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METODOLOGIA DO ENSINO DA

MATEMÁTICA
WEBCONFERÊNCIA I

Prof. Anderson Douglas


Tópicos da aula

Natureza do conhecimento matemático

 Matemática: aspectos epistemológicos e históricos


 As tendências na educação matemática
• Conhecer e compreender a construção de conceitos básicos
matemáticos e a análise de materiais didáticos a partir de
uma perspectiva sócio histórica contextualizada.
Tópicos da aula

Tendências atuais de ensino e educação matemática

 O conhecimento matemático para o ensino


 Conhecimento pedagógico do conteúdo

Conhecer e discutir a concepção do ensino de Matemática,


analisando as tendências atuais.
Tópicos da aula
Conhecer os objetivos, conteúdos,
orientações didáticas
e avaliação em Matemática para a
Educação Infantil e anos iniciais do
Ensino Fundamental

Conhecer os objetivos, conteúdos, orientações didáticas e


avaliação em Matemática para a Educação Infantil e anos
iniciais do Ensino Fundamental.
Tópicos da aula

Estratégias de ensino e uso de materiais didáticos

 A modelagem matemática
 Os materiais didáticos no ensino da matemática

Promover o acesso ao conhecimento de estratégias de


ensino, bem como ao uso de materiais didáticos para a
Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental.
REFLEXÃO

As crianças desde muito cedo estão imersas


em um universos do qual os conhecimentos
matemáticos são parte integrante.

Participam de uma série de situações


envolvendo números, relações entre
quantidades, noções sobre espaço.

Utilizando recursos próprios e pouco


convencionais, elas recorrem a contagem e
operações para resolver problemas cotidianos
(BRASIL, 1998).
Unidade: Matemática: aspectos epistemológicos e históricos

Certamente, a maior parte dos professores de matemática, principalmente do


ensino fundamental anos iniciais, já ouviu a pergunta (ainda que retórica):
“Quem inventou a matemática?”.

Escrita Cuneiforme-Babilônios
Unidade: Matemática: aspectos epistemológicos e históricos

Onde a matemática surgiu ?

As civilizações nômades iniciaram o desenvolvimento da contagem por volta de


3.000 a.C. — ou seja, há aproximadamente cinco mil anos.
Unidade: Matemática: aspectos epistemológicos e históricos
Segundo historiadores, diversas técnicas que buscavam representar quantidade
foram desenvolvidas, como:

• colocar em uma bolsa de couro uma pedra para cada objeto que se queria quantificar;
• em uma corda, dar um nó para cada objeto que se queria quantificar;
• criar marcas lineares em ossos — a técnica mais conhecida e talvez a mais comum.
Unidade: Matemática: aspectos epistemológicos e históricos

Com o advento da escrita, pouco depois de 5.000 a.C., a matemática começou a


se tornar mais socializável, já que o pensamento começou a ganhar forma em
tábuas de pedra.

Mais especificamente dentro da matemática, os


babilônios e os egípcios foram precursores em
escrever cálculos matemáticos na pedra e em
pergaminhos, com o objetivo de passar a
mensagem a outros.
Unidade: Matemática: aspectos epistemológicos e históricos

Quando avançamos para o período histórico que se inicia aproximadamente no


século VI a.C., encontramos na Grécia uma época riquíssima para a matemática.

Os gregos começaram a tratar a matemática


não só como ferramenta, como as demais
civilizações, mas também como meio de
pensamento lógico, que poderia encerrar
em si todas as explicações.
Unidade: Matemática: aspectos epistemológicos e históricos

Não é à toa que a palavra “matemática” vem do grego máthema, que significa
ciência, conhecimento ou aprendizagem, e deriva da palavra mathematikós, que
significa o prazer de aprender. Portanto, para esse povo, a matemática era a
ciência do conhecimento.
Aproveitem para se aprofundar ainda mais na história da
matemática!

Fonte: https://issuu.com/sidneypmiranda/docs/hist__ria_da_matem__tica_-_tatiana_
Unidade – As Tendências em Educação Matemática

• Dentro do ensino de matemática, há diversas correntes metodológicas,


que podem ser vistas como tendências em educação matemática.
• Os aspectos epistemológicos do ensino de matemática formam um
conjunto dessas tendências, englobando aquelas que tratam as teorias da
educação matemática e o uso da própria educação matemática como
campo científico.
CLASSIFICAÇÃO DAS TENDÊNCIAS

• A tendência didático-pragmática, que inclui as


tendências que se referem ao ensino da matemática,
com foco nas metodologias utilizadas e em suas
concepções voltadas ao ensino e a aprendizagem.

