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REDES DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS: CONSTITUIÇÃO E DIMENSIONAMENTO

Herlander MATA-LIMA, PhD


Os alunos deverão citar este documento como:

Mata-Lima H. (2015). Redes de Drenagem de Águas Residuais: Constituição e Dimensionamento. Apontamentos da


disciplina de Saneamento II. Curso de Engenharia Civil de Infraestrutura, Instituto Latino Americano de Tecnologia,
Infraestrutura e Território Instituto Latino Americano de Tecnologia, Infraestrutura e Território (ILATIT). Foz do Iguaçú:
Universidade Federal da Integração Latino Americana (UNILA).

ELEMENTOS DO SISTEMA DE ESGOTOS (ÁGUAS RESIDUAIS)

A) Redes interiores de edifícios: i) águas pluviais e ii) águas residuais domésticas, industriais e comerciais;

B) Ramais de ligação à rede geral de drenagem (diâmetro nominal mínimo = 125 mm);

C) Rede geral de drenagem incluindo: coletores, poços/câmaras de visita, sarjetas de passeio e/ou
sumidouros (sistema unitário ou separativo/separador absoluto);

D) Estações elevatórias e câmaras de parafusos de Arquimedes;

E) Emissários e interceptores;

F) Estações de tratamento – câmaras de retenção de areia e/ou gorduras;

G) Exutores de lançamento e destino final – emissários submarinos;

H) Vertedor/descarregador de tempestade (permite conduzir o caudal que não pode ser transportado pelo
coletor ao meio receptor – vide Figura 7);

I) Sifão invertido ou em alternativa ponte e viaduto;

J) Obras especiais – atravessamento;

K) Túneis;

L) Lagoas de amortecimento e retenção.

TRAÇADO EM PLANTA DE SISTEMAS DE DRENAGEM

A) Coletores e poços/câmaras de visita (localizam-se em núcleos urbanos);

B) Emissários e interceptores (em regra, traçados ao longo dos vales – zonas baixas ou ao longo da costa –
proximidade dos mares);

O traçado dos emissários e interceptores é condicionado ao destino final das águas residuais.

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Figura 1-Exemplo ilustrativo dum sistema de drenagem.

A rejeição dos esgotos deve ser feito em zonas com boas condições de diluição e dispersão e sempre afastada
das zonas balneares.

TIPOS DE SISTEMAS

A. UNITÁRIOS – coletam e drenam a totalidade das águas (pluviais e residuais) das povoações através de
um coletor único;

B. SEPARATIVOS/separador absoluto – coletam e drenam as águas residuais domésticas, industriais e


comerciais sem incluir as águas pluviais. Neste caso, a água pluvial é transportada num coletor distinto;

C. PSEUDO-SEPARATIVOS – coletam e drenam águas residuais (domésticas, industriais e comerciais)


incluindo, no entanto, alguma parte das águas pluviais (e.g. pátios).

Os SISTEMAS UNITÁRIOS apresentam as vantagens e desvantagens abaixo descritas.

Vantagem: economia do 1º investimento (exige menos material e movimentação de terra).

Desvantagem: i) energia e exploração (ETE; Estação Elavatória); e ii) Protecção anti-corrosiva (H2S).

Os MATERIAIS mais usados são: PVC, grés vidrado, PEAD, entre outros. O fibrocimento, agora em desuso, foi
usado até a década de 90.

ASPECTOS RELACIONADOS COM O PROJETO

A. Determinação rigorosa da vazão das águas residuais (esgoto) em todos os pontos do sistema;

B. Escolha da solução técnica e economicamente mais vantajosa, de acordo com os diferentes cenários
analisados;

C. Dimensionamento hidráulico-sanitário de todos os coletores (diâmetros e declividades) e de todos os


outros componentes do sistema, para escoar as vazoes (caudais) calculadas;

D. Elaboração de peças escritas e desenhadas que permitam a execução de obras e sirvam de base para a
sua conveniente exploração. Fonte: Matos (1997)

