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Agora Eu Passo Concursos Públicos

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Espécies Tributárias��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Taxas������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Contribuições de Melhoria�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Agora Eu Passo Concursos Públicos.
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Agora Eu Passo Concursos Públicos

Espécies Tributárias
Taxas
Conforme já vimos, as taxas podem ser instituídas pelo Estado quando exerce o poder de polícia
(poder de fiscalizar situações reguladas por normas obrigatórias expedidas pelo Estado) ou quando
presta serviço público específico e divisível, sempre com a finalidade de ressarcir o Estado dos custos
incorridos no exercício destas atividades (se o Estado tem estes custos em decorrência (i) da neces-
sária fiscalização da atividade desenvolvida por algumas pessoas ou (ii) da prestação de serviços
públicos que geram benefícios individualizáveis, nada mais justo que estas mesmas pessoas arquem
com o custo dos respectivos dispêndios estatais).
Devemos lembrar, como já visto na apostila, que as taxas não tributam a riqueza das pessoas,
pois visam apenas recompor o patrimônio estatal. Logo, o Estado não pode tomar por base (ter por
base de cálculo) a riqueza das pessoas para definir o valor da taxa, vez que a definição deste valor
deve pautar-se apenas na estimativa do custo da atividade estatal e na previsão de quantas pessoas
deverão pagar o tributo (ou seja, a definição do valor individual da taxa deve corresponder ao rateio
do custo estimado da atividade estatal entre aqueles que se estima que darão motivo à fiscalização ou
beneficiar-se-ão do serviço público). Assim, quando a Polícia Federal cobra a taxa para emissão de
passaporte, o valor da taxa não deve levar em consideração o patrimônio de quem está solicitando o
passaporte, e sim o quanto custa para a Polícia Federal o exercício daquela atividade.
Em linha com o exposto no parágrafo precedente, torna-se simples a compreensão da norma do
art. 145, §2º, da Constituição Federal: “As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos”
(a base de cálculo dos impostos sempre será a riqueza das pessoas!).
Em relação às taxas cobradas em decorrência do exercício do poder de polícia, é importante a
transcrição do art. 78 do CTN:
“Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou discipli-
nando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado,
ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do poder Público, à tran-
quilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão
competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a
lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.”
Assim, o Estado pode instituir taxas quando exerce regularmente o poder de polícia (ex.: os muni-
cípios, que detém competência para fiscalizar situações de interesse local, podem cobrar taxa de polícia
quando instituem a vistoria de automóveis para análise do nível dos poluentes emitidos). Veja que o
exercício do poder de polícia deve ser regular (exercido pelo ente público competente e sem abusos).
Os Entes Políticos também podem instituir taxas em decorrência da prestação de serviços
públicos específicos e divisíveis. Vejamos o texto do CTN em relação a este tema:
“Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito
de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização,
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I – utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante
atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II – específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou
de necessidades públicas;
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III – divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.”
Assim, a tributação condiciona-se a que o serviço esteja à disposição da pessoa que deve pagar a
taxa, não sendo imprescindível a utilização efetiva do serviço, vez que possível a tributação calcada
meramente em sua utilização potencial (se o Estado gastou para deixar o serviço disponível, é justo
que quem tem o benefício de usufruí-lo pague a taxa, mesmo que opte por não usá-lo, pois o Estado
já gastou os recursos públicos). Ademais, verificarmos que os Entes Políticos podem instituir taxas
quando prestam serviços que beneficiam diretamente algumas pessoas específicas e determinadas,
ou seja, quando seja possível identificar o benefício individual auferido em decorrência da divisibili-
dade da prestação do serviço público.
Neste sentido, o serviço de varrição pública não pode ser remunerado mediante taxa, pois não
é possível identificar com precisão qual é o benefício individual auferido individualmente pelas
pessoas em decorrência da prestação deste serviço (todas as pessoas que circularem na via pública
que foi varrida acabam por se beneficiar do serviço). O mesmo ocorre com o serviço de iluminação
pública, que beneficia todas as pessoas que circulam pela via pública iluminada. Neste sentido, in-
clusive, o Supremo Tribunal Federal pacificou esta questão por intermédio da Súmula Vinculante nº.
41: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”.
Por outro lado, o serviço de coleta de lixo domiciliar, por exemplo, pode ser perfeitamente
custeado por meio de uma taxa, pois é possível identificar o benefício individual auferido pelos mo-
radores de cada casa abrangida pela prestação deste serviço (o serviço é divisível). Este tema também
foi objeto de pronunciamento vinculante do Supremo Tribunal Federal, sendo proferida a Súmula
Vinculante nº. 19: “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção
e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da
Constituição Federal”.

