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TJ-SP

Escrevente Técnico Judiciário

Língua Portuguesa

Língua Portuguesa
Análise, compreensão e interpretação de diversos tipos de textos verbais, não verbais,
literários e não literários. Informações literais e inferências possíveis. ..........................................1
Ponto de vista do autor. ...................................................................................................................5
Estruturação do texto: relações entre ideias; recursos de coesão. .................................................5
Significação contextual de palavras e expressões. Sinônimos e antônimos. Sentido próprio
e figurado das palavras. ..................................................................................................................7
Classes de palavras: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem:
substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção. ..........8
Concordância verbal e nominal. ....................................................................................................19
Regência verbal e nominal. ...........................................................................................................21
Colocação pronominal...................................................................................................................24
Crase. ............................................................................................................................................25
Pontuação......................................................................................................................................27
Exercícios.......................................................................................................................................31
Gabarito..........................................................................................................................................44

1768356 E-book gerado especialmente para BRUNA SILVA BARSOTTI


Análise, compreensão e interpretação de diversos tipos de textos verbais, não ver-
bais, literários e não literários; Informações literais e inferências possíveis

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o seu estudo: a interpretação de textos. Desen-
volver essa habilidade é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa prova de qualquer
área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de forma explícita, aquilo que está na superfície
do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito, nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais
profundo no texto ou que faça com que você realize inferências.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas podemos interpretar que Jorge parou de fu-
mar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?
Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela pode ser escrita ou oral.

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, fotos, gestos... não há presença de nenhuma
palavra.

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• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção
da linguagem verbal com a não-verbal.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos identificar quando um texto é baseado em outro. O
nome que damos a este processo é intertextualidade.
Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a uma conclusão do que se lê. A interpretação é
muito ligada ao subentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos prévios que cada pessoa possui antes da leitura
de um determinado texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça uma relação com a in-
formação já possuída, o que leva ao crescimento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma apreciação
pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetando de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva,
uma leitura analítica e, por fim, uma leitura interpretativa.
É muito importante que você:
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, estado, país e mundo;
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias (e também da estrutura das palavras para
dar opiniões);
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações ortográficas, gramaticais e interpretativas;
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais polêmicos;
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre qualquer tema para presenciar opiniões diver-
sas das suas.
Dicas para interpretar um texto:
– Leia lentamente o texto todo.
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar compreender o sentido global do texto e identi-
ficar o seu objetivo.
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias.
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada parágrafo e compreender o desenvolvimento
do texto.
– Sublinhe as ideias mais importantes.
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia principal e das ideias secundárias do texto.
– Separe fatos de opiniões.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo e comprovável) do que é uma opinião (pessoal,
tendenciosa e mutável).

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– Retorne ao texto sempre que necessário.
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os enunciados das questões.
– Reescreva o conteúdo lido.
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tópicos ou esquemas.
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar palavras novas, e procurar seu significado para
aumentar seu vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma distração, mas tam-
bém um aprendizado.
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compreensão do texto e ajudar a aprovação, ela tam-
bém estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nosso foco, cria perspectivas,
nos torna reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória.
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos que
é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto.
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí,
localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao es-
clarecimento das questões apresentadas na prova.
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um significado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escon-
dida, e por isso o candidato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum valor individual. Portanto,
apegue-se tão somente ao texto, e nunca extrapole a visão dele.
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que de fato está escrito, seja das frases ou das
ideias presentes. Interpretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao conectar as ideias do
texto com a realidade. Interpretação trabalha com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qualquer texto ou discurso e se amplia no entendimen-
to da sua ideia principal. Compreender relações semânticas é uma competência imprescindível no mercado de
trabalho e nos estudos.
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-se criar vários problemas, afetando não só o
desenvolvimento profissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
Busca de sentidos
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo os tópicos frasais presentes em cada parágra-
fo. Isso auxiliará na apreensão do conteúdo exposto.
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma relação hierárquica do pensamento defendi-
do, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explicitadas pelo autor. Textos argumentativos não
costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Deve-se
ater às ideias do autor, o que não quer dizer que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é funda-
mental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
Importância da interpretação
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o
raciocínio e a interpretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a
escrita.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fatores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-
-nos dos detalhes presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz suficiente. Interpretar exi-
ge paciência e, por isso, sempre releia o texto, pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de sentidos do texto, pode-se também retirar
dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo ex-
posto. Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira ale-
atória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hierárquica
do pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.

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Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não costumam
conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às
ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Ler com atenção é um exercício que deve
ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
Diferença entre compreensão e interpretação
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do texto e verificar o que realmente está escrito
nele. Já a interpretação imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O leitor tira conclusões
subjetivas do texto.
Gêneros Discursivos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de personagens fictícios, podendo ser de comparação
com a realidade ou totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma novela é a extensão do tex-
to, ou seja, o romance é mais longo. No romance nós temos uma história central e várias histórias secundárias.

Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente imaginário. Com linguagem linear e curta,
envolve poucas personagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ação, dada em um só
espaço, eixo temático e conflito. Suas ações encaminham-se diretamente para um desfecho.

Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferenciado por sua extensão. Ela fica entre o conto e o
romance, e tem a história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O tempo na novela é base-
ada no calendário. O tempo e local são definidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais curto.

Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que nós mesmos já vivemos e normalmente é
utilizado a ironia para mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não é relevante e quando
é citado, geralmente são pequenos intervalos como horas ou mesmo minutos.

Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular, refle-
tindo o momento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de imagens.

Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a opinião do editor através de argumentos e fatos
sobre um assunto que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é convencer o leitor a concordar
com ele.

Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um entrevistador e um entrevistado para a obten-
ção de informações. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum
assunto de interesse.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materializa em uma concretude da realidade. A cantiga
de roda permite as crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando os professores a iden-
tificar o nível de alfabetização delas.
Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo de informar, aconselhar, ou seja, recomendam
dando uma certa liberdade para quem recebe a informação.

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Ponto de vista do autor

O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes sentidos ao leitor em relação à uma obra.
Existem três pontos de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que compreende a perspectiva
através da qual se conta a história. Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir
diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, considera-se dois pontos de vista como funda-
mentais: O narrador-observador e o narrador-personagem.
Primeira pessoa
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto de vista, ou seja, o escritor usa a primeira
pessoa. Nesse caso, lemos o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo também sa-
ber quais são seus pensamentos, o que causa uma leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas
nossas vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e só descobrimos ao decorrer da
história.
Segunda pessoa
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com
que o leitor se sinta quase como outro personagem que participa da história.
Terceira pessoa
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas observasse a ação acontecer. Os diálogos não são
como na narrativa em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como alguém que estivesse
apenas contando o que cada personagem disse.
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmitida ao leitor por um ou vários personagens.
Se a história é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para outro deve ser bem
clara, para que quem estiver acompanhando a leitura não fique confuso.

Estruturação do texto: relações entre ideias; recursos de coesão

— Definições e diferenciação
Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que um texto coeso pode ser incoerente, e vice-versa.
O que existe em comum entre os dois é o fato de constituírem mecanismos fundamentais para uma produção
textual satisfatória. Resumidamente, a coesão textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na articula-
ção interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na articulação externa da mensagem.
— Coesão Textual
Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado das palavras que proporcionam a ligação entre
frases, períodos e parágrafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se realiza por meio de pala-
vras denominadas conectivos.
As técnicas de coesão
A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos principais, a anáfora e a catáfora. Por estarem rela-
cionados à mensagem expressa no texto, esses recursos classificam-se como endofóricas. Enquanto a anáfora
retoma um componente, a catáfora o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual.

As regras de coesão
Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as regras relacionadas abaixo sejam seguidas.
Referência
– Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos.
Exemplo:

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«Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de departamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal
anafórica (retoma termo já mencionado).
– Comparativa: emprego de comparações com base em semelhanças.
Exemplo:
“Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência comparativa endofórica.
– Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes demonstrativos.
Exemplo:
“Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.” Temos uma referência demonstrativa catafórica.
– Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja nome, verbo ou frase, por outro, para que ele
não seja repetido.
Analise o exemplo:
“Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.”
Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é evidente principalmente no fato de que a substi-
tuição adiciona ao texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o pronome pessoal retoma
as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar quaisquer informações ao texto.
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual – nominal, verbal ou frasal – por meio da figura
denominando eclipse.
Exemplo:
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que proporciona o entendimento da segunda oração,
pois o leitor fica ciente de que o locutor está procurando por Ana.
– Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações.
Exemplo:
“Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente aconteceu.” Conjunção concessiva.
– Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem parte de um mesmo campo lexical ou que
carregam sentido aproximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos, entre outros.
Exemplo:
“Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está dando conta da demanda populacional.”
— Coerência Textual
A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto que se origina da sua argumentação – con-
sequência decorrente dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto redundante e contradi-
tório, ou cujas ideias introduzidas não apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência preju-
dica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer que a falta de coerência não consiste apenas
na ignorância por parte dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da emissão de ideias
contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
Observe os exemplos:
“A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até o momento.” Aqui, temos um processo verbal
acabado e um inacabado.
“Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos não consomem produtos de origem animal.
Princípios Básicos da Coerência
– Relevância: as ideias têm que estar relacionadas.
– Não Contradição: as ideias não podem se contradizer.
– Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes.

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Fatores de Coerência
– As inferências: se partimos do pressuposto que os interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as
inferências podem simplificar as informações.
Exemplo:
“Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que voltagem da lavadora é 220w”.
Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de que existe um local adequado para ligar deter-
minado aparelho.
– O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem de saberes adquirida ao longo da vida e que é
arquivada na nossa memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts (roteiros, tal como normas
de etiqueta), planos (planejar algo com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de funciona-
mento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã, sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
Exemplo:
“Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!”
O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são
elementos, os chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e nada têm a ver com o Natal.

Significação contextual de palavras e expressões. Sinônimos e antônimos. Sentido


próprio e figurado das palavras

Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo da semântica, a área da gramática que se dedica
ao sentido das palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas.
Denotação e conotação
Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das palavras, enquanto a conotação diz respeito ao
sentido figurado das palavras. Exemplos:
“O gato é um animal doméstico.”
“Meu vizinho é um gato.”
No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro sentido, indicando uma espécie real de
animal. Na segunda frase, a palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma de dizer que
ele é tão bonito quanto o bichano.
Hiperonímia e hiponímia
Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo, palavra superior com um sentido mais abrangen-
te, engloba um hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito.
Exemplos:
– Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia.
– Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho.
Polissemia e monossemia
A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra apresentar uma multiplicidade de significados, de
acordo com o contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas palavras apresentam apenas
um significado. Exemplos:
– “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma ou um órgão do corpo, dependendo do
contexto em que é inserida.
–Apalavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica.