• Alguns exemplos desta categoria são a resolução de


Problemas, a utilização de materiais diversos e jogos no
ensino da matemática e a modelagem matemática.
CLASSIFICAÇÃO DAS TENDÊNCIAS

• A tendência epistemológica, que engloba tendências que


se referem às teorias da educação matemática e no campo
científico propriamente a identidade da educação
matemática.

• Exemplos desta categoria são o construtivismo radical e


as teorias da filosofia e da psicologia da educação.
CLASSIFICAÇÃO DAS TENDÊNCIAS

• A tendência político-sócio-cultural que a aquela que acaba


englobando tendências que são relacionadas à
transcendência do conhecimento, ou seja, aquelas que
consideram os aspectos com características de
ultrapassarem as questões dos métodos de ensino e também
aquelas epistemológicas no campo científico.

• Temos a etnomatemática, a educação matemática crítica, a


educação para a paz e a inclusão como exemplos desta
tendência.
Unidade – As Tendências atuais em Educação Matemática

Tendência pode ser caracterizada por um movimento,


uma forma de trabalho que emerge a partir da busca de soluções
para questões em educação matemática (LOPES; BORBA, 1994).

PRINCIPAIS TENDÊNCIAS:

1) Etnomatemática; 2) Eesolução de problemas; 3) Modelagem matemática;


4) História da matemática; 5) Jogos matemáticos; 6) Tecnologias de
ensino;
PRINCIPAIS TENDÊNCIAS

1) Etnomatemática: a matemática praticada por grupos culturais, tais


como comunidades urbanas e rurais, grupos de trabalhadores, classes
profissionais, crianças de certa faixa etária etc.
• A Etnomatemática busca valorizar a matemática presente em
diferentes culturas;

• Assim, dessa perspectiva, o ponto de partida para o ensino de


matemática é o conhecimento prévio do aluno, ou seja, o
conhecimento que é composto pelas diferentes experiências
vivenciais que esse aluno tem (ou teve) fora da sala de aula;

• É com base nessas experiências prévias que os conceitos


matemáticos serão formalizados.
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxibG9nZGVhdGl2
aWRhZGVzZnVuZGFtZW50YWwxZTJ8Z3g6MmU2ZjFlZjY3NWRhNDhmNA
2) Resolução de problemas: processo no qual os alunos deparam com
um problema (ou uma pergunta) para o qual não há uma resolução
imediatamente aparente (SCHOENFELD, 1992).

Uma situação que requer a descoberta de


informações desconhecidas para obter um
resultado. Ou seja, a solução não está disponível de
início, no entanto é possível construí-la (PNAIC,
2014, p. 8).
PARA REFLETIR
[...] limitam-se apenas a dar informações que podem ser curiosas, mas não são
significativas para a aprendizagem, ou servem apenas de pretexto para a obtenção
de números que serão usados nas operações matemáticas. Observe um exemplo
disso, na seguinte atividade:

Para saber quantos anos Pedrinho tem, some os


números pares de sua bermuda com os ímpares de
sua capa e divida o resultado pelo menor dos ímpares
da bermuda.

O fato de pendurar números nas roupas não lhes confere um significado.


Nem tampouco atribui significado aos pares e ímpares. Aqui, estamos lidando,
claramente, com outro grau de artificialidade.

Explorando o ensino da matemática volume 17.


Quatro princípios básicos da resolução de problemas
identificados por Polya (1954), os quais podem auxiliar na
escolha e na resolução de um problema:

1.Entender o problema;
2. Elaborar um plano ou uma estratégia;
3. Executar o plano ou estratégia;
4. Olhar para trás.
3) Modelagem matemática: uma abordagem, por meio da matemática, de
um problema não matemático da realidade, ou de uma situação não
matemática da realidade.

Para Barbosa (2001, p. 31), a modelagem matemática deve ser


vista como “[...] um ambiente de aprendizagem no qual os alunos
são convidados a indagar e/ou investigar, por meio da matemá-
tica, situações com referência na realidade”.

" Modelagem Matemática: O que é? Por que? Como?"

https://sites.google.com/site/modelagemmatematicaac/resumo-modelagem-matematica-o-que-e-por-que-como
4) História da matemática: possibilita ao aluno um entendimento
mais profundo dos conceitos matemáticos a partir de sua origem.
5) Jogos matemáticos: o jogo é visto como uma ferramenta de
aprendizagem complementar que tem potencial de motivar e envolver
os alunos no uso de determinados conceitos matemáticos.
TANGRAM
É um quebra-cabeça formado por 7 peças (5 triângulos, 1 quadrado e 1
paralelogramo). Com essas peças podemos formar várias figuras, utilizando
todas elas e sem sobrepô-las.
6) Tecnologias de ensino: A integração de ferramentas tecnológicas no ensino tem o
potencial de mudar a maneira como a matemática é ensinada, modificando
particularmente atividades matemáticas que estão associadas à visualização e à
manipulação de símbolos matemáticos, a intuição e o raciocínio matemático.

