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NEUROANATOMOFISIOLOGIA

FACULDADE ANHANGUERA DE VALPARAÍSO

Professora Mestre: Larissa Barboza


https://www.conhecer.org.br/download/IMUNOLOGIA/leitura
%20anexa%201.pdf

https://www.scielo.br/pdf/rbp/v29n4/a13v29n4

http://www.uel.br/ccb/patologia/portal/pages/arquivos/Biosa
ude%20v%2011%202009/BS_v11_n1_DF_57.pdf
NEUROIMUNOLOGIA
SISTEMA IMUNE E NERVOSO

★ Aristóteles afirmava que a “psique”


(alma) e o corpo era complementares
entre si. No entanto, não havia
sustentação biológica que justificasse
essas interações.
A partir dos anos oitenta, a
concepção do sistema
imunológico como sistema
autônomo de funcionamento
exclusivamente químico deu lugar
a uma visão integrada, em que se
reconhece a sua interação com
outros sistemas, sendo sensível à
regulação do sistema nervoso.
SISTEMA IMUNE E NERVOSO
★ Em 2015, Louveau refutou a ideia de que não havia sistema linfático circulante na
cabeça.
BARREIRA HEMATO-ENCEFÁLICA (BHE)
★ BHE: hemato (sangue) encefálica (encéfalo)
- Barreira formada por vasos
sanguíneos e células associadas com
permeabilidade altamente seletiva
- Em torno de 98% dos medicamentos
não ultrapassam a BHE
- Substâncias específicas (glicose,
hormônios) são transportadas por
proteínas específicas
BARREIRA HEMATO-ENCEFÁLICA (BHE)

★ Os astrócitos, além de outras células, estão aderidos aos vasos


sanguíneos que constituem a BHE, fornecendo proteção imunológica.
SISTEMA IMUNE E NERVOSO
★ Neuroimunologia ou Psiconeuroimunologia: ciência que analisa
relacionamento recíproco entre SN e componentes do SI
Agentes
físicos,
químico e
biológicos Dificuldade de
Alterações
climáticas Adaptação do
Estresse Organismo (alterações
do sistema imune)

Pânico

Depressão
Psiconeuroimunologia
SÍNDROME DE ADAPTAÇÃO GERAL
• Estressores psicossociais diminuem a eficiência do sistema imunológico o que leva
ao aumento de sintomas médicos (risco de uma doença).
• Hans Seyle (1976) - estressores crônicos contribuíam para um estado de exaustão
do organismo.
• As respostas que envolvem as ligações entre cérebro, hormônios e sistema
imunológico, em determinado tempo, teriam dificuldades em lidar com o stress e as
manifestações de doença ocorreriam num grau que poderia conduzir até à morte.

• Seyle descreveu o desenvolvimento de uma síndrome decorrente da exposição de cobaias a um


conjunto muito diversificado de estímulos nocivos;

• Os achados de necroscopia característicos dessa síndrome incluíam hipertrofia das glândulas adrenais,
aparecimento de úlceras gástricas e também, atrofia de órgãos linfoides, como timo, baço e
linfonodos;

• Seyle concluiu que a resposta aos estressores tinha caráter adaptativo e representava uma tentativa
do organismo de acomodar-se a uma nova situação;
STRESS E MECANISMOS DE
ATIVAÇÃO
Em resposta à condição de
estresse, de acordo com
1) a reação de alarme, na
Selye os eventos de
qual o organismo percebe o
resposta ao estresse que
estímulo stressante;
ocorrem em três
importantes fases:

2) a fase de resistência, que


3) a fase de exaustão,
consiste na tentativa de
quando o organismo perde
adaptação do organismo
a capacidade de adaptação
frente ao estímulo,
NEUROIMUNOMODULAÇÃO
★ Estudo bidirecional:
- Estados emocionais (depressão, estresse, ansiedade) e medicamentos
(diazepam e psicoestimulantes) podem interferir na imunidade.
- Estados inflamatórios (presença de citocinas) podem provocar
alterações neuroquímicas e comportamentais.
EMOÇÕES E SISTEMA IMUNE

★ Susceptibilidade à doença: sistema imune ultrativo (respostas exacerbadas) e


sistema imune suprimido (dão margem à invasão)
ESTRESSE/ANSIEDADE
➢ OMS -> pandemia ou, o mau do século. CID: reação de estresse (CID 10-F43), estresse
agudo (CID 10-F43.0), estado de estresse pós traumático (CID 10-F43.1), reações de
estresse grave(CID 10-F43.8).