Sinonímia e antonímia

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A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem semelhantes em significado. Já antonímia se refe-
re aos significados opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras expressam proximidade
e contrariedade.
Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido = veloz.
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x atrasado.
Homonímia e paronímia
A homonímia diz respeito à propriedade das palavras apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas
distinção de sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas distinção gráfica e de sentido (pala-
vras homófonas) semelhanças gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas). A paronímia
se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de forma parecida, mas que apresentam significados
diferentes. Veja os exemplos:
– Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo caminhar); morro (monte) e morro (verbo
morrer).
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar (definir o preço); arrochar (apertar com força)
e arroxar (tornar roxo).
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar); boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro
(pranto) e choro (verbo chorar) .
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e
cumprimento (saudação).

Classes de palavras: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem:


substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção

— Definição
Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra exis-
tente na língua portuguesa condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função.
Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe gramatical. 
— Artigo 
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero. 
A classificação dos artigos 
Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para referirem-se a um ser específico por já
ter sido mencionado ou por ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número
(singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada es-
pécie, cujo conhecimento não é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que
aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:

NÚMERO/
MASCULINO FEMININO EXEMPLOS
GÊNERO
Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma Vi uma moça em frente à
casa.
Localizei uns documentos
antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas
velhas.

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Outras funções do artigo 
Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substantivos
a partir do emprego do artigo. Observe:  
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo
do enunciado.  
Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode
exprimir relação de posse. Por exemplo: 
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome posses-
sivo dela.
Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes
de numeral indica valor aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefini-
dos representa expressões como “por volta de” e “aproximadamente. Observe: 
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.” 
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.” 
Contração de artigos com preposições
Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando uma única palavra contraída. A tabela abaixo
ilustra como esse processo ocorre:

PREPOSIÇÃO
de em a per/por
singular o do no ao pelo
ARTIGOS masculi- plural os dos nos aos pelos
DEFINIDOS no
singular a da na à pela
feminino plural as das nas às pelas
singular um dum num
ARTIGOS masculi- plural uns duns nuns
INDEFINI- no
DOS singular uma duma numa
feminino plural umas dumas numas

— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos
e espirituais). Os substantivos se subdividem em: 
Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas
(Pedro, Paula) ou lugares (São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto,
caneta, cachorro). 
Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se
formado por outra palavra, é substantivo derivado (carruagem, planetário). 
Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo,
unicórnio); os que nomeiam sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  
Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada
(rebanho de gado), constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).  
— Adjetivo

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É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar o seu significado, atribuindo-lhe caracteri-
zação conforme uma qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade ou extensão à palavra,
locução, oração, pronome, enfim, ao que quer que seja nomeado.
Os tipos de adjetivos 
Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular);
apresenta mais de um radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo-limão).  
Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos
originados de verbo, substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: substantivo morte →
adjetivo mortal; adjetivo lamentar → adjetivo lamentável). 
Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou origem de uma pessoa (paulista, brasileiro,
mineiro, latino).  
O gênero dos adjetivos 
Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino, isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred
é um amigo leal.” / “Ana é uma amiga leal.”  
Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino
travesso.” / “Menina travessa”. 
O número dos adjetivos 
Por concordarem com o número do substantivo a que se referem, os adjetivos podem estar no singular ou
no plural. Assim, a sua composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa instruída → pessoas instru-
ídas; campo formoso → campos formosos.
O grau dos adjetivos
Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo (compara qualidades) e superlativo (intensifica
qualidades).
Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom quanto o anterior.”  
Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do que Luciana.” 
Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento do que a equipe.”   
Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo, podendo ser: 
– Analítico - “A modelo é extremamente bonita.” 
– Sintético - “Pedro é uma pessoa boníssima.” 
Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de: 
– Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.” 
– Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”  
Pronome adjetivo 
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses pronomes alteram os substantivos aos quais
se referem. Assim, esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer concordância com os subs-
tantivos. Exemplos: “Esta professora é a mais querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o subs-
tantivo comum professora). 
Locução adjetiva 
Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras, que, associadas, têm o valor de um único adje-
tivo. Basicamente, consiste na união preposição + substantivo ou advérbio.
Exemplos: 
– Criaturas da noite (criaturas noturnas). 
– Paixão sem freio (paixão desenfreada). 

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– Associação de comércios (associação comercial). 
— Verbo
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo, fenômeno da natureza e estado. Os verbos se
subdividem em: 
Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não têm seu radical modificado e preservam a
mesma desinência do verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação), “-er” (segunda conju-
gação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe o exemplo do verbo “nutrir”:
– Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu significado).
– Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e, tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a,
2a, 3a), número (singular ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo (pretérito, presente ou
futuro). Perceba que a conjugação desse no presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações,
tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro; tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós
nutris; eles/elas nutrem.
– Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos regulares, têm seu radical modificado quando
conjugados e /ou têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma. Exemplo: analise o verbo di-
zer conjugado no pretérito perfeito do indicativo: Eu disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; vós disses-
tes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda conjugação (-er) tem seu radical, diz, alterado, além
de apresentar duas desinências distintas do verbo paradigma”.  Se o verbo dizer fosse regular, sua conjugação
no pretérito perfeito do indicativo seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram. 
— Pronome 
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem fala, com quem se fala e de quem se fala),
a posse de um objeto e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em número e gênero. Os
pronomes podem suplantar o substantivo ou acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome
substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos,
interrogativos, indefinidos e relativos. 
Pronomes pessoais 
Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso (pessoas gramaticais), e se subdividem em prono-
mes do caso reto (desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos (atuam como complemen-
to), sendo que, para cada caso reto, existe um correspondente oblíquo.

CASO RETO CASO OBLÍQUO


Eu Me, mim, comigo.
Tu Te, ti, contigo.
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Nós Nos, conosco.
Vós Vos, convosco.
Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.

Observe os exemplos: 
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que?
O forno. 
Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na nos, e nas desempenham apenas
a função de objeto direto.  
Pronomes possessivos 
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.

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PESSOA DO
PRONOME
DISCURSO
1a pessoa – Eu Meu, minha, meus, minhas
2a pessoa – Tu Teu, tua, teus, tuas
3a pessoa– Seu, sua, seus, suas

Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).
Pronomes de tratamento
Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o
pronome você. Eles têm a função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de
comunicação). São divididos conforme o nível de formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome
de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução (diálogo), à qual seria adequado o emprego do
pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser
usados em 3a pessoa.

PRONOME USO ABREVIAÇÕES


Você situações informais V./VV
Senhor (es) e Sr. Sr.a (singular) e Srs. ,
pessoas mais velhas
Senhora (s) Sra.s. (plural)
Vossa Senhoria em correspondências e outros textos redigidos V. S.a/V.Sas
altas autoridades, como Presidente da Repúbli-
Vossa Excelência V. Ex.a/ V. Ex.as
ca, senadores, deputados, embaixadores
Vossa Magnificên-
reitores das Universidades V. Mag.a/V. Mag.as
cia
V.A (singular) e V.V.A.A.
Vossa Alteza príncipes, princesas, duques
(plural)
Vossa Reverendís-
sacerdotes e religiosos em geral V. Rev. m.a/V. Rev. m. as
sima
Vossa Eminência cardeais V. Ex.a/V. Em.as
Vossa Santidade Papa V.S.

Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso –
nesse último caso, o pronome determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em
gênero e número.

PESSOA DO
PRONOMES POSIÇÃO
DISCURSO
Os seres ou objetos estão próximos da pessoa
1a pessoa Este, esta, estes, estas, isto.
que fala.
Esse, essa, esses, essas, Os seres ou objetos estão próximos da pessoa
2a pessoa
isso. com quem se fala.
Aquele, aquela, aqueles,
3a pessoa Com quem se fala.
aquelas, aquilo.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

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Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do
discurso. Os pronomes indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis
(não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida
ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de
modo vago, pois não se sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase
“criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem
especificar de quais lojas se trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS


Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo, um, tan-
VARIÁVEIS
to, quanto, bastante, vários, quantos, todo.
Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais, outrem,
INVARIÁVEIS
tudo.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, sendo impor-
tante, portanto, para prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual,
cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos
(“pessoas” e “história”) e se relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o
substantivo dito anteriormente (“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos,
VARIÁVEIS
quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos 
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e
indiretas. Exemplos: 
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta) 
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta,
quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

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— Advérbio 
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o
objetivo de modificar ou intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os
advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo, lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprova-
ção, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior, de-
pressa, devagar. “Coloquei-o cuidadosamente no ber-
ADVÉRBIO DE ço.”
MODO Grande parte das palavras termi-
nam em “-mente”, como cuidadosa- “Andou depressa por causa da chuva”
mente, calmamente, tristemente.
“O carro está fora.”
ADVERBIO DE LU- Perto, longe, dentro, fora, aqui, ali,
“Foi bem no teste?”
GAR lá e atrás.
“Demorou, mas chegou longe!”
“Sempre que precisar de algo, basta
ADVÉRBIO DE Antes, depois, hoje, ontem, ama- chamar-me.”
TEMPO nhã sempre, nunca, cedo e tarde.
“Cedo ou tarde, far-se-á justiça.”
“Eles formam um casal tão bonito!”
ADVÉRBIO DE IN- Muito, pouco, bastante, tão, de-
“Elas conversam demais”
TENSIDADE mais, tanto.
“Você saiu muito depressa”
Sim e decerto e palavras afirmati-
“Decerto passaram por aqui”
vas com o sufixo “-mente” (certamen-
ADVÉRBIO DE
te, realmente). Palavras como claro e “Claro que irei!”
AFIRMAÇÃO
positivo, podem ser advérbio, depen-
“Entendi, sim.”
dendo do contexto.
Não e nem. Palavras como negati- “Jamais reatarei meu namoro com ele.”
ADVÉRBIO DE NE- vo, nenhum, nunca, jamais, entre ou-
“Sequer pensou para falar.”
GAÇÃO tras, podem ser advérbio de negação,
conforme o contexto. “Não pediu ajuda.”
“Quiçá seremos recebidas.”
Talvez, quiçá, porventura e palavras
ADVÉRBIO DE
que expressem dúvida acrescidas do “Provavelmente sairei mais cedo.”
DÚVIDA
sufixo “-mente”, como possivelmente.
“Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?” (oração inter-
Quando, como, onde, aonde, don- rogativa direta, que indica causa)
de, por que. Esse advérbio pode in- “Quando posso sair?” (oração interro-
ADVÉRBIO DE IN- dicar circunstâncias de modo, tempo, gativa direta, que indica tempo)
TERROGAÇÃO lugar e causa. É usado somente em
frases interrogativas diretas ou indire- “Explica como você fez isso.”
tas. (oração interrogativa indireta, que indi-
ca modo).

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado
ou oração e, com isso, estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados.
Em função dessa relação entre os termos conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente
e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras palavras, as conjunções são um vínculo en-
tre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão ao enunciado.

