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(7810 - 28792) Macroeconomia - Completo
(7810 - 28792) Macroeconomia - Completo
b r
Universidade do Sul de Santa Catarina
Macroeconomia
UnisulVirtual
Palhoça, 2014
Créditos
Macroeconomia
Livro didático
Designer instrucional
Marcelo Tavares de Souza Campos
UnisulVirtual
Palhoça, 2014
Copyright © Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por
UnisulVirtual 2014 qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Livro Didático
Revisor(a)
Smirna Cavalheiro
339
S71 Souza, Wagner Dantas de
Macroeconomia : livro didático / Wagner Dantas de Souza ; design
instrucional Marcelo Tavares de Souza Campos. – Palhoça:
UnisulVirtual, 2014.
96 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
Introdução | 7
Capítulo 1
Abertura do mercado de bens, serviços e
financeiro | 9
Capítulo 2
Mercado de trabalho | 41
Capítulo 3
Tipos de financiamentos do governo e o mercado
de títulos públicos | 59
Capítulo 4
Aspectos internacionais | 77
Considerações Finais | 91
Referências | 93
Diante desse contexto, o material didático que integra o presente estudo foi
estruturado de modo que você possa desenvolver, por meio de habilidades
específicas, as competências de análise dos problemas macroeconômicos, sejam
eles físicos (bens produzidos como exemplo) ou monetários, da verificação das
mudanças nos cenários projetados e a sua execução, de desenvolvimento de
raciocínio lógico aplicado ao estudo da Macroeconomia bem como capacidade
para avaliar e tomar decisões que alterem as variáveis macroeconômicas.
9
Capítulo 1
Seção 1
Abertura do mercado de bens e serviços
10
Macroeconomia
OA = PIB + M
Em que:
M = Importações
DA = C + I + G + X
Em que:
C = Consumo
I = Investimento
G = Gastos do governo
11
Capítulo 1
12
Macroeconomia
OA=DA
PIB + M = C+I+G+X
13
Capítulo 1
PIB = C+I+G+X-M
Em que:
C = Consumo
I = Investimento
G = Gastos do governo
M = Importações
14
Macroeconomia
A taxa de câmbio pode fazer com que um país exporte com mais facilidade
quando a moeda local está desvalorizada, ou seja, taxa de câmbio mais
alta (como exemplo a utilização de mais reais para comprar a mesma
quantidade de dólares americanos). Por outro lado, se a moeda permanece
valorizada por muito tempo, o poder de compra dos agentes locais
aumenta e as importações prevalecem.
15
Capítulo 1
16
Macroeconomia
Figura 1.3 – Balança comercial brasileira no período de 2000 a 2012 em US$ milhões
Vale ressaltar que parte da demanda interna por bens e serviços em um país é
atendida por vendedores externos (importação). Outro ponto relevante é a venda
de produtos nacionais (exportação) aos parceiros comerciais internacionais, ou
seja, as vendas internacionais complementam a demanda externa. O comércio
internacional entre países é extremamente eficiente uma vez que abre espaço
para que o país concentre suas forças produtivas naquele produto ou serviço que
é mais efetivo em termos produtivos. (RICARDO, 1996).
17
Capítulo 1
Seção 2
Abertura dos mercados financeiros
Quando tratamos da abertura dos mercados financeiros ainda estamos
analisando possíveis transações entre agentes econômicos locais e estrangeiros,
mas, desta vez, aquelas que envolvem os chamados ativos financeiros de ambos
os países envolvidos.
18
Macroeconomia
Com essa afirmação Blanchard descreve que o mercado internacional cria uma
mobilidade do capital, o qual poderá ser investido em ativos (imóveis, ações,
títulos públicos ou privados, etc.) no mercado do país de origem do capital ou de
outros países. Essa diversificação é uma forma que investidores encontraram
para diminuir o risco de seus investimentos, uma vez que um eventual prejuízo
obtido em determinada aplicação financeira seria compensado em parte por
lucros em outro investimento.
