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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ-

CAMPUS CEDRO.
TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA INDUSTRIAL

JULIETE DA SILVA SOUZA

ESTUDO DA VIABILIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA


FOTOVOLTAÍCO CONECTADO A REDE ELÉTRICA DO IFCE-CAMPUS CEDRO

CEDRO, CEARÁ
2016
JULIETE DA SILVA SOUZA

ESTUDO DA VIABILIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA


FOTOVOLTAÍCO CONECTADO A REDE ELÉTRICA DO IFCE-CAMPUS CEDRO

Monografia apresentada ao curso Tecnologia


em Mecatrônica Industrial pelo Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Ceará- Campus Cedro, como obtenção parcial
do título tecnólogo em Mecatrônica Industrial.

Orientador: José Tavares de Luna Neto

CEDRO, CEARÁ
2016
ESTUDO DA VIABILIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA
FOTOVOLTAÍCO CONECTADO A REDE ELÉTRICA DO IFCE-CAMPUS CEDRO

Monografia apresentada ao curso Tecnologia


em Mecatrônica Industrial pelo Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Ceará- Campus Cedro, como obtenção parcial
do título tecnólogo em Mecatrônica Industrial.

Aprovado em ____/____/____
Conceito ________

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________
Prof.Esp.José Tavares de Luna Neto (Orientador)
Instituto Federal do Ceará- Campus Cedro (IFCE)

____________________________________________________
Prof. José Hernando Bezerra Barreto
Instituto Federal do Ceará- Campus Cedro (IFCE)

____________________________________________________
Prof. Esp. Moisés Gomes de Lima
Instituto Federal do Ceará- Campus Cedro (IFCE)
A Deus.
Aos meus pais, Sônia Maria Silva de Souza
e Joacir Gomes de Souza.
AGRADECIMENTOS

ADeus primeiramente, por me conceder o dom da vida e sempre guiar meus passos nesta
jornada, pelas bênçãos proporcionada no dia-a-dia e por todas as conquistas alcançadas na
minha vida.
Aos meus pais pelos conselhos dados, pelos valores transmitidos desde cedo, por me
incentivarem a lutar pelos os meus sonhos.
Agradeço aos meus irmãos José Janiere Silva de Souza e Joacir Gomes de Souza Filho pelo o
apoio e carinho.
Aos meus avós paternos Maria Gomes de Souza e Sebastião Duarte de Souza pelo carinho.
Aos meus avós maternos Maria Irene dos Santos Silva e Joaquim Severo da Silva (in
memoria) pelo amor e por ajudarem na minha criação.
A minha querida bisavó Luiza Batista da Souza (in memoria) pelo o apoio e o carinho dado e
por acreditar na minha capacidade.
Ao Instituto Federal do Ceará-Campus Cedro, por transformar minha vida para melhor, por a
educação concedida durante todo este período e pelas maravilhosas experiências que
compartilhei durante esses anos.
Ao professor, Orientador e AmigoJosé Tavares de Luna Neto, por ter acreditado no meu
potencial em busca de realizar da melhor forma meu trabalho e por a disponibilidade de me
orientar nesta fase tão importante da minha carreira acadêmica.
Agradeço especialmente a Professora e Amiga SheysaRibeiropor todo apoio, pela
disponibilidade, e sugestões de melhorias no desenvolvimento do trabalho.
A todos os professores pelo os conhecimentos repassados durante todo o curso.
A todos os amigos que contribuíram direto e indiretamente para a realização do trabalho, em
especial a Laís Felix e Antônio Xavier que me apoiaram e incentivaram a acreditar na minha
capacidade de chegar até o final, além da amizade e dos momentos felizes que
compartilhamos durante esses anos.
A todos os meus amigos que conquistei noIFCE-Campus Cedro, que fizeram estes os
melhores anos da minha vida.

A todos, muito obrigada!


"Que os vossos esforços desafiem as
impossibilidades, lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram conquistadas
do que parecia impossível."

(Charles Chaplin)
RESUMO

A preocupação com o impacto ambiental causado pelas tradicionais fontes de geração de


energia está levando os governantes e a sociedade a buscarem novas alternativas para geração
de energia elétrica de forma que não haja agressão ao meio ambiente. Dentre os recursos
naturais disponíveis na natureza, a radiação solar se destaca por serabundante e gratuita, é
neste contexto,quediversos países do mundo estão investindo nessa fonte renovável para a
geração de eletricidade, pois esse tipo de energia não polui o meio ambiente sendo uma
energia limpa o que reduz significativamente os gases causadores do efeito estufa.O Brasil,
por ser um país localizado na sua maior parte na região intertropical, possui grande potencial
para aproveitamento de energia solar durante todo ano, principalmente a região
Nordeste.Apesar do elevado custo na implantação de sistemas fotovoltaicos, nos últimos anos,
os investimentos neste tipo de geração vem se tornando cada vez mais atrativos para o
consumidor, em alguns estados brasileiros já existem investimentos nesta área principalmente
em residências, em virtude da regulação normativa n° 482 de 17 de abril de 2012 da ANEEL
(Agência Nacional de Energia Elétrica) que estabelece as condições gerais para o acesso a
microgeração e minigeração.Diante das barreiras ainda encontradas para a utilização deste
tipo de energia no Brasil, este estudo tem como objetivo enfatizar a importância da energia
solar como alternativa na produção de energia elétrica e baseado neste aspecto elaborar uma
proposta de implementação de um sistema fotovoltaico conectado a rede elétrica do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - Campus Cedro (IFCE-Campus Cedro).

Palavras-chave:Cedro; energia solar;IFCE;sistema fotovoltaico.


ABSTRACT

Concernabouttheenvironmentalimpactcausedbytraditionalsourcesofpowergenerationisleading
governmentsandsocietytoseek new alternativestogenerateelectricitysothatthereis no
damagetotheenvironment.Amongthe natural resourcesavailable in nature, solar
radiationisknown for beingabundantandfree, it is in thiscontextthatseveral countries are
investing in thisrenewablesource for electricitygeneration, becausethistypeofenergy does
notpollutetheenvironmentbeing a power clean whichsignificantlyreducesthe gases
causingthegreenhouseeffect.TheBrazilis a country locatedmostly in the
intertropicalregionhasgreatpotential for solar energyutilizationthroughouttheyear,
particularlytheNortheast.Despitethe high cost in theimplementationofphotovoltaic systems in
recentyears, investments in
thistypeofgenerationisbecomingincreasinglyattractivetotheconsumer in some Brazilianstates
are alreadyinvestments in thisareamainly in homes, duetothenormativeregulation n ° 482 of 17
April 2012 ANEEL (BrazilianElectricityRegulatoryAgency) whichestablishesthe general
conditions for accessto micro andminigeneration.In the face ofbarriers still encountered in the
use ofrenewableenergy in Brazil, thisstudyaimstoemphasizetheimportanceof solar energy as
analternative in theproductionofelectricityandbasedonthisaspect prepare a proposal for
implementationof a PV plantconnectedto grid the Federal InstituteofEducation, Science and
Technology of Ceará - Campus Cedro (IFCE-Campus Cedro).

Keywords:Cedro;solar energy; IFCE; photovoltaic system.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 - Direções dos raios solares ao nível do solo ........................................................... 24


Figura 02 - Aplicação da primeira célula fotovoltaica em uma rede telefonica na cidade de
Americus, no estado americano da Geórgia ............................................................................. 26
Figura 03 - Satélite em orbita com painéis fotovoltaicos ......................................................... 27
Figura 04 - Índicesde fornecimento de energia com utilização de gás natural e petróleo entre
2013 e 2014 . ............................................................................................................................ 29
Figura 05- Geração de eletricidade com fontes renováveis não- hidráulica no de 2014. ..Error!
Bookmark not defined.
Figura 06 - Geração de eletricidade por fontes ano de 2014 .................................................... 30
Figura 07 -Oferta de eletricidade por fonte no Brasil em 2014 ................................................ 31
Figura 08- Índices de radiação solar no território brasileiro .................................................... 31
Figura 09 - Oferta Interna de Energia Elétrica no Brasil 2014 ................................................. 32
Figura 10- Processo de conversão da luz do sol em eletricidade ............ Error! Bookmark not
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Figura 11 -Configuração de um sistema solar fotovoltaico ...................................................... 35
Figura 12- Esquema de um sistema fotovoltaico isolado. ........................................................ 37
Figura 13 -Esquema de um sistema fotovoltaico hibrido ......................................................... 38
Figura 14 -Esquema de um SFCR com um inversor (a) ou com vários inversores (b). ........... 39
Figura 15- Esquema de um sistema fotovoltaico conectado a rede .......................................... 40
Figura 16 -Sistema fotovoltaico residencial conectado à rede elétrica .................................... 41
Figura 17 -Célula de silício monocristalino ............................................................................. 43
Figura 18 -Célula de silício policristalino ................................................................................ 43
Figura 19 -Célula de silício amorfo .......................................................................................... 44
Figura 20 - Célula de filmes fino .............................................................................................. 44
Figura 21- Concentradores fotovoltaicos ................................................................................. 45
Figura 22- Curvas características de um módulo fotovoltaico em condições STC e em
condições de campo. ................................................................................................................. 46
Figura 23 -Gráfico dos índices de insolação média da cidade de Iguatu-CE obtidos no
SunData .................................................................................................................................... 50
Figura 24–Locais determinados para instalação dos módulos fotovoltaicos ........................... 55
LISTA DE TABELAS

Tabela 01-Formas de conexão .................................................................................................. 42


Tabela 02- Classificação dos inversores quanto à forma de onda. .......... Error! Bookmark not
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Tabela 03-Valores médios de irradiação solar diária durante os meses do ano. ...................... 51
Tabela 04 -Especificações dos ambientes determinados para instalação dos módulos ............ 53
Tabela 05– Orçamento do projeto do SFCR do IFCE-Campus Cedro..................................... 56
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A Ampère
AIE Agência Internacional de Energia
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
a-Si Silícioamorfo
BEN Balaço Energético Nacional
CA Corrente alternada
CC Corrente continua
CdTe Telureto de cadmio
CEPEL Centro de Pesquisa em Energia Elétrica
CH4 Metano
CIGS Disseleneto de cobre indiogalio
CO2 Dióxido de carbono
COELCE Companhia Energética do Ceará
COP Conferência das Partes das Nações Unidas
CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio Brito
EPE Empresa de Pesquisa Energética
EPIA Associação Europeia da Indústria Fotovoltaica
GEE Gases do Efeito Estufa
GW Gigawatt
Hz Hertz
IFCE Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
IGBT InsulatedGats Bipolar Transistors
IPCC Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática
Isc Corrente de curto circuito
Kg Quilograma
kW Quilowatt
kWh Quilowatt-hora
kWp Quilowatt pico
m Metro
m2 Metro quadrado
MDL Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
MJ Mega joule
mW Miliwatt
MWp Megawatt pico
NASA NationalAeronauticsand Space Administration
NO2 Dióxido de nitrogênio
OECD Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
OIEE Oferta Interna de Energia Elétrica
PNE Plano Nacional de Energia
Pm Potência máxima
PRODEEM Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios
PROIFA Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
SCR Retificadores Controlados de Silício
SDAT Sistema de Distribuição de Alta Tensão
SDMT Sistema de Distribuição de Média Tensão
SFCR SistemaFotovoltaico Conectado a Rede
SIN Sistema Interligado Nacional
STC Condições de Teste Padrão
TWh Terawatt-hora
V Volt
Vco Tensão de circuito aberto
W Watt
Wp Watt pico
LISTA DE SÍMBOLOS

% porcento
°C Graus Celsius
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
1.1 Justificativa ..................................................................................................................... 17
1.2 Objetivos Gerais ............................................................................................................. 17
1.2.1 Objetivos específicos ....................................................................................................... 17
2 EMBASAMENTO TEÓRICO ........................................................................................... 18
2.1 Sustentabilidade ambiental ............................................................................................. 18
2.2 Negociações internacionais sobre mudanças climáticas ................................................. 19
2.2.1Aquecimento Global e Mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) ....................... 21
2.3 Energia e meio ambiente. ................................................................................................ 22
2.4 Energia proveniente do sol ............................................................................................. 23
2.5 Energia solar térmica ...................................................................................................... 24
2.6 Energia solar fotovoltaica ............................................................................................... 25
2.7 Matriz energética mundial .............................................................................................. 28
2.8 Matriz energética brasileira............................................................................................. 30
2.9 Perpectivas futuras para energia fotovoltaica no mundo ................................................ 32
2.9.1Perpectivas futuras para energia fotovoltaica no Brasil ................................................ 33
2.10 O efeito fotovoltaico ..................................................................................................... 34
2.11 Sistema solar fotovoltaico ............................................................................................. 35
2.11.1Sistema fotovoltaico isolado ....................................................................................... 36
2.11.2Sistema fotovoltaico hibrido ....................................................................................... 37
2.11.3Sistema fotovoltaico conectado a rede ........................................................................ 38
2.11.4Legislações vigente que regulamentam os SFCR ....................................................... 39
2.12 Componentes de um sistema fotovoltaico conectado a rede ....................................... 42
2.12.1Módulos fotovoltaicos ................................................................................................ 42
2.12.2Inversores .................................................................................................................... 40
2.12.3Medidor ....................................................................................................................... 48
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 50
3.1 Descrições do projeto do SFCR do IFCE-Campus Cedro .............................................. 52
3.3.1 Quantidade de módulos e potência total gerada por ambiente .................................... 52
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 55
4.1 Problemas encontrados ................................................................................................... 58
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 60
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 61
15