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Conjunções coordenativas: observe o exemplo:
“Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e cha-
maram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em
um mesmo período: além de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há rela-
ção de dependência entre ambas as sentenças, e que, para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da
outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as relaciona, como coordenativa.
Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:
“Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”
Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além dis-
so, notamos que o sentido da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primei-
ra. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração principal, enquanto a segunda, de oração subordinada.
Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.
Classificação das conjunções
Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e
subordinação), as conjunções possuem subdivisões.
Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco sub-
classificações, em função o sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


Estabelecer relação de adição (po- “No safári, vimos girafas, leões e ze-
Conjunções coor- sitiva ou negativa). As principais con- bras.” /
denativas aditivas junções coordenativas aditivas são “Ela ainda não chegou, nem sabemos
“e”, “nem” e “também”. quando vai chegar.”
Estabelecer relação de oposição. “Havia flores no jardim, mas estavam
Conjunções coor-
denativas As principais conjunções coordenati- murchando.” /
vas adversativas são “mas”, “porém”, “Era inteligente e bom com palavras,
adversativas “contudo”, “todavia”, “entretanto”. entretanto, estava nervoso na prova.”
Estabelecer relação de alternância. “Pode ser que o resultado saia amanhã
Conjunções coor-
As principais conjunções coordena- ou depois.” /
denativas
tivas alternativas são “ou”, “ou... ou”, “Ora queria viver ali para sempre, ora
alternativas “ora... ora”, “talvez... talvez”.. queria mudar de país.”
Conjunções coor- Estabelecer relação de conclusão. “Não era bem remunerada, então deci-
denativas As principais conjunções coordena- di trocar de emprego.” /
tivas conclusivas são “portanto”, “en-
conclusivas tão”, “assim”, “logo”. “Penso, logo existo.”

Estabelecer relação de explicação. “Quisemos viajar porque não consegui-


Conjunções coor-
denativas As principais conjunções coordenati- ríamos descansar aqui em casa.” /
vas explicativas são “porque”, “pois”, “Não trouxe o pedido, pois não havia
explicativas “porquanto”. ouvido.”

Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjun-
ção subordinativa pode ser de dois subtipos:  
1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indi-
reto, predicativo, complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:  
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”   

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“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.” 
2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adver-
bial relacionada à oração principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo: 

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


Que e se. Analise:
São empregadas para introduzir a
oração que cumpre a função de sujei- “É obrigatório que o senhor compareça
Conjunções Inte-
to, objeto direito, objeto indireto, predi- na data agendada.” e
grantes
cativo, complemento nominal ou apos-
“Gostaria de saber se o resultado sairá
to de outra oração.
ainda hoje.”
Conjunções subor-
nativas Introduzem uma oração subordina- Porque, pois, por isso que, uma vez
da que denota causa. que, já que, visto que, que, porquanto.
causais
Conjunções subor- Estabelecer relação de alternância.
nativas As principais conjunções coordena-
Conforme, segundo, como, consoante.
tivas alternativas são “ou”, “ou... ou”,
conformativas “ora... ora”, “talvez... talvez”..
Conjunções subor- Introduzem uma oração subordina-
Se, caso, salvo se, desde que, contan-
nativas da em que é indicada uma hipótese
to que, dado que, a menos que, a não ser
ou uma condição necessária para que
condicionais que.
seja realizada ou não o fato principal.
Mais, menos, menor, maior, pior, me-
Conjunções subor- lhor, seguidas de que ou do que. Qual
nativas Introduzem uma oração que ex-
depois de tal. Quanto depois de tanto.
pressa uma comparação.
comparativas Como, assim como, como se, bem como,
que nem.
Conjunções subor- Indicam uma oração em que se ad- Por mais que, por menos que, apesar
nativas mite um fato contrário à ação principal, de que, embora, conquanto, mesmo que,
concessivas mas incapaz de impedí-la. ainda que, se bem que.
Introduzem uma oração, cujos
Conjunções subor- acontecimentos são simultâneos, con-
nativas À proporção que, ao passo que, à me-
comitantes, ou seja, ocorrem no mes-
dida que, à proporção que.
proporcionais mo espaço temporal daqueles conti-
dos na outra oração.
Conjunções subor- Introduzem uma oração subordi- Depois que, até que, desde que, cada
nativas nada indicadora de circunstância de vez que, todas as vezes que, antes que,
temporais tempo. sempre que, logo que, mal, quando.

Conjunções subor- Tal, tão, tamanho, tanto (em uma ora-


Introduzem uma oração na qual é
nativas ção, seguida pelo que em outra oração).
indicada a consequência do que foi
De maneira que, de forma que, de sorte
consecutivas declarado na oração anterior.
que, de modo que.
Conjunções subor-
nativas Introduzem uma oração indicando
A fim de que, para que.
a finalidade da oração principal.
finais

— Numeral

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É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro
de uma sequência. Os numerais podem ser: cardinais (um, dois, três), ordinais (primeiro, segundo, terceiro),
fracionários (meio, terço, quarto) e multiplicativos (dobro, triplo, quádruplo). Antes de nos aprofundarmos em
cada caso, vejamos o emprego dos numerais, que tem três principais finalidades: 
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após,
devem ser utilizados os numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10 (Parágrafo
10). 
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exce-
ção é a indicação do primeiro dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis
de outubro; primeiro de agosto. 
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até
o décimo; após o décimo utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Hen-
rique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis). 
Os tipos de numerais 
Cardinais: são os números em sua forma fundamental e exprimem quantidades.
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.  
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, quinhentos/quinhentas). 
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/tri-
lhões, e assim por diante. 
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio
e Pedro fizeram o teste, mas os dois/ambos foram reprovados. 
Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é,
apresentam a ordem de sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos. 
– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos:
primeiro/primeira, primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, trigésimo/trigésimos, trigésima/trigé-
simas.  
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Exemplo: A carne de segunda está na promoção.  
Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas reduzidas, ou seja, para representar uma parte de
um todo. Exemplos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três quartos (¾), 1/12 avos.  
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural).
Exemplos: meio copo de leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.   
Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas,
ao atribuir-lhes uma característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. Exemplos: dobro, triplo,
undécuplo, doze vezes, cêntuplo.  
– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando atuam como adjetivo, pois, nesse caso, pas-
sam a flexionar número e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios, duplos sentidos. 
Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem quantidades precisas, como dezena (10 unidades)
ou dúzia (12 unidades). 
– Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, cen-
tena/centenas. 
— Preposição
Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações gramaticais que outras classes (substantivos, ad-
jetivos, verbos e advérbios) exercem no discurso.  Por apenas marcarem algumas relações entre as unidades
linguísticas dentro do enunciado, as preposições não possuem significado próprio se isoladas no discurso. Em
razão disso, as preposições são consideradas classe gramatical dependente, ou seja, sua função gramatical
(organização e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico, que gera significado e sentido,
esteja presente, possui um valor menor.

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Classificação das preposições 
Preposições essenciais: são aquelas que só aparecem na língua propriamente como preposições, sem outra
função. São elas: a, antes, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por (ou per, em dadas
variantes geográficas ou históricas), sem, sob, sobre, trás.
Exemplo 1 – ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em ambas as sentenças, a preposição de man-
teve-se sempre sendo preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades linguísticas diferentes,
garantindo-lhes classificações distintas conforme o contexto. 
Exemplo 2 – “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei o quadro com textura.” Perceba que nas
duas fases, a mesma preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/instrumento; na segun-
da, exprime companhia. Por isso, afirma-se que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
valor estrutural (gramática).
Classificação das preposições 
Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não apresentam função de preposição, porém, a
depender do contexto, podem assumir essa atribuição.  São elas: afora, como, conforme, durante, exceto, feito,
fora, mediante, salvo, segundo, visto, entre outras.
Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do suspeito apresentaram contradições.” A palavra “segun-
do”, que, normalmente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao ser inserida nesse contexto, passou
a ser uma preposição acidental, por tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.  
Locuções prepositivas 
Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e emprego de uma preposição. As principais locuções
prepositivas são constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da preposição de, a ou com. Confira
algumas das principais locuções prepositivas. 

abaixo de de acordo junto a


acerca de debaixo de junto de
acima de de modo a não obstante
a fim de dentro de para com
à frente de diante de por debaixo de
antes de embaixo de por cima de
a respeito de em cima de por dentro de
atrás de em frente de por detrás de
através de em razão de quanto a
com respeito a fora de sem embargo de

— Interjeição 
É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que manifestam por parte do emissor do enunciado
uma surpresa, uma hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc., por parte do emissor do
enunciado. São as chamadas unidades autônomas, que usufruem de independência em relação aos demais
elementos do enunciado.  As interjeições podem ser empregadas também para chamar exigir algo ou para cha-
mar a atenção do interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como: 
– Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras que, associadas, assumem o valor de interjei-
ção. Exemplos: “Ai de mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”. 
– Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!” 
– Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!» 
Os tipos de interjeição
De acordo com as reações que expressam, as interjeições podem ser de:

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ADMIRAÇÃO “Ah!”, “Oh!”, “Uau!”
ALÍVIO “Ah!, “Ufa!”
“Coragem!”, “Força!”, “Va-
ANIMAÇÃO
mos!”
APELO “Ei!”, “Oh!”, “Psiu!”
APLAUSO “Bravo!”, “Bis!”
DESPEDIDA/SAUDAÇÃO “Alô!”, “Oi!”, “Salve!”, “Tchau!”
DESEJO “Tomara!”
DOR “Ai!”, “Ui!”
DÚVIDA “Hã?!”, “Hein?!”, “Hum?!”
ESPANTO “Eita!”, “Ué!”
IMPACIÊNCIA (FRUSTRA-
“Puxa!”
ÇÃO)
IMPOSIÇÃO “Psiu!”, “Silêncio!”
SATISFAÇÃO “Eba!”, “Oba!”
SUSPENSÃO “Alto lá!”, “Basta!”, “Chega!”

Concordância verbal e nominal

Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal estudam a sintonia entre os componentes
de uma oração.
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoria-
mente, concordar em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, 2a, ou 3a pessoa) com o
segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é flexionado para concordar com o sujeito.
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero (flexão em masculino e feminino) e número
entre os vários nomes da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos e o adjetivo. Em
outras palavras, refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal
concordância ocorre em gênero e pessoa
Casos específicos de concordância verbal
Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três situações em que o verbo no infinitivo é flexiona-
do:
I – Quando houver um sujeito definido;
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração forem distintos.
Observe os exemplos:
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
“Isto é para nós solicitarmos.”
Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão verbal quando o sujeito não for definido, ou
sempre que o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo em locuções verbais, com
verbos preposicionados e com verbos imperativos.
Exemplos:
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“Foram proibidos de realizar o atendimento.”

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Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos, verbo ficará sempre em concordância com a 3a
pessoa do singular, tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer, nevar, amanhecer.
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»
– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas professoras vigiando as crianças.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz duas horas que estamos esperando.”
Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há
concordância verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer no singular ou no plural:
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos do que ocorreria.”
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, ou faz concordância com o termo precedente ao
pronome, ou permanece na 3a pessoa do singular:
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo concorda com o termo que antecede o pronome:
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância
com a 3a pessoa do singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos ou por verbos transi-
tivos indiretos:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”
Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo concorda com o objeto direto, que desempenha
a função de sujeito paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”
Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria, a maior parte: preferencialmente, o verbo fará
concordância com a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode ser empregada:
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos entraram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das pessoas entenderam.”
Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve concordar em gênero e número com o substan-
tivo mais próximo, mas também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”
Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes
pessoais:
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”
Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo
permanece no singular, se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o substantivo deve
estar no plural:
– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o xadrez.”
– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e xadrez.”