Cabe observar que o dólar dos Estados Unidos continuou a ser a moeda
dominante, veículo que representou 87% de todos os negócios transacionados
em abril de 2013. O euro foi a segunda moeda mais negociada; contudo, sua
participação caiu para 33% em abril de 2013 comparados aos 39% de abril de
2010. Já o volume de negócios do iene japonês aumentou significativamente
entre as pesquisas de 2010 e 2013. O mesmo aconteceu com a de várias moedas
de mercados emergentes, sendo que o peso mexicano e o chinês renminbi entrou
na lista do top 10 de moedas mais negociadas.
19
Capítulo 1
20
Macroeconomia
21
Capítulo 1
A tabela anterior apresenta dois dos grupos mais importantes de contas que
registram os fluxos de negócios entre o país e o exterior. A primeira conta
denomina-se Transações correntes, na qual a subdivisão de contas concentra o
comércio de bens e serviços e todas as transações não financeiras. A outra conta
destaque no BP refere-se à conta Capital e financeira. A somatória dessas duas
contas é o resultado do BP.
22
Macroeconomia
TC = BC + BS + TU
Em que:
23
Capítulo 1
No que diz respeito aos investimentos em carteira, fazem parte dos chamados
capitais especulativos a compra de ações, títulos públicos e privados, operações
com derivativos, dentre outras modalidades.
24
Macroeconomia
BP = TC + BK
Em que:
Equação 1: BC + BS + TU = TC
Equação 2: TC + BK + EO = BP
Equação 3: BP + KC = BP
Em que:
BC = Balança comercial
BS = Balança de serviços
TU = Transferências unilaterais
KC = Capitais compensatórios
EO = Erros e omissões
25
Capítulo 1
Neste sentido, partimos do modelo IS-LM para examinar uma economia aberta;
contudo, devemos lembrar que este modelo analisa uma economia fechada
ao comércio internacional e ainda utiliza a identidade de renda, o que exige a
igualdade entre a produção total da economia e a soma da absorção da renda.
(1)
Em que:
C = Consumo privado
I = Investimento privado
26
Macroeconomia
G = Gastos públicos
(2)
Em que:
C = Consumo
Cº = Gasto autônomo
c = Elasticidade renda
Y = Renda pessoal
T = Tributos (impostos)
(3)
Em que:
I = Investimento
Iº = Investimento autônomo
a = Elasticidade do investimento
i = Taxa de juros
27
Capítulo 1
(4)
Em que:
T = Impostos
Tº = Impostos fixos
Y = Renda
Por meio dessa equação podemos observar que os impostos são compostos
de um componente fixo (T°) e outro proporcional à renda, com t sendo a taxa de
imposto marginal.
(5)
Em que:
C = Consumo privado
I = Investimento privado
28
Macroeconomia
G = Gastos públicos
NX = Exportações líquidas
Além disso, com relação a esta variável adicional, cabe definir o regime
monetário: em particular, o Bacen pode deixar a taxa de câmbio livre para flutuar
em resposta às diferentes condições econômicas internacionais, ou então ele
pode se comprometer com a meta de um dado valor (ou intervalo) para a moeda
nacional.
29
Capítulo 1
(6)
Em que:
NX = Exportações líquidas
Figura 1.5 – Curva de uma economia aberta como função da taxa de juros e da taxa de câmbio
i e
J C
u â
r m
o b
s i
o
IS IS
Produto Y Produto Y
Fonte: Elaboração do autor (2014).
30
Macroeconomia
Mercado monetário
O mercado monetário também é descrito pelas mesmas equações da estrutura
de uma economia fechada, sendo que a demanda por moeda depende
positivamente do nível do produto e responde negativamente a variações na taxa
de juros. A equação a seguir representa o lado monetário:
(7)
Em que:
kY = Efeito transações
A demanda por moeda Md sugere que ela é formada pelo efeito transação kY e
portfólio Mi, ou seja, o aumento de compras de bens e serviços na economia,
dada a velocidade k, eleva a demanda por moeda e o aumento da taxa de juros
faz com que as pessoas demandem menos dinheiro, pois os títulos do mercado
financeiro serão mais interessantes.
