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Quais os valores do Método


Aurélio e Neiliane?
Respeito: respeitar que o tempo de aprendizado
de cada pessoa é singular é o primeiro e mais im-
portante valor que constitui o nosso método, assim
1. como o respeito pelo objetivo que cada pessoa tem
com a dança, seja fazer uma atividade, divertir-se,
tornar-se um expert etc.

Não subestimar a capacidade de progredir


de nenhum aluno: nós acreditamos que todas as
pessoas (independente do nível de aptidão) podem
2. aprender a dançar e, inclusive, tornar-se expert,
portanto, é um valor para nós não subestimarmos
a capacidade de progredir de nenhum aluno.

Honestidade: ser sempre verdadeiros com os alu-


nos é um importante pilar que constitui os nossos
valores. Sempre indicaremos pontos que precisam

3. ser corrigidos (sempre levando em consideração o


objeto singular de cada um), a fim de alcançar o
progresso contínuo. Também sempre apontaremos
os progressos com honestidade e sem a intenção de
iludir.

Comprometimento: sempre estaremos, diaria-


mente, comprometidos com o progresso de cada

4.
aluno e respeitando a singularidade dos seus obje-
tivos. O método estará sempre em constante meta-
morfose, visando o objetivo de deixar o processo de
aprendizado mais descomplicado e divertido.
O que é o GPS do Aluno
de Forró (do zero ao nível
“A” do forró)?

O GPS do Aluno de Forró foi criado e desen-


volvido pelos professores Aurélio e Neiliane, com
objetivo de mostrar um caminho eficaz entre o pon-
to Z (sei zero de forró) e nível A do forró (além do
avançado). Essa metodologia é composta por 11
etapas, que se implementadas na ordem em que
estão e com dedicação, você vai conseguir aprender
a dançar forró e estar entre os melhores forrozeiros
e forrozeiras.

Para conseguirmos gerar sempre um aprendi-


zado significativo, nossas aulas estão estruturadas
em dois sólidos pilares, a saber:
1. 
Provocar a curiosidade para gerar atenção e
conexão com o aprendizado e fazer com que esse
seja um processo divertido e gratificante.

2. Fazer dos nossos alunos seres humanos melhores,


pois compreendemos que pessoas boas e bem
desenvolvidas transformam-se em forrozeiros
extraordinários, ou como gostamos de chamar,
Forrozeiros Classe A.
Durante muito tempo se acreditou que prestar
atenção era sinônimo de silêncio e olhar fixo. No
ensino formal isso foi (e ainda é) muito exigido por
diversos professores. Mas essa abordagem atrasa
o aprendizado e está completamente ultrapassa-
da. Ninguém aprende calado. Nós aprendemos
fazendo conexões neurais. Atenção é na verdade o
oposto de olhar fixo e silêncio absoluto. Etimologi-
camente falando, a palavra atenção quer dizer sem
tensão. Ou seja, você precisa estar relaxado para
aprender.

Se silêncio e olhar fixo fossem realmente sinôni-


mos de atenção e aprendizado, por que, às vezes, a
gente fica parado, olhando fixamente para o mesmo
lugar, mas com o pensamento longe e totalmente
desconectado do que estamos olhando?

Na verdade, o que provoca a atenção é a curio-


sidade, assim como a diversão, porque essas coi-
sas mantêm você conectado. E essa é a palavra do
aprendizado. Co-ne-xão. Não se pode obrigar nin-
guém a se conectar. A conexão com o aprendizado
tem que ser provocada e não exigida. Onde há curio-
sidade, há atenção, há estado de presença. Quando
você se diverte, concentra-se no presente.
Uma coisa é certa, para aprender qualquer
coisa, você precisa estar atento. Não é possí-
vel ensinar algo a alguém que não esteja inte-
ressado em aprender, que não esteja curioso,
portanto, atento. Mas a atenção precisa ser
provocada.

Vamos agora às etapas do aprendizado.


ETAPA 1

APRENDER PASSOS DE
FORRÓ E APRENDER A
INCLUÍ-LOS NO CONTEXTO
DA
DANÇA
Tempo ideal
De 30 a 40 minutos por dia, pelo menos 5
para se dedicar
vezes por semana.
ao forró:
Ir ao forró: Mínimo de 2 vezes por mês.