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Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas expressões, o adjetivo flexiona em gênero e
número, sempre que houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse artigo, o adjetivo deve
permanecer invariável, no masculino singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É proibido circulação de pessoas não identifica-
das.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos permanece é invariável independente da sua atuação,
seja ela advérbio ou adjetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.”
Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, barato, meio e caro: esses termos instauram con-
cordância em gênero e número com o substantivo quando exercem função de adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.”

Regência verbal e nominal

Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando,
em um enunciado ou oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina
termo determinante, essa relação entre esses termos denominamos regência.
— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um subs-
tantivo, um adjetivo ou um advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse
pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.” 
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”
Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O
mesmo ocorre com os substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem
as preposições de e em para completude de seus sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que
regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição para que seu sentido seja
completo. 

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a

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avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de sedento de
obrigação
amigo de contemporâneo de dotado de livre de seguro de
de
orgulhoso
ávido de desejoso de fácil de longe de sonho de
de
impossível passível
capaz de diferente de louco de
de de
possível
cheio de difícil de incapaz de maior de
de

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal 
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os ter-
mos regidos. Um verbo possui a mesma regência do nome do qual deriva.
Observe as duas frases:
I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica
como verbo transitivo direto; “ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum
lugar), portanto, é verbo transitivo indireto.  

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No sentido de / pela REGE
VERBO EXEMPLO
transitividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assis-
NÃO “Por favor, assista o time.”
tência
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
“Assiste aos cidadãos o direito de protes-
pertencer SIM
tar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar desafio, dano, peso
SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
moral
fundamento / verbo
NÃO “Isso não procede.”
instransitivo
Proceder
“Essa conclusão procede de muito vivên-
origem SIM
cia.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar absorção ou respi-
NÃO “Evite aspirar fumaça.”
ração
consequência / ver- “A sua solicitação implicará alteração do
NÃO
Implicar bo transitivo direto meu trajeto.”
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege comple- “Chamo Talita de Tatá.”
apelido mento, com e sem
preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, che-
Chegar ga a algum lugar / ver- SIM “Quando chegar ao local, espere.”
bo transitivo indireto
quem obedece a
Obede-
algo / alguém / transi- SIM “Obedeçam às regras.”
cer
tivo indireto
verbo transitivo di-
Esquecer NÃO “Esqueci as alianças.”
reito
verbo transitivo di- ... exige um com-
Informar reito e indireto, portan- plemento sem e ou- “Informe o ocorrido ao gerente.”
to... tro com preposição
quem vai vai a al-
Ir gum lugar / verbo tran- SIM “Vamos ao teatro.”
sitivo indireto

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Quem mora em al- “Eles moram no interior.”
Morar gum lugar (verbo tran- SIM
sitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
verbo transitivio di-
Namorar NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
reito
verbo bi transitivo
Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
(direto e indireto)
quem simpatiza
Simpati- simpatiza com algo/
SIM “Simpatizei-me com todos.”
zar alguém/ verbo transiti-
vo indireto

Colocação pronominal

A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da frase. A tendência do português falado no
Brasil é o uso do pronome antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma culta prescreve o
emprego do pronome no meio – mesóclise – ou após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se inicia um período com pronome oblíquo átono.
Assim, se na linguagem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, formal, usa-se “Encon-
trei-me’’ com ele.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem as poucas regras de mesóclise e ênclise.
Assim, sempre que estas não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que prejudique a eufonia
da frase.
Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pacientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito anteposto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não sejam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando, tudo dá.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus intentos são para nos prejudicarem.
Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela preposição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com outras preposições é facultativo o emprego de
ênclise ou próclise: Apressei-me a convidá-los.

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Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de qualquer outro fator de atração, ocorrerá a pró-
clise.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?
Colocação do pronome átono nas locuções verbais
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal não vier precedida de um fator de próclise, o
pronome átono deverá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
Exemplos:
Devo-lhe dizer a verdade.
Devo dizer-lhe a verdade.
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes do auxiliar ou depois do principal.
Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade.
Não devo dizer-lhe a verdade.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois do infinitivo.
Exemplos:
Hei de dizer-lhe a verdade.
Tenho de dizer-lhe a verdade.
Observação
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo.

Crase

Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou “contração”, e ocorre entre duas vogais, uma
final e outra inicial, em palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a (preposição) + a (artigo femi-
nino) = aa à; a (preposição) + aquela (pronome demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + aquilo (pro-
nome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção das vogais, a crase, como regra geral, ocorre diante

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de palavras femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos aquilo e aquele, que recebem a
crase por terem “a” como sua vogal inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno de união
representado pelo acento grave.
A crase pode ser a contração da preposição a com:
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não assistiu às aulas.”
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: “Retorne àquele mesmo local.”
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às quais devemos o maior respeito e consi-
deração”.
Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de duas vogais a (preposição + artigo ou prepo-
sição + pronome) na construção sintática.
Técnicas para o emprego da crase
1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocor-
rerá crase diante da palavra feminina.
Exemplos:
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.”
“Comprei o carro / a moto.”
“Irei ao evento / à festa.”
2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir, chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se
aparecer a preposição da, ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não deve ser empre-
gado.
Exemplos:
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.”
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.”
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”
3 – Troque o termo regente da preposição a por um que estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas
preposições não se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas pela(s), na(s) ou da(s), a
crase não ocorrerá.
Exemplos:
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta de estudar / Insiste em estudar.”
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / Gosto de você / Penso em você.”
4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que expressam uma única ideia, a crase somente
deve ser empregada se a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como núcleo uma palavra
feminina, ocorrerá crase.
Exemplos:
“Tudo às avessas.”
“Barcos à deriva.”
5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:
Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão “moda de”, ficando somente o à explícito.
Exemplos:

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“Arroz à (moda) grega.”
“Bife à (moda) parmegiana.”
Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso de horas especificadas e definidas: Exem-
plos:
“À uma hora.”
“Às cinco e quinze”.

Pontuação

— Visão Geral
O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais gráficos que, em um período sintático, têm a fun-
ção primordial de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas e, ocasionalmente, manifestar as
propriedades da fala (prosódias) em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os gestos e as
expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a compreensão da frase.
O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
– Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos tipos textuais;
– Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
– Demarcar das unidades de um texto;
– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas.
— Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um enunciado
Vírgula
De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado para indicar que os termos por ela isolados,
embora compartilhem da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas, se, ao contrário, hou-
ver relação sintática entre os termos, estes não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo
tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em outras, ela é vetada. Confira os casos em que
a vírgula deve ser empregada:
• No interior da sentença
1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição:

ENUMERAÇÃO
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate.
Paguei as contas de água, luz, telefone e gás.

REPETIÇÃO
Os arranjos estão lindos, lindos!
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.

2 – Isolar o vocativo
“Crianças, venham almoçar!”
“Quando será a prova, professora?”
3 – Separar apostos
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”

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4 – Isolar expressões explicativas:
“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi responsabilizado.”
5 – Separar conjunções intercaladas
“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.”
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos funcionários do setor.”
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.”
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado:
“Estas alegações, não as considero legítimas.”
8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas por conjunções)
“Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas:
“São Paulo, 16 de outubro de 2022”.
10 – Marcar a omissão de um termo:
“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo “fazer”).
• Entre as sentenças
1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.”
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações iniciadas
pela conjunção “e”:
“Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos ajudasse.”
3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a principal:
“Quando será publicado, ainda não foi divulgado.”
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas ou reduzidas, especialmente as que ante-
cedem a oração principal:

Reduzida Por ser sempre assim, ninguém dá atenção!


Desenvolvida Porque é sempre assim, já ninguém dá atenção!

5 – Separar as sentenças intercaladas:


“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu leito, até que você se recupere por completo.”
• Antes da conjunção “e”
1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire valores que não expressam adição, como conse-
quência ou diversidade, por exemplo.
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.”
2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre que a conjunção “e” é reiterada com com
a finalidade de destacar alguma ideia, por exemplo:
“(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede; e dez meses de combates, e cem dias de
cancioneiro contínuo; e o esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)
3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”

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O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto
adnominal, nome e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração substantiva e oração subordi-
nada (desde que a substantivo não seja apositiva nem se apresente inversamente).
Ponto
1 – Para indicar final de frase declarativa:
“O almoço está pronto e será servido.”
2 – Abrevia palavras:
– “p.” (página)
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
– “Dr.” (Doutor)
3 – Para separar períodos:
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
Ponto e Vírgula
1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já se tenha utili-
zado a vírgula:
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG; nossa amiga, de praticar esportes.”
2 – Para separar os itens de uma sequência de itens:
“Os planetas que compõem o Sistema Solar são:
Mercúrio;
Vênus;
Terra;
Marte;
Júpiter;
Saturno;
Urano;
Netuno.”
Dois Pontos
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam
e/ou resumem ideias anteriores.
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.”
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela grande ofensa.”
2 – Para introduzirem citação direta:
“Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde,
tudo se transforma’.”
3 – Para iniciar fala de personagens:
“Ele gritava repetidamente:
– Sou inocente!”
Reticências
1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta sintaticamente:
“Quem sabe um dia...”

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2 – Para indicar hesitação ou dúvida:
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar ainda.”
3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o objetivo de prolongar o raciocínio:
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília -
José de Alencar).
4 – Suprimem palavras em uma transcrição:
“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner).
Ponto de Interrogação
1 – Para perguntas diretas:
“Quando você pode comparecer?”
2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para destacar o enunciado:
“Não brinca, é sério?!”
Ponto de Exclamação
1 – Após interjeição:
“Nossa Que legal!”
2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva
“Infelizmente!”
3 – Após vocativo
“Ana, boa tarde!”
4 – Para fechar de frases imperativas:
“Entre já!”
Parênteses
a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases intercaladas de valor explicativo, podendo
substituir o travessão ou a vírgula:
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como sempre)
quem seria promovido.”
Travessão
1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
“O rapaz perguntou ao padre:
— Amar demais é pecado?”
2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
“— Vou partir em breve.
— Vá com Deus!”
3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários:
“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:
“Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”
Aspas
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta, como termos populares, gírias, neologismos,
estrangeirismos, arcaísmos, palavrões, e neologismos.

