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Direito Imobiliário
Este artigo objetiva tratar da posse e sua tutela no que diz respeito à detenção.
Para tanto, em um primeiro momento, retoma-se a discussão de Savigny e de
Ihering sobre a posse. Em seguida, a abordagem passa a dispor sobre: o
conceito de detenção previsto no Código Civil de 2002, as hipóteses de
detenção e, por fim, alcança a transformação da posse em detenção.
Aspectos introdutórios
A Teoria de Savigny conhecida como a teoria subjetiva concebe a posse como
o poder que o indivíduo possui para dispor materialmente de uma coisa, com a
intenção de tê-la ou defendê-la contra a intervenção de outro indivíduo.
A Teoria de Ihering conhecida como teoria objetiva entende que a posse, nas
palavras de Farias e Rosenvald (2014, p. 53), é “mero exercício da
propriedade”. A teoria objetiva afasta a conceituação de que a posse se baseia
no elemento subjetivo animus, já que “ele está implícito no poder de fato
exercido sobre a coisa”.
Segundo Ihering, para existir posse tem que existir propriedade. A teoria de
Ihering dispensa a vontade - animus - e, assim, estende a condição de
possuidores aos locatários, aos usufrutuários, entre outros, diferentemente, da
teoria de Savigny.
Conforme indicado por Caio Mário da Silva Pereira (2019, p. 15) pode-se dizer
que a diferença substancial entre a teoria de Savigny e de Ihering reside no
fato de que para “a primeira, o corpus aliado à affectio tenendi gera detenção,
que somente se converte em posse quando se lhes adiciona o animus domini
(Savigny); para a segunda, o corpus mais a affectio tenendi geram posse, que
se desfigura em mera detenção apenas na hipótese de um impedimento legal
(Ihering)”.
Detenção
Para Sidou (2016) o detentor no Direito Civil se refere àquele que, encontra-se
em relação de dependência para com outro, conserva a posse da coisa em
nome desse, e em cumprimento de ordens ou de instruções recebidas. A
detenção está prevista no artigo 1.198 do Código Civil de 2002.
Com base no artigo 1.198, do Código Civil de 2002 pode ser caracterizado
como detentor “aquele que, achando-se em relação de dependência para com
outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou
instruções suas”.
Considerações finais
Como se pode perceber, embora as teorias de Savigny e de Ihering
apresentem diferenças, ambas baseiam suas concepções na detenção.
Conforme demonstrado no presente artigo, a detenção, por sua vez, se
distingue da posse, tendo em vista que o detentor está a serviço da posse de
outra pessoa.
Referências: