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Caso Concreto 5 - Prática Simulada IV

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 30a VARA36 CÍVEL DO


FORO CENTRAL DA COMARCA DA CAPITAL – SP.

Processo n° (número)

ZÍLIO (sobrenome), (estado civil), (profissão), portador da cédula de identidade RG n.


(número),38 inscrito no CPF/ MF sob o n. (número), residente e domiciliado em
(endereço), com endereço eletrônico (email), neste ato representado por seu
advogado que esta subscreve (procuração em anexo), vem, respeitosamente perante
Vossa Excelência, com fundamento no artigo 525 do Código de Processo Civil
(CPC/2015) e mais disposições aplicáveis à espécie, apresentar a presente

IMPUGNAÇÃO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO

em face de DEUSTÊMIO (sobrenome), (estado civil), (profissão), portador da cédula


de identidade RG n. (número), inscrito no CPF/MF sob o n. (número), com
endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado em (endereço), pelos motivos
de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

Deustêmio, ora impugnado, de posse de uma sentença condenatória, deu início à


fase de cumprimento de sentença em face de Zílio, ora impugnante.

Houve a efetivação de penhora de um veículo pelo oficial de justiça. Considerando


o prazo do art. 525, caput, do CPC/2015, apresenta o impugnante,
tempestivamente, a presente impugnação.41 É de se destacar que (i) o bem
penhorado não é de propriedade do impugnante e (ii) os cálculos elaborados pelo
impugnado não estão de acordo com o disposto na sentença.

É a síntese do necessário.
DOS ARGUMENTOS QUE DEVEM LEVAR AO PROVIMENTO DESTA IMPUGNAÇÃO

1) DA NULIDADE DE PENHORA: CONSTRIÇÃO JUDICIAL DE BEM DE TERCEIRO E


NÃO DO DEVEDOR (CPC/2015, art. 525, § 1º, IV)

Consoante se depreende do auto de penhora em anexo, houve a constrição do


veículo (dados do veículo). Contudo, nos termos do documento ora anexado,
percebe-se claramente que tal bem não é de propriedade do impugnante. O
veículo, como facilmente se percebe do certificado de registro, é de propriedade
da empresa (nome), da qual o impugnante é empregado. Conforme se verifica do
ofício em anexo, o veículo está na posse de Zílio para o exercício de sua
profissão. Assim, considerando que houve penhora de bem de terceiro, é indubitável
que a mesma é INDEVIDA, devendo ser prontamente LEVANTADA.

2) DA DESCONFORMIDADE DOS CÁLCULOS APRESENTADOS PELO CREDOR: EXCESSO DE


EXECUÇÃO (CPC/2015, art. 525, § 1º, V)

É de se apontar, também, a ocorrência de excesso de execução, tendo em vista


que a fase de cumprimento de sentença está sendo processada por valor diverso
daquele constante no título (CPC/2015, art. 525, § 1º, V). Destarte, nos termos da
planilha em anexo, o valor correto do débito, a partir dos critérios fixados na r.
sentença, é de R$ (valor) e não R$ (valor), como pretende o impugnado. A
apresentação da planilha anexa dá cumprimento ao disposto no CPC/2015, art. 525,
§ 4º.43 (indicação, pelo impugnante, do valor que este entende devido)

DA CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO À PRESENTE IMPUGNAÇÃO .

Esta impugnação deve ser recebida no efeito suspensivo, tendo em vista a


presença de todos os requisitos necessários para isso. Nos termos do CPC/2015,
art. 525, § 6º, três são os requisitos para que seja atribuído efeito suspensivo à
impugnação: (i) juízo garantido por penhora, (ii) relevância dos fundamentos de
defesa e (iii) grave dano no prosseguimento da execução.

A documentação anexa demonstra cabalmente que o veículo não é de propriedade


do devedor e que os cálculos do credor estão equivocados. Assim, está
claramente presente a relevância dos argumentos. De seu turno, a penhora de
bem de terceiro, empregador do impugnante, acarreta a existência de grave dano
se prosseguir a execução. Afinal, o impugnante é depositário judicial do bem e
pode, a qualquer momento, ter de devolver o bem a seu empregador – o que
lhe pode causar uma situação de risco, já que não mais terá a guarda do bem
depositado. Outrossim, há risco de dano pelo simples fato desta fase de
cumprimento de sentença prosseguir por um valor superior ao devido, já que o
nome do impugnado é colocado como devedor de quantia superior à efetivamente
devida.

DO PEDIDO E DOS REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer-se e pede-se:

(a) liminarmente, a atribuição de efeito suspensivo a esta impugnação;

(b) a intimação do impugnado, na pessoa de seu procurador, para que, querendo,


apresente resposta a esta impugnação;

(c) o levantamento da penhora realizada, tendo em vista ser o bem constrito de propriedade de
terceiro;

(d) a procedência desta impugnação, reconhecendo-se como correto o valor apontado pelo
impugnante e não aquele apontado pelo impugnado (excesso de execução);

(e) a condenação do impugnado ao pagamento de custas, honorários advocatícios e


demais despesas;

(f) requer provar o alegado, por todos os meios em direito admitidos,


especialmente pelos documentos ora juntados, mas também, caso V. Exa. entenda
necessário, por perícia contábil (divergência nos cálculos) e outros meios previstos
em lei.

Termos em que

pede deferimento.

Local/Data Nome e assinatura do Advogado/OAB n. (número)

Jurisprudência :
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO DE CONCESSÃO DO
EFEITO SUSPENSIVO NA IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO
DE SENTENÇA. A impugnação à execução, em regra, não tem efeito
suspensivo. Inteligência do caput do art. 475-M do Código de
Processo Civil. O efeito suspensivo, após o advento da Lei nº
11.232/2005, será concedido em caráter excepcional, pelo julgador
desde que relevantes os fundamentos e o prosseguimento da
execução seja suscetível de causar lesão de difícil reparação.
Ausentes os requisitos necessários à concessão do efeito suspensivo.
NEGATIVA DE SEGUIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO.
(TJ-RS - AI: 70043095017 RS, Relator: Glênio José Wasserstein
Hekman, Data de Julgamento: 31/05/2011, Vigésima Câmara Cível,
Data de Publicação: 07/06/2011)
Doutrina: A regra para os recursos é que eles não produzem efeito suspensivo no Novo CPC , mas
apenas devolutivo. Assim, conforme disposto no art. 995 do Novo CPC:

Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial
em sentido diverso.

Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da
imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e
ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.

Isso significa, é claro, que tão logo seja proferida a decisão pelo juiz em primeira instância, já é
possível realizar sua execução para gozar dos direitos instituídos. Em matéria de efeito suspensivo
no Novo CPC, portanto, não é preciso esperar o julgamento dos recursos para fazer valer os direitos
conquistados no processo.

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