Esse é o mais importante passo para se aprender


a dançar forró. No início é extremamente necessário
aumentar (a cada nova aula) a sua percepção de
que está conseguindo dançar e que está evoluindo,
caso contrário, o sentimento de desmotivação será
inevitável, até que venha o desejo de desistir.

(Ninguém desiste de aprender a dançar. Na ver-


dade, as pessoas desistem de continuar se frustran-
do, de se sentirem ridículas e de não alcançarem os
resultados que gostariam, por isso deixam de fazer
as aulas, já que não percebem a evolução e o apren-
dizado.

MUITO IMPORTANTE: você não pode aprender


passos aleatórios nessa etapa. No período inicial,
é de suma importância aprender passos na ordem
certa, de modo que o passo 1 prepare você para o
passo 2, o 2 para o 3 e, assim, por diante, sem quei-
mar etapas.

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FÓRMULA PARA APRENDER CADA PASSO:

Crie um ambiente de imersão antes de fazer


a aula e aprender o passo. Evite distrações para
conseguir se concentrar 100% na aula.

Assista à aula e compreenda o passo do iní-


cio ao fim, se necessário for, assista à aula mais
vezes até entender como fazer a figura completa
(não é necessário, nesse primeiro momento, fazer o
passo com perfeição, apenas estar ciente de tudo o
que fazer).

ETAPAS TÉCNICAS DA AULA:

•Conhecer a marcação do passo e treinar indivi-


dualmente sem música.

•Treinar a marcação do passo ainda individual-


mente, e agora com música (é fundamental
que a música escolhida durante essa etapa te-
nha andamento lento e simples de ser acompa-
nhada).

•Se o movimento for uma figura que envolve giro,


então é importante, nesse momento, entender o es-
boço da figura (o que chamamos de esboço é todo o
percurso que os braços fazem ao longo do passo, desde o
deslocamento espacial até a posição exata das mãos).

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•Fazer com o par, sem música e juntar a marca-
ção com o esboço (no caso de passos de giro).

•Entender como conduz o passo (para os homens).

•Entender os detalhes para perceber a condução


do passo (para as damas).

•Treinar com música e com o par somente o passo


aprendido, durante a música inteira.

•Incluir o passo no contexto da dança e dançar


livremente sem restrições de passos (no caso
de já ter o repertório suficiente para isso). Ps.:
esse momento de praticar livre, sem restrições
de passos, só será incluído após já ter os 10 pas-
sos iniciais. No caso de ainda não ter alcançado
a marca de 10 passos, ainda assim é importan-
te, nesse momento, fazer o passo na música e
incluí-lo no contexto da dança.

Após terminar a etapa e compreender o


passo (fazer a aula completa), imediatamente trei-
ne-o individualmente de 2 a 5 minutos, sem músi-
ca (não mais que isso).

Após o treino individual sem música, é hora de


treinar com música. A canção escolhida durante essa
etapa precisa ser de andamento lento e simples de ser
acompanhada. Ainda individualmente, treine somente
o passo que foi aprendido até a música acabar.

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Agora é o momento de praticar a dois. Repi-
ta o passo de 10 a 20 vezes sem música com o seu
par.

Treine o passo com música, a dois.

IMPORTANTE: não se preocupe com o ritmo da


música e em dançar no ritmo. Na etapa 1 do seu
aprendizado você precisa se dedicar somente em
ampliar o seu repertório de passos.

Para finalizar: tenha um diário para ano-


tar o passo que você aprendeu. A nota precisa ser
a mais detalhista possível. Escreva de modo que se
uma pessoa que não conhece o passo ler, ela consiga
compreender o que fazer. Essa nota pode ser feita
em seu smartphone ou em um caderno dedicado so-
mente para anotar os passos. Não pule essa etapa,
pois ela é fundamental para te ajudar a lembrar dos
passos e das dicas.

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QUANTO TEMPO VOCÊ DEVE DEDICAR
PARA CADA MOMENTO?