(8)
Em que:
kY = Efeito transações
Mº = Oferta de moeda
Mi = Efeito portfólio
31
Capítulo 1
(9)
Em que:
CF = Fluxo de capital
= Fator entre 0 e 1
(10)
Em que:
NX = Exportações líquidas
32
Macroeconomia
CF = Fluxo de capital
J *
i BP
u
r
o
s
Y
Produto
Fonte: Elaboração do autor (2014).
33
Capítulo 1
i LM
i LM
J
u i
* BP
r
o
s i BP
*
IS
IS Y
Yo
Yo Y
Produto
Fonte: Elaboração do autor (2014).
34
Macroeconomia
35
Capítulo 1
Figura 1.8 – Efeitos de uma expansão monetária com taxas de câmbio flexíveis
i LM
LM’
J i BP
u *
r
o
s IS’
IS
Yo Y’ Y
Produto
Fonte: Elaboração do autor (2014).
36
Macroeconomia
Figura 1.9 – Efeitos de uma expansão fiscal com taxas de câmbio flexíveis
i
LM
J
u LM`
r
o i* BP
s
IS`
IS
Y0 Y` Y
Produto
Fonte: Elaboração do autor (2014).
A figura anterior mostra os efeitos de uma expansão fiscal com taxas de câmbio
flexíveis.
37
Capítulo 1
Figura 1.10 – Efeitos de uma expansão monetária com taxas de câmbio fixas
i LM = LM``
LM`
J
u
i* BP
r
o
s
IS
0
Y = Y` Y
Produto
Fonte: Elaboração do autor (2014).
Para atingir a meta, então, o Bacen teria de fechar o excesso de oferta de moeda
nacional nos mercados internacionais de divisas com a venda de moeda estrangeira
em troca do doméstico. Nesse cenário a oferta de moeda cai e a LM se desloca para
trás, o único efeito da expansão monetária seria a substituição, no lado do ativo do
balanço do Bacen, das reservas internacionais por títulos domésticos.
Figura 1.11 – Efeitos de uma expansão fiscal com taxas de câmbio fixas
L
i LM`
J
u
r Y`
o i* BP
s
IS`
IS
38
Macroeconomia
Essa valorização da moeda nacional faz com que o Bacen doméstico atue nos
mercados internacionais de divisas para fechar o excesso de demanda de moeda
corrente nacional, por meio da compra de moeda estrangeira em troca de o
doméstico. Nesse caso a curva LM se desloca para fora, aumenta a oferta de
moeda e acomoda a expansão fiscal. O produto de equilíbrio aumenta de Y ° e Y',
enquanto nem a taxa de juros nem a taxa de câmbio variarem.
39
Capítulo 2
Mercado de trabalho1
41
Capítulo 2
Seção 1
O emprego
Cabe destacar que o trabalho pode ser classificado como remunerado e sem
remuneração, sendo que se excluem do conceito de trabalho as ocupações sem
remuneração de ajuda a instituições religiosas, beneficentes ou cooperativismo,
bem como situações em que o trabalho tem como objetivo produzir apenas para
o consumo próprio ou familiar.
42
Macroeconomia
Podemos observar nessa figura que a PIA está subdividida em duas categorias:
População Economicamente Ativa (PEA) e População Não Economicamente Ativa
(PNEA). A PEA, por sua vez, está subdividida em Ocupados e Desocupados e
demonstra a condição de ocupação de um país. Considerando que as pessoas
geradoras de valor econômico estão enquadradas dentro do PEA, entender
a capacidade de um país em gerar ocupação para a população pode ser a
diferença entre o crescimento sustentável e os problemas com o desemprego da
mão de obra.