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“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
“A reunião será feita ‘online’.”
2 – Para indicar uma citação direta:
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de Assis)

Exercícios

1.(VUNESP - Tec (Jaguariúna)/Pref Jaguariúna/Segurança do Trabalho/2021)


Leia o texto para responder à questão.
Gosto de escrever sobre cinema com certa regularidade, embora, às vezes, alguém me reprove por só falar
de filmes antigos. Mas nem podia ser diferente: minha única ida ao cinema nos últimos dez anos foi para uma
sessão especial de “Um Corpo que Cai” (1958) em versão restaurada. Sessão, aliás, memorável, exceto pelos
maxilares triturando pipoca ao meu redor e competindo com a música do filme.
(Ruy Castro. O passado logo ali. Folha de S.Paulo, 18.07.2021. Adaptado)
Com o emprego do adjetivo em destaque na frase – Sessão, aliás, memorável... – o autor do texto qualifica
a sessão de cinema como algo que
(A) remete a acontecimentos maçantes.
(B) se revelou abaixo das expectativas.
(C) se tornou bastante constrangedor.
(D) é muito difícil de ser compreendido.
(E) merece ser conservado na lembrança.
2.(VUNESP - Cont (Pref RP)/Pref RP/2021)
Assinale a alternativa que preenche as lacunas do texto a seguir, de acordo com a norma-padrão de concor-
dância e de colocação dos pronomes átonos.
Talvez estrangeiros interessados em investir nos projetos que na empresa. as circunstâncias,
nunca desprezar recursos e procuramos parceiros o mais confiáveis para trabalhar conosco.
(A) houvessem ... desenvolvia-se ... dado ... poderiam -se ... possível
(B) houvessem ... se desenvolvia ... dado ... se poderiam ... possíveis
(C) houvesse ... desenvolviam-se ... dadas ... se poderia ... possível
(D) houvesse ... se desenvolviam ... dadas ... se poderiam ... possível
(E) houvesse ... se desenvolvia ... dadas ... poderia se ... possíveis
3.(VUNESP - CFO/QC (EsFCEx)/EsFCEx/Magistério de Português/2021)
Assinale a alternativa que dá sequência ao trecho a seguir, preservando a correlação verbal e a lógica da
sequência. De nós, mortais, esse destino
(A) dizia que certamente pouco importem nossas virtudes ou vícios, pois éramos todos sacrificados: fracas-
samos na vida porque morreremos, e o universo nos será indiferente.
(B) diria que talvez pouco importassem nossas virtudes ou vícios, pois seríamos todos sacrificados: fracas-
saríamos na vida porque morreríamos, e o universo nos seria indiferente.
(C) dirá que efetivamente pouco importariam nossas virtudes ou vícios, pois éramos todos sacrificados: fra-
cassemos na vida porque morremos, e o universo nos será indiferente.
(D) disse que seguramente pouco importassem nossas virtudes ou vícios, pois seríamos todos sacrificados:
fracassaremos na vida porque morremos, e o universo nos era indiferente.

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(E) dissera que provavelmente pouco importem nossas virtudes ou vícios, porque fôramos todos sacrifica-
dos: fracassemos na vida porque morríamos, e o universo nos fosse indiferente.
4.(VUNESP - Jorn (Jaguariúna)/Pref Jaguariúna/2021)
Leia o texto, para responder à questão.
Fim de uma história
Imagine um endereço onde, quase todos os dias, a partir de 1935, podiam ser vistos Carlos Drummond de
Andrade, Manuel Bandeira, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Marques Rebelo e tantos outros, quem sabe ao
mesmo tempo e a fim da mesma raridade. Esse endereço era a Livraria São José, um reduto de livros novos e
usados tomando três números, 38, 40 e 42, da rua São José, no Centro do Rio, ela própria uma rua tão velha
quanto a cidade e já com esse nome desde 1600. Nenhuma rua tão adequada para uma livraria como a São
José.
Adolescente, tive a felicidade de pegá-la ainda nos três números, antes que se mudasse para o 70 da mes-
ma rua São José, em 1967, e depois, em sucessão, para o 71 da rua do Carmo em 1975 e para o 37 da rua
1o de Março em 2004 – sempre desalojada pela ganância imobiliária. Nos primeiros endereços, tive também a
sorte de ver passar entre as bancadas Carlos Ribeiro, seu lendário fundador. Muitos escritores lhe deviam tudo,
até a carreira. Nenhum jamais o visitou na clínica geriátrica na ilha do Governador, onde morreria, em 1993,
aos 85 anos.
Carlos Ribeiro começou a morrer em 1979, quando, cansado, repassou a livraria para os funcionários mais
queridos, um deles, José Germano, que a levaria até o fim. Este fim se deu em fevereiro último quando, espre-
mida numa sala comercial na rua da Quitanda, a São José já se reduzira a um lampejo na memória de seus
antigos clientes.
Assim como Carlos Ribeiro, a São José morre também aos 85 anos. É mais um pedaço da nossa história
que se vai.
Mas olho hoje para minhas prateleiras e ainda vejo dezenas de livros que comprei nela. É como se continu-
asse viva em cada um deles.
(Ruy Castro. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2021/04/ fim-de-uma-historia.shtml.
11.04.2021. Adaptado)
Considere a seguinte passagem do texto, para responder à questão:
... espremida numa sala comercial na rua da Quitanda, a São José já se reduzira a um lampejo na memória
de seus antigos clientes.
A forma verbal “se reduzira”, em destaque, pode ser adequadamente substituída, sem prejuízo de sentido
ao texto, pela forma composta
(A) tinha se reduzido.
(B) terá se reduzido.
(C) tendo se reduzido.
(D) teria se reduzido.
(E) tem se reduzido.
5.(VUNESP - Tec (Jaguariúna)/Pref Jaguariúna/Segurança do Trabalho/2021)
Leia o texto para responder à questão.
Confinamento na pandemia faz crescer casos de miopia em crianças
As crianças, especialmente aquelas com idades entre 6 e 8 anos, estão ficando mais míopes na pandemia.
Segundo oftalmologistas, os períodos mais longos dentro de casa, longe da luz natural e encarando telas pe-
quenas sem descanso, são os principais responsáveis pelo aumento de casos do distúrbio nessa faixa etária.
Em um artigo publicado em janeiro deste ano na revista científica Jama Ophthalmology, pesquisadores da
China relatam que, em 2020, o número de casos de miopia nas crianças entre 6 e 8 anos cresceu até três
vezes em comparação com os cinco anos anteriores. No Brasil, a situação é semelhante. Com as aulas regu-

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lares interrompidas há mais de um ano e as medidas restritivas para diminuir a circulação de pessoas e evitar
a transmissão da Covid-19, os mais jovens passaram muito mais tempo dentro de casa no ano de 2020. As
consequências já são percebidas nos consultórios médicos.
Segundo o oftalmologista Emerson Castro, do Hospital Sírio- Libanês, o esperado era que os atendimentos
diminuíssem durante a pandemia, mas isso não aconteceu: “Estou atendendo mais pacientes agora. O olho é
a nossa comunicação com o mundo e todos o estão usando ainda mais neste período, crianças e adultos”, diz.
A miopia é a dificuldade para enxergar coisas que estão mais longe. O distúrbio visual surge quando o olho
cresce mais do que deveria, e isso dificulta ver com clareza coisas mais distantes. No caso dos mais jovens, os
médicos apontam alguns motivos para o aumento da miopia. O primeiro seria o uso de telas, principal distração
durante o confinamento.
Para evitar que o problema apareça, os especialistas sugerem descansos periódicos a cada 30 minutos ou
1 hora de uso contínuo de tela. Os médicos alertam ainda que telas muito pequenas, como as de telefones e
tablets, são as mais prejudiciais. Computadores e televisões geralmente ficam mais distantes dos olhos e fa-
zem menos mal.
(Everton Lopes Batista. https://www1.folha.uol.com.br/ equilibrioesaude/. 19.04.2021. Adaptado)
Considere o seguinte trecho redigido a partir do texto:
As crianças têm passado muito tempo longe da luz natural, o que tem causado determinados distúrbios vi-
suais. Para especialistas, o fato de jovens estudantes estarem permanecendo mais tempo em casa obriga-
a usar ainda mais os olhos, o que contribui para a maior ocorrência desse problema que atinge nesse período.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas presentes no trecho devem ser preenchi-
das, respectivamente, com:
(A) lhes … os … os
(B) lhes … lhes … os
(C) lhes … lhes … lhes
(D) os … lhes … os
(E) os … os … lhes
6.(VUNESP - Ag Fisc (Rib Preto)/Pref RP/2021)
Escritório
Aluguei um escritório. Minha senhoria é a Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência – o que
quer dizer que começo bem, sob a égide de um santo de minha particular devoção. Espero que ele me assista
nesta grave emergência.
Grave, porque assumi compromisso, com contrato registrado e sacramentado, de cumprir fielmente o regu-
lamento do prédio na minha nova condição de inquilino. Não posso, por exemplo, colocar pregos que danifi-
quem as paredes.
Mas escritório de quê? Advocacia? A tanto não ousaria, sendo certo que minha qualidade de bacharel nun-
ca me animou sequer a ir buscar o diploma na Faculdade (onde, confio, esteja ainda bem guardado à minha
espera, se dele precisar para qualquer eventualidade: a de ser inesperadamente convocado à vida pública, por
exemplo, com uma honrosa nomeação, sacrifício a que seria difícil esquivar-me). Pelo que, não ousariam a esta
altura da minha vida, iniciar-me na profissão a que o dito diploma presumivelmente me habilita. Além do mais,
eu não poderia mesmo colocar o prego para dependurá-lo na parede.
Fica sendo então escritório, tão-somente. Nem mesmo de literatura: apenas um local onde possa acender
diariamente o forno (no sentido figurado, apresso-me a tranquilizar o condomínio) desta padaria literária de cujo
produto cotidiano, fresco ou requentado, vou vivendo como São Francisco é servido. Levo para o meu novo
covil uma mesa, uma cadeira, a máquina de escrever – e me instalo, à espera de meus costumeiros clientes.
Estranhos clientes estes, que entram pela janela, pelas paredes, pelo teto, trazidos pelas vozes de antiga-
mente, vindos numa página de jornal, ou num simples ruído familiar: projeção de mim mesmo, ecos de pensa-
mento, fantasmas que se movem apenas na lembrança, figuras feitas de ar e imaginação.

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(Fernando Sabino. A mulher do vizinho. Adaptado
No primeiro parágrafo, a palavra “senhoria” é empregada pelo narrado
(A) como referência à Ordem religiosa proprietária do imóvel.
(B) como deferência à autoridade eclesiástica que lhe alugou o imóvel.
(C) lcomo manifestação de apreço à entidade de caráter religioso.
(D) como tratamento formal para dirigir-se a seu locador.
(E) em sinal de respeito à hierarquia da Igreja.
7.(VUNESP - Elet (Pref F Vascon)/Pref F Vasconcelos/Predial/2021)
O ASSALTO
Carlos Drummond de Andrade
A casa luxuosa no Leblon é guardada por um cachorro de feia catadura, que dorme de olhos abertos, ou
talvez nem durma, de tão vigilante. Por isso, a família vive tranquila, e nunca se teve notícia de assalto à resi-
dência tão bem protegida.
Até a semana passada. Na noite de quinta-feira, um homem conseguiu abrir o pesado portão de ferro e
penetrar no jardim. Ia fazer o mesmo com a porta da casa, quando o cachorro, que muito de astúcia o deixara
chegar até lá, para acender-lhe o clarão de esperança e depois arrancar-lhe toda ilusão, avançou contra ele,
abocanhando-lhe a perna esquerda. O ladrão quis sacar do revólver, mas não teve tempo para isto. Caindo
ao chão, sob as patas do inimigo, suplicou-lhe com os olhos que o deixasse viver, e com a boca prometeu que
nunca mais tentaria assaltar aquela casa. Falou em voz baixa, para não despertar os moradores, temendo que
se agravasse a situação.
O animal pareceu compreender a súplica do ladrão, e deixou-o sair em estado deplorável. No jardim ficou
um pedaço de calça. No dia seguinte, a empregada não entendeu bem por que uma voz, pelo telefone, disse
que era da Saúde Pública e indagou se o cão era vacinado. Nesse momento o cão estava junto da doméstica,
e abanou o rabo, afirmativamente.
Assinale a alternativa em que o pronome destacado assume sentido possessivo.
(A) A casa luxuosa no Leblon é guardada por um molosso de feia catadura, que dorme de olhos abertos...
(B)... e depois arrancar-lhe toda ilusão, avançou contra ele, abocanhando-lhe a perna esquerda.
(C) lCaindo ao chão, sob as patas do inimigo, suplicou- -lhe com os olhos que o deixasse viver...
(D)... e com a boca prometeu que nunca mais tentaria assaltar aquela casa.
(E) Falou em voz baixa, para não despertar os moradores, temendo que se agravasse a situação.
8.(VUNESP - Tec CPDJ (TJM SP)/TJM SP/Desenvolvedor/2021)
Leia o texto, para responder a questão.
Diamantes no deserto
Vales marcados pela intensa aridez parecem ter se tornado ambientes ideais para o florescimento de frutos
típicos do século XXI: os produtos tecnológicos. O maior centro de inovação do planeta se encontra em uma
região seca da Califórnia. Todos os anos, o Vale do Silício concentra 50 bilhões de dólares de investimentos de
alto risco, usualmente destinados a startups – quase metade do montante movimentado dentro dos Estados
Unidos –, além de 15% da produção de patentes desse país.
A mais de 10 000 quilômetros de distância de lá, no Oriente Médio, o Deserto de Nevegue, em Israel, vê
crescer, sobre seu solo abrasador, um complexo industrial que põe o território em disputa direta com a cidade
chinesa de Shenzhen pelo posto de maior polo de inovação do mundo. No oásis tecnológico proliferam compa-
nhias de ponta, que se espalham ainda pela costa litorânea, nos arredores de Tel-Aviv, fazendo dessa peque-
níssima nação, com menos de 10% da área do Estado de São Paulo e população pouco maior que a da cidade
do Rio de Janeiro, um sinônimo de progresso.

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Como Israel transformou um deserto árido em centro de inovação mundial? Responde Ran Natanzon, es-
pecialista em vender tal faceta do país: “Trata-se de uma combinação dos seguintes fatores, todos igualmente
essenciais: somos uma nação altamente militarizada; mantemos a indústria em ligação com as pesquisas aca-
dêmicas; o governo atua para fomentar o setor; há operação ativa de fundos de investimentos e multinacionais;
e existe uma proliferação de startups”.
Todo israelense, homem ou mulher, é obrigado a servir no Exército ao completar 18 anos. O que não quer
dizer, no entanto, que o contingente completo vá para a linha de frente. Há, por exemplo, uma unidade, a 8 200,
integrante do Corpo de Inteligência das Forças de Defesa, cujos membros se dedicam a decifrar códigos de
computador. “Essa tropa fornece veteranos hábeis em trabalhar com segurança de dados digitais e em outras
áreas do mercado da tecnologia”, explicou o engenheiro israelense Lavy Shtokhamer, que chefia uma divisão
que mescla agentes ligados ao governo e representantes de empresas parceiras, como a IBM, em ações contra
ataques de hackers que têm como alvo Israel ou, como vem sendo mais frequente, sistemas de companhias
privadas.
(Filipe Vilicic. Veja, 12.02.2020. Adaptado)
Assinale a alternativa com os pronomes demonstrativos que retomam as expressões destacadas, dando se-
quência à passagem – ... o Deserto de Nevegue, em Israel, vê crescer, sobre seu solo abrasador, um complexo
industrial que põe o território em disputa direta com a cidade chinesa de Shenzhen pelo posto de maior polo de
inovação do mundo.
(A) Essa se destaca mundialmente; este se desenvolve a cada dia.
(B) Aquela se destaca mundialmente; aquele se desenvolve a cada dia.
(C) Esta se destaca mundialmente; aquele se desenvolve a cada dia.
(D) Essa se destaca mundialmente; esse se desenvolve a cada dia.
(E) Esta se destaca mundialmente; este se desenvolve a cada dia.
9.(VUNESP - Eng (Pref Jundiaí)/Pref Jundiaí/Civil/2022)
Leia fragmento da reportagem.
Num mundo ideal, o tamanho e a dieta dos peixes não seriam um problema. Mas, num mundo como o nos-
so, os oceanos se transformaram em depósito do lixo produzido pelo homem, esses são aspectos n ã o
podem ser ignorados.
Assinale a alternativa que apresenta termos que preenchem, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
(A) que … que
(B) em que … cujos
(C) em que … que
(D) cujos … de que
(E) que … de que
10.(VUNESP - Tec Leg (CMSJC)/CM SJC/2022)
Leia o texto, para responder a questão.
Uma geração de extraterrestres
Penso que Michel Serres seja a mente filosófica mais aguda na França de hoje e, como todo bom filósofo, é
capaz de dedicar-se também à reflexão sobre a atualidade. Uso despudoradamente (à exceção de alguns co-
mentários pessoais) um belíssimo artigo de Serres publicado em março de 2010 que recorda coisas que, para
os leitores mais jovens, dizem respeito aos filhos e, para nós, mais velhos, aos netos.
Só para começar, estes filhos ou netos nunca viram um porco, uma vaca, uma galinha. Os novos seres
humanos não estão mais habituados a viver na natureza, e só conhecem as cidades. Trata-se de uma das
maiores revoluções antropológicas depois do neolítico’ .

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Há mais de sessenta anos, os jovens europeus não conhecem guerras, beneficiam-se de uma medicina
avançada e não sofrem como sofreram seus antepassados. Então, que obras literárias poderão apreciar, visto
que não conheceram a vida rústica, as colheitas, os monumentos aos caídos, as bandeiras dilaceradas pelas
balas inimigas, a urgência vital de uma moral?
Foram formados por meios de comunicação concebidos por adultos que reduziram a sete segundos o tempo
de permanência de uma imagem e a quinze segundos o tempo de resposta às perguntas. São educados pela
publicidade que exagera nas abreviações e nas palavras estrangeiras e faz com que percam o senso da língua
materna. A escola não é mais o local da aprendizagem e, habituados aos computadores, esses jovens vivem
boa parte da sua vida no virtual. Nós vivíamos num espaço métrico perceptível, e eles vivem num espaço irreal
onde vizinhanças e distâncias não fazem mais a menor diferença.
Não vou me deter nas reflexões de Serres acerca das possibilidades de administrar as novas exigências
da educação. Em todo caso, sua panorâmica nos fala de um período semelhante, pela subversão total, ao da
invenção da escrita e, séculos depois, da imprensa. Só que estas novas técnicas hodiernas mudam em grande
velocidade. Por que não estávamos preparados para esta transformação?
Serres conclui que talvez a culpa seja também dos filósofos, que, por profissão, deveriam prever as mudan-
ças dos saberes e das práticas e não o fizeram de maneira suficiente porque, “empenhados na política de todo
dia, não viram chegar a contemporaneidade”. Não sei se Serres tem toda razão, mas alguma ele tem.
‘ Última divisão da Idade da Pedra, caracterizada pelo desenvolvimento da agricultura e a domesticação de
animais.
(Umberto Eco. Pape Satàn aleppe: crônicas de uma sociedade liquida. 2 ed. - Rio de Janeiro: Record, 2017.
Excerto adaptado)
O termo destacado na frase do 1º parágrafo - Uso despudoradamente (à exceção de alguns comentários
pessoais) um belíssimo artigo de Serres ... - exprime circunstância de
(A) modo, tendo como equivalente o termo “desavergonhadamente”.
(B) dúvida, tendo como equivalente o termo “indiferentemente”.
(C) negação, tendo como equivalente o termo “irresolutamente”.
(D) afirmação, tendo como equivalente o termo “indistintamente”.
(E) intensidade, tendo como equivalente o termo “involuntariamente”.
11.(VUNESP - ASoc (CODEN)/CODEN/2021)
Leia o texto para responder a questão.
Lições de vida
Em 2009, um avião pousou de emergência no rio Hudson. O piloto era Sully Sullenberger e as 155 pessoas a
bordo foram salvas por uma manobra impossível, perigosa, milagrosa. Sully virou herói e a lenda estava criada.
Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eastwood revisitou a lenda para contar o que aconte-
ceu depois do milagre: uma séria investigação às competências do capitão Sully Sullenberger. Ele salvara 155
pessoas, ninguém contestava. Mas foi mesmo necessário pousar no Hudson? Ou o gesto revelou uma impru-
dência criminosa, sobretudo quando existiam opções mais sensatas?
Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu veredicto: era possível ter evitado as águas
do rio e pousar em LaGuardia ou Teterboro. O próprio Sully começou a duvidar das suas competências. Todos
falhamos. Será que ele falhou?
Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oakeshott, cujo título é “Rationalism in Politics”. Ar-
gumenta o autor que, a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou- -se a mais influente moda intelectual
da Europa. Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na razão dos homens como guia único, supremo, da
conduta humana.
Para o racionalista, o conhecimento que importa não vem da tradição, da experiência, da vida vivida. O co-
nhecimento é sempre um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode ser resumido ou aprendido em
livros ou doutrinas.

