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Universidade Federal da Paraíba

Centro de Comunicação, Turismo e Artes.


Departamento de Educação Musical
Curso de Licenciatura em Música
REGÊNCIA 2
Aluno: Fábio Lima da Costa

Resenha do Texto: Reflexões sobre


a Prática de Coro Infantilal, Elza Lakschevitz

O texto é uma entrevista a Elza Lakschevitz, na primeira pergunta feita por Agnes - Elza,
queria conversar sobre a tua longa experiência à frente de coros infantis. Como tu começaste e o
que te motivou a iniciar esse trabalho? Elza fala sobre como seria precioso a possibilidade de todas
crianças participassem de coro infantil, para proporcionar experiências sociais, musicais e artísticas
e que com essas experiências ter crescimento social, cultural, cognitivo, criativo, espacial, lógico,
etc... E se aprende brincando.
A Elza desde criança estava envolvida com música, até em suas brincadeiras com as
bonecas montava um coro para reger influencia de seu pai que trabalha como regente de coral,
estudou piano e acompanhava seu seu nos ensaios, pegava as partituras do coral para estudar, já na
sua carreira profissional regeu alguns coros infantis por exemplo, coro infantil chamado “Os
Curumins”, Coro Infantil do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Elza em seus trabalhos com coros infantis valorizava a criança:
“Um grande segredo é tratá-los como pessoas normais e inteligentes que são, sem
nos utilizarmos de linguagem “infantilizada”. Manter sempre em vista o prazer, o
jogo, a brincadeira, mas também delegar uma dose de responsabilidade para o
cantor. Exigir deles o máximo de concentração, porém sem tentar tirá-los do seu
contexto, da sua realidade. Seus alunos cantam no coro, mas também vão à escola,
assistem televisão, têm seus artistas favoritos, jogam bola etc. Temos que levar em
consideração os efeitos desses fatores na vida dele s.”
O trabalho com coro infantil Elza, utilizava de planejamento de diferentes para os ensaios
do coro a capela e na ópera, para com isso deixar as crianças felizes e aprendendo brincando. Em
um dos seus relatos falou da felicidade de ver os seus ex coralistas adultos e ainda lembrando de
partes da ópera ensaiadas quando crinça.
Elza atuou no projeto villa-lobos (FUNARTE) 1979, trabalhando na formação de regentes,
discutir assuntos como prática de ensaio, técnica vocal, gestual, etc. Falava da importância do coro
como ferramenta para fazer uma série de coisas, desde a educação musical à integração social de
uma comunidade.
Elza procurava desenvolver nos regentes que iriam trabalhar com coros infantis o respeito.
“Parece muito óbvio, mas na maioria das vezes, as pessoas só sabem mandar na
criança. É importante ter em mente que se trabalha com pessoas, e não com coisas.
Não devemos fazer pela criança, ou tomar seu lugar, mas indicar caminhos. Muitos
regentes não dão chance à criança, para que ela mostre o que sabe. Ao invés, estão
sempre dizendo: “- Faz assim, faz aqui, faz ali...” Na minha opinião, isso é falta de
respeito com os alunos.”
Elza relatou sobre a importância na musicalização através do coro, tratando de assuntos
musicais de forma mais lúdica, já que alguns elementos da notação musical começavam a fazer
parte do nosso diálogo normalmente. “A curiosidade é uma grande virtude da criança e, se bem
explorada, é bem mais eficaz que a simples verbalização de informações por parte do professor.”
“Muitas vezes as crianças que chegaram no coro sem nenhuma prática tinham
maior facilidade que outras que já tinham se iniciado em aulas de musicalização,
mas não tinham a vivência da realização musical. Acho que esta vivência é uma
coisa importante. Me parece um caminho mais lógico que uma criança tenha a
oportunidade do fazer musical e, a partir daí, comece a demandar o conhecimento e
o apuro técnico, e não o inverso. Essa é uma das grandes vantagens da atividade
coral.”
Em seus ensaios Elza sua preocupação não era alargar sua tessitura, volume, ou mesmo
modificar seu timbre natural dos seus cantores infantis. Deixa a criança a ganhar confiança e
melhorias vinham com o tempo, tenta acelerar pode não contribuir com os cantores infantis.
Elza em planeja os ensaios de acordo com repertórios se preocupando com forma de inserir
as músicas junto ao coral :
“o planejamento girava em torno do repertório daquele momento. Mas não
ensaiava somente uma peça o tempo inteiro. Geralmente procurava variar o
tipo de trabalho. Se, numa das peças, estivéssemos trabalhando pronúncia,
na outra resolveria questões de afinação, ou ritmo, etc. Às vezes, em peças
mais trabalhosas, ou de linguagem menos usual (como na música
contemporânea), fazia brincadeiras com alguns elementos musicais que
seriam importantes mesmo sem ter ainda começado a ensaiar a obra. Era
uma forma lúdica de “preparar o terreno” para quando fossemos realmente
encarar aquela peça.”
O repertório é construído de uma forma a dar significância para todos participantes:
“O mais importante do repertório não é somente seu valor estético. Através
do repertório, a criança tem contato com uma porção de coisas diferentes,
desde elementos musicais até questões sociais, educativas, culturais. Além
do mais, tem que ser prazeroso. Tem que fazer bem para cantores, plateia e
regente.”
Na ultima pergunta Elza respondeu quais benefícios você diria que a atividade coral
proporciona à criança?, em coro trabalhasse relações sociais onde ninguém é superior ao outro,
somos todos iguais, empatia temos que nos colocar no lugar do outro, respeito temos que chegar na
hora certo e obediência ao que o regente pede para fazer. Em um coro cada participante precisa do
outro.

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