➢ Estado gerado pela percepção de estímulos capazes de promover excitação emocional e


produzir diversas manifestações sistêmicas e distúrbios fisiológicos e psicológicos

▪ Físicos: Atividades físicas extenuantes e irregulares, mudanças de temperatura;


▪ Psicológicos: fortes emoções, medos, revoltas, situações ameaçadoras ou de pressão,
perdas, inseguranças e tensões;
▪ Patológicos: microrganismos - induzem a liberação de proteínas reguladoras (citocinas)
pelo sistema imune, gerando um processo inflamatório onde há ativação do sistema
imune, ativação do sistema endócrino e liberação de hormônios relacionados ao
estresse
ESTRESSE/ANSIEDADE E
SISTEMA IMUNE
• Estresse/ansiedade crônicos -> ativam o
SNAS-> ativam eixo HHA (hipotálamo -
hipófise - adrenal) -> cortisol

• Cortisol em momento equivocado ->


desestabiliza o sistema imune
(imunossupressão relativa) ->
suscetibilidade a infecções
Mensagens do sistema
Imunológico para o Sistema
Nervoso
Possíveis mecanismos através dos quais o SI sinalizaria o SNC:
Via humoral
• Uma ação direta dos mediadores do SI (citocinas) nos locais
onde a barreira hematoencefálica é mais permeável, como
nos órgãos circunventriculares - secretores;
• Ativação de células endoteliais, citocinas ligando-se a seus
receptores no endotélio da microvasculatura cerebral,
gerando mensageiros lipídicos que podem transitar através
da BH;

Via Nervosa
• Uma ação de mediadores do SI em aferências periféricas do
SNC, como nas terminações do nervo vago;
Mensagens do sistema
Nervoso para o Sistema
Imunologico
Via Humoral
• A ativação do eixo HHA inicia-se através dos impulsos nervosos
originários do estresse que são transmitidos para o hipotálamo;
• O hipotálamo secreta o CRH, o qual passa pelo sistema porta
hipotálamo-hipofisário, chegando até a hipófise;
• Neste local, o CRH induz a secreção do ACTH, que flui pela
corrente sanguínea até o córtex da adrenal, induzindo a secreção
de glicocorticóides como o cortisol e aldosterona
Via Nervosa
• SNA - acetilcolina- glandula adrenal- produção de epinefrina e
noroepinefrina
• Aumento da frequência cardíaca, do fluxo sanguíneo para os músculos,
da glicemia e do metabolismo celular.
DEPRESSÃO E SISTEMA IMUNE
✓ Meta-análise de 40 estudos sobre a relação
entre depressão clínica e sistema imunológico:
deprimidos exibem uma menor resposta de
proliferação dos linfócitos; menor atividade
dos linfócitos NK; e número de células B, T
auxiliadoras e T citotóxicas;

✓ Pesquisadores têm relacionado a progressão do


câncer, com a ocorrência dessas disfunções
celulares, como dano no DNA e diminuições no
número e na atividade de células protetoras.
DEPRESSÃO E SISTEMA IMUNE
★ A depressão pode estar acompanhada da
ativação de respostas imuno-inflamatórias:
- Maior número de leucócitos sanguíneos
periféricos
- Aumento de proteína C reativa (PCR) na fase
aguda
- Aumento de IL-6 e IL-2 no sangue

★ PCR (proteína C reativa): relacionada com


aumento de inflamação ou infecção
★ IL-6 e IL-2: citocinas pró-inflamatórias
SOMATIZAÇÃO
FUNÇÕES
NEUROVEGETATIVAS
SISTEMA NEUROVEGETATIVO
Funções:
• Manter a homeostase.
• Respostas apropriadas e coordenadas a estímulos externos.
• Sincronização das atividade metabólicas. Exemplo: ritmo
circadiano (biológico).

