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MUNDI - UNIVERSO EDUCACIONAL Módulo I - Eletricidade Básica

Eletricidade
Básica

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Capítulo 01

INTRODUÇÃO À ELETRICIDADE conseqüência foi a descoberta dos radiocondutores


por Branly,em 1890, que Marconi, em 1899, aplicou à
São inumeráveis os fenômenos elétricos: a eletricidade transmissão de sinais telegráficos a grandes distâncias.
é produzida espontaneamente na terra e na atmosfera;
nasce por atrito ou por influência; circula em forma de Eletricidade é uma forma de energia associada aos
corrente criada por dispositivos chamados de geradores. fenômenos causados por cargas elétricas em repouso
O homem conseguiu explicá-los em cinco etapas (eletrostática) e em movimento (eletrodinâmica).
principais.
Nos fenômenos eletrostáticos, destacam-se as grandezas
--Primeira etapa: a eletricidade atmosférica (Franklin, elétricas denominadas carga, forca, campo e potencial,
1770). - A atmosfera é um corpo elétrico. As nuvens enquanto nos fenômenos eletrodinâmicos destacam-se
eletrizadas e os raios são fenômenos elétricos naturais. as grandezas elétricas denominadas tensão, corrente,
Benjamim Franklin, o criador do pára-raios, foi um dos resistência e potencia.
primeiros cientistas que realizou um estudo cien­ tífico
da eletricidade. Um dos primeiros cientistas a estudar os fenômenos
eletrostáticos foi Benjamin Franklin
--Segunda etapa: a eletricidade estática (Coulomb, 1790).
Já dois mil anos antes, os gregos sabiam que o atrito Amplie seus conhecimentos
comunica ao âmbar (em grego, elec­tron) a propriedade Benjamin Franklin
de atrair os cor­ pos e de produzir faíscas quando dele
se aproxima o dedo. Verificou-se que outras substâncias, Benjamin Franklin,
como vidro, resina, parafina, borracha, etc., gozam tipógrafo e politico
da mesma propriedade do âmbar. Descobriu-se a estaduidense, foi um
eletricidade positiva e a negativa, assim como a lei, homem extremamente
segundo a qual os corpos eletrizados se repelem ou se polivalente, pois,
atraem segundo têm eletricidades iguais ou contrárias. além de realizar vários
experimentos no campo da
--Terceira etapa: a corrente elétrica (Volta, 1800) e o eletricidade, foi o criador
campo magnético gerado pela corrente elétrica (Ampere, do Corpo de Bombeiros
1820). - Com a descoberta da pilha, a eletricidade, e redator da Declaração
até então estática, imóvel nos corpos eletrizados, de lndependência dos
torna-se dinâmica, correndo através dos condutores e Estados Unidos.
manifestando-se por fenômenos caloríficos, magnéticos,
químicos, etc. Oersted descobre o magnetismo gerado lnventou o para-raios
pela corrente; Ampere o explica e estabelece suas leis, depois de provar que o
constituindo-se o eletromagnetismo. raio é uma faisca elétrica.
Um dos elementos de
--Quarta etapa: indução eletromagnética (Faraday, 1830). um para-raios, o captor
- A descoberta das correntes de indução, que nascem Franklin, tem esse nome
em circuitos colocados em campo magnético variável, em sua homenagem.
permite construir grandes geradores de correntes
contínuas e alternadas, a iluminação elétrica, os
motores elétricos, os transformadores e o transporte Princípios da Eletrostática
da energia a grandes distâncias. É a origem da indústria
elé­trica moderna. Teoria Atômica da Matéria

--Quinta etapa: a irradiação eletromagnética. - Maxwell, Segundo a Teoria Atômica de Rutherford e Bohr, o átomo
em 1873, prevê a existência de ondas eletromagnéticas é constituído por três partículas: elétrons, prótons e
de mesma natureza e velocidade que as ondas nêutrons.
luminosas. Hertz, em 1889, consegue produzir tais
ondas, verificando a previsão de Maxwell. A primeira Os prótons são eletricamente Positivos, isto é, possuem

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CARGA ELÉTRICA POSITIVA. Os elétrons possuem CARGA de potencial (d.d.p.). Tais elementos são chamados de
ELÉTRICA NEGATIVA. Os nêutrons são eletricamente CONDUTORES.
NEUTROS, isto é, não têm carga elétrica.
Bons condutores são os que a eletricidade percorre
Carga elétrica elementar é a menor quantidade de carga facilmente, como os metais, o corpo humano, a água com
encontrada na natureza, ou seja, a carga de um elétron ou impurezas, o solo, o ar úmido, etc.
de um próton, e vale:
Inversamente, nosISOLANTES, os elétrons são em número
e = 1.6.10 C -19
sempre maior que quatro, sendo fortemente ligados ao
núcleo.
A unidade de medida no Sistema Internacional de
Unidades - SI (do francês Systéme International d’unités) Maus condutores (isolantes) são os corpos que não se
para a carga elétrica é o Coulomb (símbolo: C). deixam atravessar pela eletricidade, como o vidro, a
borracha, as resinas, etc.
Na formação do átomo, os prótons e nêutrons estão
sempre juntos e formam um miolo central chamado Entre os condutores e os isolantes, está o grupo dos
NÚCLEO. SEMICONDUTORES que apresentam exatamente quatro
elétrons na camada de valência.
Num átomo neutro, o número de prótons é sempre igual
ao número de elétrions. Exemplo de semicondutores são o Silício (Si) e o Germânio
(Ge) que são utilizados na fabricação de diodos e de
Os elétrons movimentam-se ao redor do núcleo, circuitos integrados.
descrevendo órbitas elípticas fechadas que são distribuídas
em níveis, camadas ou bandas progressivamente afastadas Os semicondutores podem também se comportar como
do núcleo. O conjunto dessas camadas é chamado de condutores ou como isolantes, dependendo de como
ELETROSFERA. os seus átomos estiverem ligados a outros elementos
químicos, através do processo chamado de Dopagem.

Dependendo do número de elétrons que possuem, ELETRIZAÇÃO E CORPO ELETRIZADO


os átomos têm um determinado número de camadas
eletrônicas. Entretanto, o número máximo de elétrons que Corpo Eletrizado
a última camada (camada extema) pode possuir é oito.
Esta camada é chamada de CAMADA DE VALÊNCIA e, os Um corpo, através de determinados processos, como
seus elétrons são chamados de ELÉTRONS DE VALÊNCIA. por exemplo, atrito, indução, contato, compressão ou
A camada de valência é que irá determinar se o elemento tração (piezoletricidade), aquecimento ou resfriamento
é um bom ou mau condutor. (piro-eletricida­ de) pode apresentar excesso ou falta
de elétrons. Nestas condições, diz-se que o corpo está
Para que um átomo possua uma configuração estável, a ELETRIZADO ou que possui CARGA ELÉTRICA.
camada de valência deve possuir oito elétrons.
Caminhões que transportam combustíveis trazem uma
Quando possui menos de quatro elétrons, eles estão corrente de metal ou uma tira de couro pendurada na
fracamente ligados ao núcleo, sendo considerados carroceria, com a outra extremidade em contato com o
LIVRES, e facilmente deslocados através de uma diferença solo. sso é necessário, porque o próprio atrito do ar com a

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lataria do veículo em movimento produz a eletrização


deste, que, ficando carregado, pode explodir à menor |Q|
faísca. E = k.
d2
Quando há excesso de elétrons, terá CARGA NEGATIVA.
Quando há falta de elétrons, terá CARGA POSITIVA. A unidade para o campo elétrico é newton por coulomb
Nosso planeta é ao mesmo tempo um grande doador e N/C, e k é a constante eletrostática cuja unidade é N.m2/C2
um grande receptor de elétrons.
Processos de eletrização por atrito
A ligação de certos corpos com a terra geralmente é feita
através de um fio metálico denominado fio-terra. Atritando dois materiais isolantes diferentes, o calor
gerado pode ser suficiente para transferir elétrons de
Princípios da Eletrostática um material para o outro, ficando ambos os materiais
eletrizados, sendo um positivo (o que cedeu elétrons) e
1. Princípio da Atração e Repulsão: outro negativo (o que recebeu elétrons).

»»Cargas de mesmo sinal se repelem.

»»Cargas de sinais contrários se atraem.

2. Princípio da conservação das cargas elétricas:

»»Num sistema eletricamente isolado a soma algébrica das


cargas positivas e negativas é constante.
Eletrizaçao por contato
Carga Puntiforme
Se um corpo eletrizado negativamente é colocado em
Denominamos Carga Puntiforme a toda carga cujas contato com outro neutro, o excesso de elétrons do corpo
dimensões não interferem e nem interessam ao fenômeno negativo será transferido para o neutro ate que ocorra o
ao qual estamos voltando nossa atenção. Definição equilIbrio eletrostático.
análoga a de ponto material em Mecânica.
Assim, o corpo neutro fica eletrizado negativamente,
Campo Elétrico “E” como podemos observar na figura abaixo.

Podemos fazer uma analogia com Campo Elétrico e


Campo Gravitacional.

Toda massa (por exemplo, a de um planeta) cria um


campo gravitacional ao seu redor, fazendo com que outras
massas sejam atraídas por ela. Da mesma forma, cargas
elétricas produzem campos elétricos em torno de si, de Fique de olho
tal maneira que outra carga elétrica que esteja nesse
campo sofrerá atração ou repulsão. Tais forças entre as Equilíbrio eletrostático nao significa que os corpos
cargas, no caso, têm natureza elétrica, e entre as massas, tem cargas iguais, mas que tem potenciais elétricos
natureza gravitacional. Eletrizaçào por indução

Verifica-se também que para cada ponto do espaço, Aproximando um corpo eletrizado positivamente de um
a intensidade da força a qual esta carga fica sujeita, é corpo condutor neutro isolado, os seus elétrons livres
diretamente proporcional ao valor absoluto da carga. serão atraídos para a extremidade mais próxima do corpo
Então, para cada ponto do espaço podemos definir uma positivo.
grandeza que é característica daquele ponto considerado.
Chamaremos esta grandeza de CAMPO ELÉTRICO ou Desta forma, o corpo neutro fica polarizado, ou seja, com
VETOR CAMPO ELÉTRICO, pois tal grandeza satisfaz as excesso de elétrons numa extremidade (polo negativo) e
propriedades de um ente vetorial. falta de elétrons na outra (polo positivo).

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  Aterrando o polo positivo desse corpo, ele atrairá elétrons


da Terra, ate que essa extremidadefique novamente
neutra.

Desfazendo o aterramento e afastando o corpo com


carga positiva, o corpo inicialmente neutro fica eletrizado
negativamente.

A Figura esquematiza o processo de eletrização por


induçao.

ANOTAÇÕES

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Capítulo 02

 
LEI DE COULOMB E FORÇA ELÉTRICA E é o vetor campo elétrico e F é o vetor força elétrica
sobre a carga q.
As atrações e repulsões que se exercem entre os corpos
eletrizados foram medidas por Coulomb e obedecem A unidade para o campo elétrico é newton por coulomb
a uma lei semelhante à atração universal: as ações N/C.
elétricas entre dois corpos eletrizados são diretamente
proporcionais ao produto dos módulos das cargas Linha de Força
elétricas e inversamente proporcionais ao quadrado da
distância que as separa. Linha de força em um campo elétrico é uma linha
imaginária, que em qualquer ponto é tangente ao
Podemos escrever: vetor campo daquele ponto. Constituem uma forma
conveniente de se visualizar graficamente um campo
|Q1| |Q2| elétrico.
F = k.
d2
Duas linhas de força nunca se cruzam.
Onde:
Sentido do Campo Elétrico
»»F - é a força elétrica entre as cargas
O sentido do campo elétrico depende do sinal da carga
»»k - é a constante eletrostática no vácuo (k ; 9 X 109 N.m / 2 que origina o campo.
C2)
Quando a carga for positiva, o campo elétrico produzido
»»Q - carga elétrica d - distância por ela será sempre de afastamento; quando for negativa,
o campo será sempre de aproximação.
Unidades no SI:

Cargas G, e G, - coulomb (C) Distância d - metro (m) Força


elétrica F - newton (N)

Constante eletrostática k - N.m2/C,

A força F será positiva quando G, e G, possuírem o mesmo


sinal1 o que significa uma repulsão; será negativa quando
G, e G, possuírem sinais contrários, o que significa atração.

A constante eletrostática k depende da natureza do meio


isolante (dielétrico) em que estão colocadas as cargas
elétricas.

Vetor Campo Elétrico: E

Suponhamos que uma carga q foi colocada no ponto P e


sobre ela está agindo uma força F. Define-se então Vetor
Campo Elétrico no ponto P:


 F
E =
q

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Campo Elétrico Uniforme hidrogênio.

Quando foram pegas as cordas para o pouso, por conta da


É aquele em que o vetor campo é o mesmo em todos os energia estática acumulada, causou-se uma faísca. Assim
pontos do campo. Neste caso, percebe-se que as linhas o fogo se espalhou da cauda para as outras partes do
de força são retas paralelas. dirigível facilitada pelo vazamento do hidrogênio.

