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Quem deve ler este livro

Este livro pretende ser um recurso de desenvolvimento profissional para muitas pessoas que
atuam na área de educação, incluindo:
• Professores
• Administradores
• Funcionários da comunidade escolar
• Lideres educacionais
• Professores universitários
• Gestores de escola
Especificamente, pretende ajudar o professor a adotar a ABP dentro da sala de aula. No entanto,
apesar de o foco estar no esforço individual do professor, a ABP é, muitas vezes, um esforço
realizado pela escola inteira (BARELL, 2007). Por isso, os gestores educacionais da escola
devem se sentir livres para realizar esse esforço de desenvolvimento profissional de forma
conjunta.

Conteúdos e organização do livro


Cada capítulo deste livro inclui uma grande quantidade de informações sobre como a ABP
funciona em sala de aula e apresenta vários exemplos de projetos reais em escolas. Além disso,
muitas informações são colocadas em destaque em quadros ao longo dos capítulos, tais como
diretrizes para tarefas específicas, passos no processo de ensino-aprendizagem, evidências de
pesquisa, opções de avaliação e outras infor-
mações importantes relacionadas à ABP. Estratégias especificas são discutidas em
profundidade, assim como questões teóricas subjacentes, mas a ênfase maior está em como a
ABP realmente funciona. Assim, as sugestões de implementação consistem nos componentes-
chave deste livro.
O Capítulo 1 descreve a ABP como en- sino de melhores práticas, já que ela estimu- la os
alunos em suas tarefas de aprendizado de maneira completa. O capítulo apresenta uma visão
geral da ABP, além de diversos exemplos de projetos, que vão da educação infantil até o ensino
médio. Uma discussão inicial sobre o que é a ABP será seguida por um debate sobre diversos
projetos de amos- tra de ABP. Dois exemplos de projetos, um de uma escola de anos finais do
ensino fun- damental e outro de uma escola de anos ini- ciais, são discutidos em profundidade, e
um deles traz uma webquest* e uma rubrica que é frequentemente usada na avaliação de
projetos de ABP. O capítulo também apre- senta descrições breves de projetos de ABP em todos
os anos escolares.
O Capítulo 2 traz uma discussão da ABP no contexto das salas de aula. Inicial- mente, os
professores precisam considerar como ela se adequa ao ensino: como um su- plemento de
ensino baseado em unidades ou como um substituto para o planejamen- to de ensino baseado
em unidades. A seguir, é apresentada uma pequena seção que resu- me a pesquisa em ABP,
incluindo um estu- do que mostra não apenas a eficácia dessa técnica em relação aos modelos de
ensino tradicionais, mas também sua eficácia para
* N. de R. T.: Uma webquest (do inglês, pesquisa, jornada na web) é uma metodologia que
direciona o trabalho de pesquisa utilizando os recursos da internet. Em geral, a webquest é
elaborada por um professor com questões a serem solucionadas pelos alunos. Ela parte de um
tema para propor tarefas, que envolvem consultar fontes de informação na própria web,
aproveitando a riqueza de informações da internet para gerar novos conhecimentos. O conceito
foi criado em 1995 por Bernie Dodge, professor da Universidade de San Diego, na Califórnia
(Estados Unidos).
a melhoria da ABP para a melhoria do de- sempenho acadêmico dos estudantes em avaliações
baseadas em padrões. Por fim, são incluídas seções sobre tecnologia dentro da ABP e sobre os
desafios que os professores enfrentam ao adotá-la.
O Capítulo 3 aborda as etapas de implementação específicas para o planejamento e para o
ensino utilizando um modelo de ABP. Os projetos de ABP incluem vários elemen- tos que
compõem a tarefa de projeto e, apesar de alguns proponentes da ABP divergi- rem sobre quais
são esses elementos, a maior parte concorda sobre sua estrutura geral básica. O capítulo
apresenta os com- ponentes cruciais da ABP e, a seguir, descreve um procedimento de
planejamento passo a passo. Outro exemplo de projeto de ABP é incluído para servir de base
para essa discussão.
O Capítulo 4 concentra-se nas tecnologias de ensino e nas estratégias que facilitam a ABP na
sala de aula, além de descrever as ferramentas de ensino mais atuais, como jo- gos de realidade
alternativa ou a plataforma on-line Ning, que permite a criação de redes sociais
individualizadas. Enquanto muitos professores usam blogs de turmas e web- quests, as
aplicações das tecnologias de redes sociais e das emergentes tecnologias móveis, que são mais
recentes, serão discutidas em termos de como podem ser aplicadas no contexto da ABP. Há
muito tempo a ABP enfatiza o uso de jogos e simuladores como opção para o ensino. Ao final
do capítulo, outro exemplo de projeto, sobre estudos da Guerra Civil dos Estados Unidos nos
ensinos fundamental e médio, é apresentado, enfatizando as aplicações de tecnologia na ABP.
O Capítulo 5 descreve várias estratégias de ensino não tecnológicas que se enquadram muito
bem ao framework da ABP. Por exemplo, as estratégias que os estudantes po-
dem usar repetidamente em unidades de ABP, como brainstorming, planejamento de linhas do
tempo ou de apoio metacognitivo, assim como as minilições sobre conteúdos específicos que os
alunos considerarão es- senciais para a conclusão da unidade de ABP. Estratégias de ensino
como a aprendizagem cooperativa e o ensino estruturado são des- critas no contexto do ensino
na ABP, que está fundamentada na resolução cooperativa de problemas. Dessa forma, os
professores devem maximizar o uso dessas estratégias a fim de enfatizar as tarefas cooperativas
dentro do currículo geral baseado na ABP.
O Capítulo 6 discute as opções de avaliação. Uma das questões que os professores enfrentam ao
adotar a metodologia envolve uma incompatibilidade perceptível entre a aprendizagem baseada
em padrões, a do ensino direto e a baseada em projetos; ape- sar de pesquisas terem
demonstrado que, em nível estadual, os alunos em abordagens de ensino na ABP saem-se
melhor em ava- liações padronizadas do que aqueles que recebem instrução mais tradicional
(GEIER et al., 2008; GIJBELS et al., 2005; MER- GENDOLLER, MAXWELL; BELLISIMO,
2007). Além disso, a avaliação do progresso dos alunos é crucial em sala de aula, assim, esse
capítulo foca no uso e na aplicação de diversas ferramentas de avaliação para a ABP, incluindo
avaliação baseada em rubricas, autoavaliação, avaliação de colegas, atri- buições de notas em
grupo e avaliação de portfólio. Embora não haja práticas de avaliação específicas que devam ser
incorpora- das à ABP, a maior parte das pesquisas e das diretrizes profissionais destaca essas
opções de avaliação mais inovadoras, tanto individualmente como em conjunto com opções de
avaliação mais tradicionais, e as vantagens e os problemas de cada abordagem serão ressaltados.
Um exemplo de projeto é descrito
para servir de base para a discussão das prá- ticas de avaliação na ABP.
Por fim, enquanto a relação entre a ABP e os Padrões Estaduais Comuns dos Estados Unidos
(Common Core State Standards, www. corestandards.org/the-standards) é descrita ao longo do
texto, o Apêndice apresenta uma discussão sobre como os padrões educacionais em outros
estados americanos se correlacionam da mesma forma com a ABP. O Apêndice utiliza os
padrões educacionais da Texas Educational Agency (Agência Educacional do Texas), mais
especificamente, os Texas Essential Knowledge and Skills Standards (Padrões de Habilidades e
Co- nhecimentos Essenciais do Texas; TEkS, na sigla em inglês), como exemplo de um esta- do
que não adotou os Padrões Estaduais Comuns (TEXAS, 2010).

Conclusão
Como as escolas enfrentam dificuldades para ensinar todos os alunos em um mundo de
motivação restrita, baixo nível de habilidades de resolução de problemas, orçamentos
extremamente limitados e tecnologias de ensino em constante modificação, a ABP surgiu como
uma opção para as salas de aula do século XXI (BARON, 2010; BELLAND; FRENCH;
ERTMER, 2009; LARMER; MER- GENDOLLER, 2010; PARTNERSHIP FOR 21ST
CENTURy SkILLS, 2009). Os proponentes da ABP estão dispondo recursos em um esforço
para reformar as escolas de acor- do com essas linhas, e as evidências indicam que os alunos
respondem muito bem a essa forma de instrução.
Além disso, a ABP já é vista por muitos como a melhor abordagem para enfatizar as habilidades
de resolução de problemas em um mundo onde o conhecimento se torna obsoleto no momento
em que é impresso (BARELL, 2010; BELLAND; FRENCH; ERT- MER, 2009; LARMER;
MERGENDOLLER, 2010; PARTNERSHIP FOR 21ST CENTURy SkILLS, 2009). Assim, os
professores tomam uma atitude sensata ao adotar essa abordagem de ensino e explorar as
possibilidades que ela traz aos alunos em suas salas de aula. Deve- mos proporcionar aos nossos
alunos a melhor educação possível, e muitas pesquisas indicam que a ABP representa a melhor
prática de ensi- no da atualidade. Isso é, em todos os sentidos, ensinar para o século XXI!

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