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CPF – Centro de Psicologia e Formação

Avaliação Psicológica e
Elaboração de Relatórios

Casos Prático


Formadora: Joana Andrade
joana.rm.andrade@hotmail.com
Caso Prático 1


IDENTIFICAÇÃO
•  Nome:
•  Idade:
•  Escolaridade:

Provas administradas:
•  WISC-III (Escala de Inteligência de Wechsler para Crianças – Terceira Edição).
O XXXX foi avaliado em termos das suas capacidades intelectuais através da WISC-III –
Escala de Inteligência de Wechsler para Crianças – Terceira Edição. Esta escala permite
avaliar o desempenho cognitivo de crianças e adolescentes com idades compreendidas
entre os 6 e os 16 anos de idade.
A prova foi aplicada em duas sessões. Relativamente ao comportamento observável,
durante o processo avaliativo o XXXX foi colaborando nas tarefas propostas. Na primeira
parte da avaliação revelou interesse e entusiasmado face às tarefas, mostrando vontade
em continuar a realizar novas tarefas. Na segunda parte, encontrava-se adoentado,
contudo, não afetou a sua cooperação na prova. Evidenciou preocupação em acertar nas
respostas (e.g., tentava ver a pontuação que lhe ia sendo atribuída) e impulsividade em
terminar as provas, em particular nas provas de realização (ex.: Composição de Objetos e
Disposição de Gravuras).
O XXXX, ao longo das sessões, foi-se revelando estar mais confortável, contudo, mostrou
dificuldade em estabelecer e manter o contacto ocular.
Administraram-se todas as provas à exceção da prova Memória de Dígitos e Labirintos.
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Resultados obtidos (WISC-III):
•  QI Total: Nível Médio (102);
•  QI Verbal: Nível Médio (108);
•  QI Realização: Nível Médio (98).

O QI Verbal corresponde aos subtestes verbais da Escala que pretendem avaliar as


competências verbais e o QI de Realização corresponde aos subtestes que
pretendem avaliar as competências percetivo-motoras dos indivíduos. O QI de Escala
Completa é o resultado global do teste de QI.

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Provas Verbais: (comparativamente aos resultados esperados para a faixa etária)

1. Informação (conhecimentos gerais, assimilação de experiências, memória a longo
prazo): O resultado obtido situa-se no nível médio superior (11).
2. Semelhanças (relações concetuais, pensamento abstrato e associativo): O
resultado obtido situa-se no nível superior (14).
3. Aritmética (concentração, raciocínio e calculo numérico, manipulação automática
de símbolos): O resultado obtido situa-se no nível médio inferior (7).
4. Vocabulário (riqueza e tipo de linguagem, compreensão e fluidez verbal): O
resultado obtido situa-se no nível médio superior (13).
5. Compreensão (juízo prático, comportamento social eficaz): O resultado obtido
situa-se no nível médio superior (11).

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Provas de Realização:

1. Completamento de Gravuras (atenção visual, perceção visual): O resultado obtido
situa-se no nível médio (9).
2. Código (memória visual imediata, previsão associativa, rapidez motora): O
resultado obtido situa-se no nível médio inferior (7).
3. Disposição de Gravuras (perceção e compreensão de situações sociais, captação
de sequências causais): O resultado obtido situa-se no nível médio superior (12).
4. Cubos (perceção visual, relações espaciais, coordenação vísuo-motora): O
resultado obtido situa-se no nível médio superior (11).
5. Composição de Objetos (orientação e estruturação espaciais): O resultado obtido
situa-se no nível médio (10).

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Índices:
Compreensão verbal: Nível Médio Superior (113)
Organização percetiva: Nível Médio (103)
Velocidade de processamento: Nível Médio (92)

A avaliação realizada através da prova WISC-III (Escala de Inteligência de Wechsler
para Crianças – Terceira Edição) aponta-nos para a presença de um Q.I. de Nível
Médio.
No que respeita aos índices, o XXXX parece possuir a capacidade de compreensão
verbal dentro do nível médio superior, a capacidade de organização percetiva e de
velocidade de processamento no nível médio comparativamente a crianças com a
mesma idade cronológica.
Numa análise qualitativa dos subtestes da WISC-III, podemos referir que o XXXX
apresenta como pontos fortes as áreas referentes ao pensamento abstrato e
associativo, à compreensão e fluidez verbal e à compreensão de situações sociais e
captação de sequências causais. Realça-se, no entanto, as pontuações mais baixas
obtidas nos subtestes de Aritmética e Código, devendo ser dado particular atenção a
estes dados.
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Conclusão

Com base na avaliação concretizada, verifica-se que o XXXX revela um nível cognitivo
médio, inserindo-se nos parâmetros normativos relativamente à sua faixa etária.
Dado os resultados obtidos nos subtestes de Aritmética – que avalia a adaptação
escolar, a capacidade de representação mental, o raciocínio numérico, a
concentração, a atenção e a memória –, e de Código – avalia a memória visual
imediata, a rapidez motora, a concentração e a atenção –, recomenda-se avaliar a
possibilidade de diagnóstico de Défice de Atenção. De acordo com o relato da mãe
desta criança, esta tem dificuldades em manter a concentração nas tarefas escolares
pelo que será pertinente abordar esta questão com a Professora do XXXX.