43
Capítulo 2
População ocupada
A população ocupada diz respeito a pessoas que, em um determinado período de
referência, trabalharam ou tinham trabalho, ou, ainda, estavam com algum vínculo
empregatício; contudo, em virtude de um motivo legal, não estavam trabalhando,
por exemplo, pessoas em férias.
População desocupada
A população desocupada engloba pessoas que não tinham trabalho em um
determinado período de referência, mas estavam dispostas a trabalhar, e
que, para isso, tomaram alguma providência efetiva (consultando agências de
emprego, jornais, entre outros).
44
Macroeconomia
45
Capítulo 2
46
Macroeconomia
Esses movimentos criam entre si uma relação inversa, pois a queda dos preços,
uma deflação, é seguida de um aumento do desemprego e vice-versa. Foi por
meio deste raciocínio que o economista neozelandês Alban William Phillips, em
1958, na época professor na London School of Economics, através do artigo: The
relationship between unemployment and rate of change of money wages in the
United Kingdom, 1861-1957, desenvolveu a teoria chamada curva de Phillips, a
qual permite analisar a relação entre inflação e desemprego no curto prazo.
47
Capítulo 2
Seção 2
O desemprego e a curva de Phillips
Em que:
48
Macroeconomia
w
S
a
l
á
r
Ue U
i Un
o
Desemprego
Nessa figura verificamos que quando o desemprego (U) se afasta da sua taxa
natural (Un) a taxa de crescimento dos salários nominais diminui uma vez que
a oferta de mão de obra aumenta. Por outro lado, quando o desemprego cair
abaixo da sua taxa natural, a economia observará um aumento no nível médio
dos salários.
A partir das contribuições de Samuelson e Solow, o que antes era apenas uma
correlação entre variáveis recebe então o nome de curva de Phillips, que passa a
ser considerada a pedra fundamental na decisão de políticas macroeconômicas
das autoridades governamentais. Como exemplo podemos citar a decisão do
governo em optar por uma taxa de inflação um pouco mais elevada na economia,
ou seja, um estímulo por meio da política fiscal expansionista, que teria como
consequência a queda do desemprego.
49
Capítulo 2
Cabe destacar que entre os anos de 1973 e 1979, em virtude das crises do
petróleo, houve retração econômica em muitas das economias mundiais. Esse
aumento de preço do “ouro negro”, como o petróleo era conhecido, elevou o
custo dos produtos, desencadeando uma queda no consumo, em especial no
mercado americano.
50
Macroeconomia
Em que:
Inflação
Inflação esperada
Taxa de desemprego
51
Capítulo 2
Curva de Phillips de LP
I ``
n
f
`
l
a
ç n
ã U C3
o
C2
Desemprego C1
52
Macroeconomia
Versão fraca: Por meio dessa versão os agentes econômicos fazem uso de toda
a informação disponível, sendo que os erros do passado deixam de influir nas
expectativas. Com isso, tais agentes não incorrem em erros sistemáticos, ou seja,
os erros dos diferentes períodos não são correlacionados.
Alternativa de Lucas-Sargent
A alternativa de Lucas-Sargent para a existência de uma taxa natural de
desemprego é descrita no artigo Lucas e Rapping (1969, p. 739), os quais
reconhecem que existe uma taxa natural de desemprego na economia como
Friedman havia proposto.
53
Capítulo 2
Essa atuação do Banco Central será aprendida por todos os agentes econômicos.
Assim, em síntese, eles saberão que toda vez que ocorrer um incentivo monetário
para gerar emprego o resultado será aumento dos preços médios (inflação) e
aumento das taxas de juros. Dessa forma, esse aprendizado cancela ou minimiza
a receita keynesiana de estímulo monetário ou fiscal.