Tempo ideal para aprender o passo (aula): 10 a 20


minutos (varia de acordo com o grau de habilidade que
o passo exige).

Treino pós-aula:

•Treinar o passo individualmente e sem música: de


2 a 5 minutos;

•Treinar individualmente e com música: (o tempo da


música) de 2 a 3 minutos;

•Treinar com o par sem música: de 10 a 20 repetições


do passo (aproximadamente 2 minutos);

•Treinar o passo com música e com o par durante


uma música inteira (aproximadamente 3 minutos).

Dedicar 5 minutos para anotar o passo detalhada-


mente no seu caderno de passos.

Tempo total de aula + treino pós-aula à prova de es-


quecimento:

Tempo mínimo: 25 minutos.


Tempo máximo: 38 minutos.

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ETAPA 2

MELHORAR A HABILIDADE
DE CONDUZIR E DE SEGUIR
A
CONDUÇÃO
(Entre nessa etapa só após ter aprendido pelo
menos 20 passos)
Obs.: A Etapa 1 sempre existirá em seu aprendi-
zado do iniciante ao avançado, pois ampliar o reper-
tório de passos (e conseguir implementá-los no for-
ró) aumenta a sua percepção de que está evoluindo.
Mas nesta segunda etapa da sua evolução, você irá
se concentrar em mais outro ponto fundamental
para construir uma boa dança: a condução (para os
cavalheiros) ou a sensibilidade para interpretar a
condução (para as damas).

Como fazer: Ao longo da aula e dos seus estu-


dos, você (ou os seus professores) dará/darão uma
atenção especial à habilidade de como conduzir ou
de perceber a condução, a fim de melhorar a comu-
nicação corporal e a habilidade de dançar com qual-
quer pessoa. Essa etapa deverá vir após o passo es-
tar previamente dominado.

Sincronizar marcação e condução é uma tarefa


que exige coordenação motora, por isso é importan-
te ter previamente dominado a marcação antes de
chegar nessa fase, caso contrário, será muito difícil
aprender a marcação e dominar a condução simul-
taneamente. Dividir o aprendizado em várias eta-
pas pequenas é uma excelente ideia para progredir
mais rápido e manter a constante motivação.

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EXERCÍCIOS LÚDICOS QUE MELHORAM A
CONDUÇÃO

Existem algumas possibilidades de melhorar


consideravelmente a habilidade de conduzir ou de
interpretar bem a condução de um modo simples e
razoavelmente fácil, que é fazendo exercícios lúdi-
cos. Um deles, que é muito eficiente para melhorar
a habilidade de quem conduz e de quem é conduzi-
do, é o exercício do wi-fi.

Wi-Fi:
Esse é um exercício aparentemente banal, mas que traz mui-
tos resultados positivos. A ideia é fazer o passo que foi apren-
dido sem contato físico com o par. Para conseguir se comuni-
car bem, será inevitável aumentar a expressividade. Quanto
mais expressivo o movimento for, mais fácil de compreender
será a condução. O fato de não ter contato físico obrigará a
dama a aumentar a atenção e melhorar a percepção da con-
dução, assim, ela vai ficar menos dependente de uma boa
condução para conseguir compreender os passos.

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ETAPA 3

TRANSITAR ENTRE
OS
PASSOS
(Fazer sequências diversificadas com o
repertório aprendido)
Nesta etapa você deve passar a dominar ainda
mais as movimentações aprendidas. Daqui em dian-
te, logo após aprender um passo novo, é importan-
te inseri-lo em uma sequência de passos. O ato de
sequenciar ajudará a memorizar o passo com mais
eficiência, pois agora ele estará junto com um grupo
de movimento que você já domina.

Unir passos novos com passos que você já faz


ajuda a memorizar o conteúdo novo. Sem falar que
estimula a criatividade e dá mais dinamismo à dança.