1INTRODUÇÃO

Nos últimos tempos a preocupação com o impacto ambiental causado pelas


tradicionais fontes de geração de energia, está levando os governantes e a sociedade a
buscarem novas alternativas para geração de energia elétrica de forma que não haja agressão
ao meio ambiente. Neste novo cenário mundial, as fontes que usam recursos naturais, tais
como: sol, vento, chuva, marés e energia geotérmica vêm ganhando destaque e aumentando
sua parcela na matriz energética mundial. Estas fontes de recursos renováveis além de
causarem impactos ambientais menores evitam a emissão de gás carbônico na atmosfera
(BERMANN, 2008; LEITE e GUERAVA, 2013).
A sustentabilidade ambiental é um tema muito discutido presentemente, pois com o
aumento da industrialização, do crescimento populacional, da urbanização e do consumo em
massa de produtos industrializados, requer um bom planejamento e a inserção de novas fontes
de energia, que sejam renováveis e impactem o mínimo possível ao meio ambiente. Diante
disso, a humanidade está buscando atender as necessidades das gerações de energia na
atualidade, sem vir a comprometer a capacidade das gerações futuras (IPEA, 2010). Neste
contexto, é necessário que a sociedade sinta-se motivada e mobilizada de exigir dos governos
a implementação de políticas públicas que visem inovações na utilização dos recursos naturais
para a geração de eletricidade, buscandonovas fontes de energia mais eficientes no ponto de
vista ambiental promovendo uma maior diversificação da matriz energética (FREITAS, 2011;
JACOBI, 2003).
Dentre os recursos naturais disponíveis na natureza, a radiação solar se destaca por
seremabundância e gratuitaondeessas são algumas das vantagens que estão motivando
diversos países do mundo a investirem nessa fonte renovável para a geração de eletricidade,
pois esse tipo de energia não polui o meio ambiente sendo uma energia limpa o que reduz
significativamente os gases causadores do efeito estufa (CNI, 2007).
No Brasil, a produção de eletricidade ainda é proveniente na sua maior parte, das
usinas hidroelétricas correspondendo a 75% da potência instalada, além disso, no país existe
exploração de urânio para utilização de usinas nucleares, gás natural e derivado de petróleo
utilizado nas termoelétricas e seguindo a nova tendência enérgica mundial o país vem
investido nas fontes recursos renovável, tais como, energia eólica e energia
solar(BRONZATTI e NETO, 2008).
16

O Brasil, por ser um país localizado na sua maior parte na região intertropical, possui
grande potencial para aproveitamento de energia solar durante todo ano, a exemplo, se tem a
região Nordeste, onde o sol está presente na maior parte do ano. A utilização da energia solar
traz benefícios em longo prazo para o país, viabilizando o desenvolvimento de regiões
remotas onde o custo da eletrificação pela rede convencional é demasiadamente alto com
relação ao retorno financeiro do investimento (TIBA, 2000; PEREIRA et al., 2006).
No entanto, os investimentos neste tipo de geração requerem um capital inicial
elevado devidoà tecnologia empregada na fabricação dos painéis fotovoltaicos implicando
num alto custo.Com isso, se necessitam de investimentos na concepção de novas tecnologias
para se reduzir tais custos e aumentar a o aproveitamento deste recurso renovável.
Apesar do elevado custo na implantação de sistemas que aproveitam a radiação solar
para geração de energia elétrica, nos últimos anos, os investimentos neste tipo de geração vem
se tornando cada vez mais atrativos para o consumidor, em alguns estados brasileiros já
existem investimentos nesta área principalmente em residências, em virtude da regulação
normativa n° 482 de 17 de abril de 2012 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)
que estabelece as condições gerais para o acesso a microgeração e minigeração permitindo
que os consumidores residenciais injetem a energia, obtida a partir de sistemas de geração
isolados, na rede elétrica em troca de bônus em quilowatt- hora (kWh) na conta de energia.
Dessa forma, a geração de energia fotovoltaica torna-se um bom investimento para os
consumidores residenciais que conseguem recuperar o investimento inicial do sistema através
da redução do consumo de energia elétrica (ANEEL, 2012).
Diante das barreiras ainda encontradas para a utilização deste tipo de energia no
Brasil, este estudo tem como objetivo enfatizar a importância da energia solar como
alternativa na produção de energia elétrica e baseado neste aspecto elaborar uma proposta de
implementação de um sistema fotovoltaico conectado a rede elétrica do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - Campus Cedro (IFCE-Campus Cedro), que
funcionará na estrutura de geração e compensação, onde injetará a energia produzida
excedente na rede da concessionária COELCE (Companhia Energética do Ceará) e em
contrapartida receberá créditos através de descontos na fatura de energia elétrica no mês
seguinte.
17

1.1 Justificativa

Este trabalho foi motivado pela busca de incentivar a utilização de sistemas de


produção de energia elétrica conectado a rede que utilize comofonte de energia a radiação
solar para a geração de eletricidade diminuindo os impactos ambientais no processo de
geração, bem como,abordar os desafios no investimento e as vantagens da utilização da
energia fotovoltaica na geração de eletricidade. Suprir as cargas elétricas existentes no local
com segurança ao sistema elétrico da concessionária e a redução na conta de eletricidade com
a injeção da energia excedente produzida na rede elétrica (SILVA, 2014).

1.2 Objetivos Gerais

Desenvolver um projeto que aproveite a irradiação solar para geração de energia


elétrica em um sistema fotovoltaico conectado a rede no IFCE-Campus Cedro, funcionando
na estrutura de geração e compensação junto à rede elétrica da COELCE.

1.2.1 Objetivos específicos

• Mostrar as vantagens da utilização da energia solar na geração de energia elétrica;


• Apresentar à estrutura de um sistema fotovoltaico conectado a rede;
• Abordar as legislações vigentes para a instalação de sistemas conectados a rede;
• Reduzir a conta de eletricidade com o sistema de compensação de créditos;
• Calcular a quantidade necessária dos dispositivos que irão compor o sistema;
• Determinar as áreas onde se localizaram os dispositivos.
18

2EMBASAMENTO TEÓRICO

Esse capítulo irá dividir-se da seguinte forma: de início será abordado o tema
sustentabilidade ambiental dando continuidade ao assunto vem as principais negociações
internacionais sobre mudanças climáticas e ações que foram tomadas visando minimizar o
efeito estufa no planeta, após será descrita a relação da energia com o meio ambiente onde é
feita uma abordagem histórica, em seguida é exposto o tema energia proveniente do sol
trazendo os benefícios e peculiaridades do aproveitamento desta fonte. É feita também uma
exposição da energia solar térmica e energia solar fotovoltaica, logo após, é feita uma
análiseda matriz energética mundial e brasileira, bem como o futuro da energia solar no
cenário mundial e brasileiro, dando seguimento faz-se uma descrição do efeito fotovoltaico e
da característica de um sistema fotovoltaico trazendo os principais tipos de sistemas existente,
em seguida é exposta as legislações vigentes que regularizam os sistemas conectados a rede
no Brasil e finalizando é realizada a abordagem dos tipos de componentes utilizados em um
sistema fotovoltaico conectado a redeonde é descrito seu funcionamento, construção física,
bem como suas principais características.

2.1 Sustentabilidade Ambiental

De acordo com Sicheet al., (2007,p. 4):


Sustentabilidade vem do latim “sustentare” que significa suster, sustentar, suportar,
conservar em bom estado, manter, resistir. Dessa forma, sustentável é tudo aquilo
que é capaz de ser suportado, mantido.

A sustentabilidade ambiental define-se como a capacidade de uso dos recursos


existentes dos ecossistemas implicando na mínima deterioração do meio ambiente, ou seja,
deve-se fazer uso dos recursos naturais preservando-os para que haja uma recomposição dos
ecossistemas para não comprometer as futuras gerações (SICHE, 2007; BARBOSA, 2008).
Para Leite e Guerava (2013) as ações sustentáveis tomadas pela humanidade
(economia de água e energia, não poluiu os rios, preservar as fauna e a flora, não desperdiçar
alimentos e etc.) garantem ao planeta a médio e longo prazo ótimas condições para o contínuo
desenvolvimento das diversas formas de vida no planeta, inclusive a vida do homem,
garantindo também os recursos naturais básicos para as próximas gerações, possibilitando
desta forma a manutenção dos recursos da natureza, tais como: florestas, matas, rios, lagos,
oceanos e entre outros, possibilitando assim uma boa qualidade de vida.
19

2.2Negociações internacionais sobre mudanças climáticas

As mudanças climáticas ocasionadas pelas ações humanas, em busca do


desenvolvimento industrial e tecnológico, e com o aumento do aquecimento global passaram
a se tornar uma preocupação mundial. Tais motivos levaram a acordos internacionais que
tinham como objetivo a adoção de medidas para minimização e redução dos impactos
ambientais (REIS e CUNHA, 2006).
Nos anos 70 a população mundial começou a voltar às atenções para a questão do
desenvolvimento sustentável, onde buscavam meios de integrar o crescimento econômico
com o meio ambiente. Com isso no de 1972, realizou-se a Conferência de Estocolmo, na
Suécia, que tinha por objetivo a conscientização da sociedade acerca das agressões
provocadas pelo o homem ao meio ambiente. A Conferência das Nações Unidas realizada na
cidade sueca de Estocolmo foi à primeira atitude promovida a nível mundial que trouxe a
questão da preservação do meio ambiente, sendo considerado um marco histórico-político
internacional que iniciou a busca de soluções para as mudanças climáticas que o planeta
sofria, buscando atender as necessidades da população sem a comprometer as gerações futuras
(MARCATTO e LIMA, 2013).
No ano de 1988 foi realizado na cidade de Toronto no Canadá a Conferência Mundial
sobre Mudanças Atmosféricas, onde foi estabelecido o Painel Intergovernamental sobre
Mudança Climática (Intergovernamental PanelonClimateChange – IPCC). Em 1990 este
mecanismo de caráter cientifico elaborou seu primeiro relatório, tendo como objetivo alertar a
população mundial sobre o aquecimento do planeta, sendo a principal causa deste o problema
a emissão do CO2 (Dióxido de Carbono) emitidos pela queima de combustíveis fósseis, após
cinco anos o IPCC elaborou seu Segundo Relatório sugerindo evidências que indicam uma
nítida influência do homem sobre o clima (MACHADO et al., 2006).
Em 1992 a Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento,
conhecido como Rio-92, foi realizado na cidade do Rio de Janeiro no Brasil, contando com a
participação de 160 líderes de Estado que assinaram a Convenção Marco sobre Mudanças
Climáticas, onde foram estipuladas metas para que os países industrializados permanecessem
no ano de 2000 com os mesmos índices de emissão de CO2 do ano de 1990, chegou-se à
conclusão que todos os países independentemente do tamanho deveriam ter a
responsabilidade de conservar e preservar o meio ambiente, porém o compromisso assumido
no Rio-92 não foi honrado, principalmente por os países industrializados como Estados
20