Diante deste cenário as políticas ativas utilizadas atualmente pelo Banco Central
tentam surpreender os agentes econômicos para minimizar a sua impotência
perante as expectativas racionais. Entretanto, elas conseguem surpreender
esses agentes por determinado tempo, mas não podem fazê-lo sempre. Dessa
54
Macroeconomia
forma, os policy makers devem ser criativos e a cada momento efetuar uma ação
diferente para aumentar o erro de previsão dos agentes econômicos.
Seção 3
O equilíbrio no mercado de trabalho
55
Capítulo 2
O
S
a
l
á w
r
i
o
s
D
E* Emprego
Assim, uma vez que o nível salarial competitivo é determinado desta forma, cada
empresa de um determinado setor econômico contratará trabalhadores até o
ponto em que o valor do produto marginal do trabalho seja igual ao salário
competitivo. Por exemplo, a primeira empresa contrata um “E” de trabalhadores,
a segunda empresa contrata dois “E” trabalhadores, e assim por diante. O
número total de trabalhadores contratados por todas as empresas do setor deve
ser igual ao mercado de nível de emprego de equilíbrio, E*.
56
Macroeconomia
Para Blanchard (2013), vários são os fatores que determinam o salário, tendo
destaque o papel das negociações coletivas entre trabalhadores, empresas e
sindicatos. Para o autor, quanto maior a qualificação dos cargos, maiores serão
as negociações em termos de fixação de valores salariais.
57
Capítulo 3
Tipos de financiamentos do
governo e o mercado de títulos
públicos1
59
Capítulo 3
Seção 1
Dívida pública federal
É importante observar que, além de o governo utilizar a dívida pública para proteger
o país das oscilações no produto e no emprego, ele poderá ainda utilizá-la para
investimentos públicos estratégicos para o desenvolvimento econômico. Esses
que, em virtude de muitas vezes serem de grande vulto, como, por exemplo,
hidrelétricas, não podem esperar que o dinheiro esteja em caixa. Assim, a única
forma de providenciar tais investimentos é por meio da elevação da dívida federal.
60
Macroeconomia
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) é o total da dívida bruta do setor público
(União, Estados, municípios e estatais) deduzida das disponibilidades em moeda
nacional ou estrangeira (caso das reservas líquidas internacionais). Podemos
dizer que a DLSP é o equilíbrio entre as dívidas e os créditos do setor público não
financeiro e do Banco Central.
61
Capítulo 3
A partir desse critério, podemos perceber melhor a pressão do fluxo gerado por
uma dívida ao longo do tempo sobre o balanço de pagamentos, bem como os
riscos inerentes a uma possível crise cambial. Essa é a forma de classificação
atualmente utilizada pelo Brasil.
Desse modo, títulos denominados em moeda local, mas possuídos por não
residentes, seriam considerados dívida externa, e títulos denominados em moeda
estrangeira detidos por residentes seriam considerados dívida interna. Esse
segundo critério é o proposto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para
divulgação das estatísticas de dívida dos países.
62
Macroeconomia
Presidência da
República
Ministério do Ministério da
Outros Ministérios
Planejamento Fazenda
Secretaria
- Adjunta
Corporativa, Sistemas,
Contabilidade e Normas
Secretaria
- Adjunta de
Política Fiscal
Secretaria
- Adjunta da
Dívida Pública
Secretaria
- Adjunta de
estados e municípios
Fonte: Elaboração do autor (2014).
63
Capítulo 3
64
Macroeconomia
Seção 2
Funções e tipos de títulos públicos federais
Os títulos públicos federais são instrumentos financeiros de renda fixa emitidos
pelo governo federal via oferta pública (leilão) ou diretamente ao detentor. Eles
podem ser classificados como títulos da dívida interna ou externa.
Valor do
investimento
Fonte: Elaboração do autor (2014).
65
Capítulo 3
Cupom de juros
Investimento
66
Macroeconomia
que pagam cupons de juros semestrais e contam com o fluxo final de pagamento,
e as denominadas principal não contam com o cupom de juros semestral.