Contribuições de Melhoria
O Estado pode instituir contribuição de melhoria quando executa uma obra pública que acarreta
valorização imobiliária.
Vejamos o disposto no CTN em relação à contribuição de melhoria:
“Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Mu-
nicípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas
de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite indivi-
dual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I – publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma
das áreas diferenciadas, nela contidas;
II – fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer
dos elementos referidos no inciso anterior;
III – regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se
refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a
que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos
fatores individuais de valorização.
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§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contri-
buição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.”
PRESTE ATENÇÃO: a jurisprudência entende que o recapeamento de vias públicas não é uma
obra de construção civil e, portanto, não permite a cobrança de contribuição de melhoria. Veja-se,
neste sentido, a ementa de importante decisão do Superior Tribunal de Justiça em relação ao assunto
(Recurso Especial nº. 115.863): “Contribuição de melhoria. Art. 18, II, da CF/67, com redação dada
pela EC no 23/83. Recapeamento asfáltico. Não obstante alterada a redação do inciso II do art. 18
pela Emenda Constitucional no 23/83, a valorização imobiliária decorrente de obra pública – requi-
sito ínsito à contribuição de melhoria – persiste como fato gerador dessa espécie tributária. Hipótese
de recapeamento de via pública já asfaltada: simples serviço de manutenção e conservação que não
acarreta valorização do imóvel, não rendendo ensejo a imposição desse tributo”.
Assim como ocorre com as taxas, as contribuições de melhoria também visam apenas recompor
o patrimônio estatal. Vemos isso claramente no art. 81 do CTN ao determinar que o limite global de
arrecadação da contribuição de melhoria corresponde à despesa total realizada pelo Estado.
Além do limite global de arrecadação da contribuição de melhoria (despesa total da obra), o art.
81 do CTN também estabelece um limite individual: valorização imobiliária de cada um dos imóveis
beneficiados pela obra pública. Assim, caso uma obra pública acarrete a valorização de um imóvel
em R$ 100 mil, o valor máximo da contribuição de melhoria que pode ser cobrada do proprietário
deste imóvel corresponde a R$ 100 mil.
O limite individual da contribuição de melhoria mencionado no parágrafo anterior encontra-
se em perfeita sintonia com o Princípio da Capacidade Contributiva, que estudaremos no próximo
capítulo da apostila em profundidade. Destaque-se, neste momento, que este princípio determina
que as pessoas se sujeitam à tributação estatal nos limites de sua capacidade econômica.
Exercícios
01. Assinale verdadeiro ou falso:
As taxas poderão ter base de cálculo própria de impostos, desde que a base permita a interpreta-
ção extensiva.
Certo ( ) Errado ( )
02. O prefeito do Município X pretende instituir uma taxa para custear o serviço de coleta,
remoção e destinação do lixo doméstico produzido no Município. A taxa será calculada em
função da frequência da realização da coleta, remoção e destinação dos dejetos e da área cons-
truída do imóvel ou da testada do terreno
Acerca dessa taxa, é correto afirmar que ela é
a) ilegal, porque a coleta, remoção e destinação do lixo doméstico não podem ser considerados
como serviço público específico e divisível.
b) ilegal, porque sua base de cálculo utiliza elemento idêntico ao do IPTU, qual seja, a metragem
da área construída ou a testada do imóvel.
c) legal se houver equivalência razoável entre o valor cobrado do contribuinte e o custo indivi-
dual do serviço que lhe é prestado.
d) ilegal, porque não possui correspondência precisa com o valor despendido na prestação
do serviço.
e) legal, porque foi instituída em razão do exercício regular de poder de polícia, concernente à
atividade da Administração Pública que regula ato de interesse público referente à higiene.
03. À luz das disposições do Código Tributário Nacional (CTN), julgue o item a seguir como ver-
dadeiro ou falso.
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As taxas necessariamente têm como fato gerador o exercício do poder de polícia pelo sujeito ativo
da relação tributária.
Certo ( ) Errado ( )
04. Acerca dos princípios e dos poderes da administração pública, da organização administrativa,
dos atos e do controle administrativo, julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso, consi-
derando a legislação, a doutrina e a jurisprudência dos tribunais superiores.
Situação hipotética: Uma prefeitura determinou a cobrança de taxa de funcionamento de esta-
belecimentos comerciais, mas os proprietários dos estabelecimentos questionaram a medida sob o
argumento de ausência de prova da fiscalização. Assertiva: De acordo com o STJ, a cobrança é ilícita
porque não foi demonstrado o efetivo exercício da fiscalização.
Certo ( ) Errado ( )
05. Um Município brasileiro criou, por meio de lei, uma determinada exação, a ser paga pelos ha-
bitantes daquele Município, em decorrência da realização de obra pública que culminou com
o incremento do turismo na cidade e que também aumentou o faturamento do comércio da
região. À luz das normas do Código Tributário Nacional e da Constituição Federal, interpreta-
das sistematicamente, essa exação
a) denomina-se taxa e esse Município tem competência para instituí-lo.
b) é inconstitucional.
c) denomina-se contribuição social e esse Município tem competência para instituí-lo.
d) denomina-se contribuição de melhoria e esse Município tem competência para instituí-lo.
e) denomina-se imposto e esse Município tem competência para instituí-lo.
GABARITO
01 - Errado
02 - C
03 - Errado
04 - Errado
05 - B

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