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ETAPA 4

RITMO
(Consciência rítmica)
Muita gente, equivocadamente, acredita que
dançar forró no ritmo e entendê-lo é uma tarefa de
nível básico, portanto simples de ser feita. Mas após
muitos anos ensinando pessoas a dançar com diver-
sos níveis de aptidão, nós percebemos que quase
70% das pessoas têm dificuldade de compreender e
acompanhar o ritmo da música. Ou seja, por mais
que dançar acompanhando o ritmo da música seja
um elemento fundamental do forró, escutar o rit-
mo, conseguir acompanhá-lo e identificá-lo, não é
intuitivo. É preciso desenvolver, primeiramente, a
habilidade motora para conseguir dançar no ritmo
(e compreender o ritmo) com mais facilidade.

Tentar encontrar o ritmo da música e dançar no


ritmo já nas aulas iniciais é sinônimo de frustração
para quase 70% das pessoas. Isso não significa dizer
que o ritmo não estará sendo trabalhado ao longo
das aulas. O ritmo será trabalhado desde a primei-
ra aula, mas em segundo plano.

 a contagem ritmada dos passos (estímulo de


N
voz dos professores contando e cantando os pas-
sos).

Na rítmica dos próprios passos.

Nos exercícios lúdicos.

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Até que por fim é chegado o momento de tra-
zer para a consciência o que é ritmo, e como dançar
acompanhando o andamento da música.

Ritmo é algo que precisa ser incorporado à dan-


ça. Esse é um processo lento por natureza (pelo
menos para a grande maioria das pessoas). A expe-
riência rítmica precisa ser provada no corpo, para
depois ser discutida racionalmente. Uma vez com-
preendido o ritmo racionalmente, a próxima etapa
deve ser voltar a praticar, porém sempre buscando
sincronizar, conscientemente, os movimentos com o
andamento da música.

Até quando treinar?

Até não ser mais necessário pensar ou se esfor-


çar para encontrar o ritmo.

21
ETAPA 5

MUSICALIDADE
(Conceitos básicos)
Para todo tipo de desenvolvimento humano exis-
te um efeito platô. E o que é isso? No caso de uma
dieta à base de uma alimentação saudável e exercí-
cios, o efeito platô é uma artimanha do organismo
para se adaptar aos exercícios e à nova rotina ali-
mentar. De modo que o corpo acaba se acostumando
e gastando menos energia e aí emagrecer começa a
ficar mais difícil.

Com o aprendizado e desenvolvimento do for-


ró não é diferente. No início cada passo aprendido
é um sentimento de realização incrível. Cada pe-
quena coisa que você aprende, a sua percepção de
evolução é enorme. Mas, chega um momento que
aprender passos novos não te traz o sentimento de
evolução. Neste momento, nós costumamos dizer
que você atingiu o primeiro platô do forró.

Para conseguir sair desse platô e continuar evo-


luindo, é necessário aprender algo novo (para além
de passos novos). Caso contrário, o sentimento de
evolução vai estagnar e, consequentemente, você
passará a se sentir desmotivado.

Nesse momento, é hora de provocar a evolução


estudando musicalidade. A musicalidade é um con-
ceito amplo, e assim como os passos, tem etapas ini-
ciantes, intermediárias e avançadas.

Na etapa iniciante, deve-se aprender a parar


quando a música para. Na música de forró há dois
tipos de pausas. Pausas simples e pausas com acen-
tos duplos.

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ETAPAS DE APRENDIZADO DA PAUSA
SIMPLES:

1. Para aprender é necessário uma explicação teó-


rica completa, a fim de identificar a pausa feita
pela zabumba (instrumento musical que temos
como referência rítmica para sincronizar as pi-
sadas).

2. Após compreendido, racionalmente, como identi-


ficar a pausa simples feita pela zabumba, é hora
de entender como se expressar corporalmente
quando a pausa acontecer. No Método Auré-
lio e Neiliane nós chamamos isso de Fórmula
da Pausa. Que é uma marcação simples que nós
desenvolvemos para parar na música e voltar a
dançar sem perder o ritmo.

3. Após entendido a marcação individualmente, é


hora de praticar a dois e exercitar a condução.
É importante que no primeiro momento isso seja
feito sem música ou acompanhado somente pelo
ritmo da zabumba com o andamento lento para
ter tempo de implementar (fazemos isso em nos-
sas aulas).