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TRAÇADO EM PLANTA: ASPECTOS RELEVANTES

A. Cartografia adequada: levantamento topográfico à escala 1:1000 ou 1.2000 da zona urbanizada e da


zona a urbanizar futuramente, incluindo toda a informação necessária (linhas de água, zonas sensíveis,
etc.);

B. O traçado é feito em função da topografia da zona (escoamento é por gravidade), natureza do terreno,
interferência com outros serviços existentes (água, luz, telefones, etc.). Deve-se consultar o cadastro da
zona;

C. Depois do primeiro traçado em gabinete, deve-se deslocar ao terreno para obter informaçoes mais
detalhadas, tais como: i) localização exata dos ramais de ligação; ii) natureza do terreno (areia, terra,
rocha ígnea – dura ou rocha sedimentar – branda);

D. Tipo de acabamento dos pavimentos;

E. Modo de atravessamento das linhas de água (e.g. sifao invertido, ponte, viaduto, etc.);

F. Traçado do emissário;

G. Nível freático (problemas na execução da obra e cálculo de caudais de infiltração);

H. Se estiverem previstas estações elevatórias deve-se analisar se existe energia eléctrica;

I. Mesmo quando o projeto não inclui o estudo da estação de tratamento, deve-se analisar a sua possível
localização;

J. Localização dos poços de visita.

Fonte: Matos (1997).

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Figura 2a-Exemplo do traçado da rede em planta (adptada de GUPTA, 2001).

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Figura 2b-Aspectos do sistema de drenagem (adaptada de Queensland Government, 2002).

ASPECTOS RELEVANTES NA LOCALIZAÇÃO DOS POÇOS OU CAIXAS DE VISITA

A. Decorrentes do traçado em planta:

i. No cruzamento e junção de coletores;

ii. Na mudança de direção;

iii. Nas junções laterais;

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iv. Nos alinhamentos retos, de forma que o afastamento máximo entre dois poços de visita não seja
superior a um dado valor (60 m ou 120 m com óculos de limpeza a meia distância, ver também
os Quadros 1 e 2);

Figura 3 - Junção simples sem óculo de limpeza (esquerda) e com óculo de limpeza
(direita) (adaptada de SANITATION CONECTION, 2000).

v. Coletores visitáveis – espaçamento de 120 a 300 m.

QUADRO 1 – Recomendações para o espaçamento dos poços de visita

Diâmetro do colector [mm] Espaçamento da caixa de visita [m]

380 122

460 – 910 152

> 1000 183

QUADRO 2 – Dimensões dos poços de visita

Diâmetro do colector [mm] Diâmetro da caixa de visita [m]

300 – 450 1.20

530 – 1060 1.50

1200 – 1370 1.80

≥ 1500 Detalhes especiais

É normal adoptar-se poço de visita com diâmetro de 1.0 m em situações comuns.

B. Decorrentes do traçado em perfil longitudinal:

i. Mudança da declividade dos coletores;

ii. Mudança de diâmetro dos coletores.

Os poços de visita têm a forma circular e são feitos de argamassa de cimento.

TRAÇADO EM PERFIL LONGITUDINAL: ASPECTOS RELEVANTES

A. Sempre que possível, adoptam-se declividades iguais aos do terreno;

B. Cumprir as declividades máximas e mínimas admissíveis para os coletores;

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C. Profundidade de assentamento mínima, medida sobre o extradorso/coroa dos coletores {1.40 m;
aceita-se um valor inferior em pequenos aglomerados (e.g. 0.6 a 1.0 m)};

Figura 4 - Terminologia da vala de assentamento de um coletor (adaptada de FERNANDES, 2000).

Nota: neste documento, onde se lê profundidade mínima deve entender-se recobrimento mínimo.

Figura 5 - Esquema de implantação de coletores e poços de visita.

Na Figura 5 o I1 é a cota o rasto do coletor na extremidade 1 e o I2 vem dado pela expressão:

I 2  I1  L12 S12 (1)

onde: L12 é a distância entre os poços de visita e S12 é a declividade de rasto do coletor.

