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Introdução aos conhecimentos da Libras e formas básicas de contato

cotidiano.

A Língua Brasileira de Sinais, ou Libras como é normalmente conhecida é


uma junção da Língua de Sinais Francesa e da Língua de Sinais Brasileira antiga,
que era utilizada pelos surdos de diversas regiões do Brasil antes da chegada de
Ernest Huet, o pioneiro na educação de surdos . Ele mudou-se para o Brasil em
1855 a convite do imperador d. Pedro II. Aqui no Brasil, Huet esteve por trás da
criação da primeira escola voltada para a educação de surdos, o chamado Imperial
Instituto de Surdos-Mudos. Após 19 anos, oficializada pela Lei n°10.436/2002, a
Libras tem seu papel principal conectar pessoas e permitir que comunicações sejam
feitas, que o mundo seja apreendido pelos surdos por meio da linguagem e que essa
experiência se dê de forma completa.
Atualmente a Língua Brasileira de Sinais é utilizada e faz parte do cotidiano
de muitas pessoas, tanto aquelas que são surdas, quanto aquelas que não são.
Sabemos que é por meio da comunicação que o ser humano inicia sua participação
em todo e qualquer ambiente. A partir da integração, da convivência, vai se
socializando e se envolvendo e se desenvolvendo de igual para igual, desde que se
estabeleça um canal de linguagem comum, que favoreça de forma real e imediata a
comunicação.
Sendo a família o alicerce para os primeiros contatos da pessoa surda com a
Libras. Sabemos que é na família que toda pessoa, surda ou ouvinte, preenche
suas necessidades mais básicas de sobrevivência e a comunicação e é também ela
que tem fundamental importância no desenvolvimento pleno de cada um. A criança
surda deve ser exposta ao modelo de uma primeira língua logo nos primeiros anos
de vida no seio familiar.
A língua de sinais é tida como natural para a comunidade surda, pois, surgiu
naturalmente da tentativa dos surdos em se comunicar. Sua classificação como
língua é devido a sua estrutura gramatical, se diferindo das línguas orais apenas por
sua natureza visual motora. A utilização/aprendizagem de Libras não é restrita a
surdos, há também aqueles que a aprendem com o intuito de profissionalização
como professores e intérpretes.
A disseminação dessa língua tem se tornado cada vez mais democrática
como em cursos promovidos por diversas instituições, presenciais ou remotos, além
de aplicativos, videolibras disponíveis em plataformas digitais entre outros. A
visibilidade da Libras tem aumentado e tornando-a cada vez mais conhecida, apesar
de grande parte da população brasileira desconhecê-la. Todavia, não podemos
deixar de ressaltar os avanços e conquistas. Ainda há muitos surdos filhos de
famílias ouvintes que não tem contato com a língua em seus primeiros anos e vida,
e que só terão contato com ela na escola ou em associações para surdos e demais
instituições.
Não há uma política de acesso à língua ainda definida no Brasil, há, contudo,
uma grande luta das comunidades surdas brasileiras em torno do bilinguismo o que
estreitaria as disparidades tanto no acesso à Libras quanto ao acesso à Língua
Portuguesa. A língua de sinais está diretamente relacionada à integração, sendo a
ferramentas mais apropriadas para inclusão dos surdos, no contexto social.
Por fim, concluímos que a Libras é uma língua com estrutura gramatical
própria, reconhecida como meio de comunicação e expressão e expressão da
pessoa surda, utilizando-se do canal viso-motor a qual deve ser disponibilizada nos
primeiros anos de vida para a pessoa surda em seu seio familiar e em caso de
aquisição tardia em escolas ou demais instituições. Podendo ser aprendida por
ouvintes em qualquer fase da vida. Percebemos um grande número de contato de
ouvintes, dentro da comunidade surda, em cursos de Libras ou nas igrejas, com o
intuito de profissionalizarem-se como professores e/ou intérpretes de Libras.

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