4. Após compreendido no corpo e ter exercitado a


dois sem música (ou ao som da zabumba), é hora
de exercitar com a música. Usamos músicas len-
tas que tenham muitas pausas para conseguir
exercitar diversas vezes em uma única música. É
importante, nesse momento, exercitar somente a
pausa, sem fazer movimentos elaborados.

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5. Exercitar durante 3 ou 4 dias a pausa simples
para conseguir incorporar o conceito da pausa na
dança.

ETAPAS DE APRENDIZADO DA PAUSA


COM ACENTO DUPLO:

Após dominada a pausa simples, é hora de repli-


car todas as etapas do aprendizado para entender
racionalmente e corporalmente a pausa com acento
duplo. Ps.: As etapas são as mesmas usadas para
aprender a pausa simples.

ETAPA FINAL PARA SOLIDIFICAR AS PAU-


SAS E O RITMO:

Acreditamos que quando se aprende a tocar um


instrumento rítmico como a zabumba, a sua capa-
cidade de identificar o ritmo e as pausas aumenta
significativamente. Por isso, incluímos aulas bá-
sicas de zabumba com o único objetivo de ampliar
o entendimento do ritmo do forró como uma parte
fundamental do Método Aurélio e Neiliane.

Ps.: Mais adiante o aprendizado da musicalidade


no forró terá novos conceitos para serem incorpora-
dos à dança, mas são etapas mais avançadas, por-
tanto, é importante aumentar a habilidade motora
e o repertório de passos para estar pronto para es-
sas novas etapas da musicalidade.

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ETAPA 6

PASSOS

AVANÇADOS
PASSOS AVANÇADOS É UMA NOVA INJE-
ÇÃO DE ÂNIMO NO SEU APRENDIZADO.

O Método Aurélio e Neiliane de se ensinar o forró


prevê passos avançados na Etapa 6 e somente após ter
acumulado repertório de passos suficiente para conse-
guir se perceber dançando bem. É importante, nesse mo-
mento, já conseguir dançar no ritmo e dominar minima-
mente a habilidade de parar na música (pausa simples
e com acento duplo). Afinal de contas, você não deve se
considerar avançado se ainda não domina figuras bási-
cas, ou dança fora do ritmo e não para quando a música
para. Esses são fundamentos indispensáveis para a dan-
ça de um forrozeiro ou uma forrozeira avançado/a.

Aprender passos avançados tem 3 propósitos.

1. Renovar a motivação.

2. 
Melhorar a habilidade motora (condução,
sensibilidade, reflexo, agilidade, ritmo e cons-
ciência dos movimentos).

3. Continuar se percebendo evoluindo no forró.

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É fundamental para conseguir atingir os 3 obje-
tivos citados anteriormente, que os passos avança-
dos também tenham uma ordem bem definida para
serem aprendidos. Um movimento sempre precisa
dar gancho para o próximo. Caso contrário, o passo,
que por natureza já é complexo, passa ser mais difí-
cil de se assimilar e aprender (o que causa confusão,
frustração e desmotivação).

IMPORTANTE: é natural que os passos avan-


çados precisem de mais tempo de treino e de uma
explicação mais detalhada para serem aprendidos e
incorporados à dança. Às vezes é necessário 3 ou 4
dias de treino (ou mais) após a aula para conseguir
fazer o passo 100%.

Então, não conseguir aprender de imediato não


é motivo para desespero. Na verdade, é incomum
aprender passos avançados com apenas um único
contato com o passo.

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ETAPA 7

CRIATIVIDADE
Não é que a criatividade não deva ser provocada
nas etapas anteriores, muito pelo contrário. Colo-
car os neurônios em atividade é uma premissa do
Método Aurélio e Neiliane de se ensinar a dan-
çar forró. No entanto, só após passar por todas as 6
etapas anteriores, é que o corpo está mais propenso
a criar, pois só agora você terá ferramentas sufi-
cientes para conseguir extrair o melhor da sua cria-
tividade e capacidade de improvisação. Afinal de
contas, somos muito mais eficientes quando impro-
visamos acerca de um tema no qual dominamos. Se
você vai falar sobre um tema que você tem paixão e
domínio, consegue falar durante horas sem hesitar.
Por outro lado, falar sobre algo que você tem pou-
ca segurança, vai te fazer gaguejar, suar frio e se
esforçar muito mais, e na maioria das vezes, não se
sentirá satisfeito com a sua performance.

