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Prazo decenal
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Ministro Benedito fixa três anos para prescrição de reparação civil
contratual ou extracontratual
Pretensões de credor por inadimplemento contratual prescrevem em dez
anos
A 2ª seção do STJ, em decisão por maioria, definiu que se aplica o prazo de 10 anos para
prescrição nas controvérsias relacionadas à responsabilidade contratual. O entendimento foi
firmado na sessão desta quarta-feira, 27, no julgamento de embargos de divergência.
Os embargos de divergência citam julgado da 3ª turma que entendeu que o prazo prescricional
deve ser o mesmo, três anos, tanto para responsabilidade contratual quanto para a
extracontratual (REsp 1.281.594). Assim, a questão era determinar se as pretensões fundadas em
inadimplemento contratual prescrevem em três anos (art. 206, §3º, V, do CC) ou em dez anos
(art. 205).
Concluiu a ministra que para efeito da incidência do prazo prescricional, o termo “reparação
civil” não abrange a composição de toda e qualquer consequência negativa, patrimonial ou
extrapatrimonial, do descumprimento de um dever jurídico, mas apenas as consequências
danosas do ato ou conduta ilícitas em sentido estrito e, portanto, apenas para as hipóteses de
responsabilidade civil extracontratual.
“Assim, ao credor é permitido exigir do devedor o exato cumprimento daquilo que foi avençado.
Se houver mora, além da execução específica da prestação, o credor pode pleitear eventuais
perdas e danos. Na hipótese de inadimplemento definitivo, o credor poderá escolher entre a
execução pelo equivalente ou a resolução da relação jurídica contratual. Em ambas
alternativas, poderá requerer, ainda, o pagamento de perdas e danos.”
Dessa forma, afirmou Nancy, há três pretensões potenciais por parte do credor, e tal situação
exige do intérprete a aplicação das mesmas regras para as três pretensões. Conforme a
ministra, é necessário que o credor esteja sujeito ao mesmo prazo para exercer as três
pretensões que a lei põe à sua disposição como possíveis reações ao inadimplemento.
“Não parece haver sentido jurídico nem lógica a afirmação segundo a qual o credor tem um
prazo para exigir o cumprimento da obrigação e outro para reclamar o pagamento das perdas e
danos.”
Assim, quando houver mora, o credor poderá exigir tanto a execução específica como o
pagamento por perdas e danos pelo prazo de dez anos; o mesmo prazo se aplica para caso de
inadimplemento definitivo, quando o credor poderá exigir a execução pelo equivalente ou a
resolução contratual e o pagamento de indenização em ambos os casos.
“O mesmo prazo prescricional de dez anos deve ser aplicado a todas as pretensões do credor
nas hipóteses de inadimplemento contratual, incluindo o da reparação de perdas e danos por
ele causados.”