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Apresentação oral

Texto poético
Bom dia/Boa tarde a todos, hoje vou apresentar-vos um poema de Fernando Pessoa, “O
Mostrengo”, assim como um pouco da vida do poeta.
E é por aí mesmo que vou começar:
Fernando Pessoa é um dos poucos escritores portugueses mundialmente conhecidos.
Nasceu em 1888, em Lisboa, e foi na mesma cidade que ele faleceu em 1935. Aos 7
anos, foi viver com a mãe e o padrasto para África do Sul. Mas em 1905 regressa a
Portugal e no ano seguinte inscreve-se no Curso Superior de Letras, em Lisboa.
No entanto, ele desistiu desse curso e começou a trabalhar como correspondente
(jornalista) estrangeiro. Foi assim que a sua carreira de escritor começou e, juntamente
com outros escritores portugueses, fundou a revista Orpheu onde deram início ao
movimento artístico do Modernismo.
Fernando Pessoa marcou a história do nosso país, por ser um dos maiores génios
poéticos da nossa literatura.

LER O POEMA

Resumo –
Agora vou falar-vos um pouco sobre este poema fazendo um pequeno resumo.
O Mostrengo, presente na obra chamada “Mensagem” de Fernando Pessoa,
corresponde à figura do Adamastor de Os Lusíadas, de Camões. Como este, é o
guardião do Mar Tenebroso, no Cabo das Tormentas, mais tarde denominado da Boa
Esperança.
O Mostrengo é a personificação do medo e do receio. Como monstro é uma criatura
contrária à natureza, à lei e à ordem estabelecida, mas, ao mesmo tempo, derivando
etimologicamente do latim monstrum significa aquele que mostra, que revela. O
Mostrengo, ao ser vencido, permitiu a revelação de um novo mundo aos Portugueses.
Tal como o Adamastor, surge como símbolo dos perigos e das dificuldades que se
apresentam ao ser humano que quer conhecer novos mundos. É, também, símbolo das
histórias fantásticas marítimas que amedrontavam. Ambos são não só o símbolo dos
problemas a enfrentar quando se pretende explorar o desconhecido, mas também
quando o homem deseja descer ao interior de si próprio.
A figura do Mostrengo mantém toda a simbologia do fantástico que se contava e que
amedrontava mesmo os mais corajosos. O poema de Fernando Pessoa simboliza as
dificuldades sentidas pelos portugueses na conquista do mar, contrapondo o medo
com a coragem que permite que o homem ultrapasse os limites. Ao mesmo tempo,
mostra a atitude de coragem do marinheiro português perante aquele ser imundo e
grosso, vencendo os seus medos. O homem do leme torna-se o símbolo do Portugal
que não tem medo e é representante de um povo de coragem que quer dominar os
mares.

Análise formal do poema:


O poema é constituído por três estrofes de nove versos (nonas), com versos
irregulares (entre sete e dez sílabas métricas).
O esquema rimático repetido ao longo das três estrofes é: AABAACDCD, estando
presente as rimas emparelhada, cruzada e um verso solto.
Quanto aos recursos expressivos, temos a personificação do Mostrengo, presente ao
longo da primeira e da segunda estrofes quando ele fala e se movimenta: “ergueu-se a
voar”; “a chiar”; “E disse”, e que intensifica os perigos e ameaças do mar. Também
estão presentes a metáfora e a anáfora nos versos seguintes: “Meus tectos negros do
fim do mundo” e “De quem são as velas…/ De quem as quilhas…”.

Conclusão
Decidi escolher este poema, porque fala de Portugal e da coragem que os
Portugueses tiveram de ter durante a época dos Descobrimentos, quando partiram à
conquista de terras desconhecidas, enfrentando os medos que todos sentiam por não
saber o que iriam encontrar.

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