Já foi visto que numa região onde atua um campo


elétrico, uma carga ficará sujeita a uma força. Tal
força fará com que esta carga se movimente. Se houve
um deslocamento da carga, significa que a força elétrica
POTENCIAL ELÉTRICO
realizou um trabalho, ou seja, entre dois pontos desse
deslocamento houve uma variação de energia potencial
Poder das Pontas
elétrica.
Num corpo de forma alongada, a densidade elétrica é
Isso demonstra que os pontos de um campo elétrico
maior nas extremidades que no centro.
possuem uma característica denominada potencial
elétrico “U”.
Todo condutor que apresenta uma região pontiaguda
na superfície, dificilmente permanece eletrizado, pois
Portanto, em cada ponto dessa região existe um potencial
as cargas elétricas chegam nesse condutor, vão se
que realizará um trabalho.
acumulando na ponta e escapam através dela (é como
um ralo).
Se uma carga em repouso se desloca espontaneamente
num campo elétrico, podemos dizer que entre dois pontos
Isso explica porque os objetos altos e pontiagudos - como
quaisquer desse campo, existe diferença de potencial
árvores, o topo nu de uma colina, postes de iluminação
(d.d.p.) também chamada de tensão elétrica “U” ou “V”.
- devem ser evitados quando há tempestades: as cargas
elétricas positivas acumuladas em suas pontas atraem os
elétrons das nuvens mais baixas e podem atrair um raio.
Então, definimos a diferença de potencial (d.d.p.) entre
dois pontos A e B de um campo elétrico como sendo o
Os aviões e as espaçonaves em movimento adquirem
trabalho o trabalho realizado entre os dois pontos por
grande quantidade de carga elétrica pelo atrito com o ar.
unidade de carga que se desloca entre esses pontos.
Essas cargas vão sendo descarregadas pelas várias pontas
existentes na superfície desses veículos: no bico e nas asas,
(VA - VB) = TAB /q
diversas hastes metálicas são colocadas como proteção
contra o acúmulo de cargas. Esse acúmulo poderia fazer
A unidade de medida da diferença de potencial (tensão
explodir o avião, se uma faísca produzida pelo atrito se
elétrica) é o joule por coulomb (J/C), conhecida por volt
formasse nas proximidades do tanque de combustível.
(V).
No dia 06 de Maio de 1937, o Dirigível Hindemburg
O aparelho que mede a tensão elétrica chama-se
explodiu no ar em Nova Jersey, matando 13 passageiros,
voltímetro.
22 tripulantes e 1 técnico em solo (35 mortes).
Duas cargas elétricas separadas por uma distância d, num
O dirigível ficou carregado estaticamente, devido ao
campo elétrico E, têm uma d.d.p. de:
contato com o ar úmido de uma tempestade. Somado
a isso, também houve falha em uma das válvulas de gás
U = E.d
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Capítulo 03

CORRENTE ELÉTRICA Isso nos ocasiona uma dúvida sobre qual seria o sentido
da corrente elétrica.
A Eletrostática estuda os fenômenos provocados pelas
cargas elétricas em repouso. Para resolver esse problema, foi adotada uma convenção:
A Eletrodinãmica estuda as cargas elétricas em movimento. o sentido da corrente é contrário do sentido de
movimentação das cargas negativas.
Corrente Elétrica
Se aplicarmos uma diferença de potencial num condutor,
Como já foi visto, os elementos químicos, classificados seus elétrons serão impulsionados pela força elétrica,
como metais, apresentam duas importantes características originando uma corrente elétrica. Portanto, a corrente
para a eletricidade: elétrica nada mais é do que os elétrons em movimento
através de um condutor, sendo “empurrados” por uma
»»possuem relativamente poucos elétrons na última tensão elétrica.
camada eletrônica;
Podemos fazer uma analogia desse mecanismo com uma
»»esses elétrons estão fracamente ligados ao átomo. instalação hidráulica (fornecimento de água).

Como conseqüência dessas duas propriedades, nos A pressão da água é função da altura da caixa d’água, isto
metais há elétrons que podem se destacar de um átomo e é, depende da diferença de potencial gravitacional entre
se movimentar no interior da matéria; são os chamados a caixa d’água e o solo.
elétrons­-livres.
A água que percorre a tubulação depende do diâmetro da
Para se ter uma idéia do número deles, basta dizer que mesma, da pressão e da abertura do registro (torneira).
em um grama de cobre há cerca de 1022 elétrons-livres. O mesmo ocorre com a corrente elétrica. A dificuldade
Sabendo-se também que eles se movimentam que ela tem para passar por um condutor é chamada
desordenadamente, podemos fazer uma analogia: uma de Resistência Elétrica que, por sua vez, depende do
nuvem de poeira se agitando ao sabor do vento diâmetro e do compri­mento do condutor.

O componente que impõe a resistência elétrica num


circuito é o Resistor.

Para cada resistor, temos um valor de resistência.


Apesar de o movimento dos elétrons-livres ser caótico, é
possível ordená-lo. Intensidade de Corrente Elétrica
A corrente elétrica é uma grandeza física associada à
movimentação ordenada de cargas elétricas. Como
toda grandeza física, a corrente elétrica é mensurável e
chamamos de Intensidade de Corrente Elétrica (i) a sua
medida.
A esse movimento ordenado de elétrons-livres, damos o
nome de corrente elétrica. Definimos Intensidade de Corrente (i) como sendo a razão
entre a carga que passa por um condutor e o intervalo
Corrente Elétrica é, na verdade, a movimentação ordenada de tempo correspondente, ou seja, a quantidade de carga
de qualquer carga elétrica (positiva ou negativa). É bom elétrica por unidade de tempo.
lembrar, no entanto, que nos corpos sólidos as partículas ΔQ
i=
positivas não podem se mover. Δt
A unidade de medida da corrente elétrica é o coulomb por
Entretanto nos gases e líquidos a movimentação das segundo (C/s), conhecida por ampere (A).
partículas positivas, é possível. Temos então dois tipos
de corrente elétrica; com partículas positivas ou com O aparelho que mede a corrente elétrica chama-se
partículas negativas. amperímetro.
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Corrente (tensão) contínua e alternada

A diferença entre corrente ou tensão contínua e alternada


é a seguinte:

• contínua: os elétrons se movimentam num único sentido;


a intensidade (velocidade) pode variar, entretanto, será
sempre no mesmo sentido.

A sua abreviação é CC ou, em inglês, DC (direct current).


GERADORES
A corrente contínua está presente nas baterias de
automóveis, de telefones celulares, de relógios de pulso O estudo dos geradores será objeto de um capítulo futuro.
e de uma infinidade de aparelhos eletrônicos portáteis; Agora veremos apenas as suas características básicas.
nas pilhas e nos chamados geradores de corrente contínua
utilizados em indústrias e laboratórios. Gerador é um dispositivo capaz de criar e manter uma
d.d.p. entre dois pontos de um circuito. É essa d.d.p. que
--alternada: os elétrons mudam o seu sentido de permite o movimento de cargas elétricas que constituem
movimentação. a corrente elétrica. Para “transportar” uma carga de um
ponto a outro, o gerador realiza um trabalho sobre ela.
A sua abreviação é CA ou, em inglês, AC (alternating A razão entre o trabalho realizado e a carga transportada
current). mede a capacidade do gerador de levar cargas dos
potenciais mais baixos para potenciais mais baixos.
A corrente alternada é gerada nas centrais de energia
Essa razão é a Força Eletromotriz (fem) do gerador
elétrica, para o consumo nas cidades. representado pela letra
A grande maioria dos aparelhos eletrodomésticos Gerador é um bipolo que transforma qualquer tipo de
funciona por meio da corrente alternada. energia em energia elétrica.

A pilha e a bateria são Geradores. O gerador apresenta


numa extremidade, excesso de elétrons (pólo negativo) e
na outra, excesso de prótons (pólo positivo). Quando se
ligam as extremidades do gerador (terminais) usando um
fio condutor, elétrons-livres fluem do pólo negativo para
o positivo, de maneira ordenada, constituindo assim uma
corrente elétrica.

A função do gerador é manter entre os seus terminais


um desnível elétrico, ou seja, excesso de elétrons numa
Acima, temos exemplo de corrente (tensão) contínua e extremidade em relação à outra, para que a corrente
alternada. elétrica circule continuamente. Esse desnível elétrico é a
tensão elétrica ou d.d.p.
No gráfico superior, a geração de corrente que é
fornecida por uma pilha ou bateria. A corrente é contínua Portanto, no gerador, a corrente elétrica sai pelo seu pólo
e constante. positivo e entra pelo seu pólo negativo. Quando ocorre
o inverso, o elemento não atua como gerador, mas sim,
No gráfico inferior, a geração de corrente fornecida pela como receptor, que será estudado nos capítulos seguintes.
rede de energia elétrica. Varia com um período constante.

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em energia elétrica.
São os mais encontrados e com maior capacidade de
geração. Geradores de usinas hidrelétricas, eólicas,
termoelétricas e termonucleares são exemplos.

--Geradores Químicos: transformam energia química em


energia elétrica contínua.

Baterias e pilhas são exemplos dos geradores químicos.

--Geradores Luminosos: transformam energia


luminosa em energia elétrica.
De acordo com seu princípio de funcionamento, temos
vários tipos de geradores: Como exemplo, temos as placas solares (células
fotovoltaicas) que transformam a energia luminosa do Sol
--Geradores Mecânicos: transformam energia mecânica em energia elétrica

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Capítulo 04

RESISTÊNCIA ELÉTRICA, RESISTORES E PRIMEIRA LEI DE Quando os elétrons caminham no interior de um condutor,
OHM eles se chocam contra os átomos do material de que é
Resistência Elétrica feito o fio. Nestes choques, parte da energia cinética de
cada elétron se transfere aos átomos que começam a
Define-se resistência como sendo a capacidade de um fio vibrar mais intensamente. No entanto, um aumento de
condutor ser opor a passagem de corrente elétrica através vibração significa um aumento de temperatura.
de sua estrutura.
O aquecimento provocado pela maior vibração dos
Verifica-se experimentalmente que a resistência elétrica átomos é um fenômeno físico a que damos o nome de
de um resistor depende do material que o constitui e de efeito joule.
suas dimensões.
É devido a este efeito joule que a lâmpada de filamento
Para simplificar a análise dessas dependências, vamos emite luz. Inúmeras são as aplicações práticas destes
considerar que os condutores tenham a forma de um fio fenômenos. Exemplos: chuveiro, ferro de engomar, ferro
cilíndrico como mostra a figura abaixo. Esta é a forma elétrico, fusível, etc...
largamente utilizada tanto na transmissão de energia
elétrica como na construção de energia. O efeito joule é o fenômeno responsável pelo consumo
de energia elétrica do circuito, quando essa energia se
Vamos imaginar uma haste de ferro. Se a ligarmos, através transforma em calor.
de fios condutores, a uma bateria, teremos um Circuito
Elétrico.

O circuito elétrico é o caminho por onde circula a corrente


elétrica. A letra R acima do resistor significa o seu valor de
resistência, que será estudado logo a seguir.

Além do símbolo acima, o resistor possui outro em forma


de retângulo. Então, abaixo temos os seus dois símbolos:

A bateria mantém entre seus terminais uma diferença de


potencial V e, desse modo uma corrente elétrica flui pela
haste. Os fios de ligação normalmente apresentam resistência
desprezível e são representados por linhas contínuas.
Se substituirmos a haste de ferro por outra idêntica, de
alumínio, notaremos um aumento na intensidade da Pelo que foi exposto, podemos representar o circuito
corrente. anterior através de símbolos:

Dizemos que a haste de ferro apresenta maior oposição à


passagem da corrente ou que ela possui maior Resistência
Elétrica que a haste de alumínio.

Nos circuitos, os condutores que apresentam resistência


elétrica são chamados Resistores e são representados
como segue:

A energia elétrica pode ser convertida em outras formas


de energia.
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Bipolos 1827, enunciando a lei que leva seu nome:


“Para o mesmo condutor, mantido à
Um bipolo elétrico é um dispositivo com dois terminais, temperatura constante, é constante o
através dos quais pode fluir uma corrente elétrica. Em quociente da diferença de potencial (tensão)
qualquer instante, a corrente que entra por um dos entre os extremos pela intensidade de corrente
terminais deve ser igual à que sai pelo outro terminal. corres­pondente.”
Gráfico Característico do Resistor
Tecnicamente falando, um bipolo elétrico é qualquer
elemento de um circuito onde a corrente elétrica sofra Na função matemática V = R.I, R é constante enquanto
variação de energia potencial. que V e 1 são variáveis. Podemos representar essa função
num par de eixos cartesianos.
Uma variação de energia potencial da corrente implica
num diferença de potencial entre os extremos do bipolo. O gráfico que se obtém é uma reta passando pela origem.

Define-se pólo positivo do bipolo, o terminal onde o


potencial elétrico é maior, e como pólo negativo, o
terminal onde o potencial é menor.