Ambas possuem correção pelo IPCA e, no vencimento, esses títulos pagam R$
1.000,00 mais a correção do indexador.
Cabe ressaltar que as NTN-B principal são títulos com rentabilidade vinculada à
variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acrescidos
dos juros definidos no momento da compra. Este título permite ao investidor obter
rentabilidade em termos reais, mantendo seu poder de compra ao se proteger de
flutuações do IPCA ao longo do investimento, sendo indicado para o investidor
que deseja fazer poupança de médio/longo prazos, inclusive para aposentadoria,
compra de casa própria e outros.
Além disso, normalmente as NTN-B principal são títulos que possuem prazo para
aplicação bem longa, que possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor
faz a aplicação e resgata o valor de face (valor investido somado à rentabilidade) na
data de vencimento do título. A próxima figura ilustra o referido fluxo.
Assim como as NTN-B principal, as NTN-B normal são títulos com rentabilidade
vinculada à variação do IPCA, acrescidos dos juros definidos no momento da
compra. Este título permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais,
mantendo seu poder de compra ao se proteger de flutuações do IPCA durante a
aplicação. Seu rendimento é recebido pelo investidor ao longo do investimento,
por meio de cupons semestrais de juros, e na data de vencimento do título,
quando do resgate do valor de face (valor investido somado à rentabilidade) e
pagamento do último cupom de juros. A figura na sequência mostra o fluxo das
NTN-B principal.
67
Capítulo 3
Cupom de juros
Data da compra Principal + rentabilidade
Cupom de juros
Data da compra Principal + rentabilidade
68
Macroeconomia
Vale observar que as LFT possuem estrutura semelhante à das LTN, visto que
também não pagam cupom de juros e apresentam um único fluxo de principal na
data de vencimento do título. Entretanto, o valor do principal é atualizado pela taxa
Selic acumulada no período, ou seja, os R$ 1.000,00 pagos no vencimento são
corrigidos pelo indexador anteriormente indicado, desde a data-base até a data de
resgate. O fluxo de investimento da LFT é ilustrado por meio da seguinte figura.
Valor do
investimento
Fonte: Elaboração do autor (2014).
69
Capítulo 3
70
Macroeconomia
Euro bonds
Os euro bonds brasileiros (ou eurobônus) são títulos emitidos em euros, pagam
cupons de juros anuais e apresentam um único fluxo de principal na data de
vencimento. Por já serem emitidos em euros, não há atualização do valor nominal.
Em virtude de os títulos emitidos mais recentemente poderem também ser
negociados no mercado global, torna o euro bonds também títulos globais. Por
simplificação, são tratados simplesmente por euro bonds, a exemplo dos demais
nessa moeda.
A-Bond
O A-Bond foi emitido pelo Tesouro Nacional brasileiro
O termo Brady, ou
Bradies, no plural quando o Brady C-Bond foi recomprado por ele. Os
surgiu quando o títulos C-Bond possuíam uma opção embutida, call, que
Brasil emitiu cerca de dava direito ao emissor (no caso o Tesouro Nacional) de
US$ 50 bilhões de
títulos no processo de
recomprá-lo ao valor “ao par” a partir de 15 de setembro
renegociação da dívida de 2005.
externa elaborado por
Nicholas Brady, então No intuito de reduzir a grande parcela em dinheiro que
secretário do Tesouro deveria ser desembolsada no momento em que o Tesouro
norte-americano.
exercesse sua opção, decidiu-se realizar antecipadamente
uma operação de troca de parcela dos C-Bonds por
outros títulos com características semelhantes (os A-Bonds), porém mais longos
e sem opção de compra embutida. Os poucos investidores que optaram por não
participar da operação tiveram seus C-Bonds recomprados pelo Tesouro na data
de exercício da opção, em 15 de abril de 2006.