A integração das tecnologias informáticas em sala de aula significa


mais do que ensinar o aluno a utilizar um software no computador
ou a utilizar uma calculadora, isto é, ela deve ter como foco a
melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
As tecnologias em particular, deve apoiar quatro
componentes-chave de aprendizagem:

1. Participação ativa.
2. Participação em grupos.
3. Interação frequente.
4. Feedback.
PRINCIPAIS TENDÊNCIAS

Há dois tipos de tecnologias informáticas que podem estar presentes em


uma sala de aula de matemática:

as tecnologias de comunicação e

as tecnologias de ações matemáticas

(DICK; HOLLEBRANDS, 2011, p. 11).


As tecnologias de comunicação

Possibilitam que professores e alunos apresentem algo, comuniquem-


se e colaborem uns com os outros.
Tecnologias de ação matemática incluem:

• Ferramentas de representação (calculadoras gráficas, sistemas de álgebra


computacional [CAS], planilhas, softwares matemáticos);

• Ambientes de geometria dinâmica ( Cabri, Geogebra, etc.)


• Simulações de computador (ambientes virtuais de aprendizagem, applets) – por


exemplo, ao utilizar um applet para aprender estatística, o aluno é capaz de escolher o
tamanho da amostra, selecionar quantas amostras serão extraídas da população e verificar a
distribuição das médias das amostras.
Exemplos de outros softwares...
As tecnologias na Educação
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E agregamos o pensamento de Bettega (2010,
p.18) ao afirmar que:

A simples presença de novas tecnologias na


escola não é garantia, por si só, de maior
qualidade na educação, pois a aparente
modernidade pode esconder um ensino
tradicional baseado na recepção e na
memorização de informações.

A tecnologia deve servir para enriquecer o


ambiente educacional, propiciando a
construção de conhecimentos por meio de
uma atuação ativa, crítica e criativa por parte
de alunos e professores.
O conhecimento matemático para o ensino

O professor possuir apenas o conhecimento dos conteúdos a serem


ensinados não é suficiente para garantir que ocorra o aprendizado por
parte dos alunos.
Conhecimento pedagógico do conteúdo

• O conhecimento matemático é considerado como o resultado de um


processo em que fazem parte, a imaginação, os exemplos, as criticas, as
conjecturas, os erros e os acertos.

• Porém, ele acaba sendo apresentado de uma maneira descontextualizada,


geral e atemporal, até porque a preocupação dos matemáticos é comunicar
os resultados e não os processos responsáveis por produzi-lo.
Conhecimento pedagógico do conteúdo

A Educação Matemática no sentido mais crítico tem a intenção de


contribuir na preparação dos alunos para a cidadania, de modo a
estabelecer a matemática como uma ciência capaz de analisar as
características críticas com uma relevância social, favorecendo assim
a compreensão dos aspectos sociais existentes.
Objetivos, conteúdos, orientações didáticas e
avaliação na matemática
Objetivos do ensino de matemática na infância

Na educação infantil, a ideia é que a matemática comece a se


apresentar sob um aspecto formal, porém, sem o excesso de
formalismo e de métodos.

Disciplina difícil e descontextualizada.


Objetivos do ensino de matemática na infância

É importante que a matemática na educação infantil seja lúdica e concreta e que


ao longo dos anos o conteúdo ganhe profundidade, mas sem criar um bloqueio
psicológico com relação à disciplina.

Fonte: Google imagens1 Fonte: Google imagens2

1. https://exame.abril.com.br/brasil/olimpiada-de-matematica-comeca-com-recorde-de-escolas-inscritas/
2. https://oglobo.globo.com/rio/bairros/escolas-investem-na-educacao-emocional-17857279
Objetivos do ensino de matemática na infância

Os objetivos da educação infantil são


agrupados por campos de
experiência e não por disciplinas
como nos demais níveis de ensino.
Exemplo:

(BNCC, 2017, p. 49)


Objetivos do ensino de matemática na infância

A educação infantil deve ser permeada de conceitos que servirão de alicerces


para a introdução ao ensino fundamental que, segundo a BNCC (2017):

 É recomendado trabalhar o potencial natural da matemática abordando os


aspectos sociais nos quais o aluno está envolvido;
 É preciso utilizar abordagens dinâmicas e interativas, buscando atrair a
curiosidade do aluno;
 É importante inserir o estudante no processo de construção do conhecimento,
retomando a curiosidade e o espírito investigativo.
Objetivos do ensino de matemática na infância
Além disso, o professor ainda precisa estar atento ao fato de existem diferentes
grupos étnicos e sociais no Brasil para propor uma matemática desafiadora e
adequada a cada necessidade, o que é um grande desafio.