Unidos, Rússia, Japão, Alemanha entre outros, ocorreu inclusive um crescimento das
emissões de CO2 (NOVAES, 1992; MACHADO et al., 2006).
Com a preocupação do aumento da emissão dos GEE (Gases do Efeito Estufa) no ano
de 1997 foi realizada na cidade de Kyoto (cidade que deu nome ao Protocolo) no Japão, a 3ª
Conferência das Partes das Nações Unidas (COP 3) como a participação de 160 países, tendo
como objetivo discutir um instrumento legal que estabelecesse metas quantitativas para
redução dos GEE, principalmente por parte dos países industrializados, bem como criar
formas de desenvolvimento menos impactantes para os países em desenvolvimento. O
Protocolo de Kyoto obriga os países industrializados a reduzirem as emissões de gases em
cerca de 5,2% em relação ao ano de 1990, no período de 2008 a 2012 (ANDRADRE e
COSTA, 2008; MACHADO et al., 2006; MATTER, 2013).
No final do mês de maio de 2012 foi realizada a Conferência sobre Mudanças
Climáticas em Bonn, Alemanha, onde novos acordos foram firmados para a elaboração de um
novo protocolo (MARCATTO E LIMA, 2013). Os países da União Europeia sugeriram que
fossem seguidos os temas abordados na COP-17 (17ª Conferência das Partes das Nações
Unidas sobre o Clima), realizada no ano de 2011 em Durban, na África do Sul, que contou
com a participação de mais de 190 países onde se comprometeram a desenvolverem ações
para reduzir o aumento da temperatura do planeta. Um dos temas abordados foi à
possibilidade da prorrogação do Protocolo de Kyoto, onde os países se empenhariam na
criação de um novo mecanismo para minimizar os problemas decorrentes das mudanças
climáticas até o ano de 2015, assim surgiu a Plataforma de Durban, que lançou um acordou
contra as emissões de gases do efeito estufa, tendo o envolvimento dos Estados Unidos e
China, os dois maiores poluidores do mundo, o projeto foi uma conquista no ponto de vista
ambiental, apesar de que o prazo estabelecido para alcançar as metas seja após 2020 (AIDAR,
2012).
Com fim do prazo do Protocolo de Kyoto (2008 - 2012) os países industrializados e
emergentes entraram em um novo ciclo de acordos internacionais, visando reduzir as
emissões dos gases causadores do efeito estufa entre 2013 e 2020. Este segundo período do
Protocolo foi discutido na 18ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudanças do Clima (COP 18), realizada no final de novembro 2012, em Doha,
Qatar, para a maioria dos participantes da Conferência os avanços das negociações em temas
como a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, foram reduzidos em
função das discussões sobre o Protocolo de Kyoto, mesmo assim países como Rússia, Nova
Zelândia, Canadá e Japão, não aceitaram as novas metas para redução de emissões de CO2. A
21

expectativa destes acordos é que as nações se esforcem em criar formas de reduzir as ações
que degradam o meio ambiente e busquem adotar produtos renováveis para alcançar as metas
estabelecidas dentro do prazo estipulado (MUDANÇAS CLIMÁTICAS: AÇÕES GLOBAIS
PRECISAM SER EFETIVAS, 2013).

2.2.1Aquecimento global e Mecanismo de Desenvolvimento Livre (MDL)

Conforme define Reis e Cunha (2006, p. 9):


O “aquecimento global” ou “aumento do efeito estufa” é o resultado do aumento da
temperatura na baixa atmosfera. A baixa atmosfera é normalmente aquecida pela
entrada de radiação da alta atmosfera (do Sol), da qual uma parte é normalmente
refletida pela superfície da Terra.

O aumento da temperatura na atmosfera causada pelo aumento das emissões de gases


como o CO2, CH4 (Metano), NO2 (Dióxido de Nitrogênio) entre outros, vem nas últimas
décadas provocando grandes impactos ao meio ambiente, tais como: o desgelo das calotas
polares, o aumento no nível dos oceanos e significativas mudanças climáticas regionais, como
os longos períodos de estiagem em algumas regiões;diminuição da biodiversidade devido à
extinção de espécies; aumento da desertificação; aumento de ciclones tropicais; impacto
econômico na agricultura causado pelas perdas na produção de alimentos, entre outros. No
entanto a presença destes gases em níveis adequados na atmosfera terrestre são responsáveis
por refletir a radiação infravermelha que associada à reflexão terrestre, faz com que a
temperatura do planeta mantenha-se em níveis adequados para o desenvolvimento da vida
(ANDRADRE e COSTA, 2008; REIS e CUNHA, 2006;MACHADO et al, 2006).
O aumento do efeito estufa vem sendo umas das questões mais debatidas nas últimas
décadas, sendo abordadas principalmente pelo o Protocolo de Kyoto, que por sua vez
enfrentou grandes dificuldades até a sua implantação, devido barreiras impostas pela não
assinatura dos Estados Unidos, responsável pela produção de mais de 35% dos GEE (Gases
do Efeito Estufa) no ano de referência do Protocolo de 1990. Com a recursa dos Estados
Unidos em assinar o compromisso à efetiva implantação do Protocolo veio sendo prologado
até o final do ano de 2004, quando houve uma retificação e adesão da Rússia, responsável por
emitir 17% dos GEE na atmosfera, com adesão dos russos a implantação efetiva do
compromisso efetivou-se no início de 2005. Além da redução dos gases causadores do efeito
estufa o compromisso assinado em Kyoto traz também o chamado Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL) que diz respeito aos países em desenvolvimento, este
mecanismo originou-se de uma proposta do Brasil durante a Conferência de Kyoto, o MDL é
22

um mecanismo flexível que permite aos países desenvolvidos atingirem parte do acordo
firmado em Kyoto, com implantação de projetos em países em desenvolvimento capazes de
reduzir as emissões dos GEE, ou seja, se os países industrializados excederem a cota de
emissão dos GEE poderá comprar o direito a esse excesso com o investimento em projetos
nos países em desenvolvimento que estejam abaixo da cota, fazendo que desta forma reduza
as emissões dos gases poluentes causadores do efeito estufa. (ANDRADRE e COSTA,
2008;REIS e CUNHA, 2006).

2.3 Energia e Meio Ambiente

Na antiguidade o homem usava recursos energéticos disponibilizados pela natureza e


conseguia suprir suas necessidades cotidianas, isso porque havia um consumo moderado de
energia, o comércio era limitado e a infraestrutura de transporte limitava-se a regiões mais
desenvolvidas (GOLDEMBERG e LUCON, 2007).
Segundo Reis e Cunha (2006) com passar dos anos e com desenvolvimento urbano
surgiu à necessidade da utilização de uma quantidade maior de recursos energéticos em
virtude do crescimento do comércio, transporte, calefação entre outros, desde então
começaram a surgir eventos que começaram a agredir o meio ambiente, principalmente, em
decorrência do início da indústria que intensificou a capacidade de produção de produtos
manufaturados e a difusão das trocas, trazendo uma necessidade maior da utilização da
energia térmica, obtida principalmente pelo uso da madeira, ocasionando o desaparecimento
desse recurso, devido a grande demanda de seu uso, em algumas regiões.
Com a Revolução Industrial no início século XIX teve-se um aumento no consumo do
carvão mineral em decorrência do uso da máquina a vapor o que possibilitou a inserção de
produtos manufaturados no mercado. Com o crescente desenvolvimento dos centros urbanos e
a industrialização, necessitou-se usar quantidades ainda maiores de carvão, além do emprego
de petróleo e gás, principalmente, para a geração de eletricidade obtida pela transformação de
energia térmica, consequentemente, ocasionando um aumento no consumo de energia e
trazendo mais impactos ao meio ambiente (GOLDEMBERG e LUCON, 2007).
No fim do século XIX, o petróleo e seus derivados começaram a substituir o carvão
mineral, tornando-se a fonte de geração de energia dominante no século XX, principalmente
com o desenvolvimento do setor industrial automobilístico, passando atuar no
desenvolvimento e na modernização da humanidade (COSTA e PRATES, 2005;
GOLDEMBERG e LUCON, 2007).
23

A produção de energia baseada nas fontes fósseis geram emissões de poluentes, gases
de efeito estufa, causando desta forma, danos ambientais ao planeta. Em virtude dos
malefícios causados neste processo e a escassez da oferta de combustíveis fósseis, vem
levando os estudiosos a buscarem novas ideias de fontes de energia alternativas para a
produção de energia que ajudassem a suprir o crescente consumo por energia, no século XXI,
e conciliasse o respeito ao meio ambiente, provocando a inserção das fontes renováveis na
matriz energética mundial. (GONÇALVES, 2005;PACHECO, 2006).
As fontes de energia alternativa ou renováveis se caracterizam por não determinar um
limite de tempo a sua utilização, pois não emitem gases poluentes responsáveis do efeito
estufa, os recursos energéticos renováveis estão disponíveis localmente, reduzem as emissões
de CO2 para atmosfera entre outros benefícios, sendo consideradas fontes de energias limpas
ou verde (GALDINO et al., 2009;SOUSA et al., 2005).
A maior parte das energias renováveis é originária da radiação solar, que por sua vez,
é a fonte primária de quase toda energia disponível no planeta, sendo praticamente
inesgotável, é responsável pelo desenvolvimento e manutenção da vida na terra (PINHO e
GALDINO, 2014).

2.4Energia proveniente do Sol

A energia do sol incidente na superfície terrestre é 10.000 vezes superior ao consumo


global atual de energia primária (BRITO,2003). O aproveitamento desta energia é uma das
alternativas energética mais vantajosa para a humanidade, pois se trata de um recurso limpo e
abundante, renovável, não poluente e não prejudica os ecossistemas (PACHECO, 2006 e
PEREIRA et al., 2006), podendo ser usada como fonte de calor e luz (LAFAY, 2005).
Através da energia solar acontece: a evaporação e a condensação; responsáveis pelos ciclos
das águas, possibilitando o represamento dos rios que são usados na geração hidroelétrica; a
indução á circulação atmosférica em larga escala, ocasionando os ventos, que são
aproveitados para a geração eólica; as correntes marítimas, usada na geração maré motriz e
etc., (GOLDEMBERG e LUCON, 2007; GALDINO et al, 2009).
O sol emite energia em todas as direções, sendo uma fração desta desprendida. A terra
recebe cerca de 1.500 quatrilhões de quilowatts-hora de potência durante o ano. Parte da
energia solar incidente na atmosfera do planeta é refletida, espalhada ou absorvida pelas
moléculas de ar, nuvens e partículas em suspensão, conforme mostra a Figura 01, a radiação
que não é absorvida, refletida ou espalhada e atravessa em linha reta para a superfície terrestre
24

é chamada e radiação solar direta. Já a radiação que chega a superfície terrestre e é espalhada
é chamada de radiação solar difusa (BRITO, 2003; LOYS, 2012; PINHO et al., 2008).

Figura 01 - Direções dos raios solares ao nível do solo .

Fonte: Brito, 2003.

Vale ressaltar que a radiação que chega à superfície terrestre sofre alternâncias devido
às variações regulares diárias e anuais, ao movimento aparente do sol, além das variações
irregulares causadas pelas condições climáticas (nuvens e chuvas), com isso, deve-se
selecionar um sistema apropriado para estoque da energia resultante do processo de
conservação, conforme afirmam os autores Brito (2003) e Pinho et al., (2008).
O uso da energia solar traz benefícios para o meio ambiente como, a viabilidade da
oferta de energia em períodos de estiagem, diminuindo o uso de petróleo e seus derivados e
consequentemente reduzem-se as emissões de gases poluentes á atmosfera, possibilita a
utilização de sistemas fotovoltaicos para geração de energia elétrica podendo ser ligados a
rede ou autômatos, o uso da energia solar térmica através de sistemas de aquecimento de água
entre outros (PEREIRA et al., 2006).

2.5 Energiasolartérmica

O uso da energia solar em sistemas de aquecimento de água em residências e


indústrias vem difundindo-se por todo mundo, principalmente em países como França,
Estados Unidos, Israel, Índia, Canadá entre outros, tendo uma economia significativa no
consumo de eletricidade usado neste processo (SOUZA e BEZERRA, 2000).
Para utilizar este tipo de energia é necessário saber capta-la e armazena-la, sendo
necessário dispor de equipamentos específicos que utilizem a energia solar térmica. Os
25

equipamentos difundidos no mercado são os coletores solares, usados na captação da energia


irradiada pelo o sol convertendo em calor útil, usado para aquecer os fluidos (líquidos ou
gasosos), a transferência de energia se dá a uma distancia da fonte de energia radiante e o
fluido (LAFAY, 2005; PINHO e GALDINO, 2014).
Existem duas classes de coletores solares, os coletores de concentração e os planos. Os
coletores solares de concentração são usados para obter temperaturas elevadas entre 100 e 400
°C podem ser aplicados em acionamentos de turbinas a vapor e posteriormente gerar energia
elétrica. Seu principio de funcionamento baseia-se na focalização da energia proveniente do
sol para o absorvedor que possui uma área pequena que reduz as perdas térmicas do processo,
visto que a energia radiante do sol necessita focalizar o absorvedor é preciso que os coletores
acompanhem a movimentação do sol, requerendo assim, um dispositivo motorizado de
rastreamento de sol, sendo que o mesmo possui um valor elevado, é complexo e necessita de
manutenções. Já os coletores planos são aplicados em sistemas que requerem temperaturas
inferiores a 100°C podem ser usados em aplicações residenciais e comerciais como,
aquecimento de água para banho, para secagem de grãos, aquecimento de água para limpeza
em hospitais e hotéis e etc., isto visa reduzir o consumo de energia elétrica ou gás. Possui uma
fabricação simples requerendo poucas manutenções devido a inexistências de partes móveis.
A parte destinada a absorver é a própria superfície da placa, este tipo de coletor é composto
por uma placa absorvedora, tubulação onde o fluido possa escoar e realizar as trocas de
calores, cobertura transparente e isolamento térmico (LAFAY, 2005; SOUZA, SOUZA
MIRANDA e SILVA, 2010; PINHO e GALDINO, 2014).