Definem-se, ainda, os bipolos nos quais a corrente sofre


elevação de potencial como geradores e os bipolos onde
a corrente perde potencial como receptores e resistores.

Diferenciam-se os receptores dos resistores pela natureza


de transformação de energia. Nos resistores, existe Dizemos que essa reta é o gráfico característico do resistor.
transformação de energia potencial elétrica em calor,
exclusivamente. Nos receptores, existe transformação de A unidade de medida da resistência elétrica é o ohm (íl)
energia potencial elétrica em outro tipo de energia além do grego, ômega.
de calor (quí­mica, mecânica, etc.).
O aparelho que mede a resistência elétrica chama-se
Um bipolo é ativo, quando fornece energia a um circuito, ohmímetro.
como o gerador de tensão.
SEGUNDA LEI DE OHM
É passivo, quando for receptor de potência. Portanto, o
resistor é um bipolo passivo. Seja um resistor de resistência elétrica R, com forma
Primeira Lei de Ohm cilíndrica. Chamemos de L o comprimento do resistor e
de A, a área de sua secção reta.
Verifica-se experimentalmente que, para cada resistor, é
constante a razão entre a tensão entre seus terminais (V) Verifica-se experimentalmente a Segunda Lei de Ohm:
e a intensidade de corrente que o percorre (I).
“A Resistência Elétrica de um condutor homogêneo
Em outras palavras, se dobrarmos a tensão, a intensidade é diretamente proporcional ao seu comprimento e
de corrente dobrará; se triplicarmos a tensão, também inversamente proporcional à área de sua secção reta.”
triplicará a intensidade de corrente, e assim por diante.

Matematicamente escreve-se:

V/I = constante

Essa constante é, por definição, a resistência elétrica (R)


do resistor.

V/I = R ou V = R.I

A esse resultado chegou o fisico George Simon Ohm, em Matematicamente:


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em que: p = resistividade do material, em [Ω.m], a


L temperatura T;
R=p
A
R = resisténcia do material, em [Ω], a temperatura T;
Onde: p0 = resistividade do material, em [Ω.m], a uma
temperatura de referéncia T0;
R: é a resistência elétrica do condutor;
R0= resistència do material, em [Ω], a uma temperatura de
L: é o comprimento desse condutor; referéncia T0;
ΔT = T - T0 = variação da temperatura, em [0C];
A: é a área da sua secção reta ou secção transversal;
a = coeficiente de temperatura do material, em [0C-1].
p (rho): é uma constante de proporcionalidade Considerações sobre a Prata, o Ouro e o Cobre
característica do material, conhecida como resistividade
elétrica. A Prata é o metal que melhor conduz o calor e a
eletricidade, mas não é utilizada para estes fins, por ser
A unidade de medida da resistividade elétrica é o ohm. um metal muito caro.
metro (Ω.m) ou ohm.centímetro (Ω.cm) ou ohm.mílímetro
(Ω.mm). O Ouro, embora seja o mais maleável e o mais dúctil (que
se estica facilmente em forma de fios) de todos os metais,
Essa unidade é obtida da seguinte forma: e um ótimo condutor de calor e eletricidade, é pouco
R.A Ω.m2 utilizado para estes fins, por ser também um metal muito
p= →[p]= =Ω.m caro.
L m
Quanto maior a resistividade elétrica, maior será a O Ouro é antioxidante e é utilizado em dispositivos
oposição do material à passagem da corrente elétrica. microscópicos como, por exemplo, circuitos integrados.
Portanto, bons condutores possuem baixa resistividade.
Banho de ouro é muito utilizado em contatos elétricos,
Bons condutores elétricos também são bons condutores pois, a superfície banhada tornase homogênea, ou seja,
de calor. sem descontinuidade, diminuindo consideravelmente
a resistência de contato. Daí o equívoco que ocorre
Relaçâo entre resistência e temperatura quando se diz que o ouro é o melhor condutor. Por
ser maleável,sua área de contato torna-se maior,
A resistividade dos materiais depende da temperatura. diminuindo-se a resistência (segunda lei de ohm).
Assim, outra caracterIstica dos materials é o coeficiente
de temperatura, que mostra de que forma a resistividade Para se ter uma idéia sobre as vantagens da utilização do
e, consequentemente, a resisténcia, variam com a ouro, temos o seguinte exemplo: 1,93mg de ouro pode
temperatura. ser laminado, formando uma película transparente de
área igual a 16cm2 e espessura igual 6.10-6cm. Portanto,
O coeficiente de temperatura de um material é simbolizado sem tais características, não existiriam os fios superfinos
pela letra grega α (alfa), cuja unidade de medida é [0C-1]. que saem dos circuitos integrados, tornando com isso,
impraticáveis tais circuitos.
As expressões para calcular a variação da resistividade e
da resistência com a temperatura são as seguintes:

p = p0.(1+α.ΔT) R = R0.(1.α.ΔT)

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Capítulo 05

EFEITO JOULE E POTÊNCIA ELÉTRICA Substituindo-se a expressão acima pela 1.ª lei de ohm,
temos:
Apliquemos uma tensão V (ou U) nos extremos de um
condutor com resistência R. P = V2/R = R.i2 = V.i

Nestas condições, o condutor será percorrido por uma Na mecânica define-se potência como a razão entre
corrente elétrica de intensidade i, o que equivale dizer a energia posta em jogo e o intervalo de tempo
que os elétrons-livres movimentar-se-ão numa única correspondente:
direção e sentido. Esses elétrons podem se chocar com os
átomos do material ocasionando a agitação dos mesmos. P = E/Δt
Esse aumento na energia cinética dos átomos se traduz
numa elevação da temperatura do material. É o fenômeno Então, a energia elétrica transformada em calor devido ao
denominado Efeito Joule efeito joule é:

E = P.Δt

A unidade de medida da potência elétrica é o watt (W).

A unidade de medida da energia elétrica é o

watt.segundo (W.s) = joule (J), então, 1J = 1W.s.

Entretanto, a unidade mais utilizada nas medições de


consumo de energia elétrica, é o quilowatt.hora (kWh):
um kWh é a quantidade de energia necessária para
alimentar uma carga com potência de 1000 W durante 1
hora.
Concluímos que a corrente elétrica ao passar pelo resistor
causa o seu aquecimento. Verifica-se, experimentalmente, Fórmulas Matemáticas Relacionando Tensão, Corrente,
que a quantidade de calor Q, desenvolvida no resistor Resistência e Potência Elétricas.
é diretamente proporcional ao quadrado da tensão
aplicada e ao intervalo de tempo de duração da corrente (a)E = R× I
∆. Verifica-se também que a quantidade de calor Q é (b)P = E × I
inversamente proporcional à resistência do resistor R, (c)P = R× I²
mantendo-se a tensão U (ou V) constante. (d)I = E ÷ R
(e)R = E ÷ I
Matematicamente: (f)P = E² ÷ R
(g)I = P ÷ E
Q = V2. Δt/R.J

“J” é uma constante de proporcionalidade chamada de


Constante de Joule e vale:

J = 4, 18 joules/caloria

Na equação acima, o fator V2/R é chamado Potência Aplicações do Efeito Joule


Elétrica P dissipada no resistor devido ao efeito joule.
Em alguns dispositivos elétricos, o efeito joule é
Então: indesejável, pois representa uma perda de energia elétrica
e até danificações nos aparelhos. É o que acontece nas
P = V2/R máquinas elétricas (transformadores, geradores, motores,

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etc.).
Para cada resistor de resistência fixa, temos o valor de
Por outro lado, vários dispositivos têm seu funcionamento sua resistência marcado no próprio componente, de duas
baseado no efeito joule. Como exemplo, temos as maneiras:
lâmpadas incandescentes, os chuveiros, torneiras e ferros
elétricos, fornos elétricos, e outros. 1. na forma numérica;

2. na forma de cores, chamado de código de cores.


CÓDIGO DE CORES PARA RESISTORES
A maior parte dos resistores, como podemos observar
Os resistores são fabricados de diversos materiais, sendo na figura acima, possui di­mensões pequenas. Portanto
os mais utilizados e conhecidos, os seguintes: resistores é conveniente a utilização do código de cores para a sua
de fio, de carvão e de película metálica. São resistores de identificação.
resistências fixas.
O código de cores é padronizado mundialmente. Podemos
O Potenciômetro ou reostato é um dispositivo no qual verificar a seguir, como são indicados nos resistores, os
podemos, girando um eixo ou deslizando uma alavanca, valores das suas resistências
variar o valor de sua resistência.

Cada faixa representa um valor,da seguinte maneira: No exemplo abaixo, temos:

»»a primeira indica o valor do primeiro dígito - X

»»a segunda indica o valor do segundo dígito - XY

»»a terceira indica o fator multiplicador (número de zeros à primeira faixa: vermelha - 2
direita ou à esquerda) - XY.Z
segundo faixa: preta - O
»»a quarta indica a tolerância - XY.Z %
terceira faixa: vermelha - x 100(dois zeros)

quarta faixa: ouro - 5%

Valor do resistor: 2000 Ω com tolerância de 5%

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No exemplo acima, a primeira faixa é marrom (1), a G = 1/R


segunda é preta (0), a terceira, vermelha (x100) e a quarta,
dourada (5%) - resistor de 1000 Q com tolerância de 5%. A unidade de medida da condutância é 110 cujo símbolo
é U, conhecida por mho (palavra ohm invertida); o termo
Condutância (G) e Condutividade σ (sigma) siemens (S) também é utilizado.

Condutância Elétrica é a facilidade que um condutor De maneira análoga, Condutividade Elétrica é o inverso da
oferece à passagem da corrente elétrica. Ao contrário da Resistividade Elétrica. Portanto, condutividade elétrica é
resistência que é a dificuldade que um condutor oferece à o recíproco da resistividade elétrica.
passagem da corrente. Portanto, condutância elétrica é o
recíproco da resistência elétrica. σ = l/ p

Matematicamente, por definição, condutância é o inverso A unidade de medida da condutividade é 1/Ω.m.


da resistência elétrica:

ANOTAÇÕES

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Capítulo 06

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES Associação em Paralelo

Para analisarmos um circuito elétrico, na maioria das vezes Uma associação de resistores é um paralelo, quando todos
é conveniente representar um trecho complexo, com estiverem submetidos à mesma diferença de potencial.
diversos resistores, por um único resistor cuja resistência
equivale à do circuito. Teremos então a resistência
equivalente do circuito.

Podemos associar dois ou mais resistores em série ou em


paralelo.

Associação em Série

Vamos nos fixar em três resistores apenas. Dizemos que


a associação é em série, quando pelos resistores passa a A tensão total entre os pontos A e B do circuito é U.
mesma corrente.
A intensidade total da corrente isubdivide-se por todos os
resistores.

i = i 1 + i2 + i3

Aplicando-se a primeira lei de ohm para o circuito, com


A tensão total entre os pontos A e B do circuito é Ur.
raciocínio análogo à associação em série, temos:
A resistência equivalente é uma única re­
1/R = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3
é percorrida pela mesma corrente ique percorre a
associação.
Quando apenas dois resistores de resistências R1 e
A relação entre a tensão total UT e as tensões em cada
R2, estiverem associados em paralelo, a resistência
resistência é:
equivalente será:
UT = U1 + U2 + U3
R = R1.R2 (R1+ R2)
Aplicando-se a primeira lei de ohm para cada resistor e
Associação Mista
para o circuito total,temos:
Como o próprio nome diz, é a combinação das duas
U1 = R1.i
associações. Não existe uma maneira específica para
resolvê-la. Devemos considerar os tipos de associação de
U2 = R2.i
forma separada.
U3 = R3.i
TRANSFORMAÇÕES DELTA-ESTRELA (Δ-Y) E ESTRELA-
UT = R.i
DELTA (Y-Δ) (OU TRIÂNGULO-ESTRELA E ESTRELA-
TRIÂNGULO)
Substituindo-se na igualdade acima, temos:
Redes com estas configurações são redes de três vértices,
R.i = R1.i + R2.i + R3.i
necessitando, portanto, de três equações para determinar
a sua equivalência.
Concluímos que: R = R1 + R2 + R3
Estas duas configurações são equivalentes. Em 1899, Arthur
Portanto, a resistência equivalente para a associação de
E. Kennelly deduziu suas equações de transformação.
resistores em série, é o somatório das mesmas.