Fonte: Google imagens1 Fonte: Google imagens2

1.https://ficcao.emtopicos.com/2017/08/citacoes-desafio-escritor-melhor/
2.https://www.qualitylogistica.com.br/blog/page/3/
Conteúdos fundamentais

 Os conteúdos para o ensino de matemática na educação infantil e nos anos


iniciais do ensino fundamental devem contemplar as estruturas linguísticas básicas
da matemática;
 De acordo com a BNCC (2017), a educação infantil deve assegurar ao aluno a
manutenção da infância associada com o conhecer lúdico e espontâneo, enquanto
o ensino fundamental deve ter um compromisso com o letramento matemático;
 Os conteúdos devem contribuir para o desenvolvimento do pensamento lógico-
matemático, além de permitir soluções criativas e livres de métodos, trazendo o
foco do aluno para os fenômenos envolvidos nos problemas.
Conteúdos fundamentais

 Os conteúdos devem passar ao aluno as


capacidades mínimas necessárias para lidar com
informações matemáticas presentes ao seu redor;
 O professor deve utilizar as características
regionais e sociais que cercam o aluno,
considerando o contexto mais próximo da sua
realidade; Fonte: Google imagens*

 Nos diversos conteúdos curriculares, a BNCC


orienta a construção e a valorização sociocultural.

* https://pt.slideshare.net/CEJALaguna/a-histria-dos-nmeros-8968089
Conteúdos fundamentais
números e
operações
A BNCC apresenta cinco
unidades temáticas para a
educação infantil e os anos
probabilidade
álgebra
iniciais do ensino fundamental, e estatística

destacando que cada uma delas


pode receber ênfase diferente,
dependendo do ano de
escolarização.
grandezas e
geometria
medidas
Orientações didáticas
É essencial que o professor procure atingir sempre os objetivos propostos no
currículo e que leve o aluno para o centro do processo de construção do saber
matemático, tendo como principal orientação a valorização da infância.

Fonte: Google imagens*

* http://marioschonberg.blogspot.com/2016/06/recesso-escolar.html
Orientações didáticas
Para os anos iniciais do ensino fundamental, temos como exemplos de abordagem
de conteúdos:
números naturais e sistema de numeração decimal — organização de contagens
em coleções e comparações;
aproximações e estimativas — uso de calculadora para truncar números
decimais;
espaço e forma — localização e orientação no espaço por meio de atividades
externas;
grandezas e medidas — atividades que usem régua, balança e recipientes de
medida de volume exato;
Orientações didáticas

Dentre as orientações didáticas, cabe ao


professor adequar cada conteúdo à realidade
dos seus alunos, buscando construir um
aprendizado significativo e interessante.
Assim, é papel do docente possibilitar a
interação e a crítica, permitindo que os alunos Fonte: Google imagens*

participem de forma ativa da construção do


conhecimento.

* https://paisbebesecia.com.br/curso-auxilia-professores-usarem-o-jornal-da-sala-de-aula/l
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
Avaliação da Aprendizagem
É o processo pelo qual se determina a qualidade dos
resultados alcançados em relação aos objetivos que se
propõe, considerando-se o contexto das condições em
que o trabalho se desenvolve.
Avaliação Formativa:
obter um feedback que pode ser
utilizado pelo professor e pelos alunos
para orientar melhorias no contexto
de ensino e aprendizagem contínua Avaliação Somativa:
medir o nível de sucesso ou de proficiência
obtido pelos alunos no fim de uma unidade,
um semestre ou um ano letivo.
MAFALDA E MANOLITO

Fonte: Disponível em <https://www.pinterest.com/pin/>.


Acesso, 22/01/2016. 56
Reflexão...
Aprovar ou
reprovar
Autoconhecer
Punir?!

Para que avaliar?


Intervir
Refletir sobre
Aprimorar o as tomadas de
planejamento decisões

Para promover o Controlar


aluno 57
Os materiais didáticos no ensino da matemática
Os materiais didáticos no ensino da matemática

Os materiais didáticos, sejam manipuláveis ou não, são


considerados como recurso de fundamental importância na
atuação do professor em sala de aula.

Estes materiais podem tornar as aulas mais dinâmicas e ainda


facilitar a compreensão, já que conseguem permitir uma
aproximação da parte da teoria com a prática.

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