D. Alinhamento dos coletores em perfil longitudinal:

i. Alinhar os coletores pelas geratrizes interiores superiores;

ii. Cota da linha de energia específica a montante do Poço de Visita (PV) igual à cota da linha de
energia específica a jusante mais uma dada queda no poço de visita;

iii. Progressão crescente dos diâmetros de montante para jusante da rede;

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E. Diâmetro mínimo regulamentar (definido como 200 mm).

Fonte: Matos (1997)

SELEÇÃO DA DECLIVIDADE DOS COLETORES

Notas: i – declividade do terreno; S – declividade do coletor; hmin – profundidade de assentamento mínima.

Cenário I

i < mínimo aceitável i = contra-inclinado

S = mínimo aceitável S = mínimo aceitável

Cenário II

S máximo admissível ≥ i ≥ S mínimo aceitável

S = i (paralelo à superfície do terreno)

Cenário III

i < S mínimo aceitável i > S mínimo aceitável

S = mínimo aceitável

Cenário IV

i < S mínimo aceitável i > S mínimo aceitável

S = mínimo aceitável S = mínimo aceitável

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Cenário V

i > S máximo admissível

S = máximo admissível S = máximo admissível

A declividade do terreno (i) leva a que, muitas vezes, seja necessário colocar vários poços de visita em espaço
reduzido.

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QUADRO 3 – Síntese dos critérios de seleção da declividade dos coletores.

Declive do Terreno Declividade do Coletor

Cenário I

Inferior ao mínimo aceitável para o coletor (terreno Mínimo aceitável (condições de auto-limpeza).
plano ou contra inclinado).

Cenário II

Superior ao mínimo aceitável para o coletor, mas Se o coletor no extremo de montante está a
inferior ao máximo admissível (por razões de profundidade mínima, deve-se colocar o coletor
velocidade máxima). paralelamente ao terreno.

Se o coletor no extremo de montante está a uma


profundidade superior à mínima, deve-se adoptar: i)
uma declividade que coloque o extremo de jusante do
coletor a profundidade hmin; ii) a declividade mínimo
aceitável se a declividade em i) for inferior a esta.

Cenário III

Superior a declividade máxima admissível (velocidade Se o coletor que faz ligação ao poço de visita de
máxima nos coletores) montante está a profundidade mínima, o coletor a
jusante desta tem a declividade máxima admissível,
de modo a que o seu extremo de jusante fique a
profundidade hmin.

Se o coletor que chega ao poço de visita de montante


está abaixo de hmin, adopta-se o seguinte: i) uma
declividade que ponha o extremo de jusante do
coletor a profundidade hmin; ou ii) se esta excede a
declividade máxima admissível, uma declividade igual
a máxima admissível.

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APRESENTAÇÃO SEQUENCIAL DAS FASES DO ESTUDO

1) TRAÇADO DA REDE EM PLANTA;

2) CÁLCULO DE CAUDAIS/VAZÕES;

3) DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO-SANITÁRIO E TRAÇADO DA REDE EM PERFIL LONGITUDINAL.

CÁLCULO DE VAZÕES/CAUDAIS (águas residuais)

a. Distribuição da população por trechos;

b. Cálculo da população acumulada servida por trecho;

c. Cálculo da vazão média – Qm (l/s)

População Capitação Ca
Qm  (2)
86400
onde: a capitação vem expressa em l/hab/dia (e.g. 200 l/hab/dia) e Ca é o coeficiente de afluência
a rede (assume um valor entre 0.70 e 0.90). Ca tambem recebe a designacao de coeficiente de
retorno.

d. Cálculo da vazão de infiltração Qi (0 < Qi < Qm); varia de 0.05 a 1.7 l/s/km, mas geralmente
considera-se Qi = 1 l/s/km;

QUADRO 4 – Valores de vazões de infiltração para diferentes regiões.