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Transformação delta-estrela (Δ-V) RAB = (Ra . Rb + Rb . Rc + Rc . Ra) / Rc

São conhecidos os valores das resistências do triângulo RBC = (Ra . Rb + Rb . Rc + Rc . Ra) / Ra


(delta), com vértices A, B e C. Na ligação equivalente
em estrela, surge um ponto central. Cada resistência RCA = (Ra . Rb + Rb . Rc + Rc . Ra) / Rb
na estrela é a ligação desse ponto central com o vértice
respectivo no triângulo. Exemplo:

Dados R 0 = 3 O, R, = 6 Q e R, = 18 O, calcular

Utilizando-se as equações acima, temos:

RAB = (3.6 + 6.18 + 18.3) / 18 = 10 Ω

RBC = (3.6 + 6.18 + 18.3) / 3 = 60 Ω


Ra = RAB . RCA / (RAB + RCB + RCA)
RCA = (3.6 + 6.18 + 18.3) / 6 = 30 Ω
Rb = RAB . RBC / (RAB + RCB + RCA)
Nesse exemplo, foram utilizados os valores encontrados
Rc = RBC . RCA / (RAB + RCB + RCA) no exemplo anterior e observadas as mesmas posições.
Foram obtidos os mesmos valores de resistências do
Exemplo: primeiro exemplo
Curto-circuito
Dados RAB = 10 Ω. RCA = 30 Ω e RBC= 60 Ω, calcular Ra, Rb e
Rc. O curto-circuito ocorre quando dois pontos de potenciais
elétricos (tensões) diferentes são interligados por uma
Utilizando-se as equações acima, temos: resistência muito pequena (praticamente nula).

Ra = 10 . 30 / (10 + 60 + 30) = 3Ω Pela primeira lei de ohm, temos: I= V/R.

Rb = 10 . 60 / (10 + 60 + 30) = 6Ω Se a resistência for quase zero, na expressão acima


teremos um valor de tensão dividido por um valor
Rc = 60 . 30 / (10 + 60 + 30) = 8Ω extremamente pequeno, dando como resultado um valor
de I extremamente grande.
Transformação estrela-delta (Y-Δ)
Para tensões muito pequenas, como por exemplo, em
São conhecidos os valores das resistências da estrela com circuitos com pilhas de 1,5V, pode não ocorrer grandes
vértices a, b e c. Serão determinadas as resistências do problemas; apenas a descarga das pilhas. Entretanto
triângulo equivalente. para valores maiores de tensão, como num prédio, casa
ou indústria, isto provocará um grande aquecimento nas
instalações elétri­cas causando muitos problemas. Para
que isso seja evitado, são instalados os dispositi­vos de
proteção.
LEIS DE KIRCHHOFF

As leis de Kirchhoff, juntamente com a primeira lei de Ohm,


permitem analisar um circuito elétrico, isto é, calcular as
correntes, tensões e potências em seus componentes.

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Definições Lei dos Nós

--Rede Elétrica: é qualquer conjunto de A soma das intensidades de corrente que chegam a um nó
elementos de circuito, associados - na figura é igual à soma das intensidades que saem do mesmo nó.
acima temos um exemplo de rede elétrica, com
geradores, receptores e resistores associados. Essa lei deve ser aplicada tantas vezes quantos forem os
nós, menos uma. Na rede anterior temos dois nós, A e B.
Devemos aplicar a lei uma vez. Escolhamos o nó B.
O receptor ainda não foi estudado, entretanto é bom
lembrar que no gerador a corrente elétrica sai do seu pólo I3 = I1 + I2 (eq. 1)
positivo e entra no seu pólo negativo. Quando ocorre o
inverso, o elemento não atua como gerador, mas sim, Temos assim a primeira equação. Como são três icógnitas
como receptor, que será objeto de estudo nos próximos (I1, I2 e I3), precisamos de mais duas equações.
capítulos.
Lei da Malhas
--Nó: é um ponto comum a três ou mais
condutores - no circuito acima, pontos B e E. Numa malha, a soma algébrica das tensões é igual à soma
algébrica dos produtos das resistências pelas respectivas
--Ramo: é um trecho do circuito limitado por intensidades de corrente.
dois nós consecutivos - ramos BCDE, BE e
BAFE.

--Malha: é um circuito fechado, constituído


por, pelo menos, dois ramos - ABE­FA, BCDEB,
ABCDFA (malha externa)

Resolução da Rede Percorrem-se cada uma das malhas, segundo um


sentido arbitrário (horário ou anti-horário). Quando o
Verificamos na rede acima, que não se conhece o sentido e sentido de percurso entra pelo pólo positivo do gerador ou
nem a intensidade da corrente pelos diversos elementos. receptor,atribui-se um sinal negativo à tensão. O produto
das resistências pelas correntes será positivo quando o
Desse modo, não é possível saber quais elementos são sentido de percurso coincidir com o sentido da corrente.
geradores ou receptores. Caso contrário, o produto será negativo.
Resolver uma rede consiste em se determinar: Comecemos pela malha (1):
a. O sentido correto das diversas correntes elétricas da - 3 + 6 - 12 = 2I1 - 9.I3 - 7.I1
rede.
- 9 = - 9.I1 - 9.I3
b. A intensidade de cada uma das correntes.
1 = I1 + I3 (eq. 2)
c. Quais são os geradores e receptores da rede.
Na malha (2):
Consideremos a rede anterior. inicialmente é necessário
arbitrar os sentidos das correntes, sem a preocupação de - 6 + 3 + 3 = 1.I2 + 2.I2 + 9.I3
colocar o sentido real.
0 = 3.I2 + 9.I3

0 = I2 + 3.I3 (eq. 3)

Temos agora três equações e três icógnitas:


I1 + I2 = I3

I1 + I3 = 1
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I2 + 3.I3 = 0

Resolvendo, achamos:

I1 = 4/5 = 0,8A

I2 = -3/5 = 0,5A

I3 = 1/5 = 0,2A

O fato de I,ter um valor negativo nos indica que o sentido


arbitrário escolhido para I2. não coincide com o sentido Podemos agora saber quais elementos são geradores (G),
real. Temos que voltar ao circuito e inverter I2. e quais são receptores (R)

ANOTAÇÕES

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Capítulo 07

EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA NO CORPO »»Danos renais - insuficiência renal, incontinência urinária,
HUMANO - CHOQUE ELÉTRICO perda de proteínas através da urina, bloqueio do ureter
(impedimento da passagem da urina dos rins para a
Os dispositivos de proteção servem para proteger um bexiga).
circuito, mas não podemos nos esquecer que a principal
proteção é para o ser humano. »»Danos na visão - queimaduras, prolapso, cataratas,
conjuntivites e cegueira.
A eletricidade é invisível. O que percebemos são seus
efeitos. »»Danos na audição - surdez parcial ou total.

Choque Elétrico é a passagem de uma corrente elétrica »»Danos nos pulmões - edema agudo (intenso).
através do corpo humano.
Todos devem conhecer os perigos que a eletricidade
Os seres vivos são movidos a corrente elétrica. Qualquer oferece - 43% dos acidentes com choque elétrico ocorrem
atividade biológica é originada por impulsos elétricos. em casa.
Quando uma corrente elétrica externa (choque elétrico)
atravessa o corpo humano, há uma superposição da Portanto, algumas precauções devem ser tomadas:
corrente do choque com as correntes neurotransmissoras
que comandam o organismo humano, criando uma pane 1. Antes de quaisquer consertos, desligue o disjuntor.
geral.
2. Evite o uso de “benjamins” ou extensões.
Os principais efeitos da corrente elétrica no homem são
os seguintes: 3. Desligue o chuveiro antes de mudar a chave verão/
inverno.
»»Contrações musculares.
4. Não coloque objetos metálicos (facas, garfos, etc.)
»»Tetanização - é uma paralisação muscular temporária dentro de equipamentos elétricos.
por horas, dias e até meses.
5. Para limpar aparelhos elétricos, desligue-os da tomada .
»»Prolapso - é o deslocamento, com mudança definitiva,
de órgãos ou músculos. 6. Nunca mexa em aparelhos elétricos com mãos ou pés
molhados.
»»Queimaduras dos ossos. músculos e órgãos.
7. Não passe fios elétricos debaixo dos tapetes - muitos
»»Parada respiratória. incêndios começam assim.

»»Parada cardíaca. 8. Desligue os aparelhos usando o botão liga/ desliga -


NUNCA puxe o “plug” pelo fio.
»»Fibrilação ventricular - o coração passa a fibrilar (tremer)
e deixa de bombear o sangue para o corpo. 9. Aparelhos elétricos no banheiro são grande risco. Se
possível, utilize com pilhas.
»»Trombose - é o entupimento das artérias ou das veias.
10. Não toque em eletrodomésticos enquanto estiver
»»Perturbação no sistema nervoso - perda de sensibilidade trabalhando com as mãos mergulhadas na pia.
e coordenação motora, inclusive a doença de Parkinson.
11. Desligue a torradeira antes de retirar os pães com
»»Danos no cérebro - inibição do mesmo, desincronização garfo ou faca.
nos seus comandos, edema (acúmulo anormal de
líquido), isquemia (detenção da circulação sanguínea), O Ministério do Trabalho e Emprego - MTE desenvolveu
perda da memória, perda do raciocínio, perda da fala, uma série de normas para a pre­venção de acidentes
comprometimento dos movimentos e perda da visão. e doenças ao trabalhador, nos mais diversos tipos de

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serviços. São as Normas Regulamentadoras - NRs.

Para os serviços com eletricidade há a NR- 10 - Norma


Regulamentadora n.0 10 - Seguran­ça em Instalações e
Serviços em Eletricidade.

O Diário Oficial da União - DOU publicou em dezembro


de 2004 a Portaria n.o 598 de 07/12/04, assinada pelo
Ministro do Trabalho, alterando a NR-10. A nova norma
estabelece procedimentos regulamentares re­lacionados à Disjuntores
segurança, saúde e condições gerais para os trabalhadores
que atuam com energia elétrica em todos os ambientes de São dispositivos de proteção automáticos contra
trabalho, abrangendo desde a construção civil, atividades sobrecargas e curtos-circuitos.
comerciais, industriais, rurais e até mesmo domésticas
Para sobrecargas, os disjuntores possuem um relé
térmico (de atuação retardada) que tem uma lâmina que
é aquecida pela corrente que atravessa o disjuntor. Este
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO aquecimento provoca uma deformação na lâmina, que
aciona um gatilho e abre (desliga) o circuito.
Dispositivos de proteção são elementos que têm como
objetivo interromper a passagem de correntes elétricas Para curtos-circuitos, os disjuntores possuem um relé
de valores elevados que podem danificar componentes, eletromagnético (de atuação instantânea) cuja bobina é
aparelhos, lâmpadas ou mesmo, causar um incêndio. percorrida por uma corrente. Quando um valor máximo
permiti­do para esta corrente for ultrapassado, o relé
Correntes elevadas ocorrem quando há uma sobrecarga aciona um dispositivo mecânico que aciona o disjuntor,
ou um curto-circuito. abrindo (desligando) o circuito.

Quando, por exemplo, ligamos vários aparelhos numa Relé é uma chave automática, isto é, um dispositivo
mesma tornada, ocorre um aquecimento excessivo, ou empregado geralmente para abrir ou fechar
seja, uma sobrecarga no circuito. automaticamente um ou mais circuitos.

Fusíveis »»Lay (inglês) = situação, posição.

São elementos ligados em série com um circuito. »»Relay (inglês) = revezamento, substituição. Ao contrário
dos fusíveis, os disjuntores, depois de acionados,
O fusível protege o circuito porque possui, dentro do seu podem ser rearmados manualmente.
corpo, um filamento de chumbo ou estanho que se rompe
(funde) quando circula por ele uma corrente superior Os disjuntores são também considerados dispositivos de
àquela que ele suporta. manobra porque podem atuar como interruptores de
corrente nas condições normais do circuito.
Os fusíveis são geralmente dimensionados 20% acima da
corrente nominal do circuito.

Quando o fusível atua, necessita ser trocado; dizemos que


“queimou o fusível”

Dispositivos de corrente de fuga

Visa a atender o requisito de seccionamento automático


da alimentação.

Os dispositivos a corrente de fuga são também conhecidos

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como dispositivos a corrente diferencial residual ou, O DDR é formado por disjuntor e proteção residual no
simplesmente, dispositivos DR. mesmo dispositivo.

O dispositivo DR deve monitorar todos os condutores Garante a proteção contra curto-circuito, sobrecorrente e
vivos da instalação, que pode incluir as fases e também contra choque.
o neutro.
Os dispositivos de acao residual podem ser bipolares ou
tetrapolares.

MEDIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA

O medidor de energia elétrica, popularmente chamado


de Relógio de Luz, é um dispositivo que mede o consumo
de energia elétrica.

A medição de energia elétrica é empregada para possibilitar


O condutor de proteção não deve ser ligado ao dispositivo. à entidade fornecedora (concessionária) o faturamento
Em instalações dotadas do esquema de aterramento TN- adequado da quantidade de energia elétrica consumida
C, não podem ser aplicados dispositivos DR. pelo usuário, dentro de uma tarifa estabelecida.