Efetores:
• Músculo liso.
• Músculo cardíaco.
• Glândulas.
FUNÇÕES
NEUROVEGETATIVAS
• Refere-se à parte do SN que
controla as funções da vida de
forma involuntária ->
circulação do sangue,
respiração, digestão,
batimentos cardíacos…

• Ou seja -> sistema nervoso


autônomo (simpático e
parassimpático)
SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO
Elevada atividade em situações de:
▪ Emergência
▪ Medo
▪ Exercício físico
▪ Agressividade ou luta
▪ Estresse

Resposta rápida adequadas para enfrentar perigos potenciais:


▪ Aumento da frequência cardíaca
▪ Variação rápida da temperatura corporal
▪ Aumento da concentração hemática de glicose
▪ Aumento dilatação da pupila

Ativo seletivamente também em situações de repouso:


▪ Termorregulação
▪ Regulação da pressão arterial
SISTEMA NERVOSO PARRASIMPATICO
Elevada atividade em situações de:
▪ Repouso
▪ Sono profundo
▪ Assimilação de nutrientes

Elevada atividade digestória e anabólica.

Respostas controladas para manter a atividade basal em condições normais:


▪ Manutenção da frequência cardíaca
▪ Manutenção da respiração
▪ Manutenção do metabolismo
▪ Termorregulação
ESTADO VEGETATIVO
• Os movimentos voluntários não
funcionam, mas o sistema autônomo,
sim.

• Não se sabe se sempre estão cientes


de si mesmas.

• Comumente relacionado com dano


cerebral, principalmente no córtex
cerebral (TCE, isquemia, AVC)

• Após 4 semanas, considera-se estado


vegetativo persistente (EVP)
SE EU NÃO
CONTROLO, ALGUÉM
CONTROLA?
HIPOTÁLAMO
• Estrutura do diencéfalo que conecta o SN ao
sistema endócrino com a secreção de neuro
hormônios que controlam a secreção de outros
hormônios pela hipófise e outros órgãos;

• É o intermediário do cérebro, traduzindo as


emoções em respostas físicas;

• Ex: Emoções -> hipotálamo -> liberação de


hormônios pela hipófise

• Oxitocina - Parto, amamentação e orgasmo.


HIPOTÁLAMO - ÁREAS
★ Funções comportamentais
• I) Hipotálamo lateral: relaciona-se
com a sede, fome e agressividade;
• II) Hipotálamo ventromedial:
relacionado com a saciedade da fome
e da sede e tranquilidade;
• III) Região periventricular do
hipotálamo: relaciona-se com a
postura de medo ou de reação de
punição;
• IV) Hipotálamo anterior e posterior:
relacionado com a atividade sexual.
ESTADOS MOTIVACIONAIS
• Impulsos internos que nos levam a realizar certos ajustes corporais e comportamentos;

• Mecanismos homeostáticos = manutenção de uma certa constância do meio interno do


organismo;

• São essenciais à sobrevivência do indivíduo.

- Calor e frio: ajudam a regular a temperatura corporal;


- Sede: regulação do equilíbrio hidrossalino;
- Fome: regular a oferta de energia e nutrientes;
- Sexo: ligadas à sobrevivência da espécie;
- Equilíbrio psicológico: busca de fontes de prazer.
ESTADOS MOTIVACIONAIS
● Hipotálamo - Região cerebral que centraliza funções
motivacionais - informações de receptores sensoriais
(termorreceptores da pele e os osmorreceptores de alguns
vasos sanguíneos); e informações químicas de substâncias
circulantes (hormônios);

● Ativa o SNA e o sistema endócrino, e emite comandos


neurais e químicos para órgãos, tecidos e regiões neurais
provocando os comportamentos motivados (busca de
abrigos aquecidos, água e alimentos, atos sexuais);

● Lesões no hipotálamo podem levar a quadros de extrema


desmotivação: afagia, adipsia, ocasionando a perda da
motivação interna.

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