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Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conhecimento técnico e práti-
co, mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresentados com rigor cartesiano.
Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sullenberger. O avião
perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente, procura a resposta no manual de
instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende que ele não basta para salvar o dia.
E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabedoria que não se en-
contra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equação matemática.
As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum é perpetuamente
devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbitas iluminações que só os seres hu-
manos, e não as máquinas, são capazes de entender.
Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernidade, mostrava como
a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio era, paradoxalmente, uma lição de
humildade e uma apologia da grandeza humana. Eastwood, aos 86 anos, traduziu essas imagens.
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)
Considere os trechos do texto.
Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando existiam opções mais sensatas? (2º pa-
rágrafo)
... mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresentados com rigor cartesiano. (6º parágrafo)
... contra toda a arrogância da modernidade, mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma
forma de salvação. (último parágrafo)
As expressões destacadas apresentam, correta e respectivamente, as circunstâncias adverbiais de
(A) afirmação; modo; dúvida.
(B) afirmação; finalidade; tempo.
(C) afirmação; modo; tempo.
(D) intensidade; finalidade; dúvida.
(E) intensidade; modo; tempo.
12.(VUNESP - Tec Leg (CMSJC)/CM SJC/2022)
Leia o texto para responder a questão.
Livros já venderam mais em 2021 do que em todo o ano passado, mostra pesquisa
A venda de livros em 2021 já superou todo o acumulado do ano passado em apenas dez meses, mostrando
que o mercado editorial vive um momento promissor. Foram vendidos 43,9 milhões de livros este ano, quando
em todo o ano de 2020 se comercializaram 41 ,9 milhões de exemplares: o crescimento foi de 33% em quanti-
dade de livros e de 31 % em faturamento.
Vale lembrar que, se o início da quarentena representou um baque forte para o mercado editorial, ele se re-
cuperou em poucos meses e terminou o ano passado com um resultado favorável. Editores têm apontado que
a pandemia estimulou a leitura, restando como uma possibilidade de lazer ainda acessível durante o período
de quarentena.
A política de descontos agressiva das plataformas online também ajudou a aumentar as vendas. Quem ain-
da sofre são as livrarias físicas, ameaçadas pela competição com gigantes virtuais que são capazes de praticar
preços mais baixos. O setor tem, por motivos como esse, voltado a se aglutinar em torno da ideia de uma lei
que estabeleça preço fixo para livros recém-lançados.
(Walter Porto. htlps:l/www1.folha. uol.com.br/ilustrada/2021 /12/ livros-ja-venderam-mais-em-2021 -do-que-
-em-todo-o-anopassado- mostra -pesqu isa.shtml. 06.12.2021. Adaptado)
O termo destacado na frase do último parágrafo - O setor tem, por motivos como esse, voltado a se aglutinar
em torno da ideia de uma lei. .. - forma uma expressão que enuncia

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(A) a causa de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.
(B) oposição à aglutinação do setor em torno da ideia de uma lei.
(C) o modo de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.
(D) o tempo da aglutinação do setor em torno da ideia de uma lei.
(E) a finalidade de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.
13.(VUNESP - Adv (PB Saúde)/PB Saúde/2021)
Leia o texto, para responder à questão.
O lugar de estudo era isso. Os alunos se imobilizavam nos bancos: cinco horas de suplício, uma crucifica-
ção. Não há prisão pior que uma escola primária do interior. A imobilidade e a insensibilidade me aterraram.
Abandonei os cadernos, não deixei que as moscas me comessem.
Assim, aos nove anos, ainda não sabia ler.
Ora, uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama.
Novidade: meu velho nunca se dirigia a mim. E eu, engolido o café, beijava-lhe a mão, porque isso era praxe,
mergulhava na rede e adormecia. Então, espantado, entrei no quarto, peguei com repugnância o antipático
objeto e voltei à sala. Aí recebi ordem para me sentar e abrir o volume.
Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo
uma cantilena medonha, indiferente à pontuação, saltando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir gritos.
No meio do capítulo meu pai pôs-se a conversar comigo, perguntou-me se eu estava compreendendo o que lia.
Explicou-me que se tratava de uma história, exigiu atenção e resumiu a parte já lida. Traduziu-me em linguagem
de cozinha diversas expressões literárias. Alinhei o resto do capítulo, diligenciando penetrar o sentido da prosa
confusa. E uma luzinha quase imperceptível surgia longe, apagava-se, ressurgia, vacilante, nas trevas do meu
espírito.
Recolhi-me preocupado: os fugitivos, os lobos, o lenhador e outros personagens da história agitaram-me o
sono. Dormi com eles, acordei com eles. À noite meu pai pediu novamente o volume, e a cena da véspera se
reproduziu: leitura emperrada, mal-entendidos, explicações. Na terceira noite fui buscar o livro espontanea-
mente, mas o velho estava sombrio e silencioso. E, no dia seguinte, quando me preparei para moer a narrativa,
afastou-me com um gesto, carrancudo.
Nunca experimentei decepção tão grande. Era como se tivesse descoberto uma coisa muito preciosa e de
repente a maravilha se quebrasse. E o homem que a reduziu a cacos, depois de me haver ajudado a encon-
trá-la, não imaginou a minha desgraça. A princípio foi desespero, sensação de perda e ruína, em seguida uma
longa covardia, a certeza de que as horas de encanto eram boas demais para mim e não podiam durar.
(Graciliano Ramos. Infância. 5. ed. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1961. Excerto adaptado)
O termo destacado na frase “… peguei com repugnância o antipático objeto e voltei à sala.” forma uma ex-
pressão indicativa de
(A) tempo.
(B) modo.
(C) dúvida.
(D) finalidade.
(E) intensidade.
14.(VUNESP - GCM (Osasco)/Pref Osasco/2022)
Leia o texto, para responder à questão.
China ultrapassa os EUA na produção científica
Pela primeira vez, a China superou os EUA em produção científica. Em 2020, instituições chinesas publica-
ram 788 mil artigos contra 767 mil das americanas. É possível relativizar esse dado.

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A China tem uma população quatro vezes maior que a americana, de modo que a produção per capita dos
EUA ainda é superior. A China também não tem ganhado tantos prêmios Nobel quanto os EUA, o que faz supor
que, nas áreas mais relevantes, os americanos liderem. Tudo isso é verdade, mas o fato é que a ciência chine-
sa vem evoluindo de forma robusta. Nada indica que um apagão esteja próximo.
A questão é relevante para os economistas liberais, particularmente os da escola institucionalista*. Para
eles, o crescimento sustentável só é possível quando as instituições políticas de um país são inclusivas e seus
cidadãos gozam de liberdade para decidir o que farão de suas vidas e recursos. Isso ocorre porque a prosperi-
dade duradoura depende de um fluxo constante de inovações, que resulte em ganhos de produtividade. Ainda
segundo os institucionalistas, regimes autoritários, como o chinês, não asseguram a liberdade necessária para
que ciência e tecnologia se desenvolvam.
É possível que tais economistas tenham razão e que a China, por um déficit de liberdade, não consiga man-
ter o ritmo. Já vimos ditaduras colapsarem porque ficaram para trás na corrida tecnológica. O caso mais notório
é o da URSS, que, embora tenha chegado a liderar a ciência espacial, não foi capaz de manter-se competitiva
em outras áreas, com reflexos na economia.
Mas não dá para descartar a hipótese de que os institucionalistas estejam errados. Não me parece em
princípio impossível para um regime assegurar as liberdades necessárias para manter a ciência e a economia
funcionando sem estendê-las à política. Ditaduras podem se reinventar.
* Corrente de pensamento econômico que analisa o papel instituições para o comportamento da economia.
(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/ 2021/12/china-ultrapassa-
-os-eua-na-producao-cientifica.shtml.
31.12.2021. Adaptado)
A expressão destacada em negrito na passagem do segundo parágrafo “A China tem uma população quatro
vezes maior que a americana, de modo que a produção per capita dos EUA ainda é superior.” estabelece rela-
ção com sentido de
(A) consequência.
(B) comparação.
(C) proporção.
(D) condição.
(E) oposição.
15.(VUNESP - Proc (Pref Jundiaí)/Pref Jundiaí/2021)
Vida média
Continuamos a acreditar que vivemos numa época em que a tecnologia dá passos gigantes e diários, a
perguntar onde vamos parar com a globalização, mas refletimos com menos frequência sobre o fato de que o
aumento do tempo médio de vida é o maior avanço da humanidade – e neste campo a aceleração supera a de
qualquer outra façanha. Na verdade, o troglodita que conseguiu produzir fogo artificialmente já havia compre-
endido obscuramente que o homem poderia dominar a natureza. Desde a invenção do vapor ficou claro que
conseguiríamos multiplicar a velocidade dos deslocamentos, assim como já se podia supor que um dia chegarí-
amos à luz elétrica. Mas durante séculos os homens sonharam em vão com o elixir da longa vida e com a fonte
da juventude eterna. Na Idade Média existiam ótimos moinhos de vento, mas existia também uma igreja que os
peregrinos procuravam para obter o milagre de viver até os 40 anos.
Fomos à Lua há muitos anos e ainda não conseguimos ir a Marte, mas na época do desembarque lunar uma
pessoa de 70 anos já havia chegado ao fim da vida, enquanto hoje temos esperanças razoáveis de chegar aos
90. Em suma, o grande progresso ocorreu no campo da vida, não no campo dos computadores.
Muitos dos problemas que devemos enfrentar hoje têm relação com o aumento do tempo médio de vida. E
não estou falando apenas das aposentadorias. A imensa migração do Terceiro Mundo para os países ociden-
tais nasce certamente da esperança de milhares de pessoas de encontrar comida, trabalho e principalmente
de chegar a um mundo onde se vive mais – ou, seja como for, fugir de um outro mundo onde se morre cedo
demais. No entanto – embora não tenha as estatísticas à mão –, creio que a soma que gastamos em pesquisas

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gerontológicas e em medicina preventiva seja infinitamente menor do que o investimento em tecnologia bélica e
em informática. Sabemos muito bem como destruir uma cidade ou como transportar informação a baixo custo,
mas ainda não temos ideia de como conciliar bem-estar coletivo, futuro dos jovens, superpopulação mundial e
aumento da expectativa de vida.
Um jovem pode pensar que o progresso é aquilo que lhe permite enviar recadinhos pelo celular ou voar bara-
to para Nova York, enquanto o fato surpreendente – e o problema não resolvido – é que, se tudo correr bem, ele
só precisará se preparar para ser adulto aos 40 anos, enquanto seus antepassados tinham de fazê-lo aos 16.
Certamente é preciso agradecer a Deus ou à sorte por vivermos mais, mas temos de enfrentar esse proble-
ma como um dos mais dramáticos de nosso tempo e não como um ponto pacífico.
(Eco, Humberto. Pape Satan Aleppe: crônicas de uma sociedade líquida. Rio de Janeiro: Record, 2017)
Considere as frases:
Na verdade, o troglodita que conseguiu produzir fogo artificialmente...
... mas ainda não temos ideia de como conciliar bem- -estar coletivo...
Embora diferentes, os termos destacados nas frases assemelham-se quanto ao sentido, na medida em que
expressam, ambos, circunstância de
(A) intensidade.
(B) afirmação.
(C) dúvida.
(D) tempo.
(E) modo.
16.(VUNESP - ALeg (CM Potim)/CM Potim/2021)

(Mort Walker, “Recruta Zero”. https://cultura.estadao.com.br/quadrinho, 20.06.2021)


No contexto em que estão empregadas, as frases “Ah é?” (1º quadrinho) e “Ué! Cadê ele?” (2º quadrinho)
indicam, correta e respectivamente, que
(A) o sargento está com dúvidas quanto a pegar o bolo do soldado; o soldado ficou triste com o sumiço do
bolo.
(B) o sargento está desafiando o soldado a lhe entregar o bolo; o soldado já esperava que o bolo sumisse.
(C) o sargento está disposto a confrontar o soldado e obter o bolo; o soldado está surpreso com o sumiço
do bolo.