O dispositivo DR é constituido por um circuito magnético Como já vimos, a unidade utilizada nas medições de
ligado a um disparador. O princIpio de funcionamento está consumo de energia elétrica, é o quilowatt.hora (kWhJ:
associado ao fato de que, em um circuito normalmente um kWh é a quantidade de energia necessária para
energizado, a somatória da corrente instantânea ou alimentar uma carga com potência de 1000 W durante
fasorial que circuIa pelos condutores vivos da instalação é 1hora.
nula, mesmo que haja um desequilibrio.
Para calcularmos a conta de energia elétrica, multiplicamos
Quando o fluxo magnético resultante no núcleo do o custo unitário do kWh pela quantidade de energia
transformador do DR for diferente de zero, ou seja, consumida durante um período (mês).
quando circular uma corrente diferencial residual igual
ou superior a corrente diferencial residual nominal de Exemplo:
atuação do dispositivo, ocorre a abertura dos contatos
principals, desligando a instalaçao. »»consumo do mês: 170,0 kWh

A verificacao do perfeito funcionamento do dispositivo é »»custo de 1kWh: R$ 0,26729


realizada simulando uma corrente diferencial, que é obtida
através de um resistor inserido no circuito, pressionando »»valor a ser pago: 170,0 x 0,26729 = R$45,44 + impostos
o botão de teste. (PIS/PASEP, COF NS e ICMS).

O dispositivo DR pode ser de alta e baixa sensibilidade. O medidor é instalado, pela concessionária, entre a rede
Os de alta sensibilidade protegem contra contatos diretos elétrica e a carga (residência, indústria, etc.
e indiretos, enquanto os de baixa sensibilidade protegem
apenas contra contatos indiretos e incêndios. O elemento motor (estator) é formado dor dois circuitos
magnéticos (bobinas), o de tensão e o de corrente, e
Consideram-se dispositivos de alta sensibilidade aqueles tem como finalidade gerar os fluxos de tensão e corrente
que possuem corrente nominal de atuação menor ou igual necessários ao movimento do disco.
a 30 mA e de baixa sensibilidade os valores superiores a
30 mA. O elemento móvel (disco) é formado por um ou mais
discos fixados a um eixo, que giram com uma velocidade
A proteção por meio de DR compreende a utilizacao proporcional à potência elétrica do circuito onde o
do interruptor diferencial residual (IDR) ou do disjuntor medidor está instalado.
diferencial residual (DDR). O interruptor diferencial
residual protege apenas contra a corrente de fuga, razão O registrador é formado por um conjunto de engrenagens,
pela qual deve ser instalado em série com um disjuntor de destinado a registrar o número de rotações do disco,
proteção do circuito.
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de maneira que sua leitura indique, em kW.h a energia Atualmente são produzidos, também, medidores
consumida pela carga. eletrônicos de energia elétrica. O princípio de
funcionamento é semelhante, entretanto, garante maior
Seu funcionamento é baseado na interação entre os fluxos exatidão que os eletromecânicos, podendo oferecer
magnéticos produzidos pelas bobinas de tensão e de informações detalhadas sobre o consumo. O usuário pode
corrente. Essa interação resulta na rotação do elemento saber quanto tempo ficou sem energia elétrica, os valores
móvel (disco), ou seja, quando houver tensão e corrente, de tensão (se houve variações) e de corrente, e o que foi
resulta na rotação do disco. consumido em diferentes horários. Se houver variações
de tensão (oscilações), os aparelhos eletroeletrônicos
Possui um elemento frenador (freio magnético) que tem a podem queimar, e os usuários podem pedir indenizações
finalidade de compatibilizar a velocidade dos disco a um às concessionárias.
valor proporcional à energia a ser medida.
Quadros de Distribuição - QD ou Quadro de Força e Luz
Na falta da tensão ou corrente o disco não gira, portanto - QFL
o medidor não registrará a energia elétrica.
É o centro de distribuição de toda instalação elétrica.
A rotação do disco é proporcional à potência elétrica
consumida pelo usuário. Recebe os fios que vêm do medidor e alimentam os
circuitos terminais (lâmpadas, tomadas, chuveiros, etc.).
A energia elétrica consumida é visualizada através do
registrador, que é acoplado ao eixo do disco medidor. É onde se encontram os dispositivos de proteção (fusíveis,
disjuntores e relés térmicos).

ANOTAÇÕES

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Capítulo 08

ESTUDO DOS GERADORES internamente Pd pode ser representada pela expressão:

Como já foi dito anteriormente, a presença do gerador é Pd = r.i2


indispensável nos circuitos, para que a corrente elétrica
circule permanentemente. Podemos então concluir que a potência que realmente
pode ser utilizada é a diferença entre a potência total
Gerador é qualquer bipolo cuja função seja fornecer gerada e a potência dissipada internamente. A essa
energia potencial elétrica para as cargas que o atravessam, diferença chamaremos Potência Útil do gerador.
mantendo, dessa maneira, a corrente elétrica nos
circuitos. Sendo U a tensão entre os terminais do gerador,já vimos
que a Potência Útil (Pu) é dada pela expressão:
Pelo Princípio da Conservação da Energia, sabemos ser
impossível a existência de um dispositivo que crie energia; Pu = U.i
de maneira que o gerador limita-se a transformar em
energia potencial elétrica, algum outro tipo de energia. Resumindo as conclusões, chegamos à expressão:

Estudo Matemático dos Geradores Potência útil = Potência Total - Potência Dissipada

Consideremos um gerador em funcionamento. Sabemos Pu = Pt - Pd


que ele transforma algum tipo de energia em energia
potencial elétrica. À potência com que se dá essa U.i = E.i - r.i2
transformação de energia, denominaremos Potencial
Total Gerada (embora o termo “gerada” seja um tanto Que nos leva à expressão:
impróprio).
U = E - r.i
A Potência Total gerada será indicada por PI.
Equação do Gerador
Na maioria dos geradores, a potência total é diretamente
proporcional à corrente que o atravessa. A razão »»A força eletromotriz e a resistência interna do gerador
(constante) entre a potência total e a intensidade de são constantes para um determinado gerador.
corrente, recebe o nome de Força Eletromotriz - f.e.m.
Um gerador é perfeitamente caracterizado por esses dois
Indicando a f.e.m. por E, temos: valores.

Pt/i = E, então »»A força eletromotriz pode ser definida como sendo a
energia fornecida pelo gerador por unidade de carga
Pt = E.i para a corrente que o atravessa.

A unidade de medida da força eletromotriz é volt (V). Representação dos Geradores

Continuando o raciocínio; sabemos que, na prática, é Os geradores são representados pelo seguinte símbolo:
impossível a obtenção de um sistema de transformação
de energia que opere sem perdas. Tratando-se de
geradores, a perda de energia ocorre no próprio interior
do dispositivo, por efeito Joule. Explica-se essa dissipação
interna de energia, lembrando-se que os condutores
existentes no interior do gerador não são condutores
ideais, apresentando resistência elétrica. A essa resistência
chamaremos Resistência Interna do Gerador (r).

Sendo ia intensidade de corrente, a potência dissipada


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A resistência interna r, é representada em série. igual à resistência interna do gerador.

Quando quisermos representar um gerador ideal, Rendimento de um Gerador


omitiremos a resistência interna:
O rendimento (ɳ) é definido pelo quociente entre a
Nos geradores ideais, temos r = O, daí U = E, qualquer que potência útil e a potência total gerada:
seja o valor da corrente i.

ɳ = Pu/Pt

Mas, Pu = U.i e Pt = E.i

Curva Característica do Gerador Daí: ɳ= U.i/E.i, então:

A curva característica será a relação entre U e i,colocada ɳ = U/E


num gráfico.
É comum representar-se o rendimento através de
Como vimos, nos geradores, a relação entre a tensão e a porcentagem, bastando, para isso, multiplicá-lo por 100.
corrente é da forma U = E - r.i. O rendimento em qualquer transformação de energia é
sempre menor ou igual a 100%, sendo que = 100% é o
• Para Tensão Nula caso ideal.

U = O, então O = E - r.i - daí: i = E/r Geradores de Tensão e de Corrente

• Para Corrente Nula O gerador de tensão mantém a tensão constante,


independentemente da corrente por ele fornecida ao
I= O, então U = E - r.0 - daí: U = E circuito (mesmo que a carga mude).

Os dois pares de valores encontrados são suficientes para O gerador de corrente mantém a corrente constante,
o traçado do gráfico, pois este é uma reta (equação do 1° independentemente da tensão em seus terminais (mesmo
grau) que a carga mude).

Na prática, um gerador de corrente é obtido associando-


se em série com um gerador de tensão uma resistência
de grande valor. Se a carga for muito menor do que a
resistência associada ao gerador de tensão, a corrente
será praticamente constante.

ESTUDO DOS RECEPTORES

Chamaremos de Receptor qualquer bipolo cuja função


seja transformar energia potencial elétrica em outro tipo
O ponto B da curva característica, U = O, é obtido através de energia. Ao contrário do gerador que transforma
da união dos terminais do gerador por meio de um fio qualquer tipo de energia em energia elétrica.
sem resistência (curto-circuito). Nessas condições, temos
o gerador em curto-circuito, e a corrente é chamada de Os bipolos que têm como única função transformar energia
corrente de curto-circuito: ice = E/r. potencial elétrica em calor, não são classificados como
receptores, recebendo a denominação de resistores.
No ponto A da curva característica, i= O, ou seja, o gerador
encontra-se desligado de qualquer circuito. Nesse caso, Exemplos de receptores são os motores elétricos
diremos que o gerador está num circuito aberto. (liquidificador, ventilador, batedeira e tudo o que possua
motor).
A tangente do ângulo formado no ponto B é numericamente
Estudo Matemático dos Receptores
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Consideremos um receptor em funcionamento. Sabemos


que ele está consumindo energia potencial elétrica. »»A força contraeletromotriz e a resistência interna
À potência com que se dá este consumo de energia, caracterizam um receptor.
chamaremos de Potência Total Consumida PI.
»»Fazendo-se um raciocínio idêntico ao feito para
Já vimos que, se a tensão no receptor vale U, e a intensidade os geradores, podemos concluir que a força
de corrente, i, a potência consumida é determinada pela contraeletromotriz nos dá a energia potencial elétrica
expressão: utilizada por cada unidade de carga que atravessa o
receptor.
Pt = U.i
Representação dos Receptores
Mas, sabemos também que nenhum sistema de
transformação de energia opera sem perdas, portanto, Os receptores são representados de maneira idêntica
seria errôneo afirmar que a potência consumida aos geradores, diferindo apenas no sentido da corrente
será utilizada totalmente pelo receptor. Na prática, elétrica
sabemos que uma parcela da potência total consumida
é transformada em calor no interior do dispositivo. Os
receptores, analogamente aos geradores, apresentam
resistência interna.

Sendo r a resistência interna do receptor, a potência


dissipada internamente Pd é dada por:

Pd = r.i2

A potência que realmente será utilizada pelo receptor é a


diferença entre a potência total consumida e a potência
dissipada internamente. A essa diferença chamaremos de
Potência Útil do receptor.
Curva Característica do Receptor
Na maioria dos receptores, a potência útil é diretamente
proporcional à intensidade de corrente. A razão (constante) A relação entre a tensão e a corrente num receptor é dada
entre a potência útil e a intensidade de corrente, recebe o pela expressão:
nome de Força Contraeletromotriz - f.c.e.m.
U = E + r.i
Portanto, chamando de E a força contraletromotriz,
temos: --Para Corrente Nula

Pu/i = E, então Pu = E.i i = 0, então U = E + r.0 - daí: U = E

Resumindo as conclusões, obtemos a expressão: --Para uma Corrente qualquer i

Potência útil = Potência Total - Potência Dissipada U:E + r.i

Os dois pares de valores encontrados permitem o traçado


Pu = Pt - Pd do gráfico, que é uma reta (equação do 1º grau):

E.i = U.i - r.i2 Que nos leva à expressão:

U = E + r.i

Equação do Receptor

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A tangente do ângulo de inclinação da reta é conectada ao negativo de outra.


numericamente igual à resistência interna do receptor.
É empregada para a obtenção de tensões maiores do que
Rendimento de um Receptor os geradores individualmente.

Para o receptor, temos: No circuito a seguir, temos três geradores dispostos em


série.
P.u = E.i

Pt = E.i
Suas resistências estão em série. Portanto, a resistência
daí: equivalente será o somatório das três.

ɳ = Pu/Pt rs = r1 + r2 + r3

ɳ = E/U A tensão total U é calculada utilizando a segunda lei de


Kirchhoff:
Os receptores são chamados também de bipolos ativos, e
os resistores, de bipolos passivos. Es = E 1 + E 2 + E 3

Das equações vistas, temos:


Conclusões:
Geradores: U E - r.i quanto maior a corrente. menor a
tensão (tensão máxima: U E). »»a corrente que atravessa os geradores é a mesma;

Receptores: U:E + r.i quanto maior a corrente, maior a »»a força eletromotriz f.e.m. da associação é o somatório
tensão (tensão mínima de funcionamento: U E). das f.e.m. dos geradores;

Existem geradores denominados reversíveis, que podem »»a resistência equivalente é a soma das resistências
funcionar como receptores se forçarmos a corrente a internas dos geradores.
percorrêo em sentido inverso.
Associação de Geradores em Paralelo
Os acumuladores são utilizados para acumular energia
elétrica e restituí-la à medida que as necessidades
o exijam; as baterias recarregáveis são exemplos de
acumuladores.