AUTOR LOCAL ANO Qi [l/s.km]


Saturnino de Brito Santos, Recife 1911 0.10
Jesus Netto São Paulo 1940 0.30 a 0.70
T. Merriman USA 1941 0.03
Azevedo Netto São Paulo 1943 0.40
Greeley & Hansen São Paulo 1952 0.50
Fair & Geyer USA 1954 0.10 a 2.70
DES, Sursan Rio de Janeiro 1959 0.20 a 0.40
I.W.Santry lDallas 1964 0.30 a 1.40
Hazen & Sawyer São Paulo 1965 0.30
SANESP São Paulo 1973 0.30
PNB – 567 Brasil 1967 1.00
NBR – 9649 Brasil 1986 0.50

Fonte: Revista DAE , 134 – 1983

e. Cálculo do caudal de ponta (vazão de projeto)

Qp  Qm  f p  Qi (3)

2.5
f p  1.5  ; com Qm (l/s) (4a)
Qm

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60
f p  1.5  ou f p  5  Pop
0.185
; com Pop em milhares de habitantes (4b)
Pop

O fator de ponta instantâneo (fp) expressa a influência do carácter temporário da população residente.

Valores típicos do fator de ponta instantâneo em funcao da populacao total a servir:

p ≤ 2000 hab 4.0

2000 < p ≤ 10 000 hab 3.0

10 000 < p ≤ 100 000 hab 2.4

P > 100 000 hab 2.0

O fator de ponta mensal (fm) assume, geralmente, o valor de 1.3 e o fator de ponta diário (fh) varia entre 1.4 e
1.5.

Nos trabalhos os alunos terão que calcular as vazões por, pelo menos, dois métodos distintos pelo que deverão
consultar Nuvolari (2011:37-41, 71-81) para tomar conhecimento de outro método.

CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO-SANITÁRIO

a) Altura do escoamento

D ≤ 600 mm -------- h/D ≤ 0.50

D > 600 mm -------- h/D ≤ 0.70

b) Velocidade máxima (Umax)

Umáx = 3.0 m/s*1 ou Umax = 5.0 m/s (se for água pluvial)

c) Auto-limpeza

Umin = 0.60 m/s

ou

Tensão crítica de arrastamento ou poder de transporte crítico (  )

  Rh J ; admitem-se valores de 0.15 a 0.20 kgf/m2 (5)

onde:  é o peso volúmico da água [9800 N/m3]; Rh é o raio hidráulico (Rh=¼D) [m] e J a perda de
carga unitária. Como o cálculo é feito em regime uniforme considera-se J = S (declive do colector).

*1Convem manter U  1.5 m/s para evitar perdas de carga elevadas que podem, por exemplo, inviabilizar o uso
do sifão invertido.
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Nota: os critérios (a) e (b) devem ser verificados para a vazão de ponta no horizonte do projeto. O critério (c)
deve ser verificado para a vazão de ponta no início da exploração (é mais cómodo adoptar o critério da velocidade
mínima em vez da tensao de arrastamento ou trativa,  ) . Convem manter entre 1.5 e 2.0 N/m2.

d) Declividades mínimas e máximas por razões construtivas

0.5 a 20% (salvo disposições específicas construtivas).

QUADRO 5 – Declividades mínimas (%) a ½ Seção. Para n = 0.013 m-1/3s (i.e. K = 77 m1/3s-1)

Diâmetro, D [mm] Velocidade crítica* Poder de transporte crítico**


0.60 m/s 0.15 kgf/m2 0.20 kgf/m2
200 0.330 % 0.30% 0.40%

250 0.245% 0.24% 0.32%

300 0.192% 0.20% 0.27%

350 0.157% 0.17% 0.23%

400 0.130% 0.15% 0.20%

500 0.097% 0.12% 0.16%

600 0.076% 0.10% 0.13%

700 0.062% 0.086% 0.0114%

800 0.052% 0.075% 0.10%

0.397 2 / 3 1 / 2
* U sc  D J –> velocidade para a seção cheia.
n
D
**  sc  J –> poder de transporte para a seção cheia.
4

AS CARACTERÍSTICAS HIDRÁULICAS DO ESCOAMENTO podem ser calculadas por um dos dois métodos:

I. Método Analítico; ou

II. Método Gráfico.

Em qualquer um dos métodos conhece-se: Vazão da seção cheia (Qsc), Diâmetro (D) e a declividade do coletor
(J).