2.6 Energia solar fotovoltaica

O efeito fotovoltaico é aquele capaz de transformar a energia luminosa do sol em


eletricidade. Foi observado pela primeira vez em 1939 por Edmond Becquerel, onde
constatou que placas metálicas, de platina ou prata, imersas num eletrólito (substância que se
dissolve para dar uma solução que conduz eletricidade), produziam uma diferença de
potencial em suas extremidades quando expostas a luz. Tempos depois, em 1877 os
inventores americanos, W. G. Adams e R. E. Day desenvolveram o primeiro aparato
fotovoltaico, advindo dos estudos de estrutura de estados sólidos, para isso eles aproveitaram
as propriedades fotocondutoras do selênio para desenvolver o dispositivo sólido de produção
de eletricidade por exposição à luz. A invenção continha um filme de selênio colocado em um
substrato de ferro e um segundo filme semitransparente de ouro, servindo de contato frontal.
26

No entanto o dispositivo apresentou uma baixa eficiência de conservação de energia solar em


elétrica sendo na ordem de 0,5%. O desenvolvimento da energia fotovoltaica esperou as
grandes descobertas cientificas do século XX, principalmente a explicação do efeito
fotoelétrico por Albert Einstein em 1905, o surgimento da mecânica quântica e, em particular,
a teoria de bandas e a física dos semicondutores, bem como as técnicas de purificação e
dopagem associadas ao o transístor de silício (LOYS, 2012; VALLÊRA, 2006; ZILLES,
2003; PINHO e GALDINO, 2014).
Com a evolução dos estudos dos comportamentos de diversos materiais expostos à luz
os cientistas do Bell Labs (Bell Laboratories), Daryl Chapin, Calvin Fuller e Gerald Pearson
no ano de 1954 a desenvolvem a primeira célula fotovoltaica de silício, que possuía uma
eficiência recorde para época de 6%, o dispositivo tinha a capacidade de converter energia
solar em eletricidade suficiente para alimentar equipamentos elétricos. Diante dos resultados e
logo após o Pentágono autorizar a publicação, a primeira célula solar foi apresentada na
reunião Anual da NationalAcademyofSciences, em Washington, sendo os resultados
submetidos para publicação no JournalofAppliedPhysics. Na cidade de Americus, no estado
americano da Geórgia, foi realizada a primeira aplicação das células solares (Figura 02),
desenvolvida pelos os cientistas do Bell Labs, o painel continha nove células com 30 mm de
diâmetro, foi usado para alimentar uma rede telefónica local, os painéis ficaram instalados de
outubro de 1955 á março de 1956 (GREEN, 2005; VALLÊRA, 2006; PINHO et al., 2008).

Figura 02 - Aplicação da primeira célula solar em uma rede telefônica na cidade Americus, no
estado americano da Geórgia.

Fonte: Vallêra, 2006.

Logo se compreendeu que o elevado custo das células solares seria uma das barreiras
na sua utilização e apenas seria viável economicamente em aplicações especificas, como, por
27

exemplo, produzir eletricidade no espaço. O primeiro satélite, o Sputnik, foi lançado em 1957,
este evento é tido como o marco inicial na corrida ao espaço entre os Estados Unidos e a
União Soviética (WOLF, 1960). Em 1958, a NASA (NationalAeronauticsand Space
Administration), em português, (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), aceitou
usar células solares, como back-up de uma pilha convencional, no Vanguard I, a pilha falhou,
mas os painéis de aproximadamente 100 cm², produzia aproximadamente 0,1W (Watts)
manteve o transmissor de 5mW (miliwatts) funcionando durante oito anos. Após o
experimento a viabilidade, durabilidade e baixo custo, o programa espacial norte-americano
adotou as células solares como fonte de energia dos seus satélites e até os dias hoje essa é a
fonte mais adequada para estas aplicações (Figura 03) (PINHO et al., 2008).

Figura 03 - Satélite em orbita com painéis fotovoltaicos.

Fonte: Veissid e Burel, 2011.

Com o impulso da utilização de painéis fotovoltaicos em satélites e o desenvolvimento


de células solares cada vez mais eficientes o mercado fotovoltaico vem se tornando comuns
em aplicações em residenciais, sinalização marítima, eletrificação de zonas rurais dentre
outros. Se os anos sessenta levaram a motivação no desenvolvimento das células solares mais
eficientes, porém não necessariamente mais econômicas, foi nesta mesma década que
surgiram as primeiras aplicações terrestres, como exemplo as células da SOLAREX, uma
empresa de JospehLindmeyer, que começou a produzir painéis fotovoltaicos usados em
sistemas de telecomunicações remotos e boias de navegação. Este era o tipo de aplicação
especifica até então economicamente viável, devido à inexistência de fontes de energia
alternativas à eletricidade solar. Com a crise mundial do petróleo entre 1973 e 1974, o preço
do petróleo quadruplicou, levando os estudiosos a buscarem novas formas de produção de
energia e acabou proporcionando um súbito investimento em programas de investigação para
reduzir o custo de produção das células solares em aplicação terrestre com objetivo de suprir o
28

fornecimento de eletricidade para programas militares em áreas remotas. O grande empecilho


na utilização em larga escala da energia solar fotovoltaica era o alto preço das células
fotovoltaicas. Estimasse-se que as primeiras células foram fabricadas a um preço de US$
600/Wp (watts pico) para o programa espacial (KOLTUN, 1996; PINHO et al., 2008; LOYS,
2012; VALLÊRA, 2006).

2.7Matriz energética mundial

Majoritariamente os insumos energéticos usados pelo setor industrial no mundo ainda


são originários de fontes não renováveis como, petróleo, gás natural e carvão. Estes
combustíveis fósseis são grandes emissores de gases de efeito estufa, principalmente o
dióxido de carbono (CO2), causando uma elevação da temperatura do planeta e de mudanças
climática (CNI, 2007; VENTURA FILHO, 2009). A continua dependência da indústria por
combustíveis fósseis e a preocupação dos impactos ambientais causadas por as mesmas está
levando os governos mundiais a analisarem a inserção de fontes limpas e renováveis em suas
matrizes energéticas.
Segundo a InternationalEnergieAgency(AIE) (Agência Internacional de Energia) o
setor de energia foi responsável por emitir cerca de dois terços das emissões de CO2 em 2012,
destacando a necessidade de inovação em tecnologias de energias limpas no combate as
mudanças climáticas ocasionadas pelos altos níveis de emissões de gases do efeito estufa
(AIE, 2015).
A Organisation for EconomicCo-operationandDevelopment (OECD) (A Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) elaborou um parecer técnico para o ano de
2015, onde mostra que a utilização do gás natural e do petróleo teve uma redução de 4% na
Europa, onde o abastecimento de gás natural foi de cerca de 10% menor que em 2013,
impulsionada por inverno mais ameno. O gás natural teve reduções maiores de 10% em vários
países consumidores importantes, como a Alemanha, França, Itália, Holanda, Espanha e
Bélgica. Na República Eslovaca, a queda foi de quase um terço. Na Ásia e Oceania a redução
foi de 3% para o Japão, onde a oferta de petróleo era de cerca de 5% nível menor do que em
2013, devido a menores níveis de geração de eletricidade a partir do petróleo. As Américas
em vez disso registram um aumento de 0.8% ao ano (Figura 04) (AIE, 2015).
29

Figura 04 - Índices de fornecimento de energia com utilização de gás natural e petróleo entre 2013 e
2014.

Fonte:AIE,2015.

Com a redução dos combustíveis fósseis na geração de eletricidade, outras fontes,


principalmente a energia solar fotovoltaica, eólica e biocombustíveis, obteve um aumento de
8% proporcionando em 2014 mais de 1000 TWh (terawatts-hora). Nos últimos dez anos a
geração de eletricidade renovável não-hidráulica cresceu, trazendo contribuições de 9% da
produção total em 2014, comparando com os 13% de geração hidroelétrica. Na Europa o
desenvolvimento de geração de energia com fontes renováveis aumentou, a energia eólica
obteve um percentual de 7% em 2014, os biocombustíveis de 4% e a energia solar
fotovoltaica de 3%, conforme mostra a Figura 05.

Figura 05 - Geração de eletricidade com fontes renováveis não - hidráulica no de 2014.

Fonte: AIE, 2015.


30

Mesmo com o aumento dos índices das fontes renováveis na matriz energética
mundial, a porcentagem de eletricidade gerada com combustíveis fósseis não variou muito
desde 1985, a produção de energia elétrica em 2014 mostrou que 59% foram provenientes de
combustíveis de origem fóssil (Figura 06).

Figura 06-Geração de eletricidade por fontes ano de 2014.

Fonte: AIE, 2015.

2.8Matriz energética brasileira

O Brasil é um dos países do mundo que mais possui capacidade de geração de


eletricidade renovável, tendo como destaque a geração hidroelétrica. A Empresa de Pesquisa
Energética (EPE) elaborou o Balanço Energético Nacional (BEN) no ano de 2015 com dados
base do ano de 2014, destacando que a geração de energia elétrica nos pais em centrais de
serviço público e autoprodutores atingiu 570,0 TWh em 2013, resultado 3,2% superior ao de
2012. As centrais elétricas de serviço público, com 84,9% da geração total, permanecem
como principais contribuintes. A geração hidráulica apresentou uma redução de 5,9% em
comparação com o ano anterior, isso se deve principalmente aos grandes períodos de estiagem
que estão ocasionando a redução dos reservatórios no país. A geração elétrica proveniente de
combustíveis fósseis representou 20,7% do total nacional, contra 15,5% registrados em 2012.
A Figura 07 destaca a estrutura da oferta interna de eletricidade no país em 2013. A
matriz energética brasileira se demonstra em sua maior parte renovável, com a geração
hidráulica de 70,6%.
31

Figura 07 - Oferta de eletricidade por fonte no Brasil em 2014.

Fonte: EPE, 2014.

Além da capacidade hidráulica para geração de eletricidade, o Brasil possui uma


imersa capacidade de geração eólica e solar. O estado do Ceará em 2014 deteve uma
proporção de geração eólica de 30,9%, seguido do Rio Grande do Norte com 30,8%. O estado
do Piauí por sua vez teve a maior expansão com 357% em relação ao ano de 2013 (MME,
2015). O Brasil por esta localizada em uma área privilegiada da região intertropical
possuindo grande capacidade de geração de energia através da energia solar fotovoltaica.
Estudos apontam que a radiação solar no país varia de 8 a 22 MJ/m2(mega joule por metro
quarado) durante o dia, sendo que as menores variações ocorrem nos meses de maio a julho,
quando a radiação varia de 8 a 18 MJ/ m (mega joule por metro) (Figura 08).

Figura 08–Índices de radiação solar no território brasileiro.

Fonte: Tiba, 2000.


32

A região nordeste do país possui valores da radiação solar diária, médias e anuais
comparáveis às melhores regiões do mundo como, como a cidade de Dongola, no deserto do
Sudão, e a região de Dagget no Deserto de Mojave, Califórnia. Possuindo variações sazonais
menores, podendo resultar em importantes vantagens técnicas e econômicas dos sistemas
solares instalados nesta região. Porém este potencial ainda é pouco aproveitado no país
(TIBA, 2000; PEREIRA et al., 2006).
A Figura 09 ilustra a Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE) em 2014, observam-se
nos números abaixo da figura as vantagens comparativas de 74,6% de fontes renováveis na
matriz elétrica brasileira, contra apenas 23,6% na média mundial, e 23,1% no bloco OCDE
(Europa, América do Norte, Japão e Austrália) (MME, 2015).

Figura 09-Oferta Interna de Energia Elétrica no Brasil 2014.

Fonte: MME, 2015.

Na imagem acima, observa-se que a geração de energia solar é pequena em relação a


outras fontes renováveis com apenas 0,0035% em terras brasileiras.