Da mesma maneira, existem receptores reversíveis, que


podem funcionar como geradores.

Um motor elétrico, quando acionado me, canicamente,


funciona como gerador, produzindo corrente com sentido
inverso ao normal. Na associação em paralelo, todos os pólos positivos estão
interligados, assim como todos os pólos negativos.
ASSOCIAÇÃO DE GERADORES
A tensão nos terminais dos geradores é a mesma.
Geradores e receptores podem ser associados, como
ocorre com os resistores, para que produzam o efeito que A corrente total ié o somatório das correntes individuais.
não ocorreria com apenas um deles.
Como as tensões e resistências internas de cada gerador
Associação de Geradores em Série são iguais, a corrente em cada gerador será i/n, onde n é
o número de geradores.
A associação em série é comum em aparelhos eletrônicos:
as pilhas são colocadas em série; o pólo positivo de uma Suas resistências estão em paralelo. Portanto, a resistência

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equivalente será: »»a tensão nos terminais dos geradores é a mesma.

1/requiv. = 1/r + 1/r + 1/r ... = n/r A grande vantagem da associação em paralelo é a de
termos grandes correntes fornecidas.
requiv. = r/n
Deve-se evitar esta associação com pilhas e baterias, pois,
U=E mesmo sendo iguais, na prática, sempre há uma diferença
de tensão entre elas e, a de menor valor;. atuará como
Conclusões: um receptor,provocando dissipação de energia, causando
rápida descarga deste gerador.
»»a corrente divide-se entre os geradores;
ANOTAÇÕES

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Capítulo 09

CIRCUITOS ELÉTRICOS EM SÉRIE, EM


PARALELO E MISTOS
Serão estudadas as características de tensão, corrente e PT = PR1 + PR2 + PR3 ... + PRn
potência elétrica para os três tipos de configuração.

Circuito em Série Onde:

Abaixo se mostra uma associação em série com três »»PT é a potência fornecida pelo gerador e consumida por
resistores, ligada a um gerador de tensão V. todos os resistores e PR a potência consumida por cada
resistor.
Os resistores estão ligados em série, portanto, sua
resistência equivalente será a soma de suas resistências. »»A potência total PT do circuito é a soma das potências
consumidas por cada resistor.
R = R1 + R2 + R3
Circuito em Paralelo
Pela primeira lei de Ohm, calculamos a corrente i no
circuito:
A seguir tem-se uma associação em paralelo de três
i = V/R resistores conectados a um gerador de tensão V.

Aplicando, novamente a primeira lei de Ohm, teremos a A corrente total i é dividida pelos três resistores. Portanto,
tensão em cada resistor: ié a soma das correntes em cada resistor.

V1 = R1.i i = i 1 + i2 + i3

V2= R2.i Os resistores estão ligados em paralelo, portanto, sua


resistência equivalente será a seguinte.
V3= R3.i
1/R = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3
Pela segunda lei de Kirchhoff, temos:
Pela primeira lei de Ohm, calculamos a corrente i no
circuito:
V1 + V 2 + V 3 = V
i = V/R1 + V/R2 + V/R3 = V.(1/R1 + 1/R2 + 1/R3) =
Podemos estender o circuito acima para um circuito
genérico com n resistores em série: V/R

Podemos estender o circuito acima para um circuito


R = R1 + R2 + R3 ... Rn genérico com n resistores em paralelo:

V = V1 + V2 + V3 ... Vn 1/R= 1/R1.1/R2 + 1/R3 ... 1/Rn

Portanto, em um circuito em série, a tensão total do


i = i1+ i2 +i3 + ... + in
gerador é igual à soma das tensões, ou quedas de tensão,
nos vários resistores. Por esse motivo, o circuito em série
é também chamado de divisor de tensão. Para se calcular a potência total e nos diversos
componentes, utilizamos a seguinte expressão:
Para se calcular a potência total e nos diversos
componentes, utilizamos a seguinte expressão: PT = V.i = V(i1+ i2 +i3 + ... + in)
PT = V.i1 + V.i2 + V.i3 + ... + V.in
PT = V1.i + V2.i + V3.i + ... + Vn.i
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PT = PR1 + PR2 + PR3 + ... PRn Método de análise


Onde:
Quando nao é conhecida nenhuma tensão ou corrente
interna do circuito, o método para a sua análise completa
»»PT é a potência fornecida pelo gerador e consumida por
é 0 seguinte:
todos os resistores e P” a potência consumida por cada
resistor.
1. Calcula-se a resistência equivalente Req do circuito.
»»A potência total PT do circuito é a soma das potências
2. Calcula-se a corrente I fornecida pela fonte de
consumidas por cada resistor.
alimentaçao a resistência equivalente
Podemos verificar que, com relação às potências, as
expressões válidas para o circuito em série, são as
mesmas para o circuito e paralelo.

Associacão mista

A associação mista e composta de resistores ligados em 3. Desmembra-se a resistência equivalente, passo a


série e em paralelo, nao existindo uma equação geral passo, calculando as tensões elou correntes internas do
para a resistência equivalente, pois ela depende da circuito, conforme a necessidade, ate obter as tensões
configuraçao do circuito. e correntes desejadas.
Se o circuito tiver apenas uma fonte de alimentaçao, a sua
análise, isto é, a determinação das correntes e tensães
nos diversos ramos e resistores do circuito pode ser feita
aplicando apenas os conceitos de associação série e
paralela de resistores, e da lei de Ohm.

ANOTAÇÕES

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Capítulo 10

INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Deve sempre ser colocado em série com os elementos
componentes da linha, cuja corrente se deseja medir.
Galvanômetro Para que isso seja feito, é necessário que o circuito seja
“aberto” no ponto desejado, ligando-se o amperímetro
O galvanômetro é um aparelho que, pela sua extrema em série, para que a corrente passe por ele. Representa-
sensibilidade, é capaz de detectar e medir correntes se um amperímetro pelo símbolo da figura a seguir, onde
elétricas contínuas de pequena intensidade, que o
atravessam.

Compõe-se de uma agulha imantada, circundada por um


enrolamento metálico chamado de bobina. Quando a
corrente passa pela bobina, a agulha se desloca e indica
o seu valor. Entretanto, isso será objeto de estudo em »»A - o símbolo do amperímetro.
Eletromagnetismo.
»»ra - a sua resistência interna.
Quem criou o galvanômetro foi Hans Christian Oersted,
físico e químico dinamarquês, que, em homenagem ao »»i - a corrente do circuito, objeto da medida.
médico e pesquisador italiano Luigi Galvani, batizou a sua
criação. Na figura abaixo, vemos a aparência de um amperímetro
medindo a corrente de um circuito com uma lâmpada
Luigi Galvani descobriu a força da eletricidade nos alimentada por uma pilha.
movimentos musculares.

O galvanômetro é extremamente sensível, danificando-


se mesmo com correntes relativamente pequenas.
Entretanto, juntamente com outros componentes, faz
parte dos instrumentos analógicos utilizados para medir
corrente, tensão, potência, temperatu­ra, nível sonoro em
aparelhos de som e mui­tos outros.

Podemos dizer que o galvanômetro é o “coração” dos


aparelhos analógicos. Este circuito pode ser esquematizado como segue:

Representa-se um galvanômetro pelo símbolo da figura


a seguir, onde:

»»G é o símbolo do galvanômetro;

»»rg representa a sua resistência interna;

»»i é a corrente elétrica que o atravessa.

Sendo:

»»R - a resistência da lâmpada.


Amperímetro
No circuito abaixo, o amperímetro da posição (I) está
Instrumento destinado a medir correntes medindo a corrente i, enquanto que, o da posição (II),
elétricas. está medindo i2.
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Para evitar que parte da corrente seja desviada para o


voltímetro, alterando assim o circuito, os voltímetros
devem possuir uma resistência interna muito elevada, no
caso ideal, infinita.

WATTÍMETRO E MULTÍMETRO
Wattímetro
Para medirmos potência, precisamos medir os valores da
tensão e da corrente, de acordo com a expressão P = V.i.
Portanto, com os valores obtidos por um voltímetro e
Os amperímetros de boa qualidade devem apresentar um amperímetro podemos, aplicando-se a expressão da
uma resistência interna muito pequena, no caso ídeal, potência, calcular este valor.
zero, pois, caso contrário, esta resistência fará parte do
circuito, interferindo nas suas medidas. O wattímetro é um instrumento composto, no seu
interior,por duas bobinas fixas (bobinas de corrente)
Voltímetro e uma bobina móvel (bobina de tensão), na qual está
acoplado um ponteiro.
Instrumento destinado a medir d.d.p., ou seja, medir
tensões entre dois pontos de um circuito. Quando aplicamos uma tensão numa carga, teremos os
campos das bobinas atuando na bobina móvel, havendo
Deve sempre ser colocado em paralelo com os elementos então a deflexão do ponteiro.
componentes da linha, cuja tensão se deseja medir.
Em outras palavras, o wattímetro possui, internamente,
Representa-se um voltímetro pelo símbolo da figura a um medidor de corrente e outro de tensão. Portanto,
seguir,onde: possui quatro terminais.
»»V - o símbolo do voltímetro. Dois dos seus terminais são ligados em paralelo com a
carga, efetuando a medição da tensão, e os dois restantes
»»rv - a sua resistência interna. são interpostos no caminho da corrente. Tal como o
voltímetro e o amperímetro, o wattímetro ideal mede a
»»A e B - seus dois terminais. tensão sem desvio de qualquer fluxo de corrente, e mede
a corrente sem introduzir qualquer.

Multímetro
O multímetro ou VOM - Volt-Ohm-Miliamperímetro ou
Multitester é um instrumento multifuncional que reúne,
Os dois terminais do voltímetro são ligados diretamente entre muitas, as funções de voltímetro e de amperímetro.
aos pontos cuja tensão se quer medir,sempre em paralelo.

A tensão lida pelo voltímetro é VAB = R3.i de acordo com a


primeira lei de Ohm.
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Instrumentos de Medida Dígitais está em equilíbrio.

No passado, todos os aparelhos eram do tipo analógico, Como VCD = rg.Ig, com a ponte equilibrada conclui-se que
isto é, o valor era indicado através de um ponteiro. VCD = 0.

Com a evolução da eletrônica e a criação dos circuitos Mas já que VCD = VC - VD, então VC = VD.
integrados, os aparelhos digitais são os mais utilizados.
Possuem conversores análogo-digitais que convertem Temos então:
e processam digitalmente os sinais vindos dos seus
sensores. Todos têm uma bateria (pilha) para alimentá- VA - VC = VA - VD ou R1.I1 = R2.I2 (eq. 1)
los.
VC - V = VD — VB ou R3.I3 = RX.I4 (eq. 2)
PONTE DE WHEATSTONE
Como, agora, i9 = 0 vem que:
Para se determinar o valor de uma resistência
desconhecida, utiliza-se uma montagem denominada I1 = I3 e I2 = I4
“Ponte de Wheatstone”.
Substituindo na equação 2:
Quatro resistores, inclusive o de resistência desconhecida
(R,), são ligados conforme esquema abaixo: R1.I1 = R2.I2

R3.I1 = RX.I2

Dividindo-se membro a membro:

R1/R3 = R2/RX

Quando a corrente for nula na ponte, as resistências


opostas no losango têm produtos iguais.

A Ponte de Wheatstone tem grande aplicação na indústria,


na área de instrumentação e em laboratórios.

Um galvanômetro de resistência interna r9 nos indica a Utilizada para medição de resistência, temperatura,
intensidade e o sentido da corrente I9. pressão, deslocamento, peso, força, dimensões,
velocidade, tração, torção, luminosidade, na detecção de
Modificando-se qualquer uma das resistências proximidade e outros mais.
conhecidas (R1. R2 e R3). nota-se alteração na intensidade
I9. Continuando essa modificação, num dado instante lg Um exemplo prático é a utilização para testes de cabos
se anula. Dizemos então que a “Ponte de Wheatstone” telefônicos: localização de falhas e testes de curto-circuito.

ANOTAÇÕES

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Capítulo 11

MÉTODOS DE ANÁLISE DE CIRCUITOS Em um circuito formado por vários bipolos lineares, todos
os geradores e receptores do circuito que envolvem um
Superposição de Efeitos determinado bipolo ou ramo de interesse podem ser
substituldos por um gerador de tensão Thévenin, formado
Neste método, analisam-se a influência de cada fonte por uma fonte de tensão equivalente Thévenin RTh. Em em
geradora de tensão, individualmente, sobre o circuito. No série com uma resistência interna equivalente Thévenin
final, faz-se a soma (superposição) desses efeitos. conforme representa a figura.

“Em um circuito linear (onde se aplica a primeira lei


de Ohm) formado por várias fontes independentes, a
corrente ou a tensão em um elemento do circuito, é igual
à soma algébrica das correntes ou tensões produzidas por
cada fonte individualmente.”