71
Capítulo 3
72
Macroeconomia
Preço unitário
(PU)
A figura anterior ilustra a forma de cálculo de uma LTN. Ela sempre terá o valor
presente inferior ao valor final fixado pelo governo em R$ 1.000,00. A diferença
entre o valor presente do título, ou seja o investimento, será o juro da operação.
Valor Nominal
PU =
(1+ i p )
Em que:
PU = Preço unitário
73
Capítulo 3
Cabe destacar que as NTN, por serem um título com fluxo de juros, podem ser
precificadas por uma única taxa (TIR) ou por taxas de desconto específicas
para cada prazo. O resultado, conforme já mencionado, é o mesmo,
independentemente do critério adotado. Em geral, esse título é calculado tendo
como referência uma curva de mercado.
O cálculo dos valores dos cupons de juros é feito de forma exponencial, ou seja,
o valor do cupom mostra a próxima equação:
Em que:
Cs = Cupom semestral
Ca = Cupom anual
C4 + VN
C1 C2 C3
PU
Fonte: Elaboração do autor (2014).
74
Macroeconomia
Podemos observar que, além das vedações efetuadas pela Constituição Federal,
o Bacen, como autarquia do governo, ainda está sujeito às restrições da Lei de
Responsabilidade Fiscal.
75
Capítulo 4
Aspectos internacionais1
77
Capítulo 4
Seção 1
Organismos internacionais
Existem três principais instituições econômicas internacionais de caráter
universal: o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e o Acordo
Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio (GATT) / Organização Mundial do
Comércio (OMC).
Tal prosperidade condiz com os fins dessas instituições que têm alcance universal,
com uma adesão crescente refletindo os interesses comuns entre os Estados e,
consequentemente, o crescimento da comunidade entre eles. Essas instituições
representam, no conjunto, uma força poderosa de atração, que levou a uma
diminuição do número de não membros.
78
Macroeconomia
1.2.1 FMI
O FMI pode ser considerado a peça central do sistema monetário
internacional. Como um paradoxo interessante de se compreender, a própria
noção de que existe tal instituição como um sistema monetário internacional não
se desenvolveu até quase duas décadas após a criação do Fundo, em 22 de julho
de 1944, em Bretton Woods, New Hampshire, nos Estados Unidos.
79
Capítulo 4
uma vez que as funções do FMI não estão definitivamente limitadas aos Estados
Nacionais em desenvolvimento. De acordo com Stiglitz (2002, p. 194),
80
Macroeconomia
A tomada de decisão das ações do FMI é feita por meio do sistema de cotas, ou
seja, cada país-membro detém no Fundo uma quantidade de cotas a ser baseada
em indicadores econômicos daquele membro, como, por exemplo, o PIB.
Nesse sentido, quanto maior a contribuição ao FMI, maior é o peso do voto nas
decisões.
Vale ressaltar que o FMI pode propor um aumento nas cotas de determinado
país, contudo, é necessária a aprovação por 85% dos votos para qualquer
modificação. Os membros que queiram aumentar sua cota devem pagar ao
Fundo a mesma quantia em DES correspondente ao aumento. Os cinco maiores
acionistas são: Estados Unidos, Alemanha, Japão, França e Reino Unido.
81
Capítulo 4
A maioria das decisões nas reuniões do FMI é tomada por colegiado, e não
por meio de votação em si. Este procedimento promove consenso, tendo
em conta o poder de voto subjacente dos membros. Ou seja, os países
podem se juntar no sentido de aprovar ou negar uma questão. No entanto,
a fim de proteger os interesses da minoria, e por membros que tenham
algum interesse específico, várias técnicas foram sobrepostas à votação
ponderada.
82
Macroeconomia
83
Capítulo 4
pelo mercado. Nesse sentido, o próprio Banco financia, assim, por meio de
empréstimos nos mercados de capitais internacionais, as operações financeiras
dos solicitantes.