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Durante este processo avaliativo observou-se ainda que esta criança apresenta um
desenvolvimento motor deficitário, e uma vez que não tem uma causa médica
associada, aconselha-se que este menino frequente a Terapia Ocupacional e,
adicionalmente, a prática de atividade desportiva de forma a estimular o seu
desenvolvimento. Foi também notória a dificuldade manifestada em estabelecer e
manter o contacto ocular pelo que não se tratando de um problema de visão, será
necessário dar atenção a este aspeto ao longo das sessões de acompanhamento
psicológico e identificar situações/contextos em que tal ocorra, de forma a
desenvolver um plano de intervenção.
É importante referir que o XXXX não esteve medicado durante a avaliação, pelo que
os resultados apresentados demonstram as suas capacidades reais.

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Caso Prático 2








Ao longo do processo de avaliação, F. foi pontual e assíduo mostrando-se
colaborante e disponível (“só queria ver isto resolvido”). Contudo, adotou uma
postura de desinteresse e desvalorização da presente avaliação, mesmo quando lhe
foram explicados os objetivos da mesma. F.não manifestou dificuldades na
compreensão e interpretação das questões que lhe foram dirigidas, quer durante as
entrevistas, quer nos instrumentos de avaliação administrados. Manteve um
discurso espontâneo e organizado por vezes pautado por alguma indignação face à
presente avaliação, culminando em sinais de nervosismo.

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•  Personalidade

Em termos globais, o perfil de personalidade obtido não indica a existência de
psicopatologia. Contudo, relativamente às escalas de validade de resposta, mostram
que F. respondeu de modo diferente da maioria das pessoas a muitos itens. Mostra
também que tem tendência para responder “verdadeiro” a muitos itens
independentemente do conteúdo destes, sobretudo quando se trata de respostas a
itens que são incongruentes entre si. Estes aspetos põem em causa a fiabilidade dos
resultados do perfil de personalidade de F., podendo significar que o mesmo
respondeu ao acaso sem prestar muita atenção nas hipóteses ou até que não
entendeu o sentido de muitas das questões formuladas.

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•  Perturbações Mentais/Psicopatologia

Da administração do BSI, conclui-se que F. não apresenta sintomas psicopatológicos
significativos, encontrando-se dentro dos valores normativos. Contudo, revela um
valor elevado na dimensão da ideação paranoide, facto que explica algumas
afirmações por si feitas, nomeadamente, “acho que tudo começou com uma
perseguição de um agente. Dá-me a entender que ele tem inveja minha por causa de
uma mulher com quem ando (…).

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•  Funcionamento cognitivo

F. apresenta um funcionamento cognitivo dentro dos parâmetros normais, não
revelando défices a este nível. Manifesta então capacidades adequadas ao nível da
orientação, retenção e evocação de informação, atenção e cálculo, linguagem e
habilidade construtiva. Contudo, na execução de tarefas gráficas foi mais uma vez
evidente a dificuldade na escrita por causa do tremor excessivo das mãos.

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•  Agressividade

Da administração do QA, conclui-se que F. apresenta valores compreendidos entre
os normais para população masculina portuguesa. Contudo, o seu perfil indica
tratar-se de um indivíduo que, em situações de conflitualidade ou quando sujeito a
situações de frustração, tenderá a usar um padrão de resposta caracterizado pela
hostilidade que consiste em sentimentos de má vontade ou injustiça, representando
a componente cognitiva do comportamento agressivo. No entanto, todas as
restantes componentes da agressividade avaliadas, nomeadamente, física, verbal e
afetiva/emocional (raiva) são reduzidas, revelando que perante uma situação de
conflitualidade o indivíduo não apresenta propensão para a agressão física, verbal,
nem tenderá a ter uma forte ativação fisiológica/preparação para comportamentos
agressivos, não agindo de forma impulsiva.

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Da presente avaliação conclui-se que F. , embora do ponto de vista da personalidade
não revele traços antissociais ou psicopáticos, exibe ainda assim algumas
características comportamentais que podem comprometer a sua idoneidade e com
isso criar dificuldades a si e a terceiros.
Posto isto, uma vez que o avaliado apresenta fatores de risco referenciados pela
literatura e investigação como potenciadores da impulsividade e que afetam a
capacidade de autocontrolo, é nosso entendimento que a concessão da Licença de
Uso e Porte de Arma de Caça a F. só seja viabilizada mediante a frequência pelo
mesmo de consultas de alcoologia.

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Exercício: Caso Prático


Identificação: Diogo, 30 anos, motorista.
Situação atual: Reside com a companheira e com a filha de 5 anos (fruto de uma
relação não planeada). Vive um casamento instável que só se mantém pela filha.
História desenvolvimental: Durante a infância teve uma intoxicação provocada pela
intolerância ao leite. Consumiu drogas leves na adolescência.
Sintomas: Apatia, falta de energia, desânimo e tristeza profunda. Já tentou o
suicídio.
Em consulta: Demonstrou um aspeto bem cuidado. Apresentou um discurso e
pensamento desorganizados. Apesar de aderir às tarefas, demonstrou apreensão.
Testes:
BSI
–  Índice de Sintomas Positivos (1.95) (P.C = 1.7)
–  Total de Sintomas Positivos (35) (P.C=27)
BDI
–  Pontação – 29
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