Portanto, a resposta do circuito é o somatório da resposta


individual do circuito a cada uma das fontes atuando de Os valores de ETh e RTh são calculados da seguinte forma:
forma isolada.
»»ETh: tensão em vazio entre os pontos em que está
Passos para se aplicar o princípio da superposição: localizado o bipolo ou ramo de interesse, causada por
todos os geradores e receptores do circuito.
1. Estabelecer de forma arbitrária, como no método de
Kirchhoff,as correntes de ramo.

2. Escolher um dos geradores para análise e retirar os


demais.

»»os geradores de tensão, quando retirados, devem ser


substituídos por um curto-circuito.

»»os geradores de corrente, quando retirados, devem ser »»RTh: resistência equivalente vista pelo bipolo ou ramo
substituídos por um circuito aberto. de interesse, quando todos os geradores de tensão são
substituldos por curtos-circuitos e todos os geradores de
3. No novo circuito, com um único gerador, orientar as corrente são substituldos por circuitos abertos.
correntes de ramo (correntes saem do pólo positivo).

4. Utilizando o método de Kirchhoff, determinar as


correntes de ramo para o gerador escolhido.

5. Os passos (2), (3) e (4) devem ser repetidos para os


outros geradores.

6. A corrente resultante para cada ramo do circuito é o Teorema de Norton


somatório das correntes obtidas de forma individual
(deve-se observar o sentido individual de cada corrente Em um circuito formado por vários bipolos lineares, todos
- positivo ou negativo). os geradores e receptores do circuito que envolvem um
determinado bipolo ou ramo de interesse podem ser
A potência total de cada componente não será a soma das substituldos por um gerador de corrente Norton, formado
potências individuais quando cada fonte atua de forma por uma fonte de corrente equivalente Norton IN em
isolada, porque a potência não atua de forma linear. paralelo com uma resistência interna equivalente Norton
RN, conforme representa a figura
Teorema de Thévenin
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»»RN:resistência equivalente vista pelo bipolo ou ramo de


interesse, quando todos os geradores de tensão são
substituIdos por curtos-circuitos e todos os geradores de
corrente são substituIdos por circuitos abertos.

Os valores de IN e RN são calculados da seguinte forma:

»»IN: corrente que passa pelos pontos em que está


localizado o bipolo ou ramo de interesse, quando ele é
substituIdo por um curto-circuito.

ANOTAÇÕES

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Capítulo 12

CAPACITORES Este fenômeno é conhecido por polarização do dielétrico.


Quando a tensão aplicada é interrompida, a carga
São conhecidos, também, como Condensadores. acumulada se mantém graças ao campo elétrico que se
forma entre as placas.
A carga que um corpo tem, não basta para caracterizar seu
estado elétrico. A mesma carga produz, em condutores Se, em seguida, as placas forem curtocircuitadas,
de formas ou dimensões diferentes, efeitos diversos. ligando-se os seus dois terminais, uma rápida passagem
Entretanto, as características construtivas dos capacitores de corrente é produzida e o capacitor se descarrega,
não serão objetos do nosso estudo. retornando à condição inicial.

Capacitor é um dispositivo cujo objetivo é armazenar Capacitância, então, pode ser definida pela capacidade
cargas elétricas e, como conseqüência, energia potencial de acumulação de cargas elétricas no capacitor, quando
elétrica. aplicamos em seus terminais determinada tensão.

Quando aplicamos, através de uma fonte de tensão, uma C = Q/V


energia ao capacitor,ele armazena esta energia e, depois,
quando solicitado, a devolve ao circuito. Sendo:
Podemos fazer uma analogia entre o capacitor e uma
mota. »»V a tensão entre as armaduras (placas) do capacitor -
volt (V);
Quando comprimimos a mola, estamos aplicando certa
quantidade de energia mecânica a ela. Depois, quando »»Q a carga armazenada no capacitor - Coulomb (C);
solicitada, ela nos devolve esta energia.
»»C a capacitância do capacitor - coulomb/volt (C/V) =
Segundo suas formas, os capacitores podem ser cilíndricos, farad (F)
esféricos ou planos. Entretanto todos são representados
por duas placas paralelas. Quando o capacitor está armazenando energia, dizemos
que ele está carregando. Quando ele está devolvendo a
O capacitor pode estar não polarizado ou polarizado, energia ao circuito, dizemos que ele está descarregando.
como mostra os símbolos na figura abaixo. Com um valor determinado de tensão, um capacitor
permite armazenar muito mais cargas do que se as placas
fossem carregadas cada uma separadamente.

Uma vez que um capacitor carregado é desligado da fonte


de energia, teoricamente sua carga deveria manter-se
indefinidamente. Na prática, entretanto, isto não ocorre,
pois não existe isolante perfeito e então, por melhor
que seja o capacitor, haverá uma pequena corrente de
Um capacitor elementar possui dois terminais ligados, fuga entre suas placas, através do dielétrico, fazendo o
cada um, ao que denominamos de armaduras (placas), capacitor se descarregar.
separadas por uma camada isoladora denominada de
dielétrico. A descarga completa pode levar alguns minutos, horas e
até mesmo alguns dias, dependendo da carga inicial e do
Quando uma tensão contínua é aplicada às placas do capacitor.
capacitor, não há nenhuma passagem de corrente
elétrica porque existe, entre elas, o dielétrico (isolante). Tipos de Capacitores
Entretanto, ocorre um acúmulo de carga elétrica nas
placas, de modo que, a placa ligada ao pólo negativo do Os capacitores são classificados segundo o material
gerador acumula elétrons, enquanto que a placa ligada ao dielétrico utilizado na sua fabricação.
pólo positivo apresenta falta de elétrons. O mesmo ocorre
na face do dielétrico em contato com a placa. Dependendo do valor de capacitância desejado e sua

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aplicação, é utilizado um determinado tipo de material. Pelo esquema acima, temos:


Temos os capacitores de papel, mica, poliéster, cerâmica,
a óleo, eletrolíticas, tântalo e outros. U = U1 + U2 + U3

ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES Como

U = Q/C
Da mesma forma que os resistores são associados em
série ou em paralelo, os capacitores também podem ser Temos
associados nestas configurações.
Q/Ceq= Q/C1 + Q/C2 + Q/C3
Então, determinamos, também, a capacitância total ou
equivalente da associação. 1/Ceq = 1/C1 + 1/C2 + 1/C3

Capacitores são associados com a finalidade de se obter


valores de capacitâncias equivalentes diferentes dos Para n capacitores associados em série, teremos:
valores comerciais em que os mesmos são fabricados.
1/Ceq = 1/C1 + 1/C2 ... 1/Cn
Banco de Capacitores nada mais é do que uma associação
de capacitores unitários com um controle automático. Expressão para determinar a capacitância equivalente
A função do controle é verificar continuamente a para uma assossiação em série com “n” capacitores.
energia reativa de um sistema elétrico e conectar (ligar)
a quantidade de capacitores necessários para corrigir o Isso significa que todos os capacitores da associação em
excesso da energia reativa indutiva, de forma automática. série, podem ser substituídos por um único capacitor com
Entretanto, este ainda não é o objetivo do nosso estudo. a sua capacitância equivalente.

Associação em Série Com isso, a fonte de alimentação fornecerá a mesma


carga Q ao circuito equivalente.
Na associação em série, a carga acumulada por cada
capacitor é a mesma porque a carga adquirida pela placa Situações particulares
de um capacitor vem da placa de um capacitor adjacente,
e assim por diante. É o chamado efeito cascata. Para dois capacitores diferentes em série:

Então: Ceq = C1.C1/(C1 + C2)

Para n capacitores iguais em série:

Ceq = C/n

Bancos de Capacitores em Série aumentam a


capacidade de Transmissão de Energia Elétrica nas
Linhas de Transmissão, contribuindo para o aumento da
estabilidade dos Sistemas Elétricos
A tensão total U ficará dividida entre os capacitores da
associação.
Associação em Paralelo

A tensão entre as armaduras dos capacitores será


constante, e a carga armazenada em cada um será
proporcional à sua capacitância.

A carga total Q armazenada no circuito é o somatório das


cargas individuais.

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Ceq.U = C1.U + C2.U + C3.U

Ceq = C1 + C2 + C3

»»Para n capacitores associados em paralelo, teremos:

Ceq = C1 + C2 + ... + Cn
Expressão para determinar a capacitância equivalente
para uma assossiação em série com “n” capacitores.

Capacitores em paralelo têm aplicação, entre


diversas outras, na correção do fator de potência em uma
instalação. Entretanto, este ainda não é o objetivo do
Então: nosso estudo.

U = constante Associação Mista

e Como no caso dos resistores, a associação mista é formada


por capacitores ligados em série e em paralelo. Não
Q = Q1 + Q2 + Q3 existe uma equação geral para se calcular a capacitância
equivalente, pois ela depende da configuração do circuito.
Mas
Assim, o cálculo deve ser feito por etapas, conforme as
Q = C.U ligações entre os capacitores.
Então

ANOTAÇÕES

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Capítulo 13

CAPACITOR EM CORRENTE CONTÍNUA


Ao se ligar um capacitor a um gerador de tensão contínua
por meio de uma resistência R, irá ocorrer gradativamente
um acúmulo de cargas em suas placas, até que a tensão
em seus terminais atinja o valor da tensão do gerador.

Este processo ocorre da seguinte maneira: ao se


fechar a chave S do circuito abaixo, como o capacitor
está, no instante inicial, totalmente descarregado, a
tensão aplicada irá totalmente para a resistência R e, a
corrente no circuito será máxima; conforme a tensão
Da matemática, temos:
no capacitor Vc vai aumentando, a tensão na resistência
Vn vai diminuindo na mesma proporção; depois de um
i(t) = Imax.e-t/ τ ou i(t) = E/Re-t/ τ
determinado tempo, com o acúmulo gradual de cargas, a
tensão do capacitor será a mesma da tensão do gerador e
Mas
a tensão e a corrente no resistor serão nulas.
E = V R + VC

Então, substituindo-se os temos, temos:

E = R.i(t) + Vc

Vc = E - R.i(t)

Vc = E - R.E/R.e-t/ τ = E.(1 - e-t/T)

Portanto, a tensão entre os terminais do capacitor,em


função do tempo será:

Vc = E.(1 - e-t/T)

CAPACITOR EM CORRENTE ALTERNADA

Um capacitor em corrente alternada oferece, devido ao


seu campo elétrico, uma reação à passagem da corrente
elétrica, isto é, ele reage às variações de corrente. A esta
reação, chamamos de reatância do capacitor, ou reatância
capacitiva.
Ao tempo decorrido entre o início deste processo e a sua
estabilização, dá-se o nome de constante de tempo do A reatância capacitiva é representada pela letra “X”, com
circuito representado pela letra grega T(tau), onde o índice “c” - Xc.

T = R.C A reatância capacitiva é inversamente proporcional


à freqüência da corrente elétrica e ao valor da sua
Isto significa que, passado um tempo igual à constante capacitância e é dada pela expressão:
de tempo, a tensão no capacitor atingirá 63% do valor da
tensão da fonte, e a corrente será nula. Xc = 1/W.C ou Xc = 1/2. π .f.C

A unidade de medida da constante de tempo T é o A unidade de medida da reatância capacitiva é o ohm (Q).
segundo (s). A expressão da primeira lei de Ohm fica:
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1 = V/Xc A impedância de um circuito depende da sua freqüência,


como será visto a seguir.
Ao ligarmos um capacitor a uma fonte de tensão, como
já vimos, a corrente é máxima e vai diminuindo à medida CIRCUITO RC EM SÉRIE E EM PARALELO
que o capacitor vai se carregando.
Circuito RC em série

Num circuito com um resistor e um capacitor ligados em


série com uma fonte de tensão alternada, a corrente,
pela primeira lei de Ohm, também é proporcional à sua
oposição ômica que, no caso de um circuito RC, é chamada
de impedância.

A tensão aplicada V9 é a soma vetorial da tensão no


resistor VR com a tensão no capacitor Vc.

