são objetos de inferências, que orientam para uma conclusão ou nova tese.

3.5. Texto injuntivo

O tipo textual instrucional ou injuntivo é muito comum no dia a dia.

Muito comum em programas culinários em que o(a) apresentador(a) lista os ingredientes e dá orientações sobre como o preparo do prato deve
ser feito. Ao dar orientações, o(a) apresentador(a) ensinou o espectador a realizar uma tarefa. Essa é a propriedade básica desse tipo
textual: ensinar / orientar / instruir o leitor/ouvinte/espectador a realizar uma tarefa.

Os principais gêneros que se organizam no tipo textual instrucional (ou injuntivo) são: receita culinária, manual de instruções, bula de
remédio, regras de jogo, roteiro de viagem, mapas.

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