Pretende-se determinar: altura do escoamento (h); velocidade (U) e o poder de transporte (  ) .

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MÉTODO ANALÍTICO

Para a seção cheia:

0.312 8 / 3 1 / 2 (6)
Qsc  D J
n

0.397 2 / 3 1 / 2 (7)
U sc  D J
n

D
 sc   J (8)
4

Para a secção parcialmente cheia:

0.6496  2 / 3
Q    sen 5 / 3 D8 / 3 J 1 / 2 (9)
n

0.397  2 / 3
U    sen 2 / 3 D2 / 3 J 1 / 2 (10)
n

    1   sen 
D (11)
J
4

1
h 1  cos  2 D (12)
2

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MÉTODO GRÁFICO: Determinam-se as grandezas correspondentes à secção cheia e as referentes à seção
parcialmente cheia são determinadas através do ábaco (Figura 6).

Quando não se verificam as condições de Auto-Limpeza deve-se incrementar a declividade J.

Figura 6 - Ábaco para determinação das características do escoamento no coletor circular.

EXPLICAÇÃO DO MÉTODO GRÁFICO: i) Definir o Q, i, e o D; ii) calcular Qsc, Usc; iii) Determinar a relação Q/Qsc; iv) obtenção das
relações seguintes através do ábaco:

a) Q/Qsc – ir a curva de Q e obter o h/D

b) h/D – ir a curva de U e obter o U/Usc

c) h/D – ir a curva de R e obter R/Rsc

EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO DO ÁBACO:

Q/Qsc = 0.60 implica h/D = 0.56 que por sua vez implica U/Usc = 1.05 e R/Rsc = 1.07

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Determine a altura do escoamento, h, a área e a velocidade num coletor (D = 2.75 ft, n = 0.013, e S = 0.003)
para um caudal de 26.5 cfs.

Apenas as condições do escoamento com a secção cheia são calculadas em primeiro lugar. Através da equação
de Manning, obtém-se Asc = 5.94 ft2, Rsc = 0.69 ft e Qsc = 29.1 cfs. Então a Usc = 29.1/5.94 = 4.90 ft/s. Agora,
através da Figura 6, para Q/Qsc = 26.5/29.1 = 0.91 obtém-se h/D = 0.73, A/Asc = 0.79 e U/Usc = 1.13. Portanto,
h = (0.73)(2.75) = 2.0 ft, A = (0.79)(5.94) = 4.69 ft2 e U = (1.13)(4.90) = 5.54 ft/s.

Figura 7 – Constituição de um sistema de drenagem unitário.

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Figura 8 - Alguns pormenores de colocação das caixas de visita.

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REFERÊNCIAS RELEVANTES

DGRN (1990). Manual de Saneamento Básico. Vol. I e II. Direcção Geral dos Recursos Naturais (DGRN). Lisboa:
MARN.
MARQUES, JA., SOUSA, JJ. (2007). Hidráulica Urbana: sistemas de abastecimento de água e de drenagem de
águas residuais. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra,.
MATOS, JS. (1997). Disciplina de Sistemas de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais.
Apontamentos de Apoio. Lisboa: Instituto Superior Técnico (IST).
RGDADAR (1995). Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e Drenagem de
Águas Residuais. Decreto-Lei 23/95 de 23 de Agosto de 1995.
NUVOLARI, ARIOVALDO (org.). Esgoto Sanitário: coleta, transporte, tratamento e reúso agrícola. 2ª edição, São
Paulo: Blucher, 2011.

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