AImpedância Z do circuito é definida por Z = V/I , onde V


Portanto, quando a corrente é máxima, a tensão é nula é a tensão do gerador (V = Vg ) e l é a corrente no circuito.
e, quando a tensão é máxima, a corrente é nula. Há um
atraso da tensão em relação à corrente, ou seja, a corrente Pelo Teorema de Pitágoras, temos:
está adiantada em relação à tensão
Vg2 = VR2 + VC2

Vg = Z.l

VR = R.I

Vc = Xc.i

Fazendo-se as devidas substituições, temos:

Z2=R2+Xc2
Como podemos verificar nas curvas acima, a corrente está Expressào da Impedância para um Circuito RC série.
adiantada 90º em relação à tensão - quando a tensão está
em 0º (curva na cor azul), a corrente está em 90º (curva O ângulo de defasagem φ entre a tensão e a corrente do
na cor verde). circuito, será:
Podemos representar esta defasagem através de um cos φ = VR/V = R/Z
diagrama fasorial (vetores), onde um fasor representa a
tensão sobre o capacitor e, o outro, a corrente. φ = arccos (R/Z)
Impedância “Z” Circuito RC em paralelo
Grosso modo, o resistor resiste à passagem da corrente Em um circuito RC em paralelo, a tensão do gerador é a
elétrica (resistência) e o capacitor reage às variações de mesma nos dois componentes.
corrente elétrica (reatância capacitiva).
A impedância Z do circuito é definida por Z = V/I , onde V
A impedância é a propriedade que uma associação de é a tensão do gerador (V = Vg) e l é a corrente no circuito.
componentes eletrônicos (circuito) tem de impedir (se
opor) às variações de corrente elétrica. A corrente do gerador Ig que é a própria corrente do
circuito IR, é a soma vetorial da corrente no resistor ln com
Analogamente à resistência e à reatância capacitiva, a a corrente no capacitor Ic.
unidade de medida da impedância também é ohm (Q) e é
representada pela letra Z. I2 = IR2 + IC2
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I = V/Z O ângulo de defasagem φ entre a tensão e a corrente do


circuito, será:
IR= V/R
cos φ = VR/V/=R/Z
IC = V/XC
φ = accros (R/Z)
Fazendo-se as devidas substituições, temos:

(1/Z)2 (1/R)2 + (1/XC)2


1/Z2 = 1/R2 + 1/XC2
Expressüo do Impedäncio para um Circuito Rc paralelo.

ANOTAÇÕES

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Capítulo 14

INDUTORES Podemos dizer,então, que o capacitor atrasa a tensão, e o


indutor, atrasa a corrente num circuito
Afastando-se ou aproximando-se o ímã do condutor em
forma de espira, surge uma corrente elétrica no mesmo,
chamada de corrente induzida.

Se o ímã for mantido imóvel, não haverá corrente induzida.

Se o ímã se aproximar da espira, a corrente circulará em


um sentido, se afastar, a corrente circulará no sentido
oposto.

Quanto mais rapidamente for movimentado o ímã, tanto


O parâmetro que relaciona o campo magnético com a
maior será a corrente, e a tensão induzida pelo campo
corrente induzida é denominado indutãncia (L): 
magnético na espira é proporcional à rapidez de variação
do fluxo magnético.
V = - L.Δi / Δt
Chegamos à seguinte conclusão: todo campo magnético
onde:
variável, faz surgir uma corrente induzida na espira.
»»v é a tensão induzida nos terminais do indutor - volt (V)
Este fenômeno chama-se Indução Eletromagnética.
»»Δi é a variação da corrente elétrica - ampere(A)
Por outro lado, ao circular corrente elétrica através de
um condutor elétrico, esta corrente produzirá um campo
»»Δt é o intervalo de tempo em que ocorre Δi- segundo (s)
magnético ao redor do mesmo. Este fenômeno chama-se
Eletromag­netismo.
»»L é a indutância - henry (H)
--Lei de Lenz: “o sentido da corrente induzida é tal que
A energia é armazenada no seu campo magnético e é
seus efeitos se opõem às ações que a originam”.
dada pela expressão:
--Lei de Faraday: “a tensão induzida pelo campo magnético
E = (L.i2)/2
numa espira é proporcional à rapidez de variação do
fluxo magnético”.
O valor da indutância depende do número de espiras e do
material utilizado no núcleo.
Indutor é um dispositivo constituído por um condutor
enrolado em torno de uma forma chamada “núcleo”;
Dependendo da sua aplicação, existem, no mercado,
armazena energia potencial elétrica com a criação
indutores com indutâncias fixas e variáveis.
de um campo magnético. É conhecido também pela
denominação de Choque.
ASSOCIAÇÃO DE INDUTORES
Indutância é uma propriedade que tende a se opor a
qualquer variação de corrente em um circuito. Essa
Da mesma forma que os resistores e capacitores são
oposição “atrasa” o aumento ou a diminuição da corrente.
associados em série ou em paralelo, os indutores também
podem ser associados nestas configurações.
O indutor se opõe às variações de corrente porque
essas variações alteram o seu campo magnético. Este
Então, determinamos, também, a indutância total ou
campo atua sobre o enrolamento e induz uma tensão de
equivalente da associação.
polaridade que se opõe à alteração que a produziu. Um
aumento de corrente gera, pela Lei de Faraday, uma força
As regras para se determinar a indutância total de
contra-eletromotriz.
associações em série ou paralelo, são idênticas às regras

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para calcular a resistência total dos resistores. A tensão nos indutores é constante e a corrente total,é o
somatório das correntes em cada indutor:
Associação em Série
v = constante

Δi = Δi1 +Δi2 + ... + Δin


A tensão total da associação é igual à soma das tensões
em cada indutor: como:

v = v1 + v2 + ... + vn Δi = - E.Δt/L

como Substituindo-se, temos:

v = - L.Δi/Δt - E.Δt/Leq = - E.Δt/L1 - E.Δt/L2 ... - E.Δt/Ln

Susbtituindo-se, temos: Simplificando-se:

- Leq.Δi/Δt = - L1 Δi/Δt - L2.Δi/Δt ... - Ln Δi/Δt 1/Leq = 1/L1 + 1/L2 + ... + 1/Ln

Simplificando-se:
Portanto, o indutor equivalente para a assossiação em
paralelo é o análogo à assossiação de resistências em
Leq = L1 + L2 + ... + Ln
paralelos.
Portanto, o indutor equivalente para a associação em série
Casos particulares
de indutores é o somatório das indutâncias da associação.
»»Dos indutores diferentes em paralelo:
Associação em Paralelo
Leq = L1.L2/(L1 + L2)

»»n indutores iguais em paralelo:

Leq = L/n

ANOTAÇÕES

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Capítulo 15

INDUTOR EM CORRENTE CONTÍNUA aplicada E estará sobre o resistor R. A

Processo de Energização do indutor tensão no resistor apresenta a mesma forma de onda que
a corrente (pela primeira lei de Ohm).
Considerando-se o indutor inicialmente desenergizado,
quando fechamos a chave, da mesma maneira como O inverso ocorre com a corrente; ela vai crescendo
ocorre com o capacitor, é completado o circuito de exponencialmente até um valor máximo Imáx = E/R.
energização do indutor.
Quanto maior a indutância (L), mais tempo levará para
No instante inicial, o indutor se comporta como um que a corrente atinja o seu valor máximo.
circuito aberto. Neste instante, sua tensão é a do gerador
(e = E), e a sua corrente Ao tempo decorrido entre o início deste processo e a sua
estabilização, dá-se o nome de constante de tempo do
é nula. Enquanto o indutor vai se energizando, esta tensão circuito representado pela letra grega T (tau), onde
vai diminuindo exponencialmente até que ele atinja a
energia máxima e a tensão seja nula, isto é, quando a T = L/R
energia magnética armazenada é máxima.
A unidade de medida da constante de tempo T é o
Quando a tensão no indutor se anula, toda a tensão segundo (s)

Processo de Desenergização do Indutor É importante saber que, ao abrirmos a chave com o


indutor energizado, a corrente diminuirá rapidamente,
Ao abrirmos a chave, a fonte de alimentação é desligada gerando no mesmo, uma força eletromotriz muito grande.
do circuito. Essa força eletromotriz pode ser suficientemente grande
para fazer a corrente continuar circulando durante um
A corrente decresce exponencialmente à constante de instante depois de desligado o circuito. Essa corrente, não
tempo τ . havendo condutor, passará pelo ar, formando um arco-
voltaico (faísca) que poderá ser fatal para o homem.
Surge uma corrente e uma tensão, opostas às anteriores,
tentando evitar a queda da corrente. Matematicamente, temos que, a chave aberta representa
uma resistência infinita para o circuito, de modo que
O indutor, agora, atua como uma fonte de corrente. a sua constante de tempo T passará a ser nula. Como
no instante da abertura da chave a corrente é máxima,
Em outras palavras, temos o seguinte: após uma constante sendo T = 0, pela lei de Lenz, a tensão induzida deverá
de tempo T,essa tensão cai a 36,8% da tensão inicial; ter um valor alto para se opor à queda da corrente neste
após duas constantes de tempo, essa porcentagem cai intervalo de tempo muito pequeno.
para 14% e, após três constantes de tempo, a 5%.
T = L/R = L/ ∞ = 0
Consideramos que, após cinco constantes de tempo, essa
tensão praticamente se anula e o indutor perdeu toda a --Lei de Lenz: “o sentido da corrente induzida é tal que
sua energia. seus efeitos se opõem às ações que a originam”.

Esse é o processo de desenergização do indutor. Por esse motivo, sistemas altamente indutivos têm
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circuitos de proteção que entram em ação durante o seu XL= W.L ou XL= 2. π .f.L
desligamento.
A unidade de medida da reatância indutiva é o ohm (Ω).
INDUTOR EM CORRENTE ALTERNADA
A lei de Ohm se aplica a circuitos indutivos em corrente
Como vimos, o indutor é um dispositivo que se auto- alternada da mesma forma que acircuitos resistivos
induz. Quando a corrente que o atravessa sofre variação, ou capacitivos. Portanto, a corrente (I) que circula em
o fluxo magnético, provocado pela corrente, varia na circuito indutivo em corrente alternada é diretamente
mesma proporção, e induz uma força eletromotriz nos proporcional à tensão aplicada (V) e inversamente
seus terminais. Essa tensão induzida se oporá à causa que proporcional à reatância indutiva (XL).
a originou - à variação de corrente.
A expressão da primeira lei de Ohm, então, fica:
A tensão induzida depende da indutância e da variação
da corrente no tempo - é diretamente proporcional à I = V/XL
indutância e à freqüência da tensão aplicada.
No circuito de corrente alternada, no instante inicial, o
Essa oposição (reação) é chamada de reatância do indutor, indutor está desenergizado, portanto a sua corrente é
ou reatância indutiva. nula, e a tensão do gerador está sobre ele. Logo após, o
campo magnético gerado pela corrente dará origem a uma
A reatância indutiva é representada pela letra “X”, com o defasagem de 90º entre a tensão e a corrente. Portanto, a
índice “L” - XL. corrente está atrasada em relação à tensão.
Fator de Qualidade “Q” de um Indutor

Uma indutância pura é um conceito teórico. Um indutor,


além de sua indutância, tem uma resistência que faz
parte do seu enrolamento. Portanto, passagem de uma
corrente pela bobina produzirá uma perda de potência na
resistência do condutor.

Duas bobinas podem ter a mesma indutância com


diferentes resistências. A bobina que possui menor
resistência é de maior qualidade. Essa qualidade é
representada pela relação entre a sua reatância indutiva
e a sua resistência:

Q = XL/R
Como podemos verificar nas curvas acima, num circuito
CIRCUITO RL EM SÉRIE E EM PARALELO
indutivo, a corrente está atrasada 90° em relação à tensão
ou, então, a tensão está adiantada 90º em relação à
Circuito RL em série
corrente.
No início, o indutor se comporta como um circuito aberto,
Podemos representar esta defasagem através de um
sendo a tensão máxima e a corrente nula.
diagrama fasorial (vetores), onde um fasor representa a
tensão sobre o indutor e, o outro, a corrente.
A corrente está atrasada de 90° em relação à tensão.

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O diagrama fasorial é o seguinte: e o indutor será VC - VL.

V2 = VR2 + (VC - VL)2


Com os mesmos raciocínios utilizados para o circuito RC
em série, temos, pelo Teorema de Pitágoras, o seguinte: V = Z.I

V2 = VR2 + VL2 VR = R.I

V = Z.I VL = XL.I

VR = R.I VC = XC.I

VL = XL.I Fazendo as devidas substituições, determinamos a


impedância do circuito.
Fazendo-se as devidas substituições, temos:
Z 2 = R2 + X 2
Z 2 = R2 + X L 2
X = XL + XC
Expressão da Impedância para um circuito RL série.
tg φ = X/R ou φ = arctg(X/R)
O ângulo de defasagem φ entre a tensão e a corrente do
circuito, será:

tg φ = VL/VR = XL/R

φ = arctg(XL/R)

CIRCUITO RLC EM SÉRIE E EM PARALELO


Circuito RLC em série
A impedância do circuito é calculada da mesma forma que
A relação entre as correntes e as tensões nos componentes a associação de resistências em paralelo.
continua mantida:
1/Z2 = 1/R2 + 1/X2
»»a tensão na resistência está em fase com a orrente;
onde
»»a tensão no capacitor está atrasada de 90º em relação
à corrente; X = XL + XC

»»a tensão no indutor está adiantada de 90º A relação entre as correntes e as tensões nos componentes
continua mantida:
»»a defasagem entre a tensão no capacitor e a tensão no
capacitor é de 180º, portanto a tensão entre o capacitor IR = V/R
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R.XL.XC
IL = V/XL Z=
√X2CX2L + R2.(XL.XC)
IC = V/XC
I = IR + IL + IC (soma vetorial)
tg φ = (XC - XL) . R / XC.XL
Z = V/I
OU

I2 = IR2 + (IC - IL)2 φ = arctg [R.(XC - XL)/XC.XL]


Fazendo-se as devidas substituições, temos:

ANOTAÇÕES

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