Você está na página 1de 4

EXTRAS:

Nádia Tupinambá,Maria María Huenuñir e Dona Francisquinha(representantes do povo


tupinambá-Bahia/Mapuche-Chile/Shawanawa-Acre

Cacique Iradzú – Kariri xoc’o

Álvaro Tukano - Alto do Rio Negro-AM

o francês conheceu o futuro líder yanomami quando este ainda trabalhava como
intérprete da Funai, em 1978. Ambos tinham 20 e poucos anos e uma ideia distorcida
um do outro: Albert ouvira falar de Kopenawa como um índio aculturado a serviço dos
militares, enquanto Kopenawa ouvira rumores de que Albert seria um perigoso
estrangeiro infiltrado nas terras de seu povo. As caricaturas cruzadas, porém, não
demoraram para se desmanchar. Assim que se viram juntos em uma sessão
xamânica, descobriram que compartilhavam o compromisso com os yanomami e o
engajamento contra o garimpo dos brancos que exterminava a etnia.

Mistura de autoetnografia, manifesto cosmopolítico e relato de vida (de


Kopenawa),

FENOMENOLOGIA: é uma metodologia e corrente filosófica que afirma a importância dos


fenômenos da consciência, os quais devem ser estudados em si mesmos – tudo que
podemos saber do mundo resume-se a esses fenômenos, a esses objetos ideais que
existem na mente, cada um designado por uma palavra que representa a sua essência,
sua "significação". Os objetos da Fenomenologia são dados absolutos apreendidos em
intuição pura, com o propósito de descobrir estruturas essenciais dos atos (noesis) e as
entidades objetivas que correspondem a elas (noema).

Origina-se do grego, composta por duas partes:


FENÔMENO: Aquilo que se mostra, que aparece a nós. Aparece a nós
primeiramente pelos sentidos.
LOGIA: Capacidade de Refletir, um discurso esclarecedor
Pensar não é somente razão, mas um refletir sobre o mundo sensível...

anedota de Maurice Leenhardt


no final da pesquisa entre os Canaques, na Melanésia, entre os anos 1920 e 1930, o
missionário protestante e antropólogo Maurice Leenhardt comenta com o chefe do
grupo que o longo convívio com os missionários ocidentais havia ensinado aos
Canaques que eles teriam uma alma. O chefe contesta o missionário: “Não, que nós
temos uma alma nós já sabíamos, vocês nos ensinaram que nós temos um corpo.

Leenhardt aponta que para os Canaques, no interior da sociedade comunitária, nenhum


termo específico é utilizado para referir-se aos órgãos ou ao próprio corpo. O próprio
nome de “corpo” (karo) só designa uma estrutura, uma base que se aplica
indiferentemente a outros objetos.

A noção ameríndia tem o corpo como uma realidade do mesmo tipo que as
relações de parentesco, que não são vistas exclusivamente como relações de
consanguinidade, mas como relações sociais traçadas pelo modelo comunitário. Assim,
corpo e alma não são substâncias, mas relações ou posições, e o que um corpo é
depende intrinsecamente de uma perspectiva.
pessoas, carniças, vermes, urubus e também, pedras, rios, ar, sol, e assim por
diante, existem antes de tudo como perspectivas humanas e, enquanto tais, são corpos
fundamentalmente distintos em outras perspectivas. Como o que um corpo é depende de
uma perspectiva, todo corpo é disponível para vir a ser o que é para uma perspectiva
alheia. Assim, o corpo se define por sua relação com outros corpos
A antropóloga Tânia Stolze Lima (2002), em seu texto “O que é um corpo?”, também
traz exemplos dessa ideia de perspectiva a partir de sua experiência etnográfica com os
Juruna, um pequeno povo tupi do rio Xingu.

Lévi-Strauss para falar sobre a distinção entre a lógica de pensamento clássica e a lógica
das relações, dizendo que, enquanto a primeira focalizava a relação entre os termos, a
segunda focalizava as relações entre as relações. Uma pôde ser formalizada e seus
princípios foram utilizados para se medir o grau de racionalidade das produções do
pensamento, a outra não pode ser formalizada porque é indissociável de suas aplicações
concretas. “Em resumo, a lógica clássica constrói seus princípios a priori, e a lógica das
relações só se constrói a posteriori”.