2.9Perspectivas futuras para a energia fotovoltaica no mundo

A energia solar fotovoltaica está começando a desempenhar um papel importante na


geração de eletricidade em alguns países, particularmente na Europa, enquanto os preços mais
baixos estão abrindo novos mercados da África e do Oriente Médio para a Ásia e América
Latina (REN 21, 2014). De acordo com Relatório Estado Global das Renováveis
(Renewables2014 Global Status Report) (2014), elaborado pela Renewable Energy Policy
Network for the 21st Century (Rede de Políticas de Energia Renovável para o Século 21), o
mercado fotovoltaico alcançou um recorde em 2013, com a entrada em operação de 39 GW
33

(Giga Watts). A China teve um crescimento espetacular, representando quase um terço da


capacidade mundial, seguido pelo Japão e os Estados Unidos.
Segundo um estudo desenvolvido pela EuropeanPhotovoltaicIndustryAssociation
(EPIA) (Associação Europeia da Indústria Fotovoltaica) aponta que existirão vários cenários
favoráveis para implementação da energia solar fotovoltaica entre os anos de 2020 e 2030. O
cenário base prevê um percentual de 4% da procura de eletricidade na UE (União Europeia)
fornecida pelos painéis fotovoltaicos em 2020, representando cerca de 130 GW de capacidade
cumulativa até 2020. Em 2030, poderia representar até 10% da procura de eletricidade. Com
expectativa da aceleração deste mercado prevê-se que 8% da demanda representarão cerca
200 GW de capacidade cumulativa em até 2020. Em 2030 a energia solar fotovoltaica poderá
ter um aumento de até 15% na demanda de eletricidade (EPIA, 2014).

2.9.1Perspectivas futuras para a energia fotovoltaica no Brasil

O Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030) publicado em 2007 prevê o interesse
em manter a elevada participação das fontes renováveis na matriz energética brasileira e a
diversificação das fontes primárias de abastecimento, concentrou-se o estudo de outras fontes
as renováveis com maior potencial para o país. O Governo Federal criou o Programa de
Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios (PRODEEM), no de 1994, com
objetivo de promover a aquisição de sistemas fotovoltaicos por meio de licitações
internacionais. Foi instalado o equivalente a 5MWp (megawatts pico) em aproximadamente
7.000 comunidades em todo Brasil.
O PRODEEM foi incorporado ao Programa Luz para Todos objetivando o intuito de
atender localidades remotas, para as quais a extensão da rede de distribuição possui um custo
muito alto. De acordo com o Relatório da Administração da Eletrobrás de 2009, ao todo
foram instalados 2.046 sistemas fotovoltaicos desde 2004. Atualmente o potencial de
expansão da geração elétrica a partir de energia solar fotovoltaica tem como destaque o
PROINFA (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica). No caso da
energia solar, a tecnologia é bem avançada, mas não se aplica para geração elétrica, apesar da
importância no sistema elétrico para modulação da carga nos horários de ponta. A energia
fotovoltaica pode ser aproveitada para geração elétrica, tanto em sistemas isolados, onde
desfruta de um mercado que continuará a crescer segundo as expectativas do PNE 2030,
porém com provável entrada, mais acentuada, no fim do horizonte do estudo (EPE, 2007;
FRANCO, 2013; PERLOTTI et al., 2012).
34

2.10O efeito fotovoltaico

O efeito fotovoltaico é a transformação direta da luz em energia elétrica, dado em


materiais denominados semicondutores caracterizados pela presença de bandas de energia
onde é permitida a presença de elétrons (banda de valência) e de outra onde totalmente
“vazia” (banda de condução), ou seja, decorre da excitação dos elétrons de alguns materiais
na presença da luz solar (ou outras formas apropriadas de energia). O silício é o material mais
usado para realizar a conversão da radiação solar em energia elétrica, os quais são usualmente
chamados de células solares ou fotovoltaicas. A eficiência de conversão das células solares é
medida pela proporção da radiação solar incidente sobre a superfície da célula que é
convertida em energia elétrica. Os átomos dos semicondutores como silício se caracteriza por
possui quatro elétrons na camada de valência que podem se ligar a elétrons de materiais
vizinhos, formando desta forma uma rede cristalina. Além do silício outros materiais são
usados no processo de conversão de luz em eletricidade como, o arsenieto de gálio, telurieto
de cádmio ou disselenieto de cobre e índio. No entanto a célula de silício cristalina é a mais
comum, estimasse que cerca de 95 %de todas as células solares do mundo são de silício.
Numa posição próxima do oxigénio, é o segundo elemento químico mais abundante utilizado
na terra. O silício apresenta-se originalmente como areia e com a utilização de técnicas
obtém-se o silício em forma pura. O material utilizado nas células solares deve ser da maior
pureza possível (BRITO, 2003; EPE, 2007; GREENPRO, 2004; NASCIMENTO, 2004).
As células produzidas com silício cristalino não possuem elétrons livres tornando-se
assim um mal condutor de eletricidade. Para contornar esta propriedade, são adicionadas
diferentes impurezas ao cristal de silício, este método é conhecido como dopagem. A camada
orientada para o sol é dopada com o fósforo para obter um material com elétrons livres ou
materiais portadores de carga negativa (silício tipo N). Já a camada inferior está dopada com
boro para obter cargas elétricas positivas tendo falta de elétrons ou material com cargas
positivas livres (silício tipo P). As células solares são compostas por uma camada mais fina de
material do tipo N e outra camada mais espessa do tipo P ao serem unidas, na junção
denominada P-N é produzido um campo elétrico decorrente dos elétrons livres do silício tipo
N que ocupam os vazios da estrutura do silício tipo P. Quando há a incidência da luz do sol
sobre a célula fotovoltaica os fótons colidem com outros elétrons da estrutura do silício
fornecendo-lhes energia e transformando-os em condutores. Com a presença do campo
elétrico na junção P-N, os elétrons fluem da camada “P” para a camada “N”.Por meio de um
condutor externo, ligando a camada negativa à positiva, gerando se um fluxo de elétrons
35

(corrente elétrica) este processo continua enquanto tiver luz do sol incidindo na célula desta
forma a intensidade da corrente elétrica é gerada na proporção da intensidade da luz solar
incidente (Figura 10). Vale ressaltar que as células solares não armazenam energia elétrica ela
apenas mantem o fluxo de elétrons estabelecidos num circuito elétrico enquanto houver
incidência de luz sobre ela (GREENPRO, 2004; NASCIMENTO, 2004).

Figura 10 - Processo de conversão da luz do sol em eletricidade.

Fonte: Chavaglia Neto, 2010.

2.11Sistema Solar Fotovoltaico

Existem três classificações para um sistema solar fotovoltaico, divide-se em três


categorias distintas, são eles, os sistemas isolados, híbridos e conectados a rede. Os sistemas
obedecem a uma configuração básica mostrado na Figura 11, onde o sistema deverá ter uma
unidade de controle de potência e também uma unidade de armazenamento (EPE,
2007;WANDERLEY, 2013).

Figura 11- Configuração de um sistema solar fotovoltaico.

Fonte: EPE, 2007.


36

Os sistemas fotovoltaicos possuem vantagens e desvantagens quando comparados a


outros meios de geração de energia elétrica. Dentre as vantagens destacam-se a durabilidade;
o baixo custo de manutenção, não utiliza combustível fóssil; descentralização da rede elétrica
e redução da poluição ambiental entre outras. No entanto, possui desvantagens como, o alto
custo inicial; potencia instantânea do sistema pode sofrer oscilação devida variações da
radiação solar disponível; necessitam de acumuladores (no caso dos isolados), necessita de
conscientização e treinamento do usuário, etc., (SILVA, 2010).

2.11.1Sistema fotovoltaico isolado

Os sistemas solar fotovoltaicos isolados ou sistemas autômatos ou off-gridforam os


primeiros sistemas a serem utilizados com a tecnologia fotovoltaica. Em geral são
empregados onde não se tem disponibilidade de fornecimento de energia pela concessionária
de energia local ou onde por questões estratégicas deseja-se mantê-lo isolado de outros
sistemas energéticos. Geralmente este tipo de sistema necessita de alguma forma de
armazenamento de energia, os equipamentos geralmente usados são as baterias ou os bancos
de baterias responsáveis por acumular a energia elétrica proveniente da fonte fotovoltaica
gerada durante os horários que há a incidência dos raios solares podendo usar a energia
acumulada nos períodos onde a luz solar não está disponível (período da noite ou em dias de
grande nebulosidade). Além do armazenamento de energia elétrica nas baterias existe o
armazenamento em forma de energia potencial, quando se bombeia água para tanques em
sistemas de abastecimento. Alguns sistemas isolados não necessitam de armazenamento, o
que é o caso da irrigação, onde toda a água bombeada é diretamente consumida ou estocada
em reservatórios, dentre outras aplicações. Para os sistemas que necessitam do acumulo de
energia em baterias também são necessários outros dispositivos auxiliares que torna a sua
aplicação um pouco mais cara que os sistemas conectados a rede. Os sistemas isolados são
compostos geralmente por os módulos fotovoltaicos responsáveis pela conversão da energia
solar em elétrica; o controlador de carga tem como principal função não deixar que haja danos
na bateria por sobrecarga ou descarga profunda é usado em sistemas pequenos, onde se
empregam aparelhos de baixa tensão e de corrente contínua (CC); o inversor é usado na
alimentação de equipamentos de corrente alternada (CA), este dispositivo geralmente
incorpora um seguidor de ponto de máxima potência necessário para otimização da potência
final produzida. Este sistema é usado quando se deseja mais conforto na utilização de
eletrodomésticos convencionais, a implementação destes sistemas vem ganhando espaço no
37

mercado vindo a atender as áreas remotas que permanecem sem o fornecimento de


eletricidade. As sucessivas evoluções tecnológicas e a diminuição dos custos de produção nos
países industrializados, poderão também contribuir para a generalização deste tipo de
aplicação (GREENPRO, 2004; EPE, 2007, SILVA, 2014; RÜTHER, 2000, GREEN, 2003,
LOYS, 2012).
A Figura 12 mostra o esquema simples de conexões de um sistema solar fotovoltaico
isolado.

Figura 12- Esquema de um sistema fotovoltaico isolado.

Fonte: Silva, 2014.

2.11.2Sistema fotovoltaico hibrido

Os sistemas híbridos de geração de energia reúnem pelo menos duas fontes de geração
distintas, como por exemplo, turbinas eólicas, geração diesel, módulos fotovoltaicos,
biomassa entre outras. Caracterizam-se por serem desconectados da rede convencional e a
utilização de várias formas de geração de energia elétrica torna-se complexa em função da
necessidadedeotimização do uso da mesma eficiência na entrega da energia ao usuário. Em
geral, os sistemas híbridos são empregados para sistemas de médio a grande porte, atendendo
um número grande de usuários. Por trabalhar com cargas de corrente contínua, o sistema
híbrido também apresenta um inversor. Devido a grande complexidade de arranjos e
multiplicidade de opções, a forma de otimização do sistema torna-se um estudo particular
para cada caso (EPE, 2007; LOPES 2002; SILVA, 2014; LOYS, 2012;WANDERLEY,
2013).A Figura 13 apresenta um exemplo de um sistema fotovoltaico hibrido com energia
fotovoltaica, eólica e através de combustíveis fósseis integrados ao mesmo sistema.
38

Figura 13- Esquema de um sistema fotovoltaico hibrido.

Fonte: Silva, 2014.

2.11.3Sistema fotovoltaico conectado a rede

Os sistemas fotovoltaicos conectados a rede (SFCR) usam um grande número de


painéis fotovoltaicos caracterizando-se por não utilizarem armazenamento de energia, pois
toda a geração é entregue diretamente na rede, sendo esta uma fonte complementar ao sistema
elétrico de grande porte ao qual está conectado. O arranjo deste sistema é conectado a
inversores e logo em seguida diretamente a rede, sendo esta exigência necessária para manter
a segurança para que a rede não seja prejudicada. Os inversores usados neste tipo de sistema
devem atender exigências de qualidade e segurança como, como sistema anti-ilhamento,
distorção harmônica em consonância com as normas aplicáveis, saída CA (corrente alternada)
com forma de onda senoidal pura, proteções contra sobretensões e sobrecorrente, dentre
outras, para que desta forma, a rede elétrica não seja afetada. A energia fornecida neste tipo de
sistema pode ser fornecida à carga instalada. A energia que é gerada nos períodos de
incidências solar e que não são utilizadas na instalação é injetada na rede elétrica da
concessória local de energia, podendo ser vendida ou acumulada em forma de bônus na conta
de energia elétrica conforme legislação do país (CÂMARA, 2011;SILVA, 2014; EPE, 2007;
LOPES 2002).
De acordo CÂMARA (2011) os SFCR podem divide-se em: de grande porte (centrais
fotovoltaicas) ou de pequeno porte (descentralizadas e instaladas em edificações urbanas). No
caso dos SFCR residências, cujo porte é caracterizado por unidade de kWp a injeção na rede
elétrica é feita geralmente na baixa tensão (110Vca ou 220Vca), já em sistemas de maior
porte os níveis de tensão podem ser injetados em níveis mais elevados tendo sua operação
automatizada sem a necessidade da intervenção humana (GALDINO, 2004).
39

Os SFCR das grandes centrais fornecem potência á rede elétrica instantaneamente via
um ou mais inversores e transformadores (Figura 14), esses sistemas são caracterizados por
utilizarem inversores comutados pela rede evitando a operação isolada, geralmente, são
equipamentos com seguidor de ponto de máxima potência (SPMP), afirma o autor CÂMARA
(2011).