Trabalhar a criatividade após construir uma


base sólida de movimentos e de consciência rítmica,
vai reduzir o seu esforço criativo e proporcionar a
você melhores resultados. Por isso, acreditamos que
somente após passar pelas 6 etapas é que você deve
focar na criatividade.

Como mencionei anteriormente, não é que a


criatividade seja proibida antes da etapa 7. Apenas
você irá tirar melhor proveito dela aqui.

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NÃO SOU
CRIATIVO!
COMO
POSSO
TRABALHAR A
CRIATIVIDADE?

31
A criatividade pode ser uma habilidade nata
para algumas pessoas, mas isso não significa dizer
que ela não pode ser desenvolvida e melhorada. Se
você fechar os olhos agora e conseguir imaginar um
elefante branco voando, quer dizer que você é criati-
vo, pois a criatividade é a nossa capacidade de criar
algo que ainda não vimos. E se você conseguiu ima-
ginar o elefante branco voando sem sequer fechar os
olhos, quer dizer que a sua criatividade é melhor do
que você pensa, pois mesmo sem se concentrar, você
conseguiu acioná-la.

Para criar e improvisar bem, é preciso seguir


3 premissas.

1. Improvisamos e criamos a partir de algo que


já temos. Ou seja, não se improvisa a partir
do nada, isso gera confusão e frustração. É
importante consolidar uma bagagem de mo-
vimentos, para só então ser capaz de criar e
improvisar.

2. É mais fácil criar e improvisar respondendo a


estímulos. Por exemplo: dance pensando em
riscar o chão com os seus pés! A partir des-
se comando direcionado, você vai conseguir
guiar toda a sua criatividade para um único
ponto. E como você já sabe dançar (domina
vários passos), vai conseguir deixar os pas-

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sos no piloto automático e se concentrar na
proposta de improvisar a partir de uma única
ação direcionada.

3. Repetir o que deu certo até incorporar na sua


dança. É simples. Se em meio à improvisação
você fez algo que gostou, então repita imedia-
tamente para incorporar à sua dança, caso
contrário, você poderá perder essa variação
para sempre.

Seguindo essas 3 premissas, nós trazemos em


nosso método diversos estímulos criativos e exerci-
tamos sempre um por vez.

1. Riscar o chão com os pés;


2. Girar em lugares inusitados;
3. Deslizar a mão no corpo;
4. Riscar o espaço com as mãos;
5. Dobrar a marcação;
6. Fazer combinações inusitadas de passos.

Esses são alguns exemplos de ações a serem ex-


ploradas ao limite, e que provocam a criatividade e
melhoraram a improvisação.

Para ser mais criativo, foque sempre no jogo e


não no que está sendo criado. Quando estamos brin-
cando de pega-pega, nós não pensamos: quando ele
tentar me pegar eu vou me agachar, depois finjo
que vou para a direita e depois vou para a esquerda.
Você não calcula o que vai fazer. É natural se en-

33
tregar ao jogo e por isso o corpo cria em tempo real.
Essa é a ideia: ter as regras do jogo bem claras para
que você deixe fluir. Se quiser matar a fluidez, bas-
ta focar no que você vai fazer, essa ação interrompe
o processo criativo imediatamente, porque você está
sempre perdendo tempo premeditando tudo o que
vai fazer.

Tenha as regras claras e simplesmente faça sem


se preocupar em como vai ficar. Sem julgamento.

IMPORTANTE: exercitar/provocar a criativida-


de na dança possivelmente deixará os movimentos
“feios” e “estranhos” em um primeiro momento, pois
você estará arriscando fazer coisas diferentes e bem
mais ousadas nas quais não está acostumado. Mas
sem dúvidas, avançará para o próximo nível.