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(D) o sargento está tentando intimidar o soldado para conseguir o bolo; o soldado acredita que o bolo não
sumiu.
(E) o sargento está pensando em pedir o bolo ao soldado; o soldado fica irritado com o sumiço do seu bolo.
17.(VUNESP - Ana CPDJ (TJM SP)/TJM SP/Analista de Redes/2021)
Leia o texto, para responder a questão.
Será uma boa ideia ter armas que definem seus alvos e disparam os gatilhos automaticamente? Um robô
capaz de selecionar contratados em uma empresa seria confiável? Como garantir que a tecnologia faça bem
ao ser humano? Essas são algumas perguntas presentes no debate ético em torno da IA (inteligência artificial).
O crescimento da área é acelerado e muitas vezes incorre em aplicações questionáveis.
Diversos países correm para dominar a tecnologia visando benefícios comerciais e militares. Para isso,
criam políticas nacionais a fim de fomentar a pesquisa e a criação de empresas especializadas na área. EUA,
China e União Europeia são destaques nesse mundo.
O caso chinês é o mais emblemático, com startups sendo incentivadas a desenvolver sistemas sofisticados
de reconhecimento facial. O governo usa a tecnologia para rastrear algumas minorias, como os uigures, po-
pulação majoritariamente muçulmana. Câmeras nas ruas e aplicativos nos celulares monitoram os passos dos
cidadãos. A justificativa chinesa é pautada na segurança nacional: o objetivo é coibir ataques extremistas. O
sistema de vigilância já foi vendido a governos na África, como o do Zimbábue.
A discussão sobre ética no ocidente tenta impor limites à inteligência artificial para tentar impedir que a coisa
fuja do controle. Outras ferramentas poderosas já precisaram do mesmo tratamento. A bioética, que ajuda a
estabelecer as regras para pesquisas em áreas como a genética, é frequentemente citada como exemplo a ser
seguido. Uma boa forma de lidar com os riscos de grandes avanços sem impedir o progresso da ciência é por
meio de consensos de especialistas, em congressos. Eles
podem suspender alguma atividade no mundo todo por um período determinado – uma moratória – para
retomar a discussão no futuro, com a tecnologia mais avançada.
Essa ideia de pé no freio aparece na inteligência artificial. Um rascunho de documento da União Europeia
obtido pelo site “Politico”, em janeiro, mostra que o grupo considera banir o reconhecimento facial em áreas
públicas por um período de três a cinco anos. Nesse tempo, regras mais robustas devem ser criadas.
(Raphael Hernandes. Inteligência artificial enfrenta questões éticas para ter evolução responsável. Disponí-
vel em: https://temas.folha.uol.com.br. Acesso em: 25.02.2020. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a construção entre colchetes substitui a original, de acordo com a norma-pa-
drão de emprego e colocação do pronome.
(A) O governo usa a tecnologia para rastrear algumas minorias [lhes rastrear]
(B)… ter armas que definem seus alvos [definem-nos]
(C)… armas que definem seus alvos e disparam os gatilhos [disparam-nos]
(D)… criam políticas nacionais [criam-as]
(E)…para retomar a discussão no futuro [retomar-lhe]
18.(VUNESP - Ass (PB Saúde)/PB Saúde/Administrativo/2021)
Leia a crônica de Marcos Rey para responder à questão.
Salas de espera
Mesmo com decoração agradável, ar-refrigerado, sorrisos de uma atendente sexy, ficar plantado numa sala
de espera é mais chato do que campeonato de boliche. Seus personagens não são muito variados: crianças
que não param de se mexer; enxeridos loucos pela intimidade das pessoas; leitores compulsivos de revistas...
Mas houve uma sala de espera terrível na minha vida. Precisava de emprego. Desesperadamente. Não fora
o primeiro a chegar, sempre há os que chegam antes. Fiquei horas com os olhos fixos na porta da esperança.
O mais madrugador entrou como se fosse dono do emprego, saiu de cabeça baixa, perdidão. O segundo, que
levava à mão um currículo enorme, deixou a entrevista picando-o com ódio em mil pedacinhos.

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Minha vez. Entrei trêmulo, pálido, derrotado. O empresário abriu os braços, sorrindo. Conhecia-me. Conhe-
cia-o. Rodolfo! Não o sabia também dono daquilo! Meu dia de sorte!
É você? Aqui está seu maior fã! Li dois livros seus. Minha mulher disse que sairá outro. Serei o primeiro a
comprar.
Abraçados, senti que o mundo afinal acolhia este aquariano.
Estava na sala de espera desde as 2, Rodolfo.
Por que não mandou me avisar? Eu o receberia imediatamente. Não calcula como o admiro.
Agora estou precisando de um emprego, amigo. A vida está dura.
Dura? Está duríssima! Insuportável – confirmou, com uma pequena ressalva – mas não para os artistas. Vo-
cês não sofrem nossos problemas. Devem rir da gente, reles homens de negócio. Como gostaria de ter talento
para escrever! Viveria com pouco dinheiro, porém feliz. Eu aqui sou um mártir dos números.
O que poderia me arranjar, Rodolfo? Estou encalacrado. Qualquer coisa serve – revelei humilde.
Ele lançou-me um olhar mais sábio do que compadecido:
Eu não o desviaria de sua vocação com um empreguinho. Conserve-se fora da maldita engrenagem.
E confessou:
Hoje ganhei o dia, vendo-o. Vou acompanhá-lo ao elevador.
No quarto parágrafo, Rodolfo declara que, além de ser fã do autor, vai comprar o livro a ser lançado por este.
Em conformidade com o emprego dos pronomes estabelecido pela norma-padrão, o empresário também
poderia ter dito:
(A) Serei o primeiro a comprá-lo para mim ler suas novas crônicas.
(B) Serei o primeiro a comprá-lo para eu ler suas novas crônicas.
(C) Serei o primeiro a comprá-los para eu ler suas novas crônicas.
(D) Serei o primeiro a comprar ele para mim ler suas novas crônicas.
(E) Serei o primeiro a comprar eles para eu ler suas novas crônicas.
19.(VUNESP - AsAdm (Pref Jundiaí)/Pref Jundiaí/2022)
Leia o texto para responder à questão.
O desafio
Vou desafiar meus leitores e minhas leitoras. É um convite a uma posição mais científica na formulação de
opiniões. O pensamento científico tenta enfrentar o que for “preconceito”. Dentre muitos sentidos, a palavra
indica um conceito surgido antes da experiência, algo que está na cabeça sem observação da realidade. Como
na parábola dos cegos que apalpam um elefante, uns imaginam que a forma do mamiífero seja de uma espada
por tocarem no marfim, outro afirma ser uma parede por tocar seu abdômen e um terceiro garante que é uma
mangueira por ter encostado, exclusivamente, na tromba. (...) Tenho encontrado defensores e detratores apai-
xonados da obra do recifense [Paulo Freire]. Encontro bem menos leitores. Lanço o desafio cheio de esperança
no centenário dele: antes de defender ou atacar Paulo Freire, leia dois livros dele ao menos. Depois de ler e
examinar a obra, (...) emita sua sagrada opinião, agora com certo embasamento. Educação é algo muito sério.
Paulo Freire encarou o gravíssimo drama do analfabetismo. Hoje vivemos outro tipo de drama: pessoas que
possuem a capacidade de ler e se recusam a fazê-lo.
(Leandro Karnal. O desafio. Jomal O Estado de São Paulo, set.2021. Adaptado)
Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, sinônimos para os termos em destaque no
trecho — Tenho encontrado defensores e detratores.
(A) Favoráveis e adeptos.
(B) Indagadores e críticos.
(C) Escarnecedores e defensores.

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(D) Apoiadores e difamadores.
(E) Caluniadores e concordantes.
20.(VUNESP - Sold (PM SP)/PM SP/2ª Classe/2021)
Leia o texto, para responder a questão.
Nos anos 30, milhões de americanos foram atingidos pelos efeitos calamitosos da Grande Depressão — e
não foi diferente com Napoleon Hill (1883-1970). Empreendedor que saltava de galho em galho, e naquela altu-
ra tentava a sorte como escritor, ele sobrevivia do socorro financeiro da família da esposa — isso, até o divórcio
arrastá-lo ao fundo do poço. Mas Hill encontrou uma forma de dar a volta por cima: se ele não podia lutar contra
a ruína econômica, por que não lucrar com ela? Com base em seu próprio desalento, escreveu o que viria a
ser seu maior sucesso, Quem Pensa Enriquece (1937). Hoje com 120 milhões de cópias vendidas, a obra foi
pioneira em explorar uma premissa básica do aconselhamento motivacional: com determinação e pensamentos
positivos, qualquer um pode vencer na vida.
Que a literatura de Hill tenha conservado seu apelo ao longo das décadas não chega a ser surpresa. Ele foi,
afinal, um dos inventores da autoajuda moderna. Não deixa de ser uma ironia, contudo, seu súbito empodera-
mento no Brasil da pandemia, da crise econômica e da polarização tóxica. Mais Esperto que o Diabo, livro que
o americano fez em 1938 e ganhou edição no Brasil em 2014, atropelou o mercado editorial no ano passado.
Isso mesmo: a obra de autoajuda dos anos 30 foi o livro mais vendido do país em 2020, com 234 000 cópias
comercializadas.
A ascensão do título coroou um movimento que se delineava desde 2019, quando o líder do ranking foi
Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas (1936), de Dale Carnegie (1888-1955) — outro autor que fez fama
à sombra da Grande Depressão. “Vivemos um período de medo, o que aumentou a busca por livros de supe-
ração”, diz o editor Marcial Conte Jr. Inebriado pela obra de Hill, Conte Jr. largou o ramo farmacêutico para se
dedicar ao editorial e, junto de outros empresários, criou a Citadel, casa de Mais Esperto que o Diabo.
Hill escreveu a obra em 1938, na esteira de Quem Pensa Enriquece. O livro, contudo, foi engavetado por
veto de dona Annie Lou, última das cinco esposas do autor, por questões religiosas. Além da menção ao dito-
-cujo no título, o manual é todo construído em torno de uma fictícia entrevista entre o autor e o diabo – que exige
ser chamado de “Sua Majestade”. Hill usa a metáfora demoníaca para denunciar os pensamentos negativos
como fonte insidiosa de toda infelicidade. Essa pérola só seria publicada pela primeira vez nos Estados Unidos
em 2011.
(Raquel Carneiro, O pai da autoajuda. Veja, 27-01-2021)
As expressões desalento (Com base em seu próprio desalento…) e ascensão (A ascensão do título coroou
um movimento…) têm antônimos, correta e respectivamente, em:
(A) desconfiança e descida.
(B) contentamento e contenção.
(C) ânimo e declínio.
(D) esperança e escalada.
(E) indefinição e queda.

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Gabarito

1 E
2 D
3 B
4 A
5 A
6 A
7 B
8 C
9 C
10 A
11 E
12 A
13 B
14 A
15 E
16 C
17 C
18 B
19 D
20 C

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