Figura 14- Esquema de um SFCR com um inversor (a) ou com vários inversores (b).

Fonte: Markvart ,1994.

2.11.4Legislações vigente que regulamentam os SFCR

No Brasil este tipo de sistema é normatizado pela Resolução Normativa n° 482 da


ANEEL de 2012 que regulariza os aspectos relacionados ao acesso da micro e mini geração
distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica. Onde para fins de compensação da
à energia ativa injetada no sistema de distribuição pela unidade consumidora, será cedida a
título de empréstimo gratuito para a distribuidora, passando a unidade consumidora a ter um
crédito em quantidade de energia ativa a ser consumida por um prazo de 36 meses. A
resolução regulamenta também as conexões á rede para a micro geração distribuída, cuja
potência instalada seja menor ou igual a 100 kW (quilowatt) e a mini geração distribuída, cuja
potência instalada seja superior a 100 kW e menor ou igual a 1MW (megawatt) conectada na
40

rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras. O sistema conectado


a rede requer o uso de módulos fotovoltaicos e de inversores, além de necessitar de um
medidor de energia bidirecional ou dois medidores individuais responsáveis por registrar a
geração e o consumo da instalação para compor o sistema de compensação (Figura 15)
(ANEEL, 2012, TAKENAKA, 2010).

Figura 15- Esquema de um sistema fotovoltaico conectado a rede.

Fonte: Silva, 2014.

A resolução 482 possibilitou também queos consumidores conectados a rede elétrica


de baixa de tensão possam instalar sistemas de micro e mini geração de energia elétrica para o
próprio consumo originário de fontes renováveis, ou seja, estes sistemas são ligados
diretamente ás instalações elétricas de residências, escolas, empresas dentre outros (Figura
16). A regulação dos sistemas contestados a rede é um marco importante para a população
brasileira, pois a beneficia e obriga as concessionárias de energia elétrica local a permitir a
entrada de sistemas proprietários de geração fotovoltaicos em suas redes de distribuição de
eletricidade(ANEEL, 2012).
A resolução Normativa n° 56 da ANEEL de 6 de abril de 2004 estabelece
procedimentos para acesso das centrais geradoras participantes do Programa de Incentivo às
Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), onde o livre acesso aos sistemas de
distribuição e transmissão de concessionário e permissionário de serviço público é assegurado
aos fornecedores e respectivos consumidores, mediante ressarcimento do custo de transporte
envolvido. Competindo a ANEEL aprovar as metodologias e os procedimentos para otimizar
a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), bem como, estabelecer as condições gerais
do acesso aos sistemas de transmissão e de distribuição, compreendendo o uso e a conexão,
41

com vistas a induzir a utilização racional dos sistemas, minimizando seus custos de ampliação
ou utilização, além de esforça-se para garantir o livre acesso do empreendimento contratado
pelo critério de mínimo custo global de interligação (critério de avaliação de alternativas para
ser realizada a integração das centrais geradoras vinculadas ao PROINFA onde são escolhidos
o menor custo global do investimentos, consideradas as instalações de conexão de
responsabilidade do consumidor) e os reforços nas redes e decidindo eventuais divergências e
observando os prazos de início de funcionamento das centrais geradoras (ANEEL, 2004).

Figura 16- Sistema fotovoltaico residencial conectado à rede elétrica.

Fonte: ENERGIA, 2015.

A Norma Técnica (NT) n° 008 de 2012 da COELCE estabelece os critérios técnicos


aplicáveis à conexão de sistemas elétricos de centrais geradoras ao sistema de distribuição da
Coelce, sendo aplicável às conexões de instalações novas, reformas e ampliações. Tem como
objetivo principal estabelecer as condições de acesso e defini os critérios técnicos,
operacionais e requisitos de projetos aplicáveis à conexão de centrais geradoras ao sistema de
distribuição de alta tensão (SDAT) em 72,5 kV, e de média tensão (SDMT) em 15 kV de
forma a garantir que ambos os sistemas, após a conexão, operem com segurança, eficiência,
qualidade e confiabilidade (COELCE, 2012).
A NT de n° 010 de 2012 da COELCE visa estabelecer as condições mínimas de acesso
e as definições dos critérios técnicos operacionais e os requisitos de projetos aplicados á
conexão de micro e mini geração distribuída ao sistema de distribuição da concessionária de
maneira a garantir a segurança e a eficiência de ambos os sistemas após a conexão. Esta
norma abrange as unidades consumidoras que desejam aderir a mini ou a micro geração
baseadas em fontes de energia hidráulica, solar, eólica, biomassa
42

oucogeraçãoqualificada,conforme regulamentação 482 da ANEEL.Micro e minigeração


distribuída que não participarem do Sistema de Compensação de EnergiaElétrica devem
atender aos critérios da NT-008. A potência de geração de micro e minigeraçãodeve ser no
máximo igual ao valor da cargainstalada comprovada da unidade consumidora de baixa
tensão ou no máximo igual à demanda contratada das unidades consumidoras de média tensão
(COELCE, 2012).
A tabela 01 é apresentada as formas de conexões dos valores da carga instalada e
características dos equipamentos elétricos existentes na unidade consumidora.

Tabela 01- Formas de conexão

Carga Instalada Tensão Nominal Sistema Elétrico

≤ 10 kW 220 V Baixa ≤ 10 kW 220 V Baixa ≤ 10 kW 220 V Baixa


Tensão (monofásico) Tensão (monofásico) Tensão (monofásico)
>10kW e ≤ 75 kW 380 V >10kW e ≤ 75 kW 380 >10kW e ≤ 75 kW 380
Baixa Tensão (trifásico) V Baixa Tensão V Baixa Tensão
(trifásico) (trifásico)
> 75 kW e ≤ 1MW 13800 > 75 kW e ≤ 1MW > 75 kW e ≤ 1MW
V Média Tensão 13800 V Média Tensão 13800 V Média Tensão

Fonte: COELCE, 2012.

2.12Componentes de um sistema fotovoltaicoconectado a rede

Este tópico abordará os principais componentes usados em um sistema fotovoltaico


conectado a rede, suas aplicações, funcionamento e as principais tecnologias. Os componentes
abordados serão os módulos fotovoltaicos, os inversores e o medidor.

2.12.1Módulos fotovoltaicos

Os módulos fotovoltaicos ou painéis fotovoltaicos são responsáveis por converter a


energia solar em energia elétrica. São formadas por células fotovoltaicas conectadas entre si,
cada célula é isolada e tem capacidade reduzida de produção de energia elétrica, estimada em
1,5W, correspondendo a uma tensão de 0,5 V (volt) e uma corrente de 3A (ampère), tornando-
se necessário a associação de várias células em série e/ou paralelo, formando os módulos
fotovoltaicos para atender assim a demanda de energia dos equipamentos elétricos. Os
números de células são determinados pela corrente e tensão da carga a ser alimentada.
Normalmente os painéis fotovoltaicos são compostos de 33 a 36 células ligadas em série,
resultando numa tensão capaz de alimentar uma bateria de 12 V (IMHOFF, 2007).
43

As células fotovoltaicas em sua grande maioria são fabricadas com o Silício (Si). As
tecnologias usadas na fabricação das células fotovoltaicas são classificadas como de primeira
geração (silício mono e policristalino), segunda geração (silício amorfo e filme fino) ou
terceira geração (concentrador fotovoltaico) (EPE, 2012).
Os módulos fabricados com o silício monocristalino possuem uma estrutura
homogênea em toda sua extensão sendo necessário para fabricação ter um grau de pureza de
aproximadamente 99,9999%. Estas células são obtidas de barras cilíndricas de silício
monocristalino fabricadas em fornos especiais, sendo necessária a realização de cortes das
barras em formas de pastilhas quadradas finas (0,4 a 0,5 mm de espessura) (Figura 17). Tem-
se um limite de conversão da luz em eletricidade de 27%, no entanto, em produtos comercias
encontra-se valores limitados de 12 a 16%. A obtenção desse tipo de silício é mais cara do
que a do silício policristalino, mesmo com sua produção em larga escala (IMHOFF, 2007;
EPE, 2012).
Figura 17- Célula de silício monocristalino.

Fonte: EPE, 2012.

As técnicas de produção dos módulos fotovoltaicos com silício policristalino são


basicamente do mesmomaterialdas células monocristalinas, a diferença é que ao invés de
formar uma única barra de cristal é formada uma estrutura policrsitalina com superfícies de
separação entre os cristais (Figura 18). Com isso a eficiência da célula é reduzida, além de
haver um menor gasto de energia e também menor rigor no controle do processo de
fabricação(IMHOFF, 2007; EPE, 2012).

Figura 18- Célula de silício policristalino.

Fonte: EPE, 2012.


44

As células de silício amorfo são constituídas por um suporte de vidro ou de matéria


sintética, onde é depositada uma camada fina de silício (a organização dos átomos já não é
regular como num cristal). Possui um baixo rendimento comparado as células cristalinas,
porém, a corrente produzida é razoável. Sua aplicação dá-se em pequenos produtos de
consumo como relógios, calculadoras, mas podem também ser utilizadas em instalações
solares. Possui uma melhor reação à luz difusa e a luz fluorescente apresentando melhores
desempenhos a temperaturas elevadas. A sua eficiência na conversão de luz em eletricidade
varia entre 5e 7%, estas células são muito flexíveis, proporcionando a confecção dos módulos
fotovoltaicos em formas de mantas facilitando a moldagem sobre os telhados e fachadas de
construções (Figura 19) (IMHOFF, 2007; GREENPRO, 2004; FREITAS, 2008).

Figura 19- Célula de silício amorfo.

Fonte:GREENPRO, 2004.

As células de filmes finos (Figura 20) são produzidas através de um processo de


deposito de camadas extremamente finas de material semicondutor. São revestidas de como
vidro ou plástico. Os materiais semicondutores comercialmente utilizados na fabricação dos
filmes são silícioamorfo (a-Si), telureto de cadmio (CdTe) ou disseleneto de cobre indiogalio
(CIGS) (EPE, 2012; FREITAS, 2008).

Figura 20- Célula de filmes fino.

Fonte: GREENPRO, 2004.


45

É uma tecnologia de baixo custo quando comparados comas formas cristalina do


silício, a energia gasta na fabricação destas células de filme fino é menor e a eficiência na
conversão da energia também é menor. Além disso, a eficiência da conversão nessa
tecnologia diminui ao longo dos primeiros meses após a instalação, embora seja menos
afetada por temperaturas mais elevadas (EPE, 2012).
A tecnologia dos concentradores fotovoltaicos consiste em usar espelhos parabólicos
para concentração dos raios solares em uma área menor para aumentar a eficiência da
absorção de irradiação utilizando menor quantidade de células fotovoltaicas (Figura 21) (EPE,
2012).
Figura 21- Concentradores fotovoltaicos.

Fonte: EPE, 2012.

As células fotovoltaicas de silício são encapsuladas em módulos. O empacotamento é


feito para que fiquem protegidas das intempéries, principalmente da umidade do ar. A
geometria das células é muito importante, pois elas devem ocupar o máximo da área possível
do módulo. Existem células de formas quadradas e redondas, sendo que as de forma quadrada
ocupam melhor espaço nos módulos, enquanto que as redondas têm a vantagem de não
sofrerem perda de material, devido à forma cilíndrica de crescimento do silício
monocristalino(GUIMARÃES et al.,2004).
Um dos parâmetros imprescindíveis das células ou módulos fotovoltaicos é eficiência,
a mesma é definida em condições da referencia STC (Standard Test Conditions, em
português, Condições de Teste Padrão). Este parâmetro é analisado pela relação entre a
potência máxima de saída da célula normalizada pela área da célula em m² e o padrão de
1.000W/m² (watts por metro quadrado), a 25°C. Em relação à eficiência de conversão é
importante considerar a temperatura ambiente de operação e a intensidade solar incidente
sobre a célula (EPE, 2012; SILVA, 2014).
46

Outro ponto importante a ser considerado nos módulos é o ponto de potência máxima
(Pm). Para conseguir a potencia máxima deve-se traçar um gráfico IxV (Corrente x Tensão)
com valores obtidos da tensão de circuito aberto (Voc) e de corrente de curto circuito (Isc)
estes valores são obtidos através da variação da incidência de irradiação solar mínima à
máxima sobre o respectivo módulo em condições STC. Portanto o Pm é o produto
correspondente da tensão máxima (Vmp) e corrente de potência máxima (Imp) (GNOATO et
al., 2005). A Figura 22 ilustra um exemplo de um gráfico I x V, sendo a potência máxima
obtida através da curva gerada em condições padrões, ou seja, STC. O Pm é comumente
denominado como o “joelho” da curva IxV.