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ETAPA 8

GINGADO
A ansiedade por deixar os movimentos bonitos e
cheios de gingado antes da Etapa 8 pode ser um tiro
no pé. Mais uma vez, não é que os movimentos não
podem ficar bonitos antes disso. Muitos deles vão
ficar naturalmente bonitos e cheios de gingado com
a própria repetição e com a prática nos forrós. Mas
só na Etapa 8 é que o gingado deve ser uma priori-
dade para a sua evolução. Dedicar-se a isso antes é
perda de tempo.

Seguimos em nosso método a “Lei de Pareto”,


Criada por Vilfredo Pareto, que viveu entre 1848 e
1923. Pareto percebeu que em todas as coisas existe
a regra 80/20. Que quer dizer que 80% dos resulta-
dos vêm de 20% dos seus esforços. Você certamente
usa 80% das vezes apenas 20% das roupas que pos-
sui. Faz 80% das vezes 20% dos passos que apren-
deu etc. Comumente, pessoas concentram seus es-
forços em 80% das coisas que geram apenas 20%
dos resultados. Tentar fazer o passo ficar com mais
gingado antes do momento certo é um bom exemplo
disso. Você se esforçará 80% para conseguir apenas
20% de resultados e atingir apenas 20% do seu po-
tencial. Ao se dedicar ao gingado e à estética dos
passos apenas na Etapa 8, você já terá desenvolvido
bastante inteligência motora para reverter esse ce-
nário. Você se esforçará apenas 20% para alcançar
80% dos seus resultados com o gingado. Ou seja,
menos esforço para mais resultados.

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O QUE É O GINGADO?

Gingado é a capacidade de melhorar os movi-


mentos e torná-los mais sinuosos e bonitos, sem per-
der as características da dança. Há diferentes tipos
de gingado: gingado do tronco, gingado do quadril,
gingado dos ombros, gingado dos pés. É importante
saber que no processo de aprender a dar gingado
aos movimentos, deve-se sempre buscar a singula-
ridade. E o que queremos dizer com isso?

Para responder à essa pergunta, vamos mostrar


o nosso processo de ensino do gingado.

Fase 1: Desconstruindo crenças limitantes.

É importante saber que antes de ficar bonito,


vai primeiro ficar feio. NÃO DESISTA DO PRO-
CESSO. Continuar é fundamental para que sua
mente-corpo comece a compreender o gingado e,
consequentemente, aconteça um processo de na-
turalização, e você não precise se esforçar para os
movimentos ficarem bonitos e cheios de gingado.
Não é porque o movimento está “feio” que ele será
“feio” para sempre. Continue treinando e seguindo
as orientações das próximas fases.

Fase 2: Exercitar separadamente cada parte do


corpo.

No Método Aurélio e Neiliane, nós trabalha-


mos a mobilização de cada parte do corpo, desde a
cabeça até o quadril e os pés. Fazemos isso para

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preparar o corpo para o gingado. Quanto mais pos-
sibilidades de movimento o seu corpo tem (e o exer-
cício amplia as possibilidades), mas você será capaz
de implementar o gingado. Afinal de contas, como
eu vou ter um gingado no tronco se o meu troco está
travado? Essa é a ideia. Destravar o corpo para fa-
zer os movimentos.

Fase 3: Experimentar fórmulas prontas de gin-


gado.

Agora é hora de imitar o gingado. Aprender fór-


mulas prontas, aprender e experimentar o máximo
de variações possíveis sem julgamento. Com essa
atitude você verá com quais possibilidades mais se
identifica, quais ficam melhores em você.

Fase 4: Processo de singularização do gingado.

Esse é o momento de dar a sua cara aos movi-


mentos. Após experimentar várias possibilidades e
escolher o grupo de movimentos que mais agrada
você, é hora de deixá-los do seu jeitinho, de modo
que as pessoas consigam ver singularidade na sua
dança. O seu jeitinho de fazer cada passo.

Aqui também será um processo criativo em que


você poderá criar possibilidades a partir dos movi-
mentos que se identificou.

Isso é o que chamamos de buscar a singularida-


de no gingado.