Assim, o IFC foi criado em 1956 para apoiar o desenvolvimento econômico dos
países em desenvolvimento, promovendo o crescimento do setor privado de suas
economias, e ajudando a mobilizar o capital nacional e estrangeiro, onde o capital
privado exerce um papel fundamental no financiamento ao desenvolvimento
desses países.
84
Macroeconomia
de países mais ricos para emprestar aos países-membros mais pobres com
termos bem estabelecidos.
A maior parte das atuações da OMC foi criada a partir da Rodada do Uruguai,
iniciada em setembro de 1986 e durou até abril de 1994. Baseada no encontro
85
Capítulo 4
Seção 2
Atuação conjunta dos órgãos internacionais
As relações formais e operacionais entre as instituições econômicas
internacionais são amplamente baseadas no reconhecimento de que cada
instituição pode promover os seus propósitos de forma eficaz, desde que sejam
promovidos de forma sinergia com os efeitos das outras instituições. Esse
reconhecimento se reflete não só nas relações orgânicas entre eles, as quais
foram estabelecidas no início, mas também nas relações operacionais que dão
substância a reafirmações de uma estreita cooperação.
Os esforços para lidar com o problema dívida contraída pelos participantes, tanto
pelo Banco Mundial quanto pelo FMI reforçam que, apesar de independentes,
esses órgãos atuam em conjunto cujos objetivos parecem únicos. Essas
considerações levam ao tema da coordenação entre essas instituições, a
oportunidade para que evoluíssem a partir da necessidade de reforçar a sua
eficácia e também para aprender a lidar com problemas comuns.
86
Macroeconomia
87
Capítulo 4
Elas também são refletidas no art. I, § V, dos artigos do Fundo de Acordo, lidando
com os propósitos do FMI, que se baseiam no reconhecimento de que não é
possível haver várias formas de corrigir desajustes na balança de pagamentos
de um país uma vez que alguns dos métodos, tais como restrições de câmbio,
podem ser destrutivos para a prosperidade internacional, e, portanto, sua
prevenção justifica a ampliação do apoio financeiro oficial internacional.
Com relação aos princípios do Fundo, eles ajudam a esclarecer o âmbito das
políticas que normalmente são cobertas pelos programas econômicos dos
membros apoiados por recursos do Fundo através de acordos stand-by e
ampliados, e como esses arranjos tornaram-se a técnica financeira básica e mais
eficaz do Fundo.
88
Macroeconomia
Cabe ressaltar que uma técnica global semelhante para o apoio a política
econômica internacional é uma variante desses acordos, o arranjo de ajustamento
estrutural, que fornece recursos para os membros em desenvolvimento de
baixa renda em condições favoráveis ao abrigo do mecanismo de ajustamento
estrutural do FMI.
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Capítulo 4
90
Considerações Finais
Caro(a) estudante
Aprendeu que uma economia aberta se diferencia de uma economia fechada devido
ao fluxo de bens e serviços e do fluxo monetário. Dessa forma, entendeu que as
curvas de análise macroeconômica IS e LM foram complementadas pela curva do
Balanço de Pagamentos (BP) e, em virtude disso, as decisões de política monetária e
política fiscal passaram a depender também de uma política cambial adequada.
Para finalizar, não tenho a pretensão de esgotar o assunto, espero que os temas
abordados tenham contribuído para a compreensão da complexa realidade que
envolve o estudo e a pesquisa nas Ciências Econômicas.
Um abraço
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Referências
______. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Disponível em: <http://
goo.gl/MlW1V>. Acesso em: 20 ago. 2014.
FMI. IMF members’ quotas and voting power, and IMF board of governors.
Disponível em: <http://www.imf.org/external/np/sec/memdir/members.aspx>.
Acesso em: 10 dez. 2014.
LUCAS JR., Robert E.; RAPPING, Leonard A. Real Wages. Employment and
inflation. Journal of Political Economy, v, 77, n. 5, p. 721-754, 1969.
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Sobre o Professor Conteudista
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