Tânia (2002) aponta, então, que para os Juruna o conhecimento pleno da realidade que
se pode observar e viver supõe e mesmo obriga sua completa imersão. É, pois, um
mundo em que não se poderia opor nem dissociar o pensado e o vivido sem no mesmo
momento perder o mais fundamental. Portanto, de acordo com a antropóloga, o que está
ausente no povo Juruna é um ponto de vista se impondo como o ponto de vista do todo:
no cosmos juruna tudo é relação.

Davi

Relata o encontro dos avós com os brancos, longe das aldeias recebendo os primeiros facões e
como eles ficaram admirados com aquele instrumento, pois eles só possuíam pedaços de metal.
E como utilizavam os facões e machados em suas plantações e emprestavam para outros até de
aldeias diferentes.
E depois o primeiro momento que os brancos chegam à aldeia. O estranhamento e o medo que
eles causavam. Diferentes no corpo e na língua. E ele criança com medo de ser levado pelos
brancos, pois os mais velhos diziam que os brancos faziam isso, se escondia debaixo do cesto
aterrorizado.

Tinha medo dos instrumentos dos brancos, da lâmpada, dos motores e fala dos aviões também,
como todos na tribo ficavam com medo e fugiam. Pensavam que os aviões eram seres
sobrenaturais que iam cair e queimar tudo. Fala das vozes no rádio e o tiro de uma arma, como
algo sobrenatural. E se perguntava o motivo dessas pessoas estarem lá.

Os mais velhos diziam que estavam ali para habitar com eles, mas não falavam a língua dos
brancos. Se falassem, talvez não teriam deixado eles entrarem. Os brancos os enganaram com os
presentes. Pouco tempo depois vários Yanomani morrem com a epidemia e a cada contato com
o branco mais perdas, mas aí ele foi crescendo e entendendo o que os brancos queriam ali.

Fala que os brancos são engenhosos, mas não tem sabedoria. E assim como Krenak vai falar que
os brancos não pensam em seus ancestrais e falam que eles eram iguais aos índios mas se
esqueceram e depois voltam dizendo que descobriram o brasil.

Fala que Omama criou toda aquela terra e junto com ela criou eles e que Omama expulsou os
brancos de lá pela sua falta de sabedoria e porque eles eram perigosos para eles.

A chegada dos brancos foram amistosas e continuou amistosa até que eles se estabeleceram
aqui, começaram a criar casas, plantações a procurar ouro, sujar rios e começaram a matar
gentes da floresta.

LER TRECHOS PG.19 E PENSAR COMO REDUZIR ESSE MOMENTO FINAL.

KRENAK

- A história do encontro com os brancos. Narrativas que datam de 2, 3, 4 mil anos atrás sobre a
profecia do irmão distante que antes vivia entre nós e que agora retorna, mas não sabemos o
que ele pensa.

Aquele irmão que se retirou no sentido de humanidade que os povos índigenas estavam
construindo. Aprendeu muita coisa fora de casa, mas se esqueceu de onde é e tem dificuldade
de saber para onde está indo.

Assim como o fundamento da tradição, o tempo do contato não é uma lei que se segue
reportando ao passado. O contato é vivo como é viva a cultura, como é viva e dinâmica a
sociedade humana.

Então ele vai falar do contato entre indígenas e outros povos não como um único evento
marcado pelo contato com os portugueses. Vai mostrar como os índios são testemunhas de
outros contatos, muito antes dos brancos, muito mais antigos. Ai ele fala que o encontro e
contato entre as nossas culturas nem começou e parece que já terminou. O encontro
acontecem todos os dias e vão continuar acontecendo (índios isolados).

Ele vai falar que a simultaneidade de culturas é uma riqueza e cita o Darcy Ribeiro que disse
que a maior herança dos índios não foi o território, mas a experiência em sociedade, a
engenharia social deles, a capacidade de viver junto sem se matar, reconhecendo a
territorialidade um do outro como elemento fundador da identidade e da cultura. Então
reconhecer isso dá a oportunidade de reconhecer as diferentes culturas e formas de estar no
mundo que deram fundação à nação brasileira (diversidade cultural, sobrenomes)

Essa diversidade cultural é o verdadeiro patrimônio. É necessário um esforço de reconhecer a


importância do outro dessas culturas que estão ocultadas pela ideia de civilização e do Brasil
como um projeto. A aproximação e reconhecimento se dá através da abertura efetiva dos
espaços institucionais, mídia, universidade. É garantir o lugar da diversidade. Ler páginas

Você também pode gostar