38
ETAPA 9

RAPPORT
Essa palavra tem origem no termo em francês
rapporter, que significa “trazer de volta”. O rapport
ocorre quando existe uma sensação de sincroniza-
ção entre duas ou mais pessoas, porque elas se re-
lacionam de forma agradável. No contexto teórico, o
rapport inclui três componentes comportamentais:
atenção mútua, positividade mútua e coordenação.

Existem muitos forrozeiros avançados, mas nem


todos são o que chamamos de Forrozeiros Classe
A. Para ser um forrozeiro ou uma forrozeira Classe
A, há outras coisas a serem levadas em considera-
ção para além de passos avançados. Rapport é uma
qualidade dos Forrozeiros e Forrozeiras Classe A.
É uma técnica muito avançada, pois consiste em se
adaptar continuamente ao outro durante a dança.
Se a marcação é diferente da sua, faça espelhamen-
to e acompanhe a marcação da pessoa que você está
dançando. Se a pessoa dançar saltitando um pouco,
entre na vibe e dance saltitando também. Adaptar-
-se, além de ser um exercício de generosidade, é
também uma tarefa difícil, que exige domínio téc-
nico do forró. Por isso, colocamos essa técnica estra-
tegicamente aqui, pois seu nível de dança já estará
bem alto para conseguir implementar o rapport.

Implementar o rapport fará você evoluir para


além do nível avançado (o que o deixará motivado
para continuar evoluindo).

40
ETAPA 10

MUSICALIDADE
(PARTE 3)
No tema “musicalidade”, existe mais uma cama-
da de aprendizado e evolução. Você, nesta etapa, já
deve dominar o ritmo (não ter dificuldade de identi-
ficar e sincronizar a sua marcação com o andamento
da música), dominar a pausa simples e dupla.

Na nova etapa é hora de buscar e dominar os


períodos musicais e conseguir usar os passos na
hora certa da música.

Vou explicar melhor:

Fazer o passo certo na hora certa é aproveitar


o leque de passos que foram aprendidos e já estão
incorporados à dança e ir usando eles de acordo com
o estímulo da música. A ideia é você conseguir re-
conhecer o melhor momento de fazer passos justos
ou os giros, que momento fazer passos mais sofisti-
cados ou mais simples, de modo que combine mais
com a música que você está dançando.

Também na etapa 10, você vai aprender a acom-


panhar a melodia da música com os seus movimen-
tos corporais.

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ETAPA 11

CULTURA DO FORRÓ E BONS

COSTUMES
Enfim chegou a última etapa, onde você vai se
consagrar um Forrozeiro ou uma Forrozeira
Classe A.

Após ter conquistado bastante habilidade e co-


nhecimento técnico sobre o forró, além de conseguir
interagir com a música, é o momento de entender o
porquê das coisas. Tornar-se consciente da cultura
do forró, assim como da sua origem e a sua evolu-
ção (musical e dançante). E para fechar com chave
de ouro, você precisa ser um defensor dos bons cos-
tumes. Agora as pessoas se inspiram em você e é
fundamental para todo Classe A difundir os bons
costumes do forró por onde passar. Nesse nível, as
pessoas se espelham em suas ações e agora você
precisa fazer bom uso da influência que tem, caso
contrário, terá nadado por todo o oceano e morrido
na praia.

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Nós postamos, semanalmente, nos canais do Pro-
jeto Dançando e Aprendendo ( Facebook e YouTu-
be) conteúdos gratuitos de altíssima qualidade para
ajudá-lo (la) na sua jornada forrozeira. Seria uma honra
para nós ver você por lá. Sempre que encontrar algo in-
teressante, não se esqueça de curtir, comentar e com-
partilhar com os seus amigos. Essa é a maneira de você
patrocinar esse projeto e nos ajudar a dar continuidade.

Visite também o nosso website e baixe mais con-


teúdos gratuitos.

www.dancandoeaprendendo.com.br

Muito obrigado por ter lido esse E-book, e lembre-se:

Se você gosta de dançar, então você foi feito


para dançar! Não deixe ninguém convencê-
-lo(la) do contrário.

Grande abraço, e a gente se vê.

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