Figura 22- Curvas características de um módulo fotovoltaico em condições


STC e em condições de campo.

Fonte:Gnoatoet al., 2005.

Na Figura 22 também dá para observar que o fator de temperatura ambiente,


anteriormente mencionado, interfere de forma significativa na eficiência do módulo
fotovoltaico, onde havendo um aumento da temperatura oPm reduz em relação ao Pm em
temperatura ambiente de 25°C, ou seja, sobre as condições de STC(GNOATO et al., 2005).

2.12.2Inversores

Os inversores são componentes eletrônicos destinados a transformar corrente e


tensão elétrica continua (CC) em alternada (CA). Os módulos fotovoltaicos e os bancos de
baterias fornecem energia na forma CC e como a maioria dos equipamentos eletroeletrônicos
47

encontrados no mercado necessitam de energia na forma CA faz-se necessário à utilização de


inversores entre a carga e o sistema fotovoltaico para regular a energia gerada pelos painéis e
bancos de baterias na forma comercialmente disponíveis de tensões 110VCA ou 220VCA e
uma frequência de 60 Hz (hertz) (COELHO, 2015; IMHOFF, 2007).
Em sistemas fotovoltaicos com armazenamento de energia a tensão continua é
proveniente do banco de baterias, já nos sistemas conectados diretamente a rede elétrica a
tensão continua provêm dos módulos fotovoltaicos, mas em ambos os casos o objetivo é o
mesmo, usar o inversor para alimentar as cargas em CA, como por exemplo, lâmpadas,
refrigeradores, televisores entre outros, afirma o autor Silva (2014).
Com a evolução da eletrônica potência os inversores se tornaram cada vez mais
modernos, principalmente nos seus mecanismos de chaveamento que alteram o fluxo de
corrente entre as direções positivas e negativas, para isso são usados transistores de potência,
retificadores controlados de silício (SCRs) e, mais recentemente, os IGBTs(InsulatedGats
Bipolar Transistors)são tipicamente usados como chaves semicondutoras (GUIMARÃES,
2004; PINHO e GALDINO, 2014).
Segundo Guimarães (2004) basicamente existem dois tipos de inversores, os
inversores comutados pela rede (comutação natural), onde o processo de inversão é
controlado pela tensão da redeelétricaeos inversores autocomutados(comutação forçada) onde
o controle é realizado pelo próprio inversor. As novas tecnologias estão possibilitando que o
mesmo inversor possa operar nos dois sentidos, isolado ou sincronizado à rede. O
autoraindaressalta que para se especificar um inversor deve-se levar em consideração tanto a
tensão de entrada CC quanto a tensão de saída CA. Os inversores isolados geralmente operam
com tensões de entrada de 12, 24, 48 ou 120 V (CC) convertidos em 120 ou 240 V (CA), na
frequência de 60 ou 50 Hz. Além disso, deve-se também observar as exigências que a carga
exigirá do inversor devendo observar não somente em relação à potência, mas também
variação de tensão, frequência e forma de onda.
Na tabela 02são apresentados a classificação dos inversores quanto ao tipo
construção eletrônica, ou seja, de acordo com a produção da forma de onda de tensão CA
produzida na sua saída.

Tabela 02- Classificação dos inversores quanto à forma de onda


Classificação de Características
inversores quanto à
forma de onda
Fornecem uma saída CA com harmônicos elevados e
Inversores de
pequena regulação de tensão. A onda quadrada é obtida
ondaquadrada
simplesmente alternando-se a tensão e corrente;
48

Comparando-se com a operação em tensão senoidal da rede


elétrica, um motor de indução, que esteja operando com
estes tipos de inversores, tem somente cerca de 60% do seu
torque normal e aquecimentos indesejáveis;

São tipicamente mais baratos, porém, não devem ser


usados para cargas indutivas, como motores. Entretanto,
são muito adequados para cargas resistivas, tais como
lâmpadas incandescentes.
São um refinamento dos inversores de onda quadrada.
Chaveamentos adicionais são usados para melhor
aproximação de uma onda senoidal e, por isso, estes
possuem menor distorção harmônica que os de onda
quadrada;

São adequados para uma maior variedade de cargas,


Inversores de onda incluindo lâmpadas, equipamentos eletrônicos e a maioria
quadrada modificada ou dos motores, embora não consigam operar um motor tão
retangular eficientemente quanto um inversor de onda senoidal;

São mais adequados para operarem motores do que os


inversores de onda quadrada, já que o aquecimento do
motor é menor. O torque de partida e operação também são
melhores visto que a tensão e corrente de pico são maiores.
Entretanto, a tensão de pico destes inversores não deve ser
excessiva.

São geralmente mais caros; entretanto, se adequadamente


projetados e dimensionados, são os que produzem uma
tensão de saída e desempenho mais adequados;

Inversores de Podem operar qualquer aparelho CA ou motor, dentro da


ondasenoidal sua classificação de potência;

Utilizam normalmente a técnica PWM com uma filtragem


posterior;

Usado, em geral, para inversores trifásicos.


Possuem distorção harmônica muito baixa, principalmente
em configurações trifásicas, apesar do aspecto visual da
forma de onda;

PWM Permitem a construção de inversores senoidais com


filtragem não muito complexa;

Adequado para quase todas as cargas CA, exceto


equipamentos muito sensíveis.
Fonte: ADAPTADO de GUIMARÃES, 2004.

2.12.3 Medidor

Os medidores têm a função de medir a quantidade de energia da rede consumida pela


instalação elétrica e a quantidade de energia injetada na rede pelo sistema fotovoltaico
conectado a rede, podendo adotar-se uma configuração com dois medidores unidirecionais ou
49

com um medidor bidirecional, que registra a quantidade consumida da rede eà energia


injetada pelo arranjo fotovoltaico (PEREIRA e GONÇALVES, 2008).
50

3MATERIAIS E MÉTODOS

No sentido de atingir os objetivos do presente projeto de dimensionamento de SFCR, é


necessário obter informações acerca das peculiaridades meteorológicas da região onde será
implantado o sistema, bem como,a carga instalada do ambiente para que haja um
dimensionamento correto dos dispositivos.
Os dados estatísticos meteorológicos do potencial de irradiação solar, foram obtidos
no banco de dados do CEPEL (Centro de Pesquisa em Energia Elétrica) da CRESESB
(Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio Brito) através da ferramenta
SunData, que destina-se aos cálculos da irradiação solar diária média mensal em qualquer
ponto do território nacional. Esta ferramenta é uma tentativa do CRESESB de oferecer
ummecanismo de apoio ao dimensionamento de sistemas fotovoltaicos (CRESESB, 2015).
Para se conseguir osdados da irradiação média mensal necessitou-sedos valores da
latitude/ longitude do local, sendo estes de6.603 Sul / 39.055 Oeste, respectivamente, com
isso, obteve-se os registros solarimétrico das três cidades mais próximas (Iguatu, Juazeiro do
Norte e Barbalha) ao município de Cedro-Ceará onde o estudo foi realizado.
A figura 23 ilustra osíndices de irradiação solar no plano horizontal das localidades
mais próximas a Cedro-CEessasinformaçõesforamobtidos no banco de dados meteorológicos
da CEPEL/ CRESESB.

Figura 23- Índices de irradiação solar no plano horizontal das localidades mais próximas a Cedro-Ce.

Fonte: CRESESB, 2015.

A tabela 03 mostra os valores médios de irradiação solar diária durante os meses do


ano, apresentando o menor e o maior índice, além, da média anual de irradiação solar para as
localidades próximas a estação das cidades de Iguatu, Juazeiro do Norte e Barbalha no Ceará.
51

Tabela 03- Valores médios de irradiação solar diária durante os meses do ano das cidades Iguatu,
Juazeiro do Norte e Barbalha no Ceará.
Informações Irradiação solar diária média [ kWh/m².dia]
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
Iguatu/CE/BRA
Latitude: 6,3°S
Longitude: 39,2986°O 5,33 5,39 5,31 5,03 5,36 4,92 5,5 6,08 5,81 6,5 6,25 6 5,63
Distância: 36,9 Km

Juazeiro do
Norte/CE/BRA
5,17 5,39 5,08 5,22 5,25 4,89 5,11 5,78 6,19 6,42 5,86 5,58 5,50
Latitude: 7,2°S
Longitude:
39,31527°O
Distância 72,4 Km

Barbalha/CE/BRA
Latitude: 7,3°S 5,08 5,00 5,08 5,00 5,03 4,78 5,17 6,03 5,89 6,03 6,19 5,83 5,43
Longitude:39,30406°O
Distância 82,3 Km

Fonte: ADAPTADO CRESESB, 2015.

Como pode ser observado na tabela acima,osíndicessolarimétrico disponibilizados


pelo CRESESB são representados pela grandeza kWh/m². dia, ou seja, está será a quantidade
watts incidente em uma área de 1 m² durante o dia, este resultado representa a estimativa
média anual do índice solarimétrico locais(CRESESB, 2015).
Para se definir o índice médio de irradiação solar do local é necessário analisar ás
médias das três cidades,contudo, para se obter uma margem de segurança no projeto em
relação a média de irradiação solar anual adota-se o pior índice entre as três cidades, com isso,
a pior média apresentada é a da cidade de Barbalha com 5,43 kWh/m².dia.
O ambiente escolhido para a realização do estudo foi o Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Ceará - Campus Cedro. Esta instituição de ensino é uma unidade
consumidora interligada a rede elétrica em média tensão(13,8 kV), conta com uma subestação
abaixadora contendo 02transformadoresde 225 kVA/13.8kV/380V/220Vcom isolação a óleo
do tipo mineral, essescomponentessãobastante significativo em sistemas CA de potência,
possibilita a geração elétrica e a transferência da energia nas tensões mais econômicas, além
de permitir a utilização da energia na tensão mais adequada para os equipamentos elétricos,
além disso, são largamente usados em circuitos de baixa potência, em circuitos eletrônicos de
baixas correntes e nos de controle (FITZGERALD, KINGSLEY JR, UMANS, 2006).

3.1 Descrições do projeto do SFCR do IFCE-Campus Cedro


52

O projeto que visa a instalação do sistema geração fotovoltaica conectada a rede de


distribuição em média tensão no IFCE Campus Cedro, necessitará de módulos fotovoltaicos
em células policristalinas, resultando em uma potência total instalada de 450 kWp, esta
potência foi estipulada visando atender a toda carga instalada com uma margem de segurança
de aproximadamente 25% a mais, levando-se em consideração o período mais críticos de
consumojáregistrado no campus,foi de60.000 kWh/ mês, em fevereiro do ano 2015, bem
como, a segurar futuras implementações e instalações que aumentem as cargas elétricas.
Com base na potência total instalada prevista para o projeto, necessitou-se definir as
características dos módulos, desta forma,foram escolhidos módulos fotovoltaicos de potência
unitária de 240Wp de dimensões 1650 mm x 992 mm x 40mm (LUNA NETO, 2015).
No que diz respeito à localização dos módulos foi realizada uma análise visual dos
telhados de diversos ambientes do campus, visando determinar os locais onde existia mais
irradiação solar e eliminando locais que existia sombreamento para não prejudicar a geração.
Feita a analise preliminar foram escolhidos ambientes onde havia uma maior
irradiação solar para a instalação dos módulos, sendo priorizados os telhados no sentido ao
lado norte, passou-se então, a mediçãodalargura e comprimento dos mesmos para
obtençãodaárea,paraqueposteriormentefossemcalculados a quantidade de módulos por
telhados e determinar a potência gerada em cada um deles.

3.1.1 Quantidade de módulos e potência total gerada por ambiente

Para se determinar o quantitativo de módulos por ambiente, usou-se a seguinte


fórmula:
  Larg. Ambiente   Comp. Ambiente 
Quant. Módulos =    
  Larg. Módulo   Comp. Módulo
*
 

Onde:
Quant. Módulo - Quantidade de módulos.
Larg. Ambiente - Largura do ambienteescolhido em metros.
Larg. Ambiente - Largura do módulo usado no projeto em metros.
Comp. Ambiente - Comprimento do ambiente escolhido em metros.
Comp. Módulo - Comprimento do módulo do projeto em metros.
53

No intuito de se determinar a potência total gerada em kWp por ambiente foi usada a
seguinte fórmula:

Quant. Módulo * Pot. Módulo


Pot. Total =
1000

Onde:

Pot. Total - Potênciatotal gerada por ambiente em kWp.


Quant. Módulo - Quantidade de módulos.
Pot. Módulo - Potência do módulo escolhido para o projeto (neste caso 240 Wp).

Na tabela 04 é possível observar todas as dimensões obtidas dos ambientes escolhidos


para a instalação dos módulos fotovoltaicos, vale ressaltar, que todos esses lugares foram
escolhidos visando um melhor aproveitamento da irradiação solar diária para maximizar a
geração de energia elétrica no campus, além disso, é possível observar a quantidade total de
placas necessárias para se gerar 459kWp e a quantidade de inversores necessários para
atender a demanda de potência de cada espaço.

Tabela 04- Especificações dos ambientes determinados para instalação dos módulos.

Módulos Potencia
Largura Comprimento Área
Local fotovoltaicos Total Inversores
(m) (m) (m²)
(QUANT.) (kWp)
Inversor 4 x
Bloco Didático 18,92 25,29 478,49 293 70 15 kW e 1 x
12,5 kW
Inversor 6x
Quadra 23,78 35,22 908,87 513 123 20kW E 1 x
12,5 kW
Inversor 2x
Bloco Eletro 11,77 14,77 172,37 106 26
15kW
Bloco Lab. Inversor 2 x
9,45 26,45 249,95 153 37
Informática 20 kW
Bloco Lab. Inversor 4 x
10,03 33,83 339,31 208 50
Usinagem 15 kW
Biblioteca
7,12 12 85,44 52 13
(Lado Norte) Inversor
Biblioteca 2x15kW
7,12 12 85,44 52 13
(Lado Sul)
54

Bloco do Lab.
de Química 8,84 21,4 189,17 116 28
(Lado Norte)
Inversor 4 x
15 kW
Bloco do Lab.
De Química 8,84 21,4 189,17 116 28
(Lado Sul)

Almoxarifado
2,8 17,55 49,14 30 7
(Lado Norte)
Inversor 20
kW
Almoxarifado
2,8 17,55 49,14 30 7
(Lado Sul)

Bloco
Recepção 8,85 22,56 199,66 122 29
(Lado Norte) Inversor 4 x
Bloco 15 kW
Recepção 8,85 22,56 199,66 122 29
(Lado Sul)
Total 1914 459
Fonte: Autora, 2015.
55

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No capítulo anterior foram abordadas as principais etapas para se alcançar o índice


médio de irradiação solar do local, bem como,as fórmulas empregadas para calcular-se a
quantidade necessária de módulos fotovoltaicos e a potência gerada por ambiente, além de se
definir a quantidade e a potência dos inversores.
Na figura 24 é possível obter uma visualização dos locaisque foram determinados para
a instalação dos módulos fotovoltaicos no campus Cedro.

Figura 24- Locais determinados para a instalação dos módulos fotovoltaicos.

Fonte: Autora, 2015.

Para a elaboração do orçamento do projeto foram realizadas pesquisas em diversos


sites voltados a comercialização de equipamentos para geração fotovoltaica onde se optou por
aqueles que ofereciam o preço mais baixo, neste orçamento também se encontra os custos de
estrutura metálicas, dos dispositivos de proteção para o sistema, mão de obra empregada para
a futura implantação do sistema entre outros, todos estes detalhes citados podem ser
56

encontrados na tabela 05, vale ressaltar que no orçamento é realizada um descrição técnica de
cada equipamento, tendo em vista que o IFCE-campus Cedro é uma instituição pública e
como a aquisição dos equipamentos é realizada através de licitações necessita-se fornecer as
características técnicas dos mesmos.

Tabela 05- Orçamento do projeto do SFCR do IFCE-Campus Cedro.


Data:
Dezembro de 2015
Projeto SFCR

FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO DE SISTEMA DE GERAÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA 459 KVA

Preço - R$ (Real)
Fonte Descrição Un. Qtde.

Unitário Total
ADMINISTRAÇÃO DA OBRA E
1 17.508,14
DESPESAS GERAIS
R$
1.1 CREA ud 1,0 65,00
ART CREA 65,00
R$
1.2 2706 h 198,0 10.579,14
Engenheiro Eletricista 53,43
R$
1.3 2437 h 528,0 6.864,00
Montador Eletromecânico (encarregado) 13,00
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
2 2.873,55
INDIVIDUAL
12893 R$
2.1 Bota couro solado de borracha vulcanizado. par 21,0 1.300,32
SINAPI 61,92
12895 R$
2.2 Capacete plástico rígido. ud 21,0 270,90
SINAPI 12,90
00941 R$
2.3 Fardamento. ud 21,0 1.008,00
ORSE 48,00
74209/1
2.4 Placa de obra em chapa de aço galvanizado. m² 1,0 R$ 294,33 294,33
SINAPI
3 ESTRUTURA METÁLICA 467.850,00
Memória de Estruturas metálica de suporte para painéis R$
3.1 kg 31190,0 467.850,00
cálculo fotovoltaicos. 15,00
4 EQUIPAMENTOS FOTOVOLTAICOS 2.425.790,00
Painel fotovoltaico Policistalino Classificação
A no Inmetro Máxima Potência (Pm): 240
Watts Tolerância: 0 / 5 Watts Voltagem de
Máxima Potência (Vm) : 30.4 Volts Corrente
Cotação. R$
4.1 de Máxima Potência (Im): 8.14 Amps ud 1914,0 1.722.600,00
(Neosolar) 900,00
Voltagem de Circuito Aberto (Voc): 37.5
Volts Corrente de Curto-Circuito (Isc):
8.65Amps Voltagem Máxima do Sistema:
1000 Volts(ou equivalente técnico)
57

INVERSOR 12.500 W, ENTRADA:


Voltagem máxima de entrada: 1000Vcc;
Faixa de Voltagem do MPP: (320Vcc a
800Vcc); Voltagem mínima de entrada:
200Vcc; Voltagem para inicialização:
200Vcc; Corrente máxima de entrada: 27A /
16,5A; SAIDA: Potência nominal de saída:
Cotação. 12500W; Voltagem de saída (faixa): 154Vca R$
4.2 ud 2,0 37.780,00
(Neosolar) a 400Vca; Frequência de saída: 60Hz; 18.890,00
Corrente máxima de saída: 19,9A; OUTRAS
CARACTERÍSTICAS: Eficiência Máxima:
98%; Consumo interno (noite): <1W;
Temperatura de Operação: -25˚C a +60˚C;
Frequência de saída: 60Hz Especificações
Mecânicas: Dimensões (L x A x P)mm: (510
x 225 x 725) Peso: 34,8Kg
INVERSOR 15.000 W; ENTRADA:
Voltagem máxima de entrada: 1000Vcc;
Faixa de Voltagem do MPP: (320Vcc a
800Vcc); Voltagem mínima de entrada:
200Vcc; Voltagem para inicialização:
200Vcc; Corrente máxima de entrada: 33A /
27A; SAIDA: Potência nominal de saída:
Cotação. 15000W; Voltagem de saída (faixa): 154Vca R$
4.3 ud 20,0 415.800,00
(Neosolar) a 400Vca; Frequência de saída: 60Hz; 20.790,00
Corrente máxima de saída: 23,9A; OUTRAS
CARACTERÍSTICAS: Eficiência Máxima:
98%; Consumo interno (noite): <1W;
Temperatura de Operação: -25˚C a +60˚C;
Frequência de saída: 60Hz; Especificações
Mecânicas: Dimensões (L x A x P)mm: (510
x 225 x 725); Peso: 43,4Kg
INVERSOR 20.000 W; ENTRADA:
Voltagem máxima de entrada: 1000Vcc Faixa
de Voltagem do MPP: (420Vcc a 800Vcc)
Voltagem mínima de entrada: 200Vcc
Voltagem para inicialização: 200Vcc corrente
máxima de entrada: 33A / 27A; SAIDA:
Potência nominal de saída: 20.000W
Voltagem de saída (faixa): 154Vca a 400Vca
Cotação. R$
4.4 Frequência de saída: 60 Hz Corrente máxima ud 9,0 245.610,00
(Neosolar) 27.290,00
de saída: 31,9A; OUTRAS
CARACTERÍSTICAS: Eficiência Máxima:
98,1%; Consumo interno (noite): <1W;
Temperatura de Operação: -25˚C a +60˚C;
Frequência de saída: 60Hz
Especificações Mecânicas: Dimensões (L x A
x P)mm: (510 x 225 x 725); Peso: 43,4Kg

R$
4.5 Cotação Conector Solar Plug Macho e Fêmea 4 mm2 ud 200,0 4.000,00
20,00
5 INSTALAÇÃO ELÉTRICA
-
03836/ Caixa em chapa metálica galvanizada 60 x 50 R$
5.1 ud 31 7.177,12
ORSE x 20cm, para quadro de comando de proteção 231,52
00477/ Fornecimento e instalação de chave R$
5.2 ud 31 9.066,57
ORSE seccionadora 70a 292,47
Disjuntor termomagnético tripolar 50 A,
08001/ R$
5.3 padrão DIN (Europeu - linha branca), curva ud 27 1.757,43
ORSE 65,09
C, 5KA (Fornecimento e instalação)
58

Disjuntor monopolar DR 40 A - Dispositivo


08312/ R$
5.4 residual diferencial, tipo AC, Siemens ou ud 31 4.743,00
ORSE 153,00
similar (Fornecimento e instalação).
Proteção para Interconexão com a Geração
5.5 Cotação ud 1 R$ 8.000 8.000,00
Distribuída
1018 R$
5.6 Fio de cobre Flexível16 mm2, Instalações. UN 3401 25.507, 50
SINAPI 7,5
R$
5.7 Fio de cobre Flexível 10 mm2, Instalações. UN 4397 24.623,20
5,6
R$
5.8 995 SINAPI Fio de cobre Flexível 4 mm2, Instalações. UN 382 1.528,00
4,00
09042/ Dispositivo de proteção contra surto de tensão R$
5.9 ud 31 2.542
ORSE DPS 40kA - 440v (Fornecimento e instalação) 82,49
8
MÃO DE OBRA 52.700,00
Memória de R$52.700,
9.1 Instalação e comissionamento. ud 1,0 52.700,00
cálculo 00
SUBTOTAL 3.051.666,51
BDI
11% 335.683,31
(equipamentos)
BDI (serviços) 27% 19.834,37
TOTAL 3.407.184,19
Fonte: Autora, 2015.

Com um investimento total de R$ 3.407.184,19 estimasse que o valor poderá ser


recuperado em cerca de 09 anos e 4 meses, desta forma, o projeto mostra-se viável para a
instituição. Além disso,a instituição estará investindo em uma de geração renovável de
energia que evitará a emissão de cerca 184.842 Kg de CO2por ano, representado uma redução
de 184 veículos em funcionamento nas ruas ou considerando uma proporcionalidade de 218
árvores plantadas por ano.

4.1 Problemas encontrados

Inicialmente o projeto idealizado para o IFCE-Campus Cedro era o estudo da


viabilidade de um sistema fotovoltaico isolado para ao atendimento ao horário de ponta,
sendo que a instituição faz parte da estrutura tarifária Grupo A estando enquadrada na
modalidade horo sazonal verde, essas tarifas de energia elétrica caracterizam-se por
possuírem um custo diferenciado para cada tipo de consumidor, onde são definidas como um
conjunto de tarifas aplicadas aos elementos de consumo de energia e/ou demanda de potência,
o tipo de uso, o período e o horário de uso(CARÇÃO, 2011).
Porém com o decorrer das pesquisas e dos dimensionamentos dos equipamentos para o
sistema verificou-se que a quantidade de baterias necessárias para armazenar a energia
produzida durante o dia era exorbitante tornando inviável a ideia inicial, com isso, optou-se
por realizar o projeto de geração do SFCR.
59
60

5 CONSIRERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados obtidos com o projeto verificou-se a viabilidade para a futura
implementação do SFCR no IFCE- Campus Cedroe,queem menos de 10 anos a instituição
recuperará o investimento, deve-se levar em consideração também,queo emprego de uma
fonte geração de energia renovável estará diminuindo os impactos ao meio ambiente e que
com o sistema de compensação proporcionado por o SFCR o campus terá um desconto na
fatura de energia elétrica onde estará inserindo o excedente de energia gerada na rede da
concessionária de energia local.
A realização do estudo demostrou o quanto que a Mecatrônica Industrial é
interdisciplinar mostrando que os conhecimentos obtidos no curso podem ser aplicados a
qualquer área do conhecimento, ajudando a diminuir os impactos ambientais com auxilio de
sistemas que usam fontes renováveis para a geração de energia elétricapodendo ser
empregadas nas instituições de ensinos, residências